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Universidade Federal do Espírito Santo Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho
SANDRO ALVES DA SILVA
RISCOS AMBIENTAIS À SAUDE DO TRABALHADOR
NA LAVANDERIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
Vitória - ES
Março de 2009
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SANDRO ALVES DA SILVA
RISCOS AMBIENTAIS À SAUDE DO TRABALHADOR
NA LAVANDERIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
Trabalho de Conclusão de Curso de
Pós-Graduação - Lato Sensu, em
Engenharia de Segurança do Trabalho
apresentado ao Centro Tecnológico
da Universidade Federal do Espírito
Santo, como requisito parcial para
obtenção do título de Especialista em
Engenharia de Segurança do
Trabalho, sob a orientação da Prof.
Mestre Liliane Graça Santana
Vitoria - ES 2009
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 3
2 OBJETIVO............................................................................................... 5
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................ 5
3.1 LOCAL DE ESTUDO............................................................................... 6
3.2 ENTEVISTAS.......................................................................................... 6
3.3 APLICAÇÃO DA ESCALA LIKERT.......................................................... 7
3.4 DIAGRAMA CORLLET E MANENICA.................................................... 7
3.5 RECURSOS FOTOGRÁFICOS............................................................... 8
4 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 8
5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS................................................................... 9
6 PUBLICO ALVO...................................................................................... 10
7 ANÁLISE CRÍTICA DOS RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA...... 10
8 RESULTADOS ESPERADOS................................................................. 10
9 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO........................................................... 11
10 FINANCIAMENTO................................................................................... 11
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 12
12 APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA......................................... 13
13 APÊNDICE B – AMBIENTE DO TRABALHO......................................... 15
14 ANEXO A – DIAGRAMA CORLLET E MANENICA............................... 16
15 ANEXO B – TERMO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..... 17
16 APÊNDICE C – SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA
EXECUÇÃO DA PESQUISA................................................................... 19
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1. INTRODUÇÃO
A lavanderia tem uma importante função no desenvolvimento das atividades de
um hospital. Trata-se de um setor de apoio cujo papel é fundamental e que
afeta diretamente o funcionamento de todas as demais áreas. Cirurgias,
internações, procedimentos ambulatoriais, entre outros, são fortemente
dependentes do correto desempenho dos processos das lavanderias
hospitalares.
Para os funcionários que trabalham neste setor, a exposição ocupacional a
materiais biológicos representam um risco devido à possibilidade de
transmissão de patógenos, como o vírus da hepatite B (HBV) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (HIV). (CARVALHO; JALES, 1981; WAKAMATSU
et al., 1986; FOCACCIA et al., 1986).
A preocupação com a questão da saúde dos trabalhadores hospitalares no
Brasil iniciou-se na década de 70, quando pesquisadores da Universidade de
São Paulo enfocaram a saúde ocupacional em trabalhadores hospitalares
(BENATTI, M.C.C.; NISHIDE, V.M, 2000). Franco (1981) estudou 26 grupos
ocupacionais de trabalhadores hospitalares no ano de 1977 captando queixas
e doenças relacionadas com o processo de trabalho, tais como: doenças
infectocontagiosas, lombalgias, doenças alérgicas, fadigas e acidentes do
trabalho.
Alexandre (1993) constatou que as dores nas costas representam um sério e
expressivo problema para os trabalhadores de lavanderia hospitalar. O autor
atribuiu como nexo causal para as lombalgias o transporte e a movimentação
de cargas, a postura inadequada e estática, mobiliário e equipamentos também
inadequados.
Alem dos riscos, é exigido do trabalhador alta produtividade em tempo limitado,
sob condições inadequadas de trabalho, sendo estas relacionadas ao ambiente
e aos equipamentos. Segundo Santana (1996) essas condições acabam
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levando a insatisfações, cansaços excessivos, baixa produtividade, problemas
de saúde e acidentes de trabalho.
O sistema de lavagem industrial é um serviço que requer grande esforço físico
e contato com substâncias químicas. Deve-se ter cuidado ao lidar com
substâncias químicas, pois, de acordo com Dull (1995), elas estão presentes
no ambiente em forma de líquidos, gases, vapores, poeiras e sólidos podendo
provocar doenças. A preocupação com o conforto térmico, também é evidente
e fundamental nas lavanderias. Conforme Couto (1995), a exposição do
trabalhador na execução de tarefas em altas temperaturas pode causar
doenças tais como a hipertermia ou internação.
As conseqüências dessa exposição podem afetar diretamente os
trabalhadores, atingindo-os em seus aspectos físicos e psicológicos e, ainda,
pode repercutir nas relações familiares e sociais (MARZIALE, 2003).
Acidentes de trabalho são as mais visíveis mostras do desgaste do trabalhador.
Dada a ocorrência repentina, permitem associação imediata com efeitos
destrutivos no corpo do trabalhador. As cargas de trabalho a que estão
expostos os trabalhadores, quais sejam: químicas, físicas, fisiológicas,
biológicas, psíquicas, mecânicas, geram processo de desgaste. Além desses
fatores devem ser destacados: a falta de infra-estrutura adequada, escassez de
treinamento em serviço, falta de conhecimento de modos de prevenção, entre
outros (MEZZOMO, 1992).
Para analisar a ocorrência dos acidentes de trabalho é necessário conhecer o
processo de trabalho e as principais cargas a que se submetem os
trabalhadores (MEZZOMO, 1992).
Ponderando a respeito desses dados e considerando a importância do tema,
torna-se relevante realizar este estudo no universo dos trabalhadores da
lavanderia de um hospital universitário de grande porte no município de Vitória,
Estado do Espírito Santo.
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2. APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS
O desenvolvimento de um estudo sobre os aspectos do ambiente de trabalho
em lavanderia hospitalar é necessário, uma vez que serão estabelecidos os
principais riscos a que estão submetidos os trabalhadores de lavanderia
hospitalar, o que poderá ser utilizado por outras empresas/instituições.
Em qualquer ambiente de trabalho é importante estudar as condições físicas e
ambientais para que o espaço físico que envolve o trabalhador no desempenho
de sua tarefa se torne mais salubre e eficiente. A organização do espaço de
trabalho, lavanderia, deve objetivar a racionalização dos movimentos dos
trabalhadores ali inseridos, bem como do fluxo progressivo de trabalho.
O presente estudo trata de tema ainda pouco explorado nas pesquisas acerca
do ambiente de trabalho e a prevenção dos riscos de contaminação, seja das
roupas, ou dos trabalhadores de uma lavanderia. Entretanto, o tema torna-se
relevante à medida que se constitui pré-requisito para o trabalhador
desempenhar suas atividades com segurança e qualidade, obtendo, como
conseqüência, uma melhor qualidade de vida no trabalho e oferecendo ao setor
produtivo, maior produtividade.
Para este fim têm-se como objetivos:
Identificar, no âmbito da saúde do trabalhador, quais os riscos ocupacionais
a que estão expostos os trabalhadores da lavanderia do Hospital
Universitário Cassiano Antônio de Morais (HUCAM);
Avaliar o nível de satisfação, no trabalho, segundo percepção do
trabalhador.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada para esta pesquisa está centrada nos conceitos do
método utilizado para a diagnose ergonômica, Análise Macroergonômica do
Trabalho (AMT) proposto por Guimarães (2002) que preconiza a participação
dos trabalhadores em todo o processo.
Na realização de um estudo, a metodologia objetiva contemplar todos os
aspectos do trabalho de forma macroorientada, com o foco voltado não
somente aos postos e ambiente de trabalho, mas principalmente, no processo
e organização do trabalho (GUIMARÃES, 2002).
Para realização da pesquisa foi necessário fazer estudo das normas e
publicações que orientam o processo de organização de serviços de
lavanderia, objetivando sua maior eficácia e eficiência. Para este estudo foram
utilizados: Manual de Lavanderia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1986),
Processamento de Roupas de Serviço da Saúde: Prevenção e Controle de
Riscos (ANVISA, 2007), Segurança no Ambiente Hospitalar (ANVISA), Manual
Higienização de Estabelecimentos de Saúde e Gestão de seus Resíduos
(COMLURB/RJ, 2001).
