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UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR CONDE DE OEIRAS
RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2016
Oeiras, 28 de fevereiro de 2017
UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR CONDE DE OEIRAS
- MODELO B -
Avenida Salvador Allende, 2780-163 Oeiras
Telefone: 21 440 01 00
Fax: 21 440 01 35
http://usfcondeoeiras.com/
COORDENADORA: Dra. Ana Isabel Rosário Dias
i
LISTA DE ACRÓNIMOS
ACES: Agrupamento de Centros de saúde
ADO: Antidiabéticos Orais
APDP: Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
CHLO: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
DGS: Direção Geral de Saúde
DM: Diabetes Mellitus
DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
EAD: Exames Auxiliares de Diagnóstico
ERA: Equipas Regionais de Apoio
HEM: Hospital de Egas Moniz
HGBA1C: Hemoglobina Glicada A1C
HPV: Human Papiloma Vírus
HSFX: Hospital de São Francisco Xavier
IAC: Interno do Ano Comum
IMC: Índice de Massa Corporal
INR: Índice Normalizado Internacional (da sigla inglesa)
IPOFG: Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
MIM@uf: Módulo de Informação e Monitorização das Unidades Funcionais
MCDT: Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica
MGF: Medicina Geral e Familiar
NOC: Normas de Orientação Clínica
PA: Pressão Arterial
PDS: Plataforma da Saúde
PNV: Plano Nacional de Vacinação
RCV: Registo Central de Vacinas
RNCCI: Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
SAPE: Sistema de apoio à prática de enfermagem
SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde
UCC: Unidade de Cuidados Continuados
UCF: Unidade Coordenadora Funcional
URAP: Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados
USF: Unidade de Saúde Familiar
USFCO: Unidade de Saúde Familiar Conde de Oeiras
ii
Índice
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
2. PERÍODO EM ANÁLISE, POPULAÇÃO INSCRITA, RECURSOS HUMANOS, CONTEXTO E
CONTINGÊNCIAS DA AVALIAÇÃO ......................................................................................... 6
2.1. Período em Análise ....................................................................................................... 6
2.2. População Inscrita ........................................................................................................ 6
2.3.Recursos Humanos ................................................................................................................. 7
3. CARTEIRA BÁSICA DE SERVIÇOS: INDICADORES INSTITUCIONAIS ................................ 9
3.1. Grupos Vulneráveis .................................................................................................... 10
3.2. Grupos de Risco .......................................................................................................... 14
3.3. Saúde do Adulto e Idoso ............................................................................................ 19
3.4 Cuidados Domiciliários ......................................................................................................... 22
4. INDICADORES DE EFICIÊNCIA / CUSTOS ................................................................... 23
5. INTERLIGAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS ................................................................. 24
5.1. Referenciação aos Cuidados Secundários e Rede Nacional de Cuidados Continuados24
5.2. Referenciação ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco ....................................... 25
5.3. Articulação com Outros Serviços do ACES ................................................................. 25
5.4. Saúde 24 ...................................................................................................................... 26
6. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ........................................................................ 27
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 27
FORMAÇÃO INTERNA ........................................................................................................ 27
FORMAÇÃO EXTERNA ........................................................................................................ 29
TRABALHOS COMUNICADOS/PUBLICADOS ......................................................................... 34
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 35
7. PLANO DE ACOMPANHAMENTO INTERNO .............................................................. 36
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 36
OBJETIVOS ........................................................................................................................ 36
METODOLOGIA.................................................................................................................. 37
OPERACIONALIZAÇÃO ....................................................................................................... 37
DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 38
8. ENSINO PRÉ E PÓS-GRADUADO ............................................................................... 40
9. QUALIDADE ASSISTENCIAL ...................................................................................... 41
9.1. Procedimentos de Educação e Informação dos Utentes........................................... 41
iii
9.2. Procedimentos de Apoio à Decisão Clínica ................................................................ 41
9.3. Procedimentos de Melhoria da Acessibilidade e da Organização Interna ............... 41
10. RELATÓRIO SOBRE CONSENTIMENTOS INFORMADOS 2016 ..................................... 42
11. AVALIAÇÃO AOS REGISTOS CLÍNICOS MÉDICOS ....................................................... 45
12. SATISFAÇÃO DE UTENTES ........................................................................................ 52
13. SATISFAÇÃO DE PROFISSIONAIS .............................................................................. 55
14. BURNOUT PROFISSIONAIS ...................................................................................... 59
15. RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES E ELOGIOS ................................................................... 63
16. LIGA DE AMIGOS .................................................................................................... 66
17. COMITÉ DO ALEITAMENTO MATERNO .................................................................... 68
ANEXO I: QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO DOS UTENTES .................................................... 69
iv
Índice de Figuras e Quadros
Figura 1: Pirâmide etária MIM@uf……………………………………………………………...………………………………………….. 10
Quadro I: Distribuição etária e por género com cálculo da lista ponderada ………………………………….………. 11
Quadro II: Número total de atendimentos médicos e de enfermagem…………………………………………………. 14
Quadro III: Indicador contratualizado e resultado alcançado em Saúde Infantil……………………………………. 15
Quadro IV: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde Infantil……………………. 16
Quadro V: Indicador não contratualizado e resultados alcançados na Vacinação………………………………….. 17
Quadro VI: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna…………………………. 18
Quadro VII: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna…………………. 18
Quadro VIII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Planeamento Familiar……………. 19
Quadro IX: Indicadores contratualizados e resultados alcançados no Programa de Diabetes……………….. 20
Quadro X: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados no Programa de Diabetes…………. 21
Quadro XI: Indicador contratualizado e resultado alcançado no Programa de Hipertensão………………….. 22
Quadro XII: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados no Programa de Hipertensão….. 23
Quadro XIII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso………… 24
Quadro XIV: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde do adulto e idoso….. 25
Quadro XV: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Rastreio Oncológico………………… 26
Quadro XVI: Indicador contratualizado e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários…………………… 27
Quadro XVII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Eficiência……………………………….. 28
Quadro XVIII: Caracterização da amostra dos dois estudos de satisfação de utentes efetuados…………… 48
Quadro XIX: Média de satisfação nos dois estudos efetuados………………………………………………………………… 48
5
1. INTRODUÇÃO
Este documento descreve e analisa o trabalho desenvolvido pela Unidade de Saúde Familiar
Conde de Oeiras em 2016, nomeadamente os resultados alcançados nos indicadores
contratualizados e outras atividades importantes desta USF, num contexto de várias
dificuldades e constrangimentos.
O ano de 2016 foi de grandes mudanças e de alguns desafios. Como unidade de saúde modelo
B, os objetivos tornaram-se mais exigentes, e por isso mais difíceis de atingir, o que implicou
um maior esforço da Unidade.
Até à data da elaboração deste relatório, apenas tivemos acesso aos dados de outubro do
Mim@uf, o que obviamente não traduz toda a atividade realizada durante o ano de 2016.
Como ainda faltam dados dos meses de novembro e dezembro de 2016 e de janeiro de 2017,
não se podem tirar conclusões em muitas situações, assim como fazer comparações com o ano
anterior. Para além disso foi constante o desfasamento entre a informação disponível e o
tempo adequado para trabalhar estes dados.
Outro desafio sentido por toda a equipa foram as constantes falhas do sistema informático
inoperante/obsoleto durante o horário de funcionamento da unidade, muitas vezes originando
situações de stress laboral. Se futuramente estes incidentes se continuarem a repetir, poderão
levar a situações de burnout.
No estudo sobre a satisfação dos profissionais realizado no segundo semestre de 2016, existem
10 elementos da unidade que se encontram no nível Alto na componente”Exaustão
Emocional”de Burnout. Será que os problemas informáticos podem ajudar a explicar estes
casos?
Por determinação da Direção Executiva do ACES e solicitação da USF S. Julião, esta unidade teve
de disponibilizar dois gabinetes de atendimento aquela unidade no ano de 2015. Uma vez que
esta situação se manteve durante 2016, houve repercussões na organização da USFCO,
nomeadamente na gestão da utilização das salas da unidade, sobretudo por Internos de
Medicina Geral e Familiar (no ano 2016 tivemos 8) e alunos de Medicina e IAC.
Apesar de todos estes constrangimentos, temos tentado manter um espirito positivo dentro da
equipa e assim ultrapassar em conjunto todos estes obstáculos.
6
2. PERÍODO EM ANÁLISE, POPULAÇÃO INSCRITA, RECURSOS HUMANOS,
CONTEXTO E CONTINGÊNCIAS DA AVALIAÇÃO
2.1. Período em Análise
Este relatório analisa as atividades da Unidade de Saúde Familiar de Conde de Oeiras entre 1 de
janeiro e 31 de dezembro de 2016 (muitos dados são referentes a outubro de 2016 pelo motivo
atrás indicado).
2.2. População Inscrita
Em 31 dezembro de 2016 encontravam-se inscritos na USF Conde de Oeiras 13 140 utentes, nos
ficheiros de 7 médicos (Mim@uf).
Figura 1: PIRÂMIDE ETÁRIA (MIM@uf, 31.12.2016)
-600 -400 -200 0 200 400 600 800
0-4 anos5-9 anos10-14 anos15-19 anos20-24 anos25-29 anos30-34 anos35-39 anos40-44 anos45-49 anos50-54 anos55-59 anos60-64 anos65-69 anos70-74 anos75-79 anos80-84 anos≥ 85 anos
Feminino
Masculino
7
LISTAS DE UTENTES POR MÉDICO DE FAMÍLIA
Médico Lista
de
Utente
s
0-6 7-64 65-74 ≥75 Lista
Pondera
da M F M F M F M F
Ana Isabel Dias 1897 87 70 590 753 84 117 80 116 2471
Ana Lorena 1887 65 76 619 736 97 120 64 110 2436
Ana Ribeiro 1878 85 64 598 706 88 119 81 137 2487
Carlos Russo 1867 82 64 530 665 105 170 93 158 2592
Cristina Bastos 1866 58 66 601 741 67 108 104 121 2441
Margarida Lobão 1870 82 76 566 722 104 125 75 120 2471
Mª João Martins 1875 84 83 566 692 116 119 89 126 2516
TOTAL
13140
543 499 4070 5015 661 878 586 888
17411 1042 9085 1539 1474
Quadro I: Distribuição etária e por género com cálculo da lista ponderada
Fonte: MIM@uf 31.12.2016 (lista nominal)
2.3.Recursos Humanos
SECRETÁRIOS CLÍNICOS
Ana Paula Vilela Martins
Luís Pedro Matos Rodrigues Reis
Paula Cristina dos Santos Cunha Alves
Teresa Alexandra Nunes de Campos Pereira (início a 1 de janeiro de 2016)
8
→ O assistente operacional Pedro Miguel Alves Silva Pereira, disponibilizado pela Direção
Executiva do ACES em contexto de Manual de Articulação, passou, por concurso, a Assistente
Técnico e vai ser proposto para integrar a equipa.
ENFERMEIROS
Ana Filipa Almeida
Ana Sofia Alves
Cláudia Miranda
Cristina Dantas
Emília Luz
Maria José Vazão
Sandra Silva
→Todos os enfermeiros encontram-se em contrato de trabalho por tempo indeterminado.
MÉDICOS
Ana Isabel Rosário Dias
Ana Maria Lorena
Ana Maria Ribeiro
Carlos Russo
Cristina Bastos
Margarida Lobão
Maria João Martins
9
3. CARTEIRA BÁSICA DE SERVIÇOS: INDICADORES INSTITUCIONAIS
Quadro II – Nº total de atendimentos médicos e de enfermagem
Programas de
saúde
Consultas médicas Contactos de enfermagem
2014 2015 2016 2014 2015 2016
Saúde Adulto 13784 12163 14529 - - -
Saúde idoso 11121 10532 12525 - - -
Saúde infantil 3849 3758 4213 - - -
Saúde Materna 789 727 901 - - -
Planeamento
Familiar
1262 1180 1496 - - -
Total 30795 28360 33664 18483 19685 22086
Em 2016 verificamos uma inversão da tendência relativamente aos anos anteriores, com um
aumento do nº total de consultas médicas e contactos de enfermagem. Este facto pode ser
explicado devido ao aumento do nº de utentes por lista de todos os médicos, utentes que eram
vigiados no privado – não utilizadores e por um efetivo aumento da atividade produzida.
O Mim@uf continua a não disponibilizar dados relativos aos contactos de enfermagem por
programas, mas apenas o seu total.
10
3.1. Grupos Vulneráveis
SAÚDE INFANTIL E JUVENIL
Quadro III: Indicadores contratualizados e resultado alcançado em Saúde Infantil
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
com o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.268.01 – Índice de acompanhamento
adequado de saúde infantil no primeiro ano - 0,73 0,73 0,794
2013.064.01 – Proporção de jovens com 14 anos,
com consulta médica de vigilância e PNV
cumprido
52,23 63,04 66,22 75,00
2013.033.01 – Proporção de utentes ≥ 14 anos
com registo de IMC nos últimos 3 anos 72,63 71,10 71,17 81
2013.047.01 – Proporção inscritos ≥ 14 anos com
registo de hábitos tabágicos 61,28 66,19 69,28 70
Embora os dados apresentados reportem a outubro de 2016, vislumbra-se a tendência do
cumprimento das metas, de uma forma geral, com problemas no cumprimento do indicador 33.
