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qualiPHarma ESPECializaçãoPág. 32
bEm-VindoS noVoS ConCurSadoSdo Crf-rJ
Nº 121 Jul Ago 2015R E V I S T A
ÓRGÃO OFICIAL DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
índice
Pág. 4 EditorialFiscalizar, informar e ouvir
Pág. 6 CaPaConcursados são convocados no CRF-RJ
Pág. 18 SaúdE PúbliCaO quê você sabe sobre leishmaniose?
Pág. 24 EmPrEEndEdoriSmoFranquia é uma boa opção
Pág. 32 agora é difErEntE
QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO
Pág. 5 mEmória da farmáCia
História do antibiótico
Pág. 12 âmbito ProfiSSionalÁgua e ar: trabalho para farmacêutico
Pág. 10 dEStaquECRF-RJ Itinerante
Pág. 15 toxiCologiaSaiba mais sobre as saponinas
2 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Pág. 22 SaúdEDeu Zika!
Pág. 28 ação SoCialAção Social leva saúde à Zona Norte do Rio
ExPEdiEntE
Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro Rua Afonso Pena, 115 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20270-244 Telefone: (21) 3872-9200 - Fax: (21) 2254-0331
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Denúncias: fi scalizacao@crf-rj.org.br
Ouvidoria: ouvidoria@crf-rj.org.br
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Periodicidade: BimestralTiragem: 16.500 exemplares
Diretoria Dr. Marcus Vinicius Romano Athila - Presidente Dra. Maely Peçanha Fávero Retto - Vice-presidente Dr. Robson Roney Bernardo - Tesoureiro
Conselheiros Efetivos Dra. Carla Patrícia de Morais e Coura, Dra. Denise Costa Ribeiro, Dra. Fabiana Sousa Pugliese, Dr. Francisco Claudio de Souza Melo, Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto, Dr. José Roberto Lannes Abib, Dra. Maely Peçanha Fávero Retto, Dr. Marcus Vinicius Romano Athila, Dra. Melissa Manna Marques, Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo, Dr. Robson Roney Bernardo, Dra. Tania Maria Lemos Mouço
Conselheiros Suplentes Dra. Nilza Bachinski Pinhal, Dra. Rejane Maria F. de Oliveira Carvalho, Dra. Silvania Maria Carlos França
Conselheiro Federal Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz
Conselheiro Federal Suplente Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense
Editora e Jornalista Responsável Adriane Lopes (MTB – 17195)
Editora ChefeSônia Lara (MTB – 16690)
RepórteresDeborah Cardoso (MTB – 70320)Marcus Lofti (MTB – 3807491)
Estagiária de JornalismoMaria Karolina Rodrigues da Silva
Diagramação e Projeto Gráfi co Grupo Letra Comunicação - Cíntia Fernandes e Jaque Medeiros
Comissão Editorial Dr. Marcus Vinicius Romano Athila Dr. Robson Roney Bernardo Dr. Carlos Alberto Santarem Santos Dra. Aline Coppola Napp Dr. Bruno Silva Freire Dra. Elizabeth Zagni Schmied Gonzaga Dr. Fábio Lima Reis Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto Dr. Marcos Antonio dos Santos Alves Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense
xViii CongrESSo da fEdEraCión farmaCéutiCa SudamEriCana (fEfaS)
8º CongrESSo rioPHarma dE CiÊnCiaS farmaCÊutiCaS
ação SoCialdia naCional da farmáCia - aSSoCiação do ComérCio farmaCÊutiCo do EStado do rio dE JanEiro5 de agosto, das 7h às 14h - Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro
Para conferir mais informações sobre estes e outros eventos, acesse: http://crf-rj.org.br/eventos.html
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agenda
x CongrESSo braSilEiro dE farmáCia HomEoPátiCa24 a 25 de agosto de 2015 - Centro de Ciências da Saúde da Cidade Universitária - Rio de Janeiro - RJ
15 a 17 de outubro de 2015 - Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - RJ
x CongrESSo braSilEiro dE farmáCia HoSPitalar
12 a 14 de novembro de 2015 - Expo UnimedCuritiba - PR
ix CongrESSo braSilEiro dE bioSSEgurança
29 de setembro a 01 de outubro de 2015Hotel Plaza São Rafael – Porto Alegre – RS
Acredito que agora conseguimos concluir um ciclo de austeridade que buscamos desde que tomamos posse. Prova disso é o trinômio Portal Transparência - Ouvidoria - Controladoria. Através destes três ser-viços, fi scalizamos nosso próprio trabalho, temos o feedback da opinião do setor e expomos tudo o que acontece no CRF-RJ aos profi ssionais de Farmácia. Em breve, inclusive, o portal será atualizado com novos conteúdos, como Plano de Carreiras, Cargos e Salá-rios, entre outros.
Pelo Portal Transparência, por exemplo, é a primei-ra vez que os farmacêuticos têm à disposição informa-ções sobre o Conselho, 24 horas por dia, ao alcance de um clique. Estamos fazendo nossa parte, cumprindo nosso compromisso de gestão de dar total transpa-rência às nossas atividades enquanto gestores. E mais: possibilitamos a interação com os internautas que, podem e devem contribuir, com sugestões e críticas.
Outro caminho de participação efetiva é através da Ouvidoria do CRF-RJ. A Ouvidoria é um espaço que foi reativado e funciona como uma ponte entre a po-pulação e as instituições, em nosso caso, entre o far-macêutico e o Conselho. É um serviço aberto ao pro-fi ssional de Farmácia para escutar suas reivindicações, denúncias, sugestões e também os elogios referentes aos diversos serviços oferecidos pelo CRF-RJ.
E por fi m, a Controladoria, formada por funcioná-rios do CRF-RJ, com o objetivo de avaliar o cumpri-mento de metas estabelecidas no plano de trabalho. E ainda: avaliar a execução do orçamento do Conselho; fornecer informações sobre a situação físico-fi nancei-ra dos projetos constantes deste orçamento; analisar
fiscalizar, informar e ouvir
Editorial
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a execução e a prestação de contas dos recursos da autarquia sob a responsabilidade de órgãos e entida-des públicos e privados; e relatar os atos e fatos ilegais ou irregulares praticados por agentes públicos ou pri-vados na utilização de recursos do Conselho.
Assim, a Controladoria apura, acompanha e fi sca-liza; o Portal Transparência informa; e a Ouvidoria nos transmite sua opinião, sua avaliação sobre o trabalho que estamos desempenhando. Espero que todos usu-fruam destes serviços como caminho para fazermos um CRF-RJ cada vez melhor para nós, farmacêuticos.
Dr. Marcus AthilaPresidente do CRF-RJ
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CuriosidadeSe estivesse vivo, Fleming com-
pletaria 134 anos, no dia 6 de agos-
to, meses desta edição (julho e
agosto). Já Florey e Chain – os far-
macêuticos – escaparam, mas por
pouco: o caçula da equipe, Chain,
teria completado 109 anos, no dia
19 de junho; enquanto Florey com-
pletaria 117 anos, no dia 24 de se-
tembro.
o primeiro antibiótico
mEmória da farmáCia
Ele saiu de férias e esqueceu algumas pla-cas com culturas de micro-organismos. Quan-do voltou, encontrou seu trabalho mofado. Ele
poderia ter jogado tudo fora e recomeçado, en-tretanto, decidiu observar e estudar as amostras.
Foi assim que o pesquisador Alexander Fleming descobriu a penicilina: em uma de suas culturas de
Staphylococcus não havia mais bactérias, mas um bolor um tanto curioso, pois cercava as colônias. Com
a ajuda de um colega, o Dr. Pryce, Fleming descobriu que se tratava do fungo do gênero Penicillium, o mesmo bolor que costuma dar em pães.
