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Relatório de Estabilidade Financeira
O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) é uma publicação
semestral do Banco Central do Brasil (BCB) destinada a
apresentar, com foco no risco sistêmico, os principais resultados
das análises sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN),
especialmente no que concerne à sua dinâmica, às perspectivas
nos próximos anos e ao grau de resiliência a eventuais choques
na economia brasileira ou no próprio sistema. Esta edição
concentra-se nos eventos ocorridos no segundo semestre de
2012.
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Relatório de Estabilidade Financeira
Resumo
O estoque total de operações de crédito do SFN teve alta de 8,8% no
semestre e de 16,4% em doze meses.
Contudo, o ritmo de expansão anual da carteira de crédito foi inferior ao
dos dois anos anteriores, convergindo para um padrão mais sustentável.
A inadimplência da carteira de crédito total apresentou leve queda no
semestre impactada principalmente pela carteira pessoa física.
O comprometimento de renda PF apresentou redução no último
semestre.
O Índice de Basileia (IB) permaneceu estável no período.
Os resultados dos testes de estresse mostram que, mesmo em cenários
de deterioração macroeconômica, o IB permanece acima de 11%.
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Resumo
O Patrimônio de Referência (PR) cresceu 9% no semestre. As
emissões de dívidas subordinadas (DS) e instrumentos híbridos de capital
e dívida (IHCD), e o aumento do lucro líquido foram os maiores
responsáveis pela elevação do PR.
A rentabilidade do sistema bancário recuou em 2012 impactada
principalmente pelo arrefecimento do crescimento da carteira de crédito,
mas a diferença em relação a taxa livre de risco foi ampliada.
A liquidez do sistema bancário continuou alta no semestre. O Índice de
Liquidez subiu em todos segmentos, principalmente, devido ao aumento
dos ativos líquidos e ao alongamento do prazo médio das captações.
O estoque de captações aumentou 7,0% no semestre (12% no ano).
Os depósitos a prazo tradicionais contraíram no semestre, mas as
emissões de títulos, os depósitos de poupança e as operações
compromissadas com títulos privados mais que compensaram essa
queda.
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Relatório de Estabilidade Financeira
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Panorama do sistema bancário
2.500
3.125
3.750
4.375
5.000
Dez2008
Jun2009
Dez Jun2010
Dez Jun2011
Dez Jun2012
Dez
Ativos totais do sistema
R$ bilhões
10 9 9 9 9
4 4 4 4 4
68 68 67 65 64
54 55 57 58 60
0
10
20
30
40
Dez2008
Dez2009
Dez2010
Dez2011
Dez2012
% dos ativos do sistema
Controle
Público (comercial)
Público(desenvolvimento)
Privado Estrangeiro
FF
6
Evolução da carteira de crédito.
6
12
18
24
30
36
Dez2008
Jun2009
Dez Jun2010
Dez Jun2011
Dez Jun2012
Dez
Livre Direcionado Total
%
Crescimento anual da carteira de créditoRecursos direcionados e livres
7
Inadimplência total recua no semestre.
1,5
2,5
3,5
4,5
5,5
6,5
Jun2011
Set Dez Mar2012
Jun Set Dez
%Inadimplência geral do SFN
Total PJ PF
8
Provisões do sistema permanecem em nível bem superior
à inadimplência
0,0
1,6
3,2
4,8
6,4
8,0
Jun2008
Dez Jun2009
Dez Jun2010
Dez Jun2011
Dez Jun2012
Dez
%
Inadimplência, provisões e baixas para prejuízo
Provisões Inadimplência
Carteira E até H Créditos baixados doze meses
9
Comprometimento de renda das famílias recua no
semestre
0
5
10
15
20
25
Dez2005
Dez2006
Dez2007
Dez2008
Dez2009
Dez2010
Dez2011
Dez2012
%
Desembolsos com principal Desembolsos com juros
Comprometimento de renda PFDesembolsos com pagamento de principal e juros
Diferença entre taxa de empréstimos para PJ e custo de
captação diminuiu
10
0
8
16
24
32
40
0
2
4
6
8
10
Dez2010
Mar2011
Jun Set Dez Mar2012
Jun Set Dez
Spreads PJ
TPB menos taxa a termo(eixo da esquerda)
Spread Pré PJ(eixo da direita)Série temporal nº 3.956
p.p.p.p.
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O sistema bancário brasileiro apresenta elevado nível de
capitalização.