3.1 ENTREVISTAS:
O primeiro instrumento de pesquisa utilizado foi questionário semi-estruturado
com o objetivo de traçar o perfil do trabalhador do estudo em questão. Para
tanto foi elaborado um questionário (APÊNDICE A) com questões referentes à
variáveis como: idade, sexo, escolaridade, tempo de serviço, uma vez que o
perfil influencia significativamente no desempenho do trabalhador e qualidade
dos serviços oferecidos pelo mesmo, interferindo na sua produtividade,
segurança e custos do ambiente de trabalho (LEITE, 2002).
As entrevistas são um instrumento utilizado para coleta de dados com a
finalidade, neste caso, de identificar as demandas ergonômicas sob o ponto de
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vista do trabalhador. Elas foram realizadas no final da jornada de trabalho
diurna, tendo por objetivo esclarecer de modo mais focado as questões
inerentes às atividades de trabalho.
Considera-se que quem realiza o trabalho sabe opinar com maior propriedade
a respeito dele. A entrevista foi realizada através de questões abertas, de modo
que não pode haver interferência ou qualquer indução para as respostas.
As respostas foram agrupadas por afinidade, ou seja, as respostas
semelhantes são consideradas como um mesmo Item de Demanda
Ergonômica (IDE). A tabulação das respostas de todos os respondentes
permitiu o estabelecimento de uma ordenação de importância quanto à
demanda ergonômica dos funcionários, objetivando traçar o perfil do
trabalhador do estudo em questão.
3.2 APLICAÇÃO DA ESCALA LIKERT
De acordo com Rensis Likert, criador do modelo em 1932, este método
possibilita medir o grau de intensidade de satisfação com o objeto de estudo. É
uma escala do tipo centrada no sujeito, uma vez que se supõe que a variação
nas respostas é devida às diferenças individuais. A intensidade de satisfação
vem na forma de uma afirmativa para o qual o inquirido tem cinco opções de
resposta para explicar o seu grau de satisfação (MAFRA, 1999; adaptado de
PADUA; AHMAN, 1996).
O questionário aplicado nesta etapa (APÊNDICE B), permitiu definir os critérios
mais expressivos para o ambiente de trabalho eficiente para a situação em
estudo, qual seja a lavanderia. As questões foram adaptadas para contemplar
a realidade do estudo.
Para operacionalização e análise destas variáveis, utilizou-se a escala de Likert
adaptada por Pereira et al. (2001), que foi adequada para que abrangesse os
valores numéricos pertinentes aos níveis de satisfação definidos na pesquisa.
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Tabela 1 - Escala para interpretação de satisfação em relação à lavanderia
QVT Interpretação
1,0 a 1,8 Muito Insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito Satisfeito
Fonte: Pereira et al. (2001)
3.3 DIAGRAMA CORLLET E MANENICA
Um dos métodos de avaliação das sensações subjetivas de desconforto e dor
mais utilizados na Ergonomia é a aplicação do Diagrama Adaptado de
CORLETT E MANENICA (1980) (ANEXO C). O questionário auxilia no
mapeamento das áreas e intensidade dos desconfortos sentidos pelos
funcionários, ao final da jornada de trabalho. O diagrama é uma inquirição
gráfica. Na folha de respostas há o desenho do corpo humano subdividido em
áreas onde o inquirido irá apontar as dores sentidas.
A intensidade das dores sentidas são apontadas em uma tabela que vai de 1
(um) - Nenhum Desconforto/dor a 5 (cinco) - Intenso Desconforto/dor. O
método está baseado numa classificação dos níveis de esforço requeridos
durante as atividades de trabalho.
3.4 RECURSOS FOTOGRÁFICOS
A análise indireta dos postos de trabalho foi realizada de forma assistemática –
através da visualização / observação da relação homem - tarefa – máquina “in
loco”. Esta técnica de observação permite o entendimento do investigador
sobre os sistemas produtivos e humanos em funcionamento, das necessidades
e demandas (LEITE, 2002).
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O registro fotográfico é utilizado para evidenciar gestos e posturas críticas
envolvidas na realização da tarefa, disposição e organização do posto de
trabalho. Utiliza-se este método para registrar a situação anterior e posterior
caso seja feita a implantação da melhoria ergonômica proposta (LEITE, 2002).
3.5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS
O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da instituição, sendo adotadas as normas da resolução 198/96 do
Conselho Nacional de Saúde. Os sujeitos foram esclarecidos sobre os
objetivos da pesquisa e assinaram o termo de consentimento informado. Foi-
lhes assegurado o anonimato e a confidencialidade das informações, também
conforme a resolução 198/96.
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4. TRABALHO EM LAVANDERIAS HOSPITALARES
O Serviço de Processamento de Roupas (SPR) do Hospital Universitário
oferece os serviços de lavanderia e rouparia, sendo responsável pelo
processamento de praticamente toda a roupa utilizada no hospital.
As roupas utilizadas nos serviços de saúde incluem lençóis, fronhas,
cobertores, toalhas, colchas, cortinas, roupas para pacientes, fraldas,
compressas, campos cirúrgicos, máscaras, propés, aventais, gorros, dentre
outros (KONKEWICZ, 2003; RUTALA; WEBER, 1997). Por meio desses
exemplos, percebe-se que existe uma grande variedade de sujidades, locais de
origem e formas de utilização dessas roupas nos serviços de saúde
(KONKEWICZ, 2003).
Em se tratando do processo de lavagem das roupas, destacamos que estas
passam pelas seguintes fases:
Figura 1 – Fluxograma Processo de Lavagem.
Roupa Suja
Roupa Limpa
Enxague
Umectação
Enxague
Pré-Lavagem
Enxague
Lavagem
Alvejamento
Amaciamento
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Lavagem é o processo que consiste na eliminação da sujeira fixada na roupa,
deixando-a com aspecto e cheiro agradável, com nível bacteriológico reduzido
ao mínimo e confortável para o uso. O processo de lavagem propriamente dito
é realizado na área suja. Não existe um único processo de lavagem para toda a
roupa do hospital, daí a necessidade de classificação ou triagem da mesma,
para se determinar o ciclo a ser usado (BRASIL, 2007).
O ciclo a ser empregado depende do grau de sujidade, do tipo de tecido da
roupa, assim como do tipo de equipamento da lavanderia e dos produtos
utilizados. É uma seqüência de operações ordenadas, levando em
consideração a dosagem dos produtos químicos, a ação mecânica, a
temperatura, e o tempo de contato entre essas duas variáveis (BRASIL, 1986).
A roupa suja geralmente contém uma grande quantidade de microorganismos.
Na literatura especializa, existem relatos com contagens que vão de 106 até 108
bactérias por cm2 de tecido. Vejamos abaixo a descrição de cada etapa de
lavagem, de acordo com as recomendações feitas pela ANVISA:
Umectação: é o processo que visa facilitar o molhamento e
conseqüentemente a remoção das sujidades solúveis em água, presentes
nas roupas, através do poder umectante de um tensoativo. Utiliza-se nível
de água alto.
Enxágüe: é a operação ordenada do processo da lavagem, destinada ao
arraste de resíduos de produtos e sujidades presentes na solução da
lavagem. Deve ser realizada com nível de água alto.
Pré-Lavagem: é o procedimento utilizado com a finalidade de retirar grande
quantidade de sujidade dos tecidos (sujidade pesada) através de produtos
específicos de lavagem, buscando remover 70% das sujidades, na qual
uma operação única de lavagem não seria suficiente para removê-la.
Utilizam-se produtos específicos e nível de água baixo. Utiliza-se esta fase
no ciclo de lavagem pesada.
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Lavagem: é a remoção completa da sujidade, no caso de realização da pré-
lavagem (sujidade pesada), ou como única fase, no ciclo de lavagem de
sujidade leve. Utilizam-se produtos para lavagem principal e nível de água
baixo. Nesta fase, utilizar temperatura elevada (acima de 85°C), após ser
garantida a remoção de proteínas das roupas.
Alvejamento: é o procedimento realizado com a finalidade de retirada das
sujidades que possam tingir as roupas, através da utilização de substâncias
químicas (cloro orgânico – pó, cloro inorgânico – líquido ou o peróxido de
hidrogênio). Promove a desinfecção da roupa e remoção de manchas
sensíveis à oxidação. Utiliza-se nível de água baixo.
Neutralização: é a operação realizada com a finalidade de garantir a
remoção dos resíduos de alcalinidade e cloro provenientes de outras
operações do processo de lavagem. Estes produtos podem provocar
“amarelamento” das roupas, nas fases de calandragem e passanderia, se
não retirados.
