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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA O TCU
AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO – TI
LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 1
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SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL
Seja bem-vindo(a) a este curso de exercícios para o cargo de
auditor federal de controle externo – tecnologia da informação do Tribunal
de Contas da União (TCU).
Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert
Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de
Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de
Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade
Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001.
Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de
origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática,
interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos.
Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da
República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei
cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de
instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redação de
Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e
analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de
diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes
preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU,
MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC). Meu endereço eletrônico é
albert@pontodosconcursos.com.br. Sempre que precisar, faça contato
comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja
envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais
alunos.
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LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO TCU
Como o edital do concurso já foi publicado, temos condições de
fazer um trabalho bem específico. A definição da instituição organizadora do
concurso (Cespe/UnB) e do conteúdo programático permite-nos um estudo
seguro e direcionado. Eis abaixo o programa que nos interessa:
1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Tipologia textual. 3 Ortografia
oficial. 4 Acentuação gráfica. 5 Emprego das classes de palavras. 6 Emprego
do sinal indicativo de crase. 7 Sintaxe da oração e do período. 8 Pontuação.
9 Concordância nominal e verbal. 10 Regência nominal e verbal. 11
Significação das palavras. 12 Redação de correspondências oficiais.
Como de costume, nossa disciplina ficou no grupo
Conhecimentos Básicos, que se divide ainda entre mais quatro áreas do
conhecimento e terá cem itens que deverão ser julgados certos ou
errados. De acordo com a importância que o Cespe/UnB atribui à prova de
português, creio que ela trará, no mínimo, 25 ou, no máximo, 30 itens.
Quem se submeteu ao último concurso do TCU se lembra de que
a banca examinadora também foi o Cespe. Naquela ocasião, o certame
contou com 40.708 inscritos, que concorreram a 128 vagas para os cargos
de AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO (AFCE) e TÉCNICO FEDERAL
DE CONTROLE EXTERNO (TFCE), o que gerou uma demanda de 318,03
candidatos por vaga. As provas de Língua Portuguesa tiveram 25 e 15 itens
respectivamente para os cargos de nível superior e nível médio. Todos
deveriam ser julgados como certos ou errados.
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O CURSO QUE PROPONHO
Este curso de exercícios se divide em seis aulas. O conteúdo
programático está assim distribuído:
Aula 1 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação;
Aula 2 – Ortografia, seleção vocabular e acentuação gráfica;
Aula 3 – Emprego das classes de palavras;
Aula 4 – Regência, crase e redação de correspondências oficiais;
Aula 5 – Sintaxe da oração e do período;
Aula 6 – Pontuação e sintaxe de concordância.
Uma observação: adotarei como referência o Manual de
Redação da Presidência da República, que, na verdade, serve de base
para os demais. Além disso, as questões de concursos públicos que dizem
respeito a essa área do conhecimento normalmente se circunscrevem ao
conteúdo nele existente. Não obstante, também darei especial atenção aos
casos que, porventura, o extrapolem.
Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente
pelo Cespe/UnB para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos
e os itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam
do(s) assunto(s) abordado(s) em cada aula. Como a instituição tem o
costume de usar um mesmo texto para, a partir dele, apresentar várias
assertivas, é natural que eu tenha de repetir o mesmo texto (ou fragmento
dele) na explicação do conteúdo de outras aulas. Portanto, não estranhe se
isso acontecer. O procedimento é puramente didático. Dessa forma,
pretendo aproximar você – futuro servidor do TCU – daquilo que vem sendo
exigido pelo Cespe/UnB acerca de determinado assunto da Língua
Portuguesa em concursos públicos.
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Ressalto que, em um curso de exercícios, é importante que o
aluno tenha um conhecimento prévio e razoável dos temas que estudará,
pois a parte teórica – ainda que não seja negligenciada, obviamente – não
constitui a ênfase do curso.
Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor
forma possível. Suplico que você interaja comigo por meio de mensagens
eletrônicas no fórum de discussão. A sua participação é fundamental para o
bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa!
TIPOLOGIA TEXTUAL
Tipologia textual designa uma espécie de sequência
teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição
(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).
Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.
Obs.: Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) usa o termo
“dissertação” em vez de “exposição” e “argumentação”, mas faz
distinção entre o tipo argumentativo “strictu sensu” e o tipo não
argumentativo “stricto sensu”.
Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto
expositivo e texto argumentativo (ou dissertação expositiva e
dissertação argumentativa).
Cuidados para evitar envenenamentos
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora
do alcance das crianças;
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Não utilize medicamentos sem orientação de um médico
4 e leia a bula antes de consumi-los;
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção
ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar
qualquer medicamento;
Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja
trocas perigosas;
Não utilize remédios sem orientação médica e com
13 prazo de validade vencido;
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;
Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados
despertam a atenção e a curiosidade natural das
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha
22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora
do alcance dos pequenos.
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).
1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas
oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto
narrativo.
Comentário – O texto caracteriza-se pelo emprego da linguagem apelativa
como meio de persuadir o leitor a adotar certos cuidados quanto à
manipulação de medicamentos e produtos tóxicos. As formas verbais
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empregadas no imperativo afirmativo (“Mantenha”, “Evite”) e negativo
(“Não utilize”, “Não armazene”) conferem à mensagem um tom coercitivo, a
fim de que o resultado desejado seja obtido. Além disso, o fato de o emissor
dirige-se diretamente ao receptor por meio do pronome de tratamento
(você, implícito na desinência verbal) evidencia a tentativa de envolvê-lo no
processo verbal. O tipo de texto é injuntivo ou instrucional.
Resposta – Item errado.
1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de
sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo
como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento
4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia
de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da
meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de
7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica
chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo
das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola
10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons
profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por
serem o que são e gostarem do que gostam.
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).
2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto
de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade
e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de
forma pessoal.
Comentário – É frequente o Cespe/UnB fazer esta afirmativa, portanto
acostume-se com ela. De fato, o uso de primeira pessoa do singular (eu e
suas formas correspondentes: me, mim, comigo) confere ao texto maior
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grau de subjetividade, pois revela a posição do narrador em relação ao que
está sendo tratado. Também a opção pelo uso da primeira pessoa do plural
(nós e formas correlatas: nos, conosco) pode denotar a intenção do autor
em incluir o leitor na relação de pessoas que compartilham de sua opinião.
O enunciador pode lançar mão de uma série de
procedimentos por meio dos quais imprime sua marca no enunciado, seja
explicitamente, seja implicitamente. Essas marcas que deixam o enunciado
mais subjetivo são os pronomes pessoais, as desinências verbais de pessoa,
os pronomes possessivos e os pronomes de tratamento.
Ele possui, além das possibilidades lexicais, escolhas
sintáticas que propiciam, em princípio, dois tipos de formulações, a saber: o
discurso subjetivo e o discurso objetivo. No primeiro, o enunciador se
confessa explicitamente como sendo a fonte avaliadora da asserção
enunciada, enquanto, no segundo, ele procura apagar qualquer vestígio de
sua existência individual.
Resposta – Item certo.
3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no
meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam
interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos
gêneros próprios do discurso científico.
Comentário – O discurso científico caracteriza-se, entre outros aspectos,
pelo emprego de linguagem formal, objetiva e clara. Utiliza o padrão
estabelecido nas gramáticas normativas. Dispensa gírias, figuras de
linguagem e qualquer construção que denote ambigüidade ou ironia. Não é o
caso do texto em análise, cujas expressões destacadas traduzem
informalidade e se aproximam do universo coloquial, impróprio ao gênero
científico.
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Resposta – Item certo.
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma
característica que as distingue das demais: elas são
administradas por uma parceria entre o governo e uma
19 associação formada por empresários da região. Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo
textual narrativo ficcional.
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Comentário – Nada nele é ficção. As informações são verídicas e nos
contam a experiência observada em Pernambuco. O intuito é dar-nos
conhecimento acerca de um fato interessante ocorrido no sistema de
educação daquele Estado. O texto é dissertativo expositivo.
Resposta – Item errado.
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para
7 ficar e eu fiquei.
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época?
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
Jacaré — Tenho 64 anos.
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.
Comentário – As características estruturais do texto são típicas de um texto
informativo, cujo gênero é a entrevista, muito comum nos meios de
comunicação. Normalmente construída em forma de diálogo e sobre um
assunto específico, a entrevista possui um interlocutor determinado e um
locutor – ou arguidor – que conduz a conversa de modo a extrair dela as
informações que deseja. A estrutura de um texto informativo como este
pode ser representada por perguntas e respostas ou por parágrafos
propriamente ditos.
Resposta – Item errado.
Trabalho escravo:
longe de casa há muito mais de uma semana
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1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil
libertações de trabalhadores submetidos a condições
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um
7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra
Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para
trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca
teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba
nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.
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Comentário – A natureza informativa e jornalística do texto expressa-se
por meio do gênero notícia – relato de um fato ou de uma série de fatos
relacionados ao mesmo evento, começando pelo fato ou aspecto mais
relevante. Portanto, é natural que sejam empregados nesse tipo de texto
alguns elementos estruturais da narrativa (quem, o que, quando, onde,
como, porque/para que) a partir da notação mais relevante: o resgate de
trabalhadores encontrados em situação degradante feito pelo GEMCTE, do
MTE.
Resposta – Item certo.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
16 Tão antigas como o conceito são as receitas para
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o
pensamento crítico e as visões alternativas à visão
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19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas
transparentes de governança e procedimentos de auditoria;
terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de
decisão.
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a
origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como
narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente
argumentativo.
Comentário – Dificilmente alguém escreve um texto homogêneo, ou seja,
puramente narrativo, descritivo, argumentativo, informativo ou instrucional.
No caso do texto da prova, há ainda elementos que descrevem, definem ou
caracterizam o conceito de “groupthinking”.
Contudo, o autor do texto, sutilmente (entre elementos
narrativos e descritivos), expõe seu ponto de vista a respeito dele. No
segundo parágrafo, Thomas Wood classifica-o negativamente de “patologia”
e propõe categoricamente medidas (“receitas”) para tratá-lo, por consider-
álo indesejável.
Resposta – Item certo.
8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-
9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso
metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),
“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o
valor negativo e indesejável de groupthinking.
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Comentário – Durante o processo descritivo do que é groupthinking, o
autor tenta se manter imparcial, mas logo deixa transparecer seu ponto de
vista sobre ele por meio das palavras citadas pela banca, as quais assumem
carga semântica negativa.
Resposta – Item certo.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Passo agora a tratar de compreensão e interpretação de texto. É
muito comum nas provas elaboradas pelo Cespe/UnB constarem itens que
exigem conhecimentos sobre processos de coesão textual, argumentos
dedutivos e indutivos e de reescritura de texto (paráfrase). O que se
pretende com esse tipo de exigência é verificar a capacidade do aluno de
assimilar e transmitir a informação lida. São assuntos fáceis de entender,
mas exigem atenção por parte dos candidatos. A instituição costuma fazer
um “jogo de palavras” para tentar confundi-los.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores (...).
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo
“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.
Comentário – Morfologicamente, os artigos têm a propriedade de associar-
se a um substantivo, determinando ou indeterminado seu significado. De
acordo com o contexto, após o vocábulo “uma” (artigo indefinido) deveria
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surgir o substantivo “esquisitice”, que, apesar da elipse, nos remete à
palavra “esquisitices” (note que não há outro substantivo anterior). Res-
posta – Item certo.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país
e de seu estado.
Você estará determinando o Brasil que teremos nos
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a
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melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento
é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —
está depositada a confiança em dias felizes.
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor
contribuição que você poderá dar a sua Pátria.
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).
10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa
área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo
eleitoral.
Comentário – Note que, no final do primeiro parágrafo, o ministro Marco
Aurélio faz comentário sobre a campanha política, o alto índice de
comparecimento às urnas, a agilidade com que os votos foram contados e a
segurança de que tivemos uma votação expressiva. É em relação ao
processo eleitoral (“nessa área”) que o Brasil surge como modelo, nas
palavras do ministro.
Resposta: Item certo.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
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7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e
fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente
10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto
houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.
Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as
13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.
O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os
empresários se organizarem na defesa de seus interesses e
16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade
sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns
internacionais.
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo
“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.
Comentário – A expressão em destaque resgata a oração “obter
financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial”, que integra a
sequência de prioridades enumeradas no texto.
Resposta – Item errado.
1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que
o sistema democrático exige a descentralização do poder.
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo
4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses
7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também
fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não
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signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação
10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.
O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre
os estados.
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações
lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.
A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).
B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).
C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas
também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).
D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).
Comentário – Em A, o pronome oblíquo átono “o” surge acompanhado de
“l”, em virtude da ênclise formada com o verbo “associar”, que perde a letra
“r” e recebe acento agudo no “a”, por se tratar de oxítona terminada em “a”.
Em B, o vocábulo “deles” é composto pela preposição “de”
(“fora de”) e pelo pronome pessoal do caso oblíquo tônico “eles”. Este
retoma a expressão “comitês dos partidos”.
Na alternativa C, há uma recuperação anafórica da expressão
em destaque feita pelo emprego do pronome demonstrativo “isso”.
Em D, a preposição “a” (que surge em decorrência da
regência do verbo “dar” – transitivo direto e indireto) une-se ao pronome
relativo “o qual” para retomar “o leitor múltiplo e bem identificado”.
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Resposta – Certo; certo; certo; errado – conforme o gabarito oficial. Mas a
mim me pareceu que, na alternativa A, a referência é ao “poder”
mencionado também na linha 5. Tenho a impressão de que a banca errou ao
digitar “(l.2)”.
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para
7 ficar e eu fiquei.
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma
13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
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Jacaré — Tenho 64 anos.
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma
pessoa.
Comentário – Perceba a astúcia da banca examinadora. Quis induzir os
candidatos a crerem que, nos dois casos, o pronome em destaque fazia
alusão, provavelmente, ao personagem “Jacaré”. Talvez, por se tratar da
proximidade entre a entrada em “cena” de “Jacaré” e o elemento de coesão.
Portanto, prezado aluno, fique atento! O primeiro emprego do pronome “ele”
retoma, de fato, o personagem “Jacaré”, a quem a pergunta (l. 20) foi
dirigida. Mas o segundo emprego recupera “patrão”, personagem que
aparece pela primeira vez na linha 6.
Resposta – Item errado.
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1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o
atendimento às demandas públicas da maior parte da
população, elegidas pela própria sociedade, através de suas
10 formas de participação/representação.
Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de
todas as gerações ou ciclos possíveis.
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na
base da ideia de democracia.
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Comentário – A condição é ressaltada logo no segmento inicial “Para que
isso ocorra (...) impõe-se a existência e a eficácia de instrumentos de
reflexão e o debate público...”. Note que a “existência e a eficácia de
instrumentos de reflexão e o debate público” são fundamentais para que
haja um governo democrático, com um espaço político demarcado por
regras e procedimentos claros (a ideia sublinhada – l. 4-7 – é retomada pelo
pronome demonstrativo “isso”).
Resposta – Item certo.
15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,
na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de
coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.
Comentário – Embora esteja expresso apenas no período anterior,
subentende-se na linha 4 o termo “governo”, com o qual o verbo “deve”
mantém relações de coesão e de concordância.
Resposta – Item errado.
16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na
organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e
resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da
população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de
participação/representação” (l.10).
Comentário – Apontei acima a referência do pronome “isso”: a ideia de um
governo democrático, com um espaço político demarcado por regras e
procedimentos claros.
Resposta – Item errado.
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1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,
subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”
(l.1).
Comentário – Volte ao texto e releia o seguinte fragmento: “controle de
uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência, subordinação,
resistência ou rebeldia”. Quem se comportar dessa maneira? A pessoa
controlada., representada no texto pelo vocábulo “outra” (= outra pessoa).
Resposta – Item errado.
(...)
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas
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19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-
17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o
sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de
desenvolvimento” (l.13-14).
Comentário – Textualmente, o trecho “os que pensam assim” aponta para
aqueles que não consideram “os carros de luxo que trafegam pelos bairros
elegantes das capitais ou os telefones celulares” exemplos da modernidade.
Eles são os que “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento”. Res-
posta – Item certo.
Então, como está indo? As questões apresentadas até aqui
expressam aquilo que o Cespe/UnB espera que você saiba. Porém ainda há
mais dois pontos que eu preciso abordar: diferença entre interpretações
dedutiva e indutiva e reescritura de texto. Vamos a eles!
Interpretação Dedutiva X Interpretação Indutiva
Observe que nas provas do Cespe/UnB é comum aparecerem
questões sobre interpretação de texto que exigem uma resposta do
candidato com base em argumentos dedutivos (“Depreende-se...”. “Conclui-
se...”) ou indutivos (“Infere-se...”). Às vezes, o enunciado pode ser um
pouco diferente, ou não tão claro como tentei transmitir. Mas, em última
análise, é isso mesmo o que a banca está querendo de você. Dependendo da
abordagem, a sua resposta será diferente. A tabela abaixo certamente lhe
será útil:
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Dedução Indução (inferência) Parte, geralmente, de uma verdade
universal para se chegar a uma
verdade particular ou singular.
Geralmente, parte de enunciados
particulares, singulares e, deles,
infere-se um enunciado universal.
Este método de raciocínio é válido
quando suas premissas podem
fornecer provas evidentes para
uma conclusão.
Não fornece provas evidentes para a
verdade de uma conclusão. Ela pode,
apenas, fornecer alguns indícios.
Em todo argumento dedutivo, a
conclusão deve estar presente
nas premissas.
O grande problema do processo
indutivo é seu caráter
probabilístico.
Os argumentos dedutivos são
estéreis, não apresentam nenhum
conhecimento novo. Assim como já
está contida nas premissas, a
conclusão nunca vai além delas.
A indução pode ir além das
premissas — por oferecer novas
informações que as premissas não
possuíam.
Agora você deve responder às questões de provas do
Cespe/UnB.
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei.
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Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
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Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o
trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração
correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para
ficar e eu fiquei” (l. 6-7).
Comentário – O texto indica (l. 28) que Jacaré espera receber pelo trabalho
que desempenha na fazenda do patrão. Além disso, o Grupo Móvel ficou
impressionado com o fato de Jacaré ter permanecido na fazenda (l. 4)
mesmo depois da inspeção anterior realizada pelo próprio Grupo (l. 1). Isso
o correu há cerca de oito anos (l. 3), quando saíram de lá vários
trabalhadores (l. 4) que, ao que tudo indica, estavam em condições
semelhantes à de Jacaré.
Resposta – Item errado.
No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na
Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as
ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a
ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.
O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens
doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
procurando recuperar a saúde.
(...)
Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)
20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo
filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do
século passado.
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Comentário – O texto associa a circunstância de tempo indicada por “no
princípio do século” a “um grupo de personagens doentes”. Naquela época,
eles “se instalaram no Sanatório Berghof, procurando recuperar a saúde”. A
obra literária encenada em Davos é de 1924, isto é, do século passado;
porém 24 anos depois do seu início.
Resposta – Item errado.
21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro
parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que
todos eles paralisam o ser humano.
Comentário – Subentender o que diz a banca examinadora neste item é
desconsiderar completamente as evidências escritas no texto. Toda
e qualquer inferência deve limitar-se às “pistas”, aos “rastros” encontrados
no próprio texto, e não extrapolá-lo deliberadamente. Assim sendo,
observe que as orações subordinadas adjetivas RESTRITIVAS “que nos
paralisam” e “que nos mobilizam” limitam semanticamente o alcance dos
substantivos “ansiedades” e “perplexidades”. Portanto podemos suben-
tender que existem certas ansiedades e perplexidades que não nos afetam
como outras. Resposta – Item errado.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
(...)
O desenvolvimento, como processo de incorporação
sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na
16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das
sociedades organizadas, tem sido reconhecido como
ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais 19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar
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contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,
premissas e processos que interferem negativamente nos
22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e
coletiva.
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a
saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos
ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um
desenvolvimento sustentável.
Comentário – Muito cuidado com este jogo de palavras que a banca
examinadora faz para ludibriar os candidatos. Apenas a primeira parte da
assertiva está correta. A saúde individual e coletiva guarda estreita relação
com os ecossistemas, de modo que uma interferência neles causa reflexos
nela. Apesar disso, a parte final do item traz uma construção sintática cujo
teor semântico não encontra respaldo no texto original. Tomar as
expressões “valores”, “premissas” e “processos” em oração adjetiva
restritiva caracterizadora dos ecossistemas é admitir que há outros
ecossistemas que não influenciam a saúde individual e coletiva. Note que, no
período original, o substantivo “ecossistemas” é empregado em sentido
amplo, não restrito.
Resposta – Item errado.
1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo
banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que
atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.
4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares
do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de
toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,
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7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de
toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas
que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo
10 derramadas por navios durante o movimento de carga e
descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de
pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.
Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).
23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,
se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),
seus níveis de poluição não seriam tão altos.
Comentário – Não há como sustentar o que a banca examinadora
argumenta em nenhuma passagem do texto. Ele aponta causas
contemporâneas para a poluição do Mar Mediterrâneo. Contribuem para esse
tipo de raciocínio os verbos empregados no presente do indicativo. O fato de
ele ser o “Berço da civilização ocidental” nada mais é do que outra
característica daquele mar, sem qualquer relação direta com seu atual
estado de conservação.
Resposta – Item errado.
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão,
7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,
de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si
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não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação
do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se
submetem, quanto os que a ele resistem.
Comentário – A banca fez um resumo do texto, a partir dos próprios
elementos (das evidências) dele. Repare e compare: “
“O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâm-
icas” (l 1-2)”;
“Tais dinâmicas não se reportam apenas ao caráter
negativo do poder (...), mas também ao seu caráter
positivo” (l. 5-7);
“O que há são relações de poder heterogêneas” (l. 9-10);
“Na rede social (...) podemos ser comandados, submetidos
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo”
(l. 12-15).
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Resposta – Item certo.
25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente
nas relações de opressão social.
Comentário – O problema aqui está na razão que a banca alega para
sustentar o fato de o poder não ser um objeto natural. O texto é claro em ao
dizer que “Tais dinâmicas [as que acarretam o exercício do poder] não se
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, punição ou
repressão, mas também ao seu caráter positivo, de disciplinar, controlar,
adestrar, aprimorar” (l. 5-8). O Cespe simplesmente desprezou as
evidências do próprio texto.
Resposta – Item errado.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício 13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
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modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro
de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não
assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.
Comentário – Inferir isso é desconsiderar completamente o que está dito
nas linhas 2 e 3, por exemplo: “...o futuro de um país não é obra do acaso
ou da fatalidade.” O autor é contundente quanto a isso. Além do mais, não é
unânime a ideia de que a modernidade assegura (repare o verbo no
presente, indicando um acontecimento real, concreto) um padrão de vida
democrático a todos os seus cidadãos, como dá a entender a banca
examinadora por meio da abordagem que faz. Repare que o texto (e sempre
temos que nos reportar a ele) informa que, para alguns, a modernidade é
evidenciada pela alta tecnologia, pelas belas construções e pelos
deslumbrantes automóveis e, para outros, ela “seria” (repare agora o uso do
subjuntivo, indicando apenas uma possibilidade, um fato ainda não
estabelecido) o que o enunciado, em outras palavras, diz que ela já é. Res-
posta – Item errado.
Entraremos na última parte desta aula. Tratarei então de
reescritura de texto ou de parte dele.
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Reescritura de Texto
Esclareço que toda vez que uma obra faz alusão à outra, ocorre
a intertextualidade. Isso se concretiza de várias formas. Aqui, abordarei
aquela que costuma aparecer em provas e que pode ser cobrada no
concurso que você fará, só que com outra “roupagem”: a paráfrase.
Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do
texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras
palavras, mas também com outra estruturação sintática.
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados na
hora de parafrasear o texto original.
Passemos à análise de questões do Cespe/UnB que envolvem
esse assunto, o último desta aula.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
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10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.
(...)
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção
gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o
trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte
forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.
Comentário – No texto original, o verbo esquecer é empregado como
transitivo indireto. Tem como sujeito toda a expressão “os discursos que
ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta”.
Seu objeto indireto é representado pelo pronome oblíquo átono “me”, que –
em virtude da existência de duas palavras atrativas – antecede o verbo,
podendo ficar entre elas ou depois da última. Na nova redação, a ideia
original foi preservada; contudo mudou-se a estruturação sintática da frase.
Agora, o verbo utilizado é o esquecer-se, pronominal. O que funcionava
anteriormente como sujeito tornou-se objeto indireto; e o antigo objeto
indireto (“me”) transformou-se em parte integrante do verbo. Tudo de
acordo com a perfeita correção gramatical e com o significado original do
texto.
Resposta – Item certo.
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Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).
28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a
substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de
inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que
prejudica a coerência do texto.
Comentário – Minha sugestão é que você reescreva, à parte, o trecho da
forma que a banca sugere, sempre que possível e principalmente se tiver
dificuldades em “visualizar” as modificações propostas. Então, mãos à obra!
No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias.
Além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma
irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma
tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e
segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área.
Agora, atente para o que a banca está dizendo. Ela argumenta
que essa forma de reescritura causa “truncamento sintático” e prejuízo à
“coerência do texto”. Em outras palavras, o Cespe/UnB alega que as
modificações causam problemas quanto à correção gramatical e à
preservação do sentido original das informações. Compare os dois modelos e
constate que o texto continua coeso, correto e coerente.
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Resposta – Item errado.
(...)
10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,
primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do
que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,
13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de
corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a
confiança dos investidores no país, governado por um
16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições
previstas para o fim do ano.
Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).
29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção
gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração
desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.
Comentário – Conhecimento sobre análise sintática é importante para a
resolução deste item. Para ser mais didático, dividirei minha explicação em
dois momentos: o primeiro sobre aposto, e o segundo sobre oração
subordinada adjetiva explicativa.
Aposto é o termo de caráter nominal que se junta a um
substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo. No texto original, ele
é representado pela expressão “com eleições previstas para o fim do ano”.
Note também que ele estabelece um nexo semântico de caráter
explicativo com o substantivo a que se refere (“país”). Outra característica
desse tipo de aposto é sua separação do substantivo por meio de uma
vírgula.
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A alteração proposta no item analisado traz uma oração
(observe a presença da locução verbal “são previstas”) também de caráter
explicativo. Esta é introduzida pelo pronome relativo “cujas”, que,
semanticamente, estabelece uma relação de posse/dependência entre os
substantivos “país” e “eleições”.
