Post on 05-Dec-2014
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Teoria da Montagem> O que é a edição de um filme (film
editing)? É a arte de contar histórias (storytelling) através da junção
de um ou mais planos (shots) que, juntos, formam uma sequência (sequence). Através da junção das sequências forma-se o filme.
A edição de um filme é o momento em que o cinema se separa de outro tipo de artes que o precederam, como a fotografia, o teatro ou a dança.
Contudo, a arte de editar um filme é, muitas vezes, uma arte invisível, já que, através da edição é possível que o espectador fique tão imerso na narrativa fílmica que não nota o trabalho do editor.
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Teoria da Montagem> O que é a edição de um filme (film
editing)? - um único take (cada plano é separado de todos os outros no
tempo e no espaço)
No seu nível mais fundamental, a edição de um filme é a arte, técnica e prática de juntar estes planos num todo coerente.
Contudo, o trabalho de um editor não é um trabalho puramente mecânico de juntar pedaços, ou editar diálogos. Um editor trabalha com diferentes camadas: a história, a música, o ritmo, as actuações dos actores e com isso ele passa por um trabalho de re-escrever o filme, quase como se fosse uma nova realização.
O conceito fundamental da edição é, por isso, a CONTINUIDADE (Raccord)
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Teoria da Montagem> O que é a edição de um filme (film
editing)? O grande objectivo é tornar essa infinitude de possibilidades
num todo criativo e coerente. A edição de um filme é, em conclusão, uma arte que pode ser
usada de diversas formas:• Criar montagens sensuais e
provocativas• Ser um laboratório experimental• Criar um ponto de vista em situações
estranhas• Guiar no ritmo da história• Criar a ilusão de perigo onde não há
nenhum aparente problema• Criar surpresa quando ninguém o
espera• Criar um estado emocional de ligação
com o espectador.
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Teoria da Montagem> Questões relevantes a colocar antes
de editar um filme: 1. Género: este filme preenche as expectativas de um género
particular? 2. personagens: os personagens são memoráveis? São
carismáticos? 3. estrutura: cria suspense? Qual é a grande questão sobre a
qual os espectadores vão ponderar ao longo do filme? 4. tema: acerca de que é realmente o filme? 5. resolução: o filme satisfaz até à última cena?
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Teoria da Montagem> Questões relevantes a colocar antes
de editar um filme: 6. momentos: existem (pelo menos) 4 ou 5 momentos
memoráveis? [pensar na construção de um trailer] 7. história: o ponto em que o protagonista é obrigado a
resolver o seu conflito interior de forma a conseguir solucionar a situação (conflito exterior) em
que está envolvido. 8. novo: uma nova perspectiva é apresentada sobre a condição
humana? 9. personagens secundários: devem reflectir os conflitos dos
protagonistas
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Teoria da Montagem> Conceitos Fundamentais – A
Informação pela Imagem: O espectador quer primeiro entender ‘onde’ e ‘com quem’ se
passou ‘o quê’ ou ‘como’, e ‘porquê’. Então: 1) Onde: plano geral estático, demorado, onde se possa
perceber a geografia do lugar (pode iniciar-se por movimento de câmara). 2) Quem: plano mais próximo (mas ainda geral) das
personagens envolvidas;. 3) O Quê / Como: planos médios, próximos dos objectos
relevantes, grandes planos de cada personagem. 4) Porquê: planos de pormenor.
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Teoria da Montagem> Pequena história:
Os primeiros filmes da história eram uma espécie de reportagem de acontecimentos sociais:
- filmes de família / documentários sociais (componente social que permite a identificação do
espectador) - Irmãos Lumière – Filmes-Plano: Tudo é filmado num único
plano.
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Teoria da Montagem> - George Meliès:
Voyage Dans La Lune – 1902: A importação da estrutura narrativa do teatro: - o conceito de narrativa - cenas estáticas filmadas - efeitos especiais - ainda não há a ideia de sequência, mas apenas
quadros-plano
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Teoria da Montagem O primeiro filme que o usa o conceito de plano e de
corte é, por isso, um filme histórico: The Great Train Robbery, de Edwin S. Porter, 1903 - Porter desenvolve o conceito de continuidade
(continuity editing), desenvolvendo narrativas paralelas.
- contudo, tudo é ainda insípido, já que não há ainda a ideia de paralelismo temporal (as acções paralelas começam quando as outras já acabaram, como se tivéssemos dois pontos de vista da mesma cena)
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Teoria da Montagem> Pequena história:
Dois momentos chave:
1 – Cinema Clássico D.W. Griffith – um realizador norte-americano que
solidificou o sistema narrativo (e a quem chamam o inventor de Hollywood), que sistematizou e inventou novas formas de intensificar e contar histórias através do cinema. Exemplo: Intolerance. Conceito de accelerated montage (montagem de sequência de planos que são cada vez mais curtos, criando suspense e emoção).