Amaciamento: é o processo final da lavagem, na qual é realizado
juntamente com a neutralização.
São aspectos importantes dessa etapa: a restituição da maciez e elasticidade
dos tecidos e a preservação das fibras e cores, de forma a propiciar conforto
para o uso (BRASIL, 1986). De acordo com Barrier (1994), a roupa é
desinfetada durante o processo de lavagem, tornando-se livre de patógenos
vegetativos, mas não torna-se estéril. A lavagem consiste numa seqüência de
operações ordenadas, que leva em consideração o tipo e a dosagem dos
produtos químicos, a ação mecânica produzida pelo batimento e esfregação
das roupas nas lavadoras, a temperatura e o tempo de contato entre essas
variáveis. O perfeito balanceamento desses fatores é que define o resultado
final do processo de lavagem (TORRES, LISBOA, 2001; BARRIER, 1994).
A utilização de vapor no momento da lavagem da roupa facilita a remoção da
sujeira e a diminuição da carga bacteriana dos tecidos, ou quando o uso de
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produtos químicos exigir temperaturas altas para sua ativação (por exemplo,
perborato de sódio e peróxido de hidrogênio).
A temperatura é um fator importante no processo de lavagem, pois diminui a
tensão superficial da água, facilitando a sua penetração nas fibras do tecido;
enfraquece as forças de adesão que unem a sujeira ao tecido; diminui a
viscosidade de graxas e óleos, facilitando a sua remoção; aumenta a ação dos
produtos químicos e contribui para a desinfecção das roupas (BRASIL, 1986,
BARRIE, 1994). Como resultado, melhora a qualidade do processo e colabora
com a economia de tempo e de produtos químicos.
4.1 – RISCOS EM LAVANDERIA
O surgimento das doenças inespecíficas de adaptação, em virtude do esforço
que o organismo realiza para adaptar-se a uma situação ambiental que violou
os ritmos biológicos, físicos e psíquicos, foi proporcionado pela organização
científica do trabalho – preconizada por Taylor (ODDONE et al.,1986). O
sistema taylorista-fordista, sob o ponto de vista da produção, segundo
GUIMARÃES (2002), promove ganhos em escala ao recrutar trabalhadores
com mínima ou nenhuma qualificação para o desempenho de uma única tarefa,
simples o suficiente para permitir rápido treinamento e justificar baixos salários.
Estudos realizados pela FUNDACENTRO (1985) os principais riscos a que
estão expostos os trabalhadores das lavanderias são:
Riscos Físicos:
Riscos Biológicos e,
Riscos Ergonômicos
Os riscos físicos normalmente são representados pela elevada temperatura,
falta de ventilação, ruído e umidade em excesso. Estudos realizados pela
FUNDACENTRO (1985) retratam que existem quatro categorias principais de
doenças devido ao calor:
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Exaustão do calor; É decorrente de uma insuficiência do suprimento de
sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos sanguíneos
em resposta ao calor.
Desidratação; Em seu estágio inicial, a desidratação atua principalmente
reduzindo o volume de sangue e promovendo a exaustão do calor.
Mas, em casos extremos, produz distúrbios na função celular,
provocando até a deterioração do organismo
Câimbras do calor; Ocorrem espasmos musculares, seguindo-se uma
redução do cloreto de sódio no sangue, de modo a atingir concentrações
inferiores a um certo nível crítico.
Choque térmico; Ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal,
que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo
funcionamento.
Existem diversos índices que correlacionam as variáveis que influenciam nas
trocas térmicas entre o indivíduo e o ambiente. Entre estes índices os mais
usados são: Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG), Índice de
Sobrecarga Térmica (IST) e Termômetro de Globo Úmido (TGU).
A legislação Brasileira, através da Portaria n.o 3214 de 08 de junho de 1978, do
Ministério do Trabalho, estabelece que a exposição ocupacional ao calor deve
ser avaliada através do índice IBUTG.
A NR 15 recomenda que a temperatura não ultrapasse o índice de 26,7ºC nas
atividades consideradas moderadas, como é o caso das lavanderias. Quando
ultrapassar este índice, é obrigatória a adoção de pausas com durações
variáveis.
Os Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de
serviço, em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será
definido no Quadro n º 1.
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REGIME DE TRABALHO
INTERMITENTE COM
DESCANSO NO PRÓPRIO
LOCAL DE TRABALHO
(por hora)
TIPO DE ATIVIDADE
LEVE MODERADA PESADA
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho,
sem a adoção de medidas
adequadas de controle
acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
Quadro 1. Regime de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho (por hora). São Paulo – SP, 2008. Fonte: NR 15, Anexo N.º3
A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) pode ser
feita consultando-se o Quadro n.º 3 da Norma Regulamentadora – NR 15.
No que se refere aos riscos biológicos destacamos a contaminação por
microrganismos presentes nas roupas infectadas por sangue, fezes e urina,
devido ao não uso efetivo de EPI ao manipular as roupas
Já os riscos ergonômicos são representados pela adoção de posturas
incorretas, impostas por deficiências nos equipamentos e no ambiente, de
modo geral, e pelo desenvolvimento do trabalho todo em pé. Tais riscos são
agravados pela não utilização de normas ou técnicas específicas para esta
modalidade de trabalho.
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Do ponto de vista ergonômico, SLACK et al.(1999) comentam que a
parcialização do trabalho (um homem /um posto /uma tarefa), a rotinização e a
massificação de atividades são fatores que contribuem para a alta incidência
de doenças ocupacionais e insatisfação com o trabalho.
A ergonomia é um aspecto fundamental a ser considerado, pois proporciona
um conjunto de conceitos importantes, capaz de reduzir significativamente a
incidência das Lesões por Esforço Repetitivo / Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho- LER/DORT, atuando não apenas na melhoria do
posto de trabalho, mas também na organização do sistema de trabalho
(COUTO et al., 1998). De acordo com GUÉRIN et al. (2001), a ação
ergonômica tem como finalidade transformar o trabalho, contribuindo para
preservar a saúde dos trabalhadores, dando condições de trabalho para
exercer suas competências no plano individual e coletivo, encontrando
valorização de suas capacidades, assim como, objetiva auxiliar na obtenção
das metas econômicas determinadas pela empresa.
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5. CENÁRIO DE ESTUDO
O estudo foi desenvolvido num Hospital Público e Universitário do Espírito
Santo, que integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Ministério da
Educação (MEC), sendo referência no Estado na prestação de serviços de
atendimento à população. Sendo classificado como de grande porte, de nível
terciário, cuja finalidade é prestar assistência adequada à população sob sua
responsabilidade e oferecer condições apropriadas de ensino de graduação e
pós-graduação a alunos da Universidade (UFES); promover educação
continuada e integrar as atividades docentes-assistenciais e de apoio à
pesquisa.
A amostra inicial seria composta por todos os trabalhadores da Lavanderia
(Lavador, Secador, Calandra, e Auxiliares de Serviços Diversos), de plantão
diurno e noturno, total de 38 (trinta e oito), sendo excluídos da aplicação do
questionário os que estivessem afastados da atividade diária (atestado médico
e férias). Porém, durante a aplicação dos questionários, alguns funcionários
recusaram-se a responder as questões. Diante do exposto, a amostra desta
pesquisa compreende 19 trabalhadores que atuam na lavanderia.
A lavandeira, local especifico deste estudo dentro da estrutura hospitalar, é
construída por um prédio ao lado do centro hospitalar, tendo sua estrutura de
concreto, paredes de alvenaria, no qual é dividida em área operacional e área
administrativa. Na área operacional tem pé direito de aproximadamente 9
(nove) metros, com telhado de amianto, coberto por isolante térmico.
A lavanderia hospitalar do HUCAM está dividida em área contaminada/suja e
área limpa. O seu layout está apresentado de forma esquemática na Figura 2.
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Figura 2 – Layout Área de Processamento
32
Na área suja a ventilação é natural (através de aberturas como portas e janelas
e a iluminação é artificial, através de lâmpadas fluorescentes) e natural (através
das aberturas).
As paredes não são constituídas de material impermeável, e o piso é de
cerâmica, constituído de ranhuras, possuindo uma grelha para expulsão da
água usada pela maquina de lavar.
