Psicologia Infantil

Post on 23-Jun-2015

777 views 0 download

Transcript of Psicologia Infantil

Psicologia InfantilPsicologia Infantil

Professora: Esp. Lisiane Thompson FloresCurso: Psicologia

FAMETRO

Compreendendo o Desenvolvimento Humano

Desenvolvimento Humano:• Processo longo e gradual de

mudanças;• Cada pessoa,a sua maneira e no seu

tempo, dá sentido à sua vida;• Presente, passado e futuro são

demarcações individuais da existência: somos capazes de descrever nossa vida cotidiana, relembrar nossa infância e enumerar nossos planos para o futuro;

• Tempo tem um fluxo constante, mas sua organização e ritmo são criados por nossos pensamentos e atividades;

• A vida e os valores de uma pessoa só podem ser compreendidos se considerarmos o contexto histórico de sua existência. Ex: homem da década de 40 e um homem da década de 90

• Além da dimensão individual, o tempo também tem uma dimensão social. Cada sociedade divide a existência em períodos (infância, adolescência e idade adulta) e cria um sistema de comportamento apropriado para cada um;

• Os padrões normativos de cada sociedade são seguidos pela maioria de seus membros e regulam os comportamentos de cada idade, se tornando sistemas de controle de normalidade;

• Mudanças que ocorrem no decorrer da existência são caracterizadas por mudanças psicológicas que geralmente acompanham mudanças biológicas, mas não são os únicos agentes responsáveis pelas transformações ocorridas, os outros fatores são as relações sociais e a própria pessoa, que estrutuarará seus próprios padrões de comportamento, dependendo do estágio em que se encontra, do ambiente onde vive, do grupo a que

pertence, de suas experiências, fantasias, aspirações,

motivações;

Campo de Estudo da Psicologia do

Desenvolvimento

• Estuda as transformações psicológicas que ocorrem no indivíduo durante toda a sua vida. Essas transformações acontecem em todas as áreas: cognitiva, social, afetiva e comportamental.

Alguns Conceitos de Desenvolvimento

• Mudanças de forma e comportamento de cada ser vivo, ora como formação do organismo, desde o embrião até o indivíduo adulto (ontogênese) ora, como evolução das espécies (filogênese) (DORSCH, 2001)

• Desenvolvimento implica em mudanças que ocorrem nos seres humanos (ou animais) entre a concepção e a morte.

• Desenvolver é mudar. As mudanças desenvolvimentais são ordenadas, se mantém por um período razoavelmente longo, são sempre para melhor e resultam em comportamentos adaptativos, organizados, eficazes e complexos

• Desenvolvimento físico mudanças na estrutura e no funcionamento do corpo ao longo do

tempo;

• Desenvolvimento pessoal mudanças na • personalidade à medida em que o indivíduo cresce;

• Desenvolvimento social mudanças no modo que os relacionamentos acontecem durante toda a vida;

• Desenvolvimento cognitivo mudanças graduais e ordenadas por meio das quais os processos mentais se tornam mais complexos e sofisticados

• Desenvolvimento sexual troca de zonas erógenas

• Maturação: mudanças geneticamente programadas que acontecem

naturalmente ao longo do tempo

Objetivos da Psicologia do Desenvolvimento

• Descrever, explicar e prever o comportamento humano nas diferentes idades, em relação aos aspectos cognitivos (linguagem e raciocínio), físico (habilidades motoras), afetivo (emoções, temperamento, caráter, personalidade, motivação) e psicossocial (relacionamento das diferentes idades).

• Assim a Psicologia do Desenvolvimento procura compreender mudanças universais, explicando as diferenças individuais, entendendo a influência do contexto, durante toda a vida humana.

Três grandes objetivos:1. Consiste na descrição da gênese das

condutas psicomotoras, afetivas, cognitivas e sociais e do processo de mudança, dessas condutas, ao longo da vida;

2. Descoberta dos fatores, mecanismos e processos, responsáveis pelo aparecimento das condutas e das mudanças;

3. Estabelecimento de períodos críticos no processo de desenvolvimento que possibilitam a previsão de condutas para o período posterior,

Métodos científicos utilizados:

• Observação do comportamento e da atividade mental em condições naturais e experimentais;

• Método de Observação;• Método de Experimentação;• Método Longitudinal: investigação através

do qual os sujeitos estudados são observados ou testados repetidamente durante um período de meses ou anos;

• Método Transversal: são realizados estudos no qual diversos grupos de indivíduos de diferentes idades são estudados ao mesmo tempo

• Psicologia do desenvolvimento estuda como e porque o organismo humano cresce e se modifica ao longo da vida;

• Posição tradicional: enfatiza exclusivamente a preponderância do fator físico do desenvolvimento

• Posição mais atual que ressalta o ser humano holístico, considerando que a ocorrência do desenvolvimento humano acontece da concepção até a morte.

• Ser holístico: homem por inteiro, com seus pensamentos, ações, emoções, atuação social, relacionamentos, fantasias, motivações , experiências.

Importância do estudo da psicologia do

desenvolvimento

• Necessidade de se conhecerem os processos e as mudanças do comportamento apresentadas pelos indivíduos, ao longo de sua existência, visando sua compreensão, para prever suas novas características e condutas oportunizando, assim a atenuação de conflitos e a redução das frustrações, inerentes a cada etapa, possibilitando a existência de um ser mais feliz completo e realizado.

Aspectos Históricos do Desenvolvimento

• Surgiram interesse a partir das colocações da teoria evolucionista de Darwin (1809/1882)

• Até esta época predomina o conceito da criança como um homúnculo, ou seja, um homem em miniatura - acreditava que os sentimentos, o raciocínio e as ações infantis eram semelhantes ao dos adultos com que conviviam.

• Esta idéia influenciava o tratamento dispensado às crianças – recebiam tratamento especial até +ou- 7 anos de idade.

• Depois desta idade eles passavam a integrar a sociedade dos adultos, desenvolvendo as mesmas atividades que estes.

• Classes menos favorecidas iniciavam-se nas labutas diárias desde muito cedo.Lavravam a terra, cuidavam dos animais....Não lhes era dispensado nenhum cuidado ou atenção especial, ao contrário eram, alvo de todo tipo de atrocidades e cobranças por parte dos adultos.

• Ensino era privilégio unicamente das crianças de famílias mais abastadas.

• Mesmo nestas classes era muito pequena a distinção entre a infância e a idade adulta.

• Escolarização iniciava aos quatro/cinco anos de idade e era árdua e dificil, pois a preocupação residia principalmente no desenvolvimento das faculdades mentais de atenção, memória e na aquisição de habilidades artísticas como canto e música.

• Método utilizado = repetição em voz alta das informações recebidas do mestre.

• Dificuldades apresentadas não eram consideradas nem questionadas, pois as diferenças individuais não eram relevantes.

• Século XVII, conceito de infância começa a mudar. Adultos passam a ter cuidados especiais com suas crianças.

• Com estas mudanças pretende-se mudar respeitar a formação de caráter e da moral infantil.

• Surgiram primeiros pensadores = mente infantil é diferente da mente adulta.

• Estas mudanças eram exclusivas das classes mais abastadas, aristocratas e burgueses.

• Até século XIX as classes sociais menos favorecidas mantinham atitudes e comportamentos antigos com relação às suas crianças.

• Crianças = começam a trabalhar a partir dos oito anos de idade nas mesmas funções que os adultos.

• Adultos = maltratavam-nas quando não cumprissem o que lhes era importo e exigiam que apresentassem condutas e comportamentos idênticos aos adultos.

• Nesta época era comum arranjar casamento para as crianças, já no início da puberdade visando acordos de interesse comercial ou político.

• Filósofo francês Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) é considerado o “descobridor da criança” por ter sido o verdadeiro iniciador dos estudos sobre o desenvolvimento infantil.

• Em 1712 publicou livro Emilio, um romance onde descreve a infância e o desenvolvimento de uma criança imaginária criada por um preceptor em contato com a natureza.

• Rousseau tenta uma descrição dos estágios pelos quais, a criança vai passando do nascimento à puberdade e faz uma tentativa de entendimento de como acontece o desenvolvimento de uma criança.

• Em 1770, o professor suíço Johan Heinrich Pestalozzi escreve um diário sobre o desenvolvimento de seu filho, mas somente em 1787, na Alemanha, Dietrich Tiedemann publica a primeira observação sistemática do desenvolvimento de uma criança. Estas observações consistiam no registro do comportamento de seu filho, do nascimento até os três anos de idade.

• O registro de observações de crianças mais conhecido foi o realizado por Guilherme T. Preyer, publicado em 1881 com o título “A alma da criança”.

Perspectivas Teóricas• A Psicologia do Desenvolvimento

estruturou-se enquanto campo do conhecimento científico através da contribuição de três principais teóricos:

• Charles Darwin (1872) contribuiu com a sua teoria evolutiva

• Sigmund Freud (1981) foi o primeiro teórico a estabelecer uma relação entre o desenvolvimento e a formação da personalidade. Sua teoria da evolução da libido representou um marco da psicologia do desenvolvimento.

• Stanley Hall (1904-1922)

PERSPECTIVAS PSICANALÍTICAS: Enfatizam o inconsciente e os

conflitos no início da vida. A – Teoria Psicossexual de FREUD: forças

motivacionais inconscientes motivam o comportamento humano e que as perturbações emocionais que o indivíduo venha a apresentar durante toda a sua vida se devem a conflitos no início de sua vida: do nascimento até a puberdade.

Personalidade é formada pelas estruturas psíquicas: ID (instintos), EGO (consciência do EU), SUPEREGO (código moral) e se desenvolve pelas fases oral, anal, fálica,

período de latência e fase genital.

B – Teoria Psicossocial de Erikson: enfatiza que os estágios psicossociais por toda a vida influenciam o desenvolvimento do ego.