Estes valores refletem o esforço da equipa. Mantém-se o cuidado no registo sistemático dos
hábitos tabágicos dos jovens.
A inclusão da vacina HPV no plano nacional de vacinação aos 10 anos parece ter continuado a
contribuir positivamente para um melhor cumprimento do indicador “Proporção de jovens com
14 anos, com consulta médica de vigilância e PNV cumprido”, para além da preocupação da
11
equipa em ter o Exame Global de Saúde cumprido nesta fase do desenvolvimento (revendo
constantemente listagens e convocando utentes).
É de destacar igualmente o desempenho quanto ao “Índice de acompanhamento adequado de
saúde infantil no 1º ano”. Trata-se de um indicador composto por vários parâmetros, sendo
que só com o esforço de todos foi possível o seu cumprimento.
Em relação ao indicador do IMC, a equipa tem de melhorar os registos e atualizá-los.
Quadro IV: indicadores relacionados com a atribuição de incentivos financeiros às USF
modelo B e resultado alcançado em saúde infantil
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
2014 2015 2016 2016
2013.016.01 - Proporção de crianças com pelo
menos 6 consultas médicas de vigilância de
saúde infantil no 1º ano de vida
53,13 50.04 56.56 61,3
2013.17.01 - Proporção de crianças com pelo
menos 3 consultas médicas de vigilância de
saúde infantil no 2º ano de vida
42,00 47,14 45,52 60
2013.015.01 – Proporção de recém-nascidos
com consulta domiciliária de enfermagem
realizada até ao 15º dia de vida
5,97 1,54 24,72
25
Destaca-se claramente o acréscimo significativo ao nível dos domicílios de enfermagem. Isto
deve-se ao empenho da equipa de enfermagem, na reestruturação de atividades e recursos por
forma a cumprir a visita domiciliária ao recém-nascido.
12
Optou-se por fazer a visitação à grande maioria dos recém nascidos, alargando amplamente
este indicador em relação ao critério do ano de 2015 em que o foco eram as famílias
identificadas como sendo de risco.
Relativamente ao 2º ano de vida, a equipa precisa de manter um esforço para agendar
atempadamente estas 3 consultas médicas. Para isso poderá contribuir uma prática
implementada de listagens das crianças identificadas e respetivas convocatórias ou
agendamento oportuno.
Quadro V: Indicadores
contratualizados e resultados alcançados na Vacinação
INDICADORES
Resultados
2012 2013 2014 2015 2016
2013.027.01 - Proporção de crianças com 2 anos com
PNV cumprido até aos 2 anos 92,55 89,04 83,66 93,10 91,45
Continua a existir uma discrepância entre os resultados obtidos através da plataforma MIMUF
(quadro V) e através do SINUS. Este último, a 31 de Dezembro de 2016, dá-nos uma
percentagem de crianças com PNV cumprido aos 2 anos de 98,6% (excluindo as crianças
inscritas na USFCO que estão a residir fora do país). Consideramos assim que este indicador foi
atingido.
Não obstante, continuamos a ter dificuldade na obtenção dos registos vacinais das crianças que
efetuam as vacinas em hospitais e clinicas privados, pois estes registos nem sempre são
corretamente realizados e por vezes a plataforma RCV está indisponível. É também frequente,
utentes que vão viver para fora do país, não atualizarem contactos e não informarem a
unidade, passando a estar incontactáveis.
A área da vacinação não deixa de ser uma prioridade para toda a equipa, que articula no
sentido de aproveitar todas as oportunidades de vacinação e obtenção dos registos vacinais.
13
SAÚDE DA MULHER
Quadro VI: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado com
o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.012.01 - Proporção de grávidas com 6
ou mais consultas enfermagem em saúde
materna
47,17 56,14 74,86 70,0
2013.013.01 - Proporção de puérperas com
domicílio de enfermagem 5,75 3,28 24,22 25,0
2013.050.01 - Proporção de grávidas com
consulta de revisão do puerpério efetuada 75,45 70,69 78,93 75,0
2013.270.01 – Índice de acompanhamento
adequado em saúde materna 27,36 0,730 0,84 0,751
A equipa atingiu as metas contratualizadas para todos os indicadores relativos ao grupo
vulnerável de saúde materna e melhorou, significativamente, o seu desempenho por
comparação com os resultados de 2015.
14
Quadro VIII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Planeamento Familiar
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
com o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.267.01 – Índice de
acompanhamento adequado
em planeamento familiar nas
mulheres em idade fértil
0,69 0,70 0,75
2013.008.01 - Taxa de
utilização de consultas de
planeamento familiar (médicas
ou de enfermagem)
48,46 47,35 48,54 60,0%
Comparativamente ao ano 2015, a equipa conseguiu melhorar os resultados obtidos. Será
necessário continuar a aumentar a taxa de utilização de consultas em Planeamento Familiar. A
explicação para os resultados poderá ser devido ao sistema de registos de enfermagem S-
Clinico ter sofrido alterações e a equipa não ter recebido formação adequada.
3.2. Grupos de Risco
DIABÉTICOS
A prevalência da Diabetes na USF Conde de Oeiras em 2016 foi de, aproximadamente, 10.4%
(cálculo: 970 diabéticos/9317 utentes entre 20 – 79 anos; dados do MIM@uf de outubro de
2016, consulta realizada em fevereiro 2017), valor superior à média nacional de Diabetes
diagnosticada (7,4%)1.
1 Diabetes Factos e Números 2014, DGS
15
Quadro IX: Indicadores contratualizados e resultados alcançados
no Programa de Diabetes
INDICADORES RESULTADOS
Contratualizado
com o ACES
2014 2015 Outubro 2016 2016
2013.035.01Fx – Proporção de utentes
com DM com pelo menos um exame
dos pés registado no ano
64,03 53,04 74,85 76,00
2013.036.01Fx – Proporção de utentes
com DM com registo de gestão do
regime (GRT)
terapêutico
- 11,53 64,02 46,50
2013.037.01Fx - Proporção de utentes
com DM com consulta de enfermagem
de vigilância no último ano
78,01 60,66 72,06 76,00
2013.039.01Fx – Proporção de utentes
com DM com último registo de HgbA1c
≤ 8,0%
61,90 53,04 44,02 69,00
2013.274.01Fx – Proporção de utentes
com DM2 em terapêutica com insulina - 73,91 70,42 80,00
2013.275.01 FL – Proporção de utentes
com novo diagnóstico DM2 que iniciam
terapêutica com metformina em
monoterapia
- 71,43 63,89 80,00
Os dados não permitem realizar a analise comparativa com os anos anteriores, uma vez que
não correspondem à totalidade de 2016, mas parecem indiciar o cumprimento da maioris das
metas contratualizadas.
16
Quadro X: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados
no Programa de Diabetes
INDICADORES
Resultados
2012 2013 2014 2015 Outubro
2016
2013.038.01Fx – Proporção de utentes com
DM com ≥ 2 HbA1c registadas no último ano desde que abranjam 2 semestres
- - - 49,35 48,01
2013.040.01Fx – Proporção DM com
exame oftalmológico último ano - - - 43,67 51,55
2013.041.01 Fx – Proporção de utentes
com DM em terapêutica com insulina - 5,20 5,85 3,85 -
2013.042.01 – Proporção de utentes
com DM em terapêutica com
metformina
51,70 52,34 45,30 -
2013.043.01 Fx – Proporção DM com
acompanhamento adequado - - - 17,57 -
2013.088.01 Fx – Proporção DM c/
registo HbA1c 6 meses - - - 61,79 59,67
2013.091.01 Fx – Proporção DM <65
anos, c/ HbA1c <= 6,5 - - - 21,21 16,61
2013.097.01 Fx – Proporção DM c/
microalbuminúria último ano - - - 42,43 51,86
2013.276.01 Fx – Rácio DDD prescrita
DPP-4 e antidiabéticos orais - - - 25,80 -
2013.271.01 Fx – Índice de
acompanhamento adequado utentes
DM
- - - - 0,56
Os dados não permitem realizar analise comparativa com os anteriores anos uma vez que não
correspondem à totalidade 2016, mas parecem indiciar o cumprimento da maioria das metas
contratualizadas.
17
HIPERTENSOS
A população de hipertensos com idade inferior a 65 anos é de 1097.
A população total de hipertensos é de 3105.
A prevalência da Hipertensão na população com 18 ou mais anos da USF Conde de Oeiras em
2016 foi de 29.47%, próxima da encontrada no estudo “A Hipertensão arterial em Portugal
2013”2 que foi de 26,9
Quadro XI: Indicador contratualizado
e resultado alcançado no Programa de Hipertensão
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado com
o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.020.01 – Proporção de utentes com
hipertensão com idade <65 anos com PA
<150/90 mmHg
51,67 47,24 45,51 57,00
O MIM@UF, à data da realização do relatório de atividades, apenas forneceu valores referentes
ao período de janeiro a outubro de 2016. Por este motivo, ainda poderá ser possível o
cumprimento do valor contratualizado para 2016 relativo à proporção de hipertensos com
idade <65 anos com PA <150/90 mmHg.
O fator económico tem um peso importante na área da hipertensão e por isso os utentes
hipertensos que não são isentos faltam às consultas programadas.
A equipa tentou aplicar algumas estratégias aquando do pedido de renovação de receituário,
mas alguns utentes, especialmente os utentes com subsistemas de saúde e os que são
acompanhados nas consultas hospitalares, tentam evitar replicação de consultas e respetivos
custos.
2 Macedo, ME; Ferreira RC. A Hipertensão Arterial em Portugal, 2013. Direção-Geral da Saúde.
18
Quadro XII: Indicadores não contratualizados
e resultados alcançados no Programa de Hipertensão
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
com o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.019.01 – Proporção de
utentes com hipertensão arterial
com registo de PA em cada
semestre
57,20 51,76 53,08 66,50
2013.018.01 – Proporção de
utentes com hipertensão com
pelQo menos um registo de IMC
nos últimos 12 meses
78,36 74,65 80,6 80,00
2013.272.01 – Índice de
Acompanhamento adequado de
hipertensos
0,63 0,65 -
Verificou-se um aumento da proporção de hipertensos com registo de PA em cada semestre
em 2016. O valor obtido, como referido previamente, refere-se ao período de janeiro a outubro
de 2016, pelo que ainda poderá ser possível atingir o valor contratualizado. Além disso, em
outubro de 2016 , já se ultrapassou o valor obtido no final de 2015, pelo que se antevê que
possa ser ultrapassado o valor contratualizado. Já em relação à proporção de utentes
hipertensos com registo de IMC nos últimos 12 meses, notou-se uma melhoria significativa,
sendo que já se ultrapassou o valor contratualizado somente no período de Janeiro a Outubro.
19
3.3. Saúde do Adulto e Idoso
Quadro XIII: Indicadores contratualizados
e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
com o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.006.01 - Taxa de utilização global
de consultas médicas nos últimos 3
anos
85,03 82,16 80,20 88,00
2013.056.01 - Proporção de utentes
com idade ≥ 65 anos a quem não
foram prescritos
ansiolíticos/sedativos/hipnóticos
66,89 68,47 69,69 69
2013.074.01 - Proporção de consultas
médicas presenciais que deram origem
a pelo menos uma codificação ICPC-2
96,79 97,95 99,17 98
Em relação à taxa global de utilização de consultas médicas nos últimos três anos em 2016, o
valor encontrado foi de 80.20, não se considerando os valores dos meses de novembro 2016 a
janeiro 2017. Como já referido em capítulos anteriores, reforça-se o facto de terem sido
inscritos na USF cerca de 400 utentes na última semana de 2015.
Verificámos posteriormente que entre os novos inscritos existia um número significativo de “
não utilizadores“ os quais não foram anteriormente assinalados no RNU como utentes sem
inscrição ativa.
Entendemos que os factos descritos condicionaram a taxa de utilização inferior a 2015.
O indicador referente à proporção dos utentes a quem não foram prescritos
ansiolíticos/sedativos/hipnóticos foi superior ao que foi contratualizado. Além da aplicação das
recomendações da NOC – DGS , elaborámos o folheto “ Parar benzodiazepinas – porquê ?
como ? “ com esclarecimentos ao utente , de forma sensibilizar para a redução de consumo de
ansiolíticos .
O procedimento descrito contribuiu para que, o indicador do consumo de ansiolíticos na
população com mais de 65 anos voltasse a aumentar .
A codificação ICPC-2 mantém-se nos valores recomendados.
