QUESTÕES COMENTADAS de LÍNGUA PORTUGUESA · 2020. 11. 5. · 2021 Duda Nogueira Mais de 660...

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2021

Duda NogueiraM

ais de 660 questões FGV

QUESTÕES COMENTADAS de

LÍNGUA PORTUGUESA

2ª ediçãorevista, atualizada e ampliada

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CAPÍTULO 1Coesão, coerência e reescrita de frases

» Nos editais: Domínio dos mecanismos de coe-são textual; emprego de elementos de referen-ciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual; reescritura de frases e parágrafos do texto; subs-tituição de palavras ou de trechos de texto; re-textualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade.

1. NÍVEL MÉDIO

01 (FGV - Oficial de Justiça - TJ RS - 2020) Observe a frase a seguir.

É importante aprender muitas coisas / É importante o aprendizado de muitas coi-sas.

O mesmo processo de substituição de um verbo por um substantivo correspon-dente foi feito de forma adequada em:

(a) É impossível ocultar a desonestidade / É impossível o ocultismo da desonestida-de;

(b) Morrer é o ato final da existência humana / A mortandade é o ato final da exis-tência humana;

(c) Enfrentar as dificuldades é o caminho da felicidade / O enfrentamento das difi-culdades é o caminho da felicidade;

(d) Oferecer amizade é atitude rara / O ofertório de amizade é atitude rara;

(e) O mais difícil é viver / O mais difícil é a vivacidade.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Questão de nominalização – transformar o verbo em substantivo.

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Alternativa "a" – Ocultismo: ciência que trata dos fenômenos que parecem não ter expli-cação pelas leis naturais, como a levitação, a telepatia. Não possui relação alguma com o verbo ocultar.

Alternativa "b" – Mortandade: quantidade de pessoas que morrem numa determinada época; mortalidade. Não se refere ao verbo morrer, mas à quantidade de pessoas que morrem.

Alternativa "c" – Enfrentamento: ação de enfrentar, de encarar de frente um problema.

Alternativa "d" – Ofertório: parte da missa durante a qual o padre oferece a deus o pão e o vinho, antes de consagrá-los. Não há relação com o verbo oferecer.

Alternativa "e" – Vivacidade: que contém vitalidade; que expressa vigor ou força. Não se refere ao verbo viver.

RESPOSTA: C

02 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) A introdução do nº 13 da revista Educatrix diz o seguinte: Antes de iniciar a leitura, pare e pense com quantas pessoas você compartilhou informações hoje. Agora mesmo, neste exato momento, nós estamos trocando bagagens culturais: a história da vida de quem escreve daqui e a de quem lê daí. Há, de fato, uma premissa básica para a sobrevi-vência humana: o viver em comunidade e a vivência compartilhada.

Sobre a estruturação desse texto, é correto afirmar que: (a) as formas verbais pare e pense indicam uma ordem para que o leitor possa realizar

corretamente a leitura do texto; (b) no segmento Agora mesmo, neste exato momento há uma construção enfática, já

que há redundância nos termos; (c) as formas daqui e daí mostram uma oposição entre autor e leitores em relação às

mensagens; (d) a expressão de fato indica uma confirmação de algo negado anteriormente; (e) nos segmentos viver em comunidade e vivência compartilhada há uma obrigatória

interdependência.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Indicam ordem por estarem conjugadas no imperativo afirmativo, mas não indicam que possa realizar corretamente a leitura.

Alternativa "b" – Há ênfase, há realce, há redundância, pois são termos sinônimos: agora mesmo = neste exato momento.

Alternativa "c" – As formas mostram uma adição, uma soma. Não existe oposição.

Alternativa "d" – Indica confirmação de algo mencionado posteriormente, não de algo negado anteriormente.

Alternativa "e" – Não há dependência entre uma coisa e outra, há soma (emprego da conjunção aditiva “e”).

RESPOSTA: B

212 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 213

Texto 1

O trecho a seguir é a primeira pergunta de uma entrevista em que o entrevista-dor (E) questiona a física Cássia Fernandez (CF) sobre criatividade:

(E) – Muito se fala sobre criatividade. Mas qual a definição mais aceita sobre o que é ser uma pessoa criativa?

(CF) – Existem definições gerais de criatividade, utilizadas pelo senso comum, mas não existe um consenso no mundo acadêmico. À medida que as pesquisas se aprofundam, vemos que o tema é mais e mais complexo. Contudo, não se pode abrir mão de buscar tornar essa definição mais precisa para que as estratégias educacionais sejam mais efetivas.

03 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) No texto 1 há um con-junto de segmentos que podem se apresentar sob a forma nominal em lugar da forma verbal; a opção em que essa substituição NÃO mantém o sentido original é:

(a) o que é ser uma pessoa criativa = a existência de uma pessoa criativa; (b) à medida que as pesquisas se aprofundam = com o aprofundamento das pesqui-

sas; (c) que o tema é mais e mais complexo = a maior complexidade do tema; (d) de buscar tornar essa definição mais precisa = da busca de mais precisão nessa

definição; (e) que as estratégias educacionais sejam mais efetivas = mais efetividade das estra-

tégias educacionais.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – O verbo “ser” não possui a mesma ideia do substantivo “existência”. Ser: possuir identidade, particularidade ou capacidade inerente. Existência: condição de tudo o que existe, do que tem vida; estado de quem está vivo ou de quem se mantém vivo.

