Princípios básicos do - Canal 6 Editora | Produção de ...

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Fábio Aparecido da SilvaRenato Massaharu Hassunuma

Patrícia Carvalho GarciaSandra Heloísa Nunes Messias

Eletrocardiograma Princípios básicos do

Fábio Aparecido da SilvaAluno de Graduação do Curso de Enfermagem da

Universidade de Franca

Renato Massaharu HassunumaProfessor Titular do Curso de Biomedicina daUniversidade Paulista - UNIP, campus Bauru

Patrícia Carvalho GarciaCoordenadora Auxiliar do Curso de Biomedicina da

Universidade Paulista - UNIP, campus Bauru

Sandra Heloísa Nunes Messias Coordenadora Geral do Curso de Biomedicina da

Universidade Paulista – UNIP

1ª. Edição / 2020Bauru, SP

EletrocardiogramaPrincípios básicos do

© Renato Massaharu Hassunuma.

Conselho Editorial:

PROFA. DRA. DANIELA PEREIRA CATANZARO

Doutora em Ciências, área de concentração: Biologia Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) - Universidade de São Paulo (USP)

PROFA. DRA. MICHELE JANEGITZ ACORCI-VALÉRIO

Universidade Paulista – UNIP, campus Bauru

PROFA. MA. TATIANE TARGINO GOMES DRAGHI

Mestra em Fisioterapia e Desempenho Funcional pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Design:

Renato Massaharu Hassunuma.

Créditos da figura da capa, folha de rosto, página capitular e contracapa:

Papel de eletrocardiograma. Fonte: File:EKG-Reto 001 BugSolved.svg. 2017 dec 09 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EKG-Reto_001_BugSolved.svg. Imagem

registrada em domínio público.

CIP – Brasil. Catalogação na Publicação

S5861pPrincípios básicos de eletrocardiograma. /

Fábio Aparecido da Silva, Renato MassaharuHassunuma, Patrícia Carvalho Garcia, SandraHeloísa Nunes Messias. – Bauru. Canal 6, 2020.39 f. : color.

ISBN: 978-65-86030-09-9

1. Eletrocardiografia. 2.. Eletrofisiologiacardíaca. 3. Sistema de condução cardíaco. I.Silva, Fábio Aparecido da. II. Hassunuma, RenatoMassaharu. III. Garcia, Patrícia Carvalho. IV.Messias, Sandra Heloísa Nunes. V. Título

CDU: 616.12

Sumário1. Descoberta do eletrocardiograma ............................................................................................................................................................ 07

2. Papel de eletrocardiograma ..................................................................................................................................................................... 08

3. Eletrocardiógrafo ..................................................................................................................................................................................... 12

4. Eletrocardiograma tradicional de 12 derivações ..................................................................................................................................... 13

5. Derivações bipolares ................................................................................................................................................................................ 14

5.1 Derivação bipolar DI ..................................................................................................................................................................... 15

5.2 Derivação bipolar DII .................................................................................................................................................................... 16

5.3 Derivação bipolar DIII .................................................................................................................................................................. 17

6. Derivações unipolares .............................................................................................................................................................................. 18

6.1 Derivação unipolar aVR ................................................................................................................................................................ 19

6.2 Derivação unipolar aVL ................................................................................................................................................................ 20

6.3 Derivação unipolar aVF ................................................................................................................................................................ 21

7. Derivações precordiais ............................................................................................................................................................................. 22

7.1 Derivação precordial V1 ............................................................................................................................................................... 23

7.2 Derivação precordial V2 ............................................................................................................................................................... 24

7.3 Derivação precordial V3 ............................................................................................................................................................... 25

7.4 Derivação precordial V4 ............................................................................................................................................................... 26

7.5 Derivação precordial V5 ................................................................................................................................................................ 27

7.6 Derivação precordial V6 ................................................................................................................................................................ 28

8. Interpretação de um eletrocardiograma normal ...................................................................................................................................... 29

8.1 Onda P ........................................................................................................................................................................................... 30

8.2 Segmento PR ................................................................................................................................................................................. 31

8.3 Intervalo PR .................................................................................................................................................................................. 32

8.4 Complexo QRS .............................................................................................................................................................................. 33

8.5 Segmento ST ................................................................................................................................................................................. 34

8.6 Onda T .......................................................................................................................................................................................... 35

8.7 Intervalo QT .................................................................................................................................................................................. 36

Referências e sugestões de leitura ............................................................................................................................................................... 37

Eletrocardiograma Princípios básicos do

1. A descoberta do eletrocardiogramaO eletrocardiograma (ECG) tem como objetivo registrar a atividade elétrica cardíaca (Morsch, 2018). O mecanismo do ECG foi criadopor um médico neerlandês chamado Willem Einthoven em 1885 (Figura 1a), o qual recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1924 poresta descoberta. No equipamento original, os braços e uma das pernas eram imersos em uma solução salina (Figura 1b) (Schwarz, 2009;Souza, Targueta, 2018; Willem, 2019).