Cada etapa do desenvolvimento implica em uma crise psicossocial, sendo resolvida conforme a maturação do indivíduo com aspectos positivos ou negativos balanceados.

C – Teoria relacional de MILLER: defende que a personalidade se desenvolve no contexto dos relacionamentos emocionais cuja ênfase está

na interação de fatores inatos da experiência.Conceito de personalidade de Miller: se inicia na

interação dinâmica com o outro. Para esta teoria o bebê não se identifica com a

primeira pessoa que lhe cuida, em função do que a pessoa é, mas em função do que a pessoa faz. O bebê responde às emoções das outras pessoas, sente-se confortável quando os outros se sentem confortáveis e atua para construir relacionamentos mais íntimos.

Durante a primeira e segunda infância, em vez de lutarem por autonomia e individuação, tanto meninos como meninas continuam a das mais importância às ligações íntimas. A cisão entre o desenvolvimento feminino e masculino ocorrerá somente durante os anos escolares.

PERSPECTIVAS DA APRENDIZAGEM: enfatiza a importância do ambiente e o

comportamento observável. O desenvolvimento é contínuo.

A – Behaviorismo: Interesse reside no comportamento observável e não no inconsciente.

O desenvolvimento resulta da aprendizagem com base na experiência e na adaptação ao ambiente. O ambiente modela o comportamento da criança, portanto a ênfase dessa teoria reside na importância da experiência.

No Behaviorismo clássico há o condicionamento clássico de Pavlov (1849/1936) e o condicionamento operante teorizado por Skinner e Watson.

Segundo Skinner (1988), o behaviorismo é a filosofia do comportamento que mediante a análise experimental do comportamento sugere que o ambiente desempenha as funções anteriormente atribuídas aos sentimentos e estados internos do organismo.

B – Sociocognitivismo ou aprendizagem social: reconhece a importância da cognição. A criança atua sobre o ambiente e aprende por imitação de um modelo por meio da observação. Aprender a língua, a lidar com a agressão, a desenvolver senso moral e os comportamentos adequados para o seu sexo.

As crianças aprendem no contexto social observando e imitando modelos: a pessoa é um contribuinte ativo na aprendizagem.`Para Bandura (1992) a experiência pode ser modificada por fatores inatos.

PERSPECTIVAS COGNITIVAS: as pessoas são ativas e por sua ação

conhecem o mundoA – Teoria cognitiva: O teórico dessa

corrente é Jean Piaget (1896-1980) psicólogo e epistemólogo suíço, descreve como as pessoas desenvolvem o conhecimento, como pensam.

Piaget propõe estágios diferentes do desenvolvimento. Em cada estágio a pessoa pensa diferente. Cada estágio também é alicerce para o próximo estágio.

Os três princípios da teoria cognitiva de Piaget:

1. Organização cognitiva: tendência para os sistemas de conhecimento cada vez mais complexos no desenvolvimento dos estágios cognitivos usando esquemas que são padrões organizados de comportamento.

2. Adaptação: dois momentos: assimilação e acomodação. A assimilação é a incorporação da nova informação as já existentes e a acomodação é a estrutura cognitiva que se modifica pela assimilação.

3. Equilibração: resultado do funcionamento do complexo cognitivo em cada estágio.

• A psicologia genética de Piaget (1995) surgiu para explicar o problema epistemológico da origem, da possibilidade, dos limites e da validade do conhecimento.

• Para Piaget as mudanças são qualitativas no pensamento: entre a primeira infância e a adolescência. A pessoa é um iniciador ativo do desenvolvimento. Há interação de fatores inatos e da experiência.

A psicologia genética de Piaget promove uma descrição do desenvolvimento

cognitivo humano que se apóia em três grandes eixos ou princípios.

1. A inteligência humana representa uma determinada forma de adaptação biológica. Por meio da inteligência, o organismo humano alcança um equilíbrio nas suas relações com o meio;

2. O conhecimento manifesta-se como fruto de um autêntico processo de construção. Para Piaget as pessoas não nascem providas das noções e categorias de pensamento, mas que são elaboradas no decorrer do desenvolvimento. Assim sendo a herança traz os reflexos iniciais do bebê e determinadas variantes funcionais, responsáveis pela direcionalidade e organização do processo, o que construiria a base a partir da qual a construção cognitiva inicia.

3. O conhecimento é elaborado e nasce nos intercâmbios entre o sujeito e o objeto. Logo, o conhecimento nunca é uma cópia da realidade, nem tampouco algo que se possa originar completamente à margem das características dos objetos, mas surge por força da interação entre o sujeito e objeto. Conhecer significa sempre em atuar sobre a realidade de maneira ativa e transformadora, física ou mentalmente.

• Unidade básica de organização é o esquema.

• O esquema de uma ação define-se como o conjunto estruturado das características generalizáveis dessa ação.

• Piaget indica o processo de desenvolvimento cognitivo que se define como uma sucessão de estágios qualitativamente diferentes e que se vinculam na aparição das diferentes estruturas.

• As formas de equilíbrio do indivíduo formam as estruturas variáveis que são quatro:

• 1. estágio sensório-motor; • 2.estágio pré-operatório;• 3. estágio operatório concreto;• 4. estágio operatório formal.

B- Teorias neopiagetianas ou de processamento da informação: analisam os processos fundamentais subjacentes ao comportamento: percepção, atenção, memória, resolução dos problemas.

Estuda como as pessoas adquirem, transformam e usam a informação por meio da manipulação de símbolos ou imagens mentais.

Os seres humanos são processadores de símbolos. Há interação entre os fatores inatos e da experiência.

C – Teoria da Metacognição: aponta o conhecimento e o monitoramento sobre os próprios processos mentais.

O principal representante é o psicólogo americano Howard Gardner (2005) com sua teoria das Inteligências Múltiplas.

Nesta teoria, Gardner tentou ampliar o alcance do potencial humano além dos confins do escore de QI.

Ele questionou seriamente a validade de se determinar a inteligência de um indivíduo tirando-se este indivíduo de seu meio ambiente natural e pedindo-lhe para fazer tarefas isoladas que jamais havia feito antes – e jamais escolheria para fazer novamente.

Gardner sugere que a inteligência tem mais a ver com a capacidade de 1) resolver problemas e 2) criar produtos em ambientes com contextos ricos e naturais.

Gardner ofereceu um meio de mapear a ampla gama de capacidades dos seres humanos, ao agrupar essas capacidades em oito categorias, ou, “inteligências abrangentes.

PERSPECTIVAS CONTEXTUAIS: Contexto vai além do espaço, refere as condições de

vida (físicas, sociais, emocionais) em diferentes culturas, países, ideologias,

religiões, credos, momentos sócio-históricos

• Estudos sobre práticas de criação entre pais de diferentes níveis sócio-econômicos encontraram os seguintes resultados:

• Pais com funções mais simples enfatizaram valores mais voltados para a conformidade e a obediência

• Pais que ocupam funções mais executivas enfatizaram mais valores ligados á autonomia e à iniciativa (pensar por sí próprio e de maneira lógica).

• Abordagens do desenvolvimento como o co-construtivismo e a ecológica tem enfatizado as mútuas influências entre o indivíduo e o contexto, inclusive o sistema cultural no qual o desenvolvimento se dá.

• No co-construtivismo o foco de atenção são os processos bidirecionais entre sujeito e ambiente. Considera-se o desenvolvimento como determinado pela relação entre o organismo e o ambiente circundante, com destaque para a cultura, com seus valores e crenças. Assim as práticas de cuidado e de educação de filhos estão diretamente relacionados com as crenças e valores construídos por uma cultura que é também produto de história dos indivíduos.

• Na teoria bioecológica de Brofrenbrenner (1990) há uma ênfase na relação de reciprocidade, de tal forma que mãe e filho se influenciam, assim como são influenciados por outras pessoas, não necessariamente presentes no ambiente físico imediato.

A- Teoria Bioecológica: de acordo com Brofenbrenner (1996) as interconexôes entre os diversos níveis ou subsistemas que compõem o ambiente ecológico são importantes forças que afetam o crescimento psicológico.

Nessa concepção, o macrossistema (que inclui os conjuntos de crenças ou ideologias) influencia no cuidado à criança podendo resultar em diferenças desenvolvimentais. Assim, a responsabilidade pode depender de numerosos fatores do ambiente, incluindo as concepções dos indivíduos sobre a maternidade, filhos e sistemas de criação, dependentes em última análise, das idéias e práticas culturais compartilhadas por um grupo social.

B – Teoria sociocultural de Vygotski (1896-1934) compõe a perspectiva contextual, pois propõe uma perspectiva histórico-cultural, enfatizando a interação dialética do homem e o seu meio sócio-cultural.

“Ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo” (Vygotski, 1991, p.89).

• Para este autor o contexto sociocultural de uma criança tem impacto importante no seu desenvolvimento.

• A ênfase do desenvolvimento reside na experiência.

• Ele enfatiza também a origem cultural das funções psíquicas: a linguagem é um signo mediador por excelência (pensamento e linguagem), enfatizando que a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida do indivíduo, o que chama de zona de desenvolvimento proximal ZDP.

• “A Zona de Desenvolvimento Proximal da criança é a distância entre seu desenvolvimento real, que se acostumam determinar através da solução independente de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes”. (VYGOTSKI, 1998, 9.96).

• A teoria de Vygotski também propõe a valorização da interação e a necessidade de desafiar a criança, ressaltando, porém, que sempre há um limite.

PERSPECTIVA ETOLÓGICA:

• Para a etologia humana grande parte dos comportamentos do homem é proveniente da carga genética da espécie e aprendizagem ocorre somente em cima da estrutura já existente ou, ainda, depende dele.