0
120
240
360
480
600
0
4
8
12
16
20
Jun2010
Dez Jun2011
Dez Jun2012
Dez
R$ bilhões
PR1 PR2 Índice de Basileia
Capital / Ativos PRE
%
PR, PRE e Índice de Basileia
12
Patrimônio de referência aumentou no período
28,4
-18,9
9,3
33,2
3,2 0,2
55,4
0
12
24
36
48
60
A B C D E F G
R$ bilhões
Decomposição da variação do PR no 2º semestre 2012
A = Lucro líquido
B = Distribuição de juros sobre o capital próprio, dividendos e recompra de ações
C = Aumento de capital
D = Dívidas subordinadas e instrumentos híbridos de capital e dívida
F = Outros
G = Variação total (PR nível I + PR nível II)
E = Ajuste TVM e instrumentos financeiros derivativos a valor de mercado
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Rentabilidade dos bancos diminuiu, mas diferença para taxa
Selic aumentou
0
6
12
18
24
30
Jan2004
Jan2005
Jan2006
Jan2007
Jan2008
Jan2009
Jan2010
Jan2011
Jan2012
Retorno sobre o patrimônio líquido
Selic média últimos doze meses (taxa livre de risco)
Meta Selic anual
Retorno sobre o patrimônio líquido e taxa SelicAcumulado nos últimos doze meses
%
14
Elevação do índice de liquidez
0
1
2
3
4
5
Jan2011
Abr Jul Set Dez Mar2012
Jun Set Dez
Un.
Índice de liquidez
Índice de liquidez Índice de liquidez amplo
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Captações: Aumento na participação de LFS, LF, LCA e L CI e
redução nos depósitos a prazo
Comportamento dos instrumentos de captação selecionados
Estoque
Dez 2012
(R$ bilhões)
Variação
no semestre (%)
Variação
no ano
(%)
Prazo médio do
instrumento
(meses)
Depósitos a prazo 638 -5,9 -9,6 91/
Depósitos de poupança 493 10,5 18,2 ND2/
Operações compromissadas com títulos privados 273 11,4 16,7 ND2/
LF 171 13,5 46,2 26
LFS 65 24,2 106,5 80
LCI 63 10,8 33,0 15
LCA 58 52,0 130,7 7
DPGE 28 6,1 6,5 32
1/ Baseado em estimativa da curva de resgate antecipado.
2/ Dados não disponíveis.
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Participação de recursos externos na carteira de crédito continua
pequena
0
6
12
18
24
30
0
520
1.040
1.560
2.080
2.600
Dez2008
Jun2009
Dez Jun2010
Dez Jun2011
Dez Jun2012
Dez
%R$ bilhões
Carteira de crédito no SFN com recursos domésticos
Carteira de crédito no SFN com recursos externos
Dívida externa bruta de empresas não financeiras
Fonte externa / Total (eixo da esquerda)
Fonte dos recursos para crédito
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Estoque de poupança sob a nova regra de remuneração
0
100
200
300
400
500
Jan2012
Jun Dez
R$ bilhões
Saldo de poupança (Depósitos antes da MP)
Saldo de poupança (Depósitos após a MP)
Evolução do estoque de poupança
Testes de estresse de capital
• Estresse macroeconômico
– Objetivo: avaliar o impacto de choques aplicados às variáveis
macroeconômicas (PIB, taxa de juros e taxa de câmbio) sobre a inadimplência, o nível das provisões e o Índice de Basileia.
– Principais conclusões: em todos os cenários analisados, inclusive naqueles que envolvem choques abruptos ou extrema deterioração da situação macroeconômica, o capital regulamentar do sistema bancário permanece acima do exigido pelo Banco Central do Brasil (BCB).
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Testes de estresse de capital
• Análise de sensibilidade
– Objetivo: avaliar o impacto de variações incrementais em
cada um dos fatores de risco de mercado (taxas de juros e câmbio) e do aumento na taxa de inadimplência sobre o Índice de Basileia e situação de solvência das IF.
– Principais conclusões: os resultados mostram que mesmo em situações extremas o sistema apresenta boa resiliência. Somente em uma situação extrema de 17,2% de inadimplência média do sistema, instituições financeiras que representam 0,1% do ativo total ficariam insolventes.
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Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) • As análises de backtesting, periodicamente realizadas para os sistemas de
compensação e de liquidação de transações com títulos, valores mobiliários,
derivativos e moeda estrangeira, nos quais há uma entidade atuando como
contraparte central, apresentaram resultados satisfatórios ao longo do semestre.
Organização do Sistema Financeiro Nacional • Dentre as movimentações do segmento não bancário merecem destaque as
reduções nos quantitativos de cooperativas de crédito e de administradoras de
consórcios, por motivos de inatividade e de processos de incorporações e
aquisições. Outro destaque foram as autorizações para funcionamento no
segmento de sociedades corretoras de câmbio concedidas no período.
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Desaceleração da alta do preço dos imóveis
0
140
280
420
560
700
0
70
140
210
280
350
Jan2002
Jan2003
Jan2004
Jan2005
Jan2006
Jan2007
Jan2008
Jan2009
Jan2010
Jan2011
Jan2012
Jan2013
Mercado de financiamento residencial
Crédito imobiliário (eixo esquerdo)
Financiamentos concedidos (eixo direito)
MilharesR$ Bilhões
-20
-10
0
10
20
30
Jan2003
Jan2004
Jan2005
Jan2006
Jan2007
Jan2008
Jan2009
Jan2010
Jan2011
Jan2012
Jan2013
Variação anual real dos valores de imóveis residenciais
IVG – R FipeZap
%
Fonte: FipeZap e BCB. As duas séries foram deflacionadas pelo IPCA.