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Portefólio Reflexivo das Aprendizagens
Carlos Sena
ESCOLA SECUNDÁRIA DE MANUEL DA FONSECA - SANTIAGO DO CACÉM
CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES (CNO)
Carlos Manuel da Silva Duarte de Sena
Processo R.V.C.C. 2010/2011
Escola Secundária Manuel da Fonseca de Santiago do Cacém.
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Índice
Pagina
Introdução. . . . . . . 3
Biografia . . . . . . 5
Infância . . . . . . . 10
Adolescência . . . . . . 12
Vida social . . . . . . 17
Colaboração a nível social . . . 19
Percurso profissional . . . . 21
Um projecto em consequência do desemprego
. . . . . . . . . 38
O escondido do cinzelado . . . 44
Carlos Manuel da Silva Duarte de Sena
Processo R.V.C.C. 2010/2011
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Fig 1: Foto aérea da cidade da Beira, Moçambique, nos anos de 1973, Cidade onde fui criado.
Introdução
Tomei conhecimento do processo R.V.C.C. falando com pessoas
amigas e através da comunicação social.
Ao ficar desempregado, resolvi abrir o meu próprio posto de trabalho
através do I.E.F.P. e para que a empresa em que vou investir fique
devidamente licenciada é aconselhável ser certificada pela D.G.E. No
decorrer de todo este percurso burocrático, apercebi-me, de que faltava o
certificado de habilitações, equivalentes ao nono ano de escolaridade.
Tentei por todos os meios adquiri-los, esforço feito em vão porque, o
Ministério da Educação de Moçambique, não encontrou quaisquer
documentos referentes ao meu nome. O certificado de habilitações do
6º ano, foi-me passado através de uma declaração feita pelo Estado
Maior da Força Aérea, não me deram uma equivalência superior,
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porque, não fiz o curso de sargentos, atitude não tomada por mim,
devido nunca ter pensado seguir a carreira militar. Foi precisamente
neste momento que decidi dirigir-me ao Centro Novas Oportunidades da
Escola Secundária de Manuel da Fonseca e inscrever-me para poder ser
certificado com o 9º ano, ou até um superior grau de escolaridade.
As expectativas em relação ao processo R.V.C.C. são algumas, a
principal é a aquisição de um certificado de habilitações que tanta falta me
está a fazer, e que por obra do destino, após o 25 de Abril, e o regresso
dos retornados, “classe a que eu pertenço”, nos obrigou a abandonar e
a esquecer uma serie de bens e de documentos que, nem nos passou
pela cabeça, vir-nos a fazer falta. Fomos obrigados a agir assim, por
tudo um mau ambiente criado por uma revolução não preparada e uma
independência feita sem o mínimo de formação e orientação política.
Fig 2: Bandeira de Moçambique.
Para além destes contratempos e voltando ao R.V.C.C., de certo
vou adquirir novos conhecimentos, rever matérias esquecidas ou
adormecidas ao longo dos tempos, relacionar a aprendizagem com o nosso
dia a dia, coisa que fazemos e nem nos apercebemos de tal. Como as
técnicas de ensino são mais esmeradas do que nos tempos em que eu
era um jovem, é certo que irei melhorar os meus conhecimentos e
adquirir novas experiencias.
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Biografia:
Fig 3: Eu a trabalhar num servidor.
Chamo-me Carlos Manuel da Silva Duarte de Sena, tenho a
nacionalidade Portuguesa, e sou natural de Coimbra, Sé Nova, nascido no
ano de 1955, no mês de Janeiro e no dia 20.
Fig 3: Meu querido e falecido Pai
Sou filho de Dionísio Nunes Duarte de Sena, ex estudante da
Universidade de Coimbra,
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Fig 4: A minha querida Matriarca
e de Ernestina Pereira da Silva Duarte de Sena, ex solista violinista.
Fig 5: Minha querida mãe com 16 anitos, ainda eu não era sequer projecto.
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Fig 6: A minha querida esposa.
Sou casado com Vera Lucia Menezes da Silva Duarte de Sena, autora da tela
que podemos ver em segundo plano na Fig 5, tenho dois filhos, um biológico
e o outro por afinidade, visto ser só filho da minha esposa, o que não impede
considerá-lo e até amá-lo.
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Fig 7: O meu querido Isaac no exercício das suas funções.
O primeiro chama-se Isaac Costa Duarte de Sena, nascido em 1980 aqui em
Santiago do Cacém, concluiu o curso de Conservatório,
Fig 8: O meu querido Valério e a sua simpatia
o segundo é o Valério Saraiva da Silva, nascido em 1982, em Gravataí, Brasil,
tem o décimo segundo ano completo e trabalha com a família na nossa
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empresa de informática a que demos o nome de Kavaisver. Este nome nasceu
da junção das primeiras sílabas de cada um dos nossos nomes. Explico: Ka de
Kamane, va de Valério, is de Isaac e ver de Vera. Pode ser visitada
virtualmente por intermédio da extensão: http://www.kavaisver.com.
Considero-me uma pessoa decidida, empreendedora, calmo, dedicado,
teimoso, “teimando até prova em contrário” porque sei que ninguém é dono
da verdade e que é bem certo o provérbio que diz: cobra que não muda de
pel, morre. Também tenho um jeitinho para “fazer chegar a água ao meu
moinho” porque normalmente tento todas as hipóteses para alcançar os
meus fins tendo em consideração os meios para que estes não se virem
contra mim.