• Existe um padrão fixo de desenvolvimento que é universal e natural para todos, independentemente das condições sociais e culturais.

A – Teoria do apego de Bowlby e Ainsworth:• Para estes teóricos os seres humanos tem

mecanismos adaptativos para sobreviver, defendem a ênfase nos períodos críticos e sensíveis, reforçando a base biológica e evolutiva de comportamento e a predisposição para a aprendizagem são importantes.

• Há interação de fatores inatos e da experiência.

• Bowlby dá importância do laço mãe-bebê e advertia contra a separação destes sem um

bom cuidado substituto.

MODELOS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

• Os modelos teóricos são representações fundamentadas em determinados princípios gerais científicos e filosóficos.

• Os fatores biológicos e sociais influenciam o curso das transformações psicológicas que ocorrem no processo evolutivo do homem.

• As teorias psicológicas do desenvolvimento humano procuram explicar este processo a partir de diferentes concepções filosóficas de homem e de mundo, que representam visões científicas diferentes. Uma teoria científicas constitui-se em um modo de pensar de maneira organizada e sistemática.

• Algumas teorias enfatizam os aspectos inatos (hereditariedade) outras, os aspectos ambientais (experiência, social/cultural) procurando explicar o desenvolvimento humano a partir de diferentes concepções filosóficas de homem e de mundo, que representam visões cientificas diferentes.

• As teorias atuais defendem, entretanto, a interação ambiente X aspectos inatos, apontando a inter-relação existente no processo desenvolvimentista humano de todos os aspectos presentes em sua vida.

• Algumas teorias consideram estágios/etapas, ou fases separadas, outras enfatizam o processo contínuo dee desenvolvimento.

• É possível se agruparem as teorias do desenvolvimento em dois grandes grupos: as teorias que se fundamentam num modelo naturalista e as teorias que se fundamentam num modelo histórico.

MODELO NATURALISTA• Defende que o homem é um produto da

evolução natural da espécie, sendo o resultado de um processo de adaptação ao meio ambiente.

• Base da teoria é o processo de seleção natural, formulado pelo naturalista Charles Darwin que preconiza que existe uma linha de evolução direta que vai do animal inferior até o superior, incluindo o homem.

• O modelo naturalista do desenvolvimento humano não considera a especificidade das formas de organização e evolução, nos seus aspectos sociais e culturais.

• Ele se estrutura na corrente filosófica empirista e racionalista.

• O empirismo atribui à origem do conhecimento humano a aquisição progressiva que ocorre por meio da experiência sensorial.

• Já o racionalismo considera que o conhecimento humano é um atributo das estruturas mentais pré-existentes.

• O modelo naturalista não apresenta uma teoria unificada do desenvolvimento humano.

• Deste modo temos as teorias inata, ambientalista e interacionista.

A Anatomia do Desenvolvimento

DESENVOLVIMENTO BIOLÓGICO

• Concepção marca o início do período pré-natal e consequentemente do desenvolvimento humano, portanto a organização do comportamento inicia-se muito antes do nascimento.

• Espermatozóide após percorrer um longo caminho, pela vagina até atingir a trompa de Falópio, penetra no óvulo da mulher.

• Informações contidas nos espermatozóides mais as informações transmitidas pela

mãe constituirão as futuras características biológicas do bebê.

• Desenvolvimento no período pré-natal compreende três etapas: zigoto, embrião e feto.

• Após a concepção, logo nos primeiros dias, a célula inicial se divide, num processo chamado mitose e se locomove da trompa de Falópio até se implantar no útero, ocorrendo na primeira semana após a fecundação, quando a diferenciação das células vai formando a placenta, o cordão umbilical e a cavidade amniótica.

• Na concepção, pai e mãe, cada um contribui com seus 23 cromossomos para a formação do ovo ou zigoto. Informações sobre sexo, crescimento, cor dos olhos, tipo de cabelo são transmitidas através destes cromossomos ao feto.

• A próxima etapa do embrião, vai da 2º à 8º semana após fecundação, quando ocorre a formação dos órgãos e sistemas. Neste período, chamado embrionário, ocorrem as primeiras contrações autônomas do organismo e, depois, no período fetal, ocorrem os primeiros movimentos ativos.

• Um refinamento dos órgãos e sistemas já constituídos ocorre a partir do 3º mês de gravidez até o momento do nascimento.

• Este período é muito importante para o desenvolvimento do sistema nervoso, responsável pelo substrato biológico da atividade psíquica, uma vez que, o desenvolvimento neuropsíquico do feto, está intimamente associado ao crescimento e diferenciação progressivos do sistema nervoso central, especificamente do córtex e, há um equilíbrio gradual e constante entre as funções do organismo e as condições ambientais.

• É no período pré-natal que anomalias genéticas como a fenilcetonúria e a Síndrome de Down e algumas doenças contraídas pela mãe como sífilis e rubéola podem prejudicar o feto, provocando lesões físicas e mentais irreparáveis.

• O uso de drogas pela mãe também pode provocar consequências no crescimento durante este período, fazendo com que nasçam bebês prematuros e/ou com peso abaixo da média.

• O teste do pezinho realizado nos primeiros dias de vida do bebê diagnostica precocemente algumas destas doenças.

• Outra questão importante é a que se refere à dieta materna durante a gestação, pois se sabe que a subnutrição materna é prejudicial ao desenvolvimento do feto, provocando alterações no peso e na estatura do bebê.

• Estudos também tem referido que podem haver prejuízos irreparáveis ao desenvolvimento e à aprendizagem da criança.

• As principais características maternas que afetam o desenvolvimento do feto no período pré-natal são:

1. A idade materna (acima de 35 anos ou abaixo dos 15 anos);

2. Número elevado de gestações (esgotamento biológico);

3. Estado emocional (estresse ou ansiedade);

• A interação organismo-meio ambiente é conseguido pelo equilíbrio contínuo entre o sistema nervoso e o mundo exterior, através de respostas definidas.

• Este processo é predominantemente desempenhado pelo sistema nervoso, na forma de reflexos.

• Considerando a imaturidade do sistema nervoso da criança, são grandes as exigências de ajuste deste sistema no recém nascido que possui características morfológicas específicas que os torna menos maduros e diferenciados, quando comparado aos órgãos e sistemas

• Tais características são a base do desenvolvimento físico e mental do recém

nascido e de suas reações ao mundo exterior e aos seus agravos.

• Somente ao final do primeiro ano de vida é que a estrutura do cérebro da criança se aproxima daquela do adulto.

• Com o amadurecimento do córtex cerebral, os movimentos da criança vão se tornando mais livres e cheios de propósitos.

• A reserva básica do sistema nervoso são os múltiplos reflexos. Contudo a atividade reflexiva é estabelecida gradualmente na criança.

• O recém nascido é quase impermeável à estimulação ambiental, pois o efeito desses estímulos no seu córtex imaturo é excessivo, induzindo a um estado de inibição, isto é, o sono.

• Entretanto, embora o córtex seja funcionalmente deficiente e morfologicamente imaturo ao nascimento, o recém nascido possui inúmeros reflexos natos alimentares (sucção, deglutição) e protetores (piscar os olhos com uma luz forte).

• Estes reflexos são realmente reflexos de condução, sendo preservados

mesmo com a remoção do córtex.

• Somente entre o fim do primeiro, ao segundo mês de vida é que aparecem os reflexos condicionados que provarão o início da atividade funcional do córtex que se desenvolve paralelamente à maturação da sua estrutura.

• O efeito dos sinais do mundo exterior na formação dos reflexos condicionados na criança está ligado ao ambiente que a cerca, aos cuidados a ela destinados e ao seu potencial.

• Os recém formados reflexos condicionados ainda não são estáveis na criança devido à insuficiente diferenciação de suas células ganglionares.

• Qualquer estímulo recorrente e intenso é causa de perda temporária do novo reflexo adquirido. Essa condição é manifesta ou por agitação ou por inibição, causando sonolência,

• O desenvolvimento da atividade nervosa central da criança é regulado, em grande parte, pela influência do ambiente.

• Exemplo: o sono do recém nascido alterna-se com reações periódicas do meio que o cerca:

Início do 2º mês o bebê sorri e olha objetos brilhantes;

3º mês aparecem os movimentos voluntários dos braços e pernas;

Em torno do 5º mês a criança é capaz de segurar objetos;

Após 6º meses a criança começa a ter interesse pelos arredores, mostra emoções (medo, prazer) e reconhece rostos familiares.

Isso marca o aparecimento da atividade analítica do córtex cerebral.

• Em torno de 1 ano a criança não só percebe impressões vindas de fora, mas também, seu córtex começa a analisar e sintetizar.

• Como resultado da atividade dos receptores e dos grupos de células nervosas correspondente, ocorre uma formação gradual da atividade nervosa central da criança que mostrará gostos definidos pela comida, brinquedos, etc.

• O desenvolvimento da fala, função específica do cérebro humano, inicia-se por volta do 8º mês.

• A estimulação produz não apenas emoções de medo e prazer, mas também induz a imitação de sons que atraíram a atenção da criança.

• Logo o bebê começa a pronunciar suas primeiras sílabas, ao término do primeiro ano, pronuncia palavras de duas sílabas, e no segundo ano começa a falar.

• O comportamento da criança mostra a aquisição de comportamentos conscientes, exprime seus desejos, e mostra gostos seletivos por certos alimentos.

• Durante os dois primeiros anos de vida a formação de reflexos condicionados em resposta aos estímulos que chegam dos receptores não só induzem reações complexas diretas, mas essas reações estão sujeitas aos desejos da criança e comporão as primeiras características de sua personalidade.

• Nesses anos, é muito importante estabelecer um regime educacional adequado criando um ambiente favorável à criança e ao seu desenvolvimento global.