Regra dos 180º. - escala dos planos (começaram a fazer-se mais planos do
que apenas os planos-quadro) - multiciplicidade dos ângulos de vista
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Teoria da Montagem> Pequena história:
Dois momentos chave:
2 – Teoria Soviética de Montagem Kulleshov Efect – a capacidade do filme criar sentido, isto é,
de ter uma característica de significado. Teorizou, por isso, os dois valores do plano:
A – que cada plano tem um valor intrínseco enquanto representação da realidade;
B – que cada plano ganha significado quando colocado em relação com outros planos.
Exemplo: Kuleshov Effect – October – 22m25
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Teoria da Montagem> Pequena história:
Dois momentos chave:
2 – Teoria Soviética de Montagem Sergei Eisenstein – realizador soviético que teorizou num
sentido completamente diferente de Griffith, ao teorizar uma consciência intelectual da montagem: cada plano serve para entrar em conflito com o próximo, criando um terceiro significado.
Montagem Dialéctica (intelectual) – Teoria Marxista Tese vs Antítese = Síntese Exemplo: O Couraçado Potemkine (sequência das escadas de
Odessa) – 47 min
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Teoria da Montagem> Cinema clássico americano
A institucionalização das regras, mas a constante reinvenção técnica do cinema e dos códigos do enquadramento.
Case Study: Orson Welles e o seu “Citizen Kane” (O Mundo a seus Pés) - levar os códigos cinematográficos ao limite (com ligações
aos clássicos do cinema mudo) (ver sequência do News on The March) - a montagem através da profundidade de campo (ver a
sequência da infância de Kane)
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Teoria da Montagem> Pequena História
NOUVELLE VAGUE: - ruptura provocada por um conjunto de cineastas franceses no
final da década de 50 e na década de 60. - esse grupo começou na revista Cahiers du Cinéma, através
da recuperação de clássicos como Hitckcock ou Ford. Inventou a política dos autores (o realizador como entidade máxima do filme).
- Autores: Jean Luc Godard, Alain Resnais, François Truffaut ou Éric Rohmer, entre outros.
Case Study: A Bout du Souffle / O Acossado / Breathless de Jean Luc Godard:
- A ruptura: a montagem como criação de um caos narrativo. A invenção contra as regras.
- Os efeitos de montagem: a invenção dos jump cuts. - Colagem e citação de outros filmes (famosa sequência dos
lábios e imitar Bogart) - Câmara à mão - Quebra da regra dos 180º.
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Regras da Montagem> A edição serve a diversas funções:
manipulação do tempo; criação de um sentido do espaço, assegurando a continuidade
(embora o oposto também seja verdadeiro); fornecimento de ponto da vista; ou simplesmente revelação de objectos importantes ao filme.
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Regras da Montagem> Alguns dos tipos básicos de cortes
incluem: • Match cut • Jump cut • Cutaway • Cut-ins • Cross cutting • POV shots
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Regras da Montagem> Um Match cut configura a
continuidade da acção mostrando o seu começo num plano e o seu prosseguimento no plano seguinte.
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Regras da Montagem> Um Jump Cut ocorre quando dois
planos são mal combinados no espaço ou no tempo quanto à continuidade da acção. A transição entre os dois planos sente-se assim abrupta ou inábil, pois o corte interrompe o fluxo da acção e obriga a pausar um momento para perceber o que aconteceu entre os planos 1 e 2. Segundo a linguagem clássica do cinema, muitos realizadores e críticos sentem que Jump Cuts são erros a evitar, mas outros realizadores incorporam-nos como dispositivos estilísticos (por ex: Godard, Au Bout de Souffle).
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Regras da Montagem> Os Cutaways fornecem uma
perspectiva maior sobre eventos de uma cena, temporariamente dirigindo a atenção para longe da acção principal. Fornecem comentário à acção principal ou oferecem sugestão de alguma mudança que vai ocorrer.
> Um Cut-in trabalha similarmente a um cutaway pois é um plano de deslocação momentânea da acção principal, mas difere do anterior pois descreve geralmente em close-up um objecto presente no enquadramento e importante à acção principal.
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Regras da Montagem> O Cross-cuting faz exame de dois
planos diferentes, mas de algum modo relacionados, através da contínua interpenetração de ambos numa sequência mais longa. Esta técnica cria o sentimento de simultaneidade de duas acções diferentes que ocorrem em espaços distintos, e trabalha também para construir suspense.
> Um plano de ponto-de-vista (POV) oferece um perspectiva na primeira-pessoa da acção em cena.
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Técnica da Montagem Corrente> 1. Ordem dos planos: os planos
devem suceder-se tendo em atenção o cenário, isto é, se num qualquer plano está, por exemplo, um retrato em cima duma mesa, o plano seguinte (que poderia ter sido filmado semanas antes, ou depois, do anterior) deve mostrar que o retrato continua no mesmo sítio, pois doutra forma o espectador sentiria que o retrato tinha desaparecido ‘milagrosamente’.