20
Quadro XIV: Indicadores não contratualizados
e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso
INDICADORES
RESULTADOS
2014 2015 2016
2013.001.01 - Proporção de consultas
realizadas pelo respetivo médico de
família
84,72 88,42 93,26
2013.030.01- Proporção de utentes
idosos ou utentes com doença crónica
a quem foi administrada vacina anti-
gripal
32.56 33,92 25,14
2013.098.01 - Proporção de utentes ≥
25 anos com vacina anti-tetânica
atualizada
66,36 70,74 74,62
2013.072.01- Satisfação de
utilizadores de unidades funcionais 98,30/98,40* 67,60/67,00** ‘’’’’’’’’’’’’’’’
A proporção de consultas realizadas pelo respetivo médico de família apresenta um valor
crescente, correspondente ao facto de os médicos de família fazerem um esforço para
responderem às solicitações de “ doença aguda “ dos seus utentes , de modo a que haja mais
disponibilidade na consulta de Intersubstituição para atendimento em situações de maior
procura.
O valor do indicador 30 é referente à vacinação de 1 a 31 de outubro (últimos dados fornecidos
pelo MiM@uf) e a vacina da gripe foi disponibilizada nos Cuidados Primários a 1 de outubro.
No período de maior afluência / procura por “ doença aguda/ gripe “, divulgámos os posters
emitidos pela DGS, publicámos um poster elaborado pela unidade com informações e
recomendações sobre cuidados para minimizar o contágio na sala de espera.
21
Continua a progressão positiva do nº de utentes com vacina do tétano atualizada , patente pelo
trabalho de toda a equipa – desde a informação obtida pelos secretários clínicos no momento
do atendimento ao utente , encaminhamento das consultas médicas e esforço de gestão do
trabalho agendado em sala de tratamentos por parte da equipa de enfermagem .
RASTREIO ONCOLÓGICO
Quadro XV: Indicadores contratualizados
e resultados alcançados em Rastreio Oncológico
INDICADORES
RESULTADOS Contratualizado
com o ACES
2014 2015 2016 2016
2013.045.01 - Proporção de mulheres entre os
[25; 60[anos com colpocitologia atualizada
nos últimos 3 anos
54,70 54,49 57,88 68,0%
2013.044.01 - Proporção de mulheres entre os
[50; 70[anos com mamografia registada nos
últimos dois anos
61,88 60,41 58,46 69,0%
2013.046.01 - Proporção de utentes entre os
[50; 75[anos com rastreio do cancro do cólon
e recto efetuado
62,34 59,81 60.23 60,23%
De um modo geral, comparando os resultados atingidos com os do ano anterior, os dados do
ano 2016 melhoraram, excepto nas mamografias. Contudo à data da realização do presente
relatório ainda não estão disponíveis os dados de novembro e dezembro de 2016 e janeiro de
2017, não se podendo avaliar a diferença entre os dois anos.
22
A inscrição de novos utentes no segundo semestre de 2016 pode explicar em parte o facto de
não se ter alcançado os valores contratualizados tanto nas mamografias como nas
colpocitologias.
3.4 Cuidados Domiciliários
Quadro XVI: Indicador contratualizado
e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários
INDICADORES RESULTADOS
Contratualizado com o
ACES
2014 2015 2016 2016
2013.004.01 - Taxa de consultas de enfermagem
no domicílio por 1000 inscritos 105,72 106,23 75,05 108,00
Até outubro de 2016 foram realizadas 1005 visitas domiciliárias de enfermagem, segundo o
registo do MIM@uF (dados disponíveis). De acordo a monitorização regular dos indicadores
pela equipa, delineou-se para este indicador, aquando da última análise, um incremento do
mesmo com a visitação domiciliária para a campanha da vacina da gripe.
A equipa preocupa-se com as necessidades dos utentes e cuidadores, fazendo uma
referenciação precoce e melhorada relativamente ao ano anterior, para a RNCCI.
23
4. INDICADORES DE EFICIÊNCIA / CUSTOS
Quadro XVII: Indicadores contratualizados e resultados em Eficiência
INDICADORES RESULTADOS Contratualizado com o
ACES 2014 2015 2016 2016
2013.070.01 – Despesa média de
medicamentos prescritos por utente utilizador 141,45 119,97 120.64 119.50
2013.071.01 – Despesa média de MCDT
prescritos por utente utilizador 51,04 53,25 49.10 49.00
Estima-se o não cumprimento do proposto em sede de contratualização no que diz respeito aos
indicadores de eficiência. Contudo, ao compararmos os indicadores fixos (entre janeiro e
outubro) verificamos que em 2015 a despesa com medicamentos foi 109,43 euros e com MCDT
49,67 euros, e em 2016 foi, respectivamente, 108,78 e 44,5 euros, o que significa uma melhoria
de cerca de 1% na prescrição medicamentosa e 10% nos MCDT. É importante referir que em
2016 foi implementado um PAI com a intenção de racionalizar a prescrição de MCDT, o que
pode justificar este resultado.
24
5. INTERLIGAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS
5.1. Referenciação aos Cuidados Secundários e Rede Nacional de Cuidados Continuados
A referenciação para a RNCCI faz-se por registo em plataforma eletrónica própria sob
orientação da Enfª Emília Luz, como elemento de ligação da USFCO. Esta referenciação é
complexa e a resposta continua muito burocrática e demorada, inclusive quando se pretende a
intervenção da equipa local. No ano de 2016, foram referenciados 17 utentes: 12 para a Equipa
de Cuidados Continuados Integrados; 1 para Unidades de Longa Duração e Manutenção e 1
para Unidade de Média Duração e Reabilitação e 2 para Descanso do Cuidador e 1 para LAR. De
entre os utentes referenciados houve 7 óbitos, 6 altas e 0 cancelamentos.
A referenciação para os Cuidados Secundários faz-se através do Alert P1 para o CHLO (HSFX,
HEM, Hospital de Santa Cruz) IPOFG e para a APDP. As marcações para as consultas no Hospital
D. Estefânia, como as de Ortopedia Infantil e Cirurgia Pediátrica, também se fazem através
desta plataforma.
Neste momento pode-se fazer referenciação para qualquer hospital nacional,
independentemente da sua localização.
A plataforma PDS tem permitido o acesso aos dados clínicos hospitalares mas continua a haver
dificuldade no acesso, nomeadamente no acesso ao atendimento no serviço de urgência e a
relatórios de exames anatomopatológicos e imagiológicos.
A referenciação para o Hospital Ortopédico de Santana e para as entidades convencionadas de
Medicina Física e Reabilitação faz-se mediante prescrição de credencial de “primeira consulta”
ou “ consulta seguinte”.
25
5.2. Referenciação ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco
Em 2016 foram referenciadas ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco (NACIR) 21
crianças/jovens inscritas na USFCO. Destas, 14 foram sinalizadas pela Unidade, 3 pelo hospital e
os restantes por outras entidades como o Serviço de Psicologia ou a própria família.
Os processos trabalhados em 2016 no NACJR, foram num total de 293. A USFCO enviou 58
processos (19,8%).
Ao longo do ano 2016 o Núcleo abriu um total de 73 novos processos, sendo que destes a
USFCO é responsável por 28,8%. Os principais motivos de referenciação continuam a ser a
negligência, seguida dos maus tratos psicológicos e dos maus tratos fisicos ( à semelhança do
ano anterior).
É de realçar as 4 sinalizações verificadas ainda em contexto in-útero, demostrando a crescente
sensibilidade e desenvolvimento de competências para a prevenção do risco e devida atuação,
por parte dos profissionais de saúde da USFCO.
Comparativamente com o ano de 2015 o número de casos identificados referenciados foi
similar, maioritariamente pelos profissionais de saúde da USFCO. O contexto socioeconómico
em que vivemos atualmente condiciona uma maior atenção dos profissionais de saúde para a
detecção precoce de situações de risco. Destaca-se a boa colaboração com a UCC Saudar.
5.3. Articulação com Outros Serviços do ACES
A referenciação para o Serviço Social do ACES faz-se por contacto pessoal e tem-se manifestado
eficiente, sendo que, em múltiplas ocasiões, se determinam visitas e estabelecem estratégias
de atuação conjuntas.
As referenciações à consulta de Psicologia fazem-se por carta, mas não tem havido informação
de retorno sobre os utentes referenciados. Este assunto já foi discutido com a Direção do ACES
e com a responsável da URAP, mas o problema persiste.
Foram referenciados 64 utentes em 2016.
26
No âmbito da Academia da Mobilidade foram encaminhados 43 utentes e para Fisioterapia
foram encaminhados 91 utentes.
No contexto da Saúde Materna foram sensibilizadas 37 grávidas/casais para o Curso da
Parentalidade e feito o devido encaminhamento com formulário próprio. No ano anterior
foram encaminhadas 35 grávidas.
Foram referenciados 12 utentes para o Serviço de Medicina Dentária que se mantém em
funcionamento no C.S. Paço D’Arcos.
Os dados anteriormente referidos foram obtidos pela contagem das referenciações arquivadas
no secretariado da USFCO.
A articulação institucionalizada entre as várias Unidades Funcionais tem sido feita através de
reuniões com a Direção e o Conselho Clínico, com a presença de todos os coordenadores das
unidades, para melhoria do desempenho e da qualidade dos cuidados. Os principais pontos em
agenda nessas reuniões são depois transmitidos pela coordenadora a toda a equipa da USFCO.
Como referido anteriormente têm sido várias e frequentes as dificuldades com o sistema
informático e a resposta da equipa de apoio informático nem sempre tem sido célere e eficaz. A
disponibilização de informações sobre a base de dados e indicadores não disponíveis no
MIM@uf nem sempre é atempada, embora a resposta às solicitações tenha melhorado
ligeiramente.
5.4. Saúde 24
Os utentes referenciados pela Saúde 24 eram referenciados através de fax, havendo um registo
da resposta. Durante o ano de 2016 a Saúde 24 passou a referenciar pela plataforma “ALERT”,
remetendo a ficha de dados do utente, plataforma essa que o próprio médico de família tem
acesso sem necessidade de se responder, pelo que não foram feitos registos destes pedidos.
27
6. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento profissional contínuo é fundamental para a melhoria da qualidade dos
cuidados prestados aos utentes e da estrutura organizacional da equipa.
A USF tem experimentado vários modelos no que diz respeito à formação interna numa
tentativa de aumentar a participação de todos os elementos da equipa e de garantir a melhor
gestão do recurso tempo.
As atividades formativas descritas neste relatório compreendem as formações realizadas na
USFCO, as formações que os profissionais desenvolveram fora da Unidade e os trabalhos
apresentados, quer sobre a forma de comunicações orais, posters ou artigos escritos, incluindo
os trabalhos de investigação.
Mantém-se a necessidade de partilha das aprendizagens realizadas fora da USFCO, pelo que
isso representa de transparência e ganhos para toda a equipa.
NECESSIDADES FORMATIVAS DOS PROFISSIONAIS
A formação em suporte básico de vida e em controlo de infecção continua por cumprir e
aguardamos a iniciativa do ACES ou a atribuição dos incentivos institucionais da Unidade.
As áreas de saúde infantil e de planeamento familiar foram, também, apontadas como
prioritárias no questionário de necessidades formativas de dezembro de 2015 e como
verificamos que os profissionais frequentam, sobretudo, formações externas de carácter geral
incluindo temas de áreas diversas, pressupõe-se que aquelas estarão abrangidas.
Não se realizou a formação em Excel por indisponibilidade do formador.
FORMAÇÃO INTERNA
Realizaram-se 31 sessões formais de formação interna, designadamente:
A 06 de janeiro, Partilha do Encontro UCF materno-infantil, pela Enfª. Sandra Silva.
A 08 de janeiro, Apresentação de caso clínico, pela Dra. Ana Ribeiro, assistida por 11
profissionais.
A 15 de janeiro, Aleitamento materno, pela Dra. Rute Cordeiro e Enfª. Ana Lúcia
(formadoras externas), assistida por 16 profissionais.
28
A 20 de janeiro, Partilha do Seminário de saúde mental ao longo da vida, pela Enfª.
Cláudia Miranda.
A 29 de janeiro, Acupunctura médica, por Paula Barbeiro (formadora externa), assistida
por 11 profissionais.
A 05 de fevereiro, Quedas nos idosos, pela Dra. Catarina Catroga (interna do Ano
Comum), assistida por 13 profissionais.
A 10 de fevereiro, Protocolo da Consulta de Cessação Tabágica, pela interna de
Medicina Geral e Familiar Dra. Sara Nabais.
A 12 de fevereiro, Partilha das Jornadas de Cardiologia do Porto, pela Dra. Cristina
Bastos e pelo Dr. Carlos Russo.
A 17 de fevereiro, Partilha do Congresso de gerontologia e geriatria, pela Dra. Cristina
Bastos.
A 09 de março, Partilha do Congresso da Sociedade portuguesa de Hipertensão, pela
Dra. Ana Ribeiro e pelo Dr. Carlos Russo.
A 24 de fevereiro, Partilha das III Jornadas do GRESP, pela Dra. Ana Ribeiro.
A 11 de março, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, pelo Dr. António Pedro Machado,
assistida por 9 profissionais.
A 18 de março, Défice de vitamina D, pelo Dr. Almeida Nunes, assistida por 16
profissionais.
A 01 de abril, Ejaculação prematura, pelo Dr. Ricardo Rodrigues (interno de Medicina
Geral e Familiar), assistida por 14 profissionais.