• É nesta época, também, que ela começa a andar e correr mostrando o seu complexo processo de desenvolvimento psicomotor que é regulado pelo córtex cerebral e tem efeitos recíprocos no desenvolvimento posterior.

• A criança de 2 a 3 anos é cheia de impressões do mundo exterior, que ela não é capaz de analisar independentemente, assim, constantemente, pede ajuda às pessoas que a cercam (idade dos porquês).

• Entre 3 e 5 anos o discurso se torna gradualmente mais complexo, quando começa a formar suas próprias opiniões.

• Entre os 5 e 7 anos, o desenvolvimento morfológico do cérebro cessa como um todo.

• A atividade nervosa superior da criança mostra mudanças importantes: o aperfeiçoamento da capacidade de análise continua e a criança perde, em parte, sua naturalidade, compreende mais sobre o que acontece em sua volta e as características de sua personalidade aparecem.

• Seu discurso torna-se mais coerente e ela é capaz de transmitir seus pensamentos e impressões. Durante esse período os reflexos condicionados de leitura e escrita são facilmente formados.

• Não se pode esquecer que o desenvolvimento da atividade nervosa superior é intimamente ligado às condições ambientais da criança, nível cultural das pessoas que ficam em contato com ela e com a qualidade da atenção que ela recebe.

• Ao mesmo tempo o desenvolvimento adequado da mente e da fala são inteiramente independente da organização da vida cotidiana da criança, pois ocorrem sistematicamente de acordo com as necessidades de sua idade cronológica.

• O sono é um estado de inibição e sua essência é a cessação da atividade normal dos hemisférios cerebrais, seguida do relaxamento dos músculos esqueléticos.

• As necessidades de sono variam com a idade e muitos distúrbios psicológicos e de comportamento são associados à violação dos esquemas do sono.

Estágio Pré-Natal – concepção até

nascimento

• Formação da estrutura e órgãos corporais básicos;

• O crescimento físico é o meio rápido de todos os períodos;

• Grande vulnerabilidade às influências ambientais.

Primeira Infância – nascimento até 3 anos

• O recém nascido é dependente porém competente;• Todos os sentidos funcionam no nascimento;• Crescimento físico e desenvolvimento das

habilidades motoras são rápidos;• A capacidade de aprender e de lembrar esta

presente até mesmo nas primeiras semanas de vida;

• Compreensão e fala se desenvolve no segundo ano;

• Apego aos pais e a outros se forma aproximadamente no final do primeiro ano de vida;

• O interesse por outras crianças aumenta.

Segunda Infância – 3 a 6 anos

• Força e habilidades motoras simples e complexas aumentam;

• Comportamento é predominantemente egocêntrico, mas a compreensão da perspectiva dos outros aumenta;

• Imaturidade cognitiva leva a muitas idéias lógicas acerca do mundo;

• Brincar, criatividade e imaginação tornam-se mais elaboradas;

• Independência, autocontrole e cuidado próprio aumentam;

• Família ainda é o núcleo da vida, embora outras crianças comecem a se tornam importantes.

Terceira Infância – 6 a 12 anos

• Crescimento físico diminui;• Força e habilidades físicas se aperfeiçoam;• Egocentrismo diminui;• Crianças passam a pensar com lógica,

embora predominantemente concreta;• Memória e habilidades da linguagem

aumentam;• Ganhos cognitivos melhoram e capacidade

de tirar proveito de educação formal;• Auto-imagem se desenvolve, afetando a

auto-estima;–Amigos assumem importância

fundamental.

Desenvolvimento Sensorial

• Os órgãos do sentido são receptores periféricos que através de formações especializadas transmitem sinais do mundo ao sistema nervoso central.

• O funcionamento apropriado da percepção dos sinais requer um grau suficiente de diferenciação e maturidade dos receptores periféricos finais, ausência de lesão nas vias condutores e desenvolvimento adequado dos centros corticais correspondentes.

• O exame dos órgãos do sentido é difícil nas crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, tendo em vista, a dificuldade de interpretar as reações infantis em face de estimulação.

• Segundo Gesell (1977), durante as três semanas de vida o recém nascido apresenta fotofobia fisiológica, quando seus olhos ficam quase que constantemente fechados.

• Entre a 3º e 5º semanas a criança olha fixamente objetos brilhantes por um pequeno período (em torno de 5 segundos) e por mais tempo (alguns minutos) ao fim do segundo mês.

• No 1º e 2º meses após o nascimento, as crianças exibem um estrabismos fisiológico e no 1º mês de vida há também incoordenação dos movimentos do globo ocular e pálpebras, isto acontece quando o olho se movimenta para cima ou para baixo e, a pálpebra nem sempre acompanha seu movimento.

• Após os três meses, crianças saudáveis percebem conscientemente o que estão olhando.

• É difícil definir se as crianças abaixo dos dois meses realmente vêem.

• O reflexo pupilar à luz e o reflexo conjuntival estão presentes em crianças de semana de vida.

• A pupila geralmente é contraída nos primeiros meses de vida, enquanto na idade de seis a sete anos é um pouco maior que a dos adultos.

• Bebês abaixo de três a quatro meses não produzem lágrimas ao chorar devido a imaturidade do sistema nervoso.

• Com relação à audição é muito difícil clinicamente definir se o recém nascido escuta ou não. Entretanto, nota-se que lactentes reagem aos sons já na segunda semana de vida. Um som prolongado como um apito faz com que eles parem de chorar ou de se movimentar. Aos quatro meses uma criança sadia vira sua cabeça em direção ao som.

• Quanto ao paladar, a maioria das crianças já nasce com alguma distinção. Distingue doce, amargo e ácido. Mesmo recém nascidos pré-termos de mais de setes meses de gestação possuem certas sensações de sabor.

• Dos quatro aos cinco meses lactentes são altamente sensíveis ao sabor reagindo a quaisquer mudanças em sua alimentação. O sentido do paladar de pré-escolares e escolares difere muito pouco dos adultos.

• O olfato mesmo nos primeiros meses de vida, as crianças percebem odores fortes, pois as porções sensitivas terminais do nervo trigêmeo são estimuladas pelos odores fortes.

• Ainda não está muito claro quando e como as crianças começam a distinguir odores mais delicados, que estimulam os terminais do nervo olfativo.

• Investigações mostraram que após os sete ou oito meses as crianças são capazes de distinguir odores e que, após um ano de vida, reagem prontamente a qualquer coisa que cheire bem.

• Com relação ao tato, recém nascidos e lactentes jovens possuem um grau suficiente de sensibilidade tátil.

• As áreas mais sensíveis ao toque são os olhos, testa, boca, palmas das mãos e planta dos pés.

• Irritação da pele desencadeia reações gerais manifestas por movimentos “irritados”.

• Entre os três e sete meses o bebê já é capaz de tocar a área precisa da irritação.

• Crianças respondem às sensações dolorosas com reações locais e generalizadas.

• Quando se pica um dedo de um recém nascido ele retira sua mão e manifesta irritação geral.

• Contudo, a resposta às sensações dolorosas é retardada no recém nascido. A reação dos

lactentes às mudanças de temperatura ambiente (sensação térmica) é muito forte.

Desenvolvimento Motor• O sistema muscular é comporto por

milhões de fibras musculares que recebem impulsos de uma autêntica floresta de células nervosas do encéfalo e da medula espinhal. Assim o sistema muscular é, na verdade, um sistema neuromuscular.

• O processo de organização desse sistema se inicia antes do nascimento e se prolonga aproximadamente por 20 anos, embora a maior parte ocorra nos primeiros 10 anos de

vida.

• As células musculares são mais primitivas que as células nervosas, O desenvolvimento leva tempo e é um processo continuado. Cada fase representa um grau, ou nível de maturidade do ciclo de desenvolvimento.

• Entretanto o fator de individualidade é tão poderoso que não há duas crianças de uma determinada idade que sejam exatamente similares.

• Embora as variações individuais estejam numa fase apertada de uma tendência central porque as seqüências e o plano básico do desenvolvimento humano são características relativamente estáveis.

• A organização do comportamento inicia-se muito antes do nascimento e a orientação geral desta organização é da cabeça para os pés e dos segmentos proximais para os distais.

• Um bebê recém nascido não recebe o alimento passivamente como antes do nascimento, mas precisa realizar ações de sucção e deglutição.

• Os mecanismos desses movimentos reflexos estão bem desenvolvidos.

• As ações de chupar e engolir estão estreitamente coordenadas. Deixando o leite de ser engolido assim que a criança se desprende do seio.

• Tão importante quanto à alimentação é a absorção de oxigênio, pois a criança deve garantir o abastecimento mediante a respiração com seus próprios pulmões.

• Todo o primeiro mês de vida é caracterizado pela adaptação instável ao novo ambiente.

• O funcionamento dos órgãos, inclusive o coração, ainda é irregular porque a organização do sistema nervoso autônomo está incompleta.

• Mas ao final do primeiro mês de vida, nota-se uma melhora do tônus muscular, bem como da respiração, da deglutição e do controle da temperatura corporal,refletindo uma melhor organização como um todo.

• A criança nesta idade já fixa o olhar numa posição e segue um objeto com o olhar, para um lado ou outro na linha média.

• Apresenta, também, nesta época a atitude cérvico-tônico-reflexa; cabeça para um dos lados com o braço estendido desse lado e fletido para o ombro do outro.

• Essa atitude é uma forma natural de assimetria que serve para estabelecer a coordenação dos olhos e das mãos. As mãos estão geralmente fechadas e não se abrem para agarrar objetos.

• Por volta dos três ou quatro meses a criança firma a cabeça e roda-se livremente de um lado para o outro quando está deitada no berço.

• Ela também move os olhos ativamente e fixa-os nisto ou naquilo.Alcança um domínio elementar dos músculos dos olhos e dos que fazem erguer e rodar a cabeça.

