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ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 221 juNho/julho 2012
Bahia
Sistema FIEB anuncia investimentos que transformarão formação e pesquisa em tecnologia e inovação na Bahia
O SENAIdO futurO
2 Bahia Indústria
SESI2 0 1 2
www.fieb.org.br/jogos_do_sesiI N F O R M A Ç Õ E S N A U N I D A D E D O S E S I M A I S P R Ó X I M A .
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JOGOS
FUTEBOL DE SETE MASTER
FUTEBOL
FUTSAL
ATLETISMO
VÔLEI
TÊNIS DE MESA
XADREZ
VÔLEI DE PRAIA
NATAÇÃO
TÊNIS
Construindo o futuroUm dos centros mais avançados do SENAI no país, o Cimatec, que
completou em 2012 uma década, comemorou a data com uma so-
lenidade especial, que reuniu autoridades, representantes do setor
industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), SENAI Na-
cional, além de integrantes do Sistema FIEB. Foi a ocasião oportuna
para o anúncio de um aporte de R$ 200 milhões em investimentos,
que irá transformar o SENAI Bahia e dotá-lo do que há de mais
avançado em qualificação, formação e pesquisa aplicada. Estamos
falando da implantação de dois Institutos SENAI de Inovação e de
três Institutos SENAI de Tecnologia, além da ampliação de agências
instaladas no interior, assegurando uma maior presença do Siste-
ma FIEB em outras regiões do estado, além da Região Metropolitana
de Salvador, onde se concentra a maioria de suas atividades. Como
parte desta estratégia, as unidades de Feira de Santana, Ilhéus e
Dendezeiros também vão receber um upgrade.
Tudo isso visa preparar o SENAI Bahia para os grandes de-
safios dos próximos anos em demanda por capacitação e prepa-
ração de profissionais para atender o setor industrial baiano. E
disso o SENAI entende, como relatam os representantes de im-
portantes segmentos industriais instalados ou em processo de
implantação na Bahia. A Ford, por exemplo, já capacitou mais
de 5 mil trabalhadores com a ajuda do SENAI, em especial, do
Cimatec, e destaca a busca de soluções rápidas para atender su-
as necessidades. A JAC Motors, que está montando uma fábrica
na Bahia, fala o quanto foi relevante identificar a presença do
SENAI. Para um dos diretores da fábrica, o SENAI Bahia reúne
condições de infraestrutura e recursos para atender às deman-
das de uma empresa em implantação, que necessitará de uma
estrutura de apoio para capacitar e treinar pessoal, mas também
para buscar soluções de inovação, no que o Cimatec poderá con-
tribuir com seus núcleos de pesquisa aplicada.
Sincronizar as demandas das empresas industriais com as ne-
cessidades de capacitação de pessoal e viabilizar o aumento da
densidade de uma cadeia industrial são algumas das atividades
de caráter estratégico que o SENAI está habilitado a desempenhar.
Com os novos investimentos, em dois anos, a perspectiva é dupli-
car a estrutura atual. Os desafios são muitos, mas a história do
SENAI Bahia, que o coloca como unidade de referência no país,
serve de base para um futuro ainda mais sólido e promissor na
construção de uma indústria baiana cada vez mais competitiva.
EdItOrIAL
Um aporte de R$ 200 milhões em investimentos vai transformar o SENAI Bahia e dotá-lo do que há de mais avançado em qualificação, formação e pesquisa aplicada nos próximos anos
Professor orienta alunos de
turma da Ford que está sendo
treinada em laboratório do
SENAI em Camaçari
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TÊNIS
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de Fiação
e tecelagem no eStado da Bahia, sindfiacaoba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, sinditabaco@fieb.org.br / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da
indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, sindvest@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da indúStria de extração de
ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria da
cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, sindcerbe@bol.com.br / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,
PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato daS indúS-
triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato
da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria da conS-
trução do eStado da Bahia, secretaria@sinduscon-ba.com.br / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS
no eStado da Bahia, sindcalcadosba@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do
eStado da Bahia, simmeb@uol.com.br / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, sindicerba@ig.com.br /
Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, sindisaboesba@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro
de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, sindiscamba@fieb.org.br / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria
da cidade do SalVador, sindpanssa@uol.com.br / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-
caS do eStado da Bahia, sinpeq@coficpolo.com.br / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, sindiplasba@sindiplasba.org.br / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, sinprocimba@fieb.org.br / Sindicato da
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coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da indúStria de
mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, simagranba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,
SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de carneS
e deriVadoS do eStado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, sind-vestfeira@fbter.org.br / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria
de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, sindratar@gmail.com.br / Sindicato daS indúStriaS de
conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindica-
to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e
itaBuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,
simmefs@simmefs.com.br / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de
coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, sindcosmetic@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,
BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, sindiplast@gmail.com
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Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-
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Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Re-
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Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima;
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Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto
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duStrIAl Antônio Sérgio Alípio; CoNSElho PArA
o dESENVolVImENto EmPrESArIAl EStrAtégICo Clóvis Torres Júnior; CoNSElho dE ASSuNtoS FIS-
CAIS E trIbutárIoS Cláudio Murilo Micheli Xavier; CoNSElho dE ComérCIo ExtErIor Reinaldo Dantas
Sampaio; CoNSElho dA mICro E PEquENA EmPrESA
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ardo Rappel; CoNSElho dE INoVAção E tECNologIA José Luís Gonçalves de Almeida; CoNSElho dE
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Andraos Oliveira; CoNSElho dE rElAçõES trAbA-
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sistema fieb nas mídias sociais
Protótipo similar a um tablet,
desenvolvido no SENAI Cimatec,
apresenta resultados surpreendentes
no processo educativo de crianças
portadoras de necessidades especiais
TABLET PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
IEL apresenta
cases de
empresários que
descobriram
novos negócios
INOvAÇãO MADE IN BAhIA
Atletas da Bahia
conquistam
quatro medalhas
na 8ª edição dos
Jogos Nacionais
JOgOS DO SESI
SESI Bahia coordena programa nacional
que atua na prevenção de acidentes e na
promoção da saúde com trabalhadores
da indústria da construção, previsto
para ser implantado até 2014
PROgRAMA NACIONAL DE SAúDE E SEguRANÇA NO TRABALhO
Ao completar uma
década do
Cimatec, são
anunciados
investimentos de
R$ 200 milhões
para o SENAI
Bahia
10 ANOS DO CIMATEC
SumárIO JUNho/JUlho 2012
21
JO
Sé
PAuLO
LACE
RDA/C
NI
leone Andrade, jaques Wagner e josé mascarenhas visitam laboratório do Cimatec Foto: joão Alvarez
24
16
6 14
6 Bahia Indústria
Tecnologia preventiva
operários
dos canteiros
de obras, e
também as
construtoras,
são alvos do
programa de
prevenção
em saúde e
segurança
Equipe do SESI coordena programa nacional com foco na prevenção de acidentes e promoção da saúde na indústria da construção
POR patrícia moreira FOTOS João alvarez
Doenças e acidentes pro-
vocam a perda de 36 mi-
lhões de dias de traba-
lho por ano, uma média
de quatro dias por trabalhador. Ao
todo, 28% dos afastamentos por
períodos superiores a 15 dias ocor-
rem na indústria, conforme revela
pesquisa do Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal
da Bahia (ISC/Ufba). Um outro es-
tudo, do SESI Nacional, divulgado
em 2011, mostra que a indústria
brasileira registra perdas da or-
dem de R$ 42 bilhões por ano, o
equivalente a 3% do PIB (Produto
Interno Bruto), com trabalhadores
que se apresentam no trabalho
sem as condições de saúde ideais,
com impacto no seu desempenho.
Os números sobre o impacto
da saúde do trabalhador no am-
biente do trabalho são ainda mais
expressivos quando se trata da in-
dústria da construção civil, uma
das campeãs em número de aci-
dentes graves e afastamentos por
doenças. Com base no banco de
dados do Instituto Nacional de Se-
guridade Social (INSS) e da Rela-
ção Anual de Informações Sociais
(RAIS), o índice de mortalidade no
setor em 2009 foi de 18 para cada
100 mil trabalhadores com cartei-
ra assinada, equivalente ao dobro
em relação às demais atividades
produtivas.
Vale ressaltar que o setor saiu
de aproximadamente 1 milhão
de trabalhadores, em 2005, para
três milhões, em 2011. Apesar do
aumento da população emprega-
da no setor, no período de 2000 a
2009, houve avanços na redução
do índice de mortalidade relacio-
nada ao acidente do trabalho, que
passou de 32 mortes a cada 100
mil trabalhadores para as 18 mor-
tes para cada 100 mil. Mas a taxa
ainda é considerada muito alta se
comparada à das demais ativida-
des econômicas (uma proporção
de 7 para cada 100 mil) e à da in-
dústria da construção de países
como Finlândia e Inglaterra.
Saúde no TraBalhoDados como estes levaram o
Departamento Nacional do Ser-
viço Social da Indústria (SESI) a
desenvolver, em 2010, o Programa
Nacional de Segurança e Saúde
no Trabalho para a Indústria da
Construção (PNSST IC). O SESI
Bahia foi escolhido para coorde-
nar este programa, em função da
experiência do Departamento Re-
gional com o desenvolvimento do
Programa Setorial de Segurança
e Saúde do Trabalho para a In-
dústria da Construção na Bahia,
realizado em parceria com o Sin-
duscon Bahia e coordenado pelo
engenheiro Robério Costa Silva.
“Nós aproveitamos a nossa ex-
periência para construir um novo
programa, de âmbito nacional,
com novas estratégias, tecnologias
e produtos”, explica Robério Silva.
O programa nacional foi projetado
para ser implantado no período de
2010 a 2014, com orçamento total
de R$ 18 milhões e dividido em
três fases, cada uma com duração
de 18 meses. O PNSST IC, além do
desenvolvimento de tecnologias
(diagnósticos, programas de sen-
sibilização, treinamentos e desen-
volvimento de softwares), também
prevê transferência de tecnologias
aos estados, suporte técnico aos
DRs do SESI e operacionalização
junto às empresas.
A equipe encarregada do pro-
grama tem perfil multidisciplinar
e inclui engenheiro de segurança,
administrador de empresas, peda-
gogo, analista de sistemas e epi-
demiologista. Na execução estão
previstas visitas em campo e ins-
peções para verificar a adoção das
medidas sugeridas. “A ideia é le-
Bahia Indústria 7
var informações até o trabalhador
sobre a prevenção de acidentes no
trabalho”, explica Robério Silva,
destacando que a experiência prá-
tica vem comprovando melhorias
e a redução de acidentes após a
adoção do método de prevenção.
O programa teve a adesão de
todos os estados e já foi lançado
em quatro (Bahia, Rio Grande do
Norte, Ceará e Santa Catarina).
Desde 2010, foram desenvolvidas
cinco tecnologias e outras seis es-
tão em desenvolvimento. Em todo
o país, a iniciativa já capacitou
120 profissionais, entre engenhei-
ros e técnicos de 26 estados da
federação.
O Sindicato da Indústria da
Construção Civil da Bahia (Sin-
duscon) é parceiro do Sistema
FIEB no apoio a iniciativas como
esta, que ajudam a reduzir a ocor-
rência de acidentes nos canteiros.
O presidente do sindicato, Carlos
Alberto Vieira Lima, observa que
a educação dos profissionais é fa-
tor fundamental na prevenção de
acidentes. De 1998 a 2008, houve
uma redução de 47% no número
de acidentes de trabalho nos can-
teiros, de acordo com o Ministério
do Trabalho, graças a iniciativas
como esta empreendida pelo SESI.