Alternativa "b" – Aprofundar → aprofundamento.

Alternativa "c" – Ser mais complexo → complexidade.

Alternativa "d" – Buscar → busca; mais precisa → mais precisão.

Alternativa "e" – Sejam mais efetivas → mais efetividade.

RESPOSTA: A

Texto para responder à questão.

Uma segunda pergunta da mesma entrevista com a Cássia Fernandez (texto 1) é a seguinte:

(E) – A busca de uma educação mais criativa se deve ao desenvolvimento da Pedagogia ou a uma pressão crescente do mundo do trabalho?

(CF) – Hoje, a busca pela criatividade vem como demanda do mercado. Sou contra essa visão utilitária, mas é assim que funciona. Em um mundo onde a automação avança, onde há um fluxo gigantesco de dados, precisamos cada

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vez mais da criatividade. O mercado busca esse perfil profissional e a educação vem se pautando por isso. Ocorre que o modelo educativo tradicional não deixa espaço nenhum para a criatividade, pois tudo se baseia na repetição, como um modelo fordista.

04 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) Sou contra essa visão uti-litária, mas é assim que funciona.

Essa frase pode ser reescrita de vários modos; a única forma que altera o seu sen-tido original é:

(a) Mesmo sendo contra essa visão utilitária, é assim que funciona; (b) Apesar de ser contra essa visão utilitária, é assim que funciona; (c) É assim que funciona a despeito de eu ser contra essa visão utilitária; (d) Ainda que eu seja contra essa visão utilitária, é assim que funciona; (e) É assim que funciona a menos que eu seja contra essa visão utilitária.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Questão de coesão textual e período composto. A conjunção “mas” é adversativa e possui ideia de oposição.

Alternativa "a" – A expressão “mesmo sendo” é concessiva e possui também ideia de oposição.

Alternativa "b" – A locução conjuntiva “apresar de” é concessiva: oposição.

Alternativa "c" – A locução “a despeito de” é concessiva: oposição.

Alternativa "d" – “Ainda que” indica concessão: oposição.

Alternativa "e" – A locução “a menos que” é condicional e o sentido foi alterado.

RESPOSTA: E

Texto 2

O professor tenta exaustivamente explicar o conteúdo seguidas vezes, muda o ponto de vista, muda o esquema exposto na lousa, exemplifica de duas, três, quatro formas diferentes. A cada pausa, chama atenção de diferentes grupos de alunos, que insistem em não prestar atenção. (....) Já transpirando e quase rouco de tanto aumentar o tom de voz, o professor chama a atenção de um aluno que ri alto.

— Fica de boa, profe. Depois eu vejo isso aí no YouTube.

05 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) — Fica de boa, profe. Depois eu vejo isso aí no YouTube.

A característica que NÃO está presente nessa frase dita pelo aluno do texto 2 é: (a) emprego de gíria; (b) transcrição oral de uma abreviatura;

214 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 215

(c) o emprego de isso com valor pejorativo; (d) falha na estruturação gramatical;(e) o uso de aí para marcar distância.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – “Ficar de boa” é gíria e significa “fique tranquilo”.

Alternativa "b" – “profe” é abreviação de professor.

Alternativa "c" – O aluno riu alto e disse que procuraria “isso” no YouTube. O sentido é pejorativo por possuir o intuito de insultar, depreciar, ofender.

Alternativa "d" – Não ocorre falha na estruturação gramatical e a mensagem foi pas-sada.

Alternativa "e" – Indica que está distante do aluno.

RESPOSTA: D

Texto para responder à questão.

Ler nas entrelinhas. Esta frase dá conta de uma das muitas sutilezas da escrita, indicando que num texto até o que não está escrito deve ser lido, pois o sentido vai muito além das palavras, situando-se no contexto, para que não se perca “o espírito da coisa”. (Deonísio da Silva)

06 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) Um segmento incoerente retirado desse texto é:

(a) Esta frase dá conta de uma das muitas sutilezas da escrita; (b) num texto até o que não está escrito deve ser lido; (c) pois o sentido vai muito além das palavras; (d) o sentido (....) situando-se no contexto; (e) para que não se perca “o espírito da coisa”.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Incoerência é a falta de ligação entre ideias e fatos, sendo o re-sultado ilógico.

Alternativa "a" – Exemplifica as sutilezas: coerente.

Alternativa "b" – Se não está escrito, não há como ser lido.

Alternativa "c" – O sentido vai além: coerente.

Alternativa "d" – O sentido está no contexto: coerente.

Alternativa "e" – A fim de não perder algo: coerente.

RESPOSTA: B

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07 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) A única frase abaixo que se mostra coerente é:

(a) Os imbecis deixam as suas impressões digitais no que dizem. (b) Jamais diga uma mentira que não possa provar. (c) A razão é um sol severo: ilumina, mas cega. (d) Ninguém pode me calar, a menos que amarrem minhas mãos nas costas. (e) É como dizia o comentarista: que empate o melhor!

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – É impossível haver tato (impressões digitais) na fala.

Alternativa "b" – Se é mentira, não pode haver prova.

Alternativa "c" – O sol ilumina, se for acentuado, pode cegar. Há coerência.