Apesar de ter sido descoberta em setembro de 1928, a penicilina só passou a ser utilizada em humanos a partir de 1941, salvando a vida de milhares de soldados na Segunda Guerra Mundial. E isso não teria sido possível sem a ajuda dos farmacêuticos Ernst Boris Chain e Howard Walter Flo-rey, da Universidade de Oxford. Eles foram os profi ssionais responsáveis por purifi car o fungo e provar sua não toxicida-de em humanos. Isso permitiu a síntese e a comercialização para as demais pessoas. Fleming e sua equipe decidiram não patentear a descoberta para facilitar a difusão do antibióti-co entre a população, todavia, exatamente há 70 anos atrás, em 1945, foram recompensados com o Prêmio Nobel na ca-tegoria “Fisiologia ou Medicina”.
Portanto, se hoje há a certeza de que, provavelmente, uma infecção provocada por uma minúscula bactéria não vai matar e que se pode escolher, sob as devidas orienta-ções, entre a amoxicilina, ampicilina, pivampicilina, fl uclo-xacilina, cabernacilina, aziocilina, ticarcilina e outros, há que se agradecer a Ernst Boris Chain , Howard Walter Florey e Alexander Fleming. Mesmo após suas mortes, continuam salvando vidas por todo o mundo graças ao seus trabalhos.
???
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Enfim, convocados!
CaPa
Após intensa negociação, a Diretoria do CRF-RJ con-quista o direito de convocar os aprovados em concurso público de 2008.
Os farmacêuticos podem não saber, mas os últimos dezoito meses foram, sem dúvida, decisivos para um desfecho positivo. Enfrentando um lapso de pratica-mente sete anos desde o resultado fi nal do certame, o CRF-RJ tem mantido seu quadro funcional via contra-tações diretas. Durante a atual gestão, mediante muito esforço da Diretoria, as convocações foram fi nalmente liberadas e, desde o início de maio, os profi ssionais têm sido chamados para ocupar as vagas, promovendo a regular transição, em cumprimento ao princípio à lega-
lidade , sem maiores consequências aos usuários. A suspensão das convocações aconteceu por conta
de um embargo judicial provocado por um mandado de segurança. Nele, o SINSAFISPRO-RJ (Sindicato dos Servidores das Autarquias de Fiscalização Profi ssional e das Entidades Colegiadas no Estado do Rio de Janeiro) questionava o regime de contratação dos aprovados. No entanto, visando o bem da sociedade e da classe profi ssional farmacêutica, a Diretoria do CRF-RJ empre-gou o máximo esforço para chegar ao consenso junto ao SINSAFISPRO-RJ para por a engrenagem do proces-so de volta ao giro.
De acordo com o presidente do CRF-RJ, Marcus
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A decisão também foi muito importante do ponto de vista legal, pois a contratação via seleção pública, além de ser mais democrática, é uma exigência constitucional. O embargo manteve essa situação pendente durante anos, obrigando o CRF-RJ a optar pelas contratações de forma direta, como explicou Dr. Igor Gada-leta, assessor jurídico do Conselho: “Estávamos efetuando a contratação direta por conta de um Termo de Ajuste de Conduta(TAC), celebrado com o Ministério Público em 2008. Apesar do Ajuste , a preocupação da atual Diretoria em cumprir a norma constitucional, motivou reunir esforços na busca de uma solução que atenda o interesse público, a norma da legal e a efetividade e proficiência do serviço público”, afirmou.
A Secretaria do CRF-RJ já conta com fun-cionários concursados que estão em efetivo serviço desde o início de maio. Para a chefe do serviço, Margarida Daniel, a recepção dos “novatos” é ótima para o setor. “A cada contra-to temporário, recebíamos novos profissionais que precisávamos treinar. Quando esses con-tratos temporários acabavam, esses profissio-nais treinados tinham que ir embora e a equipe que estava entrosada precisava se reestruturar novamente. Essa rotatividade, inevitavelmen-te, prejudicava o andamento dos processos. Com a chegada dos concursados, essa situação foi completamente extinta, porque dessa vez será formada uma equipe permanente, que após atingir a devida capacitação, vai manter o nível de qualidade crescente e sem interrup-ções”, explicou.
O presidente salientou, ainda, sobre a neces-sidade de convocações, não só atualmente, mas também no futuro, pois já existe previsão para um novo edital e, em breve, uma nova seleção será feita. “Antes da convocação dos concursa-dos, cerca de 70 por cento do quadro funcional do CRF-RJ era contratado diretamente. Todos esses profissionais serão substituídos por con-cursados, aprovados no concurso passado e no próximo concurso, que já está previsto”, afirmou Marcus Athila.
Em plenária realizada no último dia 27 de maio, foi comunicado que o Instituto Quadrix será a banca examinadora responsável pelo pró-ximo certame. Além de ter organizado a seleção de 2008, a empresa organizou vários concursos, entre eles, o do Conselho Federal de Farmácia – CFF e outros CRFs.
Concurso: uma forma justa de seleção
Primeiras convocações
novos concursos acontecerão em breve
Athila, o fato representa uma vitória muito impor-tante, não só para a entidade, mas para todo o Es-tado do Rio de Janeiro: “Desde o início da nossa ges-tão temos trabalhado para esse resultado. Foi uma negociação demorada que exigiu muito de nós. Po-rém, nossos objetivos estão sendo alcançados, pois já existem concursados em efetivo serviço e, na me-
dida em que os contratos forem acabando, gradati-vamente iremos fazendo a substituição. Os selecio-nados ganham, porque é o resultado de um grande esforço pessoal, mas a maior beneficiada é a socie-dade fluminense, que ganha um reforço qualificado e permanente na garantia da qualidade no exercício da atividade farmacêutica”.
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Uma outra questão a ser resolvida com o concurso que está por vir é o provimento de vagas para o car-go de fiscal farmacêutico. Diferentemente dos cargos administrativos, o fiscal possui poder de polícia e, por isso, precisa obrigatoriamente ser contratado via sele-ção pública. A última prova foi realizada em 2005.
“Foram dois concursos diferentes: o de 2008 sele-cionou cargos administrativos e a última seleção para fiscais farmacêuticos foi feita em 2005. Ao longo des-ses 10 anos, profissionais se aposentaram ou ingressa-ram em outras carreiras. Em virtude disso, atualmente, temos dez fiscais em exercício no Conselho, sendo três internos e sete externos, apenas”, afirma Marcos Al-ves, chefe do Serviço de Fiscalização do CRF-RJ.
novos fiscais farmacêuticos
Além da renovação do quadro, a nova seleção vem atender outras demandas, como a possibili-dade de alocação de fiscais em várias regiões do Estado, como explica Marcos Alves: “Nós criamos mecanismos para manter a fiscalização presente em toda a extensão do Rio de Janeiro, mas por conta do estabelecido nos contratos de trabalho e da própria quantidade de profissionais disponí-veis, não podemos, por exemplo, manter fiscais alocados em outras cidades, isto é, precisamos movimentar os que trabalham na região metro-politana. O novo edital especificará a abrangên-cia estadual de atuação dos contratados, o que dará maior autonomia e eficiência para o Con-selho, pois reduz tempo e custos dispensados na movimentação desses profissionais.
O chefe do Serviço de Fiscalização acrescen-tou, ainda, que a contratação de novos fiscais farmacêuticos garante os postos de trabalho existentes, bem como cria outros tantos, porque exige a presença do profissional farmacêutico nos estabelecimentos e impede que outros fun-cionem sem eles. “O caráter da fiscalização não é meramente punitivo. A aplicação das sanções tem a função de impedir o mau uso do profissio-nal farmacêutico. Dessa forma, buscamos não só assegurar o bom atendimento à sociedade, exi-gindo que estejam atuando, mas também a va-lorização da classe, criando novas oportunidades de emprego, exigindo que os estabelecimentos os contratem”, afirma.
descentralização
mais fiscais, mais empregos
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dEStaquE
Programa busca aproximar o Crf-rJ dos profissionais
Atravessamos a Ponte Rio-Niterói para, no mês de abril, levar o Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro para o auditório da Câmara Municipal de Niterói, para o primeiro CRF Itinerante de 2015.
