Post on 07-Apr-2016
Ilíada Rainha de Souza - UFSC
Secretaria de Estado da SaúdeSecretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico
Sustentável
PROGRAMA HIPERDIA: UMA PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO
DA SUA EFETIVIDADECoordenador(a): Dayani Galato (Unisul)
Equipe: Unisul – Anna Paula Piovezan, Silvana Cristina Trauthman
Unesc – Indianara Reynaud Toreti Becker, Angela Erna Rossato
Febave - Leonardo de Paula Martins,
Prefeitura Municipal de Treze de Maio: Bruna Ruzza Montegutti
Outros colaboradores: Diego Cifuentes, Greice Lessa, Alana Stols, Ana Paula;
Giovana Salvaro; Carla Maragno
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Objetivo
Geral
Determinar os fatores relacionados à efetividade do tratamento em usuários cadastrados no programa Hiperdia de municípios da região Sul de Santa Catarina
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Objetivo Específicos
- Determinar o perfil farmacoterapêutico utilizado nestes problemas de saúde;
- Avaliar o acesso aos medicamentos prescritos para hipertensão e diabetes no SUS;
- Avaliar o acesso a níveis mais complexos de saúde, bem como a exames clínicos de
monitoramento;
- Avaliar a adesão ao tratamento referido pelos usuários;
- Identificar o risco cardíaco dos pacientes cadastrados no programa Hiperdia, bem
como a presença de complicações relacionadas a doença;
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Objetivo Específicos
- Identificar a adoção de práticas como dieta e exercícios físicos e outras não
convencionais em saúde como estratégias para o controle dos problemas de saúde.
- Analisar a efetividade referida pelos usuários do SUS com relação a medicação
utilizada para o manejo da hipertensão, diabetes e outras doenças associadas.
- Analisar os valores resultados clínicos (pressão arterial, glicose em jejum e
hemoglobina glicada) para determinar a efetividade dos tratamentos;
- Determinar os fatores relacionados à efetividade do programa Hiperdia nos
municípios investigados.
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Metodologia
- Tipo de estudo: Epidemiológico transversal
- Etapas: Exploratória com gestores e Coleta de dados com pacientes
- Local do Estudo – Tubarão, Treze de Maio, Orleans, Lauro Muller e
Criciúma.
- População – 26867 Pacientes cadastrados no Programa Hiperdia dos
municípios (dados de 2008).
- Amostra – erro 3,0%, prevalência estimada de efetividade de 50%, nível de
confiança de 95% -
- 1027 sujeitos (amostra mínima).
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Metodologia- Processo de amostragem (2 estágios)
- A coleta de dados ocorreu na cidade (região urbana)
- Foram selecionadas por conveniência 5 Unidades de Saúde, uma na região
central e outras 4 nas regiões norte, sul, leste e oeste do município.
- A amostra de cada município foi distribuída proporcionalmente entre as
Unidades selecionadas com base no número de pacientes adscritos no
programa.
- Os pacientes a serem entrevistados foram sorteados por número aleatórios
com base nas listas fornecidas pela SMS.
- Em caso de recusa ou perda, ocorre substituição.
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MetodologiaColeta de dados- Através de entrevista e análise documental (após piloto com 10% da amostra)
Análise dos dados - Banco construído no programa EpiData- Análise através dos programa SPSS- Variáveis nominais – Números absolutos e proporções- Variáveis numéricas – Medidas de tendência central, dispersão e
variação de amplitude- Associações – Teste do qui-quadrado ou prova exata de Fischer.
Considerações Éticas: Aprovação do CEP e devolução dos dados
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Resultados e Discussão- Fase exploratória:
- Todos os municípios possuem cadastrado dos pacientes do HiperDia
- A organização destes dados é diferente dependendo do município
- Não há cotas de exames para estes pacientes
- Municípios maiores precisam atender a municípios menores quanto a consulta
a especialistas
- Municípios menores não contam com especialistas
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Resultados e Discussão- Fase exploratória:
- Foi observado que as listas estão desatualizadas (pacientes mortos, mudanças,
e pacientes não cadastrados, pacientes cadastrados sem o desfecho)
- Dois municípios com as listas informatizadas
- Dois municípios com as listas organizadas nas Unidades de saúde
- Um município que as listas só puderam ser obtidas após a sistematização
das agentes de saúde.
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Resultados e Discussão
Etapa de coleta de dados com os pacientes:
•Número de entrevistados: 1179 entrevistados
Perfil dos pacientes:
•Sexo: 63,9% são mulheres
•Idade entre 16 e 99 anos (62,3±12,3).
•Escolaridade: (70,5%) possui até 8 anos de estudo, destes 6,6% são
analfabetos.
•Estado civil: 63,2% são casados.
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Resultados e Discussão
Perfil Nosológico
69,4% HAS isolada
6,0% apenas DM
53,5% mais um problema de saúde além da HAS e do DM.
As mais comuns segundo o CID-10
•Doenças do sistema ósseo muscular e do tecido conjuntivo (45,2%)
•Aparelho circulatório (22,2%)
•Transtornos mentais e comportamentais e doenças do sistema nervoso (19,2%).
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Resultados e Discussão
Perfil Nosológico
O risco cardíaco segundo o escore de risco de Framingham
•Pode ser avaliado para 22,8% dos pacientes
• 62,3% destes com risco maior que 10% para apresentar alguma
doença cardíaca nos próximos 10 anos, considerados como de risco
moderado ou alto.
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Resultados e DiscussãoPerfil Nosológico
•36,2% complicações relacionadas à HAS ou DM
• Infarto agudo do miocárdio (17,4%)
• Doença renal mesmo que em estágio inicial (17,0%)
• Acidente vascular cerebral (10,3%).