Na área limpa onde é secada a roupa, o pé direito é de aproximadamente 9
(nove) metros, com telhado de amianto, coberto por isolante térmico, a
ventilação é natural (através de aberturas como portas e janelas) e artificial
(aparelhos circuladores de ar) e a iluminação é artificial (através de lâmpadas
fluorescentes) e natural (através das aberturas).
Á área limpa é dividida com divisória e rebaixamento do teto, onde localiza-se o
ar-condicionado possibilitando um maior conforto para os trabalhadores, uma
vez que a calandra não está sendo utilizada por motivos técnicos. Atualmente
vem sendo feita apenas a dobragem dos lençóis e separação dos demais itens
já secos.
Na Figura 3 temos a apresentação dos fluxogramas do processamento da
roupa na Área Suja e na Área Limpa, respectivamente.
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Figura 3 – Fluxograma Operacional da Lavanderia
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Inicialmente toda a roupa é recolhida nas unidades do hospital, por um
funcionário desta área, que utiliza em carrinho para efetuar o transporte. As
roupas são colocadas em sacos plásticos comuns e não em hampers (sacos
especiais para o transporte de roupas). O material recolhido segue para área
contaminada onde se dá o recebimento e a roupa é separada de acordo com o
grau de sujidade “leve” (não possui manchas, apenas traços de suor, poeira)
ou “pesada” (possuem manchas, urina, fezes, sangue, remédios, dentre
outros). É no processo de separação, de acordo com o tipo de sujidade, que é
escolhido o processo de lavação e desinfecção. Após esta separação, a roupa
é pesada e agrupada em lotes correspondente à fração da capacidade da
máquina, geralmente 80% de sua capacidade de lavagem.
Terminada a pesagem, inicia-se o processo de lavação propriamente dito. O
ciclo a ser empregado no processo de lavação é determinado de acordo com o
grau de sujidade. Vejamos abaixo o fluxograma de rotina para processamento
de roupas
Armazenamento, transporte e distribuição da roupa limpa
Separação, dobra, embalagem da roupa limpa
Secagem, calandragem da roupa limpa
Centrifugação
Processo de lavagem da roupa suja
Recebimento, pesagem, separação e classificação da roupa suja
Coleta e transporte da roupa suja até à unidade de processamento
Retirada da roupa suja da unidade geradora
Figura 4 – Fluxograma de Rotina para Processamento de Roupas
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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados da presente pesquisa foram divididos em três etapas. A primeira
aborda o perfil dos trabalhadores. A segunda apresenta a percepção dos
trabalhadores em relação ao seu ambiente de trabalho, para tanto foram
utilizados dois instrumentos distintos: Questionário Semi-estruturado e a Escala
LIKERT, onde são analisados os níveis de satisfação em relação à integração
social, condições de trabalho, saúde e participação. Por ultimo foi aplicado o
Diagrama Corllet e Manenica com a finalidade de mapear os desconfortos
sentidos pelos usuários.
6.1 PERFIL DOS TRABALHADORES
Nesta etapa buscou-se traçar o perfil dos trabalhadores estudados, o número
de respondentes foi 19 (dezenove). Analisando as características do perfil dos
trabalhadores estudados, constatou-se que 47% eram do sexo masculino e
53% do sexo feminino conforme pode ser observado no Gráfico 1. Os
responsáveis por desempenhar as atividades de lavagem e secagem, eram
todos do sexo masculino. Resultado semelhante foi encontrado por Fontes
(2003) ao pesquisar uma lavanderia hospitalar em Belo Horizonte – MG, onde
as mulheres não trabalhavam nos postos de lavagem e secagem, os quais
exigiam mais força braçal. Tais dados reafirmam a tendência de se contratar
homens para desenvolver atividades ditas “mais pesadas” numa lavanderia, ou
seja, em atividades que exigem força física. As atividades de costura e rouparia
são realizadas pelas mulheres, que são atividades “mais leves”.
Gráfico 1. Distribuição de porcentagens relativa ao ao sexo.
36
Em relação à idade, constatou-se que apenas 16% deles tinham idade entre 18
e 25 anos, enquanto que 84% têm acima de 35 anos (GRÁFICO 2).
Gráfico 2. Distribuição de porcentagens relativa a idade.
Quanto ao grau de escolaridade dos trabalhadores, pode-se perceber que 26%
dos trabalhadores possuíam ensino médio completo e 21% possuíam ensino
fundamental completo, que é a escolaridade mínima exigida para se trabalhar
em lavanderia, conforme Castro e Chequer (2001).
Gráfico 3. Distribuição de porcentagens relativa à escolaridade.
O Mistério da Saúde (1996) ressalta que a qualificação do pessoal possibilita o
uso de equipamentos e processos inovadores, reduzindo o custo operacional e
otimizando o espaço. Segundo Lisboa e Torres (1999), a exigência em torno da
qualificação se dá em virtude das informações referentes às prescrições das
tarefas, que necessitam ser lidas e entendidas por quem irá executá-las.
O tempo de serviço dos trabalhadores variou de 1 ano à 27 anos de trabalho. O
grupo que apresenta maior representatividade é o dos trabalhadores que estão
a mais de 16 anos trabalhando na lavanderia, com 32%.
37
De acordo com Miguel (2005), a experiência esta diretamente ligada ao tempo
de trabalho, pois quanto maior o tempo de trabalho, maior a possibilidade dos
trabalhadores reconhecerem os defeitos dos equipamentos, as condições
ambientais do local, além de desenvolverem modos operatórios que minimizem
riscos. Santana (1996) defende que os investimentos em relação a capacitação
dos trabalhadores por meio de treinamentos, buscam obter equipes de trabalho
mais produtivas e com menor grau de rotatividade.
Gráfico 4. Distribuição de porcentagens relativa ao tempo de serviço.
Quanto ao setor de trabalho, pode-se perceber que 54% dos trabalhadores
estão atuando no setor de rouparia. Esse número elevado de pessoal em um
único setor justifica-se pelo fato da lavanderia não estar fazendo uso da
calandra (operação que seca e passa ao mesmo tempo as peças de roupa lisa
como lençóis, colchas leves, uniformes, roupas de linhas retas, sem botões ou
elástico, à temperatura de 120ºC a 180ºC).
Gráfico 5. Distribuição de porcentagens relativa ao setor de trabalho.
6.2 PERCEPÇÃO DO TRABALHADOR EM RELAÇÃO AO SEU AMBIENTE
DE TRABALHO
A percepção do trabalhador em relação ao seu ambiente de trabalho foi
identificada a partir da aplicação de um questionário semi-estruturado, cujos
resultados serão apresentados a seguir.
38
6.2.1 – Questionário semi-estruturado
Quando questionados sobre a existência de risco na utilização dos
equipamentos de trabalho, os entrevistados apontaram a máquina de lavar e a
secadora como os equipamentos que representam maior risco, ambos com
41% cada. Em seguida aparece o carro de transporte, com 9% (GRÁFICO 6)
Gráfico 6. Distribuição de porcentagens relativa a identificação de equipamentos que apresentam riscos aos trabalhadores.
Os equipamentos instalados na unidade de processamento são as máquinas e
aparelhos que participam das várias etapas do processamento de roupas, sem
os quais se torna impossível seu efetivo funcionamento. O planejamento para a
instalação dos equipamentos de uma unidade de processamento de roupas
deve ser criterioso, avaliando-se sempre as instalações já existentes e as
futuras necessidades (BRASIL, 2005). Para a aquisição desses equipamentos
é necessário verificar as especificações de fabricação, instalação, níveis de
ruído e segurança presentes em normas, além das recomendações do
fabricante.
Visando evitar acidentes, como por exemplo, choque elétrico, os equipamentos
e sistemas usados na unidade de processamento de roupas devem possuir
aterramento elétrico e isolamento de suas partes energizadas (ABNT NBR
5410/04). Também é mandatório que sejam dotados de dispositivos
eletromecânicos que interrompam seu funcionamento quando de sua operação
inadequada, tais como abertura de compartimento (BRASIL, 2005 - NR1 32).
A manutenção desses equipamentos é outro item que interfere diretamente nos
riscos que ele pode vir a ocasionar. Define-se manutenção como o conjunto de
1 Normas Regulamentadoras – NR, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978.
39
ações que visa a assegurar as boas condições técnicas de um equipamento,
preservando-lhe as características funcionais de segurança e qualidade
(BRASIL, 2006 - Manual de Odontologia). Na manutenção distinguem-se duas
formas de ações: a prevenção, denominada manutenção preventiva e a
correção, denominada manutenção corretiva.