Alternativa "d" – Amarrar as mãos não impede alguém de falar.

Alternativa "e" – O melhor vence e não empata.

RESPOSTA: C

Texto 3

Os velhos estão sempre aconselhando os jovens a guardar dinheiro. Digo que este é um mau conselho. Não guardem um centavo; invistam em si mesmo ape-nas. Eu nunca economizei um dólar sequer antes dos 40 anos de idade. (Henry Ford)

08 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) A frase de Henry Ford (texto 3) foi traduzida com um erro gramatical, que é:

(a) emprego de mau em lugar de mal; (b) em si mesmo em lugar de em si mesmos; (c) sequer em lugar de se quer; (d) a má colocação de apenas na frase; (e) a redundância desnecessária em de idade.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – O adjetivo mau qualifica o substantivo conselho e é antônimo de bom. Dica: mal é substantivo (o mal que ele não me fez) ou advérbio (dormiu mal).

Alternativa "b" – Concordância: o verbo está conjugado na terceira pessoa do plural (vocês) do imperativo afirmativo e a forma correta é (vocês) invistam em si mesmos. Se estivesse no singular, estaria correta: (você) invista em si mesmo.

Alternativa "c" – Sequer: advérbio que significa ao menos, tampouco, pelo menos. Se quer: encontro da conjunção se com o verbo quer. A expressão é sinônima de se pre-tende ou se deseja.

216 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 217

Alternativa "d" – Apenas: de maneira exclusiva, que tem capacidade de excluir os demais, somente.

Alternativa "e" – Não ocorre uso abusivo de palavras. Trata-se apenas de uma ênfase.

RESPOSTA: B

09 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) Velhos e jovens no texto 3 são originalmente adjetivos que se encontram substantivados; o mesmo ocorre na seguinte frase:

(a) Os homens realmente educados são os autodidatas; (b) O que a escultura faz ao mármore, a instrução faz à alma humana; (c) Você é único. Se isso não é suficiente, algo se perdeu; (d) É difícil uma pessoa sentir-se confortável sem ter a própria aprovação; (e) O homem sem educação é a caricatura de si mesmo.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Eles são velhos = adjetivo (qualifica). Os velhos faltaram = subs-tantivo (nomeia – o artigo o acompanha).

Alternativa "a" – Os homens são autodidatas = adjetivo. Os autodidatas = substan-tivo.

Alternativa "b" – A alma é humana = adjetivo.

Alternativa "c" – Você é único = adjetivo.

Alternativa "d" – É difícil = adjetivo.

Alternativa "e" – O homem é a caricatura = adjetivo. Se fosse “a caricatura é o ho-mem”, teríamos um substantivo + um adjetivo, respectivamente.

RESPOSTA: A

10 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) A frase abaixo em que ocorre uma falha gramatical é:

(a) Cada um deve dedicar-se à sua própria educação até o último dia; (b) Não se trata de ler muito de tudo. É necessário digerir-se o que se lê; (c) Não pretendas ser demasiado justo nem saber mais do que lhe convém; (d) Nascemos príncipes e a educação faz de nós sapos; (e) O amor-próprio ofendido não perdoa jamais.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – A crase antes do pronome possessivo feminino é facultativa.

Alternativa "b" – A segunda oração está na voz passiva sintética (verbo transitivo direto + se) e não ocorre falha gramatical.

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Alternativa "c" – Não há uniformidade de tratamento: não pretendas (tu – segunda pessoa do singular) e lhe (terceira pessoa do singular). Opções de reescrita: não pre-tenda (terceira pessoa do singular) e lhe; não pretendas e te.

Alternativa "d" – Período com duas orações e sujeito distintos (nós e a educação).

Alternativa "e" – Sujeito + adjunto adverbial de negação + verbo + adjunto adverbial de tempo. Não há falha.

RESPOSTA: C

Texto 4

Assim que toca o sinal indicando o fim das aulas, um grupo de alunos sai cor-rendo das salas. Eles não estão com pressa de ir embora, como seria de se espe-rar após nove horas e meia de atividade escolar, mas para ir ao pátio, onde vão ensaiar para a fanfarra ou treinar handebol. Em um colégio onde 30% dos alunos repetiam ou abandonavam os estudos, houve um receio inicial em aumentar o tempo de classe, com o período integral. A solução surpreendeu, fez aumentar o interesse dos jovens pelos estudos e melhorou os indicadores educacionais da unidade.

11 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) No texto 4, o segundo período do primeiro parágrafo, em relação ao período anterior, mostra:

(a) uma exemplificação; (b) uma justificativa; (c) uma explicitação; (d) uma quebra de expectativa; (e) uma incoerência flagrante.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Não é um exemplo.

Alternativa "b" – Não está justificando.

Alternativa "c" – Não explica.

Alternativa "d" – Quando sai correndo, há pressa. O grupo saiu correndo, mas não estavam com pressa. Houve quebra de expectativa por caber a conjunção adversativa “mas” para ligar as orações.

Alternativa "e" – Não se trata de contradição incontestável (flagrante).

RESPOSTA: D

Texto 5

“No Paquistão, quando sou proibida de ir à escola, compreendo o quão impor-tante é a educação. A educação é o poder das mulheres. (....) Nós percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados”. É assim que a pequena no-tável enxerga o horizonte e – por meio das novas tecnologias – pôde fazer ecoar

218 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 219

sua voz. Educação é um ato político, e se é na sociedade (seja física ou digital) o nascedouro de faíscas de perspectivas para um mundo mais igualitário, a escola deve ser o seu maior berçário.