Diante disso, não há nenhuma alteração na linha
argumentativa (coerência) do texto original ao se proceder à substituição de
um termo nominal de caráter explicativo (aposto) por outro de base verbal
também de caráter explicativo (oração subordinada adjetiva
explicativa). Em relação à correção gramatical, a alteração proposta
respeita as normas da gramática normativa.
Resposta – Item certo.
Celular recebe ligação e relâmpago
Não é recomendável usar telefones celulares durante
tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas
elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.
Os especialistas relataram o caso de uma menina de
15 anos que usava o telefone em um parque quando foi
eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos
permanentes à saúde.
O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde
pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,
poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse
Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino
Unido.
Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida
pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele
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humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado
flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um
telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o
flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.
Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).
Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à
correção gramatical.
30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,
médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de
telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas
elétricas.
Comentário – O texto reescrito dessa forma estabelece uma distinção entre
os celulares que atraem descargas elétricas e os que não os atraem. Isso
ocorre por causa da utilização inoportuna da oração subordinada adjetiva
“que (...) atraíam descargas elétricas”, que restringe o significado semântico
de “telefones celulares”. Além disso, os médicos não fizeram o alerta,
estando eles mesmos em uma circunstância de chuva.
Resposta – Item errado.
31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram
uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,
ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.
Comentário – Paráfrase perfeita. Tanto a correção gramatical, quanto a
informação primeira do texto foram preservadas. Note as transformações
feitas:
“Os especialistas relataram o caso de...”
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Os médicos mencionaram uma situação em que...
“A jovem sobreviveu...”
Ela não morreu...
“...mas teve danos permanentes à saúde.”
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.
Resposta – Item certo.
32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,
também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,
altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,
tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.
Comentário – A correção gramatical é infringida. A utilização da conjunção
subordinativa condicional “caso” obriga o verbo ser a flexionar-se no
presente do subjuntivo: seja. É importante salientar que, se fosse
empregada a conjunção subordinativa condicional se, a forma verbal “for”
(futuro do subjuntivo) estaria também correta.
Resposta: Item errado.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.
(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
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nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de
estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho
“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito
intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático
— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que
preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade
de sua argumentação.
Comentário – A reescritura preserva a correção gramatical e a coerência,
mas realmente a força argumentativa é diminuída com o apagamento da
reiteração da estrutura aludida.
Resposta: Item certo.
Por hoje é só. Na próxima aula falarei sobre ortografia,
seleção/adequação vocabular e acentuação gráfica. Em virtude do novo
Acordo Ortográfico, é bom ficar atento às possíveis “pegadinhas” que o
Cespe/UnB poderá armar para cima de você. Portanto, não perca a próxima
aula e intensifique seus estudos.
Um grande abraço e até a próxima!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Cuidados para evitar envenenamentos
1 Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora
do alcance das crianças;
Não utilize medicamentos sem orientação de um médico 4 e leia a bula antes de consumi-los;
Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção
ao seu prazo de validade; 7 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar
qualquer medicamento;
Evite tomar remédio na frente de crianças; 10 Não ingira nem dê remédio no escuro para que não haja
trocas perigosas;
Não utilize remédios sem orientação médica e com 13 prazo de validade vencido;
Mantenha os medicamentos nas embalagens originais;
Cuidado com remédios de uso infantil e de uso adulto
16 com embalagens muito parecidas; erros de identificação
podem causar intoxicações graves e, às vezes, fatais;
Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas,
19 brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados
despertam a atenção e a curiosidade natural das
crianças; não estimule essa curiosidade; mantenha
22 medicamentos e produtos domésticos trancados e fora
do alcance dos pequenos.
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicacoes/noticias> (com adaptações).
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1. (Cespe/MS/Agente Administrativo/2008) O emprego do imperativo nas
oito primeiras frases depois do título indica que se trata de um texto
narrativo.
1 Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de
sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo
como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento
4 permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia
de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da
meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de
7 brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica
chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo
das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola
10 informar aos pais que mais importante do que gerar bons
profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por
serem o que são e gostarem do que gostam.
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).
2. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) A opção pelo emprego do ponto
de vista em primeira pessoa atribui ao texto certo grau de subjetividade
e configura um gênero de artigo em que as opiniões são assumidas de
forma pessoal.
3. (Cespe/PRF/Policial Rodoviário/2004) Expressões como “vivo metido no
meio de pessoas” (l. 1) e “psicologia de botequim” (l. 2) denotam
interesse em produzir um texto coloquial, informal, que se distancia dos
gêneros próprios do discurso científico.
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1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali. 10 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.
Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou
zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso
13 em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles
cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo
Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas
16 brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma
característica que as distingue das demais: elas são
administradas por uma parceria entre o governo e uma
19 associação formada por empresários da região. Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
4. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Predomina no fragmento o tipo
textual narrativo ficcional.
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Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...
4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para
7 ficar e eu fiquei.
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época?
10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
Jacaré — Tenho 64 anos.
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
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28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
5. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Por suas características
estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.
Trabalho escravo:
longe de casa há muito mais de uma semana
1 O resgate de trabalhadores encontrados em situação
degradante é uma rotina nas ações do Grupo Especial Móvel
de Combate ao Trabalho Escravo, do MTE. Desde que
4 iniciou suas operações, em 1995, já são mais de 30 mil
libertações de trabalhadores submetidos a condições
desumanas de trabalho. “Chamou-me a atenção o caso de um 7 trabalhador que há 30 anos não via a família”, lembra
Cláudio Secchin, um dos oito coordenadores das operações
do Grupo Móvel. Natural de Currais Novos, no Rio Grande
10 do Norte, José Galdino da Silva — Copaíba, como gosta de
ser chamado — saiu de casa com 10 anos de idade para
trabalhar no Norte. Nunca estudou. Durante 40 anos, veio
13 passando de fazenda em fazenda, de pensão em pensão,
trabalhando com derrubada de mata e roça de pasto. Nunca
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teve a carteira de trabalho assinada e perdeu a conta de
16 quantas vezes não recebeu pelo trabalho que fez. Copaíba
nunca se casou nem teve filhos. “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
6. (Cespe/MTE/Administrador/2008) Empregam-se, no texto, alguns
elementos estruturais da narrativa que, nesse caso, são fundamentais
para a consolidação de sua natureza informativa e jornalística.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
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distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
16 Tão antigas como o conceito são as receitas para
contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o
pensamento crítico e as visões alternativas à visão
19 dominante; segundo, é necessário adotar sistemas
transparentes de governança e procedimentos de auditoria;
terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de 22 forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de
decisão.
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A sequência narrativa inicial, relatando a
origem do termo “groupthinking” (l.1), não caracteriza o texto como
narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente
argumentativo.
8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de a definição de “groupthinking” (l.5-
9) sugerir neutralidade do autor a respeito desse processo, o uso
metafórico de palavras da área de saúde, como “sintomas” (l.9),
“receitas” (l.16) e “patologia” (l.17), orienta a argumentação para o
valor negativo e indesejável de groupthinking.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores (...).
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
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9. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Após o termo
“uma” (l. 1), subentende-se a elipse da palavra esquisitice.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos.
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país
e de seu estado.
Você estará determinando o Brasil que teremos nos
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança
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25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento
é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos —
está depositada a confiança em dias felizes.
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a
outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor
contribuição que você poderá dar a sua Pátria.
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).
10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A expressão “nessa
área” (l. 7) retoma a idéia implícita, no parágrafo, de processo
eleitoral.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e
fitossanitária devem ser harmonizadas o mais rapidamente
10 possível, pois não haverá bloco econômico viável enquanto
houver entrave no intercâmbio entre os Estados-membros.
Finalmente, é preciso considerar que, no mundo globalizado, as 13 relações externas afetam o cotidiano das empresas e das pessoas.
O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os
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empresários se organizarem na defesa de seus interesses e
16 direitos, por meio da informação e da mobilização da sociedade
sobre as implicações internas das decisões tomadas em fóruns
internacionais.
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
11. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 7, o termo
“o que” retoma o antecedente “ampliar a infra-estrutura regional”.
1 Um dos lugares-comuns do pensamento político é o de que
o sistema democrático exige a descentralização do poder.
Democracia não é só o governo do povo, mas o governo do povo
4 a partir de sua comunidade. Esse é um dos argumentos clássicos
para o voto distrital: o eleitor fortalece seu poder, ao associá-lo ao
de seus vizinhos. Em países de boa tradição democrática, esses
7 vizinhos discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas também
fora deles, suas idéias com os candidatos. Embora isso não
signifique voto imperativo — inaceitável em qualquer situação
10 —, o parlamentar escolhido sabe que há o eleitor múltiplo e bem
identificado, ao qual deverá dar explicações periódicas. Se a esse
sistema se vincula a possibilidade do recall, do contramandato, 13 cresce a legitimidade do instituto da representação parlamentar.
O fato é que, com voto distrital ou não, tornou-se inadiável a
discussão em torno do sistema federativo. Quem conhece o Brasil 16 fora das campanhas eleitorais sabe das profundas diferenças entre
os estados.
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
12. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Acerca das relações
lógico-sintáticas do texto acima, assinale a opção incorreta.
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A) “-lo”, em “associá-lo” (l. 5), refere-se a “poder” (l. 2).
B) “deles” (l. 8) refere-se a “comitês dos partidos” (l. 7).
C) “isso” (l. 8) refere-se a “discutem, dentro dos comitês dos partidos, mas
também fora deles, suas idéias com os candidatos” (l. 7-8).
D) “ao qual” (l. 11) refere-se a “parlamentar escolhido” (l. 10).
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para
7 ficar e eu fiquei.
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma
13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem
22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
Jacaré — Tenho 64 anos.
25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
13. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) Em “Porque ele não quer ir
embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar”
(l. 21-22), nas duas ocorrências, o pronome “ele” refere-se à mesma
pessoa.
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a
4 própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve
contar, a partir das relações de poder estendidas a todos os
indivíduos, com um espaço político demarcado por regras
7 e procedimentos claros, que, efetivamente, assegurem o
atendimento às demandas públicas da maior parte da
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população, elegidas pela própria sociedade, através de suas
10 formas de participação/representação.
Para que isso ocorra, contudo, impõe-se a existência
e a eficácia de instrumentos de reflexão e o debate público
13 das questões sociais vinculadas à gestão de interesses
coletivos — e, muitas vezes, conflitantes, como os direitos
liberais de liberdade, de opinião, de reunião, de associação
16 etc. —, tendo como pressupostos informativos um núcleo de
direitos invioláveis, conquistados, principalmente, desde
o início da Idade Moderna, e ampliados pelo
19 Constitucionalismo Social do século XX até os dias de hoje.
Fala-se, por certo, dos Direitos Humanos e Fundamentais de
todas as gerações ou ciclos possíveis.
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da argumentação, o segundo
parágrafo do texto estabelece a condição de o debate e a reflexão sobre
os direitos humanos vinculados aos interesses coletivos estarem na
base da ideia de democracia.
15. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento das ideias demonstra que,
na linha 4, a flexão de singular em “deve” estabelece relações de
coesão e de concordância gramatical com o termo “democracia”.
16. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O pronome “isso” (l.11) exerce, na
organização dos argumentos do texto, a função coesiva de retomar e
resumir o fato de que as “demandas públicas da maior parte da
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população” (l.8-9) são escolhidas por meio de “formas de
participação/representação” (l.10).
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,
subordinação, resistência ou rebeldia. (..) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas relações de coesão que se estabelecem no
texto, o pronome “que” (l.4) retoma a expressão “exercício do poder”
(l.1).
(...)
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não 10 constituem indicadores de modernidade.
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
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Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O trecho “os que pensam assim” (l.16-
17) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (l.8), bem como o
sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de
desenvolvimento” (l.13-14).
Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui
antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos... 4 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não
saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para 7 ficar e eu fiquei.
Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da
indenização que recebeu na época? 10 Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas
vaquinhas...
Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma 13 coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele
disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que recebi. 16 Grupo Móvel — Mais nada?
Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está
devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que são dele. Até as 19 leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.
Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?
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Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem 22 receber nada. Nem as vacas ele deixa a gente levar.
Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
Jacaré — Tenho 64 anos. 25 Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
28 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha,
não precisa pedir.
O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré,
31 enfim, foi resolvido. Ele foi retirado da fazenda em Xinguara,
no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo do MTE abriu para ele uma caderneta de poupança,
34 onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).
19. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O que faz de Eduardo Silva
objeto de interesse da ação do Grupo Móvel é o fato de que o
trabalhador optou por trabalhar sem receber a remuneração
correspondente, conforme se depreende do trecho “o patrão pediu para
ficar e eu fiquei” (l. 6-7).
No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos – um lugar na
Suíça onde se reuniram os luminares de todo o mundo para discutir as
ansiedades que nos paralisam e as perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se monta a
ação de um famoso romance escrito por Thomas Mann, A Montanha Mágica.
O romance é de 1924 e descreve a vida de um grupo de personagens
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doentes que, no princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
procurando recuperar a saúde.
(...)
Affonso Ramos de Sant’anna, Correio Brasiliense, 6/2/2005 (com adaptações)
20. (Cespe/TCU/ACE/2005) Infere-se do texto que, em Davos, está sendo
filmada a adaptação cinematográfica de uma obra literária do início do
século passado.
21. (Cespe/TCU/ACE/2005) Subentende-se, da leitura do primeiro
parágrafo, que o autor julga haver vários tipos de ansiedade e que
todos eles paralisam o ser humano.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
(...)
O desenvolvimento, como processo de incorporação
sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na
16 construção do crescimento qualitativo e quantitativo das
sociedades organizadas, tem sido reconhecido como
ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais
19 duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar
contra o objetivo comum, quando se baseia em valores,
premissas e processos que interferem negativamente nos
22 ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e
coletiva.
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
22. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se do último período do texto que a
saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos
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ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um
desenvolvimento sustentável.
1 Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo
banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que
atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano.
4 Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares
do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de
toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados,
7 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de
toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas
que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo
10 derramadas por navios durante o movimento de carga e
descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de
pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.
Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).
23. (Cespe/TCU/ACE/2007) Depreende-se da argumentação do texto que,
se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental” (l. 1),
seus níveis de poluição não seriam tão altos.
1 O exercício do poder ocorre mediante múltiplas
dinâmicas, formadas por condutas de autoridade, de domínio,
de comando, de liderança, de vigilância e de controle de uma
4 pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se
reportam apenas ao caráter negativo do poder, de opressão, 7 punição ou repressão, mas também ao seu caráter positivo,
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de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/AFCE/2009) É correto concluir, a partir da argumentação
do texto, que o poder é dinâmico e que há múltiplas formas de sua
realização, com faces heterogêneas, positivas ou negativas; além disso,
ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a ele se
submetem, quanto os que a ele resistem.
25. (Cespe/TCU/AFCE/2009) De acordo com a argumentação do texto, o
poder “não é um objeto natural” (l.9) porque é criado artificialmente
nas relações de opressão social.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
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concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos
bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não
10 constituem indicadores de modernidade.
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Infere-se da leitura do texto que o futuro
de um país seria “obra do acaso” (l.3) se a modernidade não
assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha 7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
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destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.
(...)
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A correção
gramatical e as idéias originais serão mantidas, caso se reescreva o
trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” (l. 9-10) da seguinte
forma: não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> (com adaptações).
28. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) Na linha 3, a
substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de
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inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que
prejudica a coerência do texto.
(...)
10 A despeito das recentes turbulências, a Tailândia,
primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do
que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006,
13 quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de
corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a
confiança dos investidores no país, governado por um
16 conselho de segurança nacional provisório, com eleições
previstas para o fim do ano.
Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).
29. (Cespe/TCU/ACE/2007) Mantêm-se a coerência textual e a correção
gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração
desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.
Celular recebe ligação e relâmpago
Não é recomendável usar telefones celulares durante
tempestades com raios e trovões, sob risco de atrair as descargas
elétricas. O alerta foi feito por médicos recentemente.
Os especialistas relataram o caso de uma menina de 15
anos que usava o telefone em um parque quando foi
eletrocutada por um raio. A jovem sobreviveu, mas teve danos
permanentes à saúde.
O fenômeno é raro, mas é um problema de saúde
pública. A população precisa ser educada para o risco. Assim,
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poderemos prevenir casos fatais como esse, no futuro, disse
Swinda Esprit, médica do Northick Park Hospital, no Reino
Unido.
Ela explicou, ainda, que, quando uma pessoa é atingida
pela descarga elétrica de um raio, a alta resistência da pele
humana conduz a energia pelo corpo, em um fenômeno chamado
flashover. No entanto, se algum objeto feito de metal, como um
telefone celular, estiver em contato com a pele, interrompe-se o
flashover e aumenta a gravidade dos ferimentos internos.
Jornal do Brasil, 24/6/2006 (com adaptações).
Os itens a seguir são reescritas de trechos do texto. Julgue-os quanto à
correção gramatical.
30. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Durante tempestades,
médicos, recentemente, alertaram que eles não recomendam o uso de
telefones celulares que, com raios e trovões, atraíam descargas
elétricas.
31. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Os médicos mencionaram
uma situação em que, em um parque, uma jovem de 15 anos de idade,
ao usar o telefone celular, foi eletrocutada por um raio. Ela não morreu,
tendo sofrido, no entanto, danos irreparáveis à saúde.
32. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) A médica acrescentou,
também, que, caso uma pessoa for vítima de um raio, a pele dela,
altamente resistente, conduzirá a energia elétrica pelo corpo,
tratando-se o fenômeno do que se denomina flashover.
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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.
(...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
33. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Para evitar o emprego redundante de
estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho
“Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito
intensos” (l.3-4), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático
— Uma nação se constrói no meio de embates —, o que
preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade
de sua argumentação.
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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1. Item errado
2. Item certo
3. Item certo
4. Item errado
5. Item errado
6. Item certo
7. Item certo
8. Item certo
9. Item certo
10. Item certo
11. Item errado
12. Certo, certo, certo, errado (ler
a ressalva)
13. Item errado
14. Item certo
15. Item errado
16. Item errado
17. Item errado
18. Item certo
19. Item errado
20. Item errado
21. Item errado
22. Item errado
23. Item errado
24. Item certo
25. Item errado
26. Item errado
27. Item certo
28. Item errado
29. Item certo
30. Item errado
31. Item certo
32. Item errado
33. Item certo
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Olá, prezado(a) aluno(a) do Ponto dos Concursos!
Estamos nós aqui para mais uma aula do nosso curso de
exercícios para o concurso do TCU. Desta vez será sobre ortografia,
seleção vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. É
possível que, a essa altura, alguém tenha se perguntado: “E o novo Acordo
Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que falar! Aliás, em outra ocasião o
Cespe/UnB também se manifestou sobre o assunto. Em matéria publicada
dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio Braziliense noticiou que, nas
provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai aparecer a partir de janeiro de
2009 nos enunciados e provas objetivas [grifo nosso]. Nas discursivas, o
candidato terá até 2012 para se adaptar”. Diante disso, quero alertá-lo
sobre a possibilidade (ainda que remota) de o Cespe/UnB inserir na sua
prova alguns itens sobre as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa
(ressalte-se que até a presente data isso não ocorreu).
Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais,
revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam
mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante
atentar parar alguns pontos do novo Acordo: a exclusão do trema, a
permanência do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, a
exclusão do acento nos ditongos EU, EI e OI quando formarem a sílaba
tônica de palavras paroxítonas e a eliminação do acento dos hiatos EE e OO.
As provas trazem poucas questões sobre ortografia, seleção
vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. Aquelas
que aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e
acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais
objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao
que aparece nas provas elaboradas pelo Cespe, por meio de exercícios
específicos. Vamos, então, ao que interessa!
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Breve histórico
A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo 10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame, revisão e
julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a
despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as 25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A
Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da
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Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituin-
dose, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo
do Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de
controle interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado
a criar 45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da
renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
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dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do
vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.
Comentário – Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas em
que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras
compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um
a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de
sentido. Não é o que se verifica no vocábulo analisado. A expressão “de lei”
é locução adjetiva que caracteriza o substantivo “projeto”.
Resposta – Item errado.
2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como
polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.
Comentário – Dá origem a essas palavras o vocábulo pólo (extremidade de
algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece
distinção entre o substantivo que nomeia e a preposição polo (contração
entre a preposição por e o artigo o). Frise-se que o novo Acordo aboliu este
tipo de acento. Manteve-o, porém, no verbo pôr para diferenciá-lo da
preposição por.
Resposta – Item certo.
3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo
significa validada.
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Comentário – A forma verbal “ratificada” (particípio) tem por sinônimo as
palavras confirmada, validada. É importante que vocês não confundam
essa palavra com seu parônimo retificada, que significa corrigida,
consertada.
Resposta – Item certo.
4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí
acentuam-se atendendo à mesma regra.
Comentário – Apesar de a primeira ser uma paroxítona e a segunda uma
oxítona, ambas recebem acento pela mesma razão. A vogal I, que forma
hiato com as vogais U e A, constitui a sílaba tônica das palavras em
destaque. Note que ela está sozinha na sílaba. Caso viesse acompanhada de
qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), não
receberia acento.
Resposta – Item certo.
5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças
significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.
Comentário – Ressalte-se que essas palavrinhas não são sinônimas. A
primeira significa o atributo de algo “que tem a virtude ou o poder de
produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado
efeito”. A segunda, também adjetivo, diz-se daquilo que é “capaz de
produzir um efeito real”, permanente.
Resposta – Item certo.
Quem são esses senhores
(...)
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Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de
quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,
resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).
6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de
sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).
Comentário – A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,
abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de
música, anúncios publicitários, conversa do dia a dia e até em textos cujo
autor tem a intenção de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca
deve ser empregada na elaboração de uma redação técnica. Nesses casos, a
linguagem deverá ser a denotativa.
Resposta – Item certo.
A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o
mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as 4 perplexidades que nos mobilizam.
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Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de
dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os
16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado
em sentido denotativo, significa presidentes de países.
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Comentário – Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da
palavra “pajé”: indivíduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas
sociedades indígenas. Observe que tal palavra surge no mesmo período em
que se emprega o vocábulo “exorcizar” (ação realizada por meio de oração
ou cerimônia religiosa para esconjurar espíritos malignos). Note ainda que a
linha argumentativa do parágrafo em que surgem esses vocábulos fala de
um “mundo enfermo” tentando “diagnosticar” seus “males” e obter a “cura”
deles. Atribuir a “pajé” o significado de presidentes de países é extrapolar
o seu campo semântico. Caso fosse essa a intenção do autor do texto, a
palavra apropriada seria cacique (chefe, líder de comunidade indígena). E
mesmo assim a questão continuaria errada, pois no enunciado está escrito
“sentido denotativo”.
Resposta – Item errado.
8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto
III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.
Comentário – O vocábulo “sanatório” significa estabelecimento destinado
ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e está
em perfeita relação semântica com o segundo parágrafo do texto. O
emprego da palavra hospício denotaria asilo de loucos; hospital de
alienados; manicômio.
Resposta – Item errado.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
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4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma
verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).
Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural
do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de
número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema
hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos
comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de
sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,
que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo
(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao
sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção
gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.
Resposta – Item errado.
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1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está
no plural para concordar com “moradores” (l. 4).
Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo
a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é
escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o
substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo
“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo
deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”
estivesse no singular: morador.
Resposta – Item certo.
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
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Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção
gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.
Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é
obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os
períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição
proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são
sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em
relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o
texto. Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A
expansão se deve à aumento do número... O emprego do substantivo
aumento deve vir acompanhado do artigo definido o, que deve se com-
binar com a preposição a exigida pela regência do verbo que a antecede,
fazendo surgir ao. Resposta – Item errado.
12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência
das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.
Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada
por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve
ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que
é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note
que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que
corresponde à terceira pessoa do plural (eles).
Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,
envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à 1 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.
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2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.
Mas sim na aula específica sobre o assunto.
Resposta – Item errado.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
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25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não 28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o
texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.
Comentário – Observe que o autor estabelece um comparação entre os
dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a
fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para
que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores
semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.
Resposta – Item errado.
(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
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28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.
Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo
Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.
Resposta – Item errado.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.
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15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.
Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,
tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário
(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,
movimentar-se.
Resposta – Item errado.
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de
acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.
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Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso
não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação
da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”
(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a
substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.
Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para
indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,
mesmo significado que “convivência”.
Resposta – Item certo.
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18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do
texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.
Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de
palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos
de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade
decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de
estarem empregado em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce
literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a
troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a
concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente. Resposta
– Item errado.
1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já
apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem 4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por
acerca de manteria a correção gramatical do período.
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Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas
não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade
aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.
Resposta – Item errado.
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o
sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).
Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria inco-
erência, visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso
o que se pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância
mínima da localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é
“a”. Resposta – Item errado.
(...) Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo
empregada com o sentido de árduo, difícil.
Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação
contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir
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ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar
algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.
Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo
aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capital, essência, fundamental.
Resposta – Item errado.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da
textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.
Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado
com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua
portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em
+ onde.
O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.
Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme
o caso.
Resposta – Item certo.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
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vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção
gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.
Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e
como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando
tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos. Res-
posta – Item certo.
24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,
“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.
Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.
Resposta – Item certo.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.
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25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)
está sendo empregada com o sentido de sancionaram.
Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,
ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.
Resposta – Item certo.
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual 10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
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Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto
acima, assinale a opção incorreta.
a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações
críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.
Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser
desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.
No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e
peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave. Res-
posta – A
A diferença na linguagem
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
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Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,
julgue (C ou E) o item a seguir.
A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que
“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.
Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe
recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio
que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom
ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao
texto.
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Resposta – Item certo.
28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos
aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.
a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da
visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.
b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em
“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).
Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos
existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem
com a coerência e a coesão do texto.
Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o
termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,
uma área do conhecimento.
Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua
Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é
facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).
O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;
Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática. Res-
posta – Itens errados.
Receita – 96:924$985
1 No orçamento do ano passado houve supressão de
várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
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4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os
sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.
A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora
menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).
Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo
menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:
a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;
b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal
corrupto tinha até uma lista dos comerciantes
escorchados.);
c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso
esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem
nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;
d) “exatores” – cobrador de impostos.
Resposta – Item certo.
Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo
durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que
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tiver dúvidas quanto à grafia e ao significado de uma palavra, consulte um
bom dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o
ajudará a escrever corretamente e entender o significado das palavras em
um texto.
Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de
palavras.
Fique com Deus e até lá!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Breve histórico
A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo 10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame, revisão e
julgamento de todas as operações relacionadas com a receita e a
despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as 25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A
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Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da
Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituin-
dose, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo
do Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de
controle interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado
a criar 45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da
renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
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55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do
vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.
2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como
polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.
3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo
significa validada.
4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí
acentuam-se atendendo à mesma regra.
5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças
significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.
Quem são esses senhores
(...)
Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de
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quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,
resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).
6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de
sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).
A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o
mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as 4 perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof, 10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de
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dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os
16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado
em sentido denotativo, significa presidentes de países.
8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto
III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido, 4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
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ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma
verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
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10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está
no plural para concordar com “moradores” (l. 4).
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção
gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.
12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência
das informações entre o gráfico I2 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
2 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.
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7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não 28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o
texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.
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(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
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10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.
15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
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16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de
acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a
substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.
18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do
texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
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de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.
1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já
apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem 4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por
acerca de manteria a correção gramatical do período.
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o
sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).
(...) Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
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sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo
empregada com o sentido de árduo, difícil.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da
textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
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23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção
gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.
24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,
“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.
25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)
está sendo empregada com o sentido de sancionaram.
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava
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as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto
acima, assinale a opção incorreta.
a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações
críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
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e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.
A diferença na linguagem
“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
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27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,
julgue (C ou E) o item a seguir.
A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que
“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.
28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos
aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.
c) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da
visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.
d) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em
“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).
Receita – 96:924$985
1 No orçamento do ano passado houve supressão de
várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os
sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.
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A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora
menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).
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GABARITO
1. Item errado
2. Item certo
3. Item certo
4. Item certo
5. Item certo
6. Item certo
7. Item errado
8. Item errado
9. Item errado
10. Item certo
11. Item errado
12. Item errado
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item certo
18. Item errado
19. Item errado
20. Item errado
21. Item errado
22. Item certo
23. Item certo
24. Item certo
25. Item certo
26. A
27. Item certo
28. Itens errados
29. Item certo
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Olá, prezado(a) aluno(a)!
Hoje damos início à aula 3 deste curso de exercícios, em que
falaremos sobre o emprego de classes gramaticais ou classes
morfológicas. Ao todo, são dez. Umas variáveis e outras invariáveis. É
importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro
momento. Eis abaixo um quadro-resumo:
Classe Gramatical Definição
Substantivo
É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,
instituições, animais, entes de natureza espiritual
ou mitológica, etc.)
comum de dois
números
Tem a mesma forma para o singular e o plural:
lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será
estabelecida por meio de outro elemento
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus
etc.
comum de dois
gêneros
Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.
Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de
qualquer outro determinante. Exemplos: o/a
colega, o/a agente, o/a lojista.
sobrecomum
Possui uma só forma e um só gênero a fim de
designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a
pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.
epiceno
Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de
designar animais de ambos os sexos. Usam-se as
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a
distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a
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cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou
fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.
Artigo
(definidos: o, a, os,
as; indefinidos: um,
uma, uns, umas)
É a palavra que se antepõe ao substantivo,
servindo basicamente para generalizar ou
particularizar o sentido desse substantivo. Em
alguns casos, o artigo é essencial na identificação
do gênero e do número do substantivo. Exemplos:
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi
demitida. – O pires quebrou. / Os pires
quebraram.
Adjetivo
Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe
atribuir uma característica. Com ele concorda em
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros
bons, árvore alta, tapete novo etc.
uniforme
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a
substantivos masculinos quanto a femininos.
Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça
adorável.
Numeral
É a palavra que indica a quantidade ou a posição
dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo
(multiplicativos).
Advérbio É a palavra invariável que se refere a um verbo, um
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advérbio ou a um adjetivo, indicando uma
circunstância (causa, tempo, modo, lugar etc.).
Exemplos: Ele chegou cedo. (refere-se à forma
verbal “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você
agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
intensificando-lhe o sentido).
Interjeição
É a palavra invariável que exprime emoções ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que se faça uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!
Preposição
É a palavra invariável que conecta (liga) palavras
ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu
para sair mais cedo.
Conjunção
É a palavra invariável que une orações ou termos
de uma oração. No desempenho desse papel, a
conjunção pode relacionar termos e orações
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações
coordenadas) ou relacionar uma oração principal a
uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.
Verbo É a palavra que designa um processo (ação, desejo,
estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe
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gramatical mais rica em variação de formas. Pode
mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número
e voz. No dicionário, são encontrados no modo
infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,
amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do
verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /
Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está
doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.
(mudança de estado) / Choveu forte.
(fenômeno)
Pronome
Palavra que substitui o nome (pronome
substantivo) ou que o acompanha (pronome
adjetivo) para tornar claro o seu significado.
Existem seis classes de pronomes:
pessoal
Indica diretamente as pessoas do discurso (no
singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª
pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se
fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,
se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,
comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,
convosco. Também são pessoais os pronomes de
tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa
senhoria, vossa excelência, etc.
possessivo
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a
posse de algo: Meu, minha, meus, minhas,
nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,
tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,
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seus, suas.
demonstrativo
Indica a posição dos seres em relação às pessoas
do discurso, situando-os no tempo e no espaço.
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,
aquilo.
relativo
É aquele que, em uma oração, se refere a um
termo constante em oração anterior, chamado
antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava
danificado. São pronomes relativos: que, quem,
quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,
a qual, os quais, as quais.
indefinido
Refere-se à terceira pessoa do discurso num
sentido vago ou exprimido quantidade
indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre
alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e
número. São pronomes indefinidos: algum,
alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,
quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.
interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta
ou indireta: que, quem, qual, quanto.
Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe/UnB
Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a
definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em
que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que
estabelecem com o restante do período.
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Toa, é a partir do conhecimento das definições que
reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe
gramatical. Além disso, volto a dizer, um bom candidato não menospreza
nenhuma banca examinadora, achando que ela é incapaz de exigir certo tipo
de conhecimento durante a prova. Também não deve pensar que o nível do
concurso no qual se inscreveu é tão alto que jamais cairá determinado tipo
de questão.
Nunca se esqueça de que as últimas provas elaboradas por uma
mesma banca examinadora refletem uma tendência a certo tipo de
cobrança. Mas isso não quer dizer que ela está impedida de abordar de outra
forma aquilo que prevê o edital. Aliás, o edital nem sempre expressa em
detalhes o que se requer do candidato em termos de Língua Portuguesa.
Portanto, intensifique seus estudos e amplie suas fontes de
consulta. E, no mais, mãos à obra!
(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de
cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela
razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados
pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram
dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser
substituída por foram dados a ele.
Comentário – É importante notar que “lhe” é pronome oblíquo átono
indicativo de terceira pessoa do discurso, refere-se anaforicamente ao
substantivo “candidato” e completa o sentido da locução verbal “foram
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dados”. Em função de complemento verbal, lhe(s) desempenha função
sintática de objeto indireto, diferentemente dos pronomes oblíquos átonos
o(s) e a(s), que desempenham função sintática de objeto direto quando
também completam sentido de verbo. Ele(s) e ela(s) são pronomes oblíquos
tônicos que também indicam a terceira pessoa do discurso e, quando
completam sentido de verbo, desempenham função de objeto indireto. O
emprego da preposição “a” diante dele deve-se justamente pelo fato de ser
tônico. Assim sendo, a substituição proposta pela banca examinadora não
traz nenhum prejuízo gramatical ao período.
Resposta – Item certo.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava 16 a lei.
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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale
a opção correta.
a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a
correção gramatical do período.
b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de obje-
to direto.
Comentário – A forma verbal “tinha estado” indica tempo composto:
pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Os tempos compostos
são formados pelos verbos auxiliares TER e HAVER seguidos de verbo
principal no particípio. A tabela abaixo resume o processo de formação dos
tempos compostos:
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MODOS TEMPOS COMPOSTOS
indicativo
pretéritoperfeito (tenho/hei cantado) mais-que-
perfeito (tinha/havia cantado)
futuro
do presente (terei/haverei cantado)
do pretérito (teria/haveria cantado)
subjuntivo
pretérito perfeito (tenha/haja cantado)
mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)
futuro (tiver/houver cantado)
ATENÇÃO! Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito, bem
como ao modo imperativo.
Portanto, a alteração de uma para outra forma não causará
prejuízo à correção gramatical do período.
A alternativa C traz um grave erro por afirmar que o pronome
oblíquo átono “lhe” desempenha função sintática de objeto direto. Como já
sabemos, esse pronome, ao completar sentido de verbo, só poderá fazê-lo
como objeto indireto.
Resposta – Itens errados. A alternativa correta não é nenhuma das duas
que aqui foram analisadas; simplesmente por fugir ao objetivo desta aula,
deixemo-la oculta.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
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em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.
Internet: <www.tse.gov.br>
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão
“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção
gramatical do período.
Comentário – Este item trata de um assunto mais conhecido como
colocação pronominal (ou topologia pronominal). Em outras palavras, ele
considera a posição ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (ênclise;
próclise; mesóclise), que variará em função de certas circunstâncias.
Ênclise: o pronome oblíquo surge após o verbo e liga-se a
ele por meio de hífen (Levante-se e lute.). É a tendência da Língua
Portuguesa e só não ocorrerá se surgir um dos casos mencionados a seguir.
Mesóclise: o pronome oblíquo átono é colocado no meio do
verbo. Surge apenas com as formas verbais do futuro do presente e futuro
do pretérito, desde que não haja nenhuma palavra atrativa que obrigue a
ocorrência de próclise (Amar-te-ei a vida inteira.). Em nosso país, mesmo
com verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito,
poderemos usar tanto a próclise quanto a mesóclise se o verbo não estiver
no início da frase (Eu me lembrarei deste dia para sempre. ou Eu queixar-
me-ei de você.).
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Próclise: é a colocação do pronome oblíquo átono antes do
verbo. Ocorrerá obrigatoriamente nos seguintes casos:
a) palavras de sentido negativo (Nunca se queixou de minhas manias.)
b) advérbios sem pausa (Aqui se estuda bastante.)
c) pronomes indefinidos (Alguém me ligou?)
d) pronomes interrogativos (Quem nos ajudará agora?)
e) pronomes relativos (A pessoa que te ligou não se identificou.)
f) conjunções subordinativas (Ele disse que o chamou de patriarca.)
De acordo com essa explicação, a presença do advérbio
“Amanhã” atrai o pronome oblíquo átono “se” e impede o surgimento de
mesóclise em “definir-se-ão”.
Resposta – Item errado.
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas
as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos
os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.
Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados
permanentemente, por meio de atos significativos em que as
pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a
ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.
Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente
ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos
políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará
ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
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4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-
sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de
associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos
sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de
associação incorreta.
período conjunção período
A primeiro e segundo
B terceiro entretanto quarto
C quarto conquanto quinto
D quinto já que sexto
Comentário – A alternativa A traz conjunção coordenativa aditiva cujo
valor semântico, como o próprio nome já indica, é de adição. O vínculo
estabelecido por essa conjunção entre os dois primeiros períodos mantém o
enunciado correto, coeso e coerente, como podemos constatar: “O terreno
da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade e
essa construção é feita todos os dias”.
A conjunção “entretanto”, em B, confere ao enunciado que
introduz valor semântico de oposição, adversidade. Notem a presença do
vocábulo “imaterial” no terceiro período, contribuindo para o nexo
adversativo em relação ao quarto período.
Na alternativa C surge o problema: “conquanto” é conjunção
subordinativa concessiva. A informação introduzida por ela deve servir de
obstáculo para a realização de algo, muito embora não seja suficiente para
que esse algo se concretize. Entre o quarto e o quinto período não é
observada tal relação semântica: “Eles não estão aí por obra divina.
Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos
em que as pessoas reconheçam o interesse público”. Estaria sem prejuízo
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gramatical a associação dos dois períodos por meio de uma conjunção
conclusiva (portanto, por isso, logo).
Não há problema algum em se proceder à articulação
sugerida em D usando o conector “já que”, geralmente com valor semântico
de causa.
Resposta – C
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a
opção correta.
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a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a
correção gramatical do período.
b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se
por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
Comentário – Certamente, a substituição de “Tentam-se” por São
tentados não causa nenhum prejuízo ao período. Em “Tentam-se”, temos
voz passiva sintética (também conhecida como voz passiva pronominal).
Sua estrutura é caracterizada pela presença de verbo transitivo direto
seguido do pronome apassivador “se”. Em São tentados, ocorre também
voz passiva. Mas agora a estrutura é outra: uma locução verbal formada
pelo verbo auxiliar São e pelo verbo principal tentados. Chama-se voz
passiva verbal ou analítica.
Recordemos que são três as vozes verbais: ativa, passiva e
reflexiva. Na ativa, o sujeito é o agente da ação verbal que recai sobre
outro ser: João beijou a esposa. Na voz passiva, o sujeito sofre a ação
verbal praticada por outro ser, que é conhecido como agente da passiva:
João foi beijado pela esposa. Na voz reflexiva, o sujeito pratica ação verbal
que recai sobre ele mesmo: João beijou-se.
Na alternativa B, o emprego do subjuntivo em “quando
houvesse” deve-se ao caráter condicional, hipotético de uma ação em vias
de se concretizar. Portanto, “Sócrates” se refere a algo possível de acontecer
em um futuro próximo, e não faz “uma afirmativa sobre uma ação já
decorrida”.
Resposta – Itens errados. Pelos motivos explicados, nem a alternativa A,
nem a alternativa B foram o gabarito da questão.
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1 A função da oposição em uma sociedade democrática
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as
investigações e avaliar os projetos e iniciativas
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com
uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e
discuta os seus encaminhamentos.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,
assinale a opção correta.
a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação
sintática que pode ser expressa por Entretanto.
b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)
justifica-se por compor um período de natureza explicativa.
Comentário – A conjunção Entretanto integra o rol das conjunções
coordenativas adversativas (porém, no entanto, toa, mas etc. ). Seu
valor semântico estabelece uma relação de contrariedade, oposição entre as
orações interligadas por ela. Não é esse o sentido notado entre os dois
últimos períodos do texto.
Os estudos sobre aspectos verbais não revelam a necessidade
de orações explicativas trazerem seus verbos no modo subjuntivo. Verbos
no modo subjuntivo comunicam fatos considerados hipotéticos, de realização
incerta ainda. Esse é ocaso do emprego de “sinalize” e de “discuta”. Ambos
denotam ações possíveis de acontecerem.
Resposta – Itens incorretos; é outro o gabarito da questão.
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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo
em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede
"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.
Comentário – O futuro de presente (“teremos”) é utilizado, entre outros
motivos, para indicar fatos certos ou prováveis posteriores ao momento em
que se fala. A afirmação de Al Gore está condicionada a “se nada for feito,
em dez anos”. Percebe-se que a noção de futuro afeta a preposição “em”,
que textualmente equivale à expressão daqui a (dez anos).
Resposta – Item certo.
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o
processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas.
(...)
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)
por cuja mantém a correção gramatical do período.
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Comentário – Antes de tudo, sugiro reescrever o período já com a
alteração indicada no item: “Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo
contínuo cuja uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez
mais complexas”. É flagrante a inexistência de coesão textual na passagem
da oração de verbo “ser” para a oração seguinte, causada pelo emprego do
pronome relativo “cuja” desacompanhado de outras alterações necessárias.
Não é possível substituir um pronome substantivo relativo (que, quem, o
qual, quanto) por um pronome adjetivo relativo (cujo). Há ainda problemas
quanto à correção gramatical, pois não se usa artigo diante desse pronome
relativo. Tudo isso contribui para que o período se torne incoerente. Res-
posta – Item errado.
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
10 A elevação significativa da produtividade dos fatores
de produção só será obtida com reformas institucionais
profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 13 investimento em educação, cuja maturação é longa.
Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).
9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca
do texto acima.
a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida
de vírgula, mantém a informação original do período.
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b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção
gramatical do período.
Comentário – O vocábulo “Já”, no contexto a que pertence, denota
simplesmente uma ressalva, uma observação. Esse também é o valor
semântico da expressão Por outro lado. Portanto, a informação original do
período é mantida com a substituição indicada na alternativa A.
Em B, tem-se incorreção gramatical pelos motivos explicados
anteriormente.
Resposta – B
10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no
uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição
desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao
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espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência
naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo
“antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva analítica
do verbo usar, que, no pretérito perfeito composto, indica ação durativa,
não limitada no tempo.
Resposta – Item certo.
11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga
dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).
Comentário – A conjunção “e” é aditiva e serve para ligar dois termos ou
duas orações de idêntica função: Leonor e ele voltaram-se e desfaleceram.
No texto, a conjunção em destaque conecta os verbos “otimizar e
modernizar”, ambos complementos do adjetivo transitivo “necessário”.
Resposta – Item errado.
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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os
valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições
mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a
preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a
preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada).
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Importa perceber a diferença existente entre a preposição
até, que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de
inclusão: Tudo na vida engana, até a glória.
Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as
formas oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até
denota inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com
a forma reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse
champanhe.
Resposta – Item certo.
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece
relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas
dinâmicas" (L.1-2).
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Comentário – O vocábulo “mediante” é uma preposição acidental.
Esclareça-se ainda que a relação que se estabelece entre palavras por
intermédio de preposição pode implicar movimento ou não movimento,
melhor dizendo, pode exprimir um movimento ou uma situação daí
resultante. No texto, essa preposição (que significa “por meio de”) afasta
totalmente a noção de “movimento” e traduz a troco de que o “exercício do
poder ocorre”.
Resposta – Item errado
14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente
antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,
sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
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Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois,
portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir
segmento de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito
anteriormente que “o exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se
que “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto”.
É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe
realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca
propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as
adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado.
Resposta – Item certo
15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições
em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,
respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).
Comentário – Uma questão semelhante caiu na prova da Antaq, em 2009,
e foi resolvida anteriormente, lembra? Aqui, o termo “da responsabilidade”
completa o sentido do nome “preço”, e o termo “para a comunidade”
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vincula-se ao verbo “dirigir”. Ambas as relações são articuladas por meio das
preposições “da” e “para”, respectivamente.
Resposta – Item certo
16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto
permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período
iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas,
aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo,
de
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contraste, de oposição. Repare que, já no início do texto, o autor menciona a
força “paradoxal” da economia. Se, por um lado, as pessoas assumem uma
postura cautelosa e se “preocupam com a estabilidade dos mercados
financeiros e da economia globalizada”, por outro, elas se tornam
complacentes e se equivocam, por causa dos prazeres da prosperidade.
Resposta – Item certo. (O gabarito oficial assinalou-o como errado, mas
permito-me discordar dele. Para mim não está claro o motivo que levou a
banca examinadora a eliminar esta argumentação. Salvo melhor juízo,
mantenho este entendimento).
17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que
a globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe
de sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da
conjunção adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência
normal é esse processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a
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globalização, que ainda não assumiu seu formato definitivo, pode não dispor
de sólidas fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra).
Resposta – Item certo.
18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)
estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas
orações.
Comentário – Textualmente, esse conectivo introduz segmento de caráter
conclusivo.
Resposta – Item errado
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19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"
(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está
subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser
empregada sob a forma do.
Comentário – A questão é fácil, mas é preciso ler atentamente a passagem.
Nela, o termo “o social” complementa o sentido do nome “discussão”:
“discussão sobre a filosofia e [discussão sobre] o social”. Nota-se, assim, o
equívoco da alegação do Cespe.
Resposta – Item errado
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20. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários
ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.
Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela
banca: Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo
certo, quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção
pois utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota
ideia conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da
oração, como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo.
Resposta – Item errado
21. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Devido à função que
exerce na oração, a vírgula empregada depois de “sensações” (l.2)
poderia ser substituída tanto pela conjunção e como pela conjunção ou,
sem prejudicar a correção gramatical ou a coerência do texto.
Comentário – Questão interessantíssima, pois conjugou pontuação com
conjunção.
Uma das atribuições da vírgula é separar palavras ou
orações justapostas assindéticas – isso é o que nos ensina Cegalla (2008:
428). Veja os exemplos que o gramático utiliza: “A terra, o mar, o céu, tudo
apregoa a glória de Deus”. “Os passantes chegam, olham, perguntam e
prosseguem”.
Cunha e Cintra (2008:658) explicam que, no interior da
oração, a vírgula serve para separar elementos que exercem a mesma
função sintática (sujeito composto, complementos de verbos e nomes,
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adjuntos etc.), quando não vêm unidos pelas conjunções e, ou e nem:
“Achava os homens declamadores, grosseiros, cansativos, pesados, frívolos,
chulos, triviais” (Machado de Assis).
Essas conjunções coordenativas costumam surgir no final
do encadeamento: “Leonor voltou-se e desfaleceu” (Graciliano Ramos).
Resposta – Item certo
22. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (l.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (l.13).
Comentário – Ao substituir um termo antecedente, o que é classificado
como pronome relativo. Perceba, entretanto, que a referência não é ao
termo indicado pelo Cespe; mas sim ao termo “ideias” (linha 12 – note a
ausência do acento agudo, em virtude novo Acordo). A banca quis distraí-lo
com os termos surgidos entre o relativo e o seu verdadeiro antecedente:
“ideias que penetram (...) e que evoluíram”.
E já que estamos tratando também de conjunção, olha a
conjunção aditiva “e” servindo de nexo entre as duas orações adjetivas:
“que penetram (...) e que evoluíram”.
Resposta – Item errado
23. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) A expressão “No estado
de repouso e de movimento dos objetos” (l.7) localiza onde se associam
os “conceitos” referidos na linha 10.
Comentário – A expressão apontada pela banca tem características de
advérbio, pois exprime, de acordo com o contexto, a circunstância de lugar
em que ocorre a associação referida.
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Resposta – Item certo
“Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa
democracia.”
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57
24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Preservam-se a correção gramatical e a
coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo
“respeito” (l.7), juntando-se o artigo definido à preposição “a”,
escrevendo-se ao respeito.
Comentário – Perceba que a expressão “a respeito de” equivale-se à
preposição sobre: ...refletir um pouco sobre o que... A expressão é uma
locução prepositiva e não deve ser considerada individualmente, como
propõe o Cespe, ao sugerir a determinação do substantivo “respeito” por
meio do artigo definido. Isso prejudica tanto a correção gramatical quanto a
coerência do texto.
Resposta – Item errado
1 A visão do sujeito indivíduo — indivisível —
pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em
cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos
4 previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em
teias e tensões relacionais que conformarão nossas
capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos.
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações 10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
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outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
16 As experiências que o homem vai adquirindo na relação com
os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus
gostos, as suas formas de agir.
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Ao ligar dois períodos sintáticos, o
conectivo “Mas” (l.3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito
único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações
sociais.
Comentário – O conetivo analisado integra o rol das conjunções
coordenativas adversativas, que estabelecem uma ideia de contraste, de
oposição entre os termos ou orações que relacionam.
Também são conjunções coordenativas adversativas:
porém, toa , contudo, no entanto, entretanto.
Resposta – Item certo
26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 4, para se evitar a sequência
“nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma
verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse
prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas.
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Comentário – Tratou-se aqui de colocação pronominal, especificamente de
próclise (emprego do pronome oblíquo átono antes do verbo) e ênclise
(emprego do pronome oblíquo átono depois do verbo).
Não há problema na troca da posição do pronome “nos”, pois
imediatamente antes dele não há nenhuma palavra atrativa (palavras de
sentido negativo, advérbios sem pausa, conjunções subordinativas,
pronomes relativos, conjunções coordenativas alternativas, pronomes e
advérbios interrogativos, pronomes indefinidos etc.) que o “prenda” onde
está.
Entretanto, não é possível colocá-lo depois da forma verbal
“fazemos” sem proceder às alterações necessárias. O pronome se unirá
ao verbo por meio do hífen. Além disso, os verbos em primeira pessoa do
plural associados ao pronome nos perdem a letra final: assustamos + nos =
assustam-nos; ferimos + nos = ferimo-nos; fazemos + nos = fazemo-nos.
Que tal recordar a forma correta de juntar pronomes oblíquos
átonos a verbos?
– me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos:
a) associados a verbos terminados em –r, -s ou –z, e à
palavra eis, os pronomes o, a, os, as assumem as
antigas formas lo, la, los, las, caindo aquelas
consoantes: Mandaram prendê-lo. / Ajudemo-la. / Fê-los
entrar. / Ei-lo aqui!
b) associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am,
-em; -ão, -õe), os ditos pronomes tomam as forma no,
na, nos, nas: Trazem-no. / Ajudavam-na. / Dão-nos de
graça. / Põe-no aqui.
Resposta – Item errado
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27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O uso da forma verbal flexionada na
primeira pessoa do plural “Estaríamos” (l.13) inclui autor e leitores no
desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e
gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (l.16) por
vamos adquirindo, no período seguinte.
Comentário – Tudo estava indo tão bem, mas... Quer ver? Substitua os
termos como a banca sugere: As experiências que vamos adquirindo na
relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus
gostos, as suas formas de agir. Agora repare que não há mais coesão entre
o pronome “nós” (primeira pessoa do plural, sujeito implícito do verbo
“vamos”) e os pronomes possessivos sublinhados, que correspondem à
terceira pessoa do discurso. Antes estava tudo correto, pois a referência era
ao “homem”, ou seja, a ele (terceira pessoa).
Resposta – Item errado
1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de
4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. (...)
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na relação entre as ideias do texto,
subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (l.3) e de “andar”
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(l.6); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais
claro, além de manter a sua correção gramatical.
Comentário – A passagem é clara o bastante e não necessita desses
elementos (combinação da preposição a com o artigo definido o). Os
infinitivos verbais “tentar” e “andar” foram usados de maneira impessoal
para exprimir fatos de modo geral, sem referi-los (os fatos) a um sujeito e,
ainda, sem situá-los no tempo. O uso dos elementos propostos pela banca
tornaria a passagem inconclusa, causaria no interlocutor a expectativa de
um desfecho originado por algum agente. Sintaticamente, as orações
iniciadas por esses verbos tornar-se-iam subordinadas (expressariam
circunstâncias temporais – “quando tentam sair de um vagão”; “quando
andam por ruas sujas”) sendo que, na verdade, são independentes e se
ligam, textualmente, à forma verbal “São”, presente no período seguinte.