A 08 de abril, Descontinuação de benzodiazepinas, pelos internos de Medicina Geral e
Familiar Dra. Ana Rita Maria e pelo Dr. Ricardo Rodrigues, assistida por 12 profissionais.
A 13 de abril, Partilha das Jornadas de Urologia em Medicina Familiar, pela interna de
Medicina Geral e Familiar Dra. Sara Nabais.
A 29 de abril, Insónia: revisão e abordagem em Cuidados de Saúde Primários, Pela Dra.
Inês Canelas da Silva (interna do Ano Comum), assistida por 11 profissionais.
A 13 de maio, Caso clínico, pelos internos de Medicina Geral e Familiar Dra. Sofia
Remtula e Dr. Tiago Gonçalves.
A 01 de junho, Urgência na USF, pela Dra. Ana Ribeiro.
A 17 de junho, Índice de pressão tornozelo-braço, pelo interno de Medicina Geral e
Familiar Dr. Ricardo Rodrigues e pela Enfª. Cristina Dantas, assistida por 9 profissionais.
29
A 01 de julho, Partilha do Update, pela Dra. Cristina Bastos e pela Dra. Ana Lorena.
A 22 de julho, Leitura crítica de artigos científicos, pela interna de Medicina Geral e
Familiar Dra. Ana Rita Maria, assistida por 11 profissionais.
A 29 de julho, Múltiplas interrupções voluntárias de gravidez, pela Dra. Lília Frada
(interna do Ano Comum), assistida por 10 profissionais.
A 26 de agosto, Journal Club Psychometric Properties of the Portuguese Version of the
Checklist of Individual Strenght (CIS20-P) e apresentação do poster A importância da
família e do apoio domiciliário: um caso clínico, pela interna de Medicina Geral e
Familiar Dra. Sara Andrade.
A 26 de outubro, apresentação do Trabalho de Melhoria da Qualidade Prescrição de
diclofenac e tiocolquicosido intramuscular no tratamento da dor musculoesquelética
aguda, pelos internos de Medicina Geral e Familiar Dra. Tiago Gonçalves e Dra. Sofia
Remtula.
A 02 de novembro, Journal Club Utilização da aspirina em prevenção primária, pela
Dra. Maria João Martins.
A 04 de novembro, Exame médico-desportivo, pela Dra. Sara Costa (interna do Ano
Comum).
A 09 de novembro, Partilha das Jornadas da USF Descobertas, pela Dra. Ana Ribeiro.
A 23 de novembro, Resumo dos grupos focais do trabalho sobre confidencialidade,
pelas internas de Medicina Geral e Familiar Dra. Sara Nabais e Dra. Ana Viegas.
A 30 de novembro, Novo PNV 2017, pela Enfª. Ana Filipa.
A 21 de dezembro, Protocolo de Perda de consciência, pelos internos de Medicina
Geral e Familiar Dr. Tiago Gonçalves e Dra. Sofia Remtula.
FORMAÇÃO EXTERNA
Os SECRETÁRIOS CLÍNICOS realizaram as seguintes formações externas:
Ana Paula Vilela
Aleitamento Materno, em 21 de julho.
III Jornadas dos Secretários Clínicos, em 29 de outubro.
Paula Alves
III Jornadas dos Secretários Clínicos, em 29 de outubro.
30
Teresa Pereira
Atendimento de Excelência, em 17 de março.
Aleitamento Materno, em 21 de julho.
III Jornadas dos Secretários Clínicos, em 29 de outubro.
Os ENFERMEIROS realizaram as seguintes formações externas:
Ana Filipa Almeida
Seminário Cuidar do Envelhecimento no ACES Sintra, em 31 de maio.
6.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 21, 24 e 28 de junho.
Cláudia Miranda
3.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 17, 19, 23 e 24 de fevereiro.
Seminário Cuidar do Envelhecimento no ACES Sintra, em 31 de maio.
Cristina Dantas
Curso de Orientação Parental na Consulta de Saúde Infantil, de 04 e outubro a 13 de
dezembro.
Emília Luz
XVI Encontro Anual da APECSP, em 22 e 23 de abril.
IX Jornadas da Família-Dilemas, em 05 e 06 de maio.
8.º Encontro Nacional das USF-Cuidados Primários: a aposta do novo ciclo político, em 13 e 14
de maio.
5.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 17, 18 e 24 de maio.
Maria José Vazão
Curso de Orientação Parental na Consulta de Saúde Infantil, de 03 de março a 05 de maio.
4.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 07, 11 e 18 de março.
Curso de Insulinoterapia na Diebetes Mellitus tipo 2, em 18 de maio.
XIV Jornadas de Endocrinologia do Hospital de Egas Moniz, em 19 e 20 de maio.
Sandra Silva
Adolescência e Comportamentos de Risco, em 28 e 29 de março.
Crianças e Jovens em Risco, em 28 de abril e 19 de maio.
Curso de Orientação Parental na Consulta de Saúde Infantil, de 04 e outubro a 13 de
dezembro.
31
Os MÉDICOS realizaram as seguintes formações externas:
Ana Lorena
Curso de actualização em Medicina, de 12 a 15 de maio.
Ana Ribeiro
3as Jornadas do GRESP, em 29 e 30 de janeiro.
Oficina Tabaco, em 29 e 30 de janeiro.
Oficina Espirometria, em 29 e 30 de janeiro.
Curso de Pós-Graduação em HTA, de 25 a 28 de fevereiro.
10.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, de 25 a 28 de
fevereiro.
V Curso de Geriatria e Gerontologia de Almada, em 15 e 16 de abril.
Academia dos CSP, em 11 e 12 de maio.
Curso de Promotores em Aleitamento Materno OMS/UNICEF, de 01 a 03 de junho.
III Jornadas da USF Descobertas-Qualidade em Saúde, em 20 e 21 de outubro.
Ana Rita Maria
33º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
Ação de formação Crianças e Jovens em Risco, em 28 de abril e 19 de maio.
3as Jornadas Salvador Allende, em 30 de abril.
Workshop Exame Osteoarticular do Ombro, em 30 de abril.
WONCA Europe Conference, de 15 a 18 de junho.
Curso de Formação Profissional Cardiology Updates, em 04 de setembro.
7.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, de 07 a 09 de Setembro.
Curso Atualização em Medicina Geral e Familiar, em 08 de novembro.
Curso Prescrição de Exercício Físico, de 16 a 19 de novembro.
Curso de Formação Avançada em Diabetes, em 11 de dezembro.
XV Curso Básico de Ortopedia Infantil, em 16 de dezembro.
Ana Viegas
Ação de formação Crianças e Jovens em Risco, em 28 de abril e 19 de maio.
Carlos Russo
XXVII Jornadas de Actualização Cardiológica do Norte para Medicina Geral e Familiar, de 20 a
22 de janeiro.
32
10.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, de 25 a 28 de
fevereiro.
8as Jornadas de Dermatologia e Dermocosmética em Medicina Familiar, em 21 e 22 de abril.
10as Jornadas de Prevenção do Risco Cardiovascular para Medicina Familiar, em 24 e 25 de
junho.
5.º Congresso de Ortopedia Geriátrica, em 23 de Setembro.
Cristina Bastos
XXVII Jornadas de Actualização Cardiológica do Norte para Medicina Geral e Familiar, de 20 a
22 de janeiro.
1.º Open Day do Orientador, de 16 de fevereiro.
XX Jornadas Nacionais Patient Care, em 25 e 26 de fevereiro.
Curso de Orientação Parental na Consulta de Saúde Infantil, de 03 de março a 05 de maio.
33º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
VIII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, de 07 a 09 de abril.
28as Jornadas de Medicina familiar da Madeira e Continente, de 29 e 30 de abril.
Curso de actualização em Medicina, de 12 a 15 de maio.
10as Jornadas de Prevenção do Risco Cardiovascular para Medicina Familiar, em 24 e 25 de
junho.
XIX Jornadas Regionais Patient Care, em 30 de Setembro e 01 de outubro.
Margarida Lobão
Ação de formação Atendimento de Excelência, em 17 de março.
Maria João Martins
1.º Open Day do Orientador, de 16 de fevereiro.
7.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, de 07 a 09 de Setembro.
Ricardo Rodrigues
V Curso de Geriatria e Gerontologia de Almada, em 16 de abril.
Ação de formação Crianças e Jovens em Risco, em 28 de abril e 19 de maio.
Curso de Formação Profissional Cardiology Updates, em 04 de setembro.
Curso de Atualização em Diabetes, em 06 de setembro.
Sara Andrade
2.º Curso Pós-Graduado do GNEIOP para Médicos de Medicina Geral e Familiar e Enfermeiros,
em 20 de janeiro.
33
XX Jornadas Nacionais Patient Care, em 25 e 26 de fevereiro.
33.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
Curso de Orientação Parental na Consulta de Saúde Infantil, de 03 de março a 05 de maio.
VIII Congresso Nacional de Cuidados Paliativos, de 07 e 09 de abril.
Workshop Dispneia, em 07 de abril.
3as Jornadas Salvador Allende, em 30 de abril.
Jornadas de Ortopedia para Medicina Geral e Familiar, em 05 e 06 de maio.
I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT, em 24 e 25 de outubro.
Workshop Ansiedade, em 24 de outubro.
Workshop ITUs, em 25 de outubro.
Junior Doctors International Meeting, de 11 a 13 de novembro.
Workshop Geriatric Care Course, em 13 novembro.
Encontro de Psiquiatria Geriátrica, em 21 de novembro.
Sara Nabais
6as Jornadas de Diabetologia Prática em Medicina Familiar da Região Sul, em 12 e 13 de
fevereiro.
33.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
16as Jornadas Nacionais de Urologia em Medicina Familiar, em 17 e 18 de março.
Ação de formação Crianças e Jovens em Risco, em 28 de abril e 19 de maio.
Curso Aconselhamento em Cuidados de saúde Primários, de 04 a 07 de maio.
5.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 17, 18 e 24 de maio.
4as Jornadas de Alergologia Prática do Hospital CUF Descobertas, em 20 e 21 de maio.
20.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 30 de Setembro a 02 de outubro.
15.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família, de 30 de Setembro a 02 de
outubro.
29as Jornadas de Cardiologia do Hospital Egas Moniz, em 14 e 15 de outubro.
I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT, em 24 e 25 de outubro.
Sofia Remtula
XVIIas Jornadas de Actualização em Dermatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central, em
26 e 27 de fevereiro.
33.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
4.º Curso de Promotores do Aleitamento Materno, em 07, 11 e 18 de março.
34
Jornadas de Ortopedia para Medicina Geral e Familiar, em 05 e 06 de maio.
XIV Jornadas de Endocrinologia do Hospital Egas Moniz, em 19 e 20 de maio.
20.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 30 de Setembro a 02 de outubro.
15.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família, de 30 de Setembro a 02 de
outubro.
V Congresso da associação Português para o Estudo da Dor, de 20 a 22 de outubro.
I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT, em 24 e 25 de outubro.
18.º Simpósio Anual Novas Perspetivas na Prevenção Cardiovascular, em 18 de novembro.
37.º Congresso Português de Geriatria e Gerontologia, de 23 a 25 de novembro.
Tiago Gonçalves
XVIIas Jornadas de Actualização em Dermatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central, em
26 e 27 de fevereiro
33.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 03 a 05 de março.
XIV Jornadas de Endocrinologia do Hospital Egas Moniz, em 19 e 20 de maio.
20.º Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar, de 30 de Setembro a 02 de outubro.
15.º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família, de 30 de Setembro a 02 de
outubro.
V Congresso da associação Português para o Estudo da Dor, de 20 a 22 de outubro.
I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT, em 24 e 25 de outubro.
37.º Congresso Português de Geriatria e Gerontologia, de 23 a 25 de novembro
TRABALHOS COMUNICADOS/PUBLICADOS
Comunicação oral Complicações Tardias da Diabetes Mellitus-Pé diabético na consulta de
diabetelogia nos cuidados de saúde primários, pela Enfª. Maria José Vazão.
Poster Importância da família e do apoio domiciliário: um caso clínico, pela Dra. Ana Rita
Maria, Dra. Cristina Bastos e Dra. Sara Andrade.
Poster Gonalgia: um caso de patela alta, pela Dra. Sofia Remtula e Dr. Tiago Gonçalves.
Comunicação oral Um caso de luto na adolescência, pela Dra. Sara Nabais e Dra. Ana Viegas.
Poster A importância da família e do apoio domiciliário, pela Dra. Cristina Bastos, pela Dra.
Sara Andrade e pela Dra. Ana Rita Maria.
Poster Hipósmia: que impacto na qualidade de vida?, pela Dra. Sara Andrade e pela Dra.
Cristina Bastos.
35
Poster Mastite a Candida em lactantes: um caso clínico, pela Dra. Sara Andrade
Comunicação oral Liga de Amigos da USF Conde de Oeiras: capacitando a comunidade, pela
Dra. Ana Rita, pelo Dr. Ricardo Rodrigues, pela Dra. Sara Andrade e pela Dra. Sara Nabais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Continua a haver necessidade de incentivar e garantir oportunidades de formação para todos
os profissionais da equipa.