Fig 9: Loja Kavaisver em Vila Nova de Santo André
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Infância:
A minha infância foi em contacto com a natureza, por ter sido criado em
Moçambique, Colónia para onde os meus pais foram por motivos de
trabalho da parte do meu pai, foi colocado na cidade da Beira para gerir a
firma Bucelato, que era uma empresa de ferragens e ferramentas, isto nos
primeiros dias do anos de 1957, tinha eu quase dois anitos.
Fig 10: eu em 1958
Não tenho lembrança alguma do meu país natal até ter regressado. A
minha infância foi limitada, visto ter padecido de asma, por esse motivo, não
poder fazer tudo aquilo a que uma criança tem direito. Quando me animava um
pouco mais, escusado será dizer, que os meus professores ou algum adulto que
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estivesse responsável por mim, tinha de chamar os meus pais, porque eu
chegava a perder os sentidos devido aos enormes ataques de asma que me
inibiam a respiração, causados pela euforia da brincadeira a qual, eu não sabia
nem tinha a noção de ter de ser controlada.
Fig 11: Eu em 1961
Por este mal que me afectou até aos meus dezasseis anitos, fui privado de
inúmeras coisas que fazem parte do desenvolvimento físico, psíquico e emocional
de qualquer criança. Lembro-me, de os meus pais terem corrido seca e meca
para me resolverem este problema, mas, todas as tentativas saíram
frustradas, chegaram a viajar comigo para a África do Sul e Rodézia, agora
“Zimbabwe”. Tenho a imagem de Hospitais muito bem organizados, com
uma higiene estrema e uma alimentação esmerada, pois, eu era um pisco a
comer e tudo me sabia bem nessas instituições Hospitalares.
Fig 12: Eu em 1963
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Nunca fui um aluno exemplar, sempre fui aquele aluno de suficiente,
porque, nas disciplinas de Português, Inglês, História, Francês, Geografia,
Botânica eram um problema, por mais que me esforçasse, parecia que não era
nada comigo, o aproveitamento era mínimo, enquanto que, na Matemática, Física,
Química, Desenho, Trabalhos Oficinais, era uma brincadeira, fáceis de entender e
como tal, ia para as aulas com um ânimo completamente diferente do que levava
para as aulas das disciplinas que eu menos gostava.
Adolescência:
Fui um pouco “Maria vai com as outras” ao querer entrar para a E.R.A.
“Escola de Regentes Agrícolas” de Vila Pery, fi-lo, não por ter vocação para a
agricultura, mas sim, por todos os meus amigos mais chegados terem
enveredado por esse lado. Recordo que o meu querido e falecido pai, me estar
sempre a dizer: filho, olha que tu não tens vocação nenhuma para ires para essa
escola, mas sim, para tudo o que se relacione com tecnologia, vai para a Escola
Industrial que de certo terás mais aproveitamento…
Como jovem e, convicto de que quem sabia era eu, errei e descobri mais
tarde que não sabia distinguir um pinheiro de um cipreste, seria um regente
agrícola ou um agrónomo falhado, afinal, quem tinha sabedoria era o meu pai e
não eu. Para não perder anos de escolaridade, meu querido pai aconselhou-me a
ir para a F.A.P. “Força Aérea Portuguesa”, a fim de poder aprender uma profissão
relacionada com a minha vocação e com um grau de especialização muito bom.
Depois de muito errar, resolvi dar ouvidos às sábias palavra de meu pai e
ofereci-me como voluntário para a F.A.P. com o intuito, de vir a especializar-me
num curso intitulado de M.M.A. que significa ”Mecânico de Material Aéreo”.
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Fig 13: Eu na F.A.P. já como aluno nos finais de 1973
Assim fiz, fui alistado na Força Aérea Portuguesa em 1973, e colocado
na B.A.2 “Base Aérea da Ota” para fazer a recruta e em seguida o dito curso
de M.M.A,
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Fig 14: Entrada da B.A.2 Ota
Esta escolha acertada, influenciada pelo meu patriarca que era um Homem
muito calmo e sábio, com o seu jeitinho me soube fazer ver, que se eu já tinha
perdido tempo precioso a fazer o que não devia, estava agora na hora de acertar
e poder recuperar algum tempo. Para além de poder aproveitar uma formação, de
qualquer modo, teria de cumprir o serviço militar, assim, mataria dois coelhos com
uma só cajadada. No final do curso, consegui uma média de 12,45 numa
pontuação de 0 a 20, ainda na F.A.P. tive a oportunidade de me especializar em
instrumentos, “aparelhos de comando e controlo de aeronaves”, conhecimentos
que se têm vindo a demonstrar muito úteis no desempenho de profissões
relacionadas com a instrumentação industrial e com a informática.
Depois de ter saído da F.A.P., inscrevi-me no S.I.E.S.I que é o “Sindicato
das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas”, onde frequentei e concluí o curso de
electricista, por dificuldades reconhecidas que mais à frente explico. Fui
então certificado com uma carteira profissional, e adquiri conhecimentos
que me têm garantido um bom desempenho profissional.
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Fig 15: Imagem da 1ª via da minha Carteira Profissional
com o nº 102.128, em que a primeira via é datada de 9 de Outubro de 1979 e que
me dá a categoria de Oficial na especialidade de Baixa Tensão.