8 Bahia Indústria
O Serviço Social da Indústria (SESI),
órgão colaborador da Organização
Mundial da Saúde (OMS), também de-
senvolve outras ações inovadoras na
área de prevenção e orientação à saúde,
voltadas para a melhoria da qualidade
de vida dos trabalhadores da indústria.
Uma delas é o Programa de Saúde do
Homem, iniciativa piloto desenvolvida
em cinco empresas de Salvador desde
outubro de 2011, com um grupo de 2 mil
trabalhadores.
Segundo Cláudia Lemos, coordenado-
ra do projeto, a iniciativa considerou os
resultados do Diagnóstico de Saúde e Es-
tilo de Vida (DSEV), serviço subsidiado
pelo SESI, aplicado em 47 mil industri-
ários, que apontou a predominância de
trabalhadores do sexo masculino na in-
dústria e a presença de fatores de riscos
aglomerados – como obesidade, alimen-
tação pobre em fibras, sedentarismo, etc.
–, que contribuem para o surgimento de
doenças crônicas não transmissíveis.
“A expansão das doenças crônicas
acarreta prejuízos para a sociedade, ao
passo que afeta o bem-estar das pesso-
as, provoca a perda de produtividade e
onera os custos das empresas. Contudo,
é possível mudar este cenário, investin-
do em soluções sociais”, afirma a co-
ordenadora. Nesta perspectiva, o SESI
desenvolve duas ações voltadas para a
indústria baiana: um curso de formação
de promotores de Qualidade de Vida no
Trabalho, com gestores e técnicos da In-
dústria e uma agenda de Qualidade de
Vida no ambiente de trabalho das em-
presas parceiras.
O desenvolvimento humano per-
meia todo o projeto, com a transferência
de tecnologia para as indústrias, com
SESI desenvolve Soluções de Promoção da Saúde do Homem
ações integradas de qualidade de vida, a contribuição dos
eixos de promoção da saúde, esporte, bem-estar e responsa-
bilidade social.
Além do projeto, outra ação de promoção da Saúde do Ho-
mem é a série Homens Saudáveis, Viva Mais Viva Melhor, da
Campanha Educativa de Segurança e Saúde no Trabalho, que
disponibiliza material específico para a promoção da saúde
do homem, desenvolvido em parceria com o Fundo de Popu-
lações das Nações Unidas (UNFPA). Este material instrucional
entra como suporte para as atividades presenciais de educação
e comunicação em saúde. A campanha disponibiliza folders,
cartilhas, dentre outros materiais informativos, para as indús-
trias, por meio de uma vitrine virtual, com vistas à prevenção
de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, à melhoria
do estilo de vida do trabalhador e à promoção da saúde do ho-
mem. Todo o material pode ser solicitado mediante cadastro no
site do SESI (www.sesi.org.br/pro-sst).
“O SESI, com a implementação destas estratégias, caminha
em consonância com o direcionamento de desenvolvimento de
ambientes de trabalho saudáveis e eleva, assim, a qualidade
de vida da população corporativa. O entendimento é que os
trabalhadores estarão mais aptos e motivados a contribuir de
forma efetiva para um processo produtivo inovador e sustentá-
vel na Indústria Baiana”, explica Cláudia Lemos. [bi]
medição de
pressão arterial
é uma das ações
que fazem parte
do programa para
prevenir doenças
crônicas
circuito
Bahia Indústria 9
Exclusão bancária atinge 36%Mais de um terço da população
brasileira – exatos 36% – não
possui conta corrente ou poupança
por não ter condições financeiras,
revela a pesquisa CNI-Ibope
Retratos da Sociedade Brasileira:
Inclusão Financeira. Quatro em
cada cinco brasileiros,
correspondendo a 78% da
população, usam dinheiro como
principal forma de pagamento,
enquanto 13% lançam mão do
cartão de crédito. O cartão de
débito aparece na terceira posição,
com 6% de usuários, e na última
posição, empatados com 1%, estão
o cheque e o vale-alimentação. O
uso de dinheiro é mais comum
entre as pessoas de baixa renda,
atingindo 88% de quem ganha até
um salário mínimo, contra 38% de
quem possui renda acima de 10
salários mínimos.
o que afeta a competitividadeAs empresas brasileiras
trabalham, em média, 13 vezes a
mais que as concorrentes
estrangeiras para pagar impostos.
Isso inibe os investimentos e
aumenta os preços para o
consumidor. Por essa razão, a CNI
acaba de lançar uma campanha
para chamar a atenção da
sociedade para problemas antigos
que afetam a competitividade da
indústria. No site http://
aindustriatempressa.com.br/
estão detalhadas as ações
necessárias para resgatar a
capacidade de competição da
indústria brasileira e o internauta
pode assinar manifesto
defendendo a competitividade da
indústria brasileira.
“A INFLAÇãO ALEIJA, MAS O CâMBIO MATA.”
mário henrique Simonsen (1935-1997), ao destacar, na década de 1980, os efeitos prejudiciais do câmbio sobre a competitividade da indústria.
POR CLEBER BORgES
Caminhos da sustentabilidadeSer sustentável implica em custos
adicionais, mas é um fator
necessário à sobrevivência das
empresas. É o que revela estudo
da CNI realizado com 60
executivos de grandes empresas
do país, para os quais os
investimentos em
sustentabilidade deverão crescer
nos próximos anos. O tema é
tratado normalmente pelo alto
escalão das empresas, sendo 50%
pela presidência, 22% pela
diretoria e 14% pela vice-
presidência. Em apenas 7% delas
é tratado no âmbito de gerências.
Não investir em ações
sustentáveis acarreta riscos à
sobrevivência da empresa, para
39% dos ouvidos e risco à
imagem, para 18%. A tendência
para os próximos anos é de
crescimento dos investimentos na
área, para 75%, enquanto apenas
3% acham que haverá redução. As
principais barreiras para
implementar ações de
sustentabilidade são custos
adicionais, falta de cultura na
organização, regulação, falta de
incentivos e de tecnologia.
Capital de giro mais baratoO BNDES anunciou que reduzirá as taxas de juros do programa Progeren, destinado
ao financiamento de capital de giro. As taxas ao ano para micro e pequenas
empresas, que eram 9,5%, passaram para 6%. Para as médias empresas, os juros
caíram de 9,5% para 6,5% e, para as médias-grandes e grandes, de 10% para 8%. O
presidente da instituição, Luciano Coutinho, espera que a redução dos juros seja
repassada pelos agentes financeiros, na ponta, aos clientes. É, talvez, o programa de
capital de giro com as taxas mais baixas já praticadas do país. O BNDES incluirá no
Progeren as médias empresas de toda a indústria da transformação, que até então só
tinham alguns produtos atendidos. O total disponível até o dia 31 de dezembro de
2013 será de R$ 14 bilhões, sendo R$ 11 bilhões para micro, pequenas e médias
empresas e R$ 3 bilhões para médias-grandes e grandes empresas.
10 Bahia Indústria
Sindileite: ação de conscientizaçãoO órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na
siga em inglês) instituiu, em 2011, 1º de junho como Dia Mundial do Leite.
Em Salvador, a data foi lembrada com um café da manhã, oferecido pelos
associados do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados
do Leite do Estado da Bahia (Sindileite), no Jardim de Alah. Além disso,
estudantes de enfermagem e nutricionistas realizaram exames de contro-
le da pressão arterial e de glicose e deram dicas nutricionais. De acordo
com o presidente do sindicato, Paulo Cintra, a iniciativa teve a adesão de
18 empresas na Bahia. “A proposta é divulgar as qualidades nutricionais
do leite, um alimento rico em cálcio, mas também em proteínas”, expli-
cou. Das 6 às 10 horas, quem costuma caminhar pela Orla de Salvador foi
convidado a participar da degustação dos produtos (leite, iogurte, queijo,
bebidas lácteas) e a aprender sobre combinações saudáveis com outros
alimentos, como chocolate e cereais, em uma barraca montada no Jardim
de Alah. A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), da
Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia, parceira do evento, levou
para o Jardim de Alah 200 crianças de quatro escolas municipais.
Sindratar• Foi eleita, dia
18 de junho, a nova diretoria
do Sindicato das Indústrias
de Refrigeração, Aquecimento
e Tratamento de Ar do Estado
da Bahia (Sindratar-BA) para
o biênio 2012-2014. O empre-
sário Raimundo Dunezeu, da
Mac Engenharia e Instalações,
disputou, em chapa única, o
terceiro mandato. Suas metas
são ampliar a base de empresas
associadas, formar parcerias
para incrementar a formação de
mão de obra especializada para
o segmento, bem como, norma-
tizar e certificar os procedimen-
tos do sindicato nos moldes da
ISO 9001:2008.
SindveSt-Feira• A nova
diretoria do Sindicato das In-
dústrias do Vestuário de Feira
de Santana e Região (Sindivest)
tomou posse, 11 de abril, na se-
de da entidade, no SESI de Feira
de Santana. A nova presidente,
Ane Rose Lula, exercerá man-
dato até 2015. Ela pretende dar
continuidade aos projetos da
entidade. A nova gestão ganhou
o reforço da empresária Késia
Melo, da Kelvi’s Confecções,
que leva para a equipe toda a
sua experiência com moda e
consciência do associativismo
para evolução do setor do vestu-
ário na região.
Moveba• João Schaun Sch-
nitman foi reeleito, dia 2 de
abril, para a presidência do Sin-
dicato da Indústria do Mobiliá-
rio da Bahia (Moveba). A posse
ocorreu dia 15 de maio, em ato
na sede da FIEB.
sindicatos
Sindratar promove capacitaçãoO Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamen-
to de Ar do Estado da Bahia (Sindratar-BA), em parceria com a Federação
das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), por meio do SENAI Cimatec,
oferece aos profissionais da área de refrigeração e ar condicionado, cur-
so de capacitação em supervisão de instalação de equipamentos e siste-
mas de ar condicionado. O curso, que começou em 11 de junho, prosse-
gue até 25 de setembro.
Estudantes
e populares
participaram de
atividades pelo
dia do leite
ELEIÇÕES
Bahia Indústria 11
ABNT/DIVuLGAçãO
jorge Cajazeira
apresentou
trabalhos no
comitê da ISo
26000
Polo de Confecções de Feira será instalado
Após longa indefinição, o Pro-
jeto Policon – Polo de Distribui-
ção das Indústrias de Confecção
de Feira de Santana – irá final-
mente ser implantado. Em 2011,
o local de instalação do polo foi
alvo de um processo judicial en-
volvendo a Cooperativa dos Bada-
meiros de Feira de Santana (Coo-
bafs) e o Sindicato das Indústrias
de Vestuário de Feira de Santana
(Sindvest), que reivindicava a
reintegração de posse do terreno
para instalação do polo. O im-
passe foi resolvido em meados do
mês de maio. Com o fechamento
do processo, o Sindvest de Feira
de Santana mobiliza as indús-
trias associadas para reestrutura-
ção do Policon, que abrigará em
torno de 50 lojas destinadas ao
escoamento da produção de con-
fecção da cidade, o que promete
fortalecer ainda mais a cadeia
produtiva da região.