Empoderamento educacional, Ivan Aguirra

12 (FGV – Técnico – Área Administrativa – MP RJ - 2019) No texto 5 são utilizados alguns meios linguísticos com função específica; o item abaixo em que os exem-plos citados NÃO correspondem ao elemento destacado é:

(a) voz passiva: sou proibida / somos silenciados; (b) conexão entre orações: quando sou proibida / quando somos silenciados; (c) intensificação de grau: quão importante / mais igualitário; (d) palavras de coesão com os antecedentes: assim / berçário; (e) adjetivação: político / igualitário.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – As duas orações estão na voz passiva analítica (verbo ser + particí-pio). Vejamos as orações na voz passiva e na voz ativa, respectivamente: sou proibida de ira à escola = proíbem-me se ir à escola; somos silenciados = silenciam-nos. Note que nos dois casos não foi citado o agente do passiva, por isso o verbo na ativa deve permanecer na terceira pessoa do plural.

Alternativa "b" – As duas orações são subordinadas adverbiais temporais: 1. Quando compreendo o quão importante é a educação? Quando sou proibida de ir à escola = tempo; 2. Quando nós percebemos a importância de nossa voz? Quando somos silenciados = tempo.

Alternativa "c" – Ocorre intensificação do grau nos dois casos: quão importante = muito importante; mundo mais igualitário.

Alternativa "d" – “Berçário” é predicativo do sujeito “escola”. “Assim” retoma a ideia mencionada anteriormente que está entre aspas, não se refere a berçário.

Alternativa "e" – O adjetivo qualifica o substantivo nos dois casos: o ato é político (adjetivo de “ato”); o mundo é igualitário (adjetivo de “mundo”).

RESPOSTA: D

13 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) O vocábulo “maior” se refere prioritariamente a realidades que tenham uma extensão física; nesse caso, a frase abaixo em que esse vocábulo foi bem empregado é:

(a) Para maiores informações, leia o Código Penal; (b) Um dos maiores freios aos delitos não é a crueldade das penas; (c) Não é a intensidade da pena, mas sua extensão, que traz os maiores resultados; (d) A maior punição de um crime não provém da lei; (e) Já está lotada a maior prisão do país.

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bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Para mais informações: quantidade.

Alternativa "b" – Sinônimo de melhor e não indica tamanho.

Alternativa "c" – Indica quantidade: mais resultados.

Alternativa "d" – Sinônimo de melhor e não indica tamanho.

Alternativa "e" – Refere-se a tamanho: a prisão é muito grande.

RESPOSTA: E

14 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) Uma das leis da tex-tualidade é a coerência; a frase abaixo em que a coerência está presente é:

(a) Antes do Código Penal não existiam crimes; (b) As prisões ensinam a recuperação imoral a criminosos; (c) Desejo ser incluído fora desse julgamento; (d) Ter má fama quando morto não importa; (e) Passar muito tempo estudando é preguiça.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Se não existissem, não criariam o Código Penal.

Alternativa "b" – As prisões devem ensinar a recuperação moral.

Alternativa "c" – É impossível ser incluído fora. Incluído: dentro, incluso, contido.

Alternativa "d" – Depois de morrer, podem falar mal, não há importância alguma.

Alternativa "e" – Quem tem preguiça não passa muito tempo estudando.

RESPOSTA: D

15 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) “Há uma espécie de conforto na autocondenação. Quando nos condenamos, pensamos que ninguém mais tem o direito de fazê-lo”.

Sobre a estruturação desse pensamento, a única afirmação adequada é: (a) o segundo período funciona como uma explicação do primeiro; (b) o termo “Quando” indica uma condição da ação seguinte; (c) o pronome “nos” só se refere aos autores da frase; (d) o verbo fazer em “fazê-lo” tem o sentido de “produzir algo”; (e) o pronome “lo” se refere a “direito”.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Os períodos são coordenados, ou seja, são independentes sinta-ticamente e podem ser unidos pela conjunção porque: Quando nos condenamos,

220 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 221

pensamos que ninguém mais tem o direito de fazê-lo, porque há uma espécie de conforto na autocondenação.

Alternativa "b" – Indica tempo.

Alternativa "c" – Refere-se aos autores e ao leitor, a ideia é de generalização: todos nós.

Alternativa "d" – O verbo fazer é vicário: fica no lugar de outro, que substitui um ver-bo para não o repetir. Substitui o verbo condenar.

Alternativa "e" – Ninguém tem o direito de fazer “isso”: o pronome é demonstrativo anafórico e retoma a ideia anteposta: condenarmo-nos.

RESPOSTA: A

16 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) “Há uma espécie de conforto na autocondenação. Quando nos condenamos, pensamos que ninguém mais tem o direito de fazê-lo”.

A frase abaixo em que o vocábulo “mais” mostra o mesmo valor que na frase aci-ma é:

(a) A certeza de um castigo é sempre mais intensa que o temor de outro mais severo; (b) A certeza de um castigo é sempre mais intensa que o temor de outro mais severo; (c) Quanto mais a pena for rápida e próxima do delito, tanto mais justa e útil ela será; (d) Não se enforca um homem por ele ter roubado cavalos, mas para que cavalos não

sejam mais roubados; (E) A leitura de um livro mais não modificará a visão que temos da Justiça.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Questão de classes gramaticais. É importante entender que o “mais” não está intensificando.