A manutenção preventiva é um conjunto de ações necessárias para manter o
equipamento em boas condições de operação e reduzir falhas. É prevista,
preparada e programada antes do provável aparecimento de falhas
(CARDOSO; CALIL, 1999 apud HOSBACH; VARANI; CALIL, 2005).
A manutenção corretiva é um conjunto de ações aplicadas para adequar o
equipamento de forma a restabelecer as suas funções. (CARDOSO; CALIL;,
1999 apud HOSBACH; VARANI; CALIL, 2005).
Os entrevistados também responderam questões relativas às lesões que
podem ocorrer durante o manuseio dos equipamentos acima citados. A
Contaminação e as lesões Lesão por Esforço Repetitivo / Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER / DORT) apareceram em
primeiro lugar, com 18% cada, logo a seguir temos dor muscular 17%, choque
elétrico 14%, corte 12%, queda 8% e outros com 3%.
Gráfico 7. Distribuição de porcentagens relativa a identificação dos tipos de lesões que estão expostos os trabalhadores.
De acordo com o Manual de Processamento de Roupas da ANVISA, apesar de
a roupa suja possuir um grande número de microrganismos patogênicos, o
risco de transmissão de doenças é praticamente inexistente se a mesma for
40
corretamente manipulada e processada e, não possui papel relevante na
cadeia epidemiológica das infecções hospitalares. Estudos realizados por
Mezzono (1992) e Lisboa e Torres (1999) apontaram a roupa hospitalar como
provável fonte de infecção, mas em todos os casos relatados as principais
medidas de controle foram negligenciadas.
O Manual aponta ainda que a combinação de fatores mecânicos, térmicos e
químicos resulta na ação antimicrobiana do processo de lavagem. A diluição e
a agitação da roupa removem substancial quantidade de microorganismos. A
ação dos detergentes promove a suspensão e remoção de sujidades e também
possui propriedade antimicrobiana. A temperatura elevada da água e/ou o uso
de alvejantes também contribui para a destruição microbiana. Além disso, a
mudança do pH de 12 para 5, na etapa de neutralização e as etapas de
secagem e calandragem também promovem uma ação antimicrobiana
adicional (CDC, 2003).
A adesão às precauções padrão e adequado descarte de perfurocortantes são
essenciais para garantir a prevenção e o controle da disseminação de
patógenos entre os trabalhadores, além da recontaminação da roupa. O
processamento sistematizado e controlado das roupas diminui os riscos
associados e garante qualidade do processo. É importante destacar que os
trabalhadores da unidade de processamento de roupas devem receber
constantemente orientações aos referentes ao modo de transmissão de
doenças e controle de infecções.
Dos problemas identificados, os de maior gravidade e freqüência durante o
manuseio de roupas foram os relacionados a posturas prejudiciais provocas
pela má disposição de instrumentos de trabalho, de alcances e de
inadequações do campo de visão, podendo provocar distúrbios muscular e
esquelético aos trabalhadores. Tais problemas podem ser observados no
transporte e movimentação das roupas destinadas à lavagem. Estas roupas
são carregadas e direcionadas à área das máquinas de lavar.
Cabe salientar que este transporte é realizado pelos trabalhadores, exigindo
flexão constante do tronco e das pernas, posição em pé por período
41
prolongado e movimentação de cargas. Conforme Dull (1995) o movimento de
pegar, carregar, puxar ou empurrar cargas provoca tensões e lesões nos
braços, ombros e costas.
Outras tarefas, como o carregamento / descarregamento das máquinas de
lavar e das secadoras, exigem movimentos excessivos do corpo, como
flexionar o tronco e as pernas constantemente e elevar os braços acima do
ombro (FOTOGRAFIA1), exercendo forças desnecessárias e posturas
inadequadas.
Fotografia 1. Movimentação de descarga da máquina de lavar.
No carregamento da máquina de lavar o funcionário flexiona o tronco para
retirar as roupas do chão e na pesagem da roupa. No retirada da roupa na área
limpa o funcionário tem que se alongar para retirar a roupa de dentro da
maquina, forçando os braços e a coluna. Esses movimentos podem causar
tensões mecânicas localizadas e em longo prazo acabam causando dores e
lesões temporárias e/ou permanentes.
Estudo desenvolvido por Calegari (2003) mostrou que as partes do corpo físico
dos trabalhadores da lavanderia mais sobrecarregadas são os ombros e as
42
pernas, pois os mesmos apresentam queixas como dores nas costas
decorrentes dos movimentos repetitivos, da demanda de trabalho, e das
características dos postos de trabalho.
Dull (1995) destaca que movimentos que exigem muita energia podem
provocar sobrecarga nos músculos, coração e pulmões. Essa sobrecarga é
percebida na dificuldade de movimentação dos carrinhos de roupas da
lavagem para a secadora (FOTOGRAFIA 2). O problema é agravado pelo piso
que permanece constantemente molhado que, ainda, pode provocar problemas
acidentários como escorregões e quedas.
Fotografia 2 - Movimentação dos carrinhos de roupas da lavagem de separação de roupas – area suja.
De acordo com a observação feita em campo, documentada através de registro
fotográfico, outro ponto merece destaque quando nos referimos a lesões que
podem ocorrer durante o trabalho especificamente neste lócus de estudo.
Referimo-nos ao choque elétrico, conforme pode ser observado nas fotos (3 e
4 a seguir), identificamos diversos pontos de risco.
43
Fotografia 3. Risco de choque elétrico.
Fotografia 4. Instalação eletrica inadequada – Quadro Disjuntores.
Em se tratando do risco de quedas, o uso de equipamento de proteção
individual tais como botas de Cloreto de Polivinila (PVC) ou borracha
44
antiderrapante podem ser consideradas itens que contribuem para evitar
possíveis quedas e torções em piso escorregadio e úmido. Ainda sobre esse
tema, a NR-8 estabelece que as aberturas nos pisos devem ser protegidas de
forma que empeçam a queda de pessoas ou objetos.
Na Fotografia 5 apresentada a seguir vemos a existência de risco eminente de
queda, neste caso configurado através de desnivel.
Fotografia 5. Risco de Queda – Desnivel/Buraco.
Com relação a ocorrência de acidentes de trabalho, verificou-se que 79%
informaram não ter sofrido nenhum tipo de acidente, 16% já tiveram algum
acidente e 5% não responderam a esse tópico.
Gráfico 8. Distribuição de porcentagens relativa a ocorrencia de acidentes de trabalho envolvendo o entrevistado.
45
Conforme o Art. 19 da lei 8.213, publicada em 24 de julho de 1991, acidente do
trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou
pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 esta
lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho
(BRASIL, 1991).
Apesar de serem regimes jurídicos diferenciados que regem a categoria dos
trabalhadores públicos e privados, em ambas as codificações, há a
necessidade de ser feita a comunicação do acidente de trabalho, sendo que
para a legislação privada essa comunicação deverá ser feita em 24hs, por meio
do formulário denominado Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). O
Regime Jurídico Único (RJU) dos funcionários da União, Lei n.º 8.112/90,
regula o acidente de trabalho nos arts. 211 a 214, sendo que o fato classificado
como acidente de trabalho deverá ser comunicado até 10 (dez) dias após ter
ocorrido (BRASIL, 1991).
Em relação ao uso Equipamento de Proteção Individual (EPI) foi identificado
que apenas 42% dos entrevistados fazem uso dos mesmos, conforme pode ser
observado abaixo.
Gráfico 9. Distribuição de porcentagens relativa a utilização de equipamentos de proteção individual – EPI.
Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos
devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto.
Os EPI deverão ser usados sempre que existir risco de contato ou aspersão de
fluidos corpóreos no profissional durante os procedimentos.
46
Deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de
forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. Vejamos a
utilização correta de EPI na figura a seguir:
MÁSCARAS
Utilizadas para proteger o indivíduo contra
inalação de aerossóis (nas mucosas da boca
e nariz). Devem ser respiratórias (tipo
semifacial) e impermeáveis (ABNT-
NBR 12810/93).
AVENTAL Utilizado durante os procedimentos onde
houver possibilidade de contato com material
biológico e com superfícies
contaminadas. Protege a roupa do profissional de limpeza e a região
abdominal contra umidade. Deve ser de
PVC, impermeável e de manga longa (ABNT-
NBR 12810/93).