Simagran promove reuniões itinerantes
Como parte da estratégia de
fortalecer as ações do Sindicato da
Indústria de Mármores, Granitos
e Similares da Bahia (Simagran)
no interior, foi realizado, dia 13 de
junho, em Feira Santana, reunião
itinerante que discutiu temas co-
mo fiscalização do Ministério do
Trabalho nas marmorarias, convê-
nios e benefícios para as empresas
do setor, convenção coletiva dos
trabalhadores, o fim do carrinho
transportador de chapas e o prazo
final para implantação do sistema
a úmido nas marmorarias. A pró-
xima reunião no interior será em
15 de agosto, na cidade de Santo
Antônio de Jesus.
O baiano Jorge Cajazeira, presidente do Sindicato das Indústrias do
Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de
Papel no Estado da Bahia (Sindipacel) e do comitê que desenvolveu as
normas da ISO 26000, foi o único representante baiano a dar palestra
durante a reunião da Organização das Nações Unidas, a Rio+20, dia 18
de junho, no Rio de Janeiro. Ele apresentou os trabalhos do comitê da
ISO 26000, finalizada após cinco anos de trabalho, com a participação
de 600 especialistas de cem países. Mais conhecida como a ISO da res-
ponsabilidade social, a norma já foi adotada por entidades representati-
vas, governos e empresas de 157 países.
Participação baiana na Rio+20
representação baiana na FAoWilson Andrade, presidente do Sindicato das In-
dústrias de Fibras Vegetais da Bahia (Sindifibras),
representou a Bahia na reunião do comitê de commo-
dities da FAO (órgão das Nações Unidas para a Agri-
cultura e a Alimentação), presidida pelo brasileiro
José Graziano, em Roma, no final do mês de maio. Ele
participou como coordenador de um dos 18 comitês
que engloba os diversos setores do agronegócio mun-
dial. Durante quatro dias, o maior fórum de agrone-
gócio mundial discutiu sobre a produção, consumo e
distribuição de alimentos, fibras e florestas, conside-
rando as condições climáticas, sociais e econômicas
nos próximos 50 anos.
DIVuLGAçãO
josé graziano e Wilson Andrade
durante reunião da FAo, em roma
12 Bahia Indústria
o público que visitou o IV Festival Internacional
do Chocolate da Bahia pôde conhecer também
serviços e produtos oferecidos pelas entidades
do Sistema FIEB (CIEB, SESI, SENAI e IEL) na região
sul do estado. Durante o evento, realizado em Ilhéus,
entre os dias 28 de junho e 2 de julho, equipes da Fe-
deração das Indústrias do Estado da Bahia fizeram
demonstrações e apresentaram palestras com temas
de interesse da economia local, a exemplo da cadeia
do cacau.
No estande do Sistema FIEB, o público conferiu de-
monstrações de análises realizadas nos laboratórios
do SENAI, além de obter informações sobre cursos,
capacitações, programas e projetos para atender às
demandas da indústria.
Na abertura das palestras, o gerente geral do Cen-
tro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), Evan-
dro Mazo, falou sobre as ações do Programa de Inte-
riorização da federação para o sul do estado. “Nosso
Sistema FIEB marcapresença no sul baianoServiços para a região foram apresentados no IV Festival Internacional do Chocolate
JOá SOuzA/COPERPHOTO
objetivo é fomentar e apoiar a implantação de centros
tecnológicos, ampliação das capacitações de pessoal
e atração de novos investimentos”, explicou.
O assunto capacitação interessou particularmente
Cláudio Silva, 54, dono de uma pequena construtora
em Ilhéus. Com dificuldades para encontrar mão de
obra qualificada na região, especialmente encana-
dores e eletricistas, ele está tendo atrasos nas obras.
Quando soube que a Unidade Sul do SENAI oferece
cursos de formação e qualificação de trabalhadores
para a construção civil, o empresário se animou.
“Vou lá buscar informações e ir atrás de funcionários
capacitados!”, disse.
O empresário também gostou de saber que a fe-
deração dá informações e apoia os empresários que
desejam exportar e importar, já que ele pretende
comprar produtos em mercados no exterior. As in-
formações foram apresentadas pela coordenadora
de Comércio Exterior do Centro Internacional de Ne-
gócios (CIN) da FIEB, Daniella Cunha, que mostrou
as linhas de atuação da entidade para o processo de
internacionalização das empresas baianas. “Oferece-
mos informações, estudos e pesquisas de mercados,
consultorias para a elaboração de planos, certifica-
ção de origem (COD), inteligência comercial, e preci-
samos desta aproximação com o empresariado para
conhecer melhor as demandas de cada segmento”,
pontuou.
A programação também contemplou temas de in-
teresse para a economia da região, como a segurança
alimentar na cadeia produtiva do cacau e do chocola-
te, a inserção de um programa de gestão da qualidade
nas empresas, o cumprimento das normas de saúde e
segurança do trabalho e o Programa de Qualificação
de Fornecedores (PQF) do IEL, cujo foco é o aumento
da competitividade por meio de um processo de ava-
liação e capacitação de empresas fornecedoras, em
critérios pré-estabelecidos. [bi]
Estande
da FIEb
disponibilizou
informações
ao público
Bahia Indústria 13
Atrair empresários portugue-
ses para investir na Bahia e
cooperar com empresários
baianos de diferentes setores. Este
foi o objetivo da Missão Técnica da
Secretaria da Indústria, Comércio
e Mineração (Sicm) a Portugal,
realizada entre 19 e 22 de junho.
A FIEB integrou a comitiva repre-
sentada pelo superintendente de
Desenvolvimento Industrial, João
Marcelo Alves, que apresentou o
perfil da indústria local, seus di-
ferentes segmentos e localização
territorial, assim como o apoio que
o Sistema FIEB poderá dar aos fu-
turos investidores.
Foram realizadas quatro apre-
sentações aos empresários, três
em núcleos empresariais regio-
nais e uma em Lisboa. Os seg-
mentos que despertaram maior
interesse foram os de alimentos,
moldes, plásticos, metalomecâ-
nico, naval e materiais de cons-
trução. “Apesar da crise e da forte
queda na demanda por produtos
e serviços industriais portugue-
ses, os acordos de cooperação em
que se possa alocar máquinas,
tecnologia e know-how em pro-
dutos e processos são bem vis-
tos. As alianças e joint-ventures
tecnológicos também foram bem
recebidas pelos empresários de
pequeno e médio portes”, conta
João Marcelo Alves.
De acordo com o superinten-
Missão comercial estreita laços com o além-marFIEB participa de comitiva do governo que esteve em Portugal, apresentando oportunidades de negócios com a Bahia
Antonio
Coradinho
(E) e joão
marcelo Alves
(2º à direita)
integraram
missão
empresarial
a Portugal
dente, há um grande número de
empresas de pequeno e médio
portes na zona do euro, parti-
cularmente na Europa mediter-
rânea, que possuem tecnologia
de ponta, elevada qualidade e
know-how de processos e produ-
tos. No entanto, elas têm sofrido
uma grande queda nas vendas e
na produção e buscam por novos
mercados para sobreviver e cres-
cer. “Apesar das limitações de in-
vestimentos greenfield (iniciados
do zero), dada a atual crise de cré-
dito na zona do euro, as parcerias
com empresários baianos surgem
como uma opção interessante e
podem ser um atalho à inovação
tão necessária à indústria baia-
na”, afirma Alves.
Para o presidente da Câmara
Portuguesa de Comércio na Bahia,
Antonio Coradinho, é justamente
nas diferenças que as indústrias
portuguesa e baiana são altamen-
te complementares. “A Bahia pro-
duz uma série de matérias-primas
que precisam ser beneficiadas e
Portugal possui tecnologia, co-
nhecimento e equipamentos ocio-
sos por conta da crise; é preciso
fazer esta ponte e tirar proveito da
língua comum e desta reciprocida-
de”, aponta.
Uma das ações que podem con-
tribuir para promover esta aproxi-
mação é o 5° Seminário de Opor-
tunidades de Negócios Bahia-Por-
tugal, entre 19 e 21 de outubro, na
capital baiana. [bi]
DIVuLGAçãO
14 Bahia Indústria
Pequena em números, gran-
de nas conquistas. Esse é o
retrato da delegação baiana
que participou da 8ª edição
dos Jogos Nacionais do SESI, no
início de junho, em Goiânia. Os 22
atletas classificados para a etapa
nacional voltaram para a Bahia
com quatro medalhas – uma de
prata e três de bronze – e muita
história para contar.
Paulo Roberto Souza, represen-
tando a Embasa, conquistou a me-
dalha de prata no tênis de campo
categoria 45+. “Minha participação
era incerta, devido a uma contu-
são, e o resultado terminou sendo
Competitividade saudávelBahia conquista quatro medalhas nos Jogos Nacionais do SESI: uma de prata e três de bronze
muito bom”, conta Paulo, que tinha
conquistado o ouro em 2010.
Outro atleta já experiente e
que trouxe medalha para casa
foi Jobson Silva Santana, repre-
sentante da Mondial Eletrodo-
mésticos, no Atletismo. O terceiro
lugar no pódio veio na prova de
200m rasos, 16+. “É muito difícil
trabalhar, treinar e estudar, mas
tenho apoio da empresa, que me
dispensa mais cedo para partici-
par das competições e patrocina
os uniformes”, revela.
Jobson reconhece que todo o
esforço vale a pena e pensa em
integração. “O esporte melhora o
relacionamento com os colegas
e estimula o espírito de equipe
na empresa. Sempre que posso
chamo outros colegas para trei-
narem comigo”.
naTaçãoFoi com este mesmo espírito
de integração que Laís Araújo,
representante da Coelba na na-
tação, participou dos Jogos do
SESI pela primeira vez e trouxe
o bronze nas provas de 400m,
categoria 25+. “Entrei nos Jogos
para completar a equipe que
estava desfalcada e conquistei
essa vitória.”
POR Fábio bito teles e verônica lins
Solenidade
de abertura
da 8ª Edição
dos jogos
Nacionais, em
goiânia
Bahia Indústria 15
22 atletas 4 modalidades (Tênis, Natação, Atletismo e Xadrez) 1 prata (Paulo Roberto Souza – Embasa – no tênis de campo) 3 bronze (Jobson Silva Santana – Mondial – no atletismo; Laís Araújo – Coelba – na natação; Célia Lopes de Souza – Coelba – no atletismo) 7 empresas representadas (Embasa, Suzano, Coelba, DPAN – Ilhéus, Continental, Magnevita e Mondial)
A BAHIA NOS JOGOS NACIONAIS DO SESI
As delegações regionais também receberam me-
dalhas durante os Jogos Nacionais. As equipes
técnicas de cada Estado foram homenageados
com a medalha Valores do Esporte – Espírito de
Equipe, Motivação, Respeito, Comprometimento
e União – como reconhecimento aos profissionais
responsáveis por promover estes valores funda-
mentais para a prática esportiva e promoção da
qualidade de vida nas suas unidades.
Fábio Rocha, coordenador de Programa de La-
zer do SESI Simões Filho e técnico da equipe de
natação delegação NE2, foi o representante da
Bahia a receber a homenagem. Para Rocha, os
jogos são uma oportunidade de valorizar o traba-
lhador, além de uma excelente oportunidade de
promover a integração e a união entre os atletas de
vários estados e empresas. “Há uma rica troca de
experiência. É gratificante observar o quanto essa
integração se desdobra em motivação e incentivo
entre eles. Os trabalhadores atletas se apoiam e is-
so só fortalece o espírito esportivo”, avalia.