Alternativa "a" – O advérbio intensifica o adjetivo intensa.

Alternativa "b" – O advérbio intensifica o adjetivo severo.

Alternativa "c" – O advérbio intensifica o adjetivo justa.

Alternativa "d" – O advérbio intensifica o adjetivo roubados.

Alternativa "e" – Trata-se de um pronome adjetivo indefinido e não intensifica. Possui sentido de “algo mais”, assim como em “ninguém mais”.

RESPOSTA: E

17 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) “O fim das penas não é atormentar, perseguir e afligir um ser sensível... Seu fim é apenas impedir que o réu cause novos danos aos seus concidadãos e dissuadir os outros de fa-zerem o mesmo”.

Se quiséssemos nominalizar todas as ações sublinhadas, deveríamos trocar os verbos por substantivos; nesse caso, a substituição inadequada seria:

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(a) atormentar um ser sensível / atormentação de um ser sensível; (b) perseguir um ser sensível / perseguição de um ser sensível; (c) afligir um ser sensível / aflição de um ser sensível; (d) impedir que o réu cause novos danos / impedimento de o réu causar novos da-

nos; (e) dissuadir os outros / dissuasão dos outros.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – O ser é atormentado, há sentido passivo nas duas informações.

Alternativa "b" – O ser é perseguido nas duas afirmações – sentido passivo.

Alternativa "c" – Ao nominalizar o verbo, o sentido foi alterado: alguém aflige um ser sensível, ou seja, causa sofrimento (valor passivo do “ser”) versus o ser sensível sente aflição (valor ativo).

Alternativa "d" – O ser é impedido nas duas informações – sentido passivo.

Alternativa "e" – O ser é dissuadido nas informações – sentido passivo.

RESPOSTA: C

18 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) “Quanto mais a pena for rápida e próxima do delito, tanto mais justa e útil ela será”.

Nesse pensamento, há uma correlação entre dois termos precedidos por “Quanto mais” e “tanto mais”, que são:

(a) mais rápida e mais próxima do delito; (b) mais justa e mais útil; (c) mais rápida / mais justa; (d) mais rápida e próxima / mais justa e útil; (e) mais próxima / mais útil.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – As expressões estão ligadas apenas a “quanto mais”.

Alternativa "b" – Estão ligadas apenas a “tanto mais”.

Alternativa "c" – Faltou informação, ocorreu quebra de paralelismo.

Alternativa "d" – Quanto mais → rápida e próxima; tanto mais → justa é útil.

Alternativa "e" – Aqui também faltou informação e ocorreu quebra de paralelismo.

RESPOSTA: D

19 (FGV – Técnico Judiciário – Área Judiciária – TJ CE - 2019) A frase abaixo que foi construída exclusivamente por linguagem formal é:

(a) Primeiro a gente enlouquece e depois vê no que dá; (b) A vida é curta demais para vivê-la ao lado de um filho da mãe;

222 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 223

(c) Tem pessoas que discordam de mim e outras, que são inteligentes; (d) Me deram como castigo uma pena de dez anos; (e) Somente o que perdi é meu para sempre.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – A gente = nós.

Alternativa "b" – Filho da mãe = sentido pejorativo usado para desqualificar alguém.

Alternativa "c" – Tem = há.

Alternativa "d" – Colocação pronominal: a próclise é obrigatória porque não se deve iniciar oração com o pronome oblíquo: deram-me.

Alternativa "e" – O período foi escrito na linguagem formal.

RESPOSTA: E

20 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) O ju-rista romano Ulpiano formulou o seguinte pensamento: “Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe per-tence”.

Abaixo aparecem cinco diferentes maneiras de reescrever essa mesma frase; a reescritura que mostra uma forma inadequada é:

(a) Os preceitos do direito são tais: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence;

(b) Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, dar a cada um o que lhe per-tence e não ofender ninguém;

(c) Tais são os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar o que lhe pertence a cada um;

(d) São tais os preceitos do direito: viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence;

(e) Viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence: tais são os preceitos do direito.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – O que pertence a ele.

Alternativa "b" – O que pertence a cada um.

Alternativa "c" – O sentido mudou: dar a cada um o que pertence a você.

Alternativa "d" – O que pertence a ele.

Alternativa "e" – O que pertence a ele.

RESPOSTA: C

21 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Amai a justiça, / vós que julgais a terra”.

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Considerando que esse pensamento é composto por dois segmentos (separados por uma barra inclinada), sobre a sua estrutura, é correto afirmar que:

(a) o segundo segmento identifica a quem se refere o imperativo presente no primei-ro segmento;

(b) o segundo segmento mostra a causa da afirmação contida no primeiro segmen-to;

(c) o segundo segmento explica o segmento anterior; (d) o primeiro segmento indica a condição de o segundo segmento ser realizado; (e) o primeiro segmento apresenta a consequência da ação presente no segundo.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Questão de verbo e período composto.

