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8/13/2019 Prolicen Marcelo Galdino
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LUTAS APLICADAS EDUCAO FSICA ESCOLAR:
REALIDADE E POSSIBILIDADES
Marcelo Galdino de MELO
Jos Luiz Cirqueira FALCO (Orientador)
Danyllo dos Santos COSTA
Fellipe Gustavo Pereira MASSON
Pedro Henrique Fernandes NASCIMENTO
FACULDADE DE EDUCAO FSICA/UFG
E-mail: judoportodavida@hotmail.com
Palavras Chave: Educao Fsica, Lutas, Ensino-Aprendizagem, Trato com o
Conhecimento.
JUSTIFICATIVA/BASE TERICA
Este projeto tem como problemtica principal o processo de organizao do trabalho
pedaggico e o trato com o conhecimento das lutas na Educao Fsica escolar. Alm de
permitir um avano em direo a explicao e conceituao do fenmeno Lutas na
Educao Fsica escolar e, com isso, alimentar o debate acadmico, a partir da
identificao de contradies e do exerccio de superaes, esta pesquisa pretende
implementar uma crtica sobre o trato com o conhecimento das Lutas na Educao Fsica
Escolar com a finalidade de orientar na resoluo de seus principais problemas concretos.
Os conhecimentos produzidos nesse processo investigativo sero forjados a partir de
estratgias que buscaro uma compreenso de como as experincias so produzidas,
legitimadas e organizadas pelos sujeitos individuais e coletivos. A inteno no ficar
apenas na denncia de como a realidade do fenmeno investigado , mas preocupado
tambm em anunciar como ela deveria ser.
A opo por fazer uma investigao sobre a organizao do trabalho pedaggico e o
trato com o conhecimento das Lutas na Educao Fsica escolar se baseia no fato deentendermos que, entre os ambientes formais de ensino, a escola o local privilegiado
onde o ensino se d de forma mais sistemtica, desenvolvida e intencional na sociedade
capitalista. Entretanto, a opo por um contedo especfico (as Lutas) no descartar
uma anlise das relaes estabelecidas entre objetivo e avaliao, entre contedo e
forma das lutas como um todo, no centrando apenas nas relaes de ensino-
aprendizagem, pois reconhecemos que o trabalho pedaggico mais amplo que o
trabalho docente e extrapola as atividades desenvolvidas em sala de aula.
Atualmente, as diversas modalidades de lutas esto presentes no ambiente escolar,
como contedo pdaggico, entretanto, geralemente, elas so ministradas da mesma
forma como acontece nas academias de ginstica, nas escolinhas, nos clubes e nos
condomnios, geralmente destinadas aquisio do domnio tcnico ou condicionamento
fsico, preparao orgnica e funcional de atletas.
fato que ainda persiste o distanciamento do professor de Edo Fsica com o
contexto cultural e pedaggico das lutas. Frequentemente no detm conhecimentos
acerca do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem numa perspectiva
pedaggica.
8/13/2019 Prolicen Marcelo Galdino
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OBJETIVO GERAL
Criticar e propor elementos para a organizao do trabalho pedaggico e o trato com
o conhecimento das Lutas na Educao Fsica Escolar, tomando como campo de anlise
experincias desenvolvidas em trs escolas de Goinia, o Projeto Mais Educao, do
Governo Federal desenvolvido na Escola Municipal Silene de Andrade, no Setor Aruan, o
Projeto Jud Mau, da Associao dos Moradores da Vila Mau, o Projeto de Extenso de
Lutas e a disciplina Fundamentos Scio-Culturais das Lutas na Educao Fsica, da
Faculdade de Educao Fsica da Universidade Federal de Gois.
OBJETIVOS ESPECFICOS
Analisar criticamente, a partir do acumulado na literatura e do acompanhamento de
experincia desenvolvidas com lutas em trs escolas de Goinia, como organizado o
processo de trabalho pedaggico e o trato com o conhecimento desse contedo.Analisar as articulaes entre os aspectos especficos das Lutas em geral com a
Pedagogia, levando-se em considerao os princpios norteadores da teoria pedaggica
em construo.
