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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC-SP
Programa de Estudos Pós-Graduados em História
História e cultura cariocas: o pescador artesanal nas praias urbanas -
– Um estudo sobre comportamentos, hábitos culturais e resistência
na Praia de Copacabana
Luzimar Soares Bernardo
Candidata
Abril, 2017.
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Sumário
1. Resumo do Plano de Pesquisa................................................................................03
2. Objetivos gerais......................................................................................................04
3. Delimitação do problema ......................................................................................05
3.1. Bairro de Copacabana ....................................................................................06
3.2. Os pescadores ................................................................................................11
4. Hipóteses................................................................................................................12
5. Referências teórico-metodológicas .......................................................................13
6. Análise das fontes ..................................................................................................14
7. Estrutura provisória dos capítulos..........................................................................15
8. Plano de trabalho e cronograma ............................................................................16
9. Referências bibliográficas .....................................................................................17
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1. RESUMO DO PLANO DE PESQUISA
O plano de pesquisa tem por objetivo investigar a cultura urbana carioca, mais
especificamente aquela existente nas localidades praianas, a partir do exame de como a
vivem, trabalham e frequentam a praia de Copacabana como se relacionam com o meio
ambiente do bairro e as relações com os moradores locais, em decorrência da sua
permanência em uma localidade extremamente valorizada.
Pretendo estudar a evolução do bairro de Copacabana e as grandes modificações
sofridas ao longo dos seus anos de existência. Desse modo, privilegiarei determinados
acontecimentos, considerados mais relevantes ao longo de sua história, tais como: o
surgimento do bairro, a chegada do bonde, os banhos de mar como terapia para
restabelecimento da saúde, a construção do Copacabana Palace, a migração nordestina, a
divulgação da expressão “princesinha do mar”, ao lado do famoso traçado das pedras
portuguesas que compõe o seu calçadão.
O intuito de utilizar Copacabana como objeto de estudo é uma forma de
reconhecer a importância deste local para a história do estado e do país. O bairro como
localidade é uma das mais conhecidas do Brasil e traz a reboque de seu desenvolvimento
pontos que se fundem com a evolução da cidade, além disso, tornou o Brasil reconhecido
mundialmente.
O recorte temporal adotado para esta pesquisa é a atualidade, no entanto, buscarei
analisar o início da colônia de pescadores que, oficialmente data do segundo decênio do
século XX bem como, uma análise mais demorada dos anos de 1970. A década de 1970,
corresponde ao período marcado pela intensa migração Nordestina para o Sudeste1. Esse
movimento “criou” um choque de cultura, considerado como inevitável. De acordo com
o filósofo Homi Bhabha:
1Nesta década aconteceu uma onda de deslocamento interno no país. A capital carioca foi um dos principais
destinos e o bairro de Copacabana um dos eleitos por estes migrantes. À época, a região Sudeste era a única
com um polo industrial e, os Nordestinos fugindo das constantes secas, falta de atrativo agrícola e politicas
sociais, migraram em busca de melhores condições de vida.
4
O trabalho fronteiriço da cultura exige um encontro com “o novo” que não seja
parte do continuum de passado e presente. Ele cria uma ideia de novo como ato
insurgente de tradução cultural. Essa arte não apenas retoma o passado como
causa social ou precedente estético; ela renova o passado, refigurando-o como um
“entre-lugar” contingente, que inova e interrompe a atuação do presente. O
“passado-presente” torna-se parte da necessidade, e não da nostalgia de viver.2
A última data escolhida, o ano de 2018, está diretamente relacionada com a forma
como os pescadores sobrevivem ocupando um dos metros quadrados mais caros da cidade
do Rio de Janeiro e, que desperta a especulação imobiliária de maneira constante. O fio
condutor desta pesquisa será flexível, à medida que as questões que serão tratadas
envolvem um diálogo permanente entre os eventos passados e o presente. Diálogo este
que buscará investigar dados históricos de fatos políticos e culturais para compreender as
relações dadas em Copacabana, uma vez que [...] a tarefa do historiador é a de tentar
restituir ao passado sua dimensão de presente, isto é, de indeterminação.3
2. OBJETIVOS GERAIS
A) Analisar o “surgimento” do bairro de Copacabana ainda no século XIX como uma
forma de cuidar da saúde através dos banhos de mar, bem como dificuldade de
acesso e os pescadores residentes no local. A “descoberta” de Copacabana se
relaciona com a expansão da cidade, que engloba alguns aspectos, tais como a
valorização da orla e a especulação imobiliária, bem como com as reformas
urbanas ocorridas na cidade;
B) Investigar o crescimento populacional com a chegada do bonde e a facilidade no
trânsito entre este e os demais bairros da cidade;
2 BHABHA, Homi, K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p. 27. 3 ROSANVALLON, Pierre. Por uma História do Político. São Paulo: Alameda, 2010, p. 34.