Com o objetivo de aproximar os far-macêuticos do Conselho, o CRF Itinerante contou com uma programação extensa que incluiu a entrega de carteiras, deba-tes sobre temas de interesse da categoria e uma palestra sobre fi scalização nas far-mácias e drogarias, com Marcos Alves, chefe da fi scalização da entidade. Duran-te o encontro o presidente do Conselho e o chefe da fi scalização responderam a dúvidas dos profi ssionais presentes, uma ação que busca escutar os farmacêuticos para aprimorar as ações do Conselho.
O presidente do CRF-RJ, Marcus Athi-la, desejou sucesso profi ssional aos pre-sentes: “Parabéns aos farmacêuticos que tanto se esforçaram nesse caminho. Va-mos reescrever a história de nossa profi s-são”. Ele também ressaltou a educação lembrando que o CRF está investindo em qualifi cação e que não há como crescer sem se especializar. Athila lembrou que, no dia 25 de abril, foi realizada a aula inau-gural do QUALIPHARMA Especialização, curso de pós-graduação sobre prescrição farmacêutica e farmácia clínica. O progra-ma prevê novas turmas na Baixada Flumi-nense, Niterói e Região dos Lagos.
A farmacêutica de Niterói, Marcelle de Mendonça, esteve na entrega das carteiras e fi cou muito feliz com o fato do CRF es-tar em sua cidade, dando esse suporte aos niteroienses. “Gostei muito da conversa de hoje, com essa nova gestão. Eles nos en-viam a revista sempre para nos mantermos informados e dão uma atenção melhor para nós farmacêuticos”, declarou.
Outra farmacêutica, Bárbara Ribeiro, mostrou-se entusias-mada com a expectativa de crescimento profi ssional e feliz com o fato do CRF estar na região dela. “Pretendo me especializar em farmácia hospitalar e gostei de saber que o CRF está visitando outras regiões. O Marcus Athila me pareceu mais próximo de nós, farmacêuticos. Acho que isso enriquece nossa profi ssão”.
O presidente aproveitou para convidar todos os presentes para o Congresso RIOPHARMA, que será em outubro, no Centro do Convenções Sulamérica. “Participem do Congresso. Essa será uma oportunidade única de enriquecimento profi ssional. Tere-mos palestrantes dos EUA, Austrália, Argentina, entre outros, para nos proporcionar uma troca de informações muito válida”.
O chefe de fi scalização do Conselho, Marcos Alves, conver-sou com os participantes sobre documentação técnica, licença da Anvisa e como se dá a fi scalização nas farmácias e drogarias. Marcos também lembrou a todos que será aberto, em breve, um concurso para farmacêutico fi scal no CRF-RJ.
Serviço itinerante é aprovado
Além da entrega de carteiras e da palestra sobre fi scalização, a Câmara abrigou a 540ª Reunião Plenária do Conselho. Dra. Melissa Marques, conselheira do CRF-RJ, fi cou satisfeita com o fato da plenária ser em outras regiões e lembrou da Semana da Farmácia na Região do Norte Fluminense, que seria uma ótima oportunidade para acontecer uma plenária na região.
Plenária itinerante
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Controle da qualidade da água e do ar:
A água e o ar são essenciais à manutenção da vida. No caso da água, a proteção de contamina-ções no fornecimento é a primeira linha de defesa. Não só em indústrias e laboratórios os farmacêu-ticos atuam na qualidade da água e do ar. Quase invariavelmente, o melhor método de assegurar água adequada para consumo consiste em formas de proteção, evitando-se contaminações de de-jetos animais e humanos, os quais podem conter grande variedade de bactérias, vírus, protozoários e helmintos. Falhas na proteção e no tratamento efetivo expõem a comunidade a riscos de doenças intestinais e a outras doenças infecciosas.
Já a qualidade do ar de interiores tornou--se um tema de pesquisa importante na área de saúde pública nos últimos anos. Esse interesse ocorreu após a descoberta de que baixas taxas de troca de ar nestes ambientes ocasionam um aumento considerável na concentração de po-luentes químicos e biológicos. Como todos pas-samos boa parte de nossa vida diária em recintos fechados, seja em casa, no trabalho, no transpor-te, ou mesmo em locais de lazer, a preocupação com concentrações de contaminantes no ar em ambientes internos é justifi cável.
Cuidar da água e do ar também é um cam-po de atuação para o farmacêutico. O Dr. Almir Diniz de Paula, um dos sócios de um laboratório de análises ambientais, há 20 anos atuando no mercado, orienta sobre esse campo de trabalho:
Como o farmacêutico atua no tratamento e controle de qualidade da água e do ar?
O farmacêutico atua na garantia total da ava-liação da qualidade da água, capacitado e especia-lizado no controle microbiológico e físico-químico do bem mais precioso à vida humana. A avaliação da potabilidade da água da rede pública ou de águas subterrâneas, fundamentada na Portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, garante o con-sumo humano. As avaliações dos diversos parâ-metros físico-químicos são essenciais nas estações de tratamento de indústrias, condomínios, hotéis, clubes, poços e na manutenção da balneabilidade de piscinas, praias, lagoas e congêneres. Atua tam-bém, na avaliação físico-química e microbiológica da qualidade do ar normatizado pela Resolução nº 9/2003 da ANVISA, em todo ambiente artifi cial-mente climatizado de prédios comercias, hotéis, cinemas, call-centers, indústrias e embarcações. É um campo especializado, na avaliação de fungos e aerodispersóides.
Quais suas principais atribuições?
São atribuições do farmacêutico, a análise e
âmbito ProfiSSional
uma opção de carreira para o farmacêutico
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o controle de qualidade de águas minerais e resi-duárias, para uso e consumo humano, bem como o controle de operação das estações de tratamento de água e esgotos. Assim como, avaliar a qualida-de do ar e identificar possíveis fungos patogêni-cos prejudiciais à saúde e quantificar as partículas dispersas. É responsável pela coleta de amostras, análises físico-químicas e microbiológicas através de metodologia específica e emissão e assinatura de laudos e pareceres técnicos. Ao farmacêutico compete, ainda, o controle de qualidade de água reagente de farmácias, laboratórios e para fins tera-pêuticos, além de planejar e elaborar programação de ações de controle ambiental na sua área de atu-ação. É sua a responsabilidade técnica do laborató-rio especializado, licenciado pela Vigilância Sanitá-ria (VISA) e certificado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que realize exames no controle de qualidade e tratamento de água e ar climatizado.
É um campo amplo para atuação do profissio-nal de Farmácia?
Sim. A formação acadêmica do farmacêutico em microbiologia, parasitologia, botânica, química,
físico-química, bioquímica, sem dúvidas amplia sua área de atuação na avaliação da qualidade da água, solo e do ar, bem como, nas análises de efluentes e resíduos. Digo ainda, que é o profissional com maior espectro de formação para atender a demanda de conhecimentos que os serviços técnicos de análise ambientais requer.
Existe amparo legal, em relação à atuação do farmacêutico nessa área?
Sim. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) auto-riza, através de suas resoluções que dispõem sobre as atribuições do farmacêutico, atuar também nas análises ambientais, através das áreas regulamenta-das de: controle de qualidade e tratamento de água, potabilidade e controle ambiental; análise físico-quí-mica do solo; no meio ambiente, segurança no tra-balho, saúde ocupacional e responsabilidade social; micologia clínica; microbiologia clínica; gerência, su-pervisão e responsabilidade técnica. A VISA e o INEA, que fiscaliza, vistoria e credencia os laboratórios de análises ambientais; e reconhece a qualificação e a especialização na área ambiental do profissional far-macêutico.