Alternativa "a" – O verbo está conjugado na segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo e refere-se a vós. Siga a ordem da tabela para montar os tempos verbais, lembrando que é preciso retirar o “s” das segundas pessoas do presente do indicativo e que não há alteração alguma nas formas retiradas do presente do subjuntivo.

Presente do indicativo (1)

Imperativo afirmativo (3)

Presente do subjuntivo (2)

Eu amo X (3.1) Que eu ame

Tu amas (3.2.) → (- s) Ama tu (3.3) Que tu ames

Ele ama Ame você (3.5) ← Que ele ame (3.4)

Nós amamos Amemos nós (3.7) ← Que nós amemos (3.6)

Vós amais (3.8) → (- s) Amai vós (3.9) Que vós ameis

Eles amam Amem vocês (3.11) ← Que eles amem (3.10)

Alternativa "b" – Não cabe a pergunta “por quê?” nem há consequência, logo não pode indicar causa.

Alternativa "c" – Se explicasse, caberia a conjunção “porque”. Não é o caso.

Alternativa "d" – Não cabe a conjunção “se”, pois o verbo está no imperativo afirmativo.

Alternativa "e" – Para indicar consequência, caberia a locução conjuntiva “de modo que” e haveria também a ideia de causa.

RESPOSTA: A

22 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) Abaixo estão cinco frases com a negativa não; todas essas frases foram reescritas, elimi-nando-se essa negativa, mas mantendo-se o sentido original.

A frase em que houve alteração do sentido original é: (a) A justiça não existe onde não há liberdade / A justiça só existe onde há liberdade; (b) Se temes a solidão, não tentes ser justo / Se temes a solidão, tenta ser injusto; (c) O raciocínio e a pressa não se dão bem / O raciocínio e a pressa mostram más

relações;

224 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 225

(d) Não existem amores feios / Só existem amores bonitos; (e) Não se pode confiar em quem põe a mão no coração ao dar sua palavra / Pode-se

desconfiar de quem põe a mão no coração ao dar sua palavra.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Questão de coerência textual e verbo. Mais uma vez a banca exi-ge o verbo no imperativo e incluiu processo de formação das palavras – prefixação.

Alternativa "a" – Sentidos iguais: não existe onde não há = existe onde há.

Alternativa "b" – Sentidos distintos: não tentes ser justo = tu és injusto; tenta ser injusto = tu és justo. Perceba que alteração de sentido ocorreu por dois motivos: 1. Alteração do verbo no imperativo negativo para o imperativo afirmativo; 2. Inserção do prefixo negativo “in” em injusto (radical: justo).

Presente do indica-tivo (1)

Imperativo afirma-tivo (3)

Presente do subjun-tivo (2)

Imperativo nega-tivo (4)

Eu tento X (3.1) Que eu tente X (4.1.)

Tu tentas (3.2.) → (- s) Tenta tu (3.3) Que tu tentes → Não tentes (4.2)

Ele tenta Tente você (3.5) ← Que ele tente (3.4) → Não tente (4.3)

Nós tentamos Tentemos nós (3.7) ←Que nós tentemos (3.6) → Não tentemos (4.4.)

Vós tentais (3.8)→ (- s) Tentai vós (3.9) Que vós tenteis → Não tenteis (4.5)

Eles tentam Tentem vocês (3.11) ← Que eles tentem (3.10) → Não tentem (4.6)

Alternativa "c" – Sentidos iguais: não se dar bem = más relações.

Alternativa "d" – Sentidos iguais: não existem feios = existem bonitos.

Alternativa "e" – Sentidos iguais: não se pode confiar = deve-se desconfiar.

RESPOSTA: B

23 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Exces-so de direito, excesso de injustiça”.

A forma adequada de indicar-se de modo mais explícito a relação lógica desse pensamento é:

(a) Se houver excesso de direito, haverá excesso de injustiça; (b) O excesso de direito é sempre seguido do excesso de injustiça; (c) Em havendo excesso de direito, desaparecerá o excesso de injustiça; (d) O excesso de direito ocorre em função do excesso de injustiça; (e) Quanto menor o excesso de direito, maior o excesso de injustiça.

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bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Exatamente: uma coisa depende da outra, por isso cabe a ideia con-dicional indicada pela conjunção “se”.

Alternativa "b" – Não possui noção de tempo.

Alternativa "c" – Não desaparece, as ideias são simultâneas.

Alternativa "d" – “Em função de” = em consequência de, em resultado de. Não existe ideia de consequência.

Alternativa "e" – Não cabe a ideia de maior e menor.

RESPOSTA: A

24 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) A frase abaixo em que o termo sublinhado repete ou se refere a um termo anterior é:

(a) O justo é tranquilíssimo, o injusto é sempre muito solícito; (b) Raspai o juiz, encontrareis o carrasco; (c) Não pretendas ser juiz se não tens força para desenraizar as injustiças; (d) É natural desejar que se faça justiça; a maior de todas as almas não ficaria insensí-

vel ao prazer de ser conhecida como tal; (E) Causam menos dano cem delinquentes do que um mau juiz.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Indica oposição dos vocábulos justo e injusto.

Alternativa "b" – O termo não retoma vocábulo algum.

Alternativa "c" – Injustiça não retoma juiz.

Alternativa "d" – O pronome retoma “justiça”.

Alternativa "e" – O adjetivo apenas qualifica o substantivo juiz.