E espírito esportivo não falta a Francineide
Ferreira Luz, atleta da Continental Pneus, que dis-
putou os 200m 30+ e faz a sua estreia nos Jogos.
Ela começou a praticar atletismo há sete anos, por
incentivo de uma colega de trabalho, e já inclui o
esporte à sua rotina. Para melhorar o seu rendi-
mento, ela treina quase três horas por dia na pista
de atletismo do SESI Simões Filho, sob o acompa-
nhamento de um técnico. Treinando em horários
opostos ao seu expediente, ela não reclama da gi-
nástica que faz para conciliar esporte, trabalho e
vida pessoal.
“Recomendo a prática de atividade física para
meus colegas. O esporte me deixa mais dispos-
ta para trabalhar”, afirma. Hoje, com o apoio da
Continental, Francineide participa das provas do
campeonato baiano de atletismo e dos eventos es-
portivos promovidos pela empresa.
No portal da FIEB é possível acompanhar a
programação dos Jogos do SESI, fazer inscrições
e conferir a dicas SESI Esportes http://www.fieb.
org.br/jogos_do_sesi/ [bi]
O terceiro bronze baiano tam-
bém veio de uma atleta da Coel-
ba. Célia Lopes de Souza deu um
grande salto para ficar entre as
três melhores do Brasil, no salto
em altura feminino 30+. Para Cé-
lia, o esporte é essencial para o
dia a dia. “A prática esportiva me
deixa muito mais motivada, muito
mais ativa para desenvolver as mi-
nhas atividades.”
Para Wagner Fernandes, supe-
rintendente do SESI Bahia, o es-
porte está atrelado à melhoria da
qualidade de vida do trabalhador,
e, consequentemente, ao aumento
da competitividade da indústria.
“Além do vínculo direto com a
saúde do trabalhador, o esporte
ensina valores que são importan-
tes conquistas.”
Luiz Figueiredo, gerente da
unidade do SESI Simões Filho,
lista alguns desses valores. “O
esporte aprimora o espírito de
equipe, competitividade, solida-
riedade, responsabilidade e a vida
saudável”, conta.
O próximo desafio agora é pre-
parar a edição Regional dos Jogos,
aqui na Bahia, em novembro, e fa-
zer ainda mais bonito na edição na-
cional, no ano que vem, desta vez
no Rio de Janeiro.
Equipe da Bahia recebe medalha Valores do Esporte
JOSé PAuLO LACERDA/CNI
16 Bahia Indústria
os próximos três anos, o SENAI Bahia
vai receber mais de R$ 200 milhões em
investimentos para a criação, expan-
são e modernização de suas unidades,
na Região Metropolitana de Salvador e
no interior. Os investimentos ocorrem
quando o SENAI Bahia, acaba de co-
memorar os 10 anos do Cimatec, um dos maiores cen-
tros de referência em tecnologia e inovação do país.
É o princípio de um processo, que resultará na
expansão do próprio Cimatec, que vai ganhar as
unidades 3 e 4, e na criação de três Institutos SENAI
de Tecnologia (IST) – em Eletroeletrônica, em Pro-
cessos Químicos e Biotecnológicos e em Construção
Civil –; e mais dois Institutos SENAI de Inovação
(ISI) – em Automação Industrial e em Conformação
Mecânica e Soldagem. “Mantemos o olhar voltado
para o futuro. Para continuar atendendo o nosso
compromisso com a indústria, com foco e eficiência,
estamos elaborando um Plano Estratégico de Ação,
tendo como horizonte dez anos à frente”, assegura o
presidente da FIEB.
As ações preveem ainda a expansão e a moderni-
zação das unidades Cetind, em Lauro de Freitas, e
Dendezeiros, na capital, e a construção de uma nova
estrutura do SENAI em Camaçari, onde hoje há uma
agência. No interior, Feira de Santana, Juazeiro, Luís
Eduardo Magalhães, Barreiras e Vitória da Conquista
vão ter unidades do SENAI duplicadas ou construí-
das. A Região Sul (Ilhéus/Itabuna) ganhará uma
Escola Técnica e um Centro Tecnológico. Há ainda a
perspectiva de construção das unidades Polo Naval e
Parque Tecnológico em Salvador.
Todos estes investimentos refletem o compromis-
so da Federação das Indústrias da Bahia de dotar o
SENAI de uma estrutura afinada com as demandas
da indústria. Sinaliza também o comprometimento
do Sistema FIEB com o desenvolvimento regional da
Bahia, que vem registrando uma transformação da
POR patrícia moreira e carolina mendonçaFOTOS João alvarez
Ano em que o Cimatec faz uma década marca o início da expansão da rede tecnológica na Bahia
INOvAR E COMPETIR
governador
jaques Wagner,
autoridades e
o presidente
da FIEb, josé
mascarenhas (d)
Filosofia SENAI para
Bahia Indústria 17
“ Mantemos o olhar para o futuro. Para continuar atendendo o compromisso com a indústria, estamos elaborando um Plano de Ação tendo como horizonte 10 anos à frente
José de Freitas Mascarenhas, presidente da FIEB
sua matriz, nos últimos 10 anos, a partir da chegada
da Ford a Camaçari, e que vem expandindo suas fron-
teiras industriais para o interior. Mas também reflete
a credibilidade da instituição no mercado, resultado
de uma equação que, na avaliação do diretor regio-
nal do SENAI Bahia, Leone Peter Andrade, é compos-
ta por uma equipe altamente qualificada, somada a
uma “aderência ao mercado”.
Quem traduz isto na prática é o gerente de Insta-
lação de Motores para a Ford América do Sul, Paulo
Oliveira. “Essa união da Ford com o SENAI tem resul-
tado em grandes conquistas. A maior delas, motivo
de muito orgulho, é o programa Fast Track. O SENAI
Cimatec conseguiu atender a uma demanda específi-
ca da Ford”, revela.
Além disso, ele destaca a parceria que se traduz
em doações de carros, motores e
peças pela Ford, no intuito de fo-
mentar o conhecimento tecnoló-
gico. “Essa parceria possibilitou
a criação de um laboratório de
testes de bancada, cursos de mes-
trado, cursos profissionalizantes e
projetos de pesquisas. Para uma
empresa global como a Ford, é
importante contar com parceiros
competentes, munidos de equipa-
mentos e cercados por tecnologia
de ponta.”
Uma pequena amostra disso tu-
do é o número de profissionais da
Ford que já passou pelo SENAI: 5
18 Bahia Indústria
mil. Somem-se a estes, 6,5 mil trabalhadores capaci-
tados para a Veracel, 5 mil para a da Suzano, mais de
500 para a Bridgestone e mais de 16 mil para o Polo
Calçadista. O próximo compromisso do SENAI é com
o treinamento das equipes da JAC Motors.
JaC MoTorS“A JAC Motors considera o SENAI Cimatec impor-
tante para viabilizar a implantação da empresa na
Bahia. Precisaremos capacitar nossos colaboradores
antes mesmo de iniciarmos as operações. Além disso,
estamos desenvolvendo uma nova família de veícu-
los, que será montada em Camaçari e que demandará
serviços de engenharia para pesquisas e inovações.
O apoio do Cimatec contribuirá para alcançarmos as
nossas metas, que estão atreladas ao cronograma do
projeto e ao custo do veículo”, revela Marcelo Sorato,
diretor da cadeia de suprimentos e de Engenharia da
JAC. Marcelo Sorato revela que as condições de infra-
estrutura e os recursos encontrados com a presença
do Cimatec tiveram um grande impacto na decisão do
grupo de se instalar no estado.
A explicação para este reconhecimento externo,
na avaliação do gerente do Núcleo Estratégico do SE-
NAI, Luís Alberto Breda, está em tentar enxergar as
demandas do mercado no longo prazo e na maleabi-
lidade para se adaptar às necessidades dos clientes
industriais. Breda acredita que uma decisão impor-
tante que transformou o perfil do SENAI Bahia foi a
verticalização da formação.
Há 15 anos, o SENAI oferecia apenas cursos de
qualificação gratuitos. Isso mudou na primeira ges-
tão do presidente José Mascarenhas. “Com a mudan-
ça do perfil industrial, o SENAI precisou se atualizar
e mudou o seu portfólio. Manteve os cursos tradicio-
nais de qualificação e aperfeiçoamento – caldeireiro,
eletricista, soldador –, mas inseriu a formação de ní-
vel técnico, de graduação (tecnólogo e bacharelado),
especialização e de mestrado e doutorado. Esta atua-
ção vertical, amplia a capacidade de apoiar a indús-
tria local”, avalia Breda.
O SENAI também desenvolve projetos como o de
Desenvolvimento de Cadeias de Suprimentos (Decas).
“Era interesse ampliar a presença da cadeia automo-
tiva. O SENAI mapeou as peças produzidas fora da
Bahia, fez o cruzamento com as empresas locais para
densificar a cadeia”, explica Breda.
O SENAI segue a metodologia de comitês setoriais,
em que representantes das empresas, entidades de
lhoria da competitividade das em-
presas”, sintetiza o gestor do NES.
CIMaTeC 10 anoSAo longo de 10 anos, o SENAI
Cimatec consolidou-se com uma
estrutura física de 56 laboratórios,
35 salas de aulas, quatro ambien-
tes para certificação de pesso-
as, biblioteca especializada com
quase de 26 mil títulos; oferta de
cursos de formação profissional
desde aprendizagem básica até o
doutorado; realização de serviços
técnicos e tecnológicos; desen-
volvimento de pesquisa aplicada;
atendimento a mais de 2.700 em-
presas industriais.
classe, universidades e parceiros
de instituições congêneres são
chamados para desenhar, com a
indústria, – que tem uma parti-
cipação de 70% nestes comitês –,
os programas de formação. Mas a
experiência demonstrou que, pa-
ra avançar na competitividade, é
preciso evoluir constantemente.
“Parte disso se atende com pesso-
al qualificado, mas é preciso dis-
por de um centro tecnológico para
resolver problemas mais comple-
xos e desenvolver novas soluções.
O Cimatec resulta de um processo
de inovação sólido, atrelado a um
programa de pós-graduação con-
sistente, contribuindo para a me-
Bahia Indústria 19
Foi esta trajetória de sucesso
que se celebrou em uma solenida-
de realizada no dia 10 de junho,
em cerimônia que reuniu autori-
dades, representantes da Confe-
deração Nacional da Indústria,
SENAI Nacional, dirigentes do Sis-
tema FIEB, funcionários e alunos
da casa. “O Cimatec é motivo de
orgulho para a Bahia, sua capaci-
dade de formação, inovação e tec-
nologia é um fator de atração para
novos projetos no estado”, afirmou
o governador Jaques Wagner.
O resultado deste avanço é que
o Cimatec virou referência para
programas federais de grande
porte, a exemplo do projeto piloto
Alunos em
treinamento
contratado pela
Ford na agência
do SENAI em
Camaçari; ao
lado, obras
do Cimatec
seguem
avançadas
REGIãO MEtROpOlItANA
»Cimatec 3 e 4»Criação dos Institutos SENAI de Tecnologia (IST) em Eletroeletrônica, Processos Químicos e Biotecnológicos e em Construção Civil»Criação dos Institutos SENAI de Inovação (ISI) em Automação Industrial e em Conformação Mecânica e Soldagem»Expansão e a modernização das unidades Cetind e Dendezeiros»Construção de unidade do SENAI em Camaçari»Em fase de aprovação: Construção das unidades Pólo Naval e Parque tecnológico de Salvador
INtERIOR
Norte»Duplicação da unidade Feira de Santana»Construção da unidade JuazeiroOeste »Construção de unidades em Luís Eduardo Magalhães e em Barreirasregião Sul (Ilhéus/Itabuna)»Construção de escola técnica e de um centro tecnológicoSudoeste»Construção de unidade em Vitória da Conquista
pROJEtOS DE ExpANSãO
20 Bahia Indústria
da Empresa Brasileira de Pesquisa
e Inovação Industrial (Embrapii).