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Os riscos à saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas categorias principais: 1) riscos relativos à ingestão de água contaminada por agentes biológicos (vírus, bactérias e parasitas), através de contato direto ou por meio de insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico; 2) riscos derivados de poluentes químicos e a, em ge-ral, efluentes de esgotos industriais.
Os principais agentes biológicos descobertos nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus e os parasitas. As bactérias patogênicas encontra-das na água e/ou alimentos que constituem uma das principais fontes de morbidade em nosso meio. São as responsáveis pelos numerosos casos de enterites, diar-
reias infantis e doenças epidêmicas (como a febre tifoi-de), com resultados frequentemente letais.
Os vírus mais comumente encontrados nas águas contaminadas por dejetos humanos, entre outros, são os da poliomielite e da hepatite infecciosa. Dentre os parasitas que podem ser ingeridos através da água des-taca-se a Entamoeba histolytica, causadora da amebía-se e suas complicações, inclusive para o lado hepático.
O controle de qualidade de água destinada ao con-sumo humano, desde os sistemas produtores (manan-ciais, captação, tratamento) aos sistemas de distribui-ção (reservatório, redes), normalmente é realizado pela empresa responsável de saneamento local e monitora-do pelas Secretarias de Saúde Estaduais.
Um sistema de ar condicionado tem sua importân-cia ligada, principalmente, ao bem-estar dos ocupantes quanto ao conforto térmico. Em síntese, o princípio de funcionamento deste sistema baseia-se na mistura do ar que retorna dos ambientes climatizados com o ar exter-no, posterior filtração (para retirada de material particu-lado biológico ou não) e condicionamento térmico para ser novamente insuflado para os ambientes.
A preocupação com os problemas oriundos da falta de manutenção destes sistemas começou a aparecer no âmbito internacional após a “Convenção dos Legioná-rios”, ocorrida na Pensilvânia - EUA, que culminou em inúmeras mortes e comprometimento da saúde de vá-rios participantes. A causa de tal surto foi devido à pre-sença de uma bactéria posteriormente denominada Le-gionella Pneumophila,que foi insuflada para o local onde
ocorria o evento. A partir de então o Ministério da Saúde estabeleceu
normas de procedimentos e parâmetros para garantir a qualidade do ar dos ambientes climatizados, sendo estas a Portaria 3523, de agosto de 1998, a Resolução RE 176, de 24 de outubro de 2000, e RE 09, de 20 de janeiro de 2003. Estas normas regulamentam a periodicidade das limpezas dos componentes do sistema, os valores má-ximos de aceitação para fungos, CO
2, material particu-
lado, velocidade do ar, umidade relativa e temperatura. Um sistema de ar condicionado sem manutenção
propicia um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos, pode abrigar ainda insetos e, possi-velmente até pequenos roedores, além da grande quan-tidade de material particulado ou mesmo dissipar even-tuais odores.
a qualidade da água
a qualidade do ar
Ambientes do Laboratório Acqua Air
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as saponinas e seu efeito adjuvante em vacinas
adjuvantes utilizados em vacinação
As saponinas são conjugados naturais de açúcares e triterpenos que possuem a propriedade de formar espuma estável quando agitados com água. A porção glicosídica dessas substâncias constitui-se geralmente de oligossacarídeos lineares ou ramifi cados ligados à aglicona triterpênica através de grupos hidroxila ou carboxila. Os sítios de ligação podem ser um, dois ou três, constituindo mono, bi ou tridesmosídios. Muitas saponinas têm sido isoladas possuindo a mesma sapogenina, mas exibindo uma grande variação nas unida-des de monossacarídeos, inclusive no que se refere ao seu número e na confi guração dos enlaces. As saponi-nas triterpenóides constituem a maioria das saponinas encontradas na natureza. As saponinas são aplicadas em diversos segmentos farmacêuticos na qual destacamos como adjuvantes de vacina1.
Os adjuvantes2 (do latim, adjuvare = ajudar) têm sido utilizados com efi ciência em vacinas desde 1920. Trata-se de compostos que auxiliam os antí-genos aumentando de maneira específi ca a resposta imune humoral e/ou celular contra os mesmos. En-quanto que o número de substâncias com atividade adjuvante têm crescido enormemente, o seu modo de ação continua, em muitos casos, sendo um mis-tério. Se a patogenia da doença é conhecida, então o adjuvante que possa gerar uma resposta imune protetora desejada pode ser selecionado para uma formulação de vacina. Alternativamente, se a pa-togenia da doença ou a sua imunologia não estão completamente elucidadas, então diversos adjuvan-tes que induzam respostas imunes diferentes pode-rão ser testados para a seleção racional da melhor formulação.
Podemos classifi car os adjuvantes como particu-lados e não particulados. Os adjuvantes particula-dos estão constituídos por partículas microscópicas
toxiCologia
e devem a esta propriedade o seu potencial adju-vante. Os benefícios destes adjuvantes somente são evidentes quando o imunógeno é capaz de se incor-porar total ou parcialmente com a partícula. Entre os adjuvantes particulados podemos citar: sais de alumínio, emulsões água/óleo, óleo/água, ISCOMs, lipossomas, nano e micropartículas. Os adjuvantes não particulados são os adjuvantes cuja atividade não depende da sua natureza particular ou multi-mérica. São, em geral, imunomoduladores e melho-ram a capacidade alvo. A sua resposta é melhorada quando administrados em conjunto com adjuvantes particulados. Entre os adjuvantes não particulados podemos citar: MDP e derivados, blocos de copolí-meros não-iônicos, lipídio A, citocinas, polímeros de carboidratos, polissacarídeos derivatizados, toxinas bacterianas e saponinas na qual destacamos para as vacinas parasitárias.
As saponinas mais utilizadas são originárias da Quillaja saponaria (QuilA, QS21, ISCOPREP 703,
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spikoside) e induzem fortes resposta Th1 e Th2, e respostas CTL moderadas contra proteínas e glico-proteínas, provavelmente devido à formação de mi-celas. A saponina QuilA é amplamente utilizada em vacinação veterinária e proposta como adjuvante para vacinas humanas. São consideradas econômi-cas, simples para formulação e seguras.
O poder adjuvante das saponinas se destacou na vacinação experimental contra a infecção por Trypa-nosoma cruzi, Cytomegalovirus, vírus respiratório sincicial, Boophylus microplus. Em todos estes mo-delos, as saponinas mostraram o melhor efeito adju-vante quando comparadas com hidróxido de alumi-na e adjuvante de Freund. Enquanto que hidróxido de alumina e adjuvante de Freund constituem sis-temas particulados que potencializam apenas a res-posta humoral contra o antígeno, as saponinas são adjuvantes não particulados que elicitam ambas as respostas humorais e celulares específi cas. Este efeito das saponinas é particularmente interessante para a vacinação contra parasitas intracelulares obri-gatórios, cuja infecção não pode ser modulada ape-
nas por uma resposta de anticorpos. As saponinas comerciais de Quillaja saponaria, conhecidas como Quil A ou Riedel de Haen, são misturas de saponinas comerciais que contêm uma importante saponina nesta, na qual seu efeito adjuvante é bem elevado. A saponina denominada de QS-21 é conhecida por este efeito a despeito da questão hemolítica. Entre-tanto, ela é vendida comercialmente em uma mistura de saponinas comerciais e outras substâncias (Riedel de Haen®) que pode infl uenciar no seu efeito adju-vante. Depois de vários estudos e processos de sepa-ração, foram separadas frações e foram analisadas e caracterizadas espectroscopicamente por técnicas de RMN (ressonância magnética nuclear) e hidrólises ácidas e alcalinas, sendo fundamental para a deter-minação estrutural destas. A saponina denominada de QS-21 e a deacilsaponina são, respectivamente, as frações F1 e F2 (Figura 1). Na mistura comercial da saponina da Riedel de Haen®, encontra-se pre-sente quercetina, rutina (fl avonóides) em pequenas quantidades. Na Figura 02 as estruturas de QS-21 e a deacilsaponinas.
l l
Figura 1. Frações F1 (QS-21) e F2 deacilsaponinas
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Com estas descobertas, foi gerada uma patente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazilian patent INPI: (pipeline) PI1100173-9 onde a Fordedge
(GSK) adquiriu e transformou a mesma em um pro-duto sendo aprovado pela OMS (Organização Mun-dial de Saúde) para vacina de leishmaniose canina.
