Post on 07-Apr-2016
PSICOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA
A atmosferaO terapeutaA relação terapêutica
Profª Alessandra Oliveira HenriquesCurso de Psicologia
O Terapeuta
Formação profissional X personalidade Primazia das qualidades pessoais Reorientação da formação – desenvolvimento das
dimensões afetivas e morais, responsabilidade e criatividade pessoais e sociais
O exercício da psicoterapia requer um certo tipo de personalidade ou de qualidades pessoais?
Algumas qualidades ...
Firmeza Flexibilidade Moderação Originalidade Vontade Visão ampla Esquecimento de si mesmo
Atitudes do terapeuta
O cliente reage ao que presencia, apreende o que percebe e é suscetível ao que lhe é oferecido pelo terapeuta
Transferência – não é negada mas vista como produzida pelo terapeuta a partir de sua postura
Terapia tende a ser percebida como uma relação de superioridade-inferioridade
Atributos necessários
Capacidade empática Autenticidade Concepção positiva e liberal do homem Maturidade emocional Compreensão de si
CAPACIDADE EMPÁTICA
EMPATIA Termo criado pela psicologia clínica Capacidade de se imergir no mundo
subjetivo do outro e de participar da sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal e não-verbal o permite.
Capacidade de se colocar no lugar do outro e de ver o mundo como ele o vê
I - CAPACIDADE EMPÁTICA
Captar e refletir sobre a significação pessoal das palavras do cliente e não só responder ao conteúdo intelectual
Abstração de seus próprios valores, sentimentos e necessidades
Abstenção de critérios realistas, objetivos e racionais na psicoterapia
EMPATIA
Sensibilidade alterocêntrica Suscetível ao desenvolvimento Reorganização pessoal, sistema de
valores, necessidades e interesses Manifesta-se em toda situação
social
Sensibilidade social
É receptivo às reações do outro Percebe os tons positivos e negativos das
relações Reconhece as nuances sutis que revelam
a qualidade das relações Reconhece as necessidades do outro, a
direção de seus interesses e a natureza de suas preocupações
Empatia X Simpatia
Empatia - subjetividade do outro, aspectos emocionais e cognitivos
Simpatia – campo mais reduzido – própria subjetividade
Na empatia, o terapeuta participa de uma maneira íntima da experiência do cliente, mas permanece emocionalmente independente
Intuição para o diagnóstico X Empatia
Opostas Capacidade de revelar, analisar e
formular as tendências e necessidade inconscientes
Observação e interpretação das manifestações conscientes da experiência
Fç diagnóstica – avaliação Fç essencialmente intelectual adquirida
por formação profissional
II - AUTENTICIDADE
Acordo interno entre a experiência e sua representação na consciência
Autenticidade ≠ sinceridade Apreensão autêntica de si = compreensão de si mesmo Evitar o “como se” Necessidade de experimentar os sentimentos que
manifesta (verbal e não-verbal) O terapeuta é sempre capaz de experimentar os
sentimentos desejados em relação a cada um de seus clientes?
Atitude de consideração positiva incondicional
Se for incapaz de desenvolver ou manter – deterioração da relação
Não só é ineficaz como prejudicial
O que fazer?... Elucidar o problema com o cliente; Discutir com um colega; Ou encaminhar o paciente a um colega
Autenticidade
Há uma diferença observável entre a expressão de sentimentos autenticamente positivos e sua imitação? E se o terapeuta é bom ator?
Constância do comportamento A autenticidade é mantida sem dificuldade
por longos períodos A imitação ou falseamento de sentimentos
pode não ser observável mas é reconhecida
III – CONCEPÇÃO POSITIVA E LIBERAL DO HOMEM
Modos de pensar e reagir enraizados na personalidade e se expressam no estilo de vida
Os profissionais são capazes de adquirir atitudes que, para muitos deles, estão diretamente opostas aos seus sentimentos e convicções?
Possibilidade de reorganização do sistema de valores e atitudes a partir de novas situações apresentadas e experiências vividas
“Conversão” – esforço de introspecção e reflexão crítica Desejo comprometido do terapeuta pode viabilizar a
assimilação de novos valores
IV – MATURIDADE EMOCIONAL
Implica equilíbrio emotivo-racional Participar da transformação de outra pessoa sem
moldar segundo sua própria imagem - fórmulas ou receitas
Capacidade e vontade autêntica de servir de caixa de ressonância e amplificador de esforços do cliente (não como guia, juiz ou modelo)
Capacidade de se prestar, enquanto pessoa, às necessidades do indivíduo em conflito
Maturidade Emocional
Capacidade de se comportar de maneira “asséptica”
Assepsia ou neutralidade no estabelecimento e na conservação de laços afetivos estreitos, porém subordinados a um fim maior
Evitar a retroalimentação emocional na relação terapêutica
Maturidade emocional
Necessidades do terapeuta – fontes de satisfação que dão sentido à sua vida, inclusive o trabalho
Saídas adequadas para as necessidades fundamentais
Efeito regulador sobre a economia psíquica
Satisfações X frustrações
Maturidade emocional
Situação terapêutica – 2 pessoas Cliente privado de satisfação emocional Terapeuta manifesta calor e compreensão
nunca antes encontrado pelo outro Acolhimento X fome afetiva Polarização aguda de sentimentos Maturidade previne esta situação para o
terapeuta, não estando este em estado de frustração
Maturidade emocional
Atitude de abandono e entrega do cliente X posse do terapeuta
Ilusão do terapeuta – “pedestal” Técnica subordinada às atitude e estrutura de
personalidade do terapeuta Não é o conhecimento nem a habilidade
profissional que tem mais valor, mas a integridade pessoal.
Pressupõe segurança interna Equilíbrio diante das inevitáveis oscilações do
cliente Desenvolvimento inesperado e angustiante
Maturidade emocional
“Desmoronamento” pessoal – família, profissão, estudos, alusão a suicídio, violência, hostilidade contra o terapeuta
Situações carregadas de emoção Manutenção da eficácia terapêutica e
bem-estar pessoal Escolha e exercício da profissão Concepção elevada do HM e das relações
humanas
V – COMPREENSÃO DE SI
DIPLOMA de Psicologia ≠ compreensão aprofundada de si mesmo
“O instrumento principal do terapeuta é a sua personalidade”
Conhecer o instrumento é primordial Instrumento utilizado sobre material humano:
vida, futuro e destino de outro Erros de percepção determinados por inclinações,
aversões, preconceitos, medos e desejos do terapeuta
Compreensão de si
Que tipo de conhecimento? Funcionamento ótimo da personalidade. Como
age, a cada momento, na situação imediata. Abertura constante à experiência O treinamento para alcançar uma apreensão
correta da experiência imediata é precisamente a operação crucial da psicoterapia
Quanto maior a experiência clínica e psicoterápica melhor é o terapeuta.