BOTAS Utilizadas para proteção
dos pés em locais úmidos ou com
quantidade significativa de material infectante. Devem ser de PVC,
impermeáveis, resistentes, de cor
clara, com cano ¾ e solado antiderrapante.
Admite-se o uso de sapatos impermeáveis e resistentes, ou botas de cano curto (ABNT-
NBR 12810/93).
ÓCULOS
Usados para proteger a mucosa ocular contra possíveis respingos de
sangue e secreções. Devem ter lentes panorâmicas, incolores, ser de plástico resistente, com armação em plástico flexível, com proteção lateral
e válvulas para ventilação (ABNT-NBR 12810/93).
LUVAS São indispensáveis para proteger o
profissional de limpeza em suas atividades e de qualquer contato direto ou indireto com material orgânico (sangue, secreções,
excretas, tecidos). Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara, antiderrapantes e de cano longo. Admite-se, também, o uso de
luvas de borrachas que são mais flexíveis (ABNT-NBR 12810/93).
UNIFORME Utilizado para proteção do corpo e identificação do profissional. Deve ser composto de calça comprida e camisa com manga, no mínimo de
¾, de tecido resistente e de cor clara (ABNT-NBR 12810/93).
ATENÇÃO: Os EPI utilizados devem ser lavados e desinfetados diariamente. Quando o EPI for atingido por sangue ou secreções, deve ser substituído imediatamente e enviado para higienização.
Figura 5. Modelo de EPI recomendados para trabalhadores de lavanderia hospitalar. Brasil, 2009. Fonte: ANVISA
47
Vale salientar que a melhor proteção que se pode oferecer ao trabalhador é a
informação, pois de nada vale os EPI se não forem utilizados de maneira
correta. A negligencia é uma forte aliada dos riscos biologicos que fazem do
trabalhador, especialmente o desqualificado, alvo fácil desta ameaça.
O número de trabalhadores que fazem a substituição dos EPI é apenas 21%
entre os trabalhadores entrevistados.
Gráfico 10. Distribuição de porcentagens relativa a substituição de equipamentos de proteção individual – EPI.
De acordo com a NR 6, item 6.6 (BRASIL, 2009), cabe ao empregador quanto
ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Ainda de acordo com a NR6, item 6.7 (BRASIL, 2009), cabe ao empregado
quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Conforme NR 32 todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a
agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em
condições de conforto. A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o
empregado. Esse mesma Norma Regulamentadora também estabelece que
48
deve ser vedado o uso de calçados abertos, o ato de fumar, bem como o uso
de adornos nos postos de trabalho (BRASIL, 2009).
Outro tema pesquisado foi a ocorrência de dores sentidas pelos trabalhadores,
em função das atividades desempenhadas em seu posto de trabalho. Neste
item, os entrevistados poderiam escolher mais de uma opção de resposta.
Sendo assim foram encontrados os seguintes dados: 64% dos entrevistados
relataram sentires dores, sendo que 23% as sentem durante o trabalho e 41%
após.
Gráfico 11. Distribuição de porcentagens relativa a dores sentidas pelos trabalhadores.
Para os ergonomistas, o layout dos locais de trabalho tem forte influência sobre
a capacidade ou habilidade para se desempenhar uma tarefa. Um boa postura
é fundamental, devendo ser considerada em relação às exigencia dos fatores
associados com a tarefa a ser executada em termos de necessidades visuais,
alcance, manipulação, cargas posturais e biomecanicas (COUTO, 1995).
Neste sentido, podemos afirmar que é preciso criar condições adequadas de
trabalho para evitar riscos ao trabalhador e contribuir para o aumento da sua
safisfação.
Os agentes ergonômicos e psicossociais estão contemplados na norma
regulamentadora NR 17, que estabelece parâmetros que permitem a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente (GODOY et al, 2004). A NR 17 traz várias orientações
que também podem ser aplicadas ao serviço de processamento de roupas.
49
Segundo GODOY et al (2004), a diminuição dos riscos de doenças
ocupacionais está relacionado à adequação de equipamentos e mobiliários,
assim como a questões organizacionais, como pausas regulares e rodízio de
tarefa na jornada de trabalho.
Segundo Guimarães et al (2002, p.08 ) “é imprescindível a utilização de pausas
durante a jornada de trabalho, preferencialmente livres e de curta duração a um
ritmo e em uma escala que pode ser resolvida pelo próprio grupo de trabalho”.
Guimarães et al (2002) ainda pontua que
Há necessidade de colocação de assentos para descanso durante estas pausas, tendo em vista a dificuldade de alternar posturas em pé com a postura sentada, já que a maioria das roupas é grande, demandando a postura em pé para o manuseio (GUIMÃES et al, 2002, p. 08)
Essa orientação está presente na NR 17, que determina que para atividades
em que os trabalhos são realizados em pé, devem estar disponíveis assentos
para descanso em locais que possam ser utilizados pelos trabalhadores
durante as pausas (BRASIL, 1978).
Neste estudo, quando os entrevistados foram questionados sobre a realização
de pausa durante a jornada de trabalho obtivemos o seguinte resultado, 90%
dos entrevistados realizam a pausa, 5% não realizam nenhum tipo de pausa e
o mesmo número não respondeu a pergunta.
Gráfico 12. Distribuição de porcentagens relativa realização de pausa durante o período laboral.
50
Outro item abordado foi a realização de rodízio, no qual 53% afirmaram realizar
algum tipo de rodízio, 31% não realizam e 16% não responderam a esta
questão. Para Guimarães et al (2002) é necessário instituir rodízios
sistemáticos de tarefa, principalmente em trabalho fragmentado e repetitivo. O
rodízio nesse setor, junto com uma intervenção nos postos e ambiente físico e
organizacional, pode amenizar os problemas decorrentes da grande exigência
de grupos musculares específicos.
Gráfico 13. Distribuição de porcentagens relativa realização de rodízio de atividades durante o período laboral.
No que se refere aos incômodos existentes no posto de trabalho, os
entrevistados apontaram o calor (27%); odor (23%), ruido e ventilação ambos
com (16%), iluminação (7%), frio (5%) e postura, umidade e ritmo com (2%)
cada.
Gráfico 14. Distribuição de porcentagens relativa aos incômodos no posto de trabalho percebidos pelos trabalhadores.
51
A adoção de medidas como a elaboração de um sistema mais eficiente de
ventilação e renovação do ar, redução dos ruídos, melhor higienização e
arrumação do local, bem como o aumento da capacidade dos equipamentos
para evitar o acumulo de serviço, pode contribuir para a melhoria das
condições ambientais de trabalho na lavanderia estudada.
A lavanderia apresenta equipamentos que durante o seu funcionamento
produzem calor, ruídos, vibrações e vapor, portanto devem ser previstas
medidas que reduzam danos aos trabalhadores (MEZZOMO, 1992; LISBOA;
TORRES, 1999). O tempo de exposição a estes agentes não devem ser
ultrapassados conforme limite de tolerância estabelecida pelas normas
American Conference of Industrial Hygienists (ACGIH) e NR15. Quando não se
tem o controle dessas variáveis, estas podem se tornar riscos físicos à saúde
do trabalhador, desencadeando agravos como fadiga, cefaléia, estresse, e
tontura, perda auditivas entre outras, favorecendo a ocorrência de acidentes
e/ou doenças ocupacionais.
Para Bustamante (1998) o ambiente físico das lavanderias é caracterizado por
altas temperaturas dos equipamentos de secagem e vapor utilizado nas
maquinas de lavar e calandras, além de elevado grau de umidade.
Quando um trabalho pesado tem que ser realizado em temperaturas
ambientais de 25ºC, a simples eliminação do excesso de calor passa a ser uma
carga adicional sobre o coração (GRADJEAN, 1996). A produção de calor é
contínua e aumenta com o esforço físico executado, portanto deverá haver
uma permanente e imediata eliminação do excesso de calor produzido para
que a temperatura do corpo possa ser mantida constante.
Conforto térmico e equilíbrio térmico do corpo humano estão relacionados, uma
vez que a sensação de bem estar térmico depende do grau de atuação de
sistema termorregulador para a manutenção do equilíbrio térmico. Isso significa
que, quanto maior for o trabalho desse sistema para manter a temperatura
interna do corpo, maior será a sensação de desconforto térmico,
desencadeando fadiga, cefaléia, estresse e tontura, favorecendo a ocorrência
de acidentes e/ou doenças ocupacionais (FUNDACENTRO, 1985).