Após os ensaios celulares e humorais desta mistura em camundongos podemos verificar que as saponinas QS-21, tanto na resposta humoral quanto na celular, apresentaram efetividades nas respostas, enquanto que nas saponinas denomi-nadas de deacilsaponinas, ambos os resultados foram baixos. Fazendo uma relação entre estrutu-ra e atividade, a presença do grupamento aldeído em C-4, bem como a presença dos grupamentos glicídios nas posições C-3 e C-28, são fundamen-
Referências
1.BERNARDO, R. R. A review of the adjuvant activity of saponins. Currents Topics in Phytochemsitry. , v.5, p.103 - 107, 2002.
2. Cox, J.C. and Coulter,A.R. Adjuvants - a classifi cation and review their modes of action. Vaccine 1997, 15, 248-256.
3. SOUSA, C. B. P., BERNARDO, R. R., SANTOS, W. R., CABRERA, G. P. B., BARBOSA, A. F.FMl vaccine against canine visceral leishmaniasis:
from second generation to synthetic vaccine. Expert Review of Vaccines. , v.7, p.833 - 851, 2008.
tais. Os dois monoterpenos na posição ligados ao C-28 parecem ser fundamentais para ativida-de adjuvante. Enquanto o grupamento aldeídico é crucial para a adjuvanticidade das saponinas, principalmente para a estimulação de resposta de TH1, o acilado C-28 ligada porção hidrofóbica é responsável pela estimulação da produção da res-posta de células T citotóxicas (CTL), contra prote-ínas exógenas, e está relacionada com o indesejá-vel efeito tóxico (Figura 2)3.
Figura 2. Relação estrutura e atividade das saponinas na resposta adjuvante
Robson Roney BernardoDiretor-tesoureiro do CRF-RJ
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SaúdE PúbliCa
leishmaniose avança no brasil
Em termos de doenças transmitidas por insetos no Brasil, a leishmaniose não é nenhuma novidade. No en-tanto, assim como a dengue no Estado do Rio de Janei-ro, parece que ela ainda não foi compreendida como deveria no país. Mesmo a enfermidade sendo uma das que mais mata no mundo, especialistas afi rmam que o quadro segue em expansão. Para entender melhor essa situação, entrevistamos o Dr. Armando Schubach, che-fe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Leishmaniose,
Especialistas comentam expansão da doença no país e sugerem soluções
do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Egon Daxbacher.
Sob esse nome, leishmaniose, existem dois grupos de doenças distintas: a leishmaniose tegumentar (LT), restrita à pele e às mucosas, e que raramente mata. E a leishmaniose visceral (LV), doença sistêmica que cursa com febre, aumento do baço e do fígado, queda do estado geral, anemia, diminuição dos glóbulos brancos
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Para o Dr. Egon Daxbacher, as condições do ambiente são fatores preponderantes na pro-liferação do inseto que transmite a LV, contri-buindo, portanto, para que o Brasil tenha cres-cente número de pessoas acometidas por ela e citou medidas necessárias para a reversão do quadro: “Primeiramente, por conta da forma da transmissão envolver um vetor (mosquito), necessita que medidas ecológicas sejam exe-cutadas, como, diminuir o desmatamento e a invasão de áreas urbanas em direção às fl o-restas, por exemplo. O combate e/ou controle da população de mosquitos são medidas que são pesquisadas, como também ocorre com a questão da dengue.”, disse Daxbacher.
Apesar do avanço real nas pesquisas sobre o tema, como o obtido pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que está testando o que pode se tornar uma vacina contra o vírus a partir da associação do tamoxifeno ao antimoniato de meglumina, já usado para o tratamento da doença, a prevenção continua sendo a principal medida de proteção contra os dois tipos da leishmaniose.
De acordo com os especialistas, para prevenir, basicamente é preciso manter o domicílio livre de insetos vetores (com o uso de telas e inseticidas, uso de roupas que cubram áreas expostas e repelentes) e evitar a exposição a picadas de insetos, principalmente ao pôr do sol. Além disso, tentar evitar a infecção dos cães (que, principalmente no Brasil, atuam como reservatório da doença) com o uso de coleiras repelentes ou outros métodos, evitar desmatamento e estar atento para a identifi cação de sinais de doença em humanos e caninos.
Além da questão do ambiente, os especia-listas citam ainda as condições de moradia e higiene da população acometida como infl u-ência no avanço da leishmaniose visceral no Brasil: “A LV acomete, predominantemente, populações de nível socioeconômico menos favorecido, sugerindo que a melhoria dessa situação poderia interferir favoravelmente no controle da doença, a própria melhoria das condições habitacionais podem ter impacto.”, afi rmou o Dr. Schubach.
ambiente propicia avanço
Prevenção é o caminho
moradia e higiene
e plaquetas do sangue. A LV pode evoluir para o óbito em taxas variáveis, de acordo com sua gravidade e re-gião do corpo humano.
De acordo com o Dr. Armando Schubach, o tipo mais letal da doença, a leishmaniose visceral, está
crescendo no país: “No Brasil, a LV está em expansão geográfi ca e em número de casos. O controle está baseado no diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos, com a fi nalidade de reduzir a letali-dade.”, afi rmou.
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a favor: O posicionamento ofi cial das autoridades bra-
sileiras em saúde é relativamente a favor do ex-termínio dos cães infectados com Leishmaniose Tegumentar Americana. O argumento é que o tratamento desses animais favorece o surgimento de parasitas mais resistentes aos medicamentos utilizados na cura de pacientes humanos, como consta no Guia de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul: “Será indicada a eutanásia somente quando os animais doentes evoluírem para o agravamento das lesões cutâneas, com surgimento de lesões mucosas e infecções secundárias que poderão conduzir o animal ao sofrimento. O tratamento de animais doentes não é uma medida aceita para o controle da LTA, pois poderá conduzir ao risco de selecio-nar parasitos resistentes às drogas utilizadas para o tratamento de casos humanos”. No entanto, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), decidiu, no último dia 28 de maio, proibir o sacrifício de cães com leishmaniose, feito por ór-gãos públicos como forma de controlar a doença na capital do Estado.