• As mãos já não se conservam fechadas, os dedos, são mais ágeis. Juntam as mãos sobre o peito, mexe numa mão com a outra, conseguindo ao mesmo tempo tocar e ser tocado. Essa dupla sensação é uma auto-descoberta, levando-o a aprender o que são as seus dedos e que os objetos são coisas diferentes de seu corpo.

• Mete os dedos na boca assim como os objetos, o que lhe ajuda a esclarecer diferenças. Nesta fase, sorri e dá gargalhadas e tem grande avidez visual.

• Com sete meses, levanta a cabeça e seus gestos de manusear objetos estão no auge. Está descobrindo o tamanho, a forma, o peso e a textura das coisas, por isso brinca sozinha calmamente por algum tempo, pois suas brincadeiras são assuntos sérios.

• O sistema nervoso está agora bem desenvolvido e funcionalmente tão bem coordenado que a criança pode manejar ativamente vários objetos.

• Fica sentada com o apoio e, às vezes, pode tentar pegar um objeto que está fora de seu alcance, pois ainda precisa aprender sobre as distâncias.

• Com 10 meses tem mais controle das partes periféricas do seu corpo, devido ao contínuo desenvolvimento do sistema nervoso.

• Já não fica deitada, vira-se no berço e senta-se. Adota a posição ereta para liberar as mãos, pois nessa época está numa fase de transição da emancipação das mãos.

• Começa a fazer pinça, pinça polegar-indicador e usa o indicador estendido para empurrar, apalpar, sondar, desenvolvendo as noções de oco e maciço, continente e conteúdo, em cima e embaixo, lado a lado, dentro e fora, junto e separado.

• Começa a ver e manuseia objetos na perspectiva e tem noções de dois assim como tem de um. Com efeito, junta duas coisas, uma à outra.

• Tem uma nova capacidade de imitação, “aprendendo” habilidades infantis como bater palmas e dar adeus, mas ainda não é capaz de imitar toda e qualquer ação porque o repertório de movimentos está dependente da maturidade do sistema nervoso.

• Com um ano está a caminho de andar e falar. Pode ficar em pé e andar com apoio.

• Já é capaz de uma coordenação mais delicada dos dedos das mãos, podendo pegar pedacinhos de comida e colocá-los na boca. Agarra a colher pelo cabo, mas ainda não come, adequadamente, com ela. Adquire a capacidade de comer com os dedos, antes de comer sozinho com a colher.

• Gosta de brincar com vários objetos, pegando-os e largando-os, o que mostra um comportamento ordenado do ponto de vista do desenvolvimento por ser um gênero rudimentar de contagem.

• Exercita a capacidade de largar manejando os objetos, apanhando-os e deixando-os cair.

• Ainda não domina com precisão seus músculos extensores, por isso seus movimentos são bruscos, assim como também é incapaz de largar os objetos na altura própria. Sua capacidade de imitação voluntária se alarga, aprendendo a jogar bola ou bater um sino.

• Aos 15 meses a criança já não é apenas um bebê. Está substituindo o caminhar pelo andar, embora ainda com passos incertos.

• Quer comer sozinha, pega um copo com as duas mãos, mergulha a colher na sopa e depois a leva à boca, virada ao contrário. Levará ainda um tempo para conseguir executar essa manobra corretamente. É capaz de imitar um traço de lápis no papel.

• Aos 18 meses a postura ereta ainda não é perfeita. Para andar, sustenta-se numa base larga com os pés afastados. Corre arrancando e parando bastante bem, mas ainda não sabe virar esquinas. Sobe escadas e agacha-se para apanhar objetos no chão.

• As mãos não tem muita agilidade nos pulsos e mostra dificuldade em coordenar os movimentos das mãos dos pés.

• Nas suas brincadeiras gosta de transportar objetos de um lado para o outro, aprendendo desse modo o que é um lugar.

• O período entre os 2 e os 6 anos se constitui numa época de mudanças profundas das propriedades do corpo humano, que se evidenciam tanto na criança quanto em seus pais, uma vez que são criadas condições de incerteza que não têm paralelo em nenhuma outra fase da vida.

• Para a criança as incertezas estão associadas às mudanças físicas, conduzindo-a, frequentemente, a colocar em prova suas novas habilidades.

• Aos 2 anos a marcha ainda não é ereta, restando na sua postura um encurvamento das costas.

• Para apanhar os objetos no chão, contudo, a criança dobra-se tanto pela cintura como pelos joelhos.

• Dobrar-se é um comportamento mais adiantado do que se agachar.

• Ainda corre inclinado para frente.Sobe e desce escadas avançado sempre com o mesmo pé de degrau em degrau.

• É capaz de dar um pontapé numa bola.• Roda o antebraço o que lhe permite fazer girar

uma maçaneta.• Ocorre rápida organização da aparelhagem

lingüística: boca, lábios, língua e laringe. Começa a falar.

• Imita grosseiramente o traçado de um círculo no papel.

• Aos dois anos e meio a criança experimenta uma fase de aprendizagem dos contrários oscilando entre os dois extremos: sim e não, ir e vir, correr e parar, dar e receber. Pegar e largar, puxar e empurrar.

• Sua capacidade de escolha é fraca, escolhe ambas as alternativas.

• Não possui o domínio perfeito dos músculos flexores e extensores.

• Agarra com demasiada força e larga com um impulso exagerado.

• Tem dificuldade em descontrair-se para adormecer.

• Aos 3 anos a criança chega ao autodomínio, que tem uma base motora. Os pés são firmes e ágeis, anda ereta e balança os braços ao andar, á maneira dos adultos.

• Pode correr mais graciosamente, dobrar bruscamente uma esquina e aumentar ou diminuir a velocidade com mais eficiência.

• Aprende bem as formas, o que indica que os músculos que comandam os seus olhos estão atuando com maior facilidade do que antes. Abotoa e desabotoa os botões, sem arrancá-los.

• Repete três algarismos conta até três.Conhece o círculo, o quadrado e o triângulo. Imita o desenho de uma cruz.

• A sua noção de tempo é fraca, mas bem definida dentro de suas limitações. Distingue o dia da noite e é capaz de compreender e dizer “quando for à hora de...”.

• Aos três anos e meio, a criança entra numa fase de confusão e oposição. Ocorre uma temporária incoordenação motora manifesta por tropeços e medo de altura.

• A coordenação motora fina está prejudicada, com tremores.

• Apresenta grande sensibilidade auditiva, assustando-se facilmente com ruídos altos, como trovões e sirenes.

• Mostra incoordenação da fala, ás vezes com gagueira, geralmente passageira.

• A visão apresenta-se dificultada para distâncias intermediárias.

• Esta é uma fase de tensão, expressa às vezes por numerosos escapes como gaguejar, piscar os olhos, roer as unhas, esfregar os órgãos genitais, morder o lençol, salivar em excesso, cuspir e ter tiques.

• A criança de 4 anos domina melhor todo o seu equipamento motor, incluindo a voz.

• Sobe e desce escadas correndo, anda de triciclo, fala e come mais ou menos simultaneamente.

• É capaz de atirar uma bola ou um objeto qualquer, com a mão levantada para cima do ombro, usa uma tesoura, amarra os sapatos.

• Fica em pé numa perna só. Mãos, braços, pernas e pés estão se tornando independentes da totalidade do conjunto postural.

• Esta criança esta interessada na socialização.• Sente grande prazer em se vestir como

adulto e imitar suas ações.• Gosta de fazer caretas, um processo de

identificação com os adultos e, de aperfeiçoamento de sua habilidade de leitura das expressões faciais.

• Aos cinco anos as crianças estão melhorando o domínio de si próprias e aperfeiçoando as suas habilidades sob muitos aspectos.

• O domínio motor fino, expresso através do desenho melhorou.

• Começam a mostrar interesse pelas letras e números, bem como pelos diversos lados das coisas, desenvolvendo noções de “parte da frente e de trás, lado de dentro e lado de fora”.

• Mostra grande equilíbrio e perícia nas coordenações motoras dos grandes e pequenos músculos.

• Desce escadas pondo alternadamente um pé em cada degrau, salta alternadamente sobre um e outro pé. Sobe e salta com segurança de um lugar para outro.

• Nesta fase ocorre a definição da mão dominante,

• direita e esquerda.

• Os seis anos são uma idade ativa. A criança encontra-se numa atividade quase constante, quer esteja de pé, quer sentada.

• Parece que é toda ela braços e pernas.• As tarefas domésticas proporcionam

muitas atividades motoras. Gosta de ajudar a mãe, colocando a mesa, indo buscar coisas.

• Parece ter mais consciência das mãos como instrumentos de trabalho e procura servir-se delas como tal.

• Mostra particular interesse pelos jogos de construção e pelas ferramentas, interessando-se menos naquilo que executa com elas do que no seu manejo.

• Durante a terceira idade, as habilidades motoras das crianças continuam a se aperfeiçoar.

• As crianças tornam-se mais fortes, mais rápida e mais bem coordenadas e obtém grande prazer testando seus corpos e aprendendo novas habilidades.

• A terceira infância é uma época relativamente segura na vida da criança.

• O desenvolvimento de vacinas para as principais doenças infantis e a exigência das escolas quanto às imunizações, nesses anos, faz com que as crianças estejam protegidas.

• A taxa de mortalidade nesses anos é a mais baixa em todo o ciclo da vida.

• À medida que a experiência das crianças com doenças aumenta, também aumenta sua compreensão cognitiva das causas da saúde e da doença e das possibilidades que as pessoas têm de promoverem a própria saúde.

• Um dos aspectos importantes a salientar é que nessa faixa etária os danos acidentais são a principal causa de morte.

• Os ferimentos aumentam entre as idades de 5 e 14 aos, quando as crianças se envolvem em mais atividades físicas e são menos supervisionadas.