A partilha das aprendizagens efetuadas em formação externa aumentou significativamente,
mas precisa tornar-se sistemática.
O aumento do número de horas para formação interna não foi aproveitado, pelo que não se
verificou um aumento do número de sessões.
Como conclusão final, a equipa continua a precisar de diversificar o tipo de formações,
incluindo apresentação de casos clínicos, Journal Club, questões de organização e problemas
funcionais e de estimular uma maior participação de alguns dos elementos.
36
7. PLANO DE ACOMPANHAMENTO INTERNO
INTRODUÇÃO
Os responsáveis do Plano de Acompanhamento Interno de 2016 foram Ana Ribeiro, Maria José
Vazão, Maria João Martins, Paula Alves e os internos Ricardo Rodrigues e Ana Rita Maria.
Foi escolhido como tema a Prescrição Racional de Meios Complementares de Diagnóstico e
Terapêutica (MCDT).
Após análise dos resultados dos indicadores da equipa verificou-se o não cumprimento dos
objetivos quanto aos gastos com MCDT prescritos e a existência de grandes assimetrias de
prescrição entre pares.
Na vigilância de grupos vulneráveis e de risco seria desejável esbater as diferenças de
prescrição de MCDT, sem limitar a liberdade da decisão clínica baseada na especificidade do
exercício médico e nas particularidades individuais dos utentes.
Por outro lado, a vigilância de saúde implica, hoje, a solicitação constante de MCDT pelos
utentes, pelo que importa aprofundar o conhecimento dos profissionais sobre o tão difundido
conceito de “exames de rotina”.
Pretendeu-se envolver todos os profissionais de saúde da Unidade.
Os médicos e enfermeiros têm um contacto de proximidade com os utentes e as suas famílias
e superiores qualidades em educação para a saúde podem ajudar a atingir estes objectivos.
Os secretários clínicos, também podem colaborar na redução dos gastos, nomeadamente ao
enfatizar a importância do cumprimento dos prazos de utilização das prescrições, da
comparência às consultas programadas e da entrega de resultados.
OBJETIVOS
Uniformizar a prescrição de MCDT.
Elaborar e implementar normas de boas práticas na prescrição de MCDT em vigilância de saúde
materna e saúde infantil e juvenil.
37
Elaborar e implementar normas de boas práticas na prescrição de MCDT no diagnóstico
precoce de cancro da mama, cancro do colo do útero, cancro colorretal e outras neoplasias.
Elaborar e implementar normas de boas práticas na prescrição de MCDT na vigilância de
utentes diabéticos e hipertensos.
Identificar outros grupos de utentes com necessidades específicas de prescrição de MCDT.
Elaborar e implementar normas de boas práticas de prescrição de MCDT em vigilância geral de
saúde de adultos.
Clarificar o conceito de “exames de rotina”.
Reduzir os gastos da USF com MCDT.
METODOLOGIA
POPULAÇÃO-ALVO Profissionais da USF Conde de Oeiras.
Utentes inscritos na USF Conde Oeiras.
TEMPO DE ESTUDO De janeiro a dezembro de 2016.
OPERACIONALIZAÇÃO
Operacionalização em 2016
1.
Ação Identificar os MCDT mais prescritos (em número e preço) por médico.
Destinatário Secretários clínicos
Método Através de listagens de indicadores do MIM@uf
Prazo Em fevereiro de 2016
2.
Ação Identificar as prescrições médicas “outliers”
Destinatário Médicos
Método Através de listagens de indicadores do MIM@uf
Prazo Em março de 2016
3.
Ação Elaborar normas de boas práticas de prescrição em vigilância de saúde
38
materna e saúde infantil e juvenil
Destinatário Enfermeiros e Médicos
Método Através de consulta da melhor evidência científica disponível
Prazo De julho a dezembro de 2016
4.
Ação Elaborar normas de boas práticas na prescrição de MCDT no diagnóstico
precoce de cancro da mama, cancro do colo do útero, cancro colorretal e
outras neoplasias
Destinatários Enfermeiros e Médicos
Método Através de consulta da melhor evidência científica disponível
Prazo De julho a dezembro de 2016
5.
Ação Elaborar normas de boas práticas na prescrição de MCDT na vigilância de
utentes diabéticos e hipertensos
Destinatário Enfermeiros e Médicos
Método Através de consulta da melhor evidência científica disponível
Prazo De julho a dezembro de 2016
6.
Ação Assegurar a implementação das normas de boas práticas de prescrição de
MCDT elaboradas
Destinatário Enfermeiros, Médicos e Secretários Clínicos
Método Através de auditorias informais aos registos
Através da análise e discussão em equipa de casos-problema
Através da divulgação de informação de educação para a saúde aos utentes
(folhetos, posters, site)
Prazo De julho a dezembro de 2016
DISCUSSÃO
O Plano de Acompanhamento Interno foi elaborado para o triénio de 2016-2018 e este
relatório reflete sobre o trabalho desenvolvido no ano de 2016.
39
Cumpriram-se os objetivos e a operacionalização para 2016. Foi estudado o perfil dos
prescritores e identificados “outliers”. Foi atualizado o Manual de Boas Práticas Clínicas da USF
e apresentadas, discutidas e aprovadas pela equipa alterações à prescrição de MCDT nas áreas
de Planeamento Familiar, Saúde Materna, Diabetes, Hipertensão e Rastreios Oncológicos, de
acordo com a melhor evidência científica disponível.
No entanto, esta análise permitiu reconhecer que, embora esta tenha sido uma oportunidade
de melhorar a prática e a eficiência nos cuidados aos utentes, não são as diferenças na
prescrição de MCDT que explicavam os gastos acima do contratualizado.
Investiu-se na correção dos comportamentos que se desviavam da média sem justificação
clínica sólida e no cumprimento dos prazos de utilização das prescrições médicas.
Simultaneamente, aumentou-se a taxa de utilização das consultas, identificando e convocando
(ou visitando) utentes de grupos vulneráveis e de risco, que por algum motivo não têm
usufruído dos serviços da Unidade e que careciam de cuidados, conseguindo ganhos em saúde
e diluição dos custos.
Por estes motivos, o grupo de trabalho decidiu não prosseguir o desenvolvimento deste Plano
nos próximos anos, conforme estava previsto.
40
8. ENSINO PRÉ E PÓS-GRADUADO
A USFCO tem tido um crescente envolvimento no ensino pré-graduado, nomeadamente, no
Mestrado Integrado em Medicina da NOVA Medical School - Faculdade de Ciências Médicas
Lisboa. Neste contexto, deu formação a 8 alunos do 5º ano e 9 alunos do 6.º ano.
Relativamente ao ensino pós-graduado, a USF foi terreno de estágio para 4 internos do Ano
Comum e 8 internos de Medicina Geral e Familiar.
A nossa Unidade foi, ainda, palco formativo de 4 estudantes do 4º ano da Licenciatura em
Enfermagem, no âmbito do ensino clínico de enfermagem de saúde comunitária e da família,
da ESEL (Escola Superior de Enfermagem de Lisboa) e da UCP (Universidade Católica
Portuguesa).
41
9. QUALIDADE ASSISTENCIAL
9.1. Procedimentos de Educação e Informação dos Utentes
Foram atualizados os folhetos informativos das micro equipas, foram uniformizados e revistos
os folhetos já existentes e revisto o guia de acolhimento ao utente.
Mantém-se o site da internet da USFCO, com atualização de dados a cargo da Dra. Ana Viegas e
do Dr. Ricardo Rodrigues, cujos encargos financeiros são suportados pelos profissionais da USF.
9.2. Procedimentos de Apoio à Decisão Clínica
A equipa mantém em atualização permanente o arquivo na biblioteca virtual de todos os
documentos importantes.
Continuou a construção do manual de Boas Práticas da USF e do Manual de Procedimentos, em
várias áreas assistenciais e de atendimento.
9.3. Procedimentos de Melhoria da Acessibilidade e da Organização Interna
Aqui também se incluem alguns novos contributos para os manuais de Boas Práticas e de
Procedimentos e o registo de não conformidades em livro de ocorrências.
Colocou-se em funcionamento o spark para comunicação entre os profissionais, em tempo real,
embora com limitações, tem ajudado na gestão da actividade da unidade.
Tem-se fomentado e otimizado a utilização das “colmeias” individuais para a comunicação
urgente/normal. Adicionalmente, mantem-se um código de cores para as pastas de pedidos dos
utentes, sendo que as pastas verdes contêm os pedidos já realizados, as vermelhas os pedidos
por realizar e as pastas amarelas contêm os pedidos em trânsito que os médicos levam para o
seu gabinete.
42
10. RELATÓRIO SOBRE CONSENTIMENTOS INFORMADOS 2016
Na USF Conde de Oeiras existe vários formulários de Consentimento Informados disponíveis
para serem utilizadas em diferentes situações:
A. Realização Autoscopias;
B. Estudos de Investigação;
C. Administração de Imunoglobulina anti –D ;
D. Administração da vacina VASPR;
E. Captação de Imagens ( em foto ou vídeo);
F. Participação em Estudos de Investigação;
G. Colocação Implante SC e Dispositivos Intra Uterinos;
H. Pequenas Cirurgias.
Dados dos Consentimentos Informados do ano 2016
Tipo de ato
Implante
SC
DIUs Ig
Anti
D
Vacina
VASPR
Pequenas
Cirurgias
Autoscopias Captação
de
Imagens
Participação
em estudos
de
investigação
Nº de
Consentimentos
42
26
7
2
1
0
0
0
ANÁLISE
Relativamente ao numero de consentimentos informados assinados relativos administração de
imunoglobulina anti–D, demonstram que todos os profissionais estão mais despertos para o
preenchimento do mesmo. No entanto comparando com a folha de Registo de Pedido de
43
Imunoglobulina anti-D , verifica-se que foram pedidos 9 Hemoderivados deste tipo, quando
estão arquivados 7 consentimentos informados, demonstrando que 2 não foram preenchidos.
Contabilizando o número de consentimentos informados preenchidos para Pequenas Cirurgias,
percebemos que continua a refletir um número abaixo da realidade relativamente à realização
Pequenas Cirurgias na Unidade. Mantém-se a necessidade de continuar a implementar
estratégias para facilitar o cumprimento deste pré requisito aquando deste tipo de
procedimento médico.
Consentimentos informados relativos a Autoscopias, Captação de Imagens e participação em
Estudos de Investigação, mantêm-se inexistentes. A fundamentação reside no facto de este tipo
de consentimentos ser preenchido em situações muito especificas que ainda não tiveram
oportunidade de ocorrer.
Comparando a plataforma Glintt no período em análise constata-se que foram “consumidos”
um número de DIUs superior aos consentimentos informados. Encontra-se justificação para o
facto, sabendo-se que na colocação do DIU podem ser consumidas mais que uma unidade e
que nem sempre é possível concretizar este ato médico. O número de Implantes Contracetivos
debitados na plataforma Glint encontra-se muito próximo ao número de Consentimentos
Informados assinados .
REGISTOS DIU Implante Contraceptivo
Consentimentos Informados 29 42
Plataforma Glintt 34 39
PROPOSTAS DE MELHORIA
Como propostas de melhoria, alerta-se todos os profissionais para a necessidade de
preenchimento dos consentimentos em todos os actos previstos na lei, especialmente no que
diz respeito às Pequenas Cirurgias que se mantém num nível muito inferior ao real. Desta
forma, propõe-se que seja colocado uma informação junto do material a utilizar nesses casos
lembrando a necessidade de assinar Consentimento Informado para Pequena Cirurgia.
44
Sabe-se que o enfermeiro escalado em sala de tratamentos está responsável por entregar o
impresso de Consentimento Informado para pequena cirurgia ao utente. Constata-se que este
é um ponto que ainda necessita de continuar a ser ultrapassado. Muitas destas situações são
consideradas urgentes, obrigando a uma resposta imediata do enfermeiro, implicando uma
difícil gestão e priorização de atendimento de utentes em sala de tratamentos. Na tentativa
de ajudar a ultrapassar esta dificuldade sugere-se que a apresentação do Consentimento
Informado para Pequenas Cirurgias seja partilhado por medico e enfermeiro implicados no
atendimento ao utente.
45
11. AVALIAÇÃO AOS REGISTOS CLÍNICOS MÉDICOS
Foram auditados os registos clínicos do sistema informático S-Clínico. Seleccionaram-se os
registos de um dia de cada mês do 1º semestre de 2016, procurando abranger todos os dias da
semana e todas as semanas do mês. Os dias seleccionados estão apresentados na tabela 1.
Tabela 1 – Dias do 1º semestre de 2016 em que foram auditados os registos clínicos
1º Semestre de 2016 Dia da semana
Janeiro 11-01-2016 Segunda-feira
Fevereiro 02-02-2016 Terça-feira
Março 23-03-2016 Quarta-feira
Abril 07-04-2016 Quinta-feira
Maio 06-05-2016 Sexta-feira
Recolheram-se os dados de duas em duas consultas presenciais de cada médico da USFCO,
para as seguintes consultas:
• Saúde de Adultos (Saúde de Adultos e Ordem Médica):
• Consultas de Diabetes;
• Consultas de Hipertensão.