METODOLOGIA
A pesquisa foi planejada para ser desenvolvida em duas etapas. A primeira,
investigou as experincias desenvolvidas nas escolas selecionadas e nos projetos
realizados na comunidade e no Projeto de Extenso de Lutas da FEF/UFG.
Nesta fase foram adotados alguns procedimentos investigativos tpicos das
pesquisas de orientao naturalista (observao, entrevistas, registros de campo, etc.).
Um dos principais procedimentos metodolgicos que foram adotados nesta fase
foi a observao participante, atravs da qual, procuramos interagir e compartilhar com o
cotidiano dos sujeitos, observando e registrando suas aes e insinuaes. Durante esta
fase, foram observadas, em princpio, aulas prticas e tericas, reunies de professores,
intercmbios, comemoraes, competies, exibies, festivais, cerimnias de graduaoe confraternizaes.
Outro procedimento que foi adotado nesta investigao foi a entrevista do tipo
semi-estruturada, por parecer mais adequada e atender as especificidades desta
investigao! Primeiramente, foram entrevistados os responsveis pelos projetos de lutas
nas escolas selecionadas.
A etapa seguinte foi a catalogao dos documentos disponveis j existentes
sobre as experincias desenvolvidas. Este levantamento extrapolou a dimenso dos
documentos escritos e buscou-se informaes em fitas de vdeo e fotos.
Para a formulao das unidades de anlise, suposies foram geradas e
testadas de modo que os dados pudessem ser confirmados e categorizados a partir de
suas evidncias, tanto no que diz respeito freqncia quanto nfase com que os
mesmos sero evidenciados.
RESULTADOS / DISCUSSO
Quando idealizamos este projeto, tnhamos como problemtica principal oprocesso de organizao do trabalho pedaggico e o trato com o conhecimento das lutas
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na Educao Fsica escolar. Alm de permitir um avano em direo a explicao e
conceituao do fenmeno Lutas na Educao Fsica escolar e, com isso, alimentar o
debate acadmico, a partir da identificao de contradies e do exerccio de superaes,
esta pesquisa pretende implementar uma crtica sobre o trato com o conhecimento das
Lutas na Educao Fsica Escolar com a finalidade de orientar na resoluo de seus
principais problemas concretos.
Os conhecimentos produzidos nesse processo investigativo foram forjados a
partir de estratgias que buscaro uma compreenso de como as experincias so
produzidas, legitimadas e organizadas pelos sujeitos individuais e coletivos. A inteno foi
de no ficar apenas na denncia de como a realidade do fenmeno investigado , mas
preocupado tambm em anunciar como ela deveria ser.
Neste primeiro momento de nossa pesquisa, o grupo de bolsista em conjunto
com o orientador, criou um grupo de estudos formado por acadmicos de vrias reas,
bem como praticantes de vrias lutas, cujo objetivo de encontros semanais, alm de
auxiliar no desenvolvimento da pesquisa foi de explicitar elementos tericos-
metodolgicos estratgicos que possam efetivamente contribuir para orientar a prtica
pedaggica e possibilitar efetiva e consistente interveno no processo de formao
humana a partir do trato com o conhecimento das lutas na educao Fsica Escolar!
J em um segundo momento, foi efetuado um grande levantamento, com
auxilio da Subsecretaria Metropolitana de Educao, e talvez um dos primeiros em nossacapital, a fim de buscar informaes acerca da realidade das lutas nas instalaes
educacionais de Goinia, tanto na grade curricular ou como extracurricular.
Foi constatado que dentre as mais de 1050 (mil e cinquenta) instituies de ensino
municipais, estaduais, conveniadas e particulares cadastradas no Conselho Municipal de
Educao, apenas 51 destas escolas possuem atividades de lutas em suas instalaes!