5
C) Examinar a importância de Copacabana para a cidade do Rio de Janeiro, levando
em consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos incluindo nestes o
turismo;
D) Avaliar as mudanças ocorridas ao longo do ultimo século, especialmente no
aspecto arquitetônico, buscando entender as modificações nas edificações desde
a vila de pescadores até os dias atuais;
E) Avaliar a experiência dos Pescadores enquanto detentores do direito de exercer
sua profissão e manutenção da atividade de pesca artesanal no bairro de
Copacabana.
3. DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Esta proposta de pesquisa combina vários procedimentos. Entre eles, a relação
entre história, geografia e cultura. Quando se ouve a palavra geografia, é natural associá-
la apenas aos fenômenos físicos, porém uma parte importante desta ciência trata dos seres
humanos e suas características. A combinação entre tais áreas de conhecimento será
fundamental para o desempenho da análise, uma vez que o objeto tem como referência
um lugar, que diferente do espaço cria relações culturais e hábitos cotidianos que se
desenvolvem no tempo, marcando a história do lugar através de eventos e de experiências,
que criam um pecúlio responsável pela produção de chaves interpretativas capazes de
permitir certas compreensões a respeito do processo de formação do bairro de
Copacabana, sua inserção na cidade e sua centralidade cultural.
Análise esta que busca a compreensão da interação entre pessoas comuns, suas
vidas em sociedade, a construção de uma comunidade que sofreu inúmeras
transformações e sua evolução que se funde com a da cidade. De acordo com Revel:
6
A partir do momento em que a análise histórica se passou a interessar pelas massas
e já não pelos reis, pelos heróis, pelos criadores que deixaram um nome, passou a
ter dever, evidentemente, de ir ao encontro da voz dessas multidões anônimas.4
O que proponho é uma história que mistura o político e o social de forma a pensar
essa mistura como cultura.5 Isso nos leva a refletir sobre as contradições, tensões e
associações resultantes da constituição de uma cultura subterrânea que constrói
mecanismos de oposição ao legal e restaura práticas que, no senso comum, se associam à
selvageria e a desobediência. O Programa Lixo Zero é um indicador importante da ação
política municipal sobre as práticas de desobediência e de oposição.6
3.1. BAIRRO DE COPACABANA
As transformações ocorridas na sociedade carioca com o advento da República
trouxeram alterações significativas em todos os aspectos. A cidade provinciana passou a
ser a capital moderna de um país de futuro e, isto por si só, gerou necessidades que antes
não existiam.7
A primeira grande modificação no bairro de Copacabana veio com a inauguração
do túnel em 06 de julho de 1892.8 Esse evento contou com a presença de muitas
autoridades, tais como o Presidente da Republica Marechal Floriano Peixoto, dentre
outros, além de muitos populares que seguiram as autoridades por todo o percurso. Tal
4 REVEL, Jaques. A Invenção da Sociedade. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989, 5 Segundo Pierre Bourdieu, o campo político é pois o lugar de uma concorrência pelo poder que se faz por
intermédio de uma concorrência pelos profanos ou, melhor, pelo monopólio do direito de falar e de agir em
nome de uma parte ou totalidade dos profanos. BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro:
Bertrand, 1998, p. 185 6 O Programa Lixo Zero teve início na cidade do Rio de Janeiro em agosto de 2013. A Lei de Limpeza
Urbana (3273/2001) pretende conscientizar a população da importância de não jogar lixo nas ruas, praias,
praças e demais áreas públicas, melhorando a qualidade da limpeza da cidade. 7 SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República.