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Fig 16: Imagem da 2ª Via da minha Carteira Profissional
Na segunda via que é datada de 26 de Maio de 2003, e com o mesmo
numero, foram-me averbadas as especialidades de Baixa Tensão, Alta
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Tensão, Rádio e Electrónica e Redes de Distribuição com a categoria de
Oficial, estas especialidades só me foram averbadas depois de prestar provas
e apresentar comprovativos.
Vida Social:
Falando um pouco da minha vida social, relaciono-me bem com todo o tipo
de pessoas, sem olhar a estatutos nem a classes sociais, e como colaboro um
comércio, devo estimar e considerar todas as pessoas para que não
venhamoa a fechar a porta no dia de amanhã, ajudo sempre que possível em
acções de solidariedade.
Não sou pessoa de perder tempo em bares
ou na vida nocturna. Adorar a mansidão e a
pacatez da noite para poder criar, visto, estar
ligado e ocupar a maior parte dos meus tempos
livres a cinzelar metal “latão” ou a esculpir
pedras pois é como se fosse um desabafo de
recalques do dia a dia, um escape de energias
acumuladas que só podem ser derramadas
sobre matérias inertes visto estarem isentas de
quaisquer tipo de sentidos tais como: tacto,
orientação, sensibilidade, ou seja estou à
vontade para descarregar sem ferir ninguém. Fig 17: Escultura em pedra “Queremos”
Este modo de ocupar o tempo a criar algo que me vem da alma, tem-me
sido útil no conhecimento de novas pessoas, novos relacionamentos em que
alguns se chegam a transformar em boas amizades. Adquiro, também, amigos
virtuais por intermédio do meu site publicado na internet. Esta oportunidade é-
me dada cada vez que exponho ao público os meus trabalhos, seja em feiras,
galerias, centros culturais ou estatais.
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Encontro-me representado no Museu de Arqueologia e Etnografia de
Setúbal com um prato em latão cinzelado. Tenho também publicado na Internet
parte do meu trabalho que pode ser visto na extensão http://www.kamane.com
ou
http://videos.sapo.cv/mlcAWKyZ6QF17wiDRsrf
Fig 18: Eu e uma das minhas obras, a qual contem uma mensagem escrita
no rendilhado do cinzelado.
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Colaboração a nível social:
Já há muitos anos, e se não me falha a memória, sou sócio fundador
dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Santo André. Lembro-me da
inauguração e baptismo do primeiro Jeep comprado por essa instituição,
parte do capital angariado para a compra deste Jeep, foi adquirido
através de leilões nos quais uma das minhas obras foi leiloada depois
de ter sido oferecida por mim para esse fim. Também sou sensível a
quaisquer tipo de festas para angariação de fundos. Não pertenço nem sou
sócio de mais nenhuma instituição mas, sempre que sou abordado
na via pública por alguma, como por ex. Liga Portuguesa Contra o
Cancro, dou a minha quota-parte por achar que devo, visto não
ter outro modo de colaborar nessa causa, ou na porta de um
qualquer Super Mercado pelo Banco Alimentar Contra a Fome,
colaboro dentro da medida do possível, dependendo da minha
disponibilidade financeira do momento.
Estas instituições devem ser apoiadas e acarinhadas devido a ser cada vez
mais e maior a desigualdade social, o desemprego, as carências
económicas das classes mais baixas e no caso da Liga Portuguesa Contra o
Cancro, cada vez mais e com mais frequência, aparecem novas
degenerações genéticas que requerem atenção e estudos aprofundados aos
quais são essenciais verbas incalculáveis. Se não for a boa vontade e um
pouquinho de todos nós, essas investigações acabam por morrer na praia ou
até mesmo, não chegariam a ser iniciadas.
Como quase todos nós, e graças a Deus, temos roupas que já não
utilizamos, até mesmo calçado que já não nos serve por este ou aquele
motivo, e que estão em muito bom estado, normalmente, entrego-os na
Junta de Freguesia de Santo André, que por sua vez se
encarrega de fazer a entrega a instituições de caridade
como por exemplo: Cáritas.
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Já há alguns anos, desde que o nosso estabelecimento comercial
funciona “Kavaisver”, começamos a acumular “monos” que são P.Cs.
adquiridos como retomas, são máquinas descontinuadas, e como tal, sem
valor comercial, em vez de as deitarmos fora para ecopontos ou mandá-las
para os centros de reciclagem, damos-lhes um jeito, pomo-las a trabalhar de
forma correcta, capazes de serem operadas com fidelidade. Na maior parte
das vezes, aproveitamos componentes de duas três ou quatro máquinas que
estão armazenadas nas prateleiras dos monos a ocupar espaço, depois de
prontas, passam para a prateleira das dádivas. Na primeira oportunidade
que temos, quando sabemos que o casal X tem um filho que adoraria ter um
P.C., mas que não tem possibilidades de o adquirir por dificuldades
financeiras, com todo o cuidado para que não venhamos a ferir
susceptibilidades e de acordo com os pais, informamo-nos da data do seu
aniversário ou uma outra qualquer data festiva, para presentear a criança.
Normalmente para o receptor é a “cereja no topo do bolo” e para nós, “é o
libertar de espaço e o poupar do incómodo de todo um processo burocrático
e dispendioso” a fim de mandar-mos o material obsoleto para a
reciclagem. As dádivas já feitas, trouxeram-nos lucro de três modos:
primeiro, libertamos espaço que hoje em dia é tão escasso, segundo, demos
utilidade e valorizamos algo descontinuado e sem valor comercial, em
terceiro lugar e na realidade o mais importante, é termos ganho não
comercialmente, mas sim, grandes pequenos amigos que nos enchem a
alma ao pedirem a seus pais para, atravessarem a estrada com o intuito de
nos presentear com um chi-coração e um beijinho, que, quando vindo de
uma criança tem outro sabor e nos enche a alma como se de um tsunami se
tratasse.