Contra:A médica veterinária, Sibele Cação, ex-presi-
dente do Conselho Regional de Medicina Vete-rinária do MS, em matéria publicada pela Socie-dade Brasileira de Medicina Tropical, afi rma que “muitos cães são mortos injustamente, sem de
fato ter a doença. Ela argumenta que os exames de rotina hoje utilizados pelo poder público para o diagnóstico não são precisos. “Eles preferem matar cães inocentes para não deixar de matar os cães infectados. Mas isso é um desrespeito com o animal e com o seu dono”, critica a veteriná-ria ao salientar que um exame mais preciso seria caro e mais trabalhoso. Ela comenta que o poder
PontoS dE ViSta: a faVor ou C ontra a EutanáSia Em animaiS
mapa de Status de Endemicidade da leishmaniose Cutânea, 2013
LEGENDA
Endêmico
Casos relatados na literatura
Nenhum caso autóctone relatado
Não aplicável
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PontoS dE ViSta: a faVor ou C ontra a EutanáSia Em animaiSpúblico deveria investir mais em saúde pública e promover um diagnóstico mais preciso para os cães, além de assegurar formação adequada aos agentes de saúde. “Caso o diagnóstico seja bem feito pelo veterinário e o animal estiver apto para o tratamento e o seu dono desejar tratá-lo, então, essa vida deve ser poupada. É possível buscar a cura do animal por meio do tratamento respon-
sável, ou seja, com protocolo que não se utilize de medicamento para tratar o ser humano com leishmaniose e com o compromisso do dono de tratar o animal e dar o devido acompanhamento para o resto da vida desse paciente”, refl ete Sibele Cação ao garantir que o cão pode fi car curado cli-nicamente e não oferecer mais risco de contágio para o vetor.
mapa de Status de Endemicidade da leishmaniose Cutânea, 2013
Fonte: Organização Mundial de Saúde
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SaúdE
nova ‘pri ma’ da dengue ch ega ao rJ
No dia 31 de maio, as autoridades cariocas con-firmaram o primeiro caso de zika no Rio de Janei-ro. O zika vírus, que tem esse nome por ter sido descoberto em macacos da floresta de Zika, em Uganda, no ano de 1947, também é transmitido pelo Aedes Aegypti. O mosquito, agora, passou a ser vetor de quatro doenças, considerando a den-gue (em seus quatro tipos), a febre chikungunya e a febre amarela. Trata-se de enfermidades dife-rentes, mas seus sintomas são bastante parecidos: febre por volta dos 38ºC, dor de cabeça, diarreia,
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Como consta em matéria publicada em revista, no último dia 13 de maio, pela Sociedade Brasileira de Infectologia, um surto recente do zika fora da África e da Ásia teve registro em abril passado, no Brasil, na cidade de Salvador (BA). Doença desconhecida até então, afetou várias pessoas com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema (erupção cutânea) e artralgia (articulações). Pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) relacionaram os casos ao vírus por meio da técnica de RT-PCR (biologia molecular), utilizada em relatos de 19 municípios, como Ilhéus e Itabuna (BA), desde fevereiro de 2015. A primeira amostra de sangue contaminada com este vírus foi descrita em Camaçari (BA), em outubro de 2014.
A letalidade do zika é bem menor que a dos outros vírus transmitidos pelo Aedes Aegypti, mas o trata-
mento e, sobretudo, a prevenção devem ser fei-tos da mesma forma devido à semelhança entre
eles. Como ainda não existe vacina para a nova doença, prevenir continua sendo a princi-
pal medida a ser tomada, isto é, eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitan-do deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, entre outros.
Podemos perceber que as formas de prevenção da zika são as mesmas da dengue e da febre chikungunya, po-rém como não são efi cazes, mais uma nova doença chega ao Brasil.
O recomendado é repouso e ingestão de líquidos. O tratamento é feito apenas para aliviar os sintomas e é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável
o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-infl amatórias em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemor-
rágica como ocorre com outros fl avivírus. O paciente deve procurar o serviço de saúde para orientação adequada.
Chegada ao brasil
Prevenção
tratamento
A letalidade do zika é bem menor que a dos outros vírus transmitidos pelo Aedes Aegypti, mas o trata-
mento e, sobretudo, a prevenção devem ser fei-tos da mesma forma devido à semelhança entre
eles. Como ainda não existe vacina para a nova doença, prevenir continua sendo a princi-
pal medida a ser tomada, isto é, eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitan-do deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, entre outros.
Podemos perceber que as formas de prevenção da zika são as mesmas da dengue e da febre chikungunya, po-rém como não são efi cazes, mais uma nova doença chega ao Brasil.
é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável
o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-infl amatórias em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemor-
rágica como ocorre com outros fl avivírus. O paciente deve procurar o serviço de saúde para orientação adequada.
Prevençãonova ‘pri ma’ da dengue ch ega ao rJ
náuseas, dor no corpo e nas articulações. O diagnóstico foi confirmado na cidade pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o paciente está cli-nicamente bem. Em nota, o Ministério da Saúde “ressaltou a importância de que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos sus-peitos de dengue, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demandas clínicas específicas, incluindo classifi-cação de risco, hidratação e monitoramento”.
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Já pensou em abrir uma farmácia? Conheça o modelo de franquia
Franchising, franchise ou franquia, você pode es-colher como chamar. No último ano, essa forma de negócio cresceu 7,7%. Este número deixa de parecer pequeno quando seu signifi cado é traduzido nos R$ 127 bilhões em faturamento. E farmacêuticos podem ingressar nesse tipo de negócio.
Franquia é uma estratégia de administração a qual o detentor de uma marca cede a alguém, o franque-ado, o direito de usá-la, junto com toda a infraestru-tura, know-how e direito de distribuição, sem vínculo empregatício. Em troca, o dono da marca, franquea-dor, recebe parte do faturamento do empreendimen-to através de royalties.
Por todo o Brasil, há farmácias franqueadas e, só no Rio de Janeiro, são mais de cem. “O varejo farmacêu-tico é uma boa opção de negócios porque ninguém vive sem medicamentos, assim como ninguém vive sem alimentos; e a margem de lucro não é pequena, comparada com outros segmentos comerciais”, ex-plica Margarete Prata, vice-presidente da Associação
Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro. Outras vantagens de se ter uma franquia, segundo
Margarete Prata, são a satisfação pessoal, visto que se pode trabalhar naquilo que gosta e realizar sonhos, e a segurança do negócio, já que no sistema de fran-quia existe a menor taxa de mortalidade de empresas. Além disso, o empreendedor contribui para o cres-cimento do país, pois gera emprego e movimenta a economia.
Entretanto, ela alerta: “Riscos são inerentes a todos os negócios, portanto, para se prevenir contra eles, é necessário conhecimento, planejamento, comprome-timento e estar atualizado no mercado”.
A vice-presidente da Associação Brasileira de Fran-chising diz que a união do conhecimento sobre os medicamentos é um diferencial muito interessante e orienta: “Mais que entender do medicamento, o far-macêutico que quer ter uma farmácia precisa ser em-preendedor, e ter conhecimento de administração co-mercial específi ca do ramo de farmácias e drogarias”.
EmPrEEndEdoriSmo
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Conheça algumas redes de franquia disponíveis no brasil e os valores mínimos para investir nelas
Empresa Capital Inicial Capital de Giro Taxa de Franquia
Farma & Farma R$ 200 mil R$ 55 mil R$ 9,2 mil 30 meses
Drogaria Americana R$ 200 mil Não cobra Não Informado 18 meses
Drogarias Farmais R$ 310 mil R$ 60 mil R$ 30 mil 36 meses
Drogarias Max R$ 150 mil R$ 40 mil R$ 15 mil 24 meses
Farmácia Alquimia R$ 350 mil R$ 35 mil R$ 30 mil 18 meses
Farmácia Artesanal R$ 290 mil R$ 25 mil R$ 50 mil 18 meses
Farmácia Roval R$ 260 mil R$ 50 mil R$ 35 mil 24 meses
Pharmapele R$ 350 mil R$ 45 mil R$ 50 mil 18 meses
Phitofarma R$ 85 mil R$ 17,5 mil R$ 23 mil 11 meses
Rede Bem R$ 120 mil R$ 30 mil R$ 20 mil 18 meses
Rede Farmatotal R$ 135 mil R$ 45 mil R$ 3,5 mil 36 meses
Vicofarma R$ 80 mil R$ 80 mil R$ 80 mil 24 meses
Vida Animal R$ 109 mil R$ 17,5 mil R$ 52,5 mil 30 meses
Droga Vet R$ 200 mil R$ 40 mil R$ 45 mil 24 meses
Farmácia A Fórmula R$ 250 mil R$ 30 mil R$ 40 mil 24 meses
FarmaFórmula R$ 140 mil R$ 20 mil R$ 10 mil 24 meses
Farma Portal R$ 65 mil R$ 20 mil R$ 15 mil 12 meses
Farmacentro Não Informado R$ 125 mil R$ 9,6 mil 30 meses
o que é: n Capital Inicial - É a quantia necessária para montar o negócio e adquirir o estoque inicial.
n Capital de Giro - É o valor que o franqueado precisará para as despesas do dia a dia, como luz, água, telefone, etc.
n Taxa de Franquia - Valor que o franqueado paga, uma única vez, para que tenha o direito de usar a marca e seu sistema.
n Prazo Médio de Retorno - É o tempo que o seu investimento começará a trazer lucro.
n Ponto - É o lugar onde ficará o seu negócio. O valor depende do local escolhido, e é por conta do franqueado.
n Royalities - É uma taxa sobre o faturamento que deve ser paga ao franqueador todos os meses.
