Período Teocêntrico e Renascimento Faculdade Pitágoras de Uberlândia História da Psicologia...

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Período Teocêntrico e RenascimentoPeríodo Teocêntrico e Renascimento

Faculdade Pitágoras de Uberlândia

História da Psicologia

Profa. Cleyciane A. Faria

Período Helênico-Romano de Transição

• De 300 a.c. a +/- 300 d.c.• Ascensão do cristianismo: a filosofia cristã, tendo

Jesus como modelo e as Escrituras como paradigma de todas as verdades.

• Na Idade Média, o antropocêntrismo fica de lado e DEUS passa a ocupar toda a vida (teocêntrismo): na filosofia, na arte, na literatura, na arquitetura, etc.

• A religião busca na filosofia meios para sua fundamentação. A filosofia se torna religiosa.

Teocêntrismo: Dois momentos

• Patrística:– Filosofia dos primeiros padres.– Preocupação central: luta contra o paganismo, as

heresias e defesa dos dogmas cristãos.– Forte influência de Platão.– Presença marcante de Santo Agostinho (354-430):

afirmava que a criação saiu do nada: Deus criador.– Estuda questões humanas como os hábitos (forma

inferior de memória).

Segundo momento• Escolástica

– São Tomás de Aquino (1224-1274)– A escolástica buscava um aspecto educacional de um povo

que já era cristão.– Forte influência de Aristóteles (não se pode haver

contradição entre as verdades provenientes da experiência dos sentidos, porta de todo o conhecimento, e as verdades da fé, pois provêm da mesma fonte: Deus) (FREIRE, 1997).

– Nega a concepção de ideias inatas e considera o ensino importante para transformas as virtudes em realidade.

Finalizando Idade Média

• Período longo: século V a XV.• As discussões não trouxeram grande colaboração

para o desenvolvimento da psicologia e das ciências em geral.

• A escolástica representou um avanço, mas seus achados ainda estavam presos às deduções filosóficas e não tinham valor científico.

• Assim... tendo DEUS como centro, o objetivo era concordar e submeter o saber ao dogma cristão (à Sagrada Escritura) (FREIRE, 1997).

Resumindo

• Agostinho: Séc. IV. Deus como verdade suprema, e conhecer a Deus era o objetivo supremo da mente. A verdade reside dentro de si. Reinterpretou Platão.

• Tomás de Aquino: Séc XIII. Reinterpretou Aristóteles. Instituiu a escolástica: disciplina que readmitia a razão humana como complemento da fé religiosa na busca da verdade.

Mudanças...

• Séc. XII: renovação cultural e econômica. Aumento da população. Enfraquecimento do Feudalismo. Crescimento das classes mercantes (burguesia).

• Surgimento das primeiras universidades: Bolonha, Paris, Oxford, Cambridge.

Crises

• O calamitoso século XIV:• Guerra civil na Inglaterra e França,• Guerra entre Fança, Inglaterra e Itália,• Os papas, os reis “loucos”, os cavaleiros

sem lei,• Os impostos exorbitantes,• A peste Negra (1348-1350).

Um novo tempo

• No despontar da Idade Moderna (século XV), o teocêntrismo deixa de prevalecer e é revivido o antropocêntrismo dos tempos antigos.

• O início dessa época foi marcado pelo Renascimento, havendo mudanças gerais, em todas as áreas alcanças pelo homem (FREIRE, 1997). As mudanças vieram com as crises que afetaram a Europa.

Alguns Fatos e MudançasAlguns Fatos e Mudanças• Introdução da pólvora na Europa no século IV ajuda a

enfraquecer a estrutura feudal;

• Invenção da Imprensa (1443) - A máquina tipográfica de Guttenberg quebra o monopólio clerical;

• Queda de Constantinopla (1453) – Representando o fim do Império Romano;

• Expansionismo Marítimo e Descoberta do Novo Mundo (1492);

• A Reforma e a importância de M. Lutero (1517)

Fatos e MudançasFatos e Mudanças

• Tradução dos trabalhos matemáticos de Arquimedes (1544)

• Arts Magna de Cardano (Introdução da álgebra na Europa) (1545).

• Invenção do microscópio (1595).

• Galileu Galilei (1610) - Sidereus Nuncius – uso do telescópio descobre que a terra não era redonda

• 1628 – On the Motion of the Heart and Blood in Animals - William Harvey.

A maior invenção

• A maior realização técnica do Renascimento foi a invenção da imprensa, o que tornava a impressão de livros mais barata.

• Isso tornou o conhecimento disponível para um número relativamente grande de pessoas (HOTHERSALL, 2006).

Mudanças CaracterísticasMudanças Características• Plano geográfico: expansão geográfica, devido aos

grandes descobrimentos• Plano espiritual: queda do dogmatismo.• Plano religioso: reforma e contra-reforma• Plano das ciências: a evolução da biologia com a

dissecação de cadáveres• Plano literário: recuperação dos autores greco-romanos da

antiguidade e produção de novas obras.• Plano Econômico: afirmação do mercantilismo• Plano político: criação dos novos Estados• Plano Social: ascensão da burguesia. • Plano da Astronomia: confirmado o sistema heliocêntrico.

A TERRA DEIXA DE SERA TERRA DEIXA DE SER O CENTRO DO MUNDO: O CENTRO DO MUNDO:

isso gera uma crise no isso gera uma crise no modo de ser do homemmodo de ser do homem

Teoria Heliocêntrica de Copérnico (1543)

Nicolau Copernicus (1473-1543)Nicolau Copernicus (1473-1543)• Polonês, estudou nas

Universidades de Bolonha e Pádua

• Livro concluído em 1530; publicado em 1543:

De Revolutionibus Coelestium Orbium (Sobre a Revolução das Esferas Celestes)

• Seu sistema foi rotulado como absurdo e anti-religioso.