7

Princípios básicos do eletrocardiograma

Figura 1a – Willem Einthoven. Figura 1b – Eletrocardiógrafo original desenvolvido por Willem Einthoven

Fonte: Figura 1a: File:Willem Einthoven 01.jpg. 2007 oct 08 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Willem_Einthoven_01.jpg. Figura 1b: File:Willem Einthoven ECG.jpg. 2006 sep 08 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Willem_Einthoven_ECG.jpg. Imagem registrada em domínio público.

a b

2. Papel de eletrocardiogramaO papel utilizado no eletrocardiograma (Figura 2) é fornecido na forma de rolo longo e contínuo, geralmente com linhas cor de rosa(mas que podem ser de outras cores também). O eletrocardiógrafo traciona o papel a uma velocidade de 25 mm/s, enquanto a agulha doaparelho realiza o traçado (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013a; Souza, Targueta, 2018).

8

Figura 2 – Papel de eletrocardiograma

Fonte: File:EKG-Reto 001 BugSolved.svg. 2017 dec 09 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EKG-Reto_001_BugSolved.svg. Imagem registrada em domínio público.

Princípios básicos do eletrocardiograma

5 mm

O papel possui linhas guias finas e espessas (Figura 3). As linhas finas circundam quadrados de 1 mm de altura e largura. As linhasespessas delimitam quadrados maiores de 5 mm de altura e largura (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013a; Souza, Targueta, 2018;Thaler, 2013).

9

Figura 3 – Linhas guia do papel de eletrocardiograma

Fonte: File:EKG-Reto 001 BugSolved.svg. 2017 dec 09 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EKG-Reto_001_BugSolved.svg. Imagem registrada em domínio público.

1 mm

5 mm

1 mm

Princípios básicos do eletrocardiograma

No papel de eletrocardiograma, o eixo horizontal (Figura 4) mede o tempo em milissegundos (ms), sendo que cada quadrado pequenoformado pelas linhas finas representa 40 ms e cada quadrado grande formado pelas linhas espessas representa 200 ms (Pinto, Pesinato,Guimarães, Vasque, 2013a; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

10

Figura 4 – Eixo horizontal

Fonte: File:EKG-Reto 001 BugSolved.svg. 2017 dec 09 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EKG-Reto_001_BugSolved.svg. Imagem registrada em domínio público.

40 ms 200 ms

1 s

Princípios básicos do eletrocardiograma

O eixo vertical (Figura 5) mede a voltagem em milivolts (mV), sendo que cada quadrado pequeno formado pelas linhas finas representa0,1 mV e cada quadrado grande formado pelas linhas espessas representa 0,5 mV (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013a; Souza,Targueta, 2018; Thaler, 2013).

11

Figura 5 – Eixo vertical

Fonte: File:EKG-Reto 001 BugSolved.svg. 2017 dec 09 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EKG-Reto_001_BugSolved.svg. Imagem registrada em domínio público.

0,1 mV

0,5 mV

1 mV

Princípios básicos do eletrocardiograma

3. EletrocardiógrafoO equipamento que traça o eletrocardiograma é denominado eletrocardiógrafo. Ele possui 10 eletrodos: RA (colocado no pulso direito),LA (no pulso esquerdo), RL (no tornozelo direito), LL (no tornozelo esquerdo) e seis eletrodos para derivações precordiais (V1, V2, V3,V4, V5 e V6) colocados no peito (Figura 6) (Electrocardiography, 2020).

12

Figura 6 – Posicionamento dos dez eletrodos do eletrocardiógrafo

Fonte: Modificado de: File:ECGcolor.svg. 2009 mar 05 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ECGcolor.svg. Imagem registrada em domínio público.

Princípios básicos do eletrocardiograma

4. Eletrocardiograma tradicional de 12 derivaçõesO eletrocardiograma tradicionalinclui 12 derivações:

▪ três derivações bipolares: I, II, III;

▪ três derivações unipolares: aVR (vetor ampliado da direita), AVL (vetor ampliado da esquerda) e aVF (vetor ampliado dos pés);

▪ seis derivações precordiais (V1, V2, V3, V4, V5 e V6) (Souza, Targueta, 2018).