São Paulo: Brasiliense, 1989. 8 O túnel é conhecido pelos cariocas como “Túnel Velho”, mas que hoje se chama Alaor Prata.
7
acontecimento transformou-se em notícia veiculada nos jornais cariocas, a exemplo dos
periódicos Jornal do Brasil e o Tempo.9
A partir de 1900, intensificaram-se os investimentos para urbanizar as áreas das
praias da zona Sul, não só expandindo-se até lá o serviço de bonde, já então eletrificado,
mas incorporando-se novos lotes de Copacabana e da Vila Ipanema à área urbana.
Copacabana era, no final do século, um investimento irresistível para as famílias de
recursos. Comprava-se lote, construía-se casa para passar o verão, antevendo um
empreendimento promissor no bairro10.
Já na década de 1970, quando Gilberto Velho fez um estudo de antropologia
social, e nele entrevistou moradores de Copacabana, os relatos são diversos, porém, de
maneira geral, os entrevistados falam muito bem do bairro e orgulham-se de serem seus
moradores, um deles exalta o fato de muitas pessoas importantes, tais como juízes
morarem ali. Nesta mesma direção, outra entrevistada relata que:
(...) Não tem nada parecido com Copacabana. Se tivesse cemitério em Copacabana
eu queria ser enterrada aqui. Isso é terra de gente esclarecida, inteligente. Se o
povo brasileiro fosse como os copacabanenses, o Brasil estaria muito melhor,
progredindo ainda mais. Acho que as melhores pessoas do país acabam vindo para
cá. A elite mora aqui”.11
A pesquisa de Gilberto Velho, no entanto, não deixou de lado àqueles que
criticaram o bairro e desejavam não morar ali, como se observa no depoimento a seguir:
(...) Detesto Copacabana. Muita barulhada, ninguém deixa a gente dormir, não se
faz amigos. Há pouco tempo atrás, mudou-se uma vizinha daqui. Coisa mais triste
não se poder despedir de uma vizinha. Mas era impossível, a mulher era uma
cascavel. Sabe o que é um edifício com 160 apartamentos? Quando vim para cá
9 O’DONNELL, Julia. A invenção de Copacabana: culturas urbanas e estilos de vida no Rio de Janeiro
(1890-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 18. 10 ARAÚJO, Rosa Maria Barbosa de. A vocação do Prazer: a cidade e a família no Rio de Janeiro
republicano. Rio de Janeiro: Rocco, 1993, p. 234. 11 VELHO, Gilberto. A Utopia Urbana: Um estudo de antropologia social. Rio de Janeiro: Zahar, 1973, p.
100.
8
não contei o número de portas. Na Zona Norte se faz amizades sólidas. Aqui muda
hoje, aparece outro, daqui a três meses sai de novo (...).12
Estas passagens denotam a dualidade de Copacabana desde há muito vivida por
seus habitantes, ou seja, amada e idolatrada por muitos e ao mesmo tempo rejeitada por
outros que não conseguem conviver com os ruídos de um bairro vivo e pulsante, já nos
idos de 1970.