Na sequencia foi iniciado os procedimentos de observao participante, um dos
principais procedimentos metodolgicos que utilizamos, conforme cronograma! No Projeto
de Extenso do Centro de Praticas Corporais (Projeto de Lutas Jud, Defesa Pessoal,
Karat, Jiu-Jitsu, Capoeira, Taekwondo e Muay Thai) e na disciplina Fundamentos Scio-
Culturais das Lutas na Educao Fsica, da Faculdade de educao Fsica da
Universidade Federal de Gois (+/- 200 jovens e adultos), verificamos que o grupo
acadmico, com auxilio de seu educador, busca o conhecimento terico-prtico dos
fundamentos tcnicos e regras bsicas das lutas, razes histricas e suas diferentes
manifestaes culturais e esportivas, com nfase s lutas mais expressivas na cultura
brasileira, objetivando o reconhecimento de suas caractersticas e o processo de ensino-aprendizagem no contexto escolar. J no Projeto Mais Educao, do Governo Federal
desenvolvido na Escola Municipal Silene de Andrade com as modalidades de Jud e
Taekwondo (+/- 160 crianas e adolescentes), no Setor Aruan, por se tratar de um
projeto, ele colocado com contedo extracurricular onde os alunos no so obrigados a
participar! Por fim, no Projeto Social de Jud Mau, da Associao dos Moradores da
Vila Mau o trabalho feita de forma voluntria (+/- 100 crianas e adolescentes), mas
com muita responsabilidade e com ajuda de pequenos empresrios! Todos devem estar
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devidamente matriculados em uma escola e com freqncia em dias, conforme
declarao e acompanhamento pedaggico das escolas parceiras!
CONCLUSES:
Nossa pesquisa parte do princpio de que o trato com o conhecimento das Lutas
deve se materializar de forma coletiva, ampliada, interdisciplinar, enfocando problemticas
significativas que envolvam processos de interao social na busca de solues que
atendam no somente a necessidades e interesses especficos, mas que possam
contribuir para solues de problemas mais gerais que permeiam todo e qualquer
processo de interao humana.
Assim, alm da busca pela qualidade de vida e sade, a procura por sistemas de
defesa que ofeream a sensao de segurana e autocontrole tornou-se mais freqente
nos dias atuais, devido ao crescimento da violncia e da criminalidade urbana. A prtica
das chamadas artes marciais deixou de ser vista como uma necessidade inerente apenas
aos profissionais dos segmentos da rea da segurana, para tornar-se uma atividade
bastante pedaggica e popular entre mulheres, crianas, jovens, adultos e idosos.
Porm, em nossas concluses constatamos que diversos so os motivos
que os professores de educao fsica costumam apresentar para a no insero do tema
lutas em suas aulas, entre eles, a associao com a violncia, a falta de materiais, roupas
e espaos adequados. Entretanto, acreditamos que a maior dificuldade est nainsegurana em relao ao tratamento deste tema, por achar que para desenvolv-lo em
suas aulas necessrio ser ou ter sido um praticante de alguma luta ou arte marcial.
Aqui procuramos desmistificar isto, argumentando que todo professor pode tratar este
contedo na escola, mediante pesquisas e outros recursos.
Por isso, entre outros motivos, defendemos o tema lutas como um importante
contedo a ser tratado nas aulas de Educao Fsica, e que seja abordado na perspectiva
da cultura corporal, abrangendo as suas dimenses conceitual, procedimental e atitudinal,e no apenas com um carter recreacionista ou tecnicista. Ou seja, pretendemos que o
tema lutas, assim como as demais manifestaes da cultura corporal de movimento,
sejam desenvolvidas nas aulas de Educao Fsica, de forma que contribuam
adequadamente aos propsitos das instituies escolares que pretendem a formao
para o exerccio da cidadania.
A Educao Fsica pode problematizar as diferentes demandas sociais que
levaram os seres humanos a organizar suas possibilidades corporais, dentre elas, as
lutas, procurando explorar as dimenses polticas, econmicas, culturais, psicolgicas,
histricas, ecolgicas, filosficas, tcnicas e pedaggicas das mesmas.