Habilidades motoras gerais na segunda infância

CRIANÇAS DE 3 ANOS DE IDADE:• Não sabe virar ou parar repentina

ou rapidamente;• Saltam uma distância de 38 a 60

cm;• Sobem escadas sem ajuda,

alternando os pés;• Sabem soltar, quando basicamente

uma série irregular de pulos com algumas variações.

Crianças de 4 anos de idade:

• Tem melhor controle para parar, iniciar e virar;

• Podem saltar a uma distância de 62 a 84cm;

• Podem descer uma longa escadaria alternando os pés caso tenham apoio;

• Podem saltar sobre um dos pés de quatro a seis vezes.

Crianças de 5 anos de idade

• Começam, viram e param com eficiência ao brincar;

• São capazes de dar um salto de 71 a 91 cm enquanto correm;

• Descem uma longa escadaria sem auxílio, alternando os pés;

• Saltam facilmente uma distância de 87cm.

O comportamento motor de meninos e meninas difere na terceira infância e conforme progridem os anos

Idade 6 anos:• As meninas são superiores na precisão do

movimento, e os meninos são superiores em ações menos complexas que envolvem força, Pular (com os dois pés) é possível. Ambos sabem arremessar com transferência de peso e passo adequados.

Idade 7 anos:Equilíbrio em um dos pés sem olhar. São

capazes de caminhar sobre barra fixa de 5cm de largura. Pulam e saltam com precisão pequenos quadrados. Executam polichinelos.

Idade 8 anos:• Dispõem de poder de preensão de

5,4kg. É a faixa etária com maior número de jogos nos quais ambos os sexos participam. Executam saltos rítmicos alternados. Arremessam bolas pequenas a aproximadamente 12 metros.

Idade 9 anos:• Meninos são capazes de correr a

uma velocidade de 5m por segundo. Arremessam bola pequena a aproximadamente 21,3m de distância.

Idade 10 anos:• Avaliam e interceptam a trajetória

de pequenas bolas arremessadas à distância. Meninas correm a uma velocidade de 5,1m por segundo.

Idade 11 anos:• Salto à distância de 1,5m para os

meninos e 1,2cm menos para as meninas.

Idade 12 anos:–Salto em altura de 91cm é possível.

As Necessidades InfantisA ALIMENTAÇÃO

• A sucção e a deglutição aparecem precocemente, existindo mesmo na fase fetal e, após o nascimento.

• Se observa também, desde o nascimento, uma atividade de orientação em direção a fonte estimulante.

• O bebê procura aviadamente o bico do seio sempre que a mãe lhe coloca

• ao colo

• Desde os primeiros dias de vida há uma relação íntima entre a alimentação-fome e o sono, podendo-se parafrasear Gesell (1977) que diz “o bebê desperta para comer e come para dormir”. (p.95)

• Para o recém nascido, a fome é uma sensação imperativa que influencia a postura corporal: a boca abre-se juntamente com os olhos, seguindo-se o choro e movimentos de busca alimentar.

• O trato digestivo e a sua mucosa são fontes de estímulos interoceptivos, que no início da vida são capazes de proporcionar, ao recém nascido, um amplo bem estar, ou um intenso mal-estar, uma vez que o grau de maturação neurológica lhe proporciona um tipo de atenção constantemente orientada para estes estímulos.

• Gesell (1977) propõe que se examine o esquema de alimentação sob o prisma de três aspectos:

1. Apetite2. Retenção3. Auto-ajuda e aculturação

• O apetite situa-se na base da auto-regulação e é o anseio demonstrado por alimentos, sendo variável através do tempo e de intensidade diferente no decurso de um mesmo dia.

• Entre 8 a 12 semanas de vida, o apetite é particularmente intenso, enquanto a retenção alimentar é bastante precária, só se organizando por volta dos 4 meses, quando a capacidade de sucção se torna altamente eficiente e a propensão para sugar é tão forte que tende a interferir com a aceitação de alimentos sólidos.

• Nesta época a energia para comer torna-se moderada e a retenção melhora devido

à maturação neurológica.

• A curva do apetite se tornará novamente irregular, por volta dos 5 aos 7 meses, quando a criança passa a exigir uma refeição extraordinária, em geral, às primeiras horas da manhã.

• Entretanto neste período há uma redução de suas exigências de sucção, o que permite a aceitação de alimentos sólidos em vez de alimentarem-se somente ao seio ou à mamadeira.

• Em torno de 9 e 10 meses a criança apresenta uma intensificação do apetite pela simples visualização do alimento.

• Em geral, nesta idade, come tudo o que lhe é dado.

• Mas este vigor do apetite assim como a quantidade de alimento ingerido em cada refeição decresce no período entre 1 e 2 anos, notando-se a partir dos 18 meses um apetite mais seletivo.

• Aos dois anos a criança começa a dizer o nome dos alimentos quando define as preferências.

• Nesta época liga-se entusiasticamente a determinados alimentos.

• É também quando algumas cores a deixam curiosa, e gosta que os pratos sejam arrumados de forma condizente uns com os outros.

• Nesta fase, pode-se dizer que está havendo uma expansão do complexo alimentar que vai se diferenciando e ganhando características

ambientais, assim como, está acontecendo

com o desenvolvimento em seu todo.

• Este comportamento pode ser considerado auto-afirmativo e se baseia tanto na evolução do organismo como nos processos de aculturação.

• Com isso, a criança vivencia, seleciona e opta por padrões alimentares, fazendo a transição dos líquidos para as comidas pastosas e sólidas.

• É desta forma, que vai se aproximando dos hábitos e adquirindo padrões alimentares do adulto, e assim, formando

os hábitos e padrões alimentares que

• manterá na vida adulta.

• O ato de comer possui um lado socializante, e grande parte da sociabilidade humana é constituída em torno das refeições.

• No decurso do desenvolvimento do comportamento alimentar da criança, nota-se uma auto-dependência progressiva conjugada a uma conformidade cultural, quando o uso de objetos e a aprendizagem de maneiras à mesa estão acopladas à maturação neurológica.

• Assim, aos 5 meses a criança já faz a transição para os alimentos pastosos, iniciando o processo de autodesmame.

• Por volta dos 6 aos 8 meses é capaz de segurar uma mamadeira com segurança, além de levar comida à boca com os dedos.

• Aos 10 meses, se for independente, pode deixar a mamadeira de lado, passando a fazer uso da xícara/copo, mas, em geral, se apega à mamadeira até por volta dos

20 ou 24 meses e ao peito, eventualmente até os 12 ou 15

meses.

• Um fato interessante é o aparecimento dos primeiros sorrisos, a partir da saciedade, a qual conduz a um aumento dos períodos de vigília e firmando o ciclo abaixo:

• O aspecto socializante do ato de comer, desde a mais tenra idade se manifesta.

• Para Gesell (1978) “uma das tarefas do desenvolvimento é a de dissociar o dormir e o comer acoplados à maturação neurológica.” (p.86)

• A maturação do sistema nervoso, no sentido de melhor coordenação das conexões mãos-cérebro, permitirá à criança que em torno dos 15 meses de idade consiga inibir o seu impulso de se agarrar ao prato e à mesa, segurando a

colher e começando comer sozinha, mesmo derramando parte da

comida.

• Aos 2 anos já possuirá a maturação do sistema nervoso que lhe permitirá comer sozinha, de forma aceitável, sem derramar, ou, espalhar a comida.

• Esta tarefa exige uma coordenação completa e o seu domínio ainda é instável.

• A partir desta idade a maturação motora vai proporcionando à criança elementos para uma incorporação crescente das regras de seu ambiente cultural, também na área alimentar, aproximando-a do comportamento adulto, gradativamente,

• É importante salientar que paralelamente aos aspectos de auto-ajuda e aculturação, os desejos mais profundos e essenciais da criança pequena estão relacionados ao alimento e ao sono e, portanto, seus horários de comer e dormir, bem como suas preferências alimentares têm profundo significação psicológica.

• Assim, um regime personalizado torna-se

significativo quanto à proporcionar

segurança e saúde mental.

O SONO

• O sono é um tipo de conduta na qual há associação de diversos tipos de atividade cerebral e corporal.

• O sono é basicamente dividido em dois estágios:

1. Sono de Movimento Ocular Não Rápido (NREM)

2. Sono de Movimento Ocular Rápido (REM)

• O sono e a vigília formam um padrão contínuo de comportamento do ser humano que se influenciam mutuamente.

• O cérebro,a atividade elétrica cerebral, a atividade mental e a regulação sono-vigília amadurecem segundo um processo ordenado e inter-relacionado.

• Assim, no recém-nascido, longos períodos de sono se alternam com curtos períodos e estes últimos, vão se prolongando, à medida que a criança cresce, até que na

puberdade atinge o padrão adulto.

• A evolução do sistema vigília-sono na criança é a seguinte:

• Nas primeiras semanas a criança dorme quase que continuamente. O estado de vigília está ligado à fome e o sono à saciedade.

• O sono é lábil, facilmente interrompido e pouco diferenciado da vigília, sendo um pouco maior à noite.

• Entre a 3° e 8° semanas o sono noturno vai-se tornando mais definido, a criança está mais ativa e necessita de mais ocupação e estímulo.

• Prefere ficar em decúbito dorsal

• Do fim do primeiro trimestre, ao primeiro ano de vida, o sono é mais profundo que no período anterior.

• O adormecer está menos vinculado às refeições torna-se mais claro também que o despertar noturno esteja ligado à fome

• A criança torna-se mais ativa nos períodos de vigília, desejando atividades motoras e fazendo solicitações afetivas.

• Dos 3 aos 4 meses de idade costuma estar desperta nas últimas horas da tarde, brinca e pede contatos.