RESPOSTA: D

25 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) Se re-conheces que algo é injusto, tenta pôr fim à injustiça o mais rápido possível: para que esperar o próximo ano?

A relação semântico-gramatical que existe entre injusto / injustiça se repete em: (a) julgar / julgamento; (b) dificultoso / dificuldade; (c) rápido / rapidamente; (d) roupagem / rouparia; (e) figura / figuração.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: É necessário classificar as classes gramaticais: injusto = adjetivo; injustiça = substantivo.

226 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 227

Alternativa "a" – Verbo e substantivo.

Alternativa "b" – Adjetivo e substantivo.

Alternativa "c" – Adjetivo e advérbio.

Alternativa "d" – Substantivo e substantivo.

Alternativa "e" – Substantivo e substantivo.

RESPOSTA: B

26 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Quem critica a injustiça o faz não porque teme cometer ações injustas, mas porque teme sofrê-las”.

No caso desse pensamento de Platão, o verbo fazer substitui toda uma oração anterior (critica a injustiça); a mesma situação ocorre na seguinte frase:

(a) Arrepende-se quem faz o que não deve; (b) Zangou-se com os amigos e fez uma longa denúncia; (c) Decidiu viajar e fez isso rapidamente; (d) Comprou um novo computador e fez o trabalho; (e) Ficou preocupado e fez a viagem de repente.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: Trata-se de verbo vicário – fica no lugar de outro, que substitui um verbo para não se o repetir. Os mais usados são: fazer e ser. Exemplos: Ele vinha muito aqui, mas há meses que não  o faz”  (o faz  = vem aqui). Ela não estuda mais como fazia antigamente” (fazia = estudava).

Alternativa "a" – O verbo fazer não retoma o verbo arrepender-se.

Alternativa "b" – O verbo fazer não retoma o verbo zangar-se.

Alternativa "c" – O verbo fazer retoma o verbo viajar: Decidiu viajar e viajou rapida-mente.

Alternativa "d" – O verbo fazer não retoma o verbo comprar.

Alternativa "e" – O verbo fazer não retoma o verbo ficar.

RESPOSTA: C

27 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Onde, sob os olhos dos juízes, o direito é derrubado pela iniquidade e a verdade pela mentira, são derrubados os próprios juízes”.

Sobre a estrutura dessa frase, a única afirmação inadequada é: (a) o termo inicial “onde” não se refere a nenhum lugar específico; (b) no segmento “e a verdade pela mentira” está omitida a forma verbal “é derruba-

da”; (c) no segmento “sob os olhos dos juízes” não se pode substituir a forma “sob” por

“sobre”;

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(d) no segmento “o direito é derrubado pela iniquidade” há um exemplo de voz pas-siva em que o sujeito (o direito) sofre a ação;

(e) no segmento “são derrubados os próprios juízes” não se pode colocar o sujeito (os próprios juízes) antes do verbo (são derrubados).

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – É um advérbio de lugar e não se refere a algo específico. Se fosse pronome relativo, provavelmente especificaria: A biblioteca onde estudo = retoma biblioteca.

Alternativa "b" – As orações estão na voz passiva analítica e equivalem, na voz ativa, a: a inquietude derruba o direito e a mentira derruba a verdade. Isso significa que o verbo ser + o particípio (é derrubada) estão implícitos.

Alternativa "c" – Os significados são distintos. Sob: que está protegido por; sobre: por cima de; denota e mostra a posição ou a localização daquilo que se encontra acima de; em cima de.

Alternativa "d" – O sujeito é paciente:

o direito é derrubado pela inquietude

sujeito paciente verbo ser + particípio agente da passiva

Transpondo para a voz ativa:

a inquietude derruba o direito

sujeito verbo no presente do indicativo – mesmo tempo do verbo ser na passiva objeto direto

Alternativa "e" – Pode, já que a oração ficaria na ordem direta: os juízes são derruba-dos. Como mencionado na alternativa “b”, as orações antepostas estão na vos passiva analítica.

RESPOSTA: E

28 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se repro-duz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e desventurados”.

Nessa frase do escritor italiano Ugo Foscolo, a função do segundo período é: (a) contradizer o primeiro; (b) explicar melhor o que é dito antes de forma vaga; (c) repetir o mesmo pensamento já dito; (d) justificar a declaração anterior; (e) argumentar contra o primeiro período.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Não é incoerente e não se opõe ao que foi dito, isto é, não pode ser contraditório.

228 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 229

Alternativa "b" – Explicar é ensinar, instruir, explanar – até cabe no contexto –, mas o fato de não ser juiz não possui sentido vago, trata-se de uma afirmação.

Alternativa "c" – Não repete. Alternativa descartada facilmente.

Alternativa "d" – Justificar é comprovar, fundamentar, apresentar motivos e razões. É exatamente o que o autor faz após afirmar que nunca será juiz.

Alternativa "e" – Como mencionado na alternativa “a”, não ocorre oposição, então não argumenta contra.

RESPOSTA: D

29 (FGV – Técnico Judiciário – Área Técnico Administrativa – TJ CE - 2019) “Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se repro-duz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e desventurados”.

Nesse pensamento, os termos “como” e “por quê” indicam, respectivamente: (a) modo e causa; (b) meio e explicação; (c) meio e causa; (d) causa e explicação; (e) modo e explicação.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Sem saber como: sem saber o modo, a maneira; sem saber por quê: sem saber a causa.