Durante a solenidade, foram assi-
nados contratos para a realização
de cinco projetos – três da General
Motors do Brasil, um da Cambuci e
outro da Ferbras – e há mais 51 em
processo de avaliação.
O centro também lidera a oferta
de cursos do Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec) na Bahia, que
oferecerá 18 mil vagas até o fim do
ano. Convidado a entregar alguns
dos diplomas dos 33 mestres da
primeira turma de mestrado em
Gestão e Tecnologia Industrial e
em Modelagem Computacional
formados pela instituição, o pro-
fessor da Universidade de Aachen
(Alemanha), Reiner Kopp, refe-
rência mundial em conformação
mecânica, disse que o Cimatec
trouxe progresso tecnológico para
a Bahia, um importante fator de
atração para empresas estrangei-
ras. “Esta estrutura de apoio pode
ser o diferencial”, pontuou.
»LEIA NO PORTAL – Entrevistas
de Leone Andrade e de Marcelo
Sorato, da Jac Motors:
www.fieb.org.br
Um dos três centros tecnológicos
a participar do projeto piloto da
Empresa Brasileira de Pesquisa e
Inovação Industrial (Embrapii) no
país, a unidade Cimatec coordena
o desenvolvimento dos cinco pri-
meiros projetos aprovados entre
os mais de 50 prospectados pelo
SENAI-BA. São três contratos com
a General Motors do Brasil para
área automotiva, um com o Grupo
Cambuci, gestora das marcas de
materiais esportivos Penalty e Sta-
dium, e outro da Perbras, que atua
no setor de petróleo e gás natural.
“Os projetos são prospectados
por uma equipe do Núcleo Estra-
tégico do SENAI (NES) juntamente
com o Cimatec e também recebem
o aval do diretor regional da enti-
dade”, explica o gerente do NES,
Luís Alberto Breda. Ele diz que a
estimativa é que, até maio de 2013,
serão 200 projetos prospectados e
cerca de 60 aprovados para desen-
volvimento.
Elaborado nos moldes da Em-
brapa (Empresa Brasileira de Pes-
SENAI Cimatec toca projetos pela Embrapii
quisa Agropecuária), o projeto
piloto da Embrapii colabora para
estabelecer uma ponte entre ins-
titutos de pesquisa e as empresas
que desejam investir em novos
produtos e processos com apoio
técnico de qualidade e financeiro,
já que o governo federal entra com
um terço dos recursos do empre-
endimento.
A flexibilidade de obtenção de
recursos e a garantia de expertise
na condução dos projetos – além
do Cimatec, apenas os Institutos
de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e
Nacional de Tecnologia (INT) par-
ticipam da Embrapii – levaram a
General Motors do Brasil a buscar
o SENAI-BA. “Como todo investi-
mento em inovação envolve ris-
cos, precisávamos firmar parceria
com uma instituição de excelência
e a unidade Cimatec tinha o perfil
e a experiência necessários”, defi-
niu o engenheiro-chefe de tecno-
logia e inovação da Engenharia de
Manufatura da GM Brasil, Carlos
Sakuramoto. [bi]
leone Peter
apresenta
equipamento
do laboratório
de Plásticos
do Cimatec. Na
foto: jaques
Wagner, Paulo
Câmera, josé
mascarenhas,
rafael
lucchesi,
reiner Kopp e
roberto Santos
(ao fundo)
Bahia Indústria 21
Ubiratan Martins, da H2O Alimentos, empresa
de Salvador, fabricante do Acarajé da Bahia
congelado. Eudes Alves, sócio da Contagium
Indústria e Comércio de Confecções, fabri-
cante de fardamentos de Feira de Santana. João Pau-
lo Paschoarelli Veiga, da Fluxotécnica Equipamentos
Industriais, fornecedora da área de petróleo e gás. A
priori, estas três empresas não têm nada em comum e
atuam em ramos diversos, a não ser por uma peculia-
ridade: a busca por inovação.
Investir em inovação e desenvolver soluções pio-
neiras para incrementar produtos e negócios tem sido
um caminho cada vez mais procurado pelos empresá-
rios com o apoio de instituições como o Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL-Bahia), que integra o Sistema FIEB.
Com o papel de gerar conhecimento e funcionar como
um facilitador para aproximar empresa e centros de
pesquisas (universidades, institutos, etc.), visando
o acesso a soluções técnicas mais avançadas, o IEL
atua como agente de capacitação em tecnologia de
gestão e em qualificação a serviços dos parceiros in-
dustriais.
André Pinto, gerente de Capacitação Empresarial
do IEL, desenvolve um trabalho com pequenas em-
presas e explica que a falta de capacitação leva os
empresários a acreditarem que o capital consiste na
única restrição ao desenvolvimento de seus negó-
cios, o que é um equívoco. “O empresário fica muito
prejudicado por não ter esta visão”, observa. Quando
é procurado, o IEL faz um diagnóstico do negócio e
identifica as demandas que serão tratadas no âmbi-
to do Sistema FIEB ou fora dele. “O mais difícil é o
empresário chegar até aqui”, acrescenta André Pinto.
QUalIFICaçãoNo âmbito do Programa de Qualificação de Forne-
cedores (PQF), que atende fornecedores das grandes
Inovação como diferencial
Três empreendedores apostaram em novos produtos e tecnologias com o apoio do IEL Bahia
POR patrícia moreira FOTOS João alvarez
indústrias da Bahia, a Contagium desenvolveu, em
parceria com o SENAI, um sistema que permite fazer
o controle de acesso de pessoas pelo uniforme. Eu-
des Alves explica que a ideia surgiu quando assistia
a uma palestra do IEL. O sistema, conhecido como
RFID (Radio Frequency Identification), permite tam-
bém controlar o acesso a ambientes restritos, a entra-
da e saída de veículos e documentos, levantamentos
patrimoniais, dentre outras aplicações. Com o apoio
do IEL, a ideia original transformou-se em realidade.
“O IEL foi fundamental neste processo. Encon-
tramos todo o suporte e orientação e foi quem nos
levou a conhecer esta nova tecnologia. Eu só tinha
uma ideia”, revela Alves, que agora está buscando
André Pinto,
gerente de
Capacitação
Empresarial
do IEl
22 Bahia Indústria
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado da Bahia (Fapesb) para ampliar o processo
de inovação. Fabricante de fardamentos, a ideia da
Contagium, agora que concretizou a primeira etapa
do processo de inovação, é conquistar grandes for-
necedores como clientes e assim ampliar sua área de
atuação.
O Acarajé da Bahia encontrou uma solução inova-
dora no âmbito do Projeto Extensão Industrial Expor-
tadora (Peiex), projeto voltado para a disseminação
da cultura de exportação, desenvolvido pelo IEL,
em parceria com a Apex Brasil – Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos. Tudo
começou quando o empresário Ubiratan Martins teve
a ideia de congelar o bolinho mais famoso da Bahia.
“Ele já chegou ao IEL com uma ideia inovadora: ven-
der o tradicional acarajé baiano congelado. No IEL,
nós oferecemos todo o suporte de gestão, por meio do
Peiex – como precificar o produto, fazer promoção co-
mercial, elaborar planejamento estratégico, etc. Mas
faltava apoio para ter maior visibilidade no mercado
e identificamos que ele precisava melhorar a embala-
gem. Pelo Sibratec (Sistema Brasileiro de Tecnologia),
outro projeto do IEL, a gente conseguiu subsidiar
90% da consultoria do SENAI para fazer a adequação
de embalagem”, conta André Pinto.
A ideia de congelar o acarajé foi desenvolvida em
oito meses. O investimento inicial foi de R$ 80 mil em
equipamentos de cozinha, matéria-prima e embala-
gem. Em 2011, a empresa produzia 35 mil acarajés por
mês para restaurantes, bares, hotéis e consumidor fi-
nal, em 11 estados. O negócio deu certo e o volume de
vendas cresce ao ritmo de 50% ao ano. A embalagem
desenvolvida pelo SENAI melhorou a aparência, dan-
do qualidade final ao produto, e assegurou ao quitute
da H2O Alimentos voos mais altos.
CapTação de reCUrSoSMas inovação não é apenas desenvolver um pro-
duto a partir de uma ideia original. A experiência da
Fluxotécnica consistiu em descobrir o caminho das
pedras na captação de recursos. “Às vezes, o empre-
sário tem boas ideias, mas não tem dinheiro para
tocar o projeto e inovação não sai do papel se não
houver pesquisa e desenvolvimento e, no Brasil, isso
é muito caro”, explica André Pinto, citando a Fluxo-
técnica.
Fornecedora da área de petróleo e gás, a Fluxo-
técnica já fazia parte do PQF quando soube do edi-
tal Pappe Inovação (Fapesb), que disponibiliza até
R$ 500 mil para soluções inovadoras a fundo perdi-
do. “Ele bateu na nossa porta para que o IEL o aju-
dasse a construir uma proposta para ter acesso a
estes recursos e ele conseguiu”, revela o gerente do
IEL. A empresa criou o Petrol-Pack, um sistema de
compressão para a exploração de campos on shore
(em terra), que aumenta a produção em poços de
gás e de óleo em poços de gás e de gás associado,
respectivamente.
“Os empresários acham que é impossível fazer
captação, que tem que ter conhecimento, ou que a
empresa não tem capacidade de fazer algo à altura.
Com a assessoria do IEL, a gente desenvolveu a pro-
posta para apresentar à Fapesb e tivemos sucesso”,
explica o empresário João Paulo Paschoarelli Veiga,
46, engenheiro mecânico, sócio da Fluxotécnica. Mas
ele faz questão de frisar que os recursos não chegam
por acaso. É necessário também ter capacitação.
“Sempre representamos multinacionais e investi-
mos muito. Só conseguimos levar o projeto adiante
porque conseguimos colocar o produto no mercado e
um grande cliente apostou em testar e operar o equi-
pamento. O que conseguimos foi uma junção de fato-
res”, revela. E conseguiu.
Para a experiência dar certo, além de ganhar o edi-
tal, é preciso muita articulação e experiência. A Flu-
xotécnica já trabalhava na área há mais de 25 anos, o
o IEl ajudou
a desenvolver
uma nova
embalagem
para o Acarajé
da bahia
Bahia Indústria 23
que permitiu a concepção do equi-
pamento. Agora, a empresa já está
partindo para uma experiência
mais ousada, desenvolvendo um
produto destinado à exploração off
shore (pré-sal): vasos separadores
aplicados em condições severas de
pressão, temperatura e corrosão
comuns na exploraçao do pré-sal,
em parceria com SENAI Cimatec e
financiado pela Finep. “A estraté-
gia é não querer inventar a roda.
Partir do zero é apostar no erro,
tem que partir de algo tangível e
se cercar da própria experiência e
dos parceiros tecnológicos”, ensi-
na João Veiga.