Por esta atitude das crianças, posso eu imaginar o quanto é gratificante
ter um local onde possa ir buscar os bens essenciais, como deve ser bom
saber que ali está um cobertor pronto a me agasalhar e aconchegar na noite
fria que promete a má sorte, um par de sapatos que me possa separar do
frio e molhado chão de inverno. Ó Deus meu, Te rogo, para que me dês
sempre oportunidade de poder ter estas dádivas para partilhar e que me
protejas de um dia ter de as mendigar.
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Percurso profissional:
Ainda no meu tempo de estudante, quando tinha tempo para isso, ou
quando nos encontrávamos de férias, a minha brincadeira predilecta era
desmontar e montar qualquer tipo de máquina.
O meu pai, que era proprietário de uma representação automóvel, e
por consequência tinha uma oficina para dar assistência a avarias, sendo ele
um jeitoso de mãos, tinha como objectos decorativos nas paredes e
prateleiras da sua garagem de casa, todo o tipo de ferramentas a que ele
mesmo dava utilidade. Eu e os meus amigos, principalmente no tempo de
férias, como já foi referido, chegávamos a monopolizar todo o espaço da
garagem, a ponto de, o meu querido pai ter de deixar o seu automóvel fora
do telheiro, porque, a minha moto e a dos meus amigos, tomavam conta do
espaço que por direito pertencia ao carrito do meu pai.
Minha mãe perguntava ao meu pai: Dionísio… não te incomoda que o
Kamane ocupe toda a garagem com essas máquinas barulhentas e que
utilize a ferramenta da qual tu tens tanto brio? Meu pai, com a sua calma e
diplomacia alegava o seguinte: filha… enquanto ele me revolta a ferramenta
e me põe essas máquinas barulhentas a trabalhar, eu estou descansado,
porque, sei por onde ele anda, o que anda a fazer, e para além disso, ele
está nas suas sete quintas, como agrónomo vai ser um falhado, mas como
técnico, está a dar os seus primeiros passos.
Pois bem, meu pai era o senhor da razão, e aos dezoito anos, deixei de
estudar nas escolas convencionais, e ofereci-me como voluntário para a
F.A.P., inscrevi-me no curso de Mecânico de Material Aéreo.
Fui alistado em 1973, na Base Aérea da Ota onde fiz a recruta e
posteriormente passei a ter aulas que mais tarde me poderiam dar direito
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a um diploma de M.M.A, caso tivesse aproveitamento, como referi em
“Adolescência”. Nestas aulas, senti-me como peixe na água, porque veio a
mim a resolução de inúmeros problemas com que eu me debatia quando
brincava com a ferramenta na garagem do meu pai. Defrontei-me com tudo
aquilo que queria e que gostaria de saber. Enquanto que, nas escolas que
frequentei durante a minha vida civil eram um martírio, na vida Militar essas
aulas eram um prazer, tirando as aulas de Português e as de Inglês,
causadoras da minha baixa média no fim do curso.
Como atrás referi, adquiri o meu diploma estabelecido pelo Decreto Nº
41492, de 31 de Dezembro de 1957 na data de 31 de Julho de 1974
assinado Pel’ Chefe do Estado Maior da Força Aérea, O Comandante da
B.A.2 Abel Orlando Rebelo de Sousa Queiroz, Coronel Piloto Aviador.
Após o período de aulas, foi-nos dado trinta dias de férias a partir
do dia primeiro de Agosto e uma guia de marcha para me apresentar
nas O.G.M.A.
Fig 19: Portão de entrada das O.G.M.A.
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Depois das férias, fui mobilizado para desempenhar as funções de
M.M.A. nas O.G.M.A. “Oficinas Gerais de Material Aeronáutico” em Alverca
do Ribatejo onde me apresento para trabalhar no dia 31 de Agosto do
mesmo ano.
Fig 20: Imagem aérea da Base Aérea de Alverca do Ribatejo.
Depois de me apresentar no departamento de pessoal das O.G.M.A.,
fui encaminhado para o departamento de manutenção, o qual me
encaminhou para o hangar nº 3, depois de lá chegar, fui reencaminhado
para o hangar nº 10, a fim de me darem o meu primeiro trabalho.
Fig 21: Imagem de um hangar com dois Avião Legacy 600
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Por incrível que pareça, defrontei-me com um hangar completamente
vazio e com um, dois ou três milhares de pegadas pintadas no chão, de cor
amarelo florescente, que se dirigiam para todos os lados, criando uma
confusão de sentidos. Acontece que depois de as começarmos a seguir,
com uma atenção extrema, elas tinham uma sequência lógica conduzindo-
nos a algum lugar mas que, de modo algum seria capaz de deduzir onde
seria o seu final.