Fonte: PEGN
Prazo médio de retorno
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tenho perfil para ser franqueado?Assim como um casamento, a escolha de um
negócio tem que combinar com a pessoa, ou se sentirá infeliz e terá prejuízos. Portanto, pesquise muito sobre a franquia que pretende adquirir e se ela se adequa às tendências do mercado.
A franquia é um modelo de negócios que exi-ge não apenas o investimento fi nanceiro, mas de-dicação e disposição.
Aquele que deseja abrir uma franquia deve sa-ber que fará parte de uma rede de negócios; será uma peça dentro de uma engrenagem mais com-plexa e abrangente. O franqueado será um dos zeladores de uma determinada marca, portanto, se você é uma pessoa muito criativa e que quer
estar a frente de seu tempo, fi que atento, pois pode se sentir sufocado em seguir as regras im-postas pelo franqueador. Também é importante lembrar que uma boa administração é crucial em qualquer negócio, a franquia não escapa dessa regra. Outras carcterísticas básicas são:
n Automotivação;
n Organização;
n Espírito de liderança;
n Capacidade de motivar pessoas;
n Bom relacionamento interpessoal;
n Capacidade de persuadir e negociar;
n Saber gerenciar confl itos.
n Realização pessoal de se ter um negócio próprio;n Apoio do franqueador em relação à treinamento e orientação;n Iniciar o negócio contando com a credibilidade da marca;n Lucros altos;n Melhor planejamento de custos de instalação;n Poucas chances do negócio falir;n Retorno do investimento em prazo relativamente curto;n Existência de um plano de negócios pronto; n Independência jurídica (cada franquia tem uma razão social própria).
n Criatividade e autonomia limitadas;n Necessidade de se adaptar ao perfi l do franqueador;n Pagamento de taxa de publicidade (costuma variar en-tre 2% e 5% dos lucros);n Divisão de lucros com o franqueador (royalties);n O franqueador pode exigir o endereço do ponto, mes-mo com sugestões do franqueado;n Risco do sistema da franquia ser falho;n Investimento inicial alto; n Dependendo do franqueador, não há possibilidade de fl exibilizar os preços de venda;n Não é possível ceder os direitos do seu negócio, nem mesmo para herdeiros.
Vantagens
desvantagensdesvantagens
n Criatividade e autonomia limitadas;
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ação Social do Crf-rJ conquista moradores do grajaú
Sorrisos e agradecimentos, esse é o resultado da Ação Social do Conselho Regional de Farmácia do Es-tado do Rio de Janeiro – CRF-RJ, realizada no dia 16 de maio, na Praça Nobel, no Grajaú. Com o apoio da Associação dos Moradores do Grajaú – AMGRA, uma equipe de farmacêuticos realizou serviços de aferição de pressão arterial, verifi cação de glicemia capilar e orientação farmacêutica, em tendas.
Os moradores do bairro fi caram surpresos e ao mesmo tempo felizes e agradecidos com os cuidados de saúde oferecidos, de 9h às 13h, no local. O soldado Eder Haiserman, do 6º Batalhão do Andaraí, aproveitou a oportunidade e verifi cou as taxas, e elogiou a inicia-tiva do Conselho, pois já havia tempo que não fazia o check-up: “É sempre bom cuidar da saúde, principal-mente, para o policial que vive na pressão, é uma boa chance”. Já D. Maria Aparecida, de 66 anos, apesar de ainda trabalhar e estudar à noite, disse que há muito tempo não vai ao médico e fi cou surpresa com a taxa de glicose alterada. Ela recebeu recomendação de pro-curar o médico no posto de saúde e levar a carteirinha,
onde foram anotados os resultados dos exames realiza-dos na ação. Simone Soares, de 39 anos, teve os exames com taxas adequadas, mas recebeu orientação para a prática de exercícios físicos.
Dentre as 90 pessoas que foram atendidas, o Sr. Cláudio Soares, de 64 anos, nunca havia verifi cado a pressão e nem a glicose, que apresentou taxa normal. Já a pressão arterial estava alterada e ele recebeu indi-cação para procurar um médico. Muitos dos moradores atendidos revelaram que seguidamente se esquecem de tomar os medicamentos, entre eles o Sr. João Batista, de 58 anos, que estava com a pressão alta e confessou que não tomava medicamentos nos fi ns de semana.
Sr. Sebastião Francisco Maciel, de 86 anos, o mais idoso a ser atendido neste dia, disse que tomava mui-tos remédios, mas era cuidado pela esposa, que nunca esquece de dar os medicamentos diariamente, “minha esposa é mais esperta do que eu, e eu tomo tudo direi-tinho, por isso está tudo controlado”, ressaltou o idoso, que teve as taxas normais e disse ainda que fi cou muito feliz com a prestação de serviços.
ação SoCial
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Os farmacêuticos Aline Napp, assessora do CRF-RJ e responsável pela Ação Social do Conselho, Denise Ga-rófalo, Gláucia Miranda, José Liporage e Jorge Alberto Nascente formaram a equipe que atendeu aos mora-dores do Grajaú e receberam os parabéns de muitos deles. Para Dra. Denise, muitas pessoas não têm acesso à saúde, por isso uma ação desse porte é importante, pois serve de alerta.
Dra. Gláucia também considera a prestação de ser-viço muito boa, pois muitos nunca vão ao médico e essa é uma boa oportunidade para serem ouvidos, orientados e educados. “Muitos deles não têm sinto-mas, ou às vezes sentem, mas não dão importância aos sintomas, por isso essa ação é importante”, finalizou.
A Associação dos Moradores do Grajaú – AM-GRA, parceira do projeto, esteve presente com equi-pe que ajudou na formação de fila e registro da ação de saúde. A empresa Medlevensohn apoiou a ação, fornecendo equipamentos como glicosímetro, tiras, lancetas e aparelhos para aferir a pressão.
o empenho de uma equipe
Parceria e apoio certo
tutorial
atualize seus dados de endereço, e-mail e telefone no Crf-rJ
Agora você deve fazer
login com seu número de CRF e senha. Caso não possua, clique em “cadastrar
nova senha”.
Agora clique no botão
“Nova Petição”.
Agora você
Acesse www.crf-rj.org.br entre na aba serviços e clique no menu solicitações on-line
30 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
atualize seus dados de endereço, e-mail e telefone no Crf-rJ
Escolha a Ocorrência
“18 - Mudança de dados
cadastrais”.
Para cadastrar uma nova
senha, você deve informar seu número de
inscrição no CRF-RJ, CPF e o e-mail de
cadastro.
Após realizar o acesso no sistema, clique em “Petição/Protocolo Eletrônico”.
Agora atualiza os seus dados de endereço, telefone e e-mail. Clique em gravar petição.