Auditou-se também todos os registos das consultas presenciais de Saúde Infantil e Juvenil,
Planeamento Familiar e Saúde Materna de cada médico da USFCO.
Foram excluídas as consultas de doença aguda/intersubstituição. Para cada tipo de consulta
foram considerados vários parâmetros apresentados de seguida:
- Os parâmetros avaliados foram os mesmos utilizados na auditoria de 2015 para melhor
comparação dos resultados.
46
- Os profissionais foram informados, em reunião de serviço, de que se iria proceder a esta
auditoria interna, em data posterior à escolhida para a recolha de dados e quando já não era
possível alterá-los.
No total foram avaliados 205 registos, número muito semelhante a 2015 (219). Procurou-se
avaliar todos os tipos de consulta de todos os médicos, contudo tal não foi possível nas
consultas de Saúde Materna e nos registos de DM e HTA, tendo em conta os critérios de
selecção.
Tabela 8 – Total de consultas auditadas
Tipo AI AL AR CB CR MJM ML Total
Saúde de Adultos 14 14 20 16 15 19 14 112
Saúde Infantil e Juvenil 3 5 6 8 10 - 7 39
Planeamento Familiar 2 2 1 11 2 4 3 25
Saúde Materna 3 - - - - 2 1 6
C. Programa DM aberto - 1 - 3 1 2 4 11
C. Programa HTA aberto 2 1 - 2 1 5 1 12
Total 24 23 27 40 29 32 30 205
Em comparação com 2015, foram avaliadas mais consultas de Saúde de Adultos, Saúde Infantil
e Juvenil, Planeamento Familiar e Saúde Materna. Contudo, foram avaliadas um número muito
inferior de consultas com os programas de HTA e/ou DM abertos.
Para os parâmetros selecionados para a consulta de Saúde de Adultos estes são os resultados
totais:
47
Figura 1 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Saúde de Adultos
O parâmetro dos problemas foi avaliado de acordo com o preenchimento ou não da lista de
problemas pelo que apenas se avaliou o seu preenchimento e não se a lista de problemas
estaria atualizada. O mesmo se aplica ao preenchimento dos antecedentes familiares.
Também se verificou o mesmo problema no parâmetro do histórico da medicação habitual.
Não sendo possível perceber se a medicação está ou não actualizada, considerou-se o padrão
cumprido se houvesse medicação preenchida no histórico da medicação. Também no caso de o
histórico da medicação não se encontrar preenchido e caso não houvesse prescrições há mais
de um ano, considerou-se o parâmetro cumprido, assumindo que o utente não faria medicação
habitual.
Relativamente a 2015 verifica-se uma melhoria no registo dos hábitos alcoólicos,
medicamentosos e drogas. Também os registos dos rastreios oncológicos sofreram uma ligeira
melhoria.
Para os parâmetros selecionados para a consulta de Saúde Infantil e Juvenil estes são os
resultados totais:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
48
Figura 2 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Saúde Infantil e Juvenil
A maioria dos parâmetros avaliados na consulta de Saúde Infantil e Juvenil são estáticos, sendo
preenchidos apenas numa única consulta, idealmente a primeira.
Verificou-se um aumento do registo do parâmetro de acompanhamento que em 2015 não era
preenchido por todos os médicos da unidade, tendo-se discutido a sua utilidade e uniformizado
procedimentos.
Para os parâmetros selecionados para a consulta de Planeamento Familiar estes são os
resultados totais:
Figura 3 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Planeamento Familiar
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
49
No Planeamento Familiar destaca-se o aumento do registo do código -45, educação para a
saúde.
Para os parâmetros selecionados para a consulta de Saúde Materna estes são os resultados:
Figura 3 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Saúde Materna
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
50
Para os parâmetros seleccionados para os registos de Hipertensão estes são os resultados
totais:
Figura 5 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Hipertensão
O parâmetro do registo da microalbuminúria foi recolhido através do programa de hipertensão
e não nos resultados analíticos pelo que poderá não corresponder à quantidade de
microalbuminúrias realmente registadas.
Para os parâmetros selecionados para os registos de Diabetes estes são os resultados totais:
Figura 6 – Resultados dos parâmetros avaliados na consulta de Diabetes
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
51
Tratou-se de uma auditoria interna cujo objetivo é identificar oportunidades de melhoria do
desempenho dos profissionais.
Relativamente aos consumos verificou-se um aumento do número de registos
comparativamente ao ano anterior. Também relativamente à codificação do código -45 relativo
a procedimentos de aconselhamento e educação para a saúde se verificou uma melhoria dos
resultados face ao ano anterior.
Os resultados individuais de cada médico foram apresentados e discutidos em reunião na USF
Conde de Oeiras.
52
12. SATISFAÇÃO DE UTENTES
De acordo com o documento BI dos indicadores de janeiro de 2015, voltou a ser utilizado o
mesmo questionário de 2015 (ANEXO I). Em 2015, devido à sua dimensão e complexidade havia
tido pouca adesão, o que se verificou igualmente em 2016.
Assim, este estudo foi feito em 2 momentos distintos: em maio e outubro 2016. No entanto, o
segundo momento foi da responsabilidade do ACES, tendo o primeiro sido efetuado pelo
conselho técnico da USFCO, à semelhança dos anos anteriores.
Assim, passaremos de seguida à análise dos dados:
Quadro XVIII: Caracterização da amostra de maio 2016
Maio 2016
(2 dias)
Não
resp
N 64
Idade
M = 50,02 [18-86]
DP = 17,36
15
Sexo
F = 47 (75,8%)
M= 15 (21,2%)
2
Situação familiar
Casado – 34
União de facto -10
Solteiro -10
Viúvo – 1
Divorciado-6
Separado – 1
2
Situação profissional
Ativo-30
Reformado-18
Desempregado-11
Estudante-1
Outra-1
3
Grau de ensino Não sabe ler nem escrever-1
Só sabe ler e escrever-1
1º Ciclo-14
2º Ciclo-1
3º Ciclo-16
Ensino secundário-16
Ensino médio-2
Ensino Superior-11
2
53
Relativamente ao estudo levado a cabo pelo ACES (26 a 28 outubro), a caracterização da
amostra feita foi do conjunto de todas as unidades, pelo que não é possível apresentar dados
individualizados da USFCO. No entanto, é possível reportar que foram entregues à unidade 140
questionários, sendo que apenas 58 foram preenchidos pelos nossos utentes.
Depois de efetuados os cálculos com as respetivas ponderações das questões, conforme
descrito no BI do indicador, obtivemos as seguintes percentagens de satisfação, que se podem
visualizar no quadro abaixo; estas ponderações não foram efetuadas pelo ACES no estudo de
outubro.
Quadro XIX: Média de satisfação obtida no estudo de maio 2016
ESTUDOS Média das questões 2-
38
Média das questões 39-
41
MÉDIA TOTAL DE SATISFAÇÃO DO
ESTUDO
Maio2016 58,3 55,47 56,88
No estudo de maio, os aspetos mais favoráveis identificados pelos utentes foram a
confidencialidade médica (questão 7), o interesse mostrado pelo médico (questão 3) e o exame
clínico feito pelo médico (questão 11), sendo que a maioria dos utentes não via razão para
mudar para outra unidade de saúde (questão 41).
Como aspetos a melhorar, foram assinalados neste estudo o atendimento telefónico para a
unidade (questão 28), falar pelo telefone com o médico de família (questão 29), o tempo em
sala de espera (questão 31), marcar consulta (questão 27) e o que esperar dos cuidados
hospitalares, especialidades e outros prestadores de saúde (questão18).
Na questão aberta (questão 42) “como se podem melhorar os serviços prestados por esta
unidade de saúde, obtiveram-se respostas de 3 tipos:
- Repostas positivas/elogios à USFCO;
- Sugestão de aspetos a melhorar que se relacionam com a instituição e não diretamente com a
USF: refeitório para utentes, mais médicos, abertura aos sábados;
- Sugestão de aspetos a melhorar e que dependem da USF: melhorar atendimento telefónico;
tempo espera consulta na sala espera e para marcar.
54
Relativamente aos aspetos a melhorar assinalados, há a referir que se prevê que a situação
referente ao atendimento telefónico venha a ter melhorias, visto que o ACES se encontra em
processo de renovação das centrais telefónicas.
Enquanto persistirem os problemas informáticos constantes, os utentes continuarão a esperar
na sala de espera mais do que expectável em algumas situações, embora o constrangimento
informático não seja o único motivo, mas é certamente o principal. Quanto à facilidade em
marcar consulta, não percebemos que seja um fator negativo, pois é grande a acessibilidade da
USF, seja com a existência de consultas do dia e de doença aguda, assim como um enorme
espírito de equipa dos profissionais, de interajuda e de flexibilidade e disponibilidade.
No estudo de outubro, elaborado pelo ACES, verificámos que foram assinalados como aspetos
mais positivos “o respeito com que foi tratado e a forma como a sua privacidade foi mantida”,
“o horário de atendimento desta unidade”, “a limpeza das instalações”,” a organização geral
dos serviços oferecidos pela unidade”, sendo que a grande maioria dos utentes “aconselharia
esta USF a familiares e amigos”.
Como aspetos a melhorar e à semelhança do estudo de maio, foi assinalado em primeiro lugar “
a possibilidade de falar pelo telefone para esta unidade”, logo seguido da “possibilidade de
falar pelo telefone com o médico de família”. Foram também identificados o “tempo que
esperou na sala de espera” e “rapidez com que os problemas urgentes foram resolvidos”.
Na questão aberta “propostas de melhoria”, foi em primeiro lugar mencionado o atendimento
telefónico, seguido do “acesso ao médico de família” e “condições das instalações”.
Verificamos, pois que na generalidade dos dois estudos, os aspetos a melhorar identificados
são sensivelmente os mesmos (atendimento telefónico e tempo de espera), e a maioria dos
utentes parece satisfeita a ponto de aconselhar esta unidade a familiares e amigos e não
mudaria de unidade.
Em relação às instalações, verifica-se alguma discrepância, sendo ao mesmo tempo um dos
aspetos de satisfação e a melhorar.
Como limitações do estudo e como já referido, consideramos a baixa adesão obtida no
preenchimento do questionário, possivelmente por se tratar de um questionário exaustivo.
Eventualmente poderá existir um possível viés por, aparentemente, serem as pessoas com
maior escolaridade aquelas que se disponibilizam a participar no estudo.
55
13. SATISFAÇÃO DE PROFISSIONAIS
O presente estudo decorreu entre dia 1 e dia 31 de Dezembro de 2016, responderam ao
questionário (Anexo II) 20 dos 24 profissionais. Participaram 2 secretários clínicos, 10 médicos e
7 enfermeiros, e um não respondeu.
Quanto à idade da amostra, 11 profissionais têm mais de 40 anos e 7 têm menos, sendo que 2
não responderam. De acordo com o género, são 14 do sexo feminino, 4 do sexo masculino e 2
não responderam.
Em relação ao regime de trabalho, 10 profissionais em regime de 35 horas, 5 profissionais a 42
horas, 3 profissionais “outro” regime. E ainda, 2 não responderam.
Existem 6 profissionais com “contrato de trabalho sem termo”, 5 com “contrato Trabalho
Funções Públicas a tempo indeterminado”, 4 com “contrato de trabalho a termo certo”, e 3 não
responderam.
Na questão D5 “Há quanto tempo está no centro de saúde actual?”, 7 profissionais
responderam há menos de 5 anos, 11 há mais de 5 anos e 2 não responderam.
Exercem a profissão há 10 ou menos anos - 8 profissionais, e há mais de 10 anos - 10
profissionais. Dois não responderam.
Um enfermeiro exerce outras actividades para além do atendimento/prestação de cuidados,
assim como 4 médicos. Não responderam 2 profissionais. Apenas 4 profissionais exercem
actividade privada, três médicos e um enfermeiro.
Na questão D8 “exerce cargos de chefia neste centro de saúde (por ex. coordenação de piso,
serviço ou unidade)?”responderam 18 “não”e dois profissionais não responderam.
Analisando as respostas, observa-se na questão A1 que nos três grupos profissionais existe
cerca de metade que concorda que o trabalho nunca é o mesmo todos os dias, e outra metade
está em desacordo.
Na questão A2, a maior parte dos médicos sentem-se cansados ao fim do dia (9) e um muito
cansado, assim como os enfermeiros, sentem-se cansados (3) ou muito cansados (3) e apenas
um refere que não.Em relação aos secretários clínicos, os dois que responderam, referem que
não se sentem cansados. Em relação ao mesmo periodo de 2015, a equipa apresenta mais
sinais de cansaço, 16 elementos em vez de 11, excepto os secretários clínicos. Claro que a
amostra não tem representatividade, uma vez que existem 5 elementos na equipa de
secretários clinicos.