Resposta – Item errado
(...)
As iniciativas são louváveis. Caso a população,
16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e
não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações
29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela
conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se
insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a
função condicional dessa oração.
Comentário – Faça a modificação: Se a população, porém, se sinta apenas
punida ou obrigada a uma atitude... Então, notou o problema? A conjunção
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substituta, ainda que preserve o caráter condicional da oração, não guarda
coesão com o presente do subjuntivo do verbo sentir. Ela, na verdade,
exige que o mesmo verbo se flexione no futuro de subjuntivo: Se a
população, porém, se sentir...
Resposta – Item errado
(...)
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da textualidade, é coerente
subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal
“vivermos” (l.16), inserindo-se podermos.
Comentário – Veja como ficaria: “...e, assim, podermos vivermos...”. Que
tal? Horrível, não é mesmo? Com a alteração, surge uma locução verbal.
Nela o verbo principal – nuclear, de significação plena – é o último. O outro
é seu auxiliar, desprovido total ou parcialmente de significação própria. As
flexões de número, pessoa, modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar. Já o
verbo principal assume uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo ou
particípio:
Estou estudando português.
Há de haver uma solução para o caso.
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Um livro foi comprado por mim.
Resposta – Item errado
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz
passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se
e por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou
para a correção gramatical do texto.
Comentário – Está correta a correspondência apontada pelo Cespe, pois a
voz é passiva, tanto no segmento original (voz passiva analítica ou verbal)
quanto na forma sugerida (voz passiva sintética ou pronominal). A respeito
da voz passiva, importa saber o que abaixo se segue.
Voz passiva indica que o processo verbal foi sofrido pelo
sujeito do verbo.
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva)
Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa)
ATENÇÃO! 1 – Observe que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se
AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil)
torna-se SUJEITO da voz passiva.
2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for
INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.
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Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito
indeterminado.
As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as
questões.) – voz passiva sem agente da passiva.
3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e
pronominal ou sintética.
Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar +
verbo principal no particípio = analítica.
Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO
DIRETO + pronome SE = sintética.
Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela
síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’
(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a
passiva.
VOZ ATIVA VOZ PASIVA
Sujeito
Pacientes
afetados pela
síndrome
Agente da
passiva
pelos pacientes
afetados pela
síndrome
Verbo transitivo
direto
ultrapassaram (o
que?)
Locução verbal
(voz passiva
analítica)
foi ultrapassada
Objeto direto
a fronteira da
adaptabilidade às
demandas
Sujeito paciente
A fronteira da
adaptabilidade às
demandas
Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:
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a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =
sujeito indeterminado voz ativa
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =
sujeito indeterminado voz ativa
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO
+ SE = sujeito indeterminado voz ativa
d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE +
OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado voz ativa
e) Toda voz passiva sintética (formada com o pronome SE)
não possui agente da passiva.
Assim sendo, não é possível a substituição que a banca sugere,
pois o termo “pelo sociólogo William H. Whyte” exerce a função de agente
da passiva, o qual não é utilizado com a voz passiva sintética.
Resposta – Item errado
(...) O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. A expressão do
consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos
16 níveis de governo, é essencial para que o Estado
constitucional perdure e seja sempre capaz de proteger os
direitos inerentes às pessoas.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
32. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O uso do modo subjuntivo em “perdure” (l.17)
e “seja” (l.17), em orações sintaticamente independentes, deve-se ao
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valor semântico do subjuntivo para expressar a ideia de desejo ou
vontade, que, no caso, aplica-se à função do “Estado” (l.16).
Comentário – Uma sopa de letrinhas! O emprego do subjuntivo não se
deve a orações sintaticamente independentes. O valor semântico dele não
denota desejo ou vontade; isso é expresso, geralmente, por orações
optativas (Que Deus o abençoe! Espero que tudo te vá bem!). Então, o que
exprime o subjuntivo? Esse modo indica ocorrência provável, possível,
hipotética, duvidosa. No texto, o emprego dele se justifica por circunscrever
o processo verbal no campo semântico da possibilidade e o afastar da
certeza caracterísitica do modo indicativo.
Uma dica: é comum os verbos conjugados no modo
subjuntivo virem antecedidos pelas conjunções que, caso e embora e por
advérbios que exprimem dúvida (talvez, possivelmente etc.) Às vezes, é de
fato a conjunção que obriga o uso do verbo no modo subjuntivo, mesmo
sem a aparente ideia de possibilidade, incerteza.
Resposta – Item errado
1 Assistimos à dissolução dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem
estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único
para a história, os projetos humanos têm um assentamento 10 inicial que já permite abrir o presente para a construção de
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futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em
participar de processos sociais compartilhados, nos quais
13 emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos.
A complexidade dos problemas desarticula-se e,
precisamente por essa razão, torna-se necessária uma
16 reordenação intelectual que nos habilite a pensar a
complexidade.
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).
33. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) A relação que a oração
iniciada por “e as respostas” (l.7) mantém com a anterior mostra que a
função da conjunção “e” corresponde à função de por isso.
Comentário – Uma conjunção e também a oração a que pertence devem
ser classificadas de acordo com o sentido que exprimem no contexto em que
se inserem. No texto, a conjunção “e” inicia oração que estabelece com a
anterior uma relação de causa e efeito, em que uma é decorrente da outra,
uma nos faz concluir a outra. Sendo mais preciso, a oração “e as respostas
não são diretas nem estáveis” expressa a conclusão, a dedução ou a
consequência do que se declara anteriormente: “o mundo tornou-se
intensamente complexo”. Assim sendo, a conjunção “e” equivale-se à
conjunção conclusiva por isso.
Observe outros exemplos: Sofrem duras privações e não se
queixam. “Quis dizer mais alguma coisa e não pode.” (Jorge Amado). Nos
dois casos, a conjunção “e” tem claro valor adversativo (= mas). Resposta
– Item certo
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34. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) O uso da preposição em, no
termo “nos quais” (l.12), indica que a expressão nominal “processos
sociais compartilhados” (l.12) está empregada como a circunstância de
lugar da emergência dos “significados” (l.13), não como o agente de
sua origem.
Comentário – Primeiramente, é necessário reconhecer que, na expressão
“nos quais”, existe realmente a presença da preposição “em”, que se
contraiu com o “o” que integra o pronome relativo “o qual” (em + o = no).
Em seguida, é interessante frisar que as preposições, ao
contrário do que alguns pensam, trazem valores semânticos consigo: posse,
modo, lugar, causa, fim etc. Só para exemplificar o que disse e ajudar você
a entender o que vou dizer, note a ideia de lugar comunicada pela
preposição “em” na simples frase Moro em Brasília.
Agora, é fundamental perceber as relações de significados
entre os argumentos do texto. Na aludida passagem, não só “significados”,
mas também “sentidos, coordenações e conflitos” emergem nos “processos
sociais compartilhados”.
Resposta – Item certo
35. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) No segundo parágrafo, as
duas ocorrências do pronome se, em “desarticula-se” e “torna-se”,
marcam a impessoalidade da linguagem empregada no texto por meio
da indeterminação do sujeito.
Comentário – O que o Cespe quis dizer com “impessoalidade da linguagem
empregada”? Simplesmente que as formas verbais “desarticular-se” e
“tornar-se” não possuem um sujeito específico a quem podem ser atribuídas
as noções expressas por elas. Perceba que a banca usou a expressão
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“indeterminação do sujeito”. Isso não faz sentido. Os sujeitos dos dois
verbos estão bem claros e determinados na passagem: “A complexidade dos
problemas” e “uma reordenação intelectual”, respectivamente. Se você ficou
com dúvida no papel do “se” que acompanha esses verbos, saiba que no
primeiro caso ele é pronome apassivador, acompanha verbo transitivo
direto; no segundo é parte integrante do verbo (de ligação).
Releia o comentário da questão 31 e confirme os casos em
que o SE ajuda a indeterminar o sujeito. Cuidado com o caso descrito na
letra “a”. Lá, perceba, não é possível saber quem ficou feliz, o fato não pode
ser atribuído a ninguém realmente, ao contrário do que ocorre em relação
ao verbo de ligação “tornar-se”. O que se tornou necessária? Eis a resposta
(e o sujeito do verbo): “uma reordenação intelectual”
Resposta – Item errado
Muito bem, por hoje é só. Ficarei aguardando as dúvidas,
sugestões e os comentários. Não deixe de interagir comigo. O êxito deste
curso também depende da sua participação.
Na próxima aula, estudaremos regência, crase e redação de
correspondências oficiais. Até lá!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de
cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela
razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados
pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram
dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser
substituída por foram dados a ele.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
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mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava
16 a lei.
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale
a opção correta.
a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a
correção gramatical do período.
b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de obje-
to direto.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
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4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.
Internet: <www.tse.gov.br>
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão
“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção gramatical
do período.
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas
as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos
os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.
Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados
permanentemente, por meio de atos significativos em que as
pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a
ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.
Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente
ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos
políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará
ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
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4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-
sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de
associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos
sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de
associação incorreta.
período conjunção período
A primeiro e segundo
B terceiro entretanto quarto
C quarto conquanto quinto
D quinto já que sexto
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a 16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
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corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a
opção correta.
a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a
correção gramatical do período.
b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se
por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
1 A função da oposição em uma sociedade democrática
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as
investigações e avaliar os projetos e iniciativas
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com
uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e
discuta os seus encaminhamentos.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,
assinale a opção correta.
a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação
sintática que pode ser expressa por Entretanto.
b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)
justifica-se por compor um período de natureza explicativa.
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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo
em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede
"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o
processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas.
(...)
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)
por cuja mantém a correção gramatical do período.
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
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10 A elevação significativa da produtividade dos fatores
de produção só será obtida com reformas institucionais
profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 13 investimento em educação, cuja maturação é longa.
Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).
9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca
do texto acima.
a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida
de vírgula, mantém a informação original do período.
b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção
gramatical do período.
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10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no
uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga
dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).
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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
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13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece
relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas
dinâmicas" (L.1-2).
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14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente
antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,
sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
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15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições
em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,
respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).
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16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto
permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período
iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)
estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas
orações.
19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"
(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está
subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser
empregada sob a forma do.
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20. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economista/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários
ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.
21. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Devido à função que
exerce na oração, a vírgula empregada depois de “sensações” (l.2)
poderia ser substituída tanto pela conjunção e como pela conjunção ou,
sem prejudicar a correção gramatical ou a coerência do texto.
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22. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (l.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (l.13).
23. (Cespe/ANTAQ/Especialista – Economia/2009) A expressão “No estado
de repouso e de movimento dos objetos” (l.7) localiza onde se associam
os “conceitos” referidos na linha 10.
“Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa
democracia.”
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57
24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Preservam-se a correção gramatical e a
coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo
“respeito” (l.7), juntando-se o artigo definido à preposição “a”,
escrevendo-se ao respeito.
1 A visão do sujeito indivíduo — indivisível —
pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em
cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos
4 previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em
teias e tensões relacionais que conformarão nossas
capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos.
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações 10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
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outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
16 As experiências que o homem vai adquirindo na relação com
os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus
gostos, as suas formas de agir.
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Ao ligar dois períodos sintáticos, o
conectivo “Mas” (l.3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito
único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações
sociais.
26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 4, para se evitar a sequência
“nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma
verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse
prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas.
27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O uso da forma verbal flexionada na
primeira pessoa do plural “Estaríamos” (l.13) inclui autor e leitores no
desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e
gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (l.16) por
vamos adquirindo, no período seguinte.
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1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de
4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. (...)
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na relação entre as ideias do texto,
subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (l.3) e de “andar”
(l.6); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais
claro, além de manter a sua correção gramatical.
(...)
As iniciativas são louváveis. Caso a população,
16 porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e
não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros.
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações
29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) A substituição de “Caso” (l.15) pela
conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se
insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a
função condicional dessa oração.
(...)
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Na rede social, as dinâmicas de poder não têm
13 barreiras ou fronteiras: nós as vivemos a todo momento.
Consequentemente, podemos ser comandados, submetidos
ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo
16 para a realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo
papel social, que nos faz complementar, passivamente ou
não, as regras políticas da situação em que nos encontramos.
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na organização da textualidade, é coerente
subentender-se a noção de possibilidade, antes da forma verbal
“vivermos” (l.16), inserindo-se podermos.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, 4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Por estar empregada como uma forma de voz
passiva, a locução verbal “foi cunhado” (l.1) corresponde a cunhou-se
e por esta forma pode ser substituída, sem prejuízo para a coerência ou
para a correção gramatical do texto.
(...) O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
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13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. A expressão do
consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos
16 níveis de governo, é essencial para que o Estado
constitucional perdure e seja sempre capaz de proteger os
direitos inerentes às pessoas.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
32. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O uso do modo subjuntivo em “perdure” (l.17)
e “seja” (l.17), em orações sintaticamente independentes, deve-se ao
valor semântico do subjuntivo para expressar a ideia de desejo ou
vontade, que, no caso, aplica-se à função do “Estado” (l.16).
33. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) A relação que a oração
iniciada por “e as respostas” (l.7) mantém com a anterior mostra que a
função da conjunção “e” corresponde à função de por isso.
34. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) O uso da preposição em, no
termo “nos quais” (l.12), indica que a expressão nominal “processos
sociais compartilhados” (l.12) está empregada como a circunstância de
lugar da emergência dos “significados” (l.13), não como o agente de
sua origem.
35. (Cespe/ABIN/Oficial de Inteligência/2008) No segundo parágrafo, as
duas ocorrências do pronome se, em “desarticula-se” e “torna-se”,
marcam a impessoalidade da linguagem empregada no texto por meio
da indeterminação do sujeito.
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GABARITO
1. Item certo
2. Item errado
3. Item errado
4. C
5. Itens errados
6. Itens incorretos
7. Item certo
8. Item errado
9. B
10. Item certo
11. Item errado
12. Item certo
13. Item errado
14. Item certo
15. Item certo
16. Item certo
17. Item certo
18. Item errado
19. Item errado
20. Item errado
21. Item certo
22. Item errado
23. Item certo
24. Item errado
25. Item certo
26. Item errado
27. Item errado
28. Item errado
29. Item errado
30. Item errado
31. Item errado
32. Item errado
33. Item certo
34. Item certo
35. Item errado
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Saudações, prezado(a) aluno(a)!
Em nossa quarta aula, estudaremos a regência de alguns
nomes e verbos, os casos de ocorrência (ou não) da crase e a redação de
correspondências oficiais. Em relação à regência, digo “de alguns nomes
e verbos” porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não
nos permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no
estudo da regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não
pode faltar a você.
REGÊNCIA NOMINAL
Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo
ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação
é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei
de falar:
(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.
(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão
mais perto da aprovação.
(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!
(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.
8 É um convite à contemplação da natureza. (...)
Época, 9/5/2005 (com adaptações).
ADJ. COMP. NOMINAL
PREP.
ADV. COMP. NOMINAL
PREP. (de + a)
SUBST. COMP. NOMINAL
PREP.
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1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal
indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido
pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o
verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.
Comentário – A primeira parte da declaração está correta. Realmente, o
substantivo “convite” tem seu significado semântico completado pelo termo
“à contemplação”. Note a fusão que ocorreu entre a preposição a exigida
pela regência transitiva do substantivo “convite” e o artigo feminino a que
acompanha o substantivo “contemplação”. Esse fenômeno justifica o
emprego do acento grave indicativo de crase (“à”).
E o que dizer da parte final da declaração? Antes de
responder à pergunta, experimente reescrever a passagem empregando o
verbo convidar. Tenha em mente que o verbo convidar também é
transitivo (direto e indireto) e pede complemento. Na questão da prova,
esse verbo estaria também complementado explicitamente por termo regido
pela preposição a, justificando a presença obrigatória do acento grave
indicativo de crase.
Resposta – Item errado.
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que
merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos
das mais diversas bancas examinadoras:
Acessível a
Acostumado a ou
com
Alheio a
Alusão a
Ansioso por
Atenção a ou para
Atento a ou em
Benéfico a
Compatível com
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Cuidadoso com
Desacostumado a ou
com
Desatento a
Desfavorável a
Desrespeito a
Estranho a
Favorável a
Fiel a
Grato a
Hábil em
Habituado a
Inacessível a
Indeciso em
Invasão de
Junto a ou de
Leal a
Maior de
Morador em
Natural de
Necessário a
Necessidade de
Nocivo a
Ódio a ou contra
Odioso a ou para
Posterior a
Preferência a ou por
Preferível a
Prejudicial a
Próprio de ou para
Próximo a ou de
Querido de ou por
Residente em
Respeito a ou por
Sensível a
Simpatia por
Simpático a
Útil a ou para
Versado em
Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem
preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Foi explorando esse
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4
conhecimento que uma questão apareceu na prova elabora pelo Cespe, para
o cargo de técnico judiciário do Supremo Tribunal Federal, em 2008.
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
(...)
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo
definido feminino plural antes de “previsões”.
Comentário – Note que a locução “em relação a” possui em sua parte final
a preposição a. Essa expressão exige sim um complemento, que no caso em
estudo está pluralizada e acompanhada de artigo definido: “as previsões
apresentadas em dezembro do ano passado”. O encontro de a (preposição)
com as (artigo) desencadeia a fusão desses dois vocábulos, que na escrita é
evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase.
Resposta – Item certo.
Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores.
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5
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, julgue a assertiva
abaixo.
Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”
decorre da regência de “preocupação” (l. 1).
Comentário – Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar
este item ocorreu por causa da ausência do vocábulo “preocupação” na
expressão em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que
ocorre a elipse do substantivo “preocupação”. Note: “Uma antiga
preocupação dos legisladores do passado era a [preocupação] de assegurar
o direito dos povos de manter ‘os costumes da terra’”. Ficou melhor agora?
Tanto diante de “os legisladores”, quanto de “assegurar”, a preposição de se
faz presente em virtude da regência do substantivo “preocupação”. Res-
posta – Item certo.
1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições
impostas pelo Estado são impostas por pensamen-
tos “puritanos” de parte da sociedade?
(...)
Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).
4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras
prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao
entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições
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estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
Comentário – Deve chamar a sua atenção o surgimento da oração
subordinada substantiva completiva nominal regida corretamente pela
preposição “de”, que surgiu agora por imposição do substantivo “idéia”.
Resposta. Item certo.
(...) Mas foi a partir do século
XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem
13 à consciência de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir.
Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:
Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.
SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).
5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de
que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de
“consciência”.
Comentário – O substantivo “consciência” pertence à oração “Mas a partir
do século XIX a expansão mundial do capitalismo deu origem à
consciência”. Você deve estar curioso, querendo saber onde foram parar
as palavras “foi” e “que”, não é mesmo? Repare que elas são meras palavras
de realce. Podem ser retiradas da oração sem qualquer prejuízo para o
enunciado. Tanto é verdade que eu as retirei sem que qualquer problema
acontecesse, percebeu? Pois bem, semanticamente o vocábulo “consciência”
não se esgota. Ele precisa de um termo que lhe complete o sentido. É com
essa finalidade que surge a oração “de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir”. Junte os dois segmentos e observe
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que a articulação entre eles é possibilitada pela presença da preposição de,
que decorre da regência do próprio substantivo “consciência”.
Resposta – Item certo.
1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,
4 Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que
exige preposição a.
Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome
“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao
MERCOSUL”.
Resposta – Item errado.
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7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.
Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior”
(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão”
e “superior a US$ 300 bilhões”.
Resposta – Item errado.
Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido
alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem
que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre
regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que
você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras
informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.
REGÊNCIA VERBAL
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
JJJ ooosssiii lll dddaaa
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VTD
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
8. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) No título do texto, as duas ocorrências da
forma verbal “é” são sintaticamente equivalentes.
Comentário – Não é possível responder à questão sem antes perceber que
a distinção entre as duas ocorrências da forma verbal ”é” leva em conta esse
tópico da nossa Língua: transitividade verbal. Na verdade, a questão requer
noções semântico-sintáticas, e não apenas sintáticas.
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos
indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.
Estão divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)
não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;
(4) Quero água.
(5) A médico, confessor e letrado nunca enganes.
Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo
de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.
b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos
indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto
quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);
(6) Gosto de água.
(7) Custou-me entender o assunto.
VTD OD
ODP
VTI OI
VTI OI
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c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,
objetos diretos e indiretos;
(8) Deram-lhe um presente.
Há também verbos considerados de sentidos completos, por não
exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos
como intransitivos.
(9) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.
Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor
semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser
mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou
predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da
oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,
substantivos ou pronomes).
(10) Maria é feliz.
Verbos de ligação denotam situação permanente, situação
transitória, mudança de situação.
(11) João é estudioso. (situação permanente)
(12) João está cansado. (situação transitória)
(13) João ficou alegre. (mudança de situação)
VTDI OI OD
VI
Suj. VL Pred.
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Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,
não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou
de ligação dependerá das relações semântico-
-sintáticas entre os termos da oração.
(14) João anda cansado.
(15) João anda depressa.
Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no
momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo
(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).
Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo
sujeito. É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não
integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que
a ação é desenvolvida.
Creio que agora podemos responder à questão da prova do IRBr.
Perceba, preliminarmente, que o título do texto é composto por duas
orações:
(16) O que é o...
(17) ...que é?
Notoriamente, trata-se de um período composto por
subordinação. A primeira oração é a principal; a segunda, subordinada. Esta
– repare bem – é introduzida pelo pronome relativo “que”. Portanto, é uma
oração subordinada adjetiva.
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O verbo da primeira oração (“é”) liga o predicativo “o” (pronome
demonstrativo substantivo) ao sujeito “que”. Em uma análise semântico-
-sintática, portanto, ele ocorre como verbo de ligação, copulativo, não
nocional. O mesmo verbo, na segunda oração, não faz esse tipo de “ponte”.
Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome
substantivo desempenhando a função de predicativo do sujeito. Em (21), o
verbo é tomado como intransitivo, nocional.
Resposta – Item errado.
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,
já estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos.
Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos
regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o
eminente professor Décio Sena.
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas
que cada país pode oferecer a membros de organizações
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.
(...)
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.
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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela
presença de artigo definido feminino plural.
Comentário – Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado,
a causa do que é declarado no período anterior. Nesse sentido, é transitivo
indireto e exige preposição A, que, ao lado do artigo definido feminino plural
AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenômeno linguístico conhecido
como crase.
Resposta – Item certo.
Observação – Já foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua
transitividade mudada conforme o contexto. Tal é o caso também do verbo
que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfações à esposa, o
verbo (no sentido de “ter de pagar; ter dívidas ou obrigações”) é agora
transitivo direto e indireto. Note que o vocábulo “satisfações” completa o
sentido do verbo sem a necessidade de preposição, enquanto o termo “à
esposa” – outro complemento do mesmo verbo – surge regido pela
preposição “a”, que se fundiu com o artigo feminino singular “a” (repare o
acento indicativo de crase).
1 Assistimos à dissolução dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
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7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem
estáveis. (...)
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de
relações sintático-semânticas para o verbo assistir.
Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as
acepções do verbo ASSISTIR.
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR;
seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do
campeonato.
b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,
TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não
assiste ao professor reclamar tanto.
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,
exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O
médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico
assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da
preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de
mesmo gênero gramatical).
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco
anos assisto em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse
termo com objeto indireto).
Agora já podemos dar início ao comentário da questão
propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê?
A parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da
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crase, muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR,
deve-se ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o
substantivo “dissolução”.
Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como
transitivo direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores
semânticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção
alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a
interpretação do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a
observação do fato exposto no período em que surge.
Resposta – Item realmente ruim; melhor mesmo foi ter sido anulado.
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)
Philippe Ariès. História social da criança e da família.
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).
11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo
submeter.
Comentário – A resolução deste item precisa considerar dois ensinamentos
importantes. O primeiro é a própria razão de ser desta aula e tratada nesta
seção: regência verbal. Realmente, o significado da forma verbal
“submetermos” – tomado como transitivo direto e indireto – exige um
complemento sem preposição (“nos”, pronome pessoal oblíquo átono) e
outro complemento regido pela preposição A (o objeto indireto). Mas qual é
mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? É o pronome
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relativo “que”, substituto semântico da expressão nominal “as exigências de
identidade civil”. O segundo ensinamento diz respeito à colocação da
preposição exigida pelo verbo que integra orações subordinadas adjetivas
(“a que nós nos submetemos com naturalidade”). Sim, a preposição exigida
pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo
introdutório dessas orações.
Resposta – Item certo.
12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi
alcançado às 19 h 30 min.
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram
às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito
de escolher os representantes”.
Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal.
O primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento
da forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem
com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses
verbos apresentam variados regimes. Vamos a eles!
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a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada
detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e
“cada detalhe”.
b) Transitivos indiretos quando conjugados
pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do
verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.
c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a
coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente
representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o
livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”.
De acordo com a explicação em A, você pode entender que o
verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está
“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que
rege a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de
90% dos votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a
seguinte: “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema
que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos
totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min.
Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que
há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do
verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:
a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.
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b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.
c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à
resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.
Notem a ausência da preposição A antes do complemento do
verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu
emprego como transitivo direto.
E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege
preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo
CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de
preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu
emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também
transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da
preposição “a” é completamente descabido.
Resposta – Itens errados.
(...) Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse
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sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.
Comentário – A regência aludida é a do verbo “atender” (l. 11). Então,
você precisa conhecer o regime dele para responder corretamente à
questão. ATENDER é trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige
preposição A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado
imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se
empregar a crase na expressão “às necessidades”, esse verbo foi tomado
como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construção “as
necessidades” (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse
empregado com regência transitiva direta.
Resposta – Item errado.
Atenção! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e
PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e
a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois
da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o
real (...).
Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo
direto e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por
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preposição (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem
vez no segmento.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do
texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir
“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.
Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a
passagme como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na
vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a
preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal
consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta
e dispensa a preposição.
Resposta – Item errado.
Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.
ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de
gerente.
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CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de
patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).
CUSTAR
a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me
entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.
IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua
reprovação.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.
INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.
1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento
maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma
4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que
se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do
Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado
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22
7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigência. (...)
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego
de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).
Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz
passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou
seja, “de que a OEA corre o risco de perder vigência”.
Resposta – Item certo.
PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro
cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO).
Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).
Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que;
menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu
complemento indireto é, obrigatoriamente, A.
VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da
linguagem.
MORAR/RESIDIR/SITUAR
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) /
Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)
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OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.
CRASE
Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de
crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais
idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos
versos do poeta Casemiro de Abreu:
“Teu pensamento é como o Sol que morre
Há de cismando mergulhar-se em mágoas
Durante a noite quando o orvalho desce.”
Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos
de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação
gráfica específica (acento grave): À.
(18) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.
Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo
artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento
grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:
17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em
Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a
oportunidade de escolher os próprios métodos.
Comentário – Note que o verbo “indicar” requer dois complementos: um
regido sem preposição (“o que realizar”) e outro regido pela preposição “a”
(“a professora”), a qual se une ao artigo definido feminino “a” integrante do
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complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom
ensinamento: “indicar algo a (preposição) alguém”.
Resposta – Item certo.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa
percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem
complemento regido pela preposição a.
Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio
“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a
quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino
(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge
naturalmente: a + a = à; a + as = às.
Resposta – Item certo.
1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do
Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de
US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.
4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando
Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.
(...)
Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
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19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige
preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.
Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer
a preposição a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo
singular a que determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”.
Resposta – Item certo.
1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pa-
cote de estímulo à economia. (...)
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela
presença de artigo definido feminino.
Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja”
(que sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do
substantivo “estímulo” (linha 3).
Resposta – Item errado.
Também merecem destaque os casos de crase que surgem do
encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes
demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=
aquela) pronome demonstrativo.
(19) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.
(20) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.
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Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do
verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.
Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também
pela preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (=
aquela).
Vejamos outra questão de prova:
21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à
concordância e à regência.
12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados
com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que
tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.
Comentário – Comentarei apenas o que se refere à ocorrência da crase
neste exercício. A expressão “são permitidos” deve fazer surgir um
complemento indireto regido pela preposição A: algo é permitido a alguém.
O termo que lhe serve de complemento indireto (“aqueles... da CAIXA”) é
iniciado pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Pois bem, o encontro da
preposição A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a
ocorrência da crase: àquelas, que não foi indicada no texto.
Resposta – Item errado.
Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego
do acento grave indicativo de crase.
1. Nas locuções adverbiais femininas
(21) Sairás às pressas.
(22) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.
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2. Nas locuções prepositivas femininas
(23) Vivia às expensas do (de + o) tio.
(24) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.
Observação: a crase será de rigor quando uma locução
prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que
acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.
1 Creio que há evidência contundente em favor do
argumento de que os investimentos públicos em pesquisa
científica têm tido um retorno bastante compensador em
4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos
científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se
pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.
(...)
Samuel Macdowell. Responsabilidade social
dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,
São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).
22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à
aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo
uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”
(l.6).
Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na
linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo
definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante
corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge
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em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença
do artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”.
Resposta – Item errado.
3. Nas locuções conjuntivas femininas
(25) À medida que estudo, mais aprendo.
(26) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da
aprovação.
4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à
aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome
substantivo)
(27) Sou favorável à proposta dele e não à sua.
(28) Refiro-me a sua proposta e à minha.
5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as
palavras MODA, MANEIRA
(29) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.
(30) Usava sapatos à (moda) Luís XV.
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao
“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da
totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde
histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h
15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.
Comentário – Não existe erro de natureza gramatical no fragmento em
análise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota,
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ressaltarei somente o emprego correto e obrigatório dos dois acentos graves
indicativos de crase nas locuções adverbiais “às 19 h” e “Às 21 h 15 min”.
Resposta – Item certo.
Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por não
atenderem ao propósito desta aula. Peço que se acostumem com esta
metodologia de estudo.
Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não
ocorrer. São casos facultativos de emprego do acento grave.
1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso
é proibido)
(31) Refiro-me a (à) Joana.
(32) Refiro-me a Joana d’Arc.
2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.
(33) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.
Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da
possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.
3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.
(34) Correu até a (à) árvore.
Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,
perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada
comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o
emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.
Trabalho escravo:
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longe de casa há muito mais de uma semana
(...) “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em
‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão
preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.
Comentário – O verbo “retornar” – assim como outros verbos que indicam
movimento, deslocamento – rege as preposições a, de e para, conforme o
significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada,
empregou-se a preposição A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo
feminino adjetivo (“minha”), que faculta a presença do artigo feminino A
sem que haja prejuízo algum para os sentidos do texto.
Resposta – Item certo.
E há ainda os casos de crase proibida.
1. Antes de nomes masculinos
(35) Comprou a prazo.
(36) Dei aquela calça a este homem.
2. Antes de verbo.
(37) Começou a chover.
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3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,
SENHORITA, MADAME)
(38) Referiu-se a Vossa Excelência.
4. Antes de pronomes oblíquos
(39) Dedico o meu trabalho a ela.
5. Antes de pronomes indefinidos
(40) Ofereci um presente a alguém desta sala.
6. Antes de artigo indefinido
(41) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.
Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma
locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase.
7. Quando o A precede palavras femininas no plural
(42) Respondeu a cartas pouco elogiosas.
Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência
da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)
precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance
semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte
estrutura: singular (a) + plural (cartas).
8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas
(43) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.
9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)
(44) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.
O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a
preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o
pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o
acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.
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10. Com pronome relativo QUEM
(45) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.
Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.
ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos
QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo
seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),
AQUELE(S), AQUILO
(46) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.
Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo
verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).
(47) Sou favorável à que chegou primeiro.
Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o
termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o
integra.
(48) A festa à qual nos dirigimos começará agora.
11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ
(49) Ele o esperava desde as oito horas.
(50) O trabalho ficará pronto após as seis horas.
12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens
históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas
(51) Refiro-me a Joana d’Arc.
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(52) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.
13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA
(53) Chegamos a esta cidade há cinco anos.
14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido
(54) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.
15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação
(55) A vítima reconheceu o ladrão a distância.
25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto
apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego
do sinal indicativo de crase.
a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas
do conhecimento.
b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer
e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e
fechado.
Comentário – O fenômeno da crase não deve ocorrer em construções
sintáticas do tipo: preposição A seguida de palavra no plural, como em “à
outras”. Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Também é indevido o
ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido (“à uma).
Revise, se precisar, o ponto 6.
Resposta – Itens errados.
(...)
10 O aumento do emprego e os programas
de transferência de renda continuam a beneficiar mais as
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famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar
13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda
mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais
diretamente
essa faixa. O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),
não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se
emprega artigo definido feminino.
Comentário – Sim, é isso mesmo. Esse “a” que surge entre os verbos é
simplesmente uma preposição, que articula a locução verbal.
Convém esclarecer que não se deve empregar artigo diante
de verbo, exceto quando o propósito for substantivá-lo.
Resposta – Item certo.
(...) Pelo acordo, denominado Registro
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as
multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio
ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 13 cerca de 5% das emissões mundiais.
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)
27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às
expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se
encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma
culta escrita.
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Comentário – Quando tratei de regência verbal, expliquei que o verbo
ATENDER admite complemento sem ou com preposição (neste caso, a
preposição exigida é A). Na passagem “atendendo a expectativas de
acionistas”, optou-se pela regência transitiva indireta desse verbo. Não é
difícil perceber que o “a” empregado é uma preposição; caso fosse artigo
definido feminino, deveria flexinar-se em número para concordar com o
substantivo “expectativas”. Tal é o que ocorre na alteração proposta:
atendendo às expectativas de acionistas. Como o verbo ATENDER continua
com regência transitiva indireta, o encontro da preposição A com o artigo
definido AS dá origem ao fenômeno da crase.
Resposta – Item certo.
Obs.: Apesar de preservada a correção gramatical do período, a alterção
proposta acarreta a ele leve desvio semântico. Estando o artigo definido
ausente, o substantivo “expectativas” é tomado com valor indefinido:
quaisquer expectativas. O emprego do artigo AS determina, define,
restringe o alcance do significado do substantivo “expdctativas”.
28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as
regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que
precede “informar” (l. 8).
Comentário – Quer saber de uma coisa? O Cespe adora elaborar questão
de crase envolvendo a ocorrência dela diante de verbo. Já disse e repito:
diante de verbo não deve existir crase. Trata-se de mais um caso proibido!
Resposta. Item errado.
1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,
o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da
Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro
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4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o
presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O
segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações
7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do
Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,
10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da
diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da
América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás
13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa
para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na
ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia
16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de
Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria 19 em todo o mundo.
Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:
Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).
29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal
indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação
refere-se à negociações.
Comentário – Você já sabe que não pode haver crase em construções
sintáticas do tipo: singular (a) + plural (negociações). Nesses casos, o “a”
que surge é preposição exigida pelo termo regente. Para haver crase, é
necessário que o substantivo surja acompanhado pelo artigo feminino as,
semelhantemente ao que ocorre no texto original.
Resposta – Item errado.
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30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos
de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados
sem prejuízo para a correção do período.
Comentário – Antes de tudo, observe que agora o termo regente não é
mais um verbo, e sim um nome: “combate” (substantivo derivado do verbo
combater). No texto original, o significado semântico dos seus
complementos (a fome e a miséria) estão determinados pelo artigo feminino
“a” que antecede cada um deles. A contração desse artigo com a preposição
“a” exigida pela regência do nome “combate” faz surgir a crase, indicada
pelo acento grave em “à fome e à miséria”. Ao se prefrir indeterminar o
valor semântico dos substantivos “fome” e “miséria”, deve-se retirar deles o
artigo “a” que os acompanha, elimando assim a ocorrência de crase. Dessa
forma, o período continuaria gramaticalmente correto; porém com leve
desvio semântico.
Resposta – Item certo.
Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.
31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será
implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros
para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.
Comentário – No trecho “incentivo a economia” houve omissão do acento
grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a
regida pela nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido
feminino a que acompanha o substantivo “economia”.
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Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o
vocábulo “paritr” é verbo. Diante de verbo não há crase.
O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou
alguém a algo..). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”;
seu objeto indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo
“anunciar”. Note a ausência da preposição. Com efeito, quando um objeto
indireto vem representado por oração, a preposição pode ser omitida. Res-
posta – Item errado.
32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60
bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista
como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate
a crise.
Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar
de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase
tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição
a e o substantivo admite o artigo a.
Resposta – Item errado.
Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,
afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua
bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave
retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando
em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.
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Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou
conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição
da demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase
deveria ter sido indicada por meio do acento grave.
Resposta – Item errado.
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS
Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de
correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o
concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à
abrangência das questões. Além delas, há também questões mais recentes
de outros concursos organizados pela mesma banca examinadora.
Texto para os itens 34 a 42
Considere que Juarez Alencar candidato ao cargo de Analista de
Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo
dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,
tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.
BSB, 8/3/2009.
Excelentíssima Senhorita:
1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos
preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança
férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário
público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar
a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de
vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por
esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o
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noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para
se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes
do respectivo edital.
2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,
outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,
minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja
visto o grande amor que te devoto.
3. Reitero protestos de estima e consideração.
J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL
34. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário
da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,
que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a
linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que
expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento
centralizado.
Comentário – EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS
ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a identificação do
signatário nas correspondências oficiais deve trazer digitados o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja
o modelo abaixo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado da Justiça
Note que não se deve usar um traço acima do nome para
assinatura. O nome da pessoa é escrito com todas as letras em maiúsculas.
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O cargo é escrito apenas com as iniciais maiúsculas. Tudo é centralizado
na folha.
Observação: recomenda-se não deixar a assinatura em
página isolada e transferir para essa página pelo menos a última frase
anterior ao fecho.
Resposta – Item errado.
35. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —
empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada
natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo
signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo
imediatamente superior.
Comentário – O fecho mencionado encontra-se no terceiro parágrafo e tem
a finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatário. Acontece que
ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos. Além disso, os
fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os seguintes:
– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive
quando se tratar do presidente da República;
– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia
ou de hierarquia inferior.
Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.
Resposta – Item errado.
36. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada
na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de
pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,
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pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada
em redação oficial.
Comentário – Abaixo, apresento um quadro-resumo das formas de
tratamento convenientes à redação oficial.
AUTORIDADES FORMA DE
TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE
Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Excelentíssimo Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Presidente da(o)... Nome Instituição Cep – Cidade. UF
Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF
Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF
Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF
Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço
Demais autoridades e particulares Vossa ou Sua Senhoria V.S.ª
Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal
Ao Senhor Nome Cargo (quando houver) Endereço
Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência
V.M. Magnífico Reitor
Ao SenhorNome Magnífico Reitor Universidade de.... Endereço
Papa Vossa ou Sua Santidade
V.S. Santíssimo Padre
Santíssimo Padre Papa Fulano de Tal Palácio do Vaticano Endereço
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Cardeais
Vossa ou Sua Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima
V.Em.ª ou
V.Em.ª Revm.ª
Eminentíssimo Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo seguido da instituição Endereço
Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima
V. Ex.ª Revm.ª Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo + instituição Endereço
Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos
Vossa ou Sua Reverência
V. Rev. Reverendo Ao Reverendo Senhor (nome) Endereço
Como você pode perceber, as formas “Excelentíssima Senhorita”
e “Vossa Excelentíssima” destoam completamente do padrão admitido nas
correspondências oficiais.
Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redação oficial, a
linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de
tratamento, pela polidez.
Resposta – Item certo.
37. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom
jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos
parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o
objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.
Comentário – Antes de tudo, você sabe o que é “padrão ofício”? Eu explico.
Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA
FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o
intuito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o
que chamamos de padrão ofício.
A respeito da numeração dos parágrafos, realmente ela deve
existir, exceto nos casos em que os parágrafos estejam organizados em
itens ou títulos e subtítulos.
O problema está, como já disse anteriormente, no fato de
ter-se numerado o fecho, assemelhando-o aos parágrafos anteriores.
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Resposta – Item errado.
38. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido
em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma
delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o
tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o
expede.
Comentário – Uma das partes que o aviso, o ofício e o memorando
devem conter é justamente o tipo e o número do documento, seguido da
sigla do órgão que o expede, tudo alinhado à esquerda. Veja abaixo alguns
exemplos.
Memorando nº 123/2002-MF
Aviso nº 123/2002-SG Ofício
nº 123/2002-MME
Resposta – Item certo.
39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta
está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no
Manual de Redação da Presidência da República.
Comentário – Nos documentos que seguem o padrão ofício, a indicação do
local e da data de assinatura é feita por extenso e com alinhamento à
direita, conforme o exemplo abaixo:
Brasília, 28 de abril de 2010.
Resposta – Item errado.
Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os
itens seguintes.
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40. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria
adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes
expressões: dado, tendo em vista, haja vista.
Comentário – Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem
dos textos deve sempre pautar-se pelo padrão culto, formal da língua. Não é
aceitável, portanto, que neles constem coloquialismos ou expressões de uso
restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria
compreensão pelo público. Acrescente-se que indesejável é também a
repetição excessiva de uma mesma palavra quando há outra que pode
substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido.
A expressão “haja visto” não está de acordo com as normas de
concordância da Língua Portuguesa. O segundo elemento, “visto”, é
invariável e permanece vista, independentemente do termo a que se refere.
Sendo assim, a substituição por “haja vista” é mais do que adequada. Ela é
necessária.
As demais expressões sugeridas pela banca examinadora também
trazem a noção de causa ou motivo daquilo que é declarado anteriormente.
Portanto são equivalentes semanticamente à expressão “haja vista”.
Note ainda a concordância em masculino singular do vocábulo
“dado” com o substantivo “amor”.
Resposta – Item certo.
41. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio
“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de
forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.
Comentário – Um bom texto deve ser pautado também pela concisão e
objetividade, características importantes das correspondências oficiais.
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Conciso e objetivo é o texto que transmite um máximo de
ideias com um mínimo de palavras. Significa dizer que o redator deve
eliminar palavras inúteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao
que já foi dito.
Isso diz respeito à economia linguística, que não deve ser
confundida com a economia de pensamento. Logo, as informações
essenciais de um texto não devem ser suprimidas simplesmente para
torná-lo menor.
Ressalte-se ainda que chavões, jargões, clichês e outras
repetições supérfluas devem ser evitados, tais como:
- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;
- Estamos a sua inteira disposição para quaisquer
esclarecimentos;
- Sem mais nada para o momento;
- Tem a presente a finalidade de;
- Vimos por meio desta;
- Outrossim/destarte/mui
- De posse de seu ofício.
Resposta – Item certo.
42. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio
desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada
redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado
quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.
Comentário – Releia o que foi dito no comentário anterior e saiba que o
que contribui para o correto entendimento do texto são a clareza, a
concisão, a observância das normas gramaticais, a coerência das
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informações transmitidas, a preferência pela construção de períodos curtos e
de frases na ordem direta.
Resposta – Item errado.
Julgue os itens de 43 a 47 quanto ao emprego da norma escrita formal
em comunicações oficiais.
43. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas
como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os
recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação
é importante.
Comentário – Como já comentei aqui, a escrita correta dos vocábulos e as
construções sintáticas em conformidade com as normas gramaticais devem
nortear a elaboração de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela
Administração Pública.
O primeiro período apresentado no comando da questão está
correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposição “de” antes do
pronome relativo “que”. Ela surge para atender a regência da forma verbal
“dispõe” (quem dispõe, dispõe de algo). Nas orações subordinadas
adjetivas, a preposição exigida pelo verbo deve anteceder o pronome
relativo, a exemplo do que ocorreu em “1”.
Correto também está o segundo período. Observe agora a
ausência da preposição regida pela forma verbal “insiste” (quem insiste,
insiste em algo). Ocorre que a preposição exigida pelo verbo da oração
principal (“O governo insiste”) tem seu emprego facultado diante de orações
subordinadas substantivas objetivas indiretas (“que a negociação é
importante).
Resposta – Item correto.
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44. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é
desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período
com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a
iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações
oportunamente”.
Comentário – Toda regra contida na gramática normativa emprega-se
também nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocação dos
pronomes oblíquos átonos são exemplos disso.
Lembre-se de que a mesóclise é o emprego do pronome
oblíquo átono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presença de
dois hifens, um antes e outro depois (“Enviar-lhe-emos”). Ocorre com
verbos flexionados no futuro do presente e no futuro do pretérito do modo
indicativo, desde que não haja palavra atrativa que force o pronome a
ocupar posição anterior ao verbo, isto é, posição proclítica (Não lhe
enviaremos...)
Resposta – Item errado.
45. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção
semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:
Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao
Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo
atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se
acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.
Comentário – Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e
na pronúncia, mas com sentidos diferentes. Elas são conhecidas por
parônimos.
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A primeira palavra sublinhada (“dissensão”) significa, de
acordo com o dicionário Houaiss:
1 falta de concordância a respeito de (algo); divergência,
discrepância
2 estado de litígio; desavença, conflito, disputa
Ex.: as d. entre os nobres na Idade Média prejudicavam o
povo
3 característica daquilo que discrepa; oposição
Para ter coerência, a informação transmitida deveria trazer a
palavra descensão, cujo significado é, ainda de acordo com o mesmo
dicionário:
ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida
1 movimento descendente; descida, deposição
2 efeito desse movimento
Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)
3 Estatística: pouco usado.
decrescimento, decréscimo, diminuição
Ex.: a d. de um índice econômico
4 ato ou efeito de declinar, cair
Ex.: d. do sol no horizonte
5 Rubrica: geografia.
O vocábulo “distinção”, que expressa as ideias abaixo, está
empregado adequadamente:
3 boa educação; elegância, finura, discrição
Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitriã
4 maneira honesta, correta e impecável de proceder
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Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a
maior d.
Por último, a palavra “distensões”, em um contexto
sócio-político, significa “diminuição ou término das tensões entre países,
entre a população, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma
sociedade etc.” Melhor seria, portanto, empregar o vocábulo “dissensões”.
Resposta – Item errado.
46. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como
norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se
sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No
entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do
texto, recomenda-se manter a repetição.
Comentário – A inteligibilidade do texto oficial diz respeito à clareza e à
objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado
nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o
funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se, em sua
elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os
expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.
As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
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restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
sua compreensão dificultada.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a
língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma
imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com
outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por
essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as
transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
de si mesma para comunicar.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a
um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que
incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer
jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao
uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de
que o padrão culto é aquele em que
a) se observam as regras da gramática formal, e
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos
usuários do idioma.
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
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Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de
linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
linguagem próprios da língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e
comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das
formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
limitada.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada
área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles
familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.
Resposta – Item certo.
47. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os
homônimos destacados em negrito no seguinte período: A
administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil
acabou de ser proscrita nos EUA.
Comentário – Recorramos novamente ao dicionário Houaiss. O vocábulo
“prescrito” foi adequadamente empregado com a acepção de “ordenado
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explicitamente”, “que se prescreveu”. A expressão “proscrita” significa a
qualidade daquilo que foi “proibido, censurado, interdito”. Portanto, também
é coerente com o significado do texto.
Faço aqui apenas uma observação. Essas palavras não são
“homônimos”, mas sim parônimos. Lembre-se de que homônimos têm a
pronúncia ou a grafia iguais.
ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homônimos
homófonos (mesma pronúncia)
pelo (forma verbal, pronúncia aberta) / pelo (substantivo,
pronúncia fechada) – homônimos homógrafos
Há ainda os homônimos perfeitos, palavras que possuem a
pronúncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.
são (forma verbal) / são (qualidade de quem está bem de
saúde)
Parônimos são palavras que possuem tudo distinto:
pronúncia, grafia e significado, exatamente como ocorre em relação às
palavras em negrito no enunciado.
Resposta – O gabarito oficial informou item certo. Julgo que a anulação
seria melhor.
A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.
48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e
cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser
empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de
tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino
os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte
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enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada
para presidir a sessão.”
Comentário – Veja na tabela abaixo que a pessoa ocupante de cargo de
senador(a) da República também faz jus ao tratamento de Vossa ou Sua
Excelência. No primeiro caso, a correspondência deve ser dirigida
diretamente a ela (como no item que estamos analisando). Se a
correspondência não for endereçada à própria pessoa, mas falar a respeito
dela, a forma correta é Sua Excelência.
AUTORIDADES FORMA DE
TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE
Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF
Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF
Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF
Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço
A respeito do vocativo, é importante dizer que ele consta
tanto no ofício quanto no aviso, mas não aparece no memorando.
Lembram-se de que esses três tipos de documentos constituem, quanto à
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forma, o padrão ofício? Pois é, o vocativo é uma parte do expediente oficial
que não é comum a todos eles.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades
quanto à concordância. Os adjetivos referidos a esses pronomes devem
coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Se nosso interlocutor for homem, o correto será “Vossa
Excelência ficará satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência ficará
satisfeita”.
Em relação à concordância verbal, embora os pronomes de
tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (com quem se fala, ou a
quem se dirige a comunicação), eles levam a concordância para a terceira
pessoa: “Vossa Excelência ficará satisfeita”.
Também os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Excelência ficará
satisfeita se seus projetos forem aprovados?”.
Resposta – Item certo.
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49. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando
urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo
recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de
rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.
Comentário – Fax é a modalidade de comunicação que deve ser utilizada
na transmissão e recebimento de assuntos oficiais de extrema urgência e
para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio
eletrônico.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia
xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
deteriora rapidamente.
É conveniente o envio, juntamente com o documento
principal, de folha de rosto, ou seja, de pequeno formulário com os dados de
identificação da mensagem a ser enviada.
Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela
via e na forma de praxe.
Sobre o correio eletrônico, nos termos da legislação em
vigor, para que a mensagem tenha valor documental e para que possa ser
aceita como documento original, é necessário existir certificação digital
atestando a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser
preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum
arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
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AULA 4
57
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de
confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem
pedido de confirmação de recebimento.
Não há estrutura definida para e-mail, entretanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Res-
posta – Item certo.
50. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira
providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o
seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede
deferimento.
Comentário – A banca examinadora misturou, com a intenção de confundir
os candidatos, relatório com requerimento.
Relatório não é documento adequado para se pleitear nada.
Ele serve para expor à autoridade superior a execução de trabalhos
concernentes a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao
exercício do cargo em determinado período.
Requerimento é o instrumento por meio do qual o
interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se
julga detentor. Seu fecho é composto pela expressão “Nesses termos, pede
deferimento”.
Resposta – Item errado.
Considere que um servidor do DETRAN/DF tenha redigido um
documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no
órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.
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Memo n.o 6/DIR
Em 8 de março de 2009.
Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,
Convido Vossa Excelência para proferir palestra na
sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso
país para melhorar as condições de trânsito nas grandes
cidades.
Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.
51. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma
memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma
comunicação curta.
Comentário – O memorando caracteriza-se, sobre tudo pela simplicidade e
concisão na redação e também no trâmite. Não é de estranhar, portanto,
que os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,
em caso de falta de espaço, em uma folha de continuação. Toa o
memorando é um tipo de correspondência interna, empregada entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, sem restrições hierárquicas e
temáticas. Melhor seria que o documento utilizado fosse um ofício ou mesmo
uma carta.
Ofício é documento destinado à comunicação oficial entre
órgãos da administração pública e de autoridades para particulares. Trata-se
de documento formalmente semelhante ao memorando; contudo a diferença
básica entre eles é o destino: enquanto o ofício tem por finalidade a
comunicação externa, o memorando é uma comunicação interna.
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59
Carta é forma de correspondência com personalidade pública
ou particular, utilizada para fazer solicitações, convites, externar
agradecimentos ou transmitir informações. As cartas, em princípio, não
devem ser numeradas sequencialmente, à exceção das unidades
organizacionais que as utilizam, com frequência, em caráter oficial
(geralmente nas correspondências com particulares ou empresas).
Recomenda-se que a estruturação seja semelhante à do ofício.
Resposta – Item errado.
52. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do
memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.
Comentário – Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa. Nele não há vocativo.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do
padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido
de vírgula.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,
Resposta – Item errado.
53. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o
emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o
tratamento empregado foi Vossa Excelência.
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60
Comentário – Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se
fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a
terceira pessoa.
Vossa Senhoria nomeará o seu substituto.
Vossa Excelência conhece o assunto.
Resposta – Item errado.