Foi-me ordenado que as seguisse, e se por acaso me perdesse, teria
de voltar ao inicio, que se encontrava na entrada do hangar. Como estava ali
para cumprir ordens, comecei a segui-las e logo notei que tinha um Praça a
controlar o que eu fazia. Depois de me ter enganado, logo me foi dito pelo
referido Praça para que voltasse ao inicio, acto que se repetiu uma série de
vezes, e ao fim de dois dias, cheguei a por o pé na ultima pegada que se
encontrava imediatamente antes de uma porta fechada, parei, e perguntei: e
agora? O Praça, sem me dizer nada, agarrou no seu walkie talkie e chamou
os meus superiores ordenando-me que aguardasse. Momentos depois, a
equipe com quem eu ia trabalhar, chegou ao hangar onde eu estava, numa
algazarra contaminante ordenando-me que abrisse a porta e que nunca
esquecesse a lição que eu ia acabar de ter. Assim o fiz, abri a porta e qual é
o meu espanto… deparo-me com um placard que tinha escrito em letras
garrafais a seguinte mensagem: Aqui não dá para brincar, não há
bermas para encostar.
Nestas oficinas, o trabalho era a coisa mais séria que qualquer um de
nós poderia ter, nada poderia ser mais importante do que todo um trabalho
desenvolvido por uma equipa que tinha em suas mão a vida de pilotos de
aviões “caça”, que se deslocavam a “Mach 1” o que quer dizer ultrapassar a
velocidade do som uma vez. Estas aeronaves são propulsionadas pelos
chamados motores de reacção, turbinas ou de inflamação continua.
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Fig 22: Turbina, motor de reacção ou de inflamação continua.
Em conjunto com toda esta seriedade reinava um espírito de
brincadeira salutar que nos chegava a fazer esquecer a hora de saída, e nos
criava um ânimo a ponto de nos fazer desejar que o tempo de lazer
passasse, para podermos mergulhar novamente na brincadeira de um
trabalho levado muito a sério.
Em 1976, foi-me dada a oportunidade de tirar um curso de mecânica
de precisão e instrumentação, baseado em todo o sistema de comando e
controlo de aeronaves, como por ex: tubos pitot, que servem para medir a
velucidade, altímetros, indicadores de inclinação lateral, sensores de
pressão atmosférica conhecidos por barómetros, presostatos que são
controladores de pressão, termóstatos que são controladores de
temperatura, etc. Foi a melhor escola por onde eu passei e que durou até
aos fins de 1978, ano em que passei à disponibilidade.
De 1975 a 1978, visto o ordenado de um militar não dar para aquelas
coisas que todos os jovens ambicionam, resolvi colaborar em “part time” com
a empresa Apolinário Duarte F. Maia, em trabalhos de electricidade, onde
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me defrontei com uma série de dificuldades por falta de conhecimentos.
Resolvi, então, aproveitar o tempo livre que tinha, visto ter terminado o
serviço Militar, e ter passado à disponibilidade, para me inscrever no
S.I.E.S.I. a fim de ter formação no campo da electricidade.
Dos finais de 1978 aos finais de 1979, vim para a área de Sines por
intermédio da firma E.N.I. “Electricidade Naval e Industrial” a fim de
colaborar na montagem da C.N.P. “Companhia Nacional Petroquímica”,
trabalho que me foi muito útil, visto ter-me dado uma grande experiência
profissional ao me ter posto em contacto directo com a montagem de
aparelhos de instrumentação industrial.
Ainda nos finais de 1979, fui contactado pelo Sr. Eng. Adelino Pereira que
era um dos responsáveis pelo Gabinete de Área de Sines, a fim de colaborar
na fiscalização, montagem e arranque da Barragem de Morgavel
Fig 23: Barragem de Morgavel
e E.T.A. “Estação de Tratamento de Águas.
Fig 24: E.T.A. de Morgavel
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Aceitei este desafio que teve inicio logo nos primeiros dias de 1980. Neste
trabalho quero fazer realçar a montagem da única estação de produção de ozono,
“O³”, montada no nosso País até essa data. Este trabalho foi muito interessante
porque me fez entender a influência da Alta Tensão, “corrente contínua” em
relação à molécula de oxigénio, “O²”.
Fig 25: Gráfico representativo de uma célula de bombardeamento de O² e integração em O³
Mantive-me a trabalhar no G.A.S., “Gabinete da Área de Sines”, até aos
finais de 1987 depois de ter feito o arranque da estação de tratamento de águas e
da Barragem de Morgavel.
Ainda e no final de 1987, fui convidado pela firma Manindustria para fazer
parte da equipa de manutenção que iria actuar nas instalações da C.P.P.E. ao
abrigo de um caderno de encargos, no qual passaria a ser “Manindustria”
responsável pela manutenção eléctrica e instrumentação da Central
Termoeléctrica de Sines. Este trabalho iniciou-se nos primeiros dias de 1988 e
prolongou-se até ao final de 1990.
Ainda em 1990 entrei para a firma “Marpe Abengoa” onde colaborei na
montagem, aferição e calibração da instrumentação e sala de controlo, da fábrica
de Metanol pertencente ao Grupo Neste. Este trabalho prolongou-se até Julho de
1991. No mesmo mês e pela mesma firma, colaborei na transformação do posto
nº 2 da A.P.S. “Administração do Porto de Sines” que estava preparado para
receber carvão e passou a receber Nafta. A minha colaboração foi da parte de
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instrumentação e controlo e do sistema de incêndios. Mantive-me neste trabalho
até depois dos ensaios e arranque, obra que se prolongou até Maio de 1992.
Ainda em Maio de 1992 colaborei na montagem de instrumentação da
parte nova da Petrogal, também colaborei na aferição e calibração de
instrumentos, comando e controlo. Este trabalho foi feito por intermédio da firma
Enelec e durou até Dezembro do mesmo ano.