Os traçados obtidos a partir decada derivação estão apresentadosna figura 7, sendo indicados pormeio da abreviatura no início decada traçado.

13

Figura 7 – Eletrocardiograma tradicional

Fonte: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público.

Princípios básicos do eletrocardiograma

5. Derivações bipolaresAs derivações bipolares foram propostas por Einthoven em 1913: DI, DII e DII, que formam o triângulo de Einthoven (Figura 8). Estasderivações analisam a atividade elétrica no plano frontal (Cunha, 2012; Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Schwarz, 2009).

14

Figura 8 – Triângulo de Einthoven

Fonte: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

DI

DII DIII

Princípios básicos do eletrocardiograma

5.1 Derivação bipolar IA derivação I corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 9a) obtido a partir da diferença de potencial entre o braço esquerdo(eletrodo LA) e o braço direito (eletrodo RA) (Figura 9b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

15

Figura 9a – Traçado da derivação bipolar I. Figura 9b – Diferença de potencial na derivação bipolar I

Fonte: Figura 9a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 9b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

I- +

a

b

Princípios básicos do eletrocardiograma

5.2 Derivação bipolar IIA derivação II corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 10a) obtido a partir da diferença de potencial entre o braço direito(eletrodo RA) e a perna esquerda (eletrodo LL) (Figura 10b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

16

Figura 10a – Traçado da derivação bipolar II. Figura 10b – Diferença de potencial na derivação bipolar II

Fonte: Figura 10a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 10b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

II

-

+

b

5.3 Derivação bipolar IIIA derivação III corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 11a) obtido a partir da diferença de potencial entre o braçoesquerdo (eletrodo LA) e a perna esquerda (eletrodo LL) (Figura 11b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

17

Figura 11a – Traçado da derivação bipolar III. Figura 11b – Diferença de potencial na derivação bipolar III

Fonte: Figura 11a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 11b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

III

-

+

b

6. Derivações unipolaresAs derivações unipolares foram propostas por Goldberger em 1942, após observarem que quando se uniam as derivações clássicas pelocentro do triângulo de Einthoven adquiria-se um potencial resultante muito próximo de zero. Desta forma, o vetor é gerado do centrodo triângulo em direção às extremidades do mesmo, originando as derivações: aVR, AVL e aVF (Figura 12) (Cunha, 2012; Pinto,Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Schwarz, 2009).

18

Figura 12 – Derivações unipolares

Fonte: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

aV

F

Princípios básicos do eletrocardiograma

6.1 Derivação unipolar aVRA derivação aVR corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 13a) obtido a partir da diferença de potencial entre o centro dotriângulo de Einthoven e o braço direito (eletrodo RA) (Figura 13b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

19

Figura 13a – Traçado da derivação unipolar aVR. Figura 13b – Diferença de potencial observado na derivação unipolar aVR

Fonte: Figura 13a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 13b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

+

a

b

-

Princípios básicos do eletrocardiograma

6.2 Derivação unipolar aVLA derivação aVL corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 14a) obtido a partir da diferença de potencial entre o centro dotriângulo de Einthoven e o braço esquerdo (eletrodo LA) (Figura 14b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

20

Figura 14a – Traçado da derivação unipolar aVL. Figura 14b – Diferença de potencial observado na derivação unipolar aVL

Fonte: Figura 14a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 14b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

+

b

-

6.3 Derivação unipolar aVFA derivação aVF corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 15a) obtido a partir da diferença de potencial entre o centro dotriângulo de Einthoven e a perna esquerda (eletrodo LL) (Figura 15b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Thaler, 2013).

21

Figura 15a – Traçado da derivação unipolar aVF. Figura 15b – Diferença de potencial observado na derivação unipolar aVF

Fonte: Figura 15a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 15b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

aV

F

+

b

-

7. Derivações precordiaisAs derivações precordiais (Figura 16) foram propostas por Wilson em 1934 e analisam a atividade elétrica cardíaca considerando oplano anatômico transversal. São formadas pelas derivações: V1, V2, V3, V4, V5 e V6 (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b).Nestas derivações, os polos positivos estão localizados nos eletrodos posicionados no tórax e o polo negativo é obtido por meio dacombinação do sinal dos membros, utilizando resistências de 5.000 ohm (Cunha, 2012; Souza, Targueta, 2018).