• Aos 6 e 7 meses interessa-se pelo ambiente, inicia a lalação e manipula objetos, dorme de 10 a 12 horas à noite, três pela manhã e uma a duas horas pela tarde.

• Dorme também curtos intervalos de 5 a 10 minutos que a descansa, distrai-se com

movimentos rítmicos, dá voltas e

dorme em posição ventral.

• A partir de 8 meses senta-se, contempla o ambiente e já dorme períodos maiores e mais tranqüilos de sono.

• No 2 ano de vida, o ato de dormir se torna mais consciente, após deitar chora, brinca e/ou engatinha no berço.

• Muitas vezes a criança apresenta resistência para dormir, suportando mal a separação dos pais que acontece no período de sono.

• Torna-se exigente com relação à mãe e acorda à noite com certa freqüência.

• Começam a surgir manifestações ansiosas e

sonhos, bem como rituais de adormecimento.

• Ao fim do 1° ano e começo do 2° ano muitas vezes suspende a sesta matutina, mas ainda necessita dela após o almoço.

• Durante o sono, costuma movimentar-se com freqüência e não gosta da restrição feita pelos lençóis ou cobertas.

• Dos 3 aos 5 anos, o sono se torna bem organizado, mas a criança é lenta para dormir.

• Em torno dos 4 anos a sesta costuma desaparecer.

• Aos 3 anos gosta de descansar na cama, o que já não é bem aceito aos 4 anos, quando também começam a surgir sonhos inquietantes.

• Dos 5 aos 7 anos, o sono passa a ser mais tranqüilo e a criança passa a se lembrar e contar os seus sonhos. Podem ocorrer pesadelos ocasionais.

• No período escolar, em média a criança necessita de 12 a 13 horas de sono, com freqüência completada por uma sesta à tarde, de cerca de

uma hora de duração.

O MUNDO INFANTIL• A experiência motora serve de base para o

estabelecimento de uma série de relações da criança com o mundo, de suas relações consigo mesmo e com os outros, com as coisas, com o tempo e o espaço, enfim, com o mundo que a cerca.

• O sentimento de si próprio está praticamente limitado à pressão de seu peso sobre as costas.

• Tem momentos de tranqüilidade e de angústia provocados pela saciedade e conforto, ou pela fome e frio.

• No início, seu mundo exterior é quase destituído de fome.

• As idéias de espaço e de tempo são adquiridos durante o processo do desenvolvimento.

• As percepções desenvolvem-se com as experiências e com a maturação crescente das células nervosas sensoriais, motrizes e de conexão.

• As percepções de tempo e espaço são complexas e levam anos para serem aperfeiçoadas.

• Inicialmente o mundo visível é constituído de manchas em fundos negro e os sons são fragmentados sob um fundo de silêncio.

• O domínio dos olhos e das mãos é a experiência que inicia a modelação do mundo.

• Por volta dos 9 meses adquire a visão em profundidade, descobrindo a terceira dimensão, com a percepção do oco e do maciço.

• A manipulação dos objetos e a aquisição das noções “dentro e fora”, “em cima e embaixo”, “em frente, atrás e ao lado”, auxiliam a aquisição da espacialidade.

• O domínio da locomoção completa esta noção,

trazendo o sentido do “aqui e lá”, “perto e longe”.

• O desenvolvimento do sentido de tempo também é gradual.

• Aos 18 meses aprende o significado de “agora” aos 2 anos, ou mais, compreende o “daqui a pouco”, ou seja, está aprendendo a esperar.

• Os conceitos de tempo são de mais difícil aquisição que os de espaço e a idéia de presente e futuro se desenvolvem antes daqueles referentes ao passado.

• O entendimento numérico desenvolve-se tão lentamente quanto o sentido de tempo.

• Aos 6 meses, quando brinca com um bloco, a criança preocupa-se unicamente com ele, aos 9 meses é capaz de lidar e associar dois blocos e prestar atenção a um terceiro.

• Por volta de 1 ano de idade é capaz de manejar vários cubos, um a um, colocando-os em série, o que constitui um rudimento motor de contagem.

• Aos 2 anos distingue entre um e muitos, aos 3 domina razoavelmente a idéia de dois, aos 4

anos conta até três objetos e aos 5 conta até dez.

• A noção de textura e as palavras que as designam são adquiridas pela experiência motora mais precocemente que as noções de cor (estas são conhecidas a partir dos 4 anos)

• O domínio de tempo, espaço, número, forma, textura, cor e causalidade, elementos principais do mundo, que a criança tem que encontrar por sí própria ela o faz, gradualmente, através de seus músculos, da manipulação e locomoção através dos olhos, das mãos e dos pés.

• As bases dos juízos e seus conceitos futuros assentam-se, igualmente, na experiência motora.

OS INTERESSES DAS CRIANÇASFaixa Etária Variações das

condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

0 a 3 meses

1. Necessidade maior de agir, ingerir

2. Reflexos oral e de sucção predominantes

3. Ausência de controle de movimentos

4. Necessidade de ajuda materna quanto ao corpo (ingestão e ação)

5. Não distingue a mãe de si mesmo.

1. Vivências baseadas nas polaridades: agrado-desagrado, bem e mal estar, quietude-inquietude, relacionados à carência, ou, a satisfação de suas necessidades;2. Impressões de abandono pelo afastamento da mãe;3. Sentimentos de passividade, dependência e reincorporação do corpo materno.

Faixa Etária Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

3 a 6 meses

1. Descobre a mão e se utiliza dela em atividades exploratórias;

2. Reage ativamente quando frustrado (chega a morder o seio)

3. Descentraliza o interesse bucal.

4. Abre o campo visual.

1. Incorpora a mãe ativamente (“chama”, apega);

2. As mãos são pontes para formar as noções de “dentro” e “fora”.

Faixa Etária

Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

6 a 9 meses

1. Domina a preensão;2. Senta-se e quer

levantar para aumentar a área de alcance das mãos

3. Concentra-se nos músculos do tronco e tenta dominar o equilíbrio

4. A visão em profundidade vai se estruturando.

1. Aumenta os contatos que produzem dor;

2. Aumenta o número de motivos de frustrações e sentimentos desagradáveis, dada à freqüente incompreensão dos adultos;

3. As reações afetivas apresentam progressivamente, matizes, chegando ao ponto de serem claras as suas emoções e sentimentos (evolução em que há significativa participação dos itens 1 e 2 acima)

4. A aquisição de movimentos, posturas e visão em profundidade fornece um panorama dentro do qual indica para onde quer ir e que serve de novas fontes de estimulação.

Faixa Etária Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

9 a 12 meses

1. Desloca-se andando ou engatinhando;

2. Domina a postura ereta;

3. Sofre imposições dos adultos (proibições e algumas obrigações);

4. Explora novos espaços, descobre formas e objetos e aprende normas;

5. Joga coisas e as quebra;

6. É proibida pelos adultos em grande parte de suas tentativas, que lhes impõem algumas obrigações de higiene.

1. Interesse por experiências;

2. Coleciona vivências no sentido de compreensão e sentimentos;

3. Satisfaz a necessidade de domínio do equilíbrio e não se intimida com quedas, até se divertindo com elas;

4. Sentimentos de triunfo com a quebra de objetos, como se isto fosse uma capacidade de multiplicação;

5. Progride na matização de suas reações afetivas.

Faixa Etária Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

1 a 2 anos

1. Luta continua entre o que tem vontade de fazer e a vontade de seus educadores de conseguirem fazê-lo comportar-se como um ser social.

1. Conflito que acelera a evolução afetiva e emocional; no fim do segundo ano a criança já tem uma extensa gama de sentimentos como receio, desgosto, decepção, inveja, impaciência, alegria, ternura, prazer, ciúme, hostilidade, simpatia, etc.

Faixa Etária

Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

2 a 3 anos

1. Os interesses positivos e negativos já não estão orientados apenas para objetos, animais e pessoas;2. Aumento significativo das palavras e começo do uso do pronome EU.

1. Maior interesse por si própria com aumento do conhecimento de si;

2. Relação mais complexa com os semelhantes pelo uso da linguagem.

Faixa Etária Variações das condições Vitais e Interações Sociais

Interesses

3 a 7 anos

1. Fase das perguntas;2. Aumento da

sociabilidade infantil, a criança procura o seu espaço entre outras e entre os adultos, quer ser admirada;

3. Compete com o adulto no mundo imaginário, fazendo um mundo em que desenvolve seus sentimentos.

1. Interesses intelectuais e sentimentos de curiosidade, com sensações de impotência, frustração e antipatia, quando sua necessidade de saber não é satisfeita;

2. Sentimentos de satisfação, segurança e superioridade quando é atendida;

3. Descobre valores cuja estimativa é principalmente afetiva como “bom” e “mau”, “bonito” e “feio”, etc.

A REAÇÃO DO SORRISO

• A partir do 2° e 3° mês o bebê já coordena uma parte de seu equipamento somático e responde ao estímulo da face humana com um sorriso que é a primeira manifestação comportamental ativa, dirigida e intencional.

• Para Splitz (1977) o sorriso do bebê, entre 3 e 6 meses, não é provocado pela face de um ser humano, mas por um indicador gestáltico

• O reconhecimento de uma face individual é um desenvolvimento posterior, levará de 4 a 6 meses antes que o bebê se torne capaz de distinguir uma face entre as muitas, quando ele então, é capaz de transformar o que era apenas um sinal

gestáltico em seu único objeto de

amor individual.

O PAPEL DO AFETO NA RELAÇÃO MÃE-FILHO

• Os sentimentos maternos variam numa escala muito ampla.

• Não se pode entender porque quase todas as mulheres que se tornam mães se mostram meigas, amorosas e dedicadas, criando um clima emocional favorável sob todos os aspectos, ao

desenvolvimento da criança.

• São os sentimentos maternos que criam este clima emocional.