Eis abaixo um quadro-resumo das principais características de
alguns documentos oficiais. Leia-o com atenção, comparando as
semelhanças e diferenças entre eles.
Em seguida, apresento modelos das correspondências oficiais
comentadas nos exercícios anteriores.
Ofício
Expedido por e para as
demais autoridades
(órgãos distintos)
Expedido também para
particulares.
Quando o ofício for
endereçado a mais de um
destinatário, chama-se
ofício-circular.
Aviso
Expedido exclusivamente
por ministros de Estado
para autoridade de
mesma hierarquia.
Memorando
Comunicação entre
unidades administrativas
de um mesmo órgão
(comunicação interna).
Possui caráter
administrativo.
Empregado para expor
projetos, idéias,
diretrizes, etc. a serem
adotados por
determinado setor
público.
Marcado pela agilidade na
tramitação e simplicidade
burocrática. Os despachos
devem se dados no próprio
documento ou em folha de
continuação.
Exposição de Motivos
Expedido por Ministro.
Dirigido ao presidente ou
ao vice-presidente da
República.
Serve para:
a) informar determinado
assunto;
b) propor alguma
medida;
c) submeter projeto de
ato normativo.
Se envolver mais de um
Ministério, será assinada
por todos os envolvidos
(interministerrial)
Segue o padrão ofício se
for informativo.
Se for para propor alguma
medida ou submeter
projeto de ato normativo,
é acompanhado de anexo
em modelo específico.
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Ata
Registro sucinto de fatos,
ocorrências, resoluções e
decisões de uma
assembléia, sessão ou
reunião.
Devem-se evitar as
abreviaturas, e os
números são escritos por
extenso.
Escreve-se tudo
seguidamente (não há
divisões de parágrafos),
sem rasuras, emendas ou
entrelinhas.
Verificando-se qualquer en-
gano no momento da
redação, deverá ser
imediatamente retificado
empregando-se palavras re-
tificadoras: “digo”
Na hipótese de qualquer
omissão ou erro depois de
lavrada a Ata, far-se-á
uma ressalva: “em
tempo”. “Na linha. ........,
onde se lê......., leia
se. ........”.
Assinam: presidente,
secretário e membros (as
assinaturas destes podem
constar em uma lista ou
livro de presenças)
Mensagem
Instrumento de
comunicação entre os
chefes dos Poderes.
Obs.: minuta de
mensagem pode ser
encaminha pelos
Ministérios à Presidência
da República, a cuja
acessórias caberá a
redação final.
Mensagens mais usuais
expedidas pelo Executivo
ao Congresso Nacional:
a) encaminhamento de
projeto de lei; b)
encaminhamento de
medida provisória; c)
indicação de autoridades
(o currículo do indicado,
devidamente assinado,
acompanha a
mensagem); d) pedido
de autorização para o
Presidente ou o Vice-
Presidente se ausentarem
do País por mais de 15
dias; e) encaminhamento
de atos de concessão e
renovação de concessão
de emissoras de rádio e
TV; f) encaminhamento
de prestação de contas de
exercício anterior; g)
mensagem de abertura
da sessão legislativa (o
portador da mensagem é
o Chefe da Casa Civil e
vai encadernada em
forma de livro para todos
os congressistas); h)
comunicação de sansão
(dirigida aos membros do
Congresso, por meio de
Aviso ao primeiro
secretário da Casa); i)
A mensagem, como os
demais atos assinados pelo
presidente da República,
não traz identificação de
seu signatário.
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comunicação de veto
(dirigida ao presidente do
Senado).
Telegrama
Trata-se de forma de
comunicação dispendiosa
aos cofres públicos e
tecnologicamente
superada.
Seu uso restringe-se aos
casos em que:
a) não seja possível o uso de fax;
b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e
c) a urgência justifique.
Não há padrão rígido; sua
forma e estrutura seguem
os formulários disponíveis
nas agências dos Correios
e em seu sítio na Internet.
Fax
Para transmissão
antecipada de mensagens
e documentos urgentes,
quando não é possível o
envio deles por correio
eletrônico.
O documento original,
quando necessário, deve
seguir posteriormente
pela via e na forma
normal.
O arquivamento, se
necessário, deve ser feito
com cópia do fax, pois o
papel do próprio fax se
deteriora rapidamente.
Correio Eletrônico
Principal forma de
comunicação para
transmissão de
documentos, em virtude
do baixo custo e da
celeridade.
Flexibilidade: não
interessa definir forma
rígida para sua estrutura.
Obs 1.: deve-se evitar o
uso de linguagem
incompatível com uma
comunicação oficial.
Obs. 2: o campo
“assunto” deve ser
preenchido de modo a
facilitar a organização
documental tanto do
destinatário quanto do
remetente.
A mensagem que
encaminha algum anexo
deve fornecer informações
mínimas sobre o conteúdo
dele.
Para os arquivos
anexados, deve ser
utilizado,
preferencialmente, o
formato Rich Text.
Sempre que disponível,
utilizar o recurso de
“confirmação de leitura”.
Caso não seja possível,
pedir confirmação de
recebimento.
Nos termos da legislação
em vigor, é necessário
existir certificação digital
do remetente para que a
mensagem tenha valor
documental.
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[Ministério] [Secretaria/Departamento/Setor/Entidade]
5 cm [Endereço para correspondência]. [Endereço - continuação]
[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]
Ofício no 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991.
A Sua Excelência o Senhor Deputado [NOME] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF
Assunto: Demarcação de terras indígenas
Senhor Deputado, 2,5 cm 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.
1,5
cm
3cm
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3,5 cm
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.
Atenciosamente,
[NOME] [Cargo]
2
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TIMBRE
Aviso no 45/1991/SCT-PR Brasília, 27 de fevereiro de 1991.
A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPO Esplanada dos Ministérios, Bloco K 70.068-900 – Brasília – DF
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público.
Senhor Ministro,
1. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.
2. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo Decreto no 99.656, de 26 de outubro de 1990.
Atenciosamente,
BELTRANO Ministro de Minas e Energia
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TIMBRE
Memorando nº 118/1991/DJ Em 12 de abril de 1991.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Assunto: Instalação de microcomputadores
1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.
Atenciosamente,
[NOME do signatário] [Cargo do signatário]
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TIMBRE
Carta no 13/2009/SPC Brasília, 1º de fevereiro de 2009.
A Sua Senhoria o Senhor FULANO DE TAL Diretor Financeiro Junco Agronegócios LTDA Rua Oligário Nunes, 125 – São 39.470-000 – Itacarambi–MG
Assunto: Inauguração do edifício-sede
Senhor Diretor,
Convido Vossa Senhoria para participar da solenidade de inauguração do edifício-sede da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, localizado na Praça dos Três Poderes, lote 171, Eixo Monumental, no dia 29 de fevereiro de 2009, às 12 horas.
Atenciosamente,
ROLANDO LERO Procurador-Geral da Justiça
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Vocativo + cargo + órgão (Magnífico Reitor da Universidade de Brasília),
NOME DO REQUERENTE, demais dados de qualificação, requer (objetivo e fundamento legal).
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data por extenso.
NOME DO REQUERENTE Cargo ou função, se for servidor público
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RELATÓRIO (ou RELATÓRIO DE...)
Senhor Diretor-Geral,
Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades na licitação pública nº 123, que visa a renovar a frota de veículos deste órgão, de acordo com a portaria nº 2020, de 31 de janeiro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que efetuei.
Em 10 de setembro de 2005, dirigi-me à chefe da seção de Compras, senhora FULANA DE TAL, para inquirir os funcionários BELTRANO e SICRANO, acusados de fraudar o processo de licitação mencionado no parágrafo acima em favor da empresa ROBAUTO VEÍCULOS LTDA, que venceu a concorrência, embora tenha cotado o preço dos automóveis com um ágio de trinta por cento em relação ao valor de mercado.
No inquérito a que se procedeu, ressalta-se a culpabilidade do servidor BELTRANO, sobre quem recaem evidências de ter fraudado o processo licitatório, já que foi ele a pessoa encarregada de abrir os envelopes das empresas perdedoras.
Conforme se apurou também, o senhor SICRANO tem sua parcela de responsabilidade no caso, tendo em vista que se omitiu, sendo negligente no exercício de suas funções. Como membro da Comissão de Lcitações, devia estar presente na hora da abertura dos envelopes, o que não ocorreu.
Do que foi exposto, conclui-se que se instaure imediatamente um processo administrativo.
É o relatório.
Brasília, 13 de junho de 2009.
NOME DO RELATOR Cargo ou função
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Continuaremos a analisar algumas questões de provas
antrioremtne elaboradas pelo Cespe. Mas agora serei mas sucinto ao
comentá-las. Você perceberá que a forma muda, entretanto a essência é a
mesma.
Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizarse
pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da
Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes
apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender
ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.
54. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos
à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos
direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação
ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma
maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar
os direitos humanos para todos.
Comentário – O acento grave em “à uma evolução” está incorreto, pois a
crase não ocorre diante de palavra de sentido indefinido. Em “que era a
sessenta anos”, a ideia é de tempo decorrido e a forma há deveria ter sido
usada em vez da forma “a”. O outro problema está na expressão “tudo que
ver”; o certo é tudo a ver.
Resposta – Item errado.
55. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos
humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência
geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,
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interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente
sustentáveis.
Comentário – Há um erro de concordância verbal indicado por meio do
acento empregado na forma “têm-se”. O núcleo do sujeito desse verbo é um
termo singular (“legislação”), portanto o acento deve ser eliminado.
Lembre-se disso: ele tem/vem – eles têm/vêm. Em “os direitos humanos é
reconhecido”, também há erro de concordância verbal. Agora o verbo foi
flexionado no singular (“é”) quando o certo seria no plural (são), em virtude
do núcleo do sujeito (“direitos”). Além disso, o particípio “reconhecido”
deveria concordar em número (reconhecidos) com o núcleo do sujeito.
Resposta – Item errado.
Espero que tenha ficado claro para você que questões sobre
redação oficial podem abordar aspectos gramaticais também, pois o texto
administrativo requer, entre outros cuidados, correção gramatical.
Veja outras questões.
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a
seguir.
56. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,
memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre
outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,
que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do
documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que
o emite.
Comentário – O item está de acordo com o que prevê, por exemplo, o
Manual de Redação da Presidência da República. Veja, a título de
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exemplificação, os modelos de documentos incluídos neste material. Quanto
à exposição de motivos, ela segue o padrão ofício (releia o quadro-resumo).
Resposta – Item certo.
57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os
espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento
oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte
trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.
(...)
4. Por fim, por oportuno informamos que as
providências tomadas, e aqui mencionadas,
também já são do conhecimento das partes
envolvidas.
Atenciosamente
[assinatura]
Pedro Álvares Cabral Chefe
da seção de logística
e distribuição de pessoal (SLDP).
Comentário – O parágrafo carece de objetividade, de concisão. Expressões
como por oportuno; sem mais para o momento, nada mais havendo para
tratar; com elevados protestos de estima e consideração etc. devem ser
dispensadas. O segmento “e aqui mencionadas” é redundante e foge à
objetividade do texto administrativo. O fecho “Atenciosamente” é impróprio,
pois a comunicação é do chefe de uma seção ao seu diretor. Isso demonstra
a diferença de hierarquia entre eles. O correto é Respeitosamente. A
centralização do fecho é outro erro. Ele deve ser alinhado à esquerda, na
direção do início do parágrafo. O nome do signatário (aquele que
assina/emite o documento) é grafado em letras maiúsculas (PEDRO
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ÁLVARES CABRAL). A designação do cargo é feita apenas com as iniciais
maiúsculas (Chefe da Seção de Logística e Distribuição de Pessoal),
sem a indicação da sigla do setor e sem ponto final.
Resposta – Item errado.
Multas
1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.
Isto prova que as coisas não vão bem.
E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas
4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que
produziram soma considerável para um orçamento exíguo
referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas
7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a
sofrer a opressão dos que vão trepando.
Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não
10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.
Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o
proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor 13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
58. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que
envolve o texto como referência e considerando as recomendações
atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,
assinale a opção correta.
(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento
do relatório ao governador.
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(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador
do estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.
(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho
adequado para o documento de encaminhamento do relatório a
expressão Com elevados protestos de estima e consideração.
(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:
A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.
Fulano de Tal
Governador do estado de Alagoas
(CEP) – Maceió – AL
Comentário – Alternativa B: na correspondência oficial, o vocativo inerente
a governador de estado é Senhor Governador, (seguido de vírgula). A
expressão Caro Amigo evidencia tratamento pessoal, o que o texto
administrativo não admite. A impessoalidade é uma das características da
correspondência oficial.
Alternativa C: na questão anterior eu mencionei algumas
expressões que devem ser evitadas, ainda que alguém as utilize
frequentemente; entre elas está a que foi indicada como fecho na terceira
alternativa. Respeitosamente é o fecho adequado.
Alternativa D: a forma Excelentíssimo Senhor integra o
vocativo inerente aos chefes de Poder. Doutor é título acadêmico conferido a
quem concluiu curso universitário de doutorado, e não pronome de
tratamento; seu uso indiscriminado constitui erro. No envelope, o
endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por
Vossa Excelência é:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Cargo
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CEP – Cidade. UF (repare que não há parênteses no código
de endereçamento postal).
Resposta – A
59. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas re-
lativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado ou
uma declaração da maneira apresentada a seguir.
Atenciosamente,
(assinatura)
Fulano de Tal
Brasília, 15 de março de 2009
Comentário – Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração
comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus ór-
gãos competentes. Eis a sua estrutura:
TÍTULO: ATESTADO (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).
TEXTO: exposição do fato.
LOCAL E DATA: por extenso.
ASSINATURA: titular da unidade organizacional correspondente ao
assunto tratado.
ATESTADO
Atesto para fins de prova junto ao(à) ......................(entidade)
........................................................................................... que o Sr. .
......................................................................................., ocupante do
cargo. . ....................................................., para o qual foi nomeado por.
.........................................................................................................,
não responde a processo administrativo.
Brasília, . ...................................... de. .................................................... de. ....................................................... .
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espaço para assinatura
(nome com letras maiúsculas)
(cargo do signatário com letras iniciais maiúsculas)
Semelhantemente, a declaração também não comporta na
sua parte final os fechos Atenciosamente e Respeitosamente (comuns no
memorando, ofício, aviso, exposição de motivos). Nela, a data também vem
antes da assinatura do titular da unidade organizacional; ambas vêm
centralizadas.
Resposta – Item errado.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do
Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de
200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de
dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.
2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de
2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.
Joaquim da Silva Xavier
Presidente do concurso
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A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.
60. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo
do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais
ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,
escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e
singulares.
Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de
obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é
convencionalmente usada na grafia de:
• nomes próprios e de sobrenomes ( Ferreira) de cognomes (Ivan, o
Terrível);
• alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes
dinásticos (os Médici);
• topônimos (Brasília, Paris);
• regiões (Nordeste, Sul);
• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação
Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas
Americanas);
• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia
Militar);
• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);
• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de
Novembro);
• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de
unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);
• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);
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• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou
político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);
• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário
Alvim);
• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício
Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da
Sé);
• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);
• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira
em torno do Sol”);
• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea,
Lei Afonso Arinos).
A letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa),
além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do
ano, os dias da semana e os meses do ano, é também usada na grafia
de(a):
• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador,
cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor,
bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente,
diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);
• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);
• nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);
• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas,
umbandistas);
• palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo);
• termos designativos de instituições, quando esses não estão
integrados no nome delas: A Agência Nacional de Águas tem por
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missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas
os compromissos relacionados a...;
• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome
próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio
de Janeiro, Serra do Salitre);
• prefixo: ex-ministro do Meio Ambiente, ex-presidente da República;
• nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;
• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas
Gerais, o sul do Pará – observe: “É bom morar na Região Norte do
Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo”.
Resposta – Item errado.
61. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo
nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.
Comentário – Não há como omitir o nome do signatário. A identificação
dele se dá por meio do nome, da assinatura e do cargo que ocupa. A
impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo
significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade
de que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a
ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse
público; o segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos
administrativos, pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida
por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade
estatal. Em outras palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome
do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos
cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos objeto dos
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expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente
impessoal.
Resposta – Item certo.
62. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de
outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de
tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,
provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem
ser respeitadas nos documentos oficiais.
Comentário – A concisão caracteriza-se pela utilização de palavras
estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não
deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma ideia é preferível à
analítica; para cada ideia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a
representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la. Detalhes irrelevantes
são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou
redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de
adjetivos e advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. A
simples utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não
caracteriza falta de concisão.
Resposta – Item errado.
63. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve
caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no
tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre
concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um
órgão público.
Comentário – O item está de acordo com o Manual de Redação Oficial da
Presidência da República, que estabelece: “A redação oficial deve
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caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
clareza, concisão, formalidade e uniformidade...”.
Resposta – Item certo.
64. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o
emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade
de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e
não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o
emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.
Comentário – É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos
cidadãos, o que significa que cada destinatário é considerado no momento
da elaboração do documento oficial. Diz o manual da Presidência que “A
linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,
sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter
o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos”.
Resposta – Item errado.
65. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é
obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a
apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da
relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.
Comentário – Quem analisou esta questão apressadamente “escorregou”.
Diz o manual da Presidência: “Ficam excluídas dessa fórmula as
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
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tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores”.
Resposta – Item errado.
Por hoje é só. Na próxima aula estudaremos sintaxe da oração
e do período. Antes disso, porém, espero as suas dúvidas e sugestões.
Fique com Deus e bons estudos!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.
8 É um convite à contemplação da natureza. (...)
Época, 9/5/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal
indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido
pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o
verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
(...)
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo
definido feminino plural antes de “previsões”.
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1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção
incorreta.
Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”
decorre da regência de “preocupação” (l. 1).
1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições
impostas pelo Estado são impostas por pensamen-
tos “puritanos” de parte da sociedade?
(...)
Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).
4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras
prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao
entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições
estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
(...) Mas foi a partir do século
XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem
13 à consciência de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir.
Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:
Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.
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SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).
5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de
que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de
“consciência”.
1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,
4 Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que
exige preposição a.
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7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são
sintaticamente equivalentes.
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas
que cada país pode oferecer a membros de organizações
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.
(...)
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Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.
9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela
presença de artigo definido feminino plural.
1 Assistimos à dissolução dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se 7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem
estáveis. (...)
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de
relações sintático-semânticas para o verbo assistir.
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, 4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)
Philippe Ariès. História social da criança e da família.
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).
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11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo
submeter.
12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi
alcançado às 19 h 30 min.
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram
às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito
de escolher os representantes”.
(...) Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra.
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Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse
sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e
a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois
da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o
real (...).
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
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15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do
texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir
“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.
1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento
maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma
4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que
se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do
Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado
7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigência. (...)
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego
de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).
17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em
Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a
oportunidade de escolher os próprios métodos.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
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18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa
percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem
complemento regido pela preposição a.
1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do
Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de
US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.
4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando
Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.
(...)
Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige
preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.
1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pa-
cote de estímulo à economia. (...)
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela
presença de artigo definido feminino.
21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à
concordância e à regência.
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12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados
com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que
tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.
1 Creio que há evidência contundente em favor do
argumento de que os investimentos públicos em pesquisa
científica têm tido um retorno bastante compensador em
4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos
científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se
pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.
(...)
Samuel Macdowell. Responsabilidade social
dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,
São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).
22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à
aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo
uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”
(l.6).
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao
“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da
totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde
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histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h
15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.
Trabalho escravo:
longe de casa há muito mais de uma semana
(...) “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em
‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão
preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.
25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto
apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego
do sinal indicativo de crase.
a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas
do conhecimento.
b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer
e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e
fechado.
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(...)
10 O aumento do emprego e os programas
de transferência de renda continuam a beneficiar mais as
famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar
13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda
mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais
diretamente
essa faixa. O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),
não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se
emprega artigo definido feminino.
(...) Pelo acordo, denominado Registro
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as
multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio
ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 13 cerca de 5% das emissões mundiais.
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)
27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às
expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se
encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma
culta escrita.
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28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as
regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que
precede “informar” (l. 8).
1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,
o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da
Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro
4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o
presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O
segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações
7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do
Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,
10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da
diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da
América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás
13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa
para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na
ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia
16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de
Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria 19 em todo o mundo.
Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:
Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).
29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal
indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação
refere-se à negociações.
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30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos
de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados
sem prejuízo para a correção do período.
Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.
31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será
implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros
para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.
32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60
bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista
como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate
a crise.
Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,
afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua
bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave
retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando
em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.
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Texto para os itens 34 a 42
Considere que Juarez Alencar candidato ao cargo de Analista de
Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo
dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,
tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.
BSB, 8/3/2009.
Excelentíssima Senhorita:
1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos
preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança
férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário
público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar
a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de
vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por
esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o
noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para
se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes
do respectivo edital.
2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,
outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,
minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja
visto o grande amor que te devoto.
3. Reitero protestos de estima e consideração.
J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL
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34. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário
da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,
que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a
linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que
expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento
centralizado.
35. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —
empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada
natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo
signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo
imediatamente superior.
36. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada
na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de
pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,
pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada
em redação oficial.
37. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom
jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos
parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o
objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.
38. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido
em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma
delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o
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tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o
expede.
39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta
está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no
Manual de Redação da Presidência da República.
Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os
itens seguintes.
40. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria
adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes
expressões: dado, tendo em vista, haja vista.
41. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio
“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de
forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.
42. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio
desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada
redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado
quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.
Julgue os itens de 43 a 47 quanto ao emprego da norma escrita formal
em comunicações oficiais.
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43. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas
como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os
recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação
é importante.
44. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é
desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período
com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a
iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações
oportunamente”.
45. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção
semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:
Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao
Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo
atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se
acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.
46. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como
norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se
sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No
entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do
texto, recomenda-se manter a repetição.
47. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os
homônimos destacados em negrito no seguinte período: A
administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil
acabou de ser proscrita nos EUA.
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A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.
48. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e
cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser
empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de
tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino
os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte
enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada
para presidir a sessão.”
49. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando
urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo
recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de
rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.
50. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira
providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o
seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede
deferimento.
Considere que um servidor do DETRAN/DF tenha redigido um
documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no
órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.
Memo n.o 6/DIR
Em 8 de março de 2009.
Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,
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102
Convido Vossa Excelência para proferir palestra na
sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso
país para melhorar as condições de trânsito nas grandes
cidades.
Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.
51. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma
memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma
comunicação curta.
52. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do
memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.
53. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o
emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o
tratamento empregado foi Vossa Excelência.
Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizarse
pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da
Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes
apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender
ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.
54. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos
à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos
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direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação
ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma
maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar
os direitos humanos para todos.
55. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos
humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência
geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,
interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente
sustentáveis.
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a
seguir.
56. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,
memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre
outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,
que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do
documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que
o emite.
57. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os
espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento
oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte
trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.
(...)
4. Por fim, por oportuno informamos que as
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providências tomadas, e aqui mencionadas,
também já são do conhecimento das partes
envolvidas.
Atenciosamente
[assinatura]
Pedro Álvares Cabral Chefe
da seção de logística
e distribuição de pessoal (SLDP).
Multas
1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.
Isto prova que as coisas não vão bem.
E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas
4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que
produziram soma considerável para um orçamento exíguo
referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas
7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a
sofrer a opressão dos que vão trepando.
Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não
10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.
Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o
proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor 13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
58. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que
envolve o texto como referência e considerando as recomendações
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atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,
assinale a opção correta.
(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento
do relatório ao governador.
(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador
do estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.
(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho
adequado para o documento de encaminhamento do relatório a
expressão Com elevados protestos de estima e consideração.
(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:
A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.
Fulano de Tal
Governador do estado de Alagoas
(CEP) – Maceió – AL
59. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas
relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado
ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.
Atenciosamente,
(assinatura)
Fulano de Tal
Brasília, 15 de março de 2009
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
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1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do
Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de
200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de
dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.
2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de
2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.
Joaquim da Silva Xavier
Presidente do concurso
A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.
60. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo
do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais
ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,
escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e
singulares.
61. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo
nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.
62. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de
outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de
tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,
provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem
ser respeitadas nos documentos oficiais.
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63. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve
caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no
tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre
concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um
órgão público.
64. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o
emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade
de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e
não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o
emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.
65. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é
obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a
apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da
relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.
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GABARITO
1. Item errado
2. Item certo
3. Item certo
4. Item certo
5. Item certo
6. Item errado
7. Item errado
8. Item errado
9. Item certo
10. Item anulado
11. Item certo
12. Itens errados
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item certo
17. Item certo
18. Item certo
19. Item certo
20. Item errado
21. Item errado
22. Item errado
23. Item certo
24. Item certo
25. Itens errados
26. Item certo
27. Item certo
28. Item errado
29. Item errado
30. Item certo
31. Item errado
32. Item errado
33. Item errado
34. Item errado
35. Item errado
36. Item certo
37. Item errado
38. Item certo
39. Item errado
40. Item certo
41. Item certo
42. Item errado
43. Item certo
44. Item errado
45. Item errado
46. Item certo
47. Item certo (julgo que a
anulação seria melhor)
48. Item certo
49. Item certo
50. Item errado
51. Item errado
52. Item errado
53. Item errado
54. Item errado
55. Item errado
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56. Item certo
57. Item errado
58. A
59. Item errado
60. Item errado
61. Item certo
62. Item errado
63. Item certo
64. Item errado
65. Item errado
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Seja bem-vindo(a) à nossa quinta aula do curso de exercícios
para o TCU!
Hoje trataremos da sintaxe da oração e do período. Faremos
isso dividindo o conteúdo em duas partes. Na primeira, estudaremos os
termos da oração; na próxima, as orações em si mesmas. Os exercícios de
provas anteriores estão igualmente separados.
E por falar em “período” e “oração”, você se lembra de como
identificar um(a)? Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os
exemplos seguintes e responda ao que se pede.
a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?
b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.
Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo
acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.
Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo
enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma
informação satisfatória para a situação em que é utilizado.
Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas
frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo
ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um
enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.
O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo
desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:
– Ai!
– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.
As frases de maior complexidade normalmente se organizam a
partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza
ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.
Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não
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há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal
“está” e constitui a única oração do diálogo.
A frase organizada em orações constitui o período, que
pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado
por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é
marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por
vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:
Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só
oração).
Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três
orações).
Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na
segunda parte da aula, ao tratarmos das orações, será necessário
estabelecer distinção entre período composto por coordenação, por
subordinação e período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da
oração. E só faz sentido falar deles quando estivermos diante de uma
oração.
TERMOS DA ORAÇÃO
O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e
resumida do que entendemos por termos da oração.
TERMOS DA ORAÇÃO
Essenciais 1 - Sujeito
2 - Predicado
Integrantes 1 – Complemento verbal
2 – Complemento nominal
3 – Agente da passiva
Acessórios 1 – Adjunto adverbial
2 – Adjunto adnominal
3 – Aposto
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Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões
de provas anteriores!
Texto 1
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes
relativos exercem a mesma função sintática.
Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes
relativos integram:
(1) [que sinto]
(2) [e que não gosta mais da gente].
O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os
pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de
regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como
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termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (=
aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração
(3) [como se chama o].
O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa”
presente na oração
(4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais].
O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos
termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva
preferencialmente na ordem direta:
(1.1) [sinto aquilo]
(1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente]
Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e
“uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de
objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”.
Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca
examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus
correspondentes semânticos nas orações em que surgem.
Resposta – Item errado.
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,
na segunda.
Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto
adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa
ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”.
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Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina
de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal
é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal
“tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse
tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo
verbal é classificado de agente da passiva. Esse termo da oração surge
sempre preposicionado. E no caso em análise, a preposição que o introduz é
justamente a preposição “por”.
Resposta – Item certo.
Texto 2
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual 10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar.
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Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de
modo nos períodos em que se insere.
Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No
primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que
comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A
compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período
na forma direta:
O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos
dentro do mato.
Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente
indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por
igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo.
Pode, sem problema algum, ser substituída por igualmente.
Resposta – Item errado.
Texto 3
A diferença na linguagem
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
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acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.
Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração
concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por
exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito
também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta,
então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela.
Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por
sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não
aparece materialmente expresso na mesma oração da qual o verbo “fazem”
é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos”
quem fazem uso dos acentos referidos no texto.
A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como
sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a
presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do
substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar
assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção...
Resposta – Item certo.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
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Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no
desenvolvimento do texto.
Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter
nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvêlo.
Isso o faz lembrar algo? Sim, o aposto! Essa é a função sintática do
trecho analisado. Facilitarei um pouco as coisas para você.
Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um
substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:
a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,
escreveu vários livros.
b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.
c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor
salário, assistência médica e redução da carga horária.
d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras
alegres.
e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo
era paixão.
O aposto também pode vir representado por uma oração
(oração subordinada substantiva apositiva).
Só quero uma coisa: que vocês estudem.
Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere
(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da
passiva, etc.).
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Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.
As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das
propriedades.
O aposto especificativo não vem marcado por sinais de
pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,
normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo
comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.
A cidade de Lisboa é linda.
O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.
O mês de maio é o mês das noivas.
Resposta – Item certo.
(...)
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de
haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que
25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um
governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)
Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado
Pred. do Suj.
Suj
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de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego
impessoal do verbo haver na forma “Há”.
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”
exerce a função de sujeito.
Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em
construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o
primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é,
possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar
com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é
refletida no seu verbo auxiliar.
Existirão oportunidades melhores.
Hão de existir oportunidades melhores.
Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado
sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER
empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também
assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá
invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente.
Haverá oportunidades melhores.
Há de haver oportunidades melhores.
Sujeito
Sujeito Simples
Objeto Direto
Objeto Direto
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A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a
expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo
“faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das
dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal:
“...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...”
Perceba que temos um caso de sujeito composto com três
núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.
Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta.
Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A.
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(l. 1).
Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser
empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da
oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca
examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU,
primeira pessoa do singular e oculto no período.
Resposta – Item errado.
Sujeito Composto
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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).
Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente,
essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele
complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente
deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para
que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você
concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos
o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal
“reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque.
Resposta – Item certo.
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1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.
Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da
oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa
do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do
processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças.
É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos
diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase,
referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua
indeterminação.
A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o
pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do
sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países
africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação
(Fica-se feliz em ambientes harmoniosos).
Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE,
isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do
verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de
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ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o
sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão
“O consumo das famílias”.
Resposta – Item errado.
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de
“elevação” (l. 2).
Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que,
conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que
complementa seu valor semântico classifica-se como complemento
nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”).
Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao
substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou
delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros
adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e
substantivo).
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A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o
CN e não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas
dicas importantes:
I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio
ou adjetivo é CN.
Ela mora perto do curso. (CN)
II. Substantivo concreto não admite CN.
Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)
III. Todo termo que depende de substantivo abstrato
será CN se a preposição não for de.
A alegria na paz é infinita. (CN)
IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado
será CN quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e
será ADJ. ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a
origem do processo).
A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que
a expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).
A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. –
agora, o termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).
Resposta – Item errado.
(...) A democratização no século XX não
se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as
chamadas sociedades ocidentais.
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Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida
do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o
sujeito da oração seja claramente identificado.
Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do
verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à
preposição que o antecede:
“Está na hora de a onça beber água.” (certo)
“Está na hora da onça beber água.” (errado)
Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo
“atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução
adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto
adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há
necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a).
Resposta – Item errado.
(...)
À luz desses entendimentos é que os direitos humanos
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,
que traduzem as transformações e os avanços históricos da
16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma
sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e
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contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos
19 de grupos sociais.
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).
Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o
pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar
aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 –
“mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem. Res-
posta – Item errado.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na
19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas
22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam
caminhar até o trabalho.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
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13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito
indeterminado.
Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o
sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo
novamente:
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja
referência a outro termo anteriormente identificado.
Telefonaram para você.
Gritaram muito.
b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,
intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos
objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na
terceira pessoa do singular:
Ficou-se feliz.
Vive-se bem.
Gosta-se de você.
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada
– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com
sujeito representado pelo termo “o vinho”).
Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de
ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se
confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de
ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito,
e não parte integrante do verbo.
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Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é
o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no
texto.
Resposta – Item errado.
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto
adverbial de lugar deslocado.
Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a
utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso.
Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de
adjuntos adverbiais.
Lembre-se de que adjunto adverbial denota as
circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a
forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é
habitualmente desenvolvida pelas pessoas.
Resposta – Item certo.
(...)
A exposição das gestantes à poluição, em especial
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar
das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)
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35 O poluente associado à maior
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar
é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos.
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma
enumeração.
Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados
pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere
a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos –
enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo
“consequências”
Resposta – Item certo.
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a
função de aposto.
Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a
veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de
“monóxido de carbono”.
Resposta – Item certo.
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1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada
sempre a construção de uma rede unificada de transportes
4 como a única forma de assegurar a integridade do território.
Toa, foi somente após a Independência que começou a
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao
desenvolvimento econômico. Durante os governos do
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação
10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”
indica sujeito indeterminado.
Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar
que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem
determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na
casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um
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obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O
termo sublinhado é o sujeito da locução verbal.
Resposta – Item errado.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:
“número” (l.10).
Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo
número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central,
nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele
estão seus adjuntos adnominais. Vai aqui outra “colher chá”.
Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve
para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser
expresso por:
a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.
c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos, caíram-lhe
pelo rosto.
Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado
por mais de um adjunto adnominal:
As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.
Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com
predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para
facilitá-lo a distinguir um e outro.
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Núc. do ODNúc. do Suj.
Núc. do ODNúc. do Suj.
Assim como o complemento nominal, o adjunto
adnominal também é parte efetiva do mesmo termo que tem o
substantivo como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome
substantivo e perceber que o adjunto adnominal também desaparece:
O novo método facilitou os alunos despreparados.
Ele facilitou-os.
A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do
objeto:
Sua atitude deixou seus amigos perplexos.
Ela deixou-os perplexos.
Resposta – Item certo.
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”
(l.16).
Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo
que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo
abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente
AA AA AA AA
Suj. OD
AA AA POD
Suj. OD POD
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do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu
complemento.
Resposta – Item certo.
ORAÇÕES
Na segunda parte da aula, darei continuidade ao estudo sobre a
sintaxe da oração e do período, mas agora com o foco voltado para a
relação existente entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos
sobre o que é uma oração e o que é um período. Lembra-se de que iniciei
minhas explicações esclarecendo a diferença entre eles? Se você ainda tem
dúvidas de reconhecê-los, deve reler o que eu disse no princípio. Se
precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos
etc.).
Você perceberá que o Cespe não está dando ênfase às
nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao
período.
De início, você deve observar que as orações surgem
organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou
composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou
uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.
Vive-se um momento social delicado.
Os alunos continuam estudando.
Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso
em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.
Eu vou à escola; você, à praia.
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A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o
verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já
que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,
é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a
coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o
elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras
palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,
adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período.
É necessário que vocês estudem.
A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:
“É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que a
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde
está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração
(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque
a frase na ordem direta:
Que vocês estudem é necessário.
Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:
substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:
Isso é necessário.
Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela
oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha
alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de
subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,
tradutor da noção de posição abaixo, dependência.
Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem
articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.
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Eu disse que trabalho e estudo.
As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)
subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o
significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se
à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,
ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.
Orações Subordinadas
Substantivas
1 – Subjetiva
2 – Predicativa
3 – Objetiva Direta
4 – Objetiva Indireta
5 – Completiva Nominal
6 – Apositiva
Adverbiais
1 – Causal
2 – Consecutiva
3 – Condicional
4 – Concessiva
5 – Comparativa
6 – Conformativa
7 – Temporal
8 – Proporcional
9 – Final
Adjetivas
1 – Explicativa
2 – Restritiva
Orações Coordenadas
Sindéticas
1 – Aditiva
2 – Adversativa
3 – Alternativa
4 – Conclusiva
5 – Explicativa
Assindéticas
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Passemos aos exercícios.
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
(...)
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período
em que esse termo se apresenta.
Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este
item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é
frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa (=
que, porque, porquanto) ou conclusiva (= logo, pois, portanto, por
conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso). Na maioria das vezes,
dizemos que ela será explicativa quando surgir antes do verbo da oração a
que pertence e conclusiva quando surgir depois dele e separada por vírgula.
Não está errado; mas não é tudo, já que não devemos analisar uma oração
simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a
relação semântica estabelecida entre ela e outra.
Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção
de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se
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dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias
que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas
estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas
educacionais.
Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é
claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às
conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, toa .
Resposta – Item errado.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. (...)
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de
adjetivo restritivo ao substantivo “estatísticas”, restringindo seu alcance
semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que
se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas.
Resposta – Item errado.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
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novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.
Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma
característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um
adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do
texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se
separá-la do termo a que se refere pela pontuação.
Resposta – Item certo.
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito
oficial.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.
Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de
locais em que foram verificados problemas.
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Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela
conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com
valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a
causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a
incoerência entre eles.
Resposta – Item certo.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.
Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a
natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se
autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para
expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”,
representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui,
a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial
dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo
sinal de pontuação.
Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de
vírgulas com orações subordinadas adjetivas.
Resposta – Item certo.
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(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...)
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).
25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.
Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou
resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do
elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas
consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder-
se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante eles incorporarem
os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da
sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis.
Resposta – Item certo.
1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade
civil quebra a polaridade entre público e privado.
(...)
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção
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da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).
26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por
qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,
Porquanto, Conquanto.
Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos
misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os
três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações
coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas.
Não existe problema em tais substituições. Toa (e esta é mais uma
conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera
significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir
noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica
concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este
modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas:
conquanto, ainda que, embora.
Resposta – Item errado.
Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade
individual e coletiva, liberdade e solidariedade.
4 A construção do indivíduo é inseparável da
transformação social. A emergência da opinião pública
coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...)
Idem, ibidem.
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27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.
Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é
conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia
atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo
explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às
alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva,
liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável
da transformação social.
Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que o
Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os
significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de
confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas.
Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui,
denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se
a “embora”).
Resposta – Item errado.
(...) A partir da
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura
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13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de
literatura e de cultura.
Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).
28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.
13) por que amplia.
Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e
de cultura” encontra-se reduzida: sem conjunção que a introduza e com
verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da preposição “para” pelo
pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar” por “amplia” faz surgir
oração desenvolvida: “...sua literatura representa uma cabal contribuição
que amplia os conceitos de literatura e de cultura”. As duas formas estão
gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a natureza adjetiva
restritiva da primeira.
Resposta – Item certo.
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão.
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.
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29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.
Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os
aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o
Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis
significados trazidos por essa conjunção.
O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação
conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a
estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de
natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo
pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original.
Resposta – Item errado.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. (...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de
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Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões
temerárias e causavam grandes fracassos.
Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o
segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos”
exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam reféns de sua própria
coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão
reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal
conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi
simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção
causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito
imperfeito do indicativo).
Resposta – Item certo.
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.
Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração
adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a
correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança
proposta.
Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda
parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele
que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases:
Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será
homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por
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Oraç. Subord. Adj. Restritivas
Oraç. Subord. Adj. Explicativas
uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que
necessariamente a frase se tornou incoerente.
A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias,
ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com
elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples
exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho.
Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma
viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de
roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido
uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso
não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou
começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz.
Resposta – Item certo.
Saiba mais sobre orações adjetivas.
Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as
orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,
realçando, amplificando uma informação sobre ele.
O jovem que estuda passa.
O homem que luta vence.
O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.
No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a
verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não
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sujeito
sujeito
constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):
nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence
(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não
podem ser separadas do substantivo por vírgulas.
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo
a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas
da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar
alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo.
Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas
apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome
relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome
relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função
sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,
o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele
substitui (o antecedente).
Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver
definitivamente os problemas.
Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os
problemas.]
Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por
um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo
(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são
introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por
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preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,
gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.
Essas são as idéias tão valorizadas por ele.
Via-se um cartaz comunicando a falência.
Nosso argumento foi o primeiro a cair.
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define
10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).
Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva
conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem
impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o
cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos
iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva.
Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o
que se declara no período anterior.
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Resposta – Item errado.
(...)
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo
significativo.
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.
Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição,
sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo
melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Destarte, a razão da organização da sociedade, da
16 formação do poder político e da construção do Estado é a
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conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político
e outras formas de poder.
Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e
“da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (=
conforme postulava Aristóteles).
Resposta – Item errado.
Observação – O vocábulo “como” é apelidado de curinga, pois
pode integrar orações que expressam diferentes valores semânticos. A
propósito, vejamos o comportamento dele nas frases em que surge:
1. VERBO: Eu como pouco.
2. ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO: Como vai?
3. ADVÉRBIO DE INTENSIDADE: Como chove!
4. PREPOSIÇÃO ACIDENTAL (por = na qualidade de, com caráter
de): Como professor ele é muito prudente. / É tido como sábio.
5. PALAVRA EXPLICATIVA ( = a saber, assim, isto é): Teve boas notas
em algumas matérias, como em Matemática, Geografia e História.
6. PALAVRA DE REALCE (pode ser retirada da oração, sem prejuízo do
sentido desta): Sentiu um como estalo na cabeça. / Assim é como se
deve falar.
7. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL (= quando, logo que): O
menino, como ouviu isto, levantou e correu!
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8. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL (= porque): Como estivesse
doente, faltou à aula.
9. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: O rapaz era preto como
carvão.
10. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONFORMATIVA (= conforme):
Respondeu como devia.
11. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: Vê como ele canta bem!
/ Aposto como ele virá para o jantar. / Garanto como ele se
apresentará bem.
12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA (= e): “Assim Saul como
eram homens de grandes espíritos”. (Pe. Antônio Vieira)
35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.
Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação
da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante
disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia
conclusiva, tal como Assim sendo.
Resposta – Item certo.
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não
necessariamente de mercado. De modo geral, a
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,
assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. (...)
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Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).
Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem
valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma
ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De
modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está
sendo considerado.
Resposta – Item errado.
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois
argumentos mutuamente excludentes.
Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de
argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do
estatuto que Rousseau confere à linguagem”.
Resposta – Item errado.
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38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos
pela conjunção coordenativa nem.
Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e
significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada. Res-
posta – Item errado.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração
subordinada adjetiva explicativa.
Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula
constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo
“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo
não é separada pela vírgula.
Resposta – Item certo.
Por hoje é só, prezado(a) aluno(a). Sugiro que intensifique os
estudos. Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre
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haverá dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,
principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu
conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor(a) do
TCUU e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o
que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer
mesmo trabalhar no Tribunal, vá em frente!
Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Texto 1
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes
relativos exercem a mesma função sintática.
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,
na segunda.
Texto 2
Canção do Ver (fragmento)
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1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de
modo nos períodos em que se insere.
Texto 3
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A diferença na linguagem
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no
desenvolvimento do texto.
(...)
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de
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haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que
25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um
governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim 28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)
Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado
de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego
impessoal do verbo haver na forma “Há”.
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”
exerce a função de sujeito.
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(l. 1).
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
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4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.
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O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de
“elevação” (l. 2).
(...) A democratização no século XX não
se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as
chamadas sociedades ocidentais.
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida
do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o
sujeito da oração seja claramente identificado.
(...)
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À luz desses entendimentos é que os direitos humanos
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,
que traduzem as transformações e os avanços históricos da
16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma
sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e
contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos 19 de grupos sociais.
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na 19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas
22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam
caminhar até o trabalho.
(...)
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Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito
indeterminado.
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto
adverbial de lugar deslocado.
(...)
A exposição das gestantes à poluição, em especial
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar
das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)
35 O poluente associado à maior
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar
é questão que merece atenção urgente dos administradores 40 públicos.
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma
enumeração.
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16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a
função de aposto.
1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada
sempre a construção de uma rede unificada de transportes
4 como a única forma de assegurar a integridade do território.
Toa, foi somente após a Independência que começou a
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao
desenvolvimento econômico. Durante os governos do
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação
10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
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17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”
indica sujeito indeterminado.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:
“número” (l.10).
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”
(l.16).
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
(...)
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
20. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período
em que esse termo se apresenta.
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1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. (...)
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
22. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito
oficial.
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Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.
Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de
locais em que foram verificados problemas.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
24. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.
(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam 19 sustentáveis”. (...)
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).
25. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.
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1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade
civil quebra a polaridade entre público e privado.
(...)
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção
da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).
26. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por
qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,
Porquanto, Conquanto.
Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade
individual e coletiva, liberdade e solidariedade.
4 A construção do indivíduo é inseparável da
transformação social. A emergência da opinião pública
coincide com a abertura de novos espaços para a 7 formação e comunicação de opiniões. (...)
Idem, ibidem.
27. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.
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(...) A partir da
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura
13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de
literatura e de cultura.
Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).
28. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.
13) por que amplia.
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de 7 Abraão.
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.
29. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.
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1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. (...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
30. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de
Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões
temerárias e causavam grandes fracassos.
31. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define
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10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
32. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).
(...)
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz 16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo
significativo.
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
33. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
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com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Destarte, a razão da organização da sociedade, da
16 formação do poder político e da construção do Estado é a
conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
34. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político
e outras formas de poder.
35. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não
necessariamente de mercado. De modo geral, a
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,
assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. (...)
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
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36. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
37. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois
argumentos mutuamente excludentes.
38. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos
pela conjunção coordenativa nem.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
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39. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração
subordinada adjetiva explicativa.
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GABARITO
1. Item errado
2. Item certo
3. Item errado
4. Item certo
5. Item certo
6. B
7. Item errado
8. Item certo
9. Item errado
10. Item errado
11. Item errado
12. Item errado
13. Item errado
14. Item certo
15. Item certo
16. Item certo
17. Item errado
18. Item certo
19. Item certo
20. Item errado
21. Item errado
22. Item certo
23. Item certo
24. Item certo
25. Item certo
26. Item errado
27. Item errado
28. Item certo
29. Item errado
30. Item certo
31. Item certo
32. Item errado
33. Item errado
34. Item errado
35. Item certo
36. Item errado
37. Item errado
38. Item errado
39. Item certo
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Seja bem-vindo(a) à última aula deste curso preparatório para o
concurso do TCU.
Hoje vamos tratar de dois assuntos importantes e relacionados
no edital do seu concurso: pontuação e concordância.
O uso adequado dos sinais de pontuação é extremamente
relevante para o significado de uma frase. Quem acompanha as provas
elaboradas pelo Cespe já deve ter percebido o quanto essa banca
examinadora explora esse assunto, principalmente o que diz respeito ao uso
da vírgula. É compreensível que seja assim, pois o uso da vírgula requer
atenção especial, em virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos.
Para você ter apenas uma ideia do que isso significa, leia alguns exemplos
extraídos da campanha dos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa
(ABI):
1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
– Não, espere.
– Não espere.
2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.
– R$ 23,4.
– R$ 2,34.
3 – Pode ser autoritária.
– Aceito, obrigado.
– Aceito obrigado.
4 – Pode criar heróis.
– Isso só, ele resolve.
– Isso só ele resolve.
5 – E vilões.
– Esse, juiz, é corrupto.
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– Esse juiz é corrupto.
6 – Ela pode ser a solução.
– Vamos perder, nada foi resolvido.
– Vamos perder nada, foi resolvido.
7 – A vírgula muda uma opinião.
– Não queremos saber.
– Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da
sua informação.
Detalhes Adicionais:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE
QUATRO À SUA PROCURA.
Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de
MULHER.
Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.
Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente
uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode
ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina
Isabella Nardoni:
O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina Isabella
Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta (30/04) ao
promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a menina foi espancada
e morta pelo pai, Alexandre e pela madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O
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principal motivo, segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação
do crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos. Familiares,
vizinhos e importantes testemunhas revelaram a conturbada vida conjugal
de Alexandre e Anna Carolina. (Correio Brasiliense, 30/04/2008 – internet).
A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado
pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da
conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,
Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma
explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria
vir ente vírgulas.
Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior
frequência nas provas de concurso, convém atentarmos para todos os outros
que o Cespe costuma abordar em suas provas. Faremos isso resolvendo as
questões abaixo.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após
“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função
gramatical.
Comentário – Muitos candidatos (e até alguns professores) erraram essa
questão porque confundiram função gramatical com classe gramatical.
Realmente, a classe gramatical das palavras diz respeito ao campo de
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estudo da morfologia (substantivo, adjetivo, verbo etc.), e não à área de
atuação da sintaxe (sujeito, adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.), e a
vírgula não se presta, rigorosamente, a separar elementos de mesma classe
gramatical. Mas acontece que dizer “função gramatical” é o mesmo que dizer
função sintática.
No item sob análise, as vírgulas separam elementos (“dos
alunos”, “dos pais”) que funcionam como objetos indiretos da forma verbal
“recebem”.
Resposta – Item certo.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse
Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da
7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.
E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao
consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas
10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,
diretor do SEBRAE Nacional.
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
Comentário – O que temos na passagem sob análise (“que apontam para
uma taxa de desocupação em torno de 9%”) é, na verdade, uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Isso pode ser percebido não só pelo seu
valor semântico – que restringe o substantivo “estatísticas” –, mas também
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pela ausência de vírgulas antecedendo o pronome relativo. Caso a oração
destacada fosse de natureza explicativa, deveria ser delimitada pela vírgula.
Resposta – Item errado.
3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após
“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.
Comentário – O termo “diretor do SEBRAE Nacional” nos explica quem é
“Luiz Carlos Barbosa”, servindo como aposto explicativo. Esse tipo de termo
deve surgir obrigatoriamente isolado do restante do texto.
Resposta – Item certo.
4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo
quanto à correção gramatical.
Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos
chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições
municipais de 2008.
Comentário – Observe que, quanto à regência, o verbo “entregaram” é
transitivo direto e indireto. O objeto direto é representado pelas expressões
“seus ouvidos” e “os seus votos”. As vírgulas que surgem entre ele foram
convenientemente empregadas para isolar termo intercalado. O objeto
indireto é representado pela expressão “aos chefetes locais”. A vírgula que
surge antes dele está empregada incorretamente. Não se deve separar o
verbo do seu complemento por meio da pontuação.
Resposta – Item errado.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
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os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de
vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por
isolar expressões de natureza apositiva.
Comentário – Não há aposto no segmento de texto indicado pela banca
examinadora. As vírgulas foram empregadas para separar elementos de
mesma natureza sintática dispostos coordenadamente.
Resposta – Item errado.
(...) Ela se alimenta,
também, dos consensos que consegue estabelecer sobre
7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam
precisamente que o país adote uma rota de crescimento
econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à 10 liberdade.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após
“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função
gramatical componentes de uma enumeração.
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Comentário – Os termos “crescimento econômico”, “desenvolvimento
social” e “pleno respeito à liberdade” funcionam como adjunto adnominal do
substantivo “rota” e estão coordenados entre si.
Resposta. Item certo.
(...)
Em seu clássico A Metodologia da Ciência
Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência 10 econômica e economia política. A primeira seria formada por
hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por
prescrições baseadas em juízos de valor.
Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)
7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão
“seria formada” (l. 10).
Comentário – Entre as finalidades da vírgula, está a que indica a omissão
do verbo. Foi isso que aconteceu na passagem em análise. Observe como
ficaria a mesma passagem se optássemos por escrever a locução verbal: A
primeira seria formada por hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a
segunda seria formada por prescrições baseadas em juízos de valor. Res-
posta – Item certo
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
(...)
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Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta
à principal.
Comentário – De fato, a oração “Quando se trata de crescimento
sustentado” é subordinada à oração principal “a teoria econômica indica” e
classifica-se como adverbial temporal. Sua antecipação torna obrigatório o
emprego da vírgula.
Resposta – Item certo.
Breve histórico
1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que 4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula
antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva
que esse pronome introduz.
Comentário – Lembre-se de que orações subordinadas adjetivas restritivas
não são isoladas de suas orações principais por vírgula ou por qualquer
outro sinal de pontuação. Na verdade, a oração destacada tem claro valor
semântico explicativo, o qual justifica o emprego da vírgula antes do
pronome relativo “que”.
Resposta – Item errado.
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A montanha mágica
(...)
A Montanha Mágica é um romance muito antigo. Mas,
sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora viva
que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego
da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).