Além disso, o crescimento da migração nordestina contribuiu para o crescimento
populacional do bairro, trazendo transformações significativas ao seu cotidiano e à sua
paisagem. A inserção de novas representações se insere, como alerta Chartier,
(...) em um campo de concorrência e de competições cujos desafios se enunciam
em termos de poder e de dominação; em outras palavras, são produzidas aqui
verdadeiras “lutas de representações”. 13
Não por acaso, outro entrevistado era natural da região nordeste. Do extrato de
sua entrevista, observamos em algum grau a sua ascensão socioeconômica, pois
asseverava que:” (...) Tenho vinte e oito anos. Sou do Ceará. Estudo Direito e trabalho
num cartório (...)”.14
O sentido cosmopolita de Copacabana faz dela a chave para a imagem do Brasil
no mundo e isso se transforma em capital econômico para o Estado que desenvolverá as
políticas de turismo.15
12 Idem, p. 104. 13 D`ASSUNÇÃO BARROS, José. A História Cultural e a Contribuição de Roger Chartier. Diálogos –
Revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História, vol. 9, num. 1, 2005,
pp. 125-141. Universidade Estadual de Maringá, Brasil. 14 VELHO, Gilberto. A Utopia Urbana: Um estudo de Antropologia Social, op. cit., p. 104. 15 A palavra “turismo” surgiu no século XX, porém, a atividade estende suas raízes pela história. Certas
formas de turismo existem desde as mais antigas civilizações, mas foi a partir do século XX, e mais
precisamente após a Segunda Guerra Mundial, que ele evoluiu, como consequência dos aspectos
relacionados à produtividade empresarial, ao poder de compra das pessoas e ao bem-estar resultante da
restauração da paz no mundo. – RUSCHMANN, Doris. Turismo e Planejamento Sustentável: a Proteção
do Meio Ambiente. Campinas, SP: Papirus, 1997.
9
Desde a década de 1990, tem crescido a preocupação com o meio ambiente,
porém, os estudos buscam sempre mostrar o que tem sido feito para preservar o meio e
pouco se fala sobre como educar as pessoas de maneira que elas realmente possam
entender que cuidar do meio é, inclusive, compreender que a humanidade é parte
integrante deste meio e que, portanto, este deve ser cuidado para a convivência
harmoniosa e respeitosa com este espaço.
Com o advento do Turismo em massa no século XX tem crescido o interesse de
estudiosos sobre o comportamento dos turistas, devido ao deslocamento dos indivíduos
por conta das frequentes viagens a lugares diferentes. Além do “choque cultural” como
objeto de investigação, o “mercado” do turismo, em especial, como os profissionais do
lidam com a preservação e o impacto ambiental tem sido alvo de exame. Aliás, as atitudes
dos turistas são interpretadas como impróprias ou inadequadas, não só apenas pelos
moradores locais, como também por alguns pesquisadores, uma vez que inexiste um
modelo de “cultura turística” na mentalidade dos indivíduos, como apontou Doris
Ruschmann. Nas suas palavras:
(...) Em quase todas as destinações turísticas, tem-se constatado a falta de
uma “cultura turística” das pessoas que viajam, o que faz com que se
comportem de forma alienada em relação ao meio que visitam, como se
não tivessem nenhuma responsabilidade na preservação da natureza e na
originalidade das destinações.16
Em se tratando de mercado, aqueles que comercializam o turismo, visando o lucro
e engajados em seus próprios negócios muitas vezes não compreendem a necessidade da
manutenção em longo prazo da destinação turística. Ainda em Ruschmann, encontramos
a preocupação com este comportamento:
Os profissionais do turismo não se julgam responsáveis pelos danos
causados ao meio ambiente, pois estão integralmente engajados na venda
16 RUSCHMANN, Doris. Turismo e Planejamento Sustentável: a Proteção do Meio Ambiente. Campinas,
SP: Papirus, 1997, p 10
10
dos produtos e, no seu entender, já arcam com custos promocionais
bastante elevados. 17
Por outro lado, a comunidade receptora pode não se incomodar tanto com os
desgastes causados pelo turismo por duas razões: primeira, os benefícios financeiros
advindos da circulação de turistas e, segundo por muitos desses moradores não
usufruírem das mesmas e preferirem desfrutar do seu período de ócio em destinações
distintas daquelas que vivem, conquistando assim certo status perante amigos e
conhecidos.
O turismo praticado nas praias urbanas é considerado uma atividade das mais
democráticas, por ali congregarem todas as classes sociais, famosos e anônimos, ricos e
pobres:
Sob o mesmo sol, sob o mesmo céu, todos douram seus corpos!