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Técnica da Montagem Corrente> 2. Selecção de distâncias:
a) Escala: é necessário variar a distância da câmara ao objecto, isto é, passar (por exemplo) de plano geral a grande plano quando na cena haja alguma coisa que deve ser vista mais perto. Geralmente, dispomos durante a montagem de diversos planos duma mesma cena, daí a necessidade de, na escolha dos planos, jogar com a escala adequada. É através do PG que se dá a geografia do lugar e através do GP que se dão as emoções.
b) Ângulo: ainda porque dispomos de diversos planos com diferentes tomadas de vista (em diferente ângulos), temos que fazer variar, de plano a plano, o ângulo pelo qual se vê o objecto filmado, de modo a manter a fluidez visual.
c) Direcção: deve-se ter em atenção durante a montagem a direcção que os actores tomam de plano para plano, de modo a não se movimentarem para o lado contrário ao do anterior.
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Técnica da Montagem Corrente> 3. Minutagem: Na montagem é
essencial olhar ao tempo de cada plano. A minutagem será o tratamento de tempo em cada plano que se projecta, um factor métrico. A minutagem está directamente relacionada com o ritmo e, nesta operação, há que fazer os cortes do plano, logo que o resto (antes e depois) seja dispensável.
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Técnica da Montagem Corrente> 4. Fluidez: É o cuidado a ter na
ligação dos planos, de forma a tornar despercebidos os cortes. Na ligação dos planos, consideraremos o corte mecânico e o corte dramático. O corte dramático é também designado por dois terços, pois dá-se a dois terços de um gesto ou de um movimento do actor. O corte mecânico é feito no fim do gesto ou do movimento do actor. O corte mecânico é mais simples de praticar mas anula o efeito emocional.
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Algumas Regras da Montagem 1) Só se corta uma panorâmica depois de ela terminar. 2) Se se corta durante a panorâmica, o plano só é ligável a
outra panorâmica, também já em movimento, à mesma velocidade e para o mesmo lado da anterior.
3) A uma panorâmica à esquerda não pode seguir-se outra à direita (e vice-versa); se o fizesse, estava a praticar uma tesoura.
4) Só se corta um travelling depois de ele terminar. 5) Um travelling não liga com outro, a não ser que seja no
mesmo sentido. 6) Só se corta o movimento de grua depois de ele acabar. 7) Um movimento de grua não deve ser seguido de outro no
sentido inverso, a não ser que tenha decorrido algum tempo de permanência (o suficiente para o espectador ter esquecido o anterior).
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Algumas Regras da Montagem 8) Nenhum corte pode ir contra a regra dos 180º. 9) Após o corte, a linha de olhares tem que se manter correcta. 10) Após o corte, o sentido de direcção tem que se manter. 11) Em nenhum caso se deve cortar entre câmaras que
ofereçam praticamente o mesmo enquadramento (regra dos 30º).
12) Ao cortar durante um conversa telefónica entre dois actores, deve proceder-se de modo a que um deles pareça olhar para a direita do ecrã e o outro para a esquerda, como se estivessem virados um para o outro.
13) Uma cortina é entendida como uma mudança de cena. 14) Um encadeado é entendido como uma passagem de tempo
(excepto nos musicais e vídeo-clips onde se lê como efeito estético-formal).
15) Quando surge um assunto totalmente novo, só alguns segundos depois o espectador tem a sua atenção total concentrada nele. Por isso, o novo assunto deve surgir em plano geral fixo.
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Algumas Regras da Montagem 16) Após a introdução de uma nova cena, deve dar-se o mais
depressa possível um plano geral da mesma (o PG dá a geografia do lugar), a não ser que, propositadamente, se pretenda dificultar uma leitura rápida do espaço, diferindo, por isso, no tempo, o plano
geral. 17) Logo após a entrada em cena de um novo personagem de
certa importância no contexto da narrativa, ou após a volta de um personagem que não é visto há algum tempo, deve usar-se o grande plano; instintivamente, o espectador quer ver como é esse novo personagem, ou confirmar quem é o personagem que retorna (que pode não ser reconhecido no plano geral).
18) Os cortes fazem-se no lugar certo e no tempo certo: se é feito antes, dá-se um sentimento de insatisfação; se é feito depois, surge o aborrecimento e a impaciência
por um quadro novo. 19) Um corte dramático (num momento emocional) vale mais
do que um corte mecânico. 20) As ligações devem ser harmoniosas (racords de acção, de
elementos fixos e técnicos).
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Adobe Première> Novo Projecto
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> Interface (Diferentes Janelas) Project Effects Control Sequence Effects Source Program Tool Audio
> Organização da informação no Project Sequence Bin Text Image Video
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Adobe Première> Import Video> Sequence
Ferramentas: Cortes, Selecções, Movimentos Aumentar e diminuir visão de sequência
> Effects Control / Source Como alterar um video
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