Em fase de aprimoramento do
Petrol-Pack, Veiga revela que já
está fornecendo o equipamento
em pequena escala, com a pers-
pectiva de produzir em série para
exportar para a Argentina e a Ve-
nezuela. O equipamento teve um
custo de desenvolvimento de R$
3,5 milhões e está sendo comercia-
lizado a R$ 550 mil, a unidade. O
novo projeto prevê investimentos
de mais de R$ 7 milhões e envolve
parceiros como o SENAI Cimatec e
Aberddeen. [bi]
“A estratégia é não querer inventar a roda. Partir do zero é apostar no erro, tem que partir de algo tangível e se cercar da própria experiência e dos parceiros tecnológicos
João Veiga (foto), engenheiro mecânico, sócio da Fluxotécnica
24 Bahia Indústria
Tecnologia de inclusãoEngenheiros do Cimatec e equipe médica do Cepred constróem juntos aparelho que ajuda crianças com necessidades especiais
POR Fábio bito teles FOTO João alvarez
Quando a fonoaudióloga
Thais Abreu chegou à
Amee (Área de Micro-
eletônica e Eletrônica
Embarcada) do Cimatec, sabia que
dava mais um passo para promo-
ver inclusão através da tecnolo-
gia. Acostumada com os desafios,
a equipe da Amee, gerenciada
por Yan Medeiros, percebeu logo
que havia na proposta da doutora
Thais algo singular. “A diferença
deste projeto foi o cliente final.
Passamos a conhecer uma realida-
de totalmente diferente do nosso
cotidiano”, revela Medeiros.
Bahia Indústria 25
“Sempre trabalhei no desenvolvimento de sistemas e produtos eletrônicos para a indústria, mas nunca para o desenvolvimento motor e cognitivo de crianças com deficiência. Acho que essa foi a maior conquista no projeto
Cleber Almeida, engenheiro da Amee do SENAI Cimatec
O cliente final neste caso são
crianças especiais do Cepred
(Centro de Prevenção e Reabilita-
ção da Pessoa com Deficiência),
que apresentam alguma dificul-
dade de comunicação. “Eu tinha
um paciente com paralisia cere-
bral e surdez. Assim ele não po-
dia se comunicar oralmente, nem
por libras. Foi aí que pensei num
aparelho digital como solução”,
conta a fonoaudióloga.
Antes, o processo de aprendiza-
gem usava desenhos de papel pre-
gados na parede sistematicamente
e a lentidão gerava nervosismo
nas crianças. Depois de compre-
ender as necessidades delas, a
equipe definiu um padrão para
a construção de um sistema ope-
racional e foram criados os jogos
educativos na área de Modelagem
Computacional do Cimatec e, em
seguida, saiu o primeiro protótipo.
O produto desenvolvido pela
equipe tem um nome um pouco
estranho: Sistema Eletrônico Por-
tátil Baseado na Comunicação Al-
ternativa Aumentativa, ou CAA.
Mas ao olhar o primeiro protóti-
po, percebe-se logo a semelhança
com um Tablet, só que um pouco
mais robusto do que os encontra-
dos no mercado hoje em dia. “O
primeiro protótipo tinha a função
de verificar a funcionalidade dos
softwares e a receptividade das
crianças, logo, questões estéticas
foram deixadas de lado”, conta
Yan Medeiros.
Mas a ideia não é que o CAA
seja fininho como um iPad, por
exemplo. O aparelho tem que ser
envolto em acrílico e bastante re-
sistente, já que as crianças even-
tualmente batem com força no
equipamento, o atiram no chão e
babam nele.
Em 2011, foi feita a primei-
Na página
ao lado, Yan
medeiros
mostra o tablet
desenvolvido
no Cimatec
ra apresentação do protótipo às
crianças, com o objetivo de testar
a receptividade tanto do programa
que substitui o material didático,
como a estrutura física do apare-
lho. E a reação delas não poderia
ter sido melhor. “Foi fantástico (o
momento). Era nítida a expressão
de satisfação delas”, relembra o
gerente da Amee.
Para Cleber Almeida, enge-
nheiro da Amee, que registrou o
momento do primeiro teste, a boa
receptividade foi quase como um
prêmio. “Sempre trabalhei no de-
senvolvimento de sistemas e pro-
dutos eletrônicos para a indústria,
mas nunca para o desenvolvimen-
to motor e cognitivo de crianças
com deficiência. Acho que essa
foi a maior conquista do projeto”,
celebra.
Para José Marcos Araújo, dire-
tor de TI da Distak Computadores
Ltda, empresa parceira do projeto,
“a reação das crianças aumentou
a motivação para investir. Depois
de quase dois anos de expectati-
vas, presenciar o uso e também a
aceitação por parte dos usuários é
gratificante”, conta.
A continuidade do investimen-
to resultou num segundo protóti-
po que está pronto e já se asseme-
lha ao que será o produto final. A
segunda versão contou com a atu-
ação da Área de Desenvolvimento
de Produtos Industriais (ADPI),
composta por designers que de-
ram ao equipamento um aspec-
to mais amigável e manuseável.
“Também foi reduzido o tamanho
das placas eletrônicas e inserimos
uma tela mais moderna, resistente
a impacto e riscos. O volume des-
ta segunda versão deve ser 1/3 da
primeira”, revela Medeiros.
Só que entre estar pronto e ser
produzido em grande escala exis-
te um abismo. “O nosso principal
cliente é o governo. Mas o cami-
nho ainda é longo...”, analisa José
Marcos Araújo. Segundo o empre-
sário, o grande problema é investi-
mento, já que para a produção em
larga escala são necessários um
projeto comercial e um plano de
negócios. “Estamos à procura de
novos investidores”, convida.
Mas muito mais que lançar um
produto no mercado, ver este proje-
to ganhando vida tem um sentido
de responsabilidade social impor-
tante, avalia o gerente da Amee
do SENAI Cimatec. “Para a maio-
ria das pessoas, comunicar-se é
algo trivial, mas não para aquelas
crianças. Cada sujeito e predica-
do que formavam era uma vitó-
ria. Levar esta oportunidade para
pessoas tão especiais foi algo que
humanizou nossos engenheiros,
tão acostumados ao dia a dia com
máquinas. Dificilmente teremos
outro projeto com o impacto do
CAA em nossa equipe.” Otimista,
Yan Medeiros acredita que em 2013
já estejam finalizadas as questões
de documentação e acordos de pro-
priedade intelectual. [bi]
26 Bahia Indústria
INdIcAdOrES Números da Indústria
Produção baiana volta a crescer em abrilProdutos Químicos/Petroquímicos, Alimentos e Bebidas, Minerais não-metálicos e Borracha e Plástico puxaram o desempenho da indústria para cima
A taxa anualizada da produção física da in-
dústria de transformação da Bahia apresen-
tou, em abril de 2012, desempenho positivo
de 0,3%, após registrar crescimento nulo
em março, retomando a trajetória de recuperação da
atividade produtiva industrial. No ranking dos 13 es-
tados que participam da pesquisa do IBGE (denomi-
nada PIMPF-R), a Bahia ficou na 7ª colocação entre os
sete estados que apresentaram desempenho positivo
(atrás de Goiás, Paraná, Pernambuco, Amazonas, Rio
Grande do Sul e Pará). Seis estados registraram resul-
tados negativos: Ceará, Espírito Santo, Santa Catari-
na, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na Bahia, dos oito segmentos pesquisados, qua-
tro apresentaram desempenho positivos: os de Pro-
dutos Químicos/Petroquímicos (9,5%), Alimentos e
Bebidas (7,1%) e Minerais não-metálicos e Borracha e
Plástico (ambos com 3,1%). Por outro lado, tiveram re-
sultado negativo: Veículos Automotores (-13,6%), Re-
fino de Petróleo e Prod. de Álcool
(-9,5%), Metalurgia Básica (-8,7%)
e Celulose e Papel (-2,8%).
Na comparação de abril de 2012
com igual mês do ano anterior, a
produção física da indústria de
transformação baiana apresentou
queda de 1,4% (houve queda de
3,1% da média nacional). Quatro
dos oito segmentos da Indústria de
Transformação registraram cresci-
mento da atividade, como segue:
Celulose e Papel (14,8%, refletin-
do especialmente a baixa base de
comparação, uma vez que o seg-
mento mostrou queda de 15,2% em
abril de 2011, quando houve para-
lisação parcial para manutenção
em unidade produtiva); Borracha
e Plástico (6%); Produtos Quí-
micos/Petroquímicos (3%, por
conta da maior produção de po-
lietileno de alta e baixa densida-
de, sulfato de amônio e etileno)
e Minerais não-Metálicos (2,7%).
Por outro lado, quatro seg-
mentos registraram queda na
atividade: Veículos Automoto-
res (-17,7%, devido à redução na
fabricação de automóveis, devi-
do à retração do mercado nacio-
nal), Refino de Petróleo e Pro-
dução de Álcool (-10,4%, decor-
rente do recuo na produção de
óleo diesel e nafta petroquími-
ca); Metalurgia Básica (-5,1%,
devido à menor produção de
barra, perfil e vergalhões de co-
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)
90
100
95
110
120
130
140
105
115
125
135
DEZ
NO
V
OU
T
SET
AG
O
JUL
JUN
MA
I
AB
R
MA
R
FEV
JAN
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DAINDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2010 - 2012)
2011
2010
2012
Bahia Indústria 27
bre e vergalhões de aços ao carbo-
no) e Alimentos e Bebidas (-2,7%,
em função da menor produção de
leite em pó, óleo de soja refinado e
refrigerantes).
CoMModITIeS eM QUedaDe modo geral, mantém-se a
tendência negativa dos segmen-
tos produtores de commodities,
influenciados pela conjuntura in-
ternacional adversa, com a crise
na Europa e a desaceleração das
economias dos Brics.
Destaca-se que a indústria de
transformação baiana tende a
apresentar resultados positivos
no acumulado do primeiro semes-
tre do ano. Tal tendência se deve
principalmente ao efeito base de
comparação deprimida relaciona-
São Paulo -3,8 -5,1 -1,8
Minas gerais -0,8 -1,0 -1,0
Rio de Janeiro -10,9 -9,4 -2,8
Paraná 2,4 6,2 7,8
Rio grande do Sul -1,7 1,1 1,7
Bahia -1,4 6,2 0,3
Santa Catarina -2,3 -5,1 -6,1
Amazonas -11,8 -4,6 3,0
Espírito Santo -4,4 -6,0 -6,7
Pará 1,3 2,0 0,4
goiás 16,8 19,3 14,4
Pernambuco 3,9 5,2 3,5
Ceará -3,2 -3,7 -9,0
Brasil -3,1 -3,0 -1,2
produção física por estado: indústria de transformação
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
EStAdoS VARIAçãO (%)
Abr/12 jAN-Abr12/ mAI11-Abr12/ Abr11 jAN-Abr11 mAI10-Abr11
da aos efeitos da interrupção do
fornecimento de energia elétrica
em fevereiro de 2011, que com-
prometeu parte da produção das
empresas localizadas no Polo In-
dustrial de Camaçari. Na prática,
essa tendência é confirmada no
acumulado janeiro/abril, quando
se registrou alta de 6,2% na pro-
dução industrial, em comparação
com igual período do ano passado.