Copacabana une na divisão. O inusitado crescimento deste bairro colocou
lado a lado, o pequeno e o grande burguês, sobrando ainda um bom espaço
para a classe média18.
Copacabana culturalmente foi se transformando em um local de desenvolvimento
de novas possibilidades de sociabilidades, entre elas a prática de vários esportes ligados
à praia e à areia, como frescobol, futebol de praia e futevôlei.
Realizando o diálogo proposto na hipótese entre passado e presente, observo que
as famílias cariocas introduziram o programa de ir à praia nas suas rotinas. O banho de
mar começa então a promover maior socialização entre grupos de famílias, numa espécie
de “banho solidário”19
Em termos de Brasil, de acordo com a Legislação de Direito Ambiental – extraído
da Constituição Federal – através da Lei nº. 6.938 de 31 de agosto de 1981 – Artigo 2º.,
a política nacional do meio ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
17 Idem p. 25. 18 ARAÚJO, Rosa Maria Barbosa de. A vocação do Prazer: a cidade e a família no Rio de Janeiro
republicano. Rio de Janeiro: Rocco, 1993, p. 320. 19 Idem, p. 323.
11
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção
da dignidade da vida humana20. Segundo Rosique e Barbieri,
(...) O homem que transforma o ecossistema também pode planejar sua proteção,
tornando sua existência compatível com toda a biosfera. É por isso que a proteção
ambiental requer um planejamento coerente da economia, da política ambiental e
dos usos da tecnologia.21
Durante muito tempo, antes que as práticas de banho do mar se tornassem lazer,
em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, as praias não faziam parte do
cotidiano dos moradores e visitantes, servindo como local de despejos “(...) onde se
descartavam os gordos barris transbordantes de excremento, o lixo e a porcaria das
casas das ruas; onde se atiravam bichos e negros mortos”.22
3.2. OS PESCADORES
Narrados em bibliografias como os primeiros moradores do bairro, ainda hoje se
encontram nesta localidade. Suas histórias remontam a tempos em que ainda não havia
interesse imobiliário neste local. A colônia Z-13 é considerada a mais antiga, de acordo
com a apostila didática Curso de Conhecimento Tradicional da Pesca:
20 CF, Lei nº. 6.938 de 31 de agosto de 1981 – Artigo 2º. 21 ROSIQUE, Javier/BARBIERI, Edison. Ecologia Preservar para Viver. São Paulo: Cidade Nova, 1992,
p. 10. 22 O’DONNELL, Julia. A invenção de Copacabana: culturas urbanas e estilos de vida no Rio de Janeiro
(1890-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 92.
12
Dado seu marco histórico, a Colônia de Pescadores Z-13 é considerada a mais
antiga do estado do Rio de Janeiro, com sua data de fundação em 29 de junho
de 1923. A atividade da pesca, porém, já se centralizava no mesmo local
anteriormente com os indígenas. Desde o século XIX, os pescadores se
estabeleceram na região hoje conhecida como posto 6 [...] (SILVA; LOBO;
RECH; REBOUÇAS , 2012).23
Esses pescadores/moradores já estavam lá, mesmo antes da visibilidade do bairro
enquanto espaço de prestígio. Vivendo da piscicultura e habitando choupanas, foram se
moldando às transformações ocorridas no bairro e permaneceram em sua atividade de
trabalho.
A cultura da pesca, além de ser um meio de subsistência, é uma forma de interação
muito intensa entre seus praticantes. Eles aprendem a lidar com os elementos da natureza
e suas incursões ao mar, fortalecem suas relações de amizade e sociais. As manifestações
dessa classe de trabalhadores acontecem também fora do mar, quando se reúnem para
seus festejos, incluindo os religiosos, nos quais agradecem a seus protetores. Em idos do
século XIX, era noticiado em jornal a reunião desses pescadores em romaria para festejar
seu padroeiro.
Em Sepetuba realizam hoje os pescadores grandes festejos ao seu patrono S.