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32 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
qualiPHarma ESPECialização:
Educação continuada e capacitação, o único caminho para o sucesso profissional. Com essas palavras, o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro – CRF-RJ, Marcus Athila, abriu a aula inaugural do Progra-ma QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO, no dia 25 de abril, no auditório da Associação Brasileira de Farmácia - ABF.
Com a sala repleta de profissionais, Athila, acompanhado do diretor-tesoureiro, Robson Ro-ney Bernardo, disse, muito emocionado, que es-tava transformando em realidade um sonho e um
compromisso de gestão. “Os farmacêuticos sem-pre reclamavam da situação profissional e do salá-rio, apesar de saber que piso salarial não é um en-cargo do CRF-RJ. Entendemos que, a única forma de melhorar profissionalmente e ter diferenciais para o mercado, é investir na educa-ção, na atualização e na capa-citação. Por isso, investimos nos melhores cursos para o QUALIPHARMA e trouxemos o curso de Pós-Graduação em
agora é difErEntE
concretização de um compromisso
Primeira turma reunida Presidente do CRF-RJ fala da importância da qualificação
33 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
Profissionais que atuam nas áreas hospitalar, ma-nipulação, varejo, pesquisa e distribuição participa-ram da aula inaugural, a maioria declarou o desejo pelo aperfeiçoamento, diante das mudanças do mercado e da inclusão da prescrição farmacêutica.
Cíntia Pereira Carboni, formada há 5 anos, em ati-vidade no varejo, busca na pós-graduação, conhe-cimento, atualização e suporte no que diz respeito à prescrição farmacêutica, principalmente no varejo, onde, segundo ela, “é muito difícil, em relação aos médicos, que não veem com bons olhos a interfe-
rência do farmacêutico, tanto na assistência e agora na prescrição”.
O farmacêutico Ednaldo Rodolfo, há um ano no varejo, entende que a todo momento surgem coi-sas novas no mercado, a exemplo a prescrição far-macêutica, daí a necessidade pelo aperfeiçoamento. Ele acrescentou que percebe que os usuários/clien-tes se sentem mais seguros ao receberem a assistên-cia farmacêutica e agora também com a prescrição. Para Lúcia Sena, farmacêutica experiente, a tendên-cia para o farmacêutico é a prescrição, como já acon-
busca pelo aperfeiçoamento e atualização
Prescrição Farmacêutica e Farmácia Clínica.”Marcus Athila ressaltou que é um privilegiado,
pois considera que estão saindo na frente, com uma nova proposta, já que o mercado está mu-dando e o profissional farmacêutico precisa se adequar. “Investimos em educação, em parcerias com institutos, universidades e faculdades, tudo isso para investir na vida do profissional farma-cêutico. Um projeto ambicioso, entregar para so-ciedade farmacêuticos clínicos, prescritores, que vão cuidar da saúde da população.”, finalizou o presidente do CRF-RJ.
Em parceria com o Instituto de Ciência e Tecno-logia e Qualidade – ICTQ, o curso tem o objetivo de fomentar o ensino, facilitar o acesso à especia-lização e incentivo à prescrição farmacêutica, com certificação pelo MEC, 400 horas/aula e um con-teúdo programático de alto nível. O gerente ad-ministrativo do ICTQ, Wilson Bernasol, ressaltou na ocasião que, “quando a oportunidade surge, o profissional já tem que estar preparado ou a per-derá. O empregador não vai esperar o farmacêu-tico se atualizar ou se capacitar, isso tem que ser uma constante”.
Robson Roney Bernardo, diretor-tesoureiro do
CRF-RJ, lembrou aos profissionais presen-tes, que a educa-ção é o caminho para se manter bem no mer-cado e obter melhores salá-rios, além disso, ninguém retira o conhecimento ad-quirido. Robson disse ainda que levou tempo para fazer uma pesquisa de mercado, a fim de oferecer o melhor conteúdo e o melhor preço para o far-macêutico, um valor de investimento quatro ve-zes menor do que atualmente é disponibilizado, e com o reconhecimento do MEC.
O diretor-executivo do ICTQ, Eugenio Muniz destaca nesta parceria é a iniciativa pública, por parte do CRF-RJ, e a privada, por parte do ICTQ, pois, a união destas energias gera benefícios sóli-dos para a profissão farmacêutica e para socieda-de brasileira.
Wilson Bernasol apresenta o curso
34 l Revista RioPharma l jul . ago 2015
tece na Europa, no Brasil, segundo ela, “já acontece de maneira informal, dentro da assistência farma-cêutica.” Lúcia, que trabalha no Programa DST Aids e Hepatites Virais, em Duque de Caxias, considera o caminho da atualização, o único para igualar o Brasil aos outros países onde a prescrição farmacêutica já é uma realidade. Já Jéssica Dantas, que trabalha em um posto de saúde em Inhoaíba, Zona Oeste da ci-dade, disse que as pessoas mais carentes são as que mais precisam da farmácia clínica e que já é comum o auxílio aos médicos nos postos, devido à grande de-manda para o atendimento. “Aí entra o papel do far-macêutico com a atenção farmacêutica e a partir de agora a prescrição, que é muito importante na aju-da ao médico na escolha da terapia do paciente. Por isso, é tão importante obter mais conhecimento para atuar no mercado como prescritor”, finalizou Jéssica.
Outra farmacêutica presente à aula inaugural do QUALIPHARMA ESPECIALIZAÇÃO, foi Viviane Her-culano Cardoso. Formada há três anos, ela trabalha em duas maternidades e precisou fazer 48 horas de plantão corrido para participar da pós, mas entende que o esforço é necessário, para investir na capaci-tação. Iniciou a carreira como estagiária na área de farmacologia, depois farmácia clínica, mas entende que é necessário investir na educação contínua, para melhor aplicar a prescrição farmacêutica na vida profissional e familiar.
Para o diretor-executivo do ICTQ, Eugenio Muniz, “o farmacêutico sai das universidades e faculdades muito imaturo, o que pode ser observado durante o processo seletivo, em vagas de emprego, entre os farmacêuticos iniciantes. O que observo são possibi-lidades e um universo infinito de oportunidades para profissionais que são determinados e que possuem a versatilidade da adequação às exigências do merca-do, ou seja, este profissional, por mais imaturo que esteja, necessita ter claro o que quer e onde deseja chegar. Desta forma, o investimento em educação e crescimento profissional e pessoal é fundamental para consolidação em um mercado competitivo.”
O CRF-RJ ressalta que, conforme Art. 6º da Reso-lução nº 586 de 2013 do Conselho Federal de Farmá-cia, o “farmacêutico poderá prescrever medicamen-tos cuja dispensação exija prescrição médica, desde
que condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quan-do da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde”. Porém, conforme descrito no 1º parágrafo, “para o exercí-cio deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, se-miologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.”
Dinâmica na aula inaugural
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O CRF-RJ firmou convênio com a insti-tuição de pós-graduação (ICTQ) visando abertura de inscrições para seleção e enca-minhado ao preenchimento de vagas da Pós--Graduação em Prescrição Farmacêutica e Far-mácia Clínica. Em caráter social, o convênio beneficiou os farmacêuticos inscritos com isen-ção da taxa de matrícula e com mensalidades com valores mais baixos que os cursos existentes.
Sobre o qualiPHarma ESPECializaçãoAs inscrições para o QUALIPHARMA ESPECIALI-ZAÇÃO ocorrem através da divulgação de edital de inscrição para o preenchimento das vagas. A primeira turma foi iniciada no 1º semestre de 2015 e há previsões em outras regiões, como Baixada Fluminense e interior. Acompanhe o we-bsite do CRF-RJ (www.crf-rj.org.br), os boletins de notícias e a página do Facebook para ficar sa-bendo sobre novos processos seletivos.