Comentário – A oração iniciada pela conjunção adversativa “Mas” (“Mas é
atual”) encontra-se intercalada por uma oração reduzida de gerúndio
(“sendo antigo) e também por um adjunto adverbial (“de repente”). Uma
das funções da vírgula é justamente delimitar, obrigatoriamente,
intercalação de orações.
Resposta – Item errado.
(...)
Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no
10 segundo ano de administração a equidade que torna o
imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em
1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora
13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para
corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à
arrecadação.
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Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de
vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção
gramatical nem alteraria o sentido original do texto.
Comentário – A vírgula depois de “equidade” transformaria a oração
adjetiva restritiva em explicativa. Isso não causaria incorreção gramatical;
mas alteraria o sentido original do texto. Com a vírgula, a oração “que torna
o imposto suportável” deixa de particularizar o significado de “equidade” e o
generaliza. Com a vírgula, a informação é a de que toda e qualquer
equidade torna o imposto suportável.
Resposta – Item errado.
1 A questão mais importante para entender a reforma
tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um
projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões
4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no
Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação
aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar
política e tecnicamente sua implantação.
Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos
de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).
12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em
que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição
gramatical e preserva o sentido original.
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A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber
por que a estamos propondo. (l.1-2)
B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das
discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada
no Brasil. (l.2-5)
C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos
anteriores. (l.5-6)
D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,
importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.
(l.6-8)
Comentário – Alternativa A: o sujeito da locução “é saber” é toda a
expressão “A questão mais importante para entender a reforma tributária”.
Ambos (sujeito e locução verbal) foram indevidamente fragmentados pelas
vírgulas.
Alternativa B: a primeira vírgula serviu para isolar a oração
“que sai do nada” e imprimir a ela um caráter explicativo, diferente do
sentido restritivo original. Além disso, a terceira vírgula separou
indevidamente o verbo “herda” do seu complemento “das discussões
realizadas sobre o tema”. A última não gera problemas ao texto, pois isola
segmento de caráter adverbial (mesmo estando no final do período, é
possível que venha depois de vírgula).
Alternativa C: O vocábulo “Naturalmente” funciona como
adjunto adverbial. Sua antecipação recomenda o emprego da vírgula, que
pode até ser dispensado quando o adjunto adverbial é pequeno e não
constitui uma oração. É por isso que no original ele não surgiu isolado.
Alternativa D: a primeira vírgula separou o nome “modelo”
do seu adjunto “importante”, o que não deve ocorrer. A segunda separou
indevidamente o verbo “viabilizar” do seu objeto: “sua implantação”. Que
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fique bem claro que a vírgula não deve separar o nome do adjunto nem do
complemento, e nem o verbo do seu objeto.
Resposta – C
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia.
(...)
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações
semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção
gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que
a precede.
Comentário – Para confirmar a veracidade do que a banca alega, sugiro
reescrever a passagem já com as alterações.
Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está
vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo
em face da Idade Antiga e Média: a própria ideia de
democracia.
Verifica-se, assim, que a retirada da expressão “a saber” e
da vírgula não prejudica o texto em nada. Lembre-se de que a vírgula é
empregada para separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;
isto é; ou seja; a saber etc.). Uma vez que a expressão “a saber” foi
eliminada do trecho, perdeu a vírgula sua finalidade.
Resposta – Item certo.
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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal
de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula
para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do
texto.
Comentário – O segmento “não adianta debater uma agenda mirabolante,
com 40 ou 50 temas” tem caráter esclarecedor e conclui o que foi dito
anteriormente. O emprego do ponto final, com o devido ajuste, indica uma
pausa mais longa entre as frases. Eis a reescritura sugerida pela banca
examinadora: Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco. Não adianta
debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
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7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção
gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra
“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da
letra inicial maiúscula da preposição “De”.
Comentário – Vamos fazer o que o examinador disse: “De um lado, a
sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da espécie:
de outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade”. O
que você achou? Ficou esquisito, não é mesmo?
O segmento anunciado pelos dois-pontos não constitui uma
citação – Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim”. (João 14:6) –, não se caracteriza por ser o discurso
direto de um personagem:
Sempre que o professor entra em sala ele diz:
– Essa moleza vai acabar.
–, não é uma enumeração – A dupla articulação da linguagem
caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação. – e não esclarece
ou explica foi dito anteriormente – Todos já sabiam: ele não seria eleito. –,
não é uma oração subordinada substantiva apositiva – Só espero uma
coisa: que você estude.
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No mesmo parágrafo, o ponto no final de cada período é
mesmo indicado para exprimir uma pausa mais longa entre as frases. Res-
posta – Item errado.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por pon-
toevírgula.
Comentário – A vírgula empregada imediatamente após o vocábulo
“modismo” serve para destacar a oração reduzida de particípio “Obcecados
por conveniência, velocidade e modismos”, que surgiu antecipada. O
emprego do ponto e vírgula faria surgir leve desvio gramatical, por separar
incorretamente a oração subordinada de sua principal. Releia as orientações
sobre os casos recomendados de emprego do ponto e vírgula.
Resposta – Item errado.
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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e
vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.
Comentário – As orações “concluir a união aduaneira”, “eliminar barreiras
jurídicas e monetárias” e “facilitar os negócios entre as empresas dos
países-membros” constituem enumeração das “prioridades”.
Resposta – Item certo.
(...)
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercí-
cio
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
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nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,
no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar
claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do
período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é
sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).
Comentário – Eis o último período sintático do texto: “Modernidade, para
os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e
democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o
controle nacional das decisões econômicas”.
A clareza a que a banca examinadora se refere tem a ver
com os termos que já estão separados pelas vírgulas. Como elas já foram
utilizadas para marcar o isolamento de termos internos pertencentes a um
mesmo segmento (“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema
judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça”), o sinal
de ponto e vírgula serviu para acentuar a relação existente entre as orações
coordenadas constituídas por “é sistema”, “são instituições”, “é o controle” e
o sujeito delas: “Modernidade”.
Repare que a clareza das relações sintático-semânticas não
seria acentuada se, em todo o período, fossem utilizadas apenas vírgulas:
“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com
aplicação rápida e democrática da justiça, são instituições públicas sólidas e
eficazes, é o controle nacional das decisões econômicas”.
Resposta – Item certo.
(...) Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
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contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de
ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a
hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de
vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.
Comentário – Você deve notar que o Cespe explora frequentemente a
utilização de ponto e vírgula e de travessões para acentuar a hierarquia de
informações constantes num período, principalmente quando há elementos
intercalados e já separados por vírgulas. Realmente, em casos semelhantes,
a utilização de travessão e de ponto e vírgula torna as relações sintáticas
mais claras.
Resposta – Item certo.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
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Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)
pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra
minúscula.
Comentário – A informação contida no fragmento textual “Foi ela que nos
viciou na vida de tempo real, nos supermercados 24 horas, no acesso à
informação farta, exata e imediata” fornece-nos o esclarecimento, a
explicação ou conclusão do que foi dito no período anterior. Não há,
portanto, prejuízo para a coerência da argumentação nem para a correção
gramatical ao empregar os dois pontos em substituição ao ponto, o qual faz
surgir uma pausa maior entre os dois períodos.
Resposta – Item certo.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos
é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.
Comentário – O segmento “recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor
e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas” esclarece quais são
as quatro frentes de avaliação dos professores.
Resposta – Item certo.
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(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na
linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a
pergunta proposta pela sociologia.
Comentário – Volte ao item IV e confirme que os dois pontos servem para
esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. No texto, eles introduzem a
indagação da sociologia a respeito da concepção com que ela trabalha. Res-
posta – Item certo.
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
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(...)
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8
forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.
Comentário – Que tal reescrevermos a passagem de acordo com o que a
prova propõe?
Não pegou bem, ou porque a porcentagem era pequena, ou
porque a planta não tinha força bastante.
Tanto os travessões como as vírgulas podem ser
empregados para isolar palavras, expressões explicativas, frases
intercaladas.
Resposta – Item errado.
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam–
se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais
de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
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Comentário – Diante de questões que tratam de reescritura de fragmentos
de textos com substituições indicadas pela banca examinadora, minha
opinião é que você seja cauteloso, “arregace as mangas” e faça o que é
proposto, se não tiver certeza imediata da resposta.
“É o segundo país com mais 7 usuários online no mundo,
cerca de 162 milhões, atrás apenas dos Estados Unidos da
América (EUA), onde há quase 200 milhões.”
Percebeu que a expressão “cerca de 162 milhões”,
inicialmente entre travessões e agora entre vírgulas, possui caráter
explicativo? A vírgula e os travessões podem ser empregados com a
finalidade de isolar expressões dessa natureza.
Resposta – Item certo.
1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de
4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a
educação. Convencidos disso, empresas e governos estão
10 bombardeando a população com campanhas de
conscientização — e multas, quando só as advertências não
funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de
13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade
brasileira veio para ficar.
(...)
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Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”
torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de
enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de
pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.
Comentário – A retirada do travessão prejudicaria a coerência do texto.
Note: “Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a
população com campanhas de conscientização e multas, quando só as
advertências não funcionarem”. Sem a devida pontuação, informa-se que o
bombardeio é com campanhas de conscientização e multas – noção de
concomitância –, o que não é verdade. O texto afirma que “A saída é a
educação”; as multas ocorrem somente se “as advertências não
funcionarem” – elas são uma consequência, uma atitude extrema. Resposta
– Item errado.
(...)
7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
sol, da lua, no céu — estão intimamente associados
10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os
corpos, de espaço e de tempo.
(...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,
nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também
poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não
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deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da
enumeração já separados por vírgulas.
Comentário – A afirmação está correta. Para isolar palavras, expressões
explicativas, frases intercaladas, você pode utilizar tanto travessões quanto
vírgulas, e até parêntese.
Quero que você perceba que os travessões podem
conferir mais clareza à frase, principalmente quando o segmento isolado
já contém termos separados por vírgulas. Compare o texto original com a
reescritura abaixo, em que foram utilizadas vírgulas no lugar dos travessões.
“No estado de repouso e de movimento dos objetos, esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
sol, da lua, no céu, estão intimamente associados os
conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os corpos,
de espaço e de tempo.”
Dessa forma, a hierarquia de informações não é ressaltada.
O Cespe gosta de explorar essa relação. Fique atento.
Resposta – Item certo.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta
erro de pontuação.
A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,
por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.
Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,
conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
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B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH
(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi
solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis
meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.
C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio
eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que
poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)
que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.
D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver
acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos
montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que
não estão acostumados a lidar com computador.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
Comentário – Na alternativa A, a primeira vírgula foi empregada para isolar
adjunto adverbial antecipado – “Pela primeira vez”. A segunda e a terceira
foram usadas para isolar adjunto adverbial (“por meio da Internet”) que se
intercala entre o verbo e o seu complemento. No segundo período, as
vírgulas também foram utilizadas corretamente: para isolar o segmento
“Disponível no período de 1º a 30 de novembro”, de valor semântico
explicativo e deslocado, e para isolar oração subordinada adjetiva explicativa
(“conhecida por Orçamento Participativo Digital”).
Na alternativa B, os parênteses foram convenientemente
usados para isolar termo que funcionam como aposto. Dentro deles, as
vírgulas foram empregadas para separar termos que desempenham a
mesma função sintática ou gramatical. A vírgula que se segue ao último
parêntese não é obrigatória, por separar oração coordenada sindética aditiva
cujo sujeito é igual ao da oração anterior. Ressalte-se que, embora
dispensável, o emprego dela não constitui erro de pontuação e ocorreu por
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motivo de ênfase. O termo “Fernando Pimentel” é aposto explicativo e deve,
por isso mesmo, ser obrigatoriamente delimitado por meio da pontuação.
Em seguida, houve o isolamento do adjunto adverbial “há cerca de seis
meses”. Por último, há a separação de outro aposto: “Armando Pinheiro
Lago”.
Na alternativa C, os parênteses destacam segmento de valor
semântico explicativo; a vírgula, oração subordinada adjetiva explicativa. O
surgimento de expressão de caráter explicativo dentro da oração adjetiva
torna obrigatório o isolamento daquela.
Na alternativa D, o emprego da primeira vírgula ocorre para
isolar oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo (“Para votar”). Já a
segunda vírgula não deveria ser usada, pois separa o agente da passiva
(“pela BH”), o que é proibido. Ela deveria ser deslocada para antes
do pronome relativo “onde”, que inicia oração subordinada adjetiva explic-
ativa. Resposta – D
O real não é constituído 1 por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,
costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma
7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um
nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo
menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em 10 nossa experiência.
(...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
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28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os
parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição
por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.
Comentário – A informação referida, “sejam elas naturais ou humanas”,
possui no contexto valor semântico explicativo, por isso surgiu isolada pelos
parênteses. Que não restem dúvidas de que os parênteses, os travessões e
as vírgulas podem isolar termos e orações intercaladas de natureza
semântica explicativa.
Resposta – Item certo.
1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de
aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de
teóricos (...). Precisamos de moços pesquisadores que vão à
4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse
povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo
progresso invasor (...).” (...)
Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.
29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se
por isolar uma citação.
Comentário – O fragmento textual entre aspas indica as palavras de Mário
de Andrade transcritas pela autora do texto.
Resposta – Item certo.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
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10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das
linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual
desses termos.
Comentário – Leia o trecho e verifique que nele as palavras destacadas não
possuem sentido irônico, não constituem citações, neologismos,
estrangeirismos nem dão títulos a obras artísticas ou científicas. Na verdade,
a questão revela outra funcionalidade das aspas: realçar o valor significativo
de palavras no contexto em que se inserem.
Resposta – Item certo.
A partir de agora, nossa aula é sobre sintaxe de concordância.
Essa expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida,
como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o
adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se
referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de
gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,
como concordância nominal.
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções
envolvendo esse assunto. Aqui, abordarei os casos que frequentemente
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aparecem nas provas do Cespe. Os exercícios de provas anteriores foram
dispostos de tal maneira que você perceberá a evolução da aula.
Comecemos pelos que dizem respeito aos casos gerais de concordância
verbal.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,
fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
31. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se
substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.
Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e
acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É
isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou”
tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito
era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o
verbo a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocor-
reu. Resposta – Item errado.
32. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de
S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
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O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a
recessão atingir outros países.
Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há
concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a
forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma
correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”.
Resposta – Item errado.
(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.
33. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).
Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser
representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a
forma verbal “mostram” está no plural.
Resposta – Item errado.
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(...)
7 A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e
racional, com vistas à conquista de algum bem. A política
10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
34. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela
estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa
a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).
Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural
(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação
popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que
afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender
que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e
racional”.
Resposta – Item errado.
Neste ponto, tem início a abordagem dos casos particulares de
concordância verbal.
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
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sujeito
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
35. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha
1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se
no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(L.1).
Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo
ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no
sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses
verbos no que diz respeito à concordância verbal.
Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o
que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e
pessoa.
Existem bons alunos neste curso.
Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito
anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é
empregado com o sentido de existir.
Há bons alunos neste curso.
Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só
pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não
possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir.
O aluno não teve aula. – conforme a norma culta
Não tem aula. – desvio da norma culta
Não há aula. – conforme a norma culta.
obj. direto
sujeito
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Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi
empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal,
cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo
“vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo.
Resposta – Item errado.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
36. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”
(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção
gramatical do período.
Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.
Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva
analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância
estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo
fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com
“eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz
representar na função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado
(eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural.
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Resposta – Item errado.
(...) Os meus pupilos não são os
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das
nações seculares. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
37. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal
“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar
com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.
Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a
ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei
acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira
pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que
funciona sintaticamente como seu sujeito.
A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim
como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância
verbal.
Resposta – Item errado.
7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos
negócios. (...)
Veja, 20/8/2008 (com adaptações).
38. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca
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de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os
argumentos.
Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que
a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios
na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no
mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem
fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria
ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo
sítios.
Resposta – Item errado.
(...) Não precisamos usar a
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da
realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
39. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal
“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o
pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,
“superfície” (L.22).
Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao
substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o
pronome relativo “que”, representante semântico da expressão “parte do
mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer
também no singular.
Resposta – Item errado.
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(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
40. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (L.13).
Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a
assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de
concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas
evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira
pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente
em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o
verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”,
de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas
gramaticais.
Resposta – Item errado.
(...) O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
(...)
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Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
41. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e
coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída
por existe.
Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo
existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem
sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em
numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a
forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito
daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a
regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o
antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira
pessoa do singular.
Resposta – Item certo.
(...)
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os
EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.
(...)
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
42. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)
vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).
Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”,
semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”.
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Resposta – Item errado.
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
43. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”
(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).
Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz
passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa
passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é
chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz
passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba
que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da
forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são
substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em
concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para
concordar com todos os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse
rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”.
Resposta – Item certo.
(...)
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
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biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento
dos preços de alimentos em fundos de hedge.
(...)
O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).
44. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que
levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em
fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem
manteria a correção gramatical do texto.
Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração
é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles
professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo.
I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na
mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.
Não é necessário [vocês chegarem cedo].
II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o
infinitivo para evitar ambiguidade.
Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)
Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].
III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da
oração anterior, também ocorrerá a flexão.
sujeito
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[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].
IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.
[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os
problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.
V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A
+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.
O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem
VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.
As tarefas a serem feitas são essas.
Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o
item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira
pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo
diante da preposição “a”.
A partir de agora, trataremos da concordância nominal.
Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas
recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia
os casos de concordância verbal.
Por isso mesmo, o alcance aqui será menor. Meu intuito não é
derramar sobre você uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas
sim orientá-lo quanto aos prováveis questionamentos sobre concordância
nominal feitos pelo Cespe.
sujeito
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(...) Em comunicado, o grupo
considerou a medida como parte complementar do corte
anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em
7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do
petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)
O Globo, 18/12/2008.
45. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)
concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino
singular.
Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se
comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em
gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É
possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos
(auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os
verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa,
número, tempo e modo. Exemplos:
Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)
Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)
...[sujeito: as visitas diurnas] ...
[núcleo do sujeito: visitas] ...[visitas:
substantivo feminina plural]
Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)
Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)
...[sujeito: o valor das moedas locais]
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...[núcleo do sujeito: valor]
...[valor: substantivo masculino singular
Resposta – Item certo.
Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo-
-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis
abaixo outras questões semelhantes.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
46. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de
feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”
(L. 2).
Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo-
particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo
do sujeito “Toda a questão do conhecimento”.
Resposta – Item errado.
47. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às
exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado
a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.
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A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme
adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de
ações semelhantes e a multiplicação de processos para
apreciação em todos os níveis de jurisdição.
Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado
nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial.
Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular
para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A
consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”.
Resposta – Item errado.
(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. (...)
Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas
para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
48. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção
gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a
expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.
Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o
verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas
premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal
(verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”)
assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda
em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”,
feminino plural.
Resposta – Item certo.
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Lembre-se também de que, conforme a regra geral de
concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o
numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero
e número.
O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.
1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao
mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às
ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. (...)
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).
49. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo
“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do
texto.
Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias”
qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em
gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca
examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de
informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha
argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical
do texto.
Resposta – Item certo.
Art. Adj. Pron. Adj.
Num. Adj.
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(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
50. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um
nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação
que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a
argumentação ou a correção gramatical do texto.
Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o
referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada
semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” –
feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo
gênero e número.
Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela
banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou
milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como
referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é
representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a
expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo
masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo
“atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu,
houve prejuízo.
Resposta – Item errado.
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(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente
10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo
por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,
a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente.
Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:
L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e
gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).
51. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em
“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.
Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no
singular, independentemente de o termo a que se refere estar no singular ou
no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial
o faz ubíquo”.
É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a
flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância
verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável.
Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos
induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o
emprego da expressão “a olhos vistos”.
Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:
Haja vista o silêncio.
Haja(m) vista os barulhentos.
Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra
“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:
Ela cresce a olhos vistos.
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Ela cresce a olhos vista.
Resposta – Item errado.
Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas
expressões que merecem cuidado especial.
1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o
sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes
ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,
entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.
É proibida a entrada.
É proibido entrada.
Água é bom para a saúde.
Esta água é boa para a saúde.
2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para
concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.
Ele vinha todo de branco.
Elas vinham todas de branco.
CUIDADO! Eles são todo-poderosos.
Elas são todo-poderosas.
Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas
não o primeiro!!!
3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:
a) se a cor é representada por adjetivo, varia;
sapato branco
camisas amarelas
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b) se a cor é representada por substantivo, não varia;
sapatos cinza
camisas rosa
c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último
elemento varia;
blusas verde-claras
camisas azul-escuras
d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto
fica invariável.
blusas verde-limão
calças azul-piscina
Fiquemos por aqui.Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após
“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função
gramatical.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse
Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da
7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.
E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao
consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas
10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,
diretor do SEBRAE Nacional.
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
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3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após
“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.
4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo
quanto à correção gramatical.
Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos
chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições
municipais de 2008.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse
de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os ho-
mens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de
vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por
isolar expressões de natureza apositiva.
(...) Ela se alimenta,
também, dos consensos que consegue estabelecer sobre
7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam
precisamente que o país adote uma rota de crescimento
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econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à
10 liberdade.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após
“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função
gramatical componentes de uma enumeração.
(...)
Em seu clássico A Metodologia da Ciência
Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência 10 econômica e economia política. A primeira seria formada por
hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por
prescrições baseadas em juízos de valor.
Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)
7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão
“seria formada” (l. 10).
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
(...)
Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).
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8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta
à principal.
Breve histórico
1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que 4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula
antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva
que esse pronome introduz.
A montanha mágica
(...)
A Montanha Mágica é um romance muito antigo. Mas,
sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora viva
que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade? 28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego
da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).
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(...)
Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no
10 segundo ano de administração a equidade que torna o
imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em
1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora
13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para
corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à
arrecadação.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de
vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção
gramatical nem alteraria o sentido original do texto.
1 A questão mais importante para entender a reforma
tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um
projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões
4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no
Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação
aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar
política e tecnicamente sua implantação.
Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos
de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).
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12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em
que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição
gramatical e preserva o sentido original.
A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber
por que a estamos propondo. (l.1-2)
B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das
discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada
no Brasil. (l.2-5)
C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos
anteriores. (l.5-6)
D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,
importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.
(l.6-8)
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a 4 própria ideia de democracia.
(...)
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações
semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção
gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que
a precede.
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1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal
de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula
para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do
texto.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
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15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção
gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra
“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da
letra inicial maiúscula da preposição “De”.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por pon-
toevírgula.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
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Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e
vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.
(...)
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas 19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,
no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar
claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do
período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é
sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).
(...) Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na 13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
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distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de
ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a
hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de
vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)
pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra
minúscula.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
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dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos
é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na
linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a
pergunta proposta pela sociologia.
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
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7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
(...)
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8
forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam–
se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais
de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de 4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
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entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a
educação. Convencidos disso, empresas e governos estão
10 bombardeando a população com campanhas de
conscientização — e multas, quando só as advertências não
funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de
13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade
brasileira veio para ficar.
(...)
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”
torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de
enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de
pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.
(...)
7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
sol, da lua, no céu — estão intimamente associados
10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os
corpos, de espaço e de tempo.
(...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
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26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,
nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também
poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não
deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da
enumeração já separados por vírgulas.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta
erro de pontuação.
A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,
por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.
Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,
conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH
(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi
solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis
meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.
C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio
eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que
poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)
que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.
D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver
acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos
montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que
não estão acostumados a lidar com computador.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
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O real não é constituído 1 por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,
costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma
7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um
nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo
menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em 10 nossa experiência.
(...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os
parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição
por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.
1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de
aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de
teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à
4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse
povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo
progresso invasor (...).” (...)
Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.
29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se
por isolar uma citação.
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(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das
linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual
desses termos.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,
fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
31. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se
substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.
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32. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de
S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a
recessão atingir outros países.
(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.
33. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).
(...)
7 A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e
racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de
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expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
34. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela
estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa
a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
35. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha
1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se
no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(L.1).
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
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Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
36. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”
(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção
gramatical do período.
(...) Os meus pupilos não são os
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das
nações seculares. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
37. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal
“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar
com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.
7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos
negócios. (...)
Veja, 20/8/2008 (com adaptações).
38. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca
de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os
argumentos.
(...) Não precisamos usar a
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da
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realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode
25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
39. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal
“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o
pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,
“superfície” (L.22).
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
40. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (L.13).
(...) O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
(...)
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
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41. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e
coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída
por existe.
(...)
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os
EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.
(...)
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
42. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)
vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
43. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”
(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).
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(...)
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento
dos preços de alimentos em fundos de hedge.
(...)
O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).
44. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que
levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em
fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem
manteria a correção gramatical do texto.
(...) Em comunicado, o grupo
considerou a medida como parte complementar do corte
anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em
7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do
petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)
O Globo, 18/12/2008.
45. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)
concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino
singular.
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1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
46. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de
feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”
(L. 2).
47. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às
exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado
a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.
A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme
adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de
ações semelhantes e a multiplicação de processos para
apreciação em todos os níveis de jurisdição.
(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. (...)
Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas
para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
48. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção
gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a
expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.
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1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao
mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às
ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. (...)
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).
49. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo
“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do
texto.
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
50. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um
nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação
que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a
argumentação ou a correção gramatical do texto.
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(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente
10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo
por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,
a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente.
Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:
L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e
gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).
51. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em
“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.
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GABARITO
1. Item certo
2. Item errado
3. Item certo
4. Item errado
5. Item errado
6. Item certo
7. Item certo
8. Item certo
9. Item errado
10. Item errado
11. Item errado
12. C
13. Item certo
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item certo
18. Item certo
19. Item certo
20. Item certo
21. Item certo
22. Item certo
23. Item errado
24. Item certo
25. Item errado
26. Item certo
27. D
28. Item certo
29. Item certo
30. Item certo
31. Item errado
32. Item errado
33. Item errado
34. Item errado
35. Item errado
36. Item errado
37. Item errado
38. Item errado
39. Item errado
40. Item errado
41. Item certo
42. Item errado
43. Item certo
44. Item certo
45. Item certo
46. Item errado
47. Item errado
48. Item certo
49. Item certo
50. Item errado
51. Item errado