22

Figura 16 – Posicionamento dos eletrodos para as derivações precordiais

Fonte: Modificado de: Häggström M. File:Precordial leads in ECG.png. 2012 jun 28 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Precordial_leads_in_ECG.png. Imagem registrada em domínio público.

Princípios básicos do eletrocardiograma

7.1 Derivação precordial V1

23

a

b

Figura 17a – Traçado da derivação precordial V1. Figura 17b – Posicionamento do eletrodo precordial V1

Fonte: Figura 17a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 17b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V1 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 17a) obtido a partir do eletrodo V1, posicionado no quarto espaçointercostal direito, junto ao bordo esternal direito (Figura 17b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta, 2018;Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

7.2 Derivação precordial V2

24

a

Figura 18a – Traçado da derivação precordial V2. Figura 18b – Posicionamento do eletrodo precordial V2

Fonte: Figura 18a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 18b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V2 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 18a) obtido a partir do eletrodo V2, posicionado no quarto espaçointercostal esquerdo, junto ao bordo esternal esquerdo (Figura 18b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta, 2018;Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

b

7.3 Derivação precordial V3

25

a

Figura 19a – Traçado da derivação precordial V3. Figura 19b – Posicionamento do eletrodo precordial V3

Fonte: Figura 19a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 19b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V3 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 19a) obtido a partir do eletrodo V3, posicionado no ponto médioentre V2 a V4 (Figura 19b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

b

7.4 Derivação precordial V4

26

Figura 20a – Traçado da derivação precordial V4. Figura 20b – Posicionamento do eletrodo precordial V4

Fonte: Figura 20a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 20b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V4 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 20a) obtido a partir do eletrodo V4, posicionado no quinto espaçointercostal esquerdo sobre a linha hemiclavicular esquerda (Figura 20b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta,2018; Thaler, 2013).

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

b

7.5 Derivação precordial V5

27

Figura 21a – Traçado da derivação precordial V5. Figura 21b – Posicionamento do eletrodo precordial V5

Fonte: Figura 21a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 21b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V5 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 21a) obtido a partir do eletrodo V5, posicionado no mesmo nívelque V4, na linha axilar anterior (Figura 21b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

b

7.6 Derivação precordial V6

28

Figura 22a – Traçado da derivação precordial V6. Figura 22b – Posicionamento do eletrodo precordial V6

Fonte: Figura 22a: Modificado de: File:12 lead generated sinus rhythm.JPG. 2006 dec 25 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:12_lead_generated_sinus_rhythm.JPG. Imagem registrada em domínio público. Figura 22b: Modificado de: Häggström M. File:Upper body front.png. 2009 apr 29 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Upper_body_front.png. Imagem registrada em domínio público.

A derivação V6 corresponde ao traçado no eletrocardiograma (Figura 22a) obtido a partir do eletrodo V6, posicionado no mesmo nívelque V4, na linha axilar média (Figura 22b) (Pinto, Pesinato, Guimarães, Vasque, 2013b; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

a

Princípios básicos do eletrocardiograma

b

8. Interpretação de um eletrocardiograma normalO traçado de um eletrocardiograma normal é formado por ondas (traçados curvos), segmentos (linhas retas), intervalos (conjuntoformado por onda e segmento) e complexos (conjunto de ondas) (Thaler, 2013).

Estão apresentados a seguir, as ondas, segmentos, intervalos e complexos que compõem um eletrocardiograma normal.

29

Princípios básicos do eletrocardiograma

30

Figura 23 – Onda P

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

8.1 Onda P▪ Significado eletrofisiológico: representa a despolarização dos

átrios.

▪ Duração: 80-120 ms em adultos.

▪ Amplitude: aproximadamente 0,25 mV em adultos (Figura 23)(Pinto, Pesinato, Guimarães, 2013c; Souza, Targueta, 2018).

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Princípios básicos do eletrocardiograma

31

8.2 Segmento PR▪ Significado eletrofisiológico: pode ser explicado de vários

modos: 1) apresenta o tempo de condução através do nodoatrioventricular (Pinto, Pesinato, Guimarães, 2013c); 2)representa o intervalo entre a passagem da atividade elétrica doátrio para o ventrículo (Souza, Targueta, 2018); 3) indica operíodo entre o final da despolarização do átrio até o início dadespolarização do ventrículo (Thaler, 2013).

▪ Duração: não deve ser avaliada isoladamente, estando talmedida embutida no intervalo PR (Figura 24) (Pinto, Pesinato,Guimarães, 2013c; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 24 – Segmento PR

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

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8.3 Intervalo PR▪ Significado eletrofisiológico: representa o intervalo do início

da despolarização atrial até a despolarização ventricular.