56
Os profissionais que têm menos dificuldade em desligar do trabalho em casa (questão A3) são
os secretários clínicos (1 muito de acordo e 1 nem de acordo nem em desacordo) e os médicos
(5 de acordo e 1 muito de acordo). Dos enfermeiros, 4 referem dificuldade e 3 não têm
dificuldade, existindo assim alguma discordância nesta classe profissional.
Na questão A4 “poucas vezes tenho de me aplicar a fundo no meu trabalho” houve
discordância da maioria da equipa, transversal às equipas profissionais, tal como no mesmo
período do ano anterior, ou seja a equipa empenha-se em dar o seu melhor.
Talvez devido a este empenho os profissionais sintam que o trabalho altera negativamente o
seu ânimo. Apenas 2 enfermeiros e 3 médicos sentem que não altera.(A5)
Na questão da autonomia no trabalho (A6), um secretário clínico refere que não tem
autonomia no trabalho – 5 muito em desacordo e outro secretário clínico responde que tem
autonomia – 1 muito de acordo, e na questão o que mudaria no serviço “falta de autonomia no
trabalho”. O mesmo profissional, secretário clínico, se voltasse ao princípio, não sabe se
mudaria de unidade. Os restantes 19 responderam que escolheriam a mesma unidade.
Dois médicos responderam que não têm autonomia no trabalho – 4 em desacordo- e mudavam
no serviço “indicadores, computadores, direção - mais respeito pelos profissionais” e “apoio de
ECD, melhoria de espaço físico e estacionamento”.
Quanto à oportunidade de aprender coisas novas (questão A7), a maioria (15 profissionais – 6
enfermeiros, 9 médicos e um secretário) está de acordo e apenas um secretário clínico está em
desacordo, no que se refere ao interesse por aquilo que os profissionais fazem (questão A8), 19
responderam positivamente, e apenas um médico respondeu nem desacordo nem acordo. O
mesmo médico responde que não concorda que o seu trabalho seja reconhecido. Nesta
questão (A9) a maioria dos profissionais (13) refere positivamente, embora haja um elemento
de cada grupo profissional que não concorde.
A relação com as chefias é cordial para a maioria dos profissionais (7 enfermeiros, 7 médicos e
2 secretários), apenas 3 médicos consideram que nem concordam nem discordam (A10). Assim
como para todos os profissionais o relacionamento com os colegas é muito bom.
Em relação ao salário, a maioria não concorda que seja adequado, tal como nos estudos
anteriores, embora não tenha um peso estatístico tão grande como no ano anterior, com
certeza devido à Unidade ser agora modelo B. Assim temos 9 profissionais que não concordam
(5 enfermeiros e 4 médicos), 5 profissionais que não concordam nem discordam (4 médicos e 1
secretário clínico) e 5 que concordam (2 médicos, 2 enfermeiros e 1 secretário).
57
Em relação a perspectivas na profissão, existem 14 profissionais (5 enfermeiros e 8 médicos)
que concordam com o lugar que ocupam, 5 profissionais que nem concordam nem discordam
(1 enfermeiro, 2 médicos e 2 secretários) e 1 enfermeiro que não concorda (A13). Seis
profissionais (4 médicos e 2 enfermeiros) sentem que têm perspectivas de promoção, mas
treze não concordam (2 secretários clínicos, 4 médicos e 5 enfermeiros) e dois médicos nem
concordam nem discordam, mantendo a tendência do ano passado (A14).
Quanto à pressão exercida pelo trabalho (A15), nomeadamente o fator tempo, toda a equipa
de enfermagem sente-se pressionada, existem ainda 9 médicos e 1 secretário. Embora
pressionados, a maioria sente que dá conta do trabalho (A16 e A17), apenas dois médicos e um
enfermeiro sente que não, e todos se sentem capacitados para executar o seu trabalho (A18).
Face aos recursos existentes (A19), a maioria está em desacordo, 6 médicos, 3 enfermeiros e 1
secretário, e concordam 2 médicos e 1 enfermeiro. Tal como nos estudos anteriores a
competitividade continua a não ser um problema dentro da equipa (A20). Também no que diz
respeito às condições físicas fornecidas pelo centro de saúde A21), a maioria (11) concorda que
sim, embora 3 médicos e 2 enfermeiros discordem, mas nas condições para o exercício da
profissão (A22) a tendência dos anos anteriores já não se mantem, uma vez que 11
profissionais concordam que têm as condições necessárias, e apenas 3 discordam.
Foram referidas várias propostas para (B1) como por exemplo motorista para auxiliar na
actividade dos cuidados domiciliários, melhor a climatização de algumas zonas/salas da
unidade, integrar assistentes operacionais na unidade, acesso a rx , acesso a análises rápidas e
melhoria do sistema informático.
Os profissionais da unidade estão divididos em relação ao futuro da profissão (A23), 1
enfermeiro e 6 médicos estão optimistas e 3 enfermeiros, 2 médicos e 1 secretário não estão
confiantes. Também, no seguimento da questão anterior, os profissionais encontram-se
divididos face às expetativas da sua carreira profissional (B2), 6 profissionais sentem
expectativas más e muito más, 8 nem boas nem más e 5 apresentam-se satisfeitos. Caso
pudessem voltar ao princípio, 5 profissionais não escolhiam a mesma profissão (3 enfermeiros e
2 médicos), 10 mantinham a sua escolha (2 enfermeiros e 8 médicos), mas 5 têm dúvidas (B3).
No entanto 18 dos 20 profissionais participantes do estudo não tiveram dúvidas de que se
pudessem voltar ao princípio escolheriam a mesma USF para trabalhar (questão 5B).
Aparentemente a equipa está mais satisfeita com a sua actividade que no ano passado, 11
profissionais encontram-se satisfeitos, contra 5 que discordam (A24). Talvez fruto do desafio
ultrapassado com sucesso em relação à candidatura a modelo B.
58
Analisando as questões relativas a acidentes em serviço, (C1) apenas 1 enfermeira refere uma
situação de acidente nos últimos 12 meses, sem especificação do tipo de acidente. (C3) Nas
questões relativas a violência física, 1 médico refere ter sido vítima nos últimos 12 meses, e 2
médicos, 2 secretários e 1 enfermeiro foram vítimas de ameaça ou agressão verbal,
aumentando bastante face ao período homólogo do ano anterior. (C4) Um enfermeiro refere
ter sofrido pressão moral, assim como o mesmo médico vítima de ameaça ou agressão verbal,
sofreu também pressão moral. Estes dados são semelhantes ao ano anterior.
Nas questões de discriminação e assédio não houve queixas de profissionais. Em relação a
violência contra propriedade pessoal (C7) houve 2 médicos a responder positivamente, quando
em 2015 não houve queixas.
Nos últimos 12 meses houve profissionais a testemunhar situações de violência (C8), um de
cada categoria profissional foi testemunha de ameaça ou agressão verbal, menos um que no
ano passado.
Nos últimos doze meses, houve 2 enfermeiros com ausências superiores a 3 dias por doença, e
os restantes profissionais não se ausentaram, ou se o fizeram foi por menos de 3 dias (C9).
Houve 4 profissionais ausentes por outra razão que não doença ou formação.
Na questão da formação, houve 2 secretários clínicos, 2 médicos e 2 enfermeiros que
responderam não (ou por um período inferior a 3 dias), os restantes 14 responderam
afirmativamente (C10). Os secretários clínicos mantêm a tendência e não realizaram formação
superior a 3 dias, e realizaram formação mais 1 enfermeiro que no ano passado.
E por fim relativamente à sua saúde a maioria dos profissionais desta unidade sentem-se bem e
muito bem, e os elementos que se sentem menos bem ou “razoável” são, um enfermeiro e um
secretário clínico.
59
14. BURNOUT PROFISSIONAIS
A síndrome de Burnout é um fenómeno psicossocial que resulta de uma tensão emocional
crónica, vivenciada pelos profissionais cujo trabalho envolve o relacionamento intenso e
frequente com pessoas que necessitam de algum tipo de cuidado.
O burnout pode medir-se através do M.B.I. (questionário de Maslach Burnout Inventory –
Anexo III), construído em 1981 por Maslach e Jackson, é um dos instrumentos de auto-
avaliação mais utilizados em todo o mundo, avalia o desgaste profissional.
Pode ser encarado como o resultado do stress crónico, típico do quotidiano do trabalho,
principalmente quando neste existem pressões excessivas, conflitos, baixas recompensas
emocionais e pouco reconhecimento.
Um estudo de Silva e Gomes (2009), relativo ao stress ocupacional em profissionais de saúde
(enfermeiros e médicos), revelou que é o grupo das mulheres quem apresenta uma maior
exaustão emocional (com os homens a evidenciar maior despersonalização); os enfermeiros
mais novos, com menor experiência profissional; os solteiros; a classe profissional dos
enfermeiros.
Embora não existindo total consenso na literatura, alguns autores defendem que para o
diagnóstico do burnout é necessário apenas que uma das dimensões esteja em níveis elevados,
independentemente de qual seja.
O primeiro estudo teve lugar em maio 2016, tendo respondido ao questionário 25 profissionais
da USFCO: 7 médicos, 6 internos de MGF, 7 enfermeiros e 5 secretários clínicos.
O segundo estudo do ano foi aplicado no mês de dezembro 2016. Responderam ao
questionário 19 profissionais da USFCO. Neste estudo não foram feitas discriminações por
profissionais, numa tentativa de observar a equipa como um todo.
Quadro 1 - Escala de Burnout nas 3 subescalas nos dois estudos
Nº
Sujeitos
/RANGE
SUBESCALAS
BAIXO MODERADO ALTO
maio dez maio dez maio dez
EXAUSTÃO EMOCIONAL 12 6 7 3 5 10
DESPERSONALIZAÇÃO 16 11 8 5 1 3
REALIZAÇÃO PESSOAL 1 3 6 11 18 5
60
Pelo quadro anterior (quadro 1), conseguimos perceber que dos 25 profissionais da USFCO que
participaram no estudo de maio 2016, 5 encontram-se em níveis elevados de exaustão
emocional, 7 em níveis moderados e 12 em níveis baixos. No estudo de novembro, 10
encontram-se em níveis elevados de exaustão, 3 em níveis moderados e apenas 6 em níveis
baixos.
Quadro 2 - Escala de Burnout nas 3 subescalas por grupo profissional, estudo de maio
À semelhança dos estudos anteriores, no estudo de maio, o item 2 (exaustão ao fim de um dia
de trabalho) e o item 14 (trabalho em excesso) são os itens que mais elevaram este índice.,
seguindo –se os itens 8 (o meu trabalho deixa-me completamente exausto) e 20 (sinto-me
como uma corda esticada até ao fim).
No estudo de dezembro, as respostas com maiores cotações foram também as afirmações
“sinto-me exausto/a no fim de um dia de trabalho” e “sinto que estou a trabalhar em excesso
no meu emprego”. Verificamos que no final do ano, aumentaram para 10 os profissionais com
alta exaustão emocional.
Relativamente à realização pessoal, 18 dos profissionais encontram-se na “zona verde da
tabela”, sendo que, no estudo de maio (Quadro 2), os internos são o grupo com maior
realização pessoal.
Verificamos que para a obtenção dos resultados positivos nesta escala, em maio, houve
grande contribuição do item 9 (sinto que com o meu trabalho influencia positivamente a vida
das pessoas), sendo que o item que menos contribuiu foi o item 12 (sinto-me cheio de energia).
Também aqui, em dezembro temos menos profissionais com uma elevada realização
Nº sujeitos/RANGE
SUBESCALAS
BAIXO MODERADO ALTO
mé
d
int enf sec méd int enf sec méd Int en
f
sec
EXAUSTÃO
EMOCIONAL
4 5 3 2 4 1 1 1 3 1
DESPERSONALIZAÇÃO 6 5 5 2 1 1 1 3 1
REALIZAÇÃO PESSOAL 1 3 3 1 3 6 3 4
61
profissional, sendo que a resposta com valores mais baixos foi também no item 12 “sinto-me
cheio de energia” reflectindo o cansaço evidenciado nas restantes áreas, e as respostas com
valor mais elevado foram no item 7 “sou capaz de lidar de forma eficaz com os problemas dos
doentes” e no item 17 “consigo criar facilmente um ambiente descontraído com os doentes”.
Quanto à despersonalização, relativamente aos resultados obtidos em estudos anteriores,
verifica-se uma diminuição nos médicos e internos de MGF no que se refere a níveis elevados e
muito mais profissionais na franja verde da escala (16 em maio; 11 em dezembro), o que é
bastante positivo.
Os itens 11 (preocupo-me que as funções que exerço me estejam a transformar numa pessoa
mais dura) e 15 (na verdade não me preocupo com o que possa suceder aos doentes)
contribuíram essencialmente para os valores moderados obtidos (na tabela a amarelo),
enquanto os itens 5 (sinto que trato algumas pessoas das minhas relações profissionais como se
fossem objectos impessoais) e 10 (Tornei-me mais indiferente para com as pessoas desde que
comecei a exercer as funções que actualmente desempenho) foram os que contribuíram mais
para os níveis baixos de despersonalização (na tabela a verde).