Sistemas de Ptolomeu e CopérnicoSistemas de Ptolomeu e Copérnico

Sistemas de Ptolomeu e CopérnicoSistemas de Ptolomeu e Copérnico

Outros nomes que marcaram o percurso das

idéias.

Martinho Lutero (1483-1546)

• Em 1517 ele denunciou o papado.

• Liberta o homem das penitências.

• Mantém que o aperfeiçoamento da vontade depende da graça de Deus.

• Com ele se inicia a Reforma que dividiu a Cristandade Ocidental nas Igrejas Católica Romana e Protestante.

Galileo Galilei (1564-1642)• Deixa a física especulativa para trabalhar

com medidas exatas.• Descobriu a lei dos corpos que caem, as

parábolas dos projéteis; • Estudou a mecânica e a força dos

materiais. Apurou o entendimento e o funcionamento das lentes ópticas.

• Italiano, foi professor nas Universidades de Pisa e de Pádua.

• Fez observações astronômicas e descobriu que a Terra não era redonda.

• Foi condenado a renunciar à sua obra pela Igreja (Só em Novembro de 1992, O Papa João Paulo II reconheceu que a Igreja errou a condenar Galileo.

Johannes KeplerJohannes Kepler (1571-1630)(1571-1630)

• Seguindo Copérnico, apresenta descrições matemáticas acuradas para a órbita planetária.

• “Sem os experimentos adequados não concluo nada”

• Aliança da teoria (matemática) com a observação.

• Teoria da inversão de imagens na retina.

Outros nomes• Nicolau Maquiavel (1469- 1527): É reconhecido como

fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser.

• William Shakespeare (1564-1616): poeta e dramaturgo inglês. Baseava suas obras em coisas do cotidiano, assim como eventos e fatos históricos.

• Isaac Newton (1642-1727): Estudo da gravidade: “ a mesma força que impulsiona uma maça para o chão também segura a lua em sua órbita ao redor da terra e esta ao redor do sol” (HOTHERSALL, 2006).

Pietro Pomponazzi Pietro Pomponazzi (1462-1525(1462-1525)

O homem não é certamente de uma natureza simples, mas múltipla, de uma natureza certa mas ambígua (...) ele não é puramente temporal nem puramente eterno, desde que compartilha ambas as naturezas. E para o homem que assim existe como uma média entre as duas, é dado o poder de assumir qualquer natureza que deseje [1516].

• Está surgindo uma nova concepção de ser humano.

• O ser humano passa a ser ampliado e aprofundado.

• A elaboração de uma nova concepção de homem baseada no estudo e na observação.

Mudanças na Concepção de Ser humanoMudanças na Concepção de Ser humano

Caráter Polifônico

• A renascença foi uma época de muitas vozes;

• O mundo ampliou seus limites com a descoberta da América;

• O comércio mundial trouxe línguas, produtos e crenças que não eram conhecidas.

• Abre-se espaço para a liberdade imaginativa que leva também a necessidade da observação exata.

• Diminui o abismo entre a cultura popular e a cultura elitista;

• A sociedade vai encontrando sua abertura e revoluciona a memória.

• O desmoronamento da cosmovisão cristã cria a necessidade de uma nova cosmovisão, de uma nova ontologia.

• Onde encontrar certeza?• O que é a verdade?• O homem se amplia, se diversifica, mas

sofre com a angústia das possibilidades.

Aspecto Ontológico

Idéia BásicaIdéia Básica

• O Renascimento veio, assim, despertar a consciência para a formação do espírito científico:– Não se pode assumir coisas que não são

logicamente necessárias.

Assim...

• As preocupações com o conhecer (conteúdo) e com o como conhecer (método), foram indispensáveis para o desenvolvimento da ciência.

• A observação, a experimentação e a quantificação resultaram na organização do Método Científico.

Segue o debate entre:

• A racionalidade da ciência e a irracionalidade da vontade.

Está nascendo o psicológico dosnossos tempos atuais.

Pós- Renascimento • Raiz Científica • Raiz Filosófica

Movimento que levou a psicologia a ser autônoma.Três movimentos (Freire, 1997):1- EMPIRISMO CRÍTICO = Saber como se adquire o conhecimento. (Descartes, Hobbes, Locke, Berkeley,

Hume, Kant).

2- ASSOCIACIONISMO BRITÂNICO = Saber como umas idéias geram outras e estudar os problemas dentro das ciências naturais, estabelecendo leis. (Mill, Stuart Mill, Spencer, Darwin, Bain).

3- MATERIALISMO CIENTÍFICO = Procurava descrever os organismos vivos e seus problemas como se descreve uma máquina. (Escolas: Alemã, Francesa

e Britânica).

- Formação do espírito científico

- Conteúdo e Método

- Processo de desenvolvimento das ciências:AstronomiaFísicaQuímicaBiologia: Fisiologia (função) Anatomia (estrutura)

- A quantificação (medir o curso das estrelas, quantificar reações químicas, mensurar as reações psicofísicas).

- O desabrochar da psicologia Experimental

Referências• FREIRE, I.R. Raízes da psicologia. Petrópolis: Vozes,

1997. • GOMES, W. Renascimento. Apresentação disponível

em: http://www.ufrgs.br/museupsi/ • HOTHERSALL, D. História da psicologia. São

Paulo: McGraw-Hill, 2006. • VIDAL, F. “A mais útil de todas as

ciências”.... In: JACÓ_VILELA, A. M.; FERREIRA,A.A.; PORTUGUAL,F.T. (Orgs) História da Psicologia: rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau Ed., 2006.