• O amor e a afeição pelo filho tornam-no um objeto de contínuo interesse para ela.

• Ela oferece, também, uma gama sempre renovada, rica e variada, um mundo completo de experiências vitais.

• O que torna estas experiências tão importantes para a criança é o fato de que elas são interligadas, enriquecidas e caracterizadas pelo afeto materno e a criança responde afetivamente a esse amor.

• Isso é essencial na infância, pois nessa idade os afetos são de importância muitíssimo maior do que em qualquer outro período posterior da vida da criança.

• No decorrer dos primeiros meses, a percepção afetiva e os afetos predominam na experiência do bebê, praticamente com exclusão de todos os outros modos de percepção.

• Do ponto de vista psicológico, o sensório, o aparelho perceptivo e a descriminação sensorial ainda não estão suficientemente desenvolvidos.

• Portanto, a atitude emocional materna com seus afetos, servirá para orientar os afetos do bebê e conferir a qualidade de vida às experiências do recém-nascido.

• Mas existem variações de mãe para mãe.

• Cada mãe, individualmente é diferente de dia para dia, de situação para situação.

• A personalidade do bebê choca-se com esse modelo atuante em processo circular. Influenciando a gama de afetos da mãe, por seu comportamento e por suas atitudes.

• Dependendo da personalidade da mãe, o fato do filho ser precoce ou deficiente, fácil ou difícil, submisso ou rebelde, fará muita diferença. Dependendo das atitudes do bebê, as reações maternas diferem.

• O ambiente compreende pai, irmãos, parentes e outros, não somente a mãe que influencia emocionalmente.

• Mesmo o ambiente cultural e seus costumes têm influencia na criança já no decorrer do primeiro ano de vida.

• A relação mãe-filho é o fator psicológico mais sensível.

• Na relação mãe-filho, a mãe representa os dados ambientais, ou seja, a mãe é a representante do ambiente.

• Do lado da criança, os dados compreendem o equipamento congênito do bebê.

• Para Freud a simbiose mãe-criança representa a ilusão desejada do pênis.

• Bolwby e Robertosn investigaram o problema dos efeitos de separação da mãe nos primeiros anos da infância sobre o desenvolvimento da personalidade da criança.

• Para estes teóricos “todas as provas apontavam para a perda da figura materna como uma variável dominante” (BOLWBY, 1998)

• Bolwby coloca ainda que a “avidez da criança pelo amor e a presença da mãe é tão grande quanto à fome de alimento”. (p. 35)

• Para Mahler (1982), a gênese do “senso de identidade” reside na demarcação da imagem corporal, partir da imagem do objeto mãe como núcleo do processo.

• Pode-se concluir que o bebê tem experiências repetidas de prazer e satisfação adequadas às suas necessidades biológicas vitais e estas devem predominar temporalmente sobre as situações insatisfatórias.

• A criança que tem preenchidos anseios e fantasias no interjogo de suas relações com sua mãe e familiares próximos, que é gratificada em seus desejos, introjetará objetos bons e aprenderá a tolerar a angústia decorrente de eventuais falhas

ou indisponibilidades.

AS EMOÇÕES INFANTIS

• Várias são as tentativas de classificação das emoções e todas se caracterizam por posições extremas.

• Uma das tentativas é a de reduzí-las a poucas dimensões básicas, podendo-se considerar emoções primárias e secundárias.

Emoções Primárias

• São aquelas observadas e provocáveis no recém-nascido, parecendo ser de natureza congênita e estando profundamente arraigadas à organização biológica.

• São três as emoções primárias: medo, ira ou raiva e as reações emocionais hedônicas, como a curiosidade.

Emoções Secundárias

• São estágios que servem para a transição entre as emoções primárias e os sentimentos.

• Estas emoções são essencialmente dependentes da experiência existencial e com o tempo vão se transformando em sentimentos.

• Essa transformação em sentimentos, na realidade reside na diferença de intensidade, duração, extensão, ressonância íntima e manifestações corporais envolvidas.

• Assim, alegria, tristeza, inveja, desconfiança, fé, são emoções secundárias que com o passar do tempo e a evolução individual se transformam em sentimentos.

• As emoções secundárias têm caráter muito mais complexo do que as emoções primárias.

• Esta maior complexidade é devida tanto aos seus aspectos decorrentes da experiência existencial como aos aspectos devidos à vida imaginativa e intelectual, responsáveis pela formação de novas tentativas de adaptação e de novas perspectivas.

• Na criança o número de respostas às emoções secundárias é menor e sempre que elas falham, mostram uma reação simples e intensa.

• A maturação neurológica e social da criança faz com que haja uma aquisição de controle das emoções, como decréscimo progressivo da violência com que se manifestam.

• O decréscimo de intensidade das emoções permite à criança aumentar seu interesse por variadas situações e atividades que acabam por dotá-la de novos recursos, na utilização de seus potenciais, moderando os perigos que as emoções primárias são capazes de trazer para sua integridade.

• Esta evolução é possível pela aprendizagem condicionada, inclusive a sociabilidade, o aproveitamento da experiência de vida (memória) e aquisição de hábitos, a visão interior e a inteligência (compreensão).

• A atenuação das emoções é que chamamos de sentimento ou vivência de emoção.

As emoções básicas: formas de manifestação efeitos e níveis

MEDO

Manifestação Efeitos Níveis

Vivência Íntima: insegurança, angústia, impotência, invalidez, incapacidade

Conduta subjetiva: fugir da situação ou, ocultar-se do objeto causador do medo.

Conduta objetiva: inadequação dos movimentos, inclusive da fala, fenômenos de vaso constrição (palidez facial). Extremidades frias, suor, frio, dificuldade respiratória, tendência à dilatação pupilar, lentidão ou paralisação digestiva. Predominância do tônus simpático.

Imediatos: desorganização das condutas intelectual e motórica, perturbação do pensamento, debilitação.

Mediatos: enfermidade corporal e anímica, sobressaltos, tensão, inquietude, temor ao futuro, exaustão, ausência de entrega para reagir. Reações e traços caractereológicos disfarçam e atenuam estes efeitos até certo ponto na vida social, neurastenia, timidez, desconfiança, receios, escrúpulos, ironias, ceticismo, apatia, cinismo.

Controle de Conduta:1. Prudência2. Cautela3. Alarme

Descontrole de Conduta:4. Ansiedade5. Pânico6. Terror

IRA OU RAIVA

Motivação Manifestação Efeitos

Aumentam com o desenvolvimento da individualidade e tem como função eliminar o agente causador de desequilíbrio existencial.

Níveis:1, Firmeza2. Indignação3. Rebelião4. Agressão5. Raiva (difusa e

atingindo correlatos do objeto odiado)

6. Fúria incontrolável.

São diversas e com diferentes níveis de intensidade e, quanto maior a idade, mais difícil visualizá-las na forma pura:

1. Ira direta2. Ira reprimida3. Ira impotenteNão descarregar o

rancor = à conversão, na qual o potencial agressivo se dirige contra o próprio indivíduo, explodindo lentamente dentro dele e provocando alterações psicossomáticas.

Imediatos:Perda de atenção por

tudo que não entre no campo visado pela raiva e aumento da pressão arterial.

MediatosExaustão de reservas

vitais, queda de resistência, neoplasia, síndrome neurocirculatórias e digestivas, síndromes organoneuróticas, estado melancólico e sérias tendências auto-agressivas.

REAÇÕES EMOCIONAIS HEDÔNICAS

Motivação Manifestação Efeitos

Vincula-se a qualquer tipo de satisfação de uma necessidade primária, constituindo em si mesma o principal motivo da conduta do sujeito.

Pode-se diferenciar em diversas formas vivenciais.

.Atitudes condutistas, sensoriais.

Reação psicossomática que acompanha a descarga de tensões acumuladas ao repouso e ao sono.

Prazer corporal ou sensual: estimulação intensa e agradável de órgãos sexuais.

Efeitos amorosos: o amor é mais que uma emoção, com vários matizes, não devendo ser confundido com o simples prazer genital que é apenas um elemento transitório e acidental; os efeitos amorosos não se referem apenas as pessoas.

Entusiasmo: estado em que a previsão pode trazer mais prazer do que a realização.

Efeitos menos conhecidos que das outras emoções uma vez que os médicos não são procurados por este tipo de emoções e elas são de defícil reprodução laboratorial.

Dependem de intensidade, duração, temperamento, individualidade.

Não são sempre favoráveis, uma vez que desestruturam os ritmos vitais normais, podendo propiciar exaustão.

Os medos Infantis:

Idade Medos

0 – 6 meses Perda de apoio, ruídos fortes.

7 – 12 meses Estranhos, alturas, objetos inesperados repentinos e indistintos.

1 ano Separação de um dos pais, banheiro, ferimentos, estranhos.

2 anos Uma variedade de estímulos, incluindo ruídos fortes (aspiradores, sirenes e alarmes, caminhões e trovões), animais, salas escuras, separação do pai ou da mãe, objetos ou máquinas grandes, mudanças no ambiente pessoal, companheiros estranhos.

3 anos Máscaras, escuro, animais, separação do pai ou da mãe.

4 anos Separação do pai ou da mãe, animais, escuro, ruídos (inclusive ruídos à noite).

5 anos Animais, pessoas más, escuro, separação do pai ou da mãe, dano corporal.

6 anos Seres sobrenaturais (fantasmas, bruxas), danos corporais, trovões e relâmpagos, escuro, dormir ou ficar sozinho, separação do pai ou da mãe.

7 – 8anos Seres sobrenaturais, escuro, acontecimentos da mídia (notícias de guerra, rapto de crianças, etc.) ficar sozinho, dano corporal.

9 – 12 anos Testes e provas escolares, apresentações escolares, danos físicos, aparência física, trovão e relâmpagos, morte e escuro.