▪ Duração: 120-200 ms em adultos (Figura 25) (Pinto, Pesinato,Guimarães, 2013c; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 25 – Intervalo PR

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

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8.4 Complexo QRS▪ Significado eletrofisiológico: representa a despolarização

ventricular.

▪ Duração: aproximadamente 50 a 110 ms em adultos

▪ Amplitude: variável (Figura 26) (Pinto, Pesinato, Guimarães,2013c; Souza, Targueta, 2018; Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 26 – Complexo QRS

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

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Intervalo PR

8.5 Segmento ST▪ Significado eletrofisiológico: representa o tempo entre a

despolarização e a repolarização ventricular (Figura 27) (Souza,Targueta, 2018; Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 27 – Segmento ST

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

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8.6 Onda T▪ Significado eletrofisiológico: representa a repolarização dos

ventrículos.

▪ Duração: não deve ser avaliada isoladamente, estando talmedida embutida no intervalo QT (Pinto, Pesinato, Guimarães,2013c; Souza, Targueta, 2018).

▪ Amplitude: bastante variável (Figura 28) (Thaler, 2013).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 28 – Onda T

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

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8.7 Intervalo QT▪ Significado eletrofisiológico: corresponde à duração completa

da atividade elétrica da sístole ventricular (Pinto, Pesinato,Guimarães, 2013c; Thaler, 2013).

▪ Duração: 300-460 ms (Figura 29) (Pinto, Pesinato, Guimarães,2013c).

Princípios básicos do eletrocardiograma

Complexo QRS

Segmento PR

Segmento ST

Intervalo PR

Intervalo QT

Figura 29 – Intervalo QT

Fonte: Modificado de: Atkielski A. File:SinusRhythmLabels.svg. 2007 jan 13 [Acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SinusRhythmLabels.svg. Imagem registrada em domínio público.

Referências e sugestões de leituraCunha PCN. Um modelo de eletrocardiógrafo portátil de baixo consumo [dissertação]. Maceió: Universidade Federal de Alagoas; 2012[acesso 2020 jan 27]. Disponível em: http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/850/1/Dissertacao_PauloCesarDoNascimentoCunha_2012.pdf.

Electrocardiography [Internet]. 2020 jan 20 [acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Electrocardiography.

Morsch JA. Ondas do eletrocardiograma: como funciona o ecg e como interpretar [Internet]. 2018 dez 17 [acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://telemedicinamorsch.com.br/blog/ondas-do-eletrocardiograma.

Pinto TFV, Pesinato RM, Guimarães HP, Vasque RG. Eletrocardiograma. In: Reis HJL, Guimarães HP, Zazula AD, Vasque RG, Lopes RD, editores. ECG: manual prático de eletrocardiograma. 1ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2013a. p. 1-9.

Pinto TFV, Pesinato RM, Guimarães HP, Vasque RG. Derivações. In: Reis HJL, Guimarães HP, Zazula AD, Vasque RG, Lopes RD, editores. ECG: manual prático de eletrocardiograma. 1ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2013b. p. 17-22.

Pinto TFV, Pesinato RM, Guimarães HP. O ECG normal. In: Reis HJL, Guimarães HP, Zazula AD, Vasque RG, Lopes RD, editores. ECG: manual prático de eletrocardiograma. 1ª ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2013c. p. 23-31.

Schwarz L. Artigo de revisão: eletrocardiograma. Revista Ilha Digital [Internet]. 2009 [acesso 2020 jan 27];1:3-19. Disponível em: http://ilhadigital.florianopolis.ifsc.edu.br/index.php/ilhadigital/article/view/4.

Souza FAO, Targueta GP. O ECG normal. In: Souza FAO, Carvalho AC, Cirenza C. Guia prático de eletrocardiografia com exercícios comentados. 2ª ed. Barueri: Manole; 2018. p. 3-11.

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Princípios básicos do eletrocardiograma

Thaler MS. ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2013. Capítulo 1, Fundamentos; p. 9-60.

Willem Einthoven [Internet]. 2019 mai 18 [acesso 2020 jan 26]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Willem_Einthoven.

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Princípios básicos do eletrocardiograma

Este livro apresenta conceitos básicos relacionados ao exame de eletrocardiografia,

que fornecerão uma breve introdução àqueles que se interessarem pelo assunto.

O objetivo deste livro é servir como ferramenta de apoio pedagógico, fornecendo um material visual que professores e alunos de diferentes áreas da Saúde possam utilizar

em sala de aula e em atividades práticas.