Ao propormos que o tema lutas seja desenvolvido nas aulas de Educao
Fsica, no pretendemos formar judocas, caratecas etc., e sim, oferecer subsdios para
que todos os alunos, independentemente de suas caractersticas fsicas, tnicas,
econmicas ou de gnero, conheam os diversos aspectos relacionados a esta prtica
como, por exemplo, as suas origens e significados em nossa e outras culturas, algumas
das diversas formas possveis de pratic-las, suas tcnicas, regras etc. Alm disso, este
tema propicia um rico momento para o desenvolvimento de valores e atitudes.
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Precisamos ter o cuidado para no ministrarmos na escola as mesmas aulas
de lutas que costumam ser oferecidas pelos professores nas atividades extracurriculares,
nas academias ou nos clubes, com o propsito de aperfeioamento das tcnicas. O
propsito no deve ser o de especializar os alunos em uma determinada luta, mas sim,
ampliar os seus conhecimentos, reflexes e repertrio motor, contribuindo para a
formao do cidado que ir usufruir, produzir, reproduzir e transformar as manifestaes
da cultura corporal de movimento. Devemos possibilitar ao aluno conhecimentos sobre
conceitos e procedimentos sobre as lutas em geral e de algumas formas especficas, para
que possa fazer opes mais conscientes sobre as suas prticas corporais, alm do
desenvolvimento de atitudes para a formao de valores desejveis e para a cidadania.
Entendemos que a apropriao destes conceitos, procedimentos e atitudes,
deva ocorrer de forma integrada. Lembramos que vivenciar (realizar atividades prticas)
uma importante forma para a apropriao do conhecimento, tornando as aprendizagens
mais significativas.
Apenas para complementar e finalizar nossa apresentao, gostaria de afirmar
que a nossa segunda etapa da pesquisa ser realizada atravs do recurso metodolgico
da Pesquisa-ao (BARBIER, 1985; THIOLLENT, 2000) que se materializar na disciplina
Fundamentos Scio-Culturais das Lutas na Educao Fsica que compe o currculo do
Curso de Licenciatura em Educao Fsica da UFG, onde sero apresentados, discutidos,
analisados e problematizados os contedos e a organizao do trabalho pedaggico dos
projetos investigados preliminarmente, com vistas a uma reflexo em torno da equao de
problemas prticos e produo do conhecimento relacionado com a organizao do
trabalho pedaggico e o trato com o conhecimento da Lutas na Educao Fsica Escolar.
Sero convidados especialistas para dar contribuies em relao s temticas sugeridas
pelos pesquisadores. Ao final da disciplina, ser realizado um seminrio com a
apresentao, discusso e sistematizao dos temas e das experincias desenvolvidas.
O conjunto de dados coletados a partir destes recursos ser sistematizado,
categorizado e submetido anlise por parte dos componentes do grupo de pesquisa.
Finalmente ser realizado um encontro para que todos possam cientificar da viso de
conjunto da pesquisa, nem sempre clara no processo de realizao da mesma. Por ltimo,
ser elaborada uma sistemtica de divulgao dos resultados da pesquisa como um todo
em congressos e outros eventos.
REFERNCIAS
BARBIER, R. Pesquisa-ao na instituio educativa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.
BETTI, M. Corpo, cultura, mdias e educao fsica: novas relaes no mundo
contemporneo. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N 79Dez. 2004.
FREITAS, L. C. Crtica da organizao do trabalho pedaggico e da didtica. 3. ed.
Campinas. SP: Papirus, 2000.
LINCOLN, Y. S.; GUBA, E. G. Naturalistic Inquiry. Londres: Sage Publications, 1985.
SPRADLEY, J. P. Participant observation. Hold: Rinehart and Winston, 1980.
THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ao.9. ed. So Paulo: Cortez, 2000.
FONTE DE FINANCIAMENTO: PROLICEN/UFG