Fig 26: Eu a trabalhar na fachada de queimadores na E.D.P. de Sines a afinar laigt off
Em Janeiro de 1993 propus-me e comprometi-me com a firma A.T.M., a
calibrar umas peças chamadas de “laigt off”, que eram sempre beneficiadas em
todas as paragens. Consistem nuns registos de controlo de fluxo de ar contínuo e
variável para que se mantenha uma mistura de combustível / ar, linear, numa
proporção de 7% de combustível para 93% de ar. As peças que controlam a
abertura e fecho destes registos, são uns actuadores eléctricos chamados de
Rotork. Este trabalho tem um grau de dificuldade superior por ter de ser aferido a
frio e o seu trabalho normal é a quente, por volta dos 290ºC no exterior. Estas
aferições são feitas com a seguinte relação: 4mA a 20mA equivalente a 0% e
100%. A discrepância entre a aferição a frio e o funcionamento a quente, é devido
ao fenómeno de dilatação que qualquer corpo está sujeito ao ser exposto a
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variações de temperatura. Posso dizer que tive sucesso no cumprimento deste
meu compromisso com a firma A.T.M. por ter adquirido uma série de
conhecimentos no curso de M.M.A., visto os motores de reacção serem
calibrados a frio e em pleno funcionamento chegarem a atingir 1600ºC dentro das
câmaras de inflamação. Este trabalho passou a ser-me entregue na quantidade
de quatro vazes por ano e vinte unidades de cada vez. Estes “laigt off”
mantiveram-se montados e em funcionamento na fachada de queimadores da
C.P.P.E. “Central Termoeléctrica de Sines” até Setembro de 2005, os quais foram
substituídos por tecnologia mais recente nos anos de 2004/2005.
Nos anos de 1993 a 1995, colaborei na reconstrução, restauro e adaptação
do convento de São Francisco em Beja. Este convento foi transformado numa
Pousada, por isso, teve de ser adaptado com o conforto que um Hotel exige.
Fig 27: Convento de São Francisco em Beja.
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Fig 28: Pousada de São Francisco em Beja
A minha participação foi no campo eléctrico e electrónico, como por ex.
circuitos de iluminação, tomadas, alimentação de máquinas, sistemas de
incêndios e segurança. No campo da segurança, foram aplicados detectores de
fumo, detectores de gás, detectores de chama, detectores de presença e intrusão,
e um complexo sistema de Hidrantes.
Fig 29: Sala de refeições Fig 30: Sala de estar.
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Fig 31: Vista da piscina da Pousada de São Francisco.
Em 1995, fui contactado pelo Eng. F.A.B. da firma Sisaqua, a fim de tentar
por em funcionamento a Estação de Tratamento de Águas Residuais da Ribeira
de Moinhos em Sines.
Fig 32: Imagem do Google Earth, “vista da E.T.A.R. Ribeira de Moinhos
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Esta instalação, não trabalhava, em automático, nem em manual. O
sistema instalado nesta estação era em lógica cablada, composta por milhares de
relés, os quais continham oito contactos cada. Estes contactos eram avançados à
abertura, avançados ao fecho, retardados à abertura, retardados ao fecho,
temporizados à abertura ou ao fecho, e outros pormenores mais. Todos estes
relés interligados formavam circuitos chamados de is, ous, andes, nandes, ores,
nores e tudo o que compõe um circuito lógico. Aceitei o desafio e iniciei o
trabalho, ao fim de 72 horas seguidas, com algumas pequenas interrupções para
que me pudesse alimentar com simples sandes e umas garrafas de leite com
chocolate, descobri que a avaria se devia a uma série de shuntes, colocados no
circuito para resolver problemas pontuais, os quais, criaram um conflito de
comandos ao ponto de fazer actuar todos os encravamentos de segurança.
Fig 33: Imagem de bastidores de reles formando
lógica cablada.
Depois de descoberto o problema, foram retirados os ditos shuntes, a
estação ficou a trabalhar e eu fui descansar porque para alem de ter o meu
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relógio biológico todo baralhado, não me sentia, em condições de ir a
conduzir até minha casa por excesso de cansaço. Devido a esta minha
prestação de serviço, fui convidado pelo Eng. F.A.B. para entrar para os quadros
da empresa onde me mantive até ao ano de 2010, tendo ficado logo acordado o
facto de eu também prestar trabalhos para outras empresas.
Em 1999 foi-me proposto pela chefia, “Eng. F.A.B.”, para que viesse a ser o
responsável local do contrato 1/99 da C.P.P.E. em que a este caderno de
encargos pertencia a responsabilidade da manutenção e operação das seguintes
instalações: I.T.E. “Estação de tratamento de Águas Residuais”.
Fig 34: Imagem do Google Earth, vista do I.T.E. da E.D.P. Sines
Esta instalação recebe a água doce excedente, não aproveitada, de todo o
processo da C.P.P.E. E.D.P., como águas de lavagem dos pátios e pisos, águas
residuais sanitárias, lavagem dos queimadores, lavagem dos tapetes de escória,
lavagem de viaturas no parque de cinzas. Este efluente é convergido para uma só
conduta, a qual envia o caudal convergente para uma bacia de retenção onde é
acumulado, comportando-se esta como um compensador de modo a poder
absorver picos altos de caudal e debitando fluido cada vez que a alimentação da
bacia é menor, a fim de criar um caudal o mais linear possível. I.T.A. É uma
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Estação de Tratamento de Água Desmineralizada, cujo abastecimento é feito
através da barragem de Morgavel,. A água é feita passar por depósitos chamados
de “leites aniónicos”, “leites catiónicos” e “leites mistos”, sendo o resultado desta
condução, água desmineralizada com uma condutividade de 0,01 µs “0,01
Microsiemens”. Por outro lado há a electrocloragem “Central de Desinfecção”
produção de Hipoclorito de sódio por intermédio da transformação da água do
mar e através de electrólise.