52
Na medida em que as condições do ambiente de trabalho expõem, de forma
mais severa, o trabalhador ao calor, ocorre uma reação no organismo humano
no sentido de promover um aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrem
reações fisiológicas para promover uma maior perda de calor. Essas reações,
por sua vez, provocam outras alterações que, combinadas, resultam em
distúrbios fisiológicos (FUNDACENTRO, 1985).
Ruas (1999) destaca que os principais mecanismos de defesa do organismo
humano, quando submetido a uma condição de ganho intenso de calor são:
Vaso dilatação periférica; É a primeira ação corretiva que se processa no
organismo, que implica num maior fluxo de sangue na superfície do
corpo e num aumento da temperatura da pele.
Sudorese; É perda de sais do organismo, levando a desidratações,
contribuindo também para o estresse.
O autor acrescenta ainda que, se o aumento do fluxo de sangue na pele e a
produção de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de
calor, ou se estes mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente, uma
fadiga fisiológica pode ocorrer.
A saturação do ar gerada pelo calor, pela umidade e pelos odores provocados
pelos equipamentos deve ser controlada em todo o ambiente da lavanderia,
principalmente quando os odores são provocados pelo manuseio ou pela
movimentação de produtos químicos (CANDIDO; VIERIA, 2003).
Segundo estudos realizados por Oddone (1986), o odor gerado pelos produtos
químicos pode incomodar os trabalhadores, chegando a causar dores de
cabeça e enjôos, além do odor das roupas sujas, advindas dos procedimentos
hospitalares. O uso dos equipamentos de segurança adequados, tais como
mascaras respiratórias, podem amenizar os odres presentes no ambiente de
trabalho.
53
Fotografia 6. Uso de mascara respiratória.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o National Institute
for Occupational Safety and Health (NIOSH), o ruído prevalece como um
acelerador do estresse neste setor (CALEGARI, 2003), estas cargas podem
constituir fontes de fadiga e por isto devem ser controladas. Este controle pode
ser estabelecido a partir de pausas ou mesmo troca de tarefas para possibilitar
a eliminação do excesso de carga térmica e muscular, uma vez que contribui
para o conforto do trabalhador.
Estudo realizados por Burgess (1995) apontam que o ruído e a trepidação
provocados por alguns equipamentos podem ser minimizados com o uso de
amortecedores de vibração e pela manutenção correta, conforme preconizado
pelos fabricantes. Além disso, devem ser firmemente assentados no piso, que
deve ser liso e sem declive.
O ruído proveniente do maquinário utilizado, lavadoras e secadoras, pode se
agravado pela falta de manutenção preventiva e até mesmo corretiva, e podem
ocasionar distúrbios emocionais, tais como irritação, dores de cabeça, aumento
da pressão arterial, problemas digestivos e cardiovasculares, decorrentes do
54
estresse e, até mesmo, a perda auditiva, sendo assim, estas cargas devem ser
controladas (BURGESS, 1995).
Os níveis de ruído contínuos ou intermitente devem ser medidos em decibéis
ou Db (A). A Figura 6 demonstra diferentes possibilidades de ruídos e seus
níveis de agressividade.
Figura 6. Exemplos de níveis de pressão sonora. Brasil, 2009. Fonte: FIOCRUZ – Portal Teses.
É importante destacar que o tempo de exposição aos níveis de ruído não deve
exceder os limites de tolerância estabelecidos pela NR 15.
Em relação à iluminação, a NR 17 sugere que esta seja distribuída
uniformemente de forma geral e difusa, evitando ofuscamentos, reflexos,
sombras e contrastes. Para área suja e área limpa 300 lux (iluminação geral),
área de costura 750 lux (iluminação específica) e rouparia 150 lux, possuindo
padrões condizentes com os especificados pela NBR 5413 – Iluminação de
Interiores.
55
A sensação térmica de frio, apontada pelos entrevistados, está diretamente
relacionada ao setor de rouparia, onde as roupas são dobradas, conforme pode
ser observado na Fotografia 7.
Fotografia 7. Rouparia – Dobra de roupas.
Os funcionários do setor de secagem estão expostos a mudanças bruscas de
temperatura, uma vez que transitam deste setor até a rouparia, onde
constatamos a presença de ar-condicionado. Este incidente ocorre, pois a
lavanderia possui uma unida entrada para os dois setores. Esse choque de
temperatura pode provocar resfriados e problemas respiratórios.
A postura, a umidade e o ritmo, que aparecem com 2% (GRÁFICO 14) estão
diretamente relacionados à construção de ambientes adequados do ponto de
vista do conforto ambiental e biológico, os quais irão propiciar melhores
condições de trabalho, favorecendo o ótimo desempenho do organismo
humano, predispondo a melhorar sua eficiência e produtividade.
Condições ambientais desfavoráveis podem prejudicar o bom andamento do
trabalho gerando estresse e fadiga, e impossibilitar a execução de tarefas,
56
além de favorecer a redução da satisfação do trabalhador com o ambiente de
trabalho (CASTRO; CHEQUER, 2001).
Na lavanderia, é imprescindivel que os individuos envolvidos no processo de
higienização da roupa sejam protegidos contra riscos de contaminação,
acidentes e incidentes. Para tanto é fundamental que os trabalhadores tenham
ciência de quais riscos estão expostos, pois só assim se concientizarão sobre
as medidas de seguranças que devem ser adotadas.
Em nosso estudo obtivemos os seguintes índices: 79% dos entrevistados
afirmaram que receberam algum tipo de informação sobre os riscos os quais
estaria exposto no seu ambiente de trabalho, 16% responderam que não foram
informados e 5% não responderam.
Gráfico 15. Distribuição de porcentagens relativa recebimento de informações sobre os riscos a que estão submetidos os trabalhadores.
De acordo com a NR 1 – Disposições Gerais relativas à segurança e medicina
do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas
e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
1.7 - Cabe ao empregador: a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos. c) informar aos trabalhadores: I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios
57
trabalhadores forem submetidos; IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho. 1.8 - Cabe ao empregado: a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; b) usar o EPI fornecido pelo empregador; c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR; d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR (NORMA REGULAMENTADORA, p.2, 2009).
Vale descatar que não basta apenas informar os trabalhadores, é importante
que esta informação seja dada de forma eficiente, garantindo o entendimento
por parte de quem irá executar as tarefas. Dentre os profissionais
entrevistados, 74% afirmaram que as informações recebidas sobre os riscos a
que estão submetidos os trabalhadores da lavandeira hospitalar foram
eficientes.
Gráfico 16. Distribuição de porcentagens relativa a eficiencia das informações sobre os riscos a que estão submetidos os trabalhadores.
Segundo a NR 32, a qual estabelece as normas sobre Segurança e Saúde no
trabalho em serviço de saúde, cabe ao empregador assegurar capacitação aos
trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada.
Outro ponto abordado em nosso estudo foi a percepção dos trabalhadores
sobre o bem estar em seus postos de trabalho, no qual 79% afirmaram se
sentirem bem, 16% não opinaram e 5% disseram não estar se sentindo bem.
58
Gráfico 17. Distribuição de porcentagens relativa ao bem estar no posto de trabalho percebida pelos trabalhadores.
A qualidade de vida tem sido objeto constante de estudos e os resultados das
pesquisas são utilizados para promover o desenvolvimento de situações de
trabalho que buscam oferecer condições que agreguem valor ao trabalho e
bem-estar ao indivíduo (FONTES, 2003).
Por ultimo foi requisitado aos entrevistados que eles opinassem sobre a
satisfação em desenvolver seu trabalho. Foram encontrados os seguintes
resultados: 95% relataram gostar do trabalho que desenvolvem e apenas 5%
disseram não gostar.
Gráfico 18. Distribuição de porcentagens relativa satisfação em relação ao trabalho em lavandeira hospitalar.
A preocupação com a saúde e satisfação dos funcionários não é uma questão
de estratégia empresarial, mas sim uma garantia de sobrevivência, tornando-se
importante a análise das condições fisicas do ambiente no posto de trabalho,
considerando as caracteristicas individuais do ser humano, que refletem nos
niveis de desempenho e na qualidade de vida e saúde dos trabalhadores
(TRIBIEN et al., s/d). Nas condições de trabalho estão incluidos todos os
fatores que influenciam no desempenho e satisfação dos trabalhadores na
empresa, envolvendo o trabalho em si, o ambiente, a tarefa, a jornada de
59
trabalho, os salários, além de outros fatores relacionados a qualidade de vida
no trabalho, como alimentação, atividade fisica e todas as condições gerais de
saúde (SANTANA, 1996).