O resultado, que não surpre-
ende, fez com que a Bahia ficasse
entre os seis que cresceram no
acumulado do ano, ao lado de
Paraná, Rio Grande do Sul, Pará,
Goiás e Pernambuco. Decresceram
as indústrias de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Santa Cata-
rina, Amazonas, Espírito Santo e
Ceará. [bi]
28 Bahia Indústria
POR carolina mendonçaFOTOS João alvarez
Contribuindo diretamente com a construção
do Planejamento Estratégico do horizonte
2013-2016 do Sistema FIEB, presidentes e re-
presentantes dos sindicatos das indústrias da
Bahia se reuniram na sede da Federação, em 18 de
maio, para indicar desafios para a competitividade
do setor e da instituição. Participantes de um proces-
so de construção coletiva de ações para os próximos
quatro anos, eles elencaram os principais problemas
enfrentados pelos segmentos da indústria baiana e
sugeriram caminhos de atuação para as instituições
do Sistema FIEB.
Divididos em grupos temáticos, os líderes sindi-
cais discutiram Educação e Qualificação; Infraes-
trutura e Interiorização; Associativismo e Defesa de
Interesse; Competitividade e Inovação; e Desenvolvi-
mento Sustentável e Comércio Exterior (internaciona-
lização). “É um momento em que a liderança sindical
tem oportunidade de se expressar e discutir, apresen-
tando necessidades e expectativas em relação ao Sis-
tema FIEB e ao seu setor de representação”, afirma o
superintendente de Relações Institucionais da FIEB,
Cid Vianna.
Para complementar as discussões e traçar um pa-
norama da indústria frente às políticas públicas para
o setor, o gerente executivo de Política Econômica da
CNI, Flavio Castelo Branco, ministrou a palestra Pla-
no Brasil Melhor: Principais Medidas e seus Impactos
na Indústria. O especialista destacou os pontos fortes
Líderes sindicais participam da elaboração do Planejamento Estratégico do Sistema FIEB para os próximos quatro anos
Flávio Castelo
branco fez
uma análise
do cenário
econômico
do pacote, a exemplo dos incentivos à inovação e às
exportações; pontos de atenção, como as dificulda-
des de implementação e a transitoriedade da maior
parte das medidas; além do que ficou ausente: uma
agenda sobre as questões estruturais (custo de ener-
gia, excesso de carga tributária, entre outros).
Os resultados do encontro estarão refletidos nas
diretrizes do Planejamento Estratégico do Sistema
FIEB para os próximos quatro anos, que está em pro-
cesso de elaboração, conduzido pela Superintendên-
cia de Planejamento e Monitoramento (SPM) e cuja
metodologia vem sendo utilizada há dois anos.
Realizado por equipes internas com alto nível de
suficiência, o processo de Planejamento é apoiado
por ferramentas de acompanhamento como o Balan-
ced ScoreCard, um instrumento de planejamento e
gestão de empresas, além das Reuniões de Análise
Estratégica (Raes), uma prática em organizações de
ponta. A SPM também já implantou um Escritório de
Gestão a Estratégia e está montando um Escritório de
Gerenciamento de Projetos para apoiar e criar a cul-
tura de gestão de projetos na organização.
Participação
DIRETA
Bahia Indústria 29
Com tem sido o envolvimento dos
líderes sindicais na construção do
planejamento estratégico dos pró-
ximos quatro anos?
A visão das lideranças sindicais
sobre o cenário da indústria da
Bahia e principais desafios para
a sua competitividade é um dos
Ângela ribeiro
destaca a
importância de
ouvir cada líder
sindical
quais são as etapas de elaboração
do Planejamento e como este será
estruturado?
O ciclo de planejamento estratégi-
co do Sistema FIEB tem horizonte
de quatro anos e é revisitado anu-
almente. O processo acontece de
forma participativa, envolvendo
dois públicos: lideranças exter-
nas (sindicados e empresas) e li-
deranças internas, mobilizando
em torno de 100 pessoas entre
líderes e técnicos. O processo é
corporativo, ou seja, é comum ao
Sistema FIEB e este ano tivemos
algumas inovações, como uma
maior integração entre o planeja-
mento e o orçamento, a realização
da etapa preliminar (denominada
de reflexões estratégicas) no âm-
bito das entidades SESI, SENAI e
IEL para subsidiar o encontro cor-
porativo, a definição clara de pre-
missas para orientar os planos de
ação e orçamento e, principalmen-
te, um maior envolvimento das
lideranças sindicais. Após o II En-
contro de Presidentes de Sindica-
tos, estamos preparando um novo
encontro para “devolutiva”, ou
seja, momento em que o Sistema
FIEB apresentará um conjunto de
ações para responder às deman-
das apresentadas pelo líderes.
quando o mesmo estará pronto?
Será apresentado?
Os direcionadores estratégicos
que orientarão o orçamento das
áreas e planos de ação estão pron-
tos e foram divulgados para toda
a força de trabalho em junho. As
etapas seguintes serão orçamen-
to, planos e programas de ação,
encaminhados em setembro para
as entidades nacionais e aprova-
ção final em dezembro pelos Con-
selhos das entidades e Diretoria
FIEB/CIEB. [bi]
“o processo de planejamento é participativo”A Superintendente de Planejamen-
to e Monitoramento, Ângela Ribei-
ro, explica como é feito o Planeja-
mento Estratégico do Sistema FIEB.
principais inputs para nosso ci-
clo de planejamento estratégico.
A exemplo de anos anteriores, o
envolvimento se dá mediante con-
sultas internas, isto é, entrevistas
individuais com cada líder sindi-
cal, constituindo-se na primeira
etapa de todo o processo e, nos
dois últimos anos, complementa-
do por encontros anuais para dis-
cussão coletiva sobre os Fatores
Impulsionadores da Competitivi-
dade da Indústria.
30 Bahia Indústria
Estudante do SESI cumprimenta monitor americano que participa do projeto
Projeto piloto de intercâmbio Duzentos estudantes do programa de Educação Básica do SESI articulada com Educação
Profissional do SENAI (Ebep) integram a experiência-piloto do Projeto de Intercâmbio de
Inglês, que no mês de junho cumpriu sua etapa presencial. Durante um mês, 20 universitários
norte-americanos conviveram com os alunos selecionados desenvolvendo atividades para o
avanço da aprendizagem da língua inglesa. A convivência com os universitários das
Community Colleges dos EUA é apenas uma das etapas do intercâmbio, iniciado em abril, de
forma virtual, com interações por meio de ferramentas como Google Take Action, Skype e
Facebook. Fruto da cooperação entre SESI, SENAI e o National Center for Business Champions,
o projeto tem como objetivo elevar o nível de inglês instrumental dos estudantes do ensino
articulado e também promover uma experiência de estágio de alta qualidade para os
monitores americanos. A experiência será realizada ainda este ano com alunos de seis
departamentos regionais do SESI.
MúSICA pARA SOCIAlIzAR. A Orquestra
Juvenil do SESI Itapagipe realizou seu
primeiro concerto, 15 de junho, no ginásio
da Escola Bernardo Martins Catharino.
Resultado da parceria com a Neojibá, a
iniciativa pioneira do Sistema FIEB já inspira
outros projetos. No dia 26 de junho, o
idealizador do ViraVida, Jair Meneguelli,
presidente do Conselho Nacional do SESI,
anunciou a possibilidade de incluir aulas de
música no ViraVida. O projeto atua no
resgate de jovens em situação de risco.
painel
Indústria brasileira no japãoO presidente da FIEB e
vice-presidente da CNI, José
de Freitas Mascarenhas,
representou a indústria
nacional em seminário
sobre oportunidades de
investimento no Brasil,
realizado no dia 25 de maio,
no Japão. Promovido pelo
Itamaraty e pelo jornal
Nikkei, o mais importante
diário econômico japonês, o
encontro reuniu autoridades
de peso das duas nações, a
exemplo do ministro de
Desenvolvimento, Indústria
e Comércio, Fernando
Pimentel e do ministro
japonês da Economia, Yukio
Edano, além de
representantes da Fiesp,
da Vale e do governo da
Bahia. José Mascarenhas
fez palestra sobre
Infraestrutura no Brasil e,
juntamente com a missão
brasileira, visitou
investidores do país asiático
com interesses em nosso
país e o Ministério dos
Transportes do Japão.
Bahia Indústria 31
Campeões em Física e químicaThiago Guedes e Saint-Clair Ramos dos Santos Júnior, alunos
do 3º ano do ensino médio da Escola Djalma Pessoa, do SESI
Bahia, estão concorrendo na etapa regional Norte e Nordeste
das Olimpíadas de Química 2012. Eles estão entre os 40
baianos selecionados para esta etapa da competição. A escola
também foi destaque na Olimpíada de Física, com duas
alunas medalhistas: Luciana Moreno, prata; e Mariana Vilas
Boas, bronze. Os resultados atestam a política de valorização
da escola que tem como meta tornar-se centro de referência
em educação até 2015.
Saint-Clair júnior e thiago guedes disputam etapa regional
O guia está disponível em versão impressa e digital
Cartilha Sped é lançada na FIEb O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) unifica as
atividades de recepção, validação, armazenamento e
autenticação de livros e documentos que integram a
escrituração comercial e fiscal dos empresários e das
associações empresariais. Com o objetivo de transmitir o
conhecimento a respeito das obrigações tributárias
acessórias relacionadas ao Sped e facilitar o entendimento e
aplicação da legislação que trata dessa matéria, foi lançada,
em 19 de junho, na FIEB, a Cartilha do Sped, resultado do
esforço de várias instituições e entidades, entre elas a
Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Para o
presidente da FIEB, José Mascarenhas, a Cartilha irá
contribuir de forma significativa para o cumprimento das
obrigações impostas pelo sistema tributário brasileiro,
considerado um dos mais complexos do mundo. O diretor da
FIEB e coordenador do Conselho de Assuntos Fiscais e
Tributários (Caft), Cláudio Murilo Xavier, assegurou que esta
é apenas uma das ações do Sistema FIEB com o intuito de
melhorar a relação fisco-contribuinte. A cartilha está
disponível para download no Portal FIEB: www.fieb.org.br.
CIN participa de missão Empresarial a AngolaCom o objetivo de buscar novas oportunidades de negócios para as empresas industriais
baianas, o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias da Bahia (CIN/
FIEB), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex Brasil) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), levou a Angola
empresários baianos. Eles integraram a Missão Empresarial Brasileira que participou da 29ª
Feira Internacional de Luanda (Filda), que aconteceu de 15 a 21 de julho, no país africano.
Uma das mais importantes do continente, a Filda representou uma oportunidade para os
empresários introduzirem seus produtos no mercado africano. Dotado de um expressivo
mercado consumidor, Angola importa 40% dos bens e serviços consumidos no país, e foi um
dos países que mais cresceram nos últimos anos, a um ritmo de 10% ao ano. O papel do CIN
foi dar suporte aos empresários industriais, promovendo apoio na organização das
atividades e encontros de negócios.
responsabilidade SocialEstão abertas as inscrições
para o 15º Prêmio SESI
Qualidade no Trabalho
(PSQT), que pretende
identificar e reconhecer as
empresas industriais que
adotam práticas
diferenciadas de gestão em
responsabilidade social
empresarial. Informações:
sesi.org.br/psqt2012
32 Bahia Indústria
IdEIAS
POR reinaldo sampaio
A região semiárida vive um perí-
odo de estiagem, considerado a
maior seca dos últimos 50 anos.