Alternativa "b" – Nem meio nem explicação.

Alternativa "c" – Não indica meio.

Alternativa "d" – Nem causa nem explicação.

Alternativa "e" – Não explicação, mas sim causa.

RESPOSTA: A

30 (FGV – Técnico Médio – DPE - RJ/2019) “Em todas essas profecias havia uma constante: o mundo novo não conheceria mais a liberdade, pelo menos com a latitude e o conceito que dela então se tinha”1.

O vocábulo sublinhado aparece com o mesmo sentido em: a) A liberdade não mais existirá no mundo futuro; b) Todos terão mais liberdade que agora; c) A sociedade futura terá mais tempo disponível; d) Dois mais dois serão sempre quatro; e) No futuro, viajaremos mais que agora. 

1. (L. G. Nascimento Silva. A liberdade e o computador. Revista brasileira de estudos pedagógicos. Rio de Janei-ro, nº 116, 1969)

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bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: No comando da questão, o vocábulo mais está acompanhado do advérbio “não” (não mais conheceria ou não conheceria mais) e possui ideia de finalização, término.

Alternativa "a" – O vocábulo mais possui ideia de finalização por também estar acompanhado do advérbio não: acabará a liberdade.

Alternativa "b" – Advérbio de intensidade. Dica: pode ser substituído por menos.

Alternativa "c" – Advérbio de intensidade: menos tempo.

Alternativa "d" – Dois menos dois.

Alternativa "e" – Advérbio de intensidade: viajaremos menos.

RESPOSTA: A

Texto 1

Um centro de reumatologia publicou em revista semanal o seguinte texto: “Es-tima-se que 85% da população tem, teve ou terá dores nas costas. Muitos acredi-tam que basta tomar um analgésico, isso é um perigo!

Dores na coluna tem vários motivos e podem estar associadas a doenças. Só um especialista pode diagnosticar e propor o melhor tratamento”. (adaptado)

31 (FGV – Técnico Médio – DPE RJ - 2019) No texto 1, o problema gramatical está: (a) na forma verbal “tem” na primeira linha do texto; (b) na forma do demonstrativo “isso” em lugar de “isto”; (c) na forma verbal “tem” do segundo parágrafo; (d) no uso de “vários motivos” em lugar de “motivos vários”; (e) no emprego de “um especialista” por “especialistas”.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – Por haver porcentagem + substantivo, a concordância pode ocorrer de duas maneiras: 85% têm (concorda com o numeral) ou a população tem (concorda com o substantivo).

Alternativa "b" – O pronome é anafórico, ou seja, retoma a ideia mencionada na ora-ção anteposta (muitos acreditam que basta tomas um analgésico).

Alternativa "c" – O verbo deve concordar com o sujeito: dores têm vários motivos.

Alternativa "d" – O pronome indefinido está anteposto ao substantivo e indica modo genérico, vago. Após o substantivo, passaria a ser adjetivo – qualificaria o substantivo.

Alternativa "e" – A ideia é de que qualquer especialista pode diagnosticar, trata-se de artigo indefinido e não há necessidade de pluralizar o substantivo.

RESPOSTA: C

230 Parte V – COESÃO, COERÊNCIA…QUESTÕES COMENTADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA | FGV

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Capítulo 1 – Coesão, coerência e reescrita de frases 231

32 (FGV – Técnico Médio – DPE - RJ/2019) “Todas as formas estão diluídas. Cinco horas da manhã.

A carroça do padeiro passa estrondando, fazendo tremer a quietude da cidade afundada, mas um instante depois o seu vulto e o seu ruído se dissolvem de novo na cerração.

O silêncio torna a cair”. (Graça Aranha, Canaã) Nesse texto, o observador da cena NÃO pode descrever perfeitamente o que vê

em função de limitações: a) físicas; b) psíquicas; c) culturais; d) afetivas; e) temporais.

bb COMENTÁRIOS:

J Nota da autora: A questão gerou polêmica sem motivo. Segundo o dicionário, o adjetivo físico significa que pertence à natureza, à matéria. Sabendo tal significado, a resposta é óbvia.

Alternativa "a" – Devida à cerração, o observador não pode descrever o que vê. A cerração está ligada à natureza: escuridão causada por nevoeiro ou pela acumulação de nuvens. Se pertence à natureza, a limitação é física.

Alternativa "b" – Não estão relacionadas com o âmbito mental nem com o compor-tamento.

Alternativa "c" – Não há relação com conhecimento.

Alternativa "d" – Não estão relacionadas com sentimentos.

Alternativa "e" – Não há referência temporal – passado, presente, futuro.

RESPOSTA: A

33 (FGV – Técnico Médio – DPE - RJ/2019) “Em caso de morte no acidente, a vítima pode receber o seguro no próprio escritório da seguradora”.

O problema de construção dessa frase está: a) na incoerência lógica dos termos; b) na troca indevida entre “acidente” e “incidente”; c) na utilização desnecessária de “próprio”; d) no erro ortográfico em “seguradora” por “Seguradora”; e) no erro de emprego de vírgula após “acidente”.

bb COMENTÁRIOS:

Alternativa "a" – A incoerência está no fato de a vítima morrer e depois receber o seguro.

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