Pedro. As diversões estender-se-hão até amanhã, e queimar-se-há no curato de
Santa Cruz esplendido fogo de artificio feito a capricho. A romaria promete
estar muito concorrida (A TRIBUNA, 1890).24
Baseado neste e em outros relatos deste periódico, é possível encontrar interações
e relações que vão muito além do ato da pescaria. Componentes da mesma classe social
viviam de suas atividades artesanais e ocupavam imóveis precários, denominados de
choupanas. Apenas duas edificações se destacavam no local, a saber: os fortes do Leme
e a Igrejinha de N. S. de Copacabana.
Durante as entrevistas colhidas até o momento, foi possível constatar que
atualmente esses trabalhadores vivem nos arredores de Copacabana nas comunidades que
estão nas cercanias permitindo a estes acesso ao local de trabalho e consequentemente
23 SILVA, Elisabetta, LOBO, Vanda, RECH, Lucas e REBOUÇAS, Manasi, - Curso de Conhecimento
Tradicional da Pesca – Projeto Ilhas do Rio. Rio de Janeiro. Instituto Mar Adentro, 2012, p. 09. 24 A Tribuna – Rio de Janeiro, sábado 26 de julho de 1890- Edição 00026 (1) p. 02, ano I, número 26.
13
menor tempo de deslocamento. Nas próximas entrevistas, será buscado a corroboração
ou não desta informação.
Mesmo alocados neste espaço que historicamente é disputado e supervalorizado,
eles resistem, pescam, comercializam e socializam nestas areias, consertam seus materiais
de pesca, interagem com os clientes e mantêm sua igrejinha ou capelinha onde pedem
proteção para suas incursões ao mar. Como continuam resistindo nesta localidade e
mantendo suas atividades é o que buscaremos descobrir nesta dissertação.
4. HIPÓTESES:
Copacabana, bairro que se tornou, ao longo do processo de desenvolvimento urbano da
cidade um símbolo da imagem do Brasil no mundo, convive com uma das maiores taxas
de produção de detritos e de sujeira urbana tomadas aqui como elemento contrário à
marca do luxo e civilidade presentes em sua paisagem.
As relações entre Estado e sociedade, olhando através de Copacabana, revelam uma
contradição entre as diretrizes das políticas públicas e os hábitos culturais desenvolvidos
especialmente por aqueles que são “estrangeiros” e os indesejáveis (segmentos sociais
oriundos das periferias ou subúrbios do Rio de Janeiro) ao bairro de Copacabana.
Buscar entender a forma de resistência e manutenção das atividades dos pescadores
artesanais indica que a hipótese central da pesquisa tem relevância e os seus resultados
estão diretamente ligados à tentativa de resgaste das tradições civilizadas de Copacabana
e da cidade do Rio de Janeiro.
5. REFERÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS
O trabalho almeja contribuir para os estudos sobre a História do Rio de Janeiro e,
em especial, sobre o bairro de Copacabana, através dos acontecimentos que desdobraram
14
significativas mudanças sociais, políticas e econômicas na cidade, analisando pelo viés
traçado por Peter Burke, quando através da narrativa da História Cultural narra as
mudanças de comportamento nos estudos da Nova História Cultural:
(...) antes ligada à visão tradicional, a narrativa volta para dar voz às pessoas
comuns, histórias de vida, narrativas culturais, suas estruturas e versões que infere
sobre a percepção do leitor. O desafio é fazer isso sem dar à história um enredo
triunfalista e enfatizar a crítica e o conflito de visões e de sentido de cada
narrativa.25
Compreendo que o estudo do desenvolvimento da evolução urbana de Copacabana traga
à baila novos dados sobre o entendimento da relação entre cultura política e cultura
urbana. Palco de conflitos, a cidade é um espaço de disputas e de sociabilidades, uma
construção histórica. Nesta perspectiva do encontro do urbano com o cultural e político,
vislumbro entender as disputas sobre as modificações urbanas. Objeto de variados
estudos, Copacabana pode ser examinada pelo viés da literatura e da história, a partir da
análise de discursos médicos, políticos, urbanísticos, policiais e jurídicos. Além disso,
recorrerei à produção das áreas de geografia humana e de meio ambiente que completam
as necessidades básicas da pesquisa.