•No último ano devido as doenças do HiperDia
• 16,0% procuraram serviços de emergência
• 10,2% foram internados ou a suas complicações.
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Resultados e Discussão
Perfil Farmacoterapêutico
•1153 (97,8%) pacientes utilizavam medicamentos para o manejo dos
problemas de saúde do HiperDia
• Totalizando 3115 medicamentos
• Sistema cardiovascular (72,5)
• Trato alimentar e metabolismo (15,7%)
• Sangue e órgão formadores de sangue (11,8%)
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Resultados e Discussão
Acesso aos medicamentos
•97,7% afirmaram ter acesso aos medicamentos
•72,3% o têm integralmente pelo SUS
• 8,1% pagam integralmente pelos medicamentos
Adesão farmacoterapêutica
•63,4% (segundo Morisky)
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Resultados e Discussão
Uso de outras medidas de controles
•18,6% dos pacientes referem usar terapias complementares (majoritariamente uso
de plantas medicinais)
•73,9% referem fazer algum tipo de dieta
• 51,7% afirmam praticar exercícios físicos
• 11,0% moderadamente ativos ou muito ativos.
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Resultados e Discussão
Adesão a ações do HiperDia
•Atividades educacionais
• Reuniões de grupo (18,6%)
• Palestras (16,4%).
•Consultas médicas (76,8%)
•Exames (77,0%)
•Dispensação de medicamentos (88,7%)
•26,5% consultaram especialistas médicos
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Resultados e Discussão
Controle das doenças
Percepção dos pacientes
•10,0% não sabem informar
•76,2% seus problemas estão controlados
• 88,4% para a HAS
• 70,5% para o DM
.
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Resultados e Discussão
Controle das doenças
Dados da análise documental (prontuários e exames/cartão)
Pressão arterial
•valores pressóricos menores que 140/90 mmHg
• 51,8% dos Hipertensos estão abaixo deste valor
• 34,5% não foi possível avaliar esta informação.
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Resultados e Discussão
Controle das doenças
Dados da análise documental (prontuários e exames/cartão)
Diabetes Melito
•Glicose em jejum menor que 100 mg/dL ou 7% de hemoglobina glicada
•67,9% dos portadores de DM estavam controlados
•27,1% esta informação não pode ser avaliada.
.
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Resultados e Discussão
Controle das doenças
Quando considerado as duas doenças juntas e a ausência de complicações
• 28,4% dos pacientes possuíam efetividade clínica
• 38,4% não possuíam
• 30,4% esta informação não pode ser avaliada por falta de dados nos
serviços ou com o paciente
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Resultados e DiscussãoFatores associados
•Idade menor que 63 anos (p=0,014)
•A participar das reuniões de grupo (p=0,036)
•Adesão ao tratamento (p=0,009)
Fatores não associados
sexo, escolaridade, renda, realização de dietas, exercícios físicos, uso de
práticas complementares, frequentar consultas médica, exames de rotina, ter
acesso a medicamentos pelo SUS
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Impactos do Projeto – Científico
Trata-se de um estudo sobre um Programa de Saúde
-Poderá ser adotado em outros programas
-A amostra é adequada para possuir impacto científico
-Possui diferentes realidades de organização dos sistemas de saúde nos
municípios investigados.
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- Tanto a HAS e DM não controladas podem levar a complicações que acabam gerando morbidades e mortalidade.
Isso significa: - Absenteísmo ao trabalho- Pagamento de aposentadorias precoces- Pagamento de pensões- Hospitalizações- Necessidade de serviços de maior complexidade- Aumento dos gastos com medicamentos
Impactos do Projeto – Econômico/Social
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Impactos do Projeto – Ambiental- Não é o foco deste trabalho, mas o melhor uso dos recursos
farmacêuticos poderá diminuir o dano destes resíduos ao ambiente
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Aplicabilidade para o SUS
- Por tratar-se de avaliação de um programa (efetividade terapêutica),
possui aplicação imediata no Serviço.
- Possui a capacidade de identificar as fragilidades do Programa e com isso
indicar estratégias para a sua melhoria.
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Produção CientíficaResumo no congresso de iniciação científica da Unesc
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Conclusão
“Quais os fatores relacionados à efetividade do tratamento em usuários
cadastrados no programa Hiperdia de Municípios da região Sul de Santa
Catarina?
•A participação nas reuniões
• mais atrativas
• horários de realização
• estratégias educativas utilizadas
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Conclusão
• A adesão farmacoterapêutica
• Melhorar o processo de dispensação
• Acompanhamento farmacoterapêutico
• Revisão da farmacoterapia, o que possivelmente melhoraria os
resultados obtidos.
• Idade do paciente (não podemos alterar)
• Ações educativas (grupo ou dispensação)
• Capacitação de cuidadores
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Conclusão
• Limitações para a realização da pesquisa
• Muitos locais não tem organizado e atualizado os cadastrados dos pacientes do HiperDia
• Um terço dos pacientes não se tem dados a respeito da efetividade clínica dos tratamentos
• Limitações essas que devem ser analisadas pelos gestores de saúde
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Dificuldades encontradas- Atraso na liberação dos recursos
- Financeiras – mecanografia e transporte
- Capacitação das equipes
- Qualidade das listas dos cadastros dos pacientes do HiperDia
- Localização dos pacientes sorteados
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Agradecimentos
- Secretarias Municipais de Saúde
- Profissionais das Unidades de Saúde e das Universidades que colaboraram
- Acadêmicos e outros profissionais da saúde que auxiliaram na coleta de dados
- Ao Centro de Pesquisas Clínicas da Unisul e do Hospital Nossa Senhora da
Conceição pela colaboração na organização dos dados
- FAPESC pelo apoio e a Fernanda Beduschi Antoniolli
- CNPq e Ministério da Saúde