Altos níveis nas dimensões da exaustão emocional e despersonalização e baixos na realização
pessoal são indicativos da síndrome de burnout.
Concluindo, ainda se verificou alguma exaustão emocional, o que aparentemente se relaciona
com a carga de trabalho, sendo superior no final do ano, embora em níveis menos críticos do
que em 2015.
Estas respostas podem estar relacionadas com o final do ano e a pressão que existe em relação
ao cumprimento de indicadores, e também pelo facto de a unidade neste momento ter um
maior número de utentes, mais que no ano de 2015, levando a um excesso de trabalho por
parte dos profissionais.
No que se refere à realização pessoal, verificámos que aumentou substancialmente e podemos
arriscar a hipótese de se relacionar com o facto de a equipa ter visto finalmente concretizados
os seus esforços, no que toca à passagem da unidade a Modelo B, embora devido ao cansaço
no final do ano, esta tenha decrescido em relação ao primeiro estudo.
Parece que os profissionais se sentem cansados, mas aparentemente conseguem lidar com a
situação e sentem-se realizados com o seu sucesso.
62
Relativamente os resultados obtidos na escala despersonalização, embora estes tenham
descido quase totalmente nos níveis críticos, ainda permanece um rasto moderado. O segundo
semestre relaciona-se com uma despersonalização mais acentuada provavelmente devido ao
maior volume de trabalho, assim como pelo gerir das expectativas dos próprios utentes, a par
com muitos problemas informáticos que geram ansiedade e perturbam o correto
funcionamento da unidade.
Numa próxima oportunidade seria curioso abordar outros factores como sexo, idade e estado
civil, como observado noutros estudos da literatura.
Literatura consultada:
http://www.ulbra.br/upload/b358563e786878b772b26a71cb95bdcd.pdf
Síndrome de burnout e fatores associados em profissionais da área da saúde: um estudo
comparativo entre Brasil e Portugal. Sofia Dias, Cristina Queirós, Mary Sandra Carlotto. Revista
Aletheia 32, p.4-21, maio/ago. 2010.
http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnGPR/engpr_2009/2009_ENGPR156.pdf
Avaliação Psicométrica do Maslach Burnout Inventory em profissionais de enfermagem. Carla
Fernanda de Lima, José Arimatés de Oliveira, Élido Santiago da Silva, Antonio de Pádua Emérito.
II Encontro de gestão de pessoas e relações de trabalho. Coritiba, 15 a 17 de Novembro de
2009.
http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/8796/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Susana%2
0Miranda.pdf
Stress Ocupacional, Burnout e Suporte Social nos Profissionais de Saúde Mental. Susana
Miranda. Universidade Católica Portuguesa.
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v14n3/a08v14n3.pdf
Stress ocupacional em profissionais de saúde: um estudo com médicos e enfermeiros
portugueses. Maria da Conceição de Melo Silva António Rui da Silva Gomes. Universidade do
Minho.
63
15. RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES E ELOGIOS
Tratamento das reclamações, sugestões e elogios apresentados pela Dra. Ana Ribeiro e Enfª.
Cristina Dantas. Entre Janeiro a Dezembro 2016 tivemos 14 reclamações, 9 elogios e 4 sugestões
(positivas) e 4 sugestões (negativas).
Abaixo se descrevem as reclamações rececionadas:
1) Cinco reclamações foram relativas ao não atendimento telefónico;
2) um utente que não foi informado da mudança de médico e de unidade;
3) Um utente esporádico que pretendia atendimento na sala de tratamentos;
4) Outro utente que não foi informado que tinha ficado sem médico de família;
5) Reclamação sobre o encaminhamento pela Saúde 24;
6) Utente que chega atrasado à marcação da vacina e não foi atendido;
7) Falha no fornecimento de vacinas;
8) Reclamação sobre uma receita onde não foi colocado o despacho para usufruir de desconto;
9) Utente que questionou o diagnóstico médico;
10) Utente desagradado com a hora de agendamento para administração da vacina.
Os elogios foram relacionados com a qualidade do atendimento nomeadamente rapidez,
eficiência, simpatia e dedicação dos profissionais.
As sugestões foram relativas a frequentar o jardim interior do r/c, analisar as marcações por
telefone, disponibilizar posto de água, reduzir o tempo de espera para consulta médica, colocar
mais folhas na caixa de sugestões e preços acessíveis na máquina dos lanches.
Medidas Corretivas:
Pedido de nova central telefónica à Direcção.
Informar utentes sobre funcionamento da USF; entregar sistematicamente no balcão de
atendimento o guia de acolhimento aos utentes
Solicitar junto da direcção que a saúde 24 atualize informação sobre o serviço
64
Reforçar o ensino dos utentes para o cumprimento de horários. Acrescentar nos folhetos/guia
de acolhimento/site da USF, que deve comparecer 15 minutos antes da hora de consulta
Solicitar à direção acréscimo na mensagem (SMS), de aviso para comparecer 15 minutos antes
da hora de consulta
Foi alargado horário de vacinação das crianças
Reclamações que se mantiveram em 2016 apesar das medidas corretivas.
Não atendimento telefónico. A unidade já alargou o horário de atendimento telefónico e as
reclamações em 2016 continuaram. Sugeriu-se melhorar a central telefónica para que o utente
perceba que a chamada está em espera em vez de não estar a ser atendido.
Atraso nas consultas médicas. Sugeriu-se aos médicos melhorar a gestão de tempo na consulta.
Continuamos a aguardar resposta da UAG relativamente à central telefónica.
Quanto às sugestões:
Frequentar o jardim interior do r/c não é da responsabilidade da USF
Em construção um algoritmo para os secretários clínicos marcarem consulta do dia ou
encaminhar utente para a urgência
Solicitar à direção um posto de água
Solicitar aos médicos maiores cuidados no tempo de gestão da consulta
Solicitar aos secretários clínicos que verifiquem se a caixa de sugestões tem folhas para
preencher
Preços mais acessíveis na máquina dos lanches não são da responsabilidade da USF
Quadro I
Monitorização Exposições
2014/2015/2016
2014 2015 2016
Reclamações 7 9 14
Sugestões
(construtivas/elogios) 1 5 4
Sugestões( negativas) 12 9 4
Elogios(cx sugestões/livro
amarelo) 18 18 11
65
Através da análise deste quadro verifica-se que o número de reclamações aumentou, e estima-
se que o número de reclamações irá aumentar porque a população inscrita aumentou em cerca
de 10% e ainda não tem conhecimento da dinâmica da unidade. A redução dos elogios pode ser
justificada com a sobrecarga dos profissionais.
Quadro II
Descrição dos elogios em 2016
ELOGIOS 2016 Descrição
Data Quem O quê
08-1 secretários rapidez no atendimento
15-03 Dr Cristina e equipa apoio dedicação e simpatia
29-04 Dr Carlos Russo simpatia e prestável
10-05 Dr Margarida dedicação e paciência
08-07 secretariado atendimento rápido , simpatia e eficiência
18-07 Teresa Pereira qualidade no atendimento e simpatia
21-07 med, enf. e secret. simpatia e eficiência
16-12 DrªCB e equipa profissionalismo, simpatia e interesse
19-2 Drª MJ, secretarios atendimento, amáveis e prestáveis
19-12 Dr.A Lorena dedicação e empenho
28-12 Dr.Cristina Bastos
disponibilidade, competência,
profissional.
Através da análise deste quadro, verifica-se que os elogios mais frequentes são relativos à
rapidez, eficiência, simpatia, profissionalismo e dedicação dos profissionais.
66
16. LIGA DE AMIGOS
A Liga de Amigos da USFCO – LAUSFCO – é constituída por um grupo de utentes e profissionais
de saúde da USFCO. A interlocutora na USFCO é a médica Cristina Bastos.
É uma associação sem fins lucrativos, sediada nas instalações da USFCO.
Efetua reuniões mensais.
Esta associação tem diferentes objetivos:
1. Contribuir para a humanização da USFCO.
2. Atrair, gerir e manter uma rede de voluntários.
3. Apoio social e humanitário aos utentes da unidade, com o intuito de melhorar a saúde e o
bem-estar dos mesmos. Existe a preocupação de identificar as necessidades de apoio
domiciliário e realizar esse mesmo apoio.
4. Realizar ou apoiar projetos inovadores no âmbito da missão da Liga.
Em 2016 foram realizadas as seguintes atividades:
A. Chá / Bolachinhas:
Esta ação, que teve início em dezembro de 2016, foi efetuada durante todo o ano (com
interrupção em alguns dias nos meses de Verão por férias dos voluntários da liga) por dez
elementos que se constituíram por equipas de segunda-feira até quinta-feira. Foram oferecidos
chá, bolachas e pacotinhos de leite aos utentes nas salas de espera e profissionais de saúde. Foi
também uma oportunidade para se contactar com utentes sobre a Liga e divulgação da mesma.
B. Apoio domiciliário
Este novo projeto começou a dar os primeiros passos em dezembro. Estes utentes são
identificados pelos profissionais da unidade. Sempre que possível, o voluntário é integrado no
domicílio pelo médico e/ou enfermeira de família. Conscientes de que existem dificuldades no
acesso a algumas famílias, não só por parte dos utentes mas também por parte dos familiares,
existe uma parceria com a instituição Coração Amarelo que tem sido uma mais-valia para expor
dificuldades e ajudar a encontrar soluções.
C. Colheitas de sangue - 21 de abril e 10 dezembro
Foram realizadas nas instalações do edifício-sede do ACES Lisboa Ocidental e Oeiras, com o
apoio do Instituto Português do Sangue e Transplantação, com 37 e 40 participantes
respetivamente em abril e em dezembro.
67
D. Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade - 21 maio
Médicos da unidade fizeram uma palestra sobre alimentação saudável. Seguiu-se uma aula de
dança orientada por uma professora de dança que é membro da Liga e por fim, uma caminhada
pela Alameda Conde de Oeiras com cerca de 35 participantes.
E. Passeios Culturais - Centro Histórico Oeiras - 9 abril e Quinta da Regaleira-Sintra - 23 de
outubro. Foram 13 e 28 participantes em cada passeio respetivamente. Ambos os
passeios foram orientados por uma guia oficial também da Liga.
F. Marginal sem carros - 18 setembro. Evento realizado pela Câmara Municipal de Oeiras,
onde participaram 10 elementos da Liga.
G. Workshop de Musicoterapia - 21 de Outubro. Foram apresentados os alicerces desta
terapia por um utente da unidade e estiveram presentes 7 profissionais de saúde da
USFCO.
H. Comunicação oral sobre as atividades da Liga por médicos que pertencem à LAUSFCO,
nas jornadas do Internato que se realizaram a 25 de Outubro, no centro Cultural Olga
Canaval, Sintra. Esta apresentação constituíu um momento privilegiado para dar a
conhecer a Liga de Amigos a profissionais de outras unidades funcionais deste e outros
ACES, com possibilidade de estabelecer parcerias futuras.
68
17. COMITÉ DO ALEITAMENTO MATERNO
Em 2016 deu-se continuidade ao projeto “Comunidade Amiga dos Bebés”, surgido em
Fevereiro de 2015. Este, foi da iniciativa da Direção Executiva e Clínica do ACeS Lisboa Ocidental
e Oeiras, tendo como objetivo obter uma acreditação por parte da Comissão Nacional Iniciativa
Hospitais Amigos dos Bebés/UNICEF. Esta certificação traduz um reconhecimento de que as
Unidades de Saúde do ACES promovem, protegem e apoiam o aleitamento materno, de acordo
com as diretrizes nacionais e internacionais.
Este projeto contou com o apoio de uma equipa multidisciplinar para a sua implementação
estando envolvidos profissionais de saúde de todas as Unidades do ACES. A conclusão da sua
implementação verificou-se em Dezembro de 2016.
Mantiveram-se como interlocutores da USFCO ,a médica Cristina Bastos e a enfermeira Sandra
Silva.
O Comité efetuou em 2016, 5 reuniões, com uma periodicidade aproximadamente mensal.
Nessas reuniões foram elaboradas, discutidas e validadas as 13 normas de procedimentos das
situações mais comuns na área do aleitamento materno a incluir no Manual de Procedimentos
do ACES, no âmbito do Aleitamento Materno. Foi igualmente concluída a Política de promoção,
proteção e apoio ao Aleitamento Materno. Concluídas também as 7 medidas para a Unidade
ser considerada “Amiga dos Bebés”.
O Comité também se envolveu na dinamização, apetrechamento e avaliação do Cantinho da
Amamentação.
Deu-se continuidade à formação interna em aleitamento materno, sendo que 85% dos
profissionais de saúde que prestam cuidados a grávidas, mães e bebés desta USF,
frequentaram o Curso de Promotores em Aleitamento Materno (24 horas). A equipa
administrativa da USFCO também recebeu formação (4 horas), devidamente certificada.
Em Setembro a avaliação no âmbito do projeto “Unidade Amiga dos Bebés” foi concluída com
sucesso, tendo a USFCO( inclusa no ACES) obtido esta certificação.