Nesse sentido, priorizarei a compreensão da concepção de bairro como uma
subdivisão de uma determinada cidade. Normalmente, a cidade é interpretada como uma
área densamente povoada numa determinada área geográfica, como parte integrante de
um Estado. Como uma invenção da criação humana, a cidade corresponde a um produto
histórico-geográfico em constante transformação, em construção, fonte inesgotável de
reflexões e de debates. Do ponto de vista da cultura política, possui uma carga simbólica,
como um espaço de determinadas tradições, definindo entre os seus habitantes um sentido
de pertencimento.
Como lugar de memória, as cidades ligam indivíduos, famílias e grupos sociais
entre si. A memória de um dado lugar desponta quando um determinado grupo estabelece
ali relações sociais de dominação, de cooperação ou de conflito. O bairro, assim, insere-
25 BURKE, Peter. O que é história Cultural?. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 157.
15
se como um microcosmo da cidade. Não por acaso, eclodem variadas memórias coletivas,
inclusive distintas, mas conectadas pela identificação com a cidade.26
Com objetivo de examinar a história do bairro de Copacabana, enquanto
destinação turística na atualidade, pretendo investigar a sua relação com a cidade, com os
moradores e com o país, uma vez que o bairro é um dos lugares mais conhecidos por
estrangeiros.
Ainda em relação à cultura política, esta também revela um dos interesses mais
importantes da história cultural, o de compreender as motivações dos atos dos homens
num momento da sua história, por referência ao sistema de valores, de normas, de crenças
que partilham, em função da sua leitura do passado, das suas aspirações para o futuro e
das suas representações da sociedade.27
Para dar conta dessas proposições, utilizarei autores que possam permitir uma
maior compreensão da relação entre política e cultura a partir das indicações fornecidas
por Pierre Rosanvallon, sem, no entanto fazer referência à necessidade de repensar a
determinação do político sobre os demais setores da cultura humana.28 Isso quer dizer que
buscarei em Roger Chartier a ideia de utensilagem material como forma de abrandar essa
determinação e, combinando com Peter Burke, Jacques Revel e Pierre Bourdieu por meio
do conceito de poder simbólico, qualificar a noção de cultura política que norteará
teoricamente a minha pesquisa.
Terei como fonte principal a pesquisa oral, através deste método, buscarei analisar
as atividades dos sujeitos em questão, suas trajetórias, cultura material, tradição e
resistência. Elaborarei as pesquisas e entrevistas seguindo métodos definidos por autores
como Verena Alberti em manual da história oral.
Desse modo, considero que o plano de pesquisa ora apresentado insere-se com
propriedade nas linhas de pesquisa da PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO – PUC-SP, Programa de Estudos Pós-Graduados em História para o
segundo semestre do ano de 2017.
26 ABREU, Maurício. “Sobre a memória das cidades”. In: Colóquio O discurso geográfico na Aurora do
século XXI. Florianópolis: Programa de pós-graduação em Geografia/UFSC, 27-29 nov. 1996. 27 BERSTEIN, Serge. "A cultura política". In: RIOUX, Jean-Pierre & SIRINELLI, Jean-François. Para
uma História Cultural. Lisboa: Estampa, 1998. 28 ROSANVALLON, Pierre. Por uma história do político. São Paulo: Alameda, 2010.
16
6. ANÁLISE DAS FONTES
Durante o processo de pesquisa para esse projeto foi constatada a necessidade de
investigar os processos de transformação que o bairro sofreu, ao longo do tempo, em
determinados periódicos, tais como jornais, revistas, livros e quaisquer outros materiais
que venham a contribuir com o enriquecimento da investigação. Desse modo, outros
conjuntos de fontes correspondem às leis e decretos publicados no Diário Oficial do Rio
de Janeiro e as Posturas Municipais, ambas digitalizadas.29 Com o intuito de expandir o
embasamento teórico e metodológico sobre o tema, pretendo também expandir a literatura
sobre o assunto nas bibliotecas acadêmicas especializadas. Outros arquivos e bibliotecas
poderão ser pesquisados à medida do desenvolvimento da pesquisa.