Fig 35: Imagem do Google Earth, vista da entrada / saída da água de arrefecimento e da
electrocloragem.
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Esta instalação é muito importante porque, a água de arrefecimento dos
permutadores de calor do circuito de condensação e reaproveitamento do vapor,
é feita através de um fluxo de água do mar, como tal, tem de ser feita uma
injecção de cloro no circuito de alimentação, na casa dos 10 P.P.M. a fim de evitar
a incrustação de crustáceos existentes na nossa costa. P.A.Cs. “Postos de
Analise em Continuo”. São umas salas, “uma por grupo”, em que nelas está
montada uma série de aparelhagem electrónica, “analisadores” os quais fazem
uma análise em contínuo a todo o sistema de alimentação e escape do modo de
propulsão das turbinas, estas turbinas, são as peças propulsionadas pelo vapor
produzindo a força motora dos alternadores que geram a energia fornecida à rede
pela empresa C.P.P.E. E.D.P..
No cumprimento destas funções, tinha a cargo a equipa formada por: Dois
Instrumentistas, Um Electricista, Três Serralheiros, Seis Operadores, Dois
Amostradores, Dois Indiferenciados e Um Administrativo. Mantive-me nestas
funções, como encarregado de estaleiro até ao ano de 2003.
Ainda em 2003, foi-me dada a oportunidade de resolver uma série de
problemas a nível técnico, “automatismos e automação”, existentes na estação de
tratamento de águas residuais de Peniche, desde a sua inauguração.
Fig 36: Imagem aérea da E.T.A.R. de Peniche.
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Depois de todos os problemas terem sido resolvidos, teve de ser criado,
um sistema de lavagem de ar, porque, a concentração de sulfídricos era tão
grande, que chegou a atacar condutores de 1,5mm2 em cerca de quinze dias.
Estes gazes, não são só maléficos para todo o material existente sujeito à
corrosão, como também, extremamente perigosos para a nossa saúde. Após a
resolução parcial dos problemas, mantive-me a trabalhar nestas instalações,
como responsável da manutenção até ao ano de 2006. Digo parcial, porque, a
quantidade de matéria orgânica e a percentagem de sódio existentes no
efluente é tão elevada que, a biologia criada com o fim de absorção da
matéria sólida dissolvida no efluente não tem capacidade de tratar o mesmo.
A resolução do problema, consiste em se remodelar todo o sistema.
Em Junho do ano de 2006, foi-me dada a oportunidade de fazer parte de
uma equipa com o fim de tentar minimizar os problemas existentes a nível de
saneamento básico na cidade de Lagos no Algarve.
Fig 37: Imagem do Google Earth, vista da E.T.A.R. de Lagos.
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Esta cidade, padecia de um problema tipicamente Português, que é o logo
se vê. Pensou-se desenvolver o turismo naquela cidade, foram feitos ou
melhorados alojamentos, foram criadas condições para que houvesse
investimentos a nível comercial e principalmente na restauração mas,
esqueceram-se que tudo o que era ingerido a multiplicar por xxx “Turistas”, teria
de ser libertado com o mesmo factor multiplicativo, e ainda sobre o mesmo factor,
teria de ser posta em conta a questão de toda a higiene diária, o lavar de louça e
roupa que iria ser contabilizado como um aumento significativo de efluente
doméstico, causa principal de um enorme número de problemas com que se
debatia todo o sistema de tratamento de águas residuais desta cidade. Ainda
assisti e colaborei em algumas melhorias desta empreitada, mas, por interesse da
empresa a que eu pertencia e que atrás foi referida “Sisaqua”, voltei a ser
colocado, como encarregado geral, na E.T.A.R. Ribeira de Moinhos, na data de
18 de Novembro de 2007. Esta minha volta, foi devido a um mau estar entre a
empresa e os restantes trabalhadores, voltei com a missão de tentar acalmar os
ânimos do pessoal, coisa que não foi possível porque, o problema causador
desse dito mal estar já se arrastava há uns anos, ainda consegui aguentar e
controlar as emoções do pessoal até ao dia seis de Março de 2008, dia em que o
pessoal disse basta, a uma situação que não era nem mais nem menos do que
promessas não cumpridas da parte da chefia.
Fig 38: Portão de entrada da E.T.A.R. da Ribeira de Moinhos.
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Senti-me impotente para resolver este problema por inflexibilidade da parte
dos nossos superiores, o principal responsável por esta inflexibilidade foi o Eng.
F. A. B.. Ainda me mantive na empresa até as Águas de Santo André, “a
instituição adjudicatária” rescindir o contrato com a Sisaqua, a qual, deu como
extinto o meu posto de trabalho e me lançou para o desemprego sem sequer ter
em conta os sacrifícios feitos por mim, ao prescindir da companhia da minha
família e do conforto do meu lar, para que, pudessem ouvir dizer da boca dos
adjudicatários dos cadernos de encargos dos quais eu participei, “A Sisaqua fez
um bom trabalho”. O caso greve na Sisaqua, pode ser visto nos links:
http://www.youtube.com/watch?v=ogllCy_bs3M&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hW_eqbyvTH4&feature=related
Um projecto em consequência do
desemprego.