Há cerca de 50 anos, Celso Furta-
do, em uma de suas reflexões so-
bre o Nordeste, lembrou que nunca
seria demais afirmar que “a seca
é parte da realidade nordestina e
em particular do semiárido, assim
como as neves perenes são parte
do mundo dos esquimós”. A tra-
dução da observação furtadiana é
que não podemos nos surpreender
com a inexorabilidade da seca e,
por isso, é preciso organizar as ati-
vidades produtivas na região, não
somente para garantir a sobrevi-
vência da população, mas, acima
de tudo, assegurar a possibilidade
do seu progresso. Missão que, até
o momento, não realizamos.
Nesses 50 anos, muitas coisas
foram e continuam sendo feitas
por aqueles que governam, con-
tribuindo para a sobrevivência e
a subsistência da população do
semiárido, mas são insuficientes
para a promoção do progresso e da
transformação da realidade terri-
torial, na sua dimensão de forma-
ção socioespacial, ou na definição
de Pierre Bourdieu, de interação
homem-território-natureza.
Max Weber, in Economia e So-
ciedad, pondera que, quando um
ente, por exemplo, o governo, pro-
põe-se a implementar uma ação
transformadora, para que alcance
os resultados desejados, precisa
dispor dos meios apropriados pa-
ra realizá-la e, na medida em que
essa ação depende da iniciativa
de outro agente da transformação,
Desafios baianos
deve-se por à sua disposição os
meios que induzam aos objetivos
desejados. Dentre esses meios,
impõe-se um esforço concentra-
do para disponibilizar um ins-
trumental técnico-científico que,
conhecendo o clima e as caracte-
rísticas físico-químicas do solo e
de suas potencialidades, desen-
volva espécies vegetais e animais
adaptados à ecologia da região;
que monitore os recursos de água
de superfície e subterrânea e das
possibilidades do seu aproveita-
mento; que amplie o conhecimen-
to geológico do cristalino rochoso
e do seu potencial mineral e que
seja estudado o perfil etnológico
da população, associando esses
conhecimentos a formas criati-
vas de organização da produção,
substituindo a conservadora visão
orientada para os “problemas do
semiárido”, pela visão estratégica
de operar as suas “potencialida-
des e oportunidades”.
O desenvolvimento territorial
é uma ação sistêmica, devendo
observar os aspectos relativos
aos desequilíbrios da distribui-
ção espacial das populações, aos
desperdícios dos recursos natu-
rais, aos impactos que as novas
técnicas e novas estruturas pro-
dutivas, principalmente as do
meio rural, causam nas popula-
ções originárias e nas atividades
produtivas pré-existentes, além
da necessidade de oferecer à po-
pulação equipamentos e serviços
públicos eficientes. No caso da
Bahia, o desenvolvimento da re-
gião semiárida ganha contorno
ainda mais estratégico, tanto pe-
la sua dimensão territorial, 388
Quando observamos as rendas ‘per capita’ dos Estados brasileiros em 1985, os dez com as piores rendas eram os nove Estados nordestinos mais o Pará e, quando analisamos os dados do IBGE de 2009, constatamos que essa condição não foi alterada
“mil km² (nela caberia, juntos, os
Estados do Ceará, Pernambuco,
Paraíba, Alagoas e Sergipe e ain-
da sobrariam 35 mil km²), quanto
pela população residente, cerca
de 6,0 milhões de pessoas, cujas
condições socioeconômicas nos
conferem o incômodo primeiro
lugar – nacional – em número de
famílias inscritas no Programa
Bolsa Família.
Dentre as ações necessárias,
proponho o fortalecimento do
aparato técnico-científico da es-
trutura de estudos do semiárido
da Embrapa, com a instalação de
Centros de Pesquisa no próprio
território; que o Serviço Geológico
Brasileiro (CPRM), em cooperação
com a Companhia Baiana de Pes-
quisa Mineral (CBPM) intensifique
o conhecimento geológico da re-
gião, disponibilizando informa-
ções em escalas de 1:100.000 e em
semidetalhe dos distritos minei-
ros; que se acelere a utilização dos
recursos do Ministério da Integra-
ção que estariam disponíveis para
implementar as obras do tramo sul
da transposição do Rio São Fran-
cisco, que contemplaria o semiári-
Bahia Indústria 33
reinaldo Sampaio é vice-presidente da FIeB e coordena o Comitê de portos
do da Bahia. Cabe ainda promover
uma reorientação da forma de atu-
ação do Banco do Nordeste na apli-
cação dos recursos do Fundo de
Financiamento do Nordeste (FNE),
predominantemente destinados
à agricultura familiar. Apoiá-la é
um imperativo, mas deve ser ob-
jeto do programa de financiamen-
to do Ministério da Agricultura e
não do FNE. Esses recursos, como
determinado na Lei 7.827/89, fo-
ram criados para promover o de-
senvolvimento da base produtiva
regional, objetivando a redução
das desigualdades intra e interre-
gionais, donde se depreende uma
ação transformadora que propicie
o progresso desses produtores e
não a sua sobrevivência.
Quando observamos as rendas
“per capita” dos estados brasilei-
ros em 1985, os dez com as piores
rendas eram os nove estados nor-
destinos, mais o Pará, e, quando
analisamos os últimos dados
publicados pelo IBGE, relativos
a 2009, constatamos que essa
condição não foi alterada. Vale
dizer que na Bahia, a maior eco-
nomia do Nordeste, a renda “per
capita” equivale a cerca de 55%
da renda per capita média bra-
sileira, evidenciando o malogro
das pretensas políticas de desen-
volvimento da região, em grande
parte decorrente da ausência dos
investimentos indutores e da pre-
servação das velhas formas do
fazer, amplificada pela ineficá-
cia da alocação desses recursos,
que devem ser orientados para
construir formas inovadoras de
organização da produção, atra-
vés da incorporação de novas
tecnologias e do fortalecimento
de mecanismos associativos de
natureza empresarial que eleve
a produtividade, o valor adicio-
nado da produção e a geração de
excedentes, possibilitando o pro-
gresso social.
Faltou a impulsão dinâmica
geradora do desenvolvimento e
os dados demonstram a perma-
nência das forças concentrado-
ras do conhecimento técnico e da
renda, em contradição com o real
sentido do desenvolvimento, de
ser não apenas um processo de
acumulação macroeconômica,
mas principalmente uma via de
acesso a novas formas sociais que
estimulem a criatividade humana
para atender às aspirações de uma
coletividade.
A experiência histórica de-
monstra que essa impulsão dinâ-
mica deve ser centrada na expan-
são industrial e, para tanto, deve-
-se também priorizar a questão
logística, dado que o processo de
desenvolvimento somente ocorre
nos espaços territoriais nos quais
a sociedade e os agentes econô-
micos dispõem da produção e da
fluidez, da tecnologia, da educa-
ção, da informação, das finanças
e da mobilidade dos fatores da
produção (maquinaria, insumos e
produtos) e das pessoas, em con-
dições eficientes e competitivas.
No que concerne à logística, o Nor-
deste, e em particular o semiári-
do, padecem do famoso dilema de
Hirschman, de que não se investe
porque não há demanda, porém,
a demanda somente ocorrerá se
houver investimento.
É preciso investir, porque o de-
senvolvimento não é um processo
espontâneo; ele decorre da deci-
são política de promovê-lo. [bi]
As ações
governamentais
não alteraram
a realidade do
semiárido baiano
RAuL SPINASSé/AG. A TARDE
livros
leitura&entretenimento
os bastidores de Wall StreetEm O Jogo da Mentira, o autor, que entrou
como trainee no Salomon Brothers e
chegou ao cargo de corretor, descreve,
com um toque de ironia, todas as formas
que Wall Street tinha de transformar
dinheiro em mais dinheiro e como os
corretores conseguiam manter a sanidade
diante dos balanços financeiros diários,
trazendo um relato preciso de uma época
de grandes lucros e prejuízos abissais, em
que fortunas poderiam ser ganhas ou
perdidas da noite para o dia.
dores da ColômbiaConhecido por obras que desdenha dos estereótipos da
sensualidade, pintando gordinhas e gordinhos erotizados, o
pintor, desenhista e escultor colombiano Fernando Botero,
tem seu trabalho Dores da Colômbia apresentado em
Salvador. A fim de denunciar a violência da história
colombiana e propor uma reflexão por meio da arte, Botero
lança seu olhar sobre episódios como os atentados que
afligiram a Colômbia, nos anos de 1980 e 1990. Cores
vibrantes compõem as imagens que representam cenas
inspiradas na violência do narcotráfico, nas guerrilhas e no
comportamento dos paramilitares colombianos.
gandhi pelo avessoO consagrado jornalista americano Joseph
Lelyveld faz uma biografia pouco
convencional do líder indiano Mahatma
Gandhi na qual apresenta o homem em
sua totalidade problemática, enxergando
por trás dos mitos criados por seus
seguidores e inimigos. O autor não hesita
em destacar os numerosos fracassos do
Mahatma. Do mesmo modo, temas como
sua ambígua sexualidade e a tendência à
autopromoção são abordados com
sensibilidade crítica.
o jogo da mentiramichael lewisBest Business308 p.r$ 49,90
mahatma gandhi - E sua luta com a Índiajoseph lelyveld Companhia das letras480 p.r$ 48
DANILO CANGuçu/DIVuLGAçãO
DIVuLGAçãO
Paparutas: para criançasO cotidiano de Lucas, em meio ao mundo tecnológico, é
transportado de um instante para o outro, a uma
tradição milenar, ligada à força da natureza. Como se
sairá Lucas em um mundo tão diferente do seu? O enredo
dessa trama, criada por Lázaro Ramos e adaptada pela
diretora, atriz e arte-educadora Débora Landim, é
conferido no novo espetáculo, Paparutas, da Companhia
Novos Novos. Em cena, 25 atores, com idades entre 7 e 20
anos, mostra essa belíssima história, aliando tradição e
modernidade.
NãO pErcA Teatro Vila Velha (Passeio Público), sab., 16 horas e dom., às 11 e 16 horas, até 29/7, R$ 20 e R$ 10 (meia). Informações: (71) 3083-4600
NãO pErcA Caixa Cultural Salvador, até 27 de julho, das 9h às 18h. Entrada gratuita. Informações: (71) 3421 – 4200
exposição
teatro
34 Bahia Indústria
Bahia Indústria 35
O Centro das Indústrias do Estado da Bahia – CIEB, entidade que pertence ao Sistema FIEB, tem como objetivo a representação e a defesa dos interesses da indústria baiana, bem como contribuir para a melhoria da competitividade empresarial, oferecendo às suas associadas soluções em capacitação, consultoria e outras, de modo a contribuir para o crescimento sustentável das empresas. Conheça melhor os benefícios que a sua empresa pode ter sendo uma associada do CIEB.
CIEB.Um bom negócio para você, para os seus funcionáriose para a indústria da Bahia.
Tel.: (71) 3343-1215 • cieb@fieb.org.br www.cieb.fieb.org.br
36 Bahia Indústria
ééI N O VA Ç Ã O S E N A I
NO SENAI, A INDÚSTRIA SEMPRE ENCONTRA A MATÉRIA-PRIMA QUE PRECISA: INOVAÇÃO.
www.fieb.org.br/senai
Inovar é um objetivo constante do SENAI. Inovar nos cursos técnicos ou no ensino superior.
Inovar nos mais modernos laboratórios, nas pesquisas e no desenvolvimento de novas tecnologias. Um exemplo disso é o CIMATEC, há 10 anos uma referência
nacional em educação profissional , tecnologia e pesquisa ap l icada .
Para o SENAI, inovação é apontar novos caminhos para a indústria da Bahia.
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