A fonte que pautará esta pesquisa é composta especialmente das entrevistas que
farei com os pescadores que compõem a colônia, desde a sua presidente até os pescadores
mais jovens, estas entrevistas serão complementadas pelos documentos da própria colônia
tais como: estatuto, regimento interno e ata da última assembleia que elegeu a atual
presidente.
Os levantamentos das fontes primárias e secundárias abrangem fundamentalmente
os seguintes sites e bibliotecas:
http://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/conselhonacional/,
www.rio.rj.gov.br/web/comlurb, http://www.editoraaleph.com.br/site/fabio-novo/john-
swarbrooke, www.teses.usp.br, biblioteca da Universidade de São Paulo, biblioteca da
Universidade Guarulhos – UnG e vasta bibliografia sobre os temas. Os periódicos
arrolados para a pesquisa desse projeto contemplam os seguintes: Jornal do Brasil, O
Globo, Veja, Revista Manchete, Jornal O Pasquim, O Estado de São Paulo, Folha de São
Paulo e os jornais de bairro, entre eles o P6 e Copacabana.
29 Os diários oficiais encontram-se digitalizados na página eletrônica do Jus Brasil. Disponível em
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/.
17
7. ESTRUTURA PROVISÓRIA DOS CAPÍTULOS
CAPÍTULO 1: CARACTERÍSTICAS URBANAS DO BAIRRO DE COPACABANA
Desenvolvimento urbano do bairro de Copacabana e da cidade do Rio de Janeiro;
Copacabana como representação do Brasil Moderno; relações sociais e sociabilidades;
hábitos e costumes de uma praia “Princesinha do Mar”.
CAPÍTULO 2: POLÍTICA URBANA E POLÍTICA CULTURAL NO BRASIL DE 1970 AOS ANOS
2000
- Análise do lugar de Copacabana no cenário desenvolvimentista (crescimento urbano e
populacional); estudo da relação entre política e cultura na cidade do Rio de Janeiro;
mobilização social e política de eventos; a questão do lixo urbano; Copacabana, bairro de
eventos. a vida dos pescadores e suas relações sociais e culturais vividas nas areias, (este
capítulo será onde avaliarei as entrevistas), a presença do poder público na vida dessas
pessoas, as relações com a cidade, os materiais de trabalho (cultura material).
CAPÍTULO 3: TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS E MUDANÇAS CULTURAIS NO BAIRRO DE
COPACABANA, AS RELAÇÕES DOS PESCADORES COM INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS E
NÃO GOVERNAMENTAIS.
- A história de vida dos pescadores e suas atividades enquanto parte integrante de uma
sociedade dinâmica, tratar sobre a Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio
de Janeiro) e o Instituto Mar Adentro (ONG) e suas relações com os pescadores, as
expectativas desses trabalhadores na busca da manutenção deste espaço para a
continuidade de suas atividades, além de um mapeamento dos locais de moradia destes
trabalhadores (através das entrevistas).
18
8. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA
ATIVIDADES 6 MESES 12 MESES 14 MESES 16 MESES 18 MESES 24 MESES
Participação nas
atividades discentes
(cursos, seminários,
simpósios)
X X
Levantamento de
fontes nos arquivos e
bibliotecas
X X X X X
Redação provisória
do capítulo 1 e Exame
de Qualificação
X
Redação do capítulo 2 X
Redação do capítulo 3 X
19
Relatório Final,
Apresentação e Defesa
X
9. Referências bibliográficas:
9.1. Fontes Primárias
Periódicos: Jornal do Brasil, O Globo, Veja, Revista Manchete, Jornal O Pasquim, O
Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e os jornais de bairro, entre eles o P6 e
Copacabana.
Diários Oficiais (Estadual e Municipal)
Posturas Municipais
9.2. Bibliografia:
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