Hoje, com uma carta de desemprego passada pela firma que eu tanto
defendi, sinto-me injustiçado, a forma que encontrei de me ser devolvida a
justiça por mim perdida, foi investir em mim mesmo e aproveitar os
conhecimentos adquiridos ao longo de tantos anos em prole dos meus.
Nasceu uma nova ramificação do Kavaisver, terá acrescentado ao
nome as siglas N.T que distingue um novo projecto, relacionado com a
minha experiencia e vocacionado para as novas tecnologias não poluentes.
Em que é que consiste este meu novo projecto?
Consiste em tudo aquilo que é automatismos, sejam eles
programados localmente para actuarem algo no mesmo local ou,
programações para que se consiga comandar algo remotamente através de
um qualquer telemóvel desde que esteja habilitado para isso, um dos casos
é a Domótica “Domos em Latim quer dizer casa” juntando Domos com
robótica deu Domótica, ou casas inteligentes, coisa que para muitos não
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deixa de ser ficção, mas que na realidade tem vindo a entrar em nossas
casas aos pouquinhos e nem nos apercebemos disso. Que é que hoje
compraria uma televisão sem telecomando? Quantas casas ainda não têm
um microondas? Quem preferiria comprar um forno que não tivesse um
relógio temporizador para controlar os seus cozinhados? Pois bem… tudo
isto, é o banal nos dias que correm, mas, eu irei apresentar-vos muito mais.
Calculem ter os vossos aquecedores invisíveis, isto é feito com umas placas
de nano tecnologia, embutidas nas paredes ou por debaixo do chão,
Fig 39: imagem da película de aquecimento e a sua ligação
tornando estes irradiantes, é alimenta apenas por 24Voltes, podem também
optar por umas placas exteriores, que irradiam calor por intermédio de
infravermelhos, estas são decorativas e não chocam com a decoração.
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Fig 40: Placa de aquecimento por infravermelhos
Um outro problema é o mobiliário a apanhar sol, dia a dia vai ficando
queimado enquanto estamos no trabalho e não temos ninguém em casa que
nos feche os estores, pois bem, a domótica resolve esse problema por
programação horária ou por luminosidade, sendo a melhor decisão,
escolhermos as duas programações, motorizando os estores, inserir um
sensor de luminosidade e programar a que horas, devem estar
completamente fechados, e a que horas deveram abrir. Esta pequena
comodidade, ainda traz uma outra vantagem que não está à vista, que é,
criar duvidas ao amigo do alheio, porque ele vê movimento na residência e
fica em dúvida se na realidade a casa está ao seu dispor. Ao escolher o
modo ausente, activa sensores de intrusão, sensores de detecção de gazes,
sensores de inundação detecção de chama e activa um sistema aleatório de
acender e apagar de lâmpadas durante as horas nocturnas, persuadindo
assim os ditos amigos do alheio. Qualquer anomalia detectada ou criada
pelo sistema, é comunicado para o seu telemóvel por sms ou mensagem de
voz e tem a possibilidade de serem programados mais do que um numero
de telefone, podendo assim, canalizar os alarmes de intrusão directamente
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para a Policia e os de excesso de gás, chama, inundação para os
Bombeiros.
Tudo isto é gerido por um autómato montado e programado para
inúmeras funções.
Fig 41: carta do autómato com a aplicação do cartão SIM
Também vou servir o mercado com um sistema de protecção
automóvel que, não é mais do que um G.P.S. em tempo real e que para alem
de a qualquer momento poder localizar a viatura, ainda no diz de está
parado ou em deslocação, no caso de estar parado, diz-nos se está com o
motor parado ou a trabalhar, e no caso de furto, depois de ser localizado
pela Policia por intermédio de informações dadas pelo proprietário e
colhidas através do G.P.S., com uma mensagem de telemóvel, processa-se
um sistema de bloqueio, que só entra em funcionamento depois de detectar
que o veiculo se desloca a menos de 5Kh para não por em perigo os seus
ocupantes, ainda tem um botão de pânico, escondido, que é muito útil em
casos de assalto ou de cargeking, caso a viatura esteja parada, e lhe
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queiram furtar as jantes, o sistema detecta a elevação e comunica para o
telemóvel do utilizador.
Fig 42: Imagem do sistema automóvel.
Vou também representar um localizados que é aplicado em crianças,
na roupa, no calçado, na mala da escola, etc.. Tem dimensões reduzidas e é
muito fácil de esconder, é carregado como um telemóvel e a sua autonomia
é de 192 horas, ainda pode ser submerso até três metros de profundidade
que mantém a sua estanquicidade.
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Fig 43: Localizador G.P.S. miniatura para várias utilidades.
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O escondido do cinzelado:
Fig 45: Mensagem do prato de latão apresentado na Fig 18
Façam amos não guerra
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Sr Carlos Sena
Sugiro-lhe que ilustre o seu portefólio com fotos/imagens alusivas
aos factos que relata.
Pronuncie-se de forma mais detalhada sobre o seu projecto em
curso, não se esquecendo de referir se as expectativas criadas à volta
desse projecto se concretizaram.
Ao longo do seu portefólio não referiu viagens que eventualmente
tenha realizado, sejam em Portugal ou no estrangeiro. Caso existam,
refira-as, não se esquecendo de destacar o que o mais marcou nessas
viagens.