6.2.2 – Percepção do trabalhador em relação ao seu ambiente de trabalho
- Escala Likert
Nesta etapa os resultados encontrados apresentam a percepção do nível de
satisfação que o trabalhador se encontrava no momento da realização da
pesquisa.
Através deste instrumento foi possível verificar que para os trabalhadores em
estudo, a capacidade dos equipamentos, o fornecimento de EPI‟s e ruído,
estão diretamente ligados à ineficiência do ambiente de trabalho. Lisboa e
Torres (1999) asseguram que as características do ambiente físico que
interagem com o trabalhador durante o desenvolvimento da tarefa, tais como,
ruídos, iluminação, temperatura e maquinas, entre outras, influenciam
diretamente no resultado do seu trabalho. Dessa forma, tais fatores podem vir a
explicar a ineficiência do ambiente segundo a percepção do trabalhador.
Os dados foram agrupados de acordo com as seguintes categorias: Integração
Social, Condições de Trabalho, Saúde do Trabalhador e Participação.
6.2.2.1 – Integração Social
Esta tabela tem o objetivo de mensurar o nível de satisfação dos trabalhadores
da lavanderia em relação aos seguintes aspectos: “Relacionamento com os
colegas de trabalho”, “Relacionamento com o chefe de trabalho”, “Orientação
pelo chefe para o desenvolvimento do seu trabalho”. As médias ponderadas
foram obtidas através do produto do número de trabalhadores que optou por
cada nível, pelo valor de cada nível, dividimos pelo número total de
respondentes nesta etapa (19). Para avaliar o nível de satisfação utilizou-se
uma escala desenvolvida por Pereira et al. (2001)
60
Tabela 2. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar
quanto à Integração Social¹.
Níveis² Relacionamento
com os colegas de trabalho (%)
Relacionamento com o chefe de
trabalho (%)
Orientação pelo chefe para o desenvolvimento
do seu trabalho(%)
1 15,79 10,53 10,53
2 - - 5,26
3 26,32 10,53 5,26
4 36,84 47,37 36,84
5 21,05 31,58 42,11
Total (%) 100% 100% 100%
Média 3,4 3,8 3,8
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
A maior media de satisfação relacionada a integração social foi referente a
“Orientação dada pelo chefe para o desenvolvimento do seu trabalho”.
Segundo Santana (1996), as relações no trabalho, o apoio dos colegas, chefes
e subordinados é uma variavel importante para a manutenção da saúde, pois
sabe-se que a tensão emocional pode ser reduzida pela solidariedade recebida
no círcuito das relações socias mais próximas. Do ponto de vista de satisfação
no trabalho, o relacionamento social positivo é um fator muito importante na
contribuição da qualidade de vida.
No que se refere ao “ Relacionamento com o chefe de trabalho” o resultado
encontrado foi positivo. Para, Fontes (2003) este dado representa uma
caracteristica positiva, já que ambientes com boas relações entre membros
refletem posições e posturas comportamentais capazes de proporcionar
equílíbrio e desenvolvimento. De modo geral, pode-se dizer que os
trabalhadores estão satisfeitos com os aspectos relacionados à sua integração
social no ambiente de trabalho, uma vez que o nivel 4 (satisfeito) apresentou o
maior percentual, conforme verificado na Tabela 2.
61
6.2.2.2 – Condições de Trabalho
Visando compreender quais aspectos e/ou fatores o trabalhador considera
importante para que a lavanderia no qual trabalha seja eficiente, os dados da
Tabela 2 apresentam os níveis de satisfação dos trabalhadores referentes às
condições ambientais físicas em que desempenham suas atividades,
abrangendo os seguintes aspectos: “Limpeza do ambiente de trabalho”;
“Limpeza das instalações de uso pessoal”; “Segurança do ambiente para o
desenvolvimento do trabalho”; “Organização e arrumação da lavanderia”; “O
tamanho do espaço físico”; “Ruído”; ”Iluminação”; “Temperatura”; “Ventilação”;
“Altura das bancadas”; “Capacidade dos Equipamentos”, “Cheiro dos produtos”
e “Fornecimento de EPI”.
Pôde-se constatar que, em relação às Condições de Trabalho, a menor média
foi em relação ao aspecto “Capacidade dos Equipamentos” (2,2), enquanto a
maior média foi em relação a “Limpeza do ambiente de trabalho” (3,5) e
“Limpeza das instalações de uso pessoal” (3,4) foram os únicos a receber
média „Satisfeito‟ (TABELA 3).
Tabela 3. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar
quanto às condições de trabalho¹.
Níveis²
Capacidade dos equipamentos para a
quantidade de roupa a ser lavada (%)
Limpeza do ambiente de trabalho(%)
Limpeza das instalações de uso
pessoal (%)
1 52,63 10,53 10,53
2 15,79 15,79 15,79
3 15,79 5,26 15,79
4 10,53 42,11 36,84
5 5,26 26,32 21,05
Total (%) 100% 100% 100%
Média 2,2 3,5 3,4
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
62
Outro aspecto mencionado foi em relação ao “Fornecimento de EPI” (2,3),
sendo constatado que na lavanderia raramente é feito o uso de EPI, uniforme e
calçados de segurança. Eles são importante para minimizar a exposição aos
riscos relacionados à saúde, podendo até se considerar o uso eventual, isto é,
usado apenas nos períodos mais críticos (TABELA 4).
Em se tratando das condições de trabalho, também podemos citar as menores
médias obtidas em relação ao ruído (2,3), iluminação e temperatura (2,8),
seguido de ventilação (2,9), revelando assim, que os trabalhadores estão
“Neutros” a estes aspectos, ou seja, não estão insatisfeitos, mas também não
estão satisfeitos. Contudo, medidas corretivas devem ser tomadas para que
amenize a temperatura, o ruído e proporcione melhor ventilação ao ambiente,
visando aumentar o nível de satisfação dos trabalhadores e,
conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida.
Ambientes de trabalho úmidos e abafados, com pouca luminosidade e pouco
arejados, acarretam perturbações ao equilíbrio térmico dos trabalhadores,
resultando em aumento dos riscos de acidentes devido à fadiga, distração,
perda de eficácia, acompanhada de queda na produtividade (RUAS, 1999).
As condições ambientais de trabalho na lavanderia estudada precisam ser
melhoradas por meio da elaboração de um sistema mais eficiente de ventilação
e renovação de ar, redução de ruídos, melhor arrumação do local, bem como
aumento da capacidade dos equipamentos para evitar acúmulo de serviço.
63
Tabela 4. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar quanto à condições de trabalho¹.
Níveis² Fornecimento de EPI
(%) Ruído no ambiente de
trabalho (%) Iluminação na lavanderia (%)
Temperatura na lavanderia (%)
Ventilação na lavanderia (%)
1 42,11 26,32 31,58 15,79 15,79
2 26,32 42,11 10,53 31,58 31,58
3 10,53 26,32 21,04 26,32 15,79
4 21,05 5,26 31,58 21,05 26,32
5 - - 5,26 5,26 10,53
Total (%) 100% 100% 100% 100% 100%
Média 2,3 2,3 2,8 2,8 2,9
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
64
No que tange a “Segurança do ambiente para o desenvolvimento do trabalho” a
média encontrada foi (2,9) sendo avaliado como neutro. Bustamante et al.
(1998) afirmam que a sinalização de segurança é muito importante nos
processos produtivos. Contudo, observou-se que na lavanderia não havia
nenhum tipo de sinalização. Existia apenas um quadro de avisos gerais, que
ficava próximo a coordenação, junto à entrada. O uso de EPI, conforme já
mencionado também é fundamental para garantir a segurança dos
trabalhadores.
A “Organização e arrumação da lavanderia”, bem com o “Tamanho do espaço
físico para desenvolver o seu trabalho” foram avaliados como neutro, tendo
médias (3,3) e (3,1) respectivamente. Segundo Zobole (2003), é considerado
desestimulador para o trabalhador a existência de uma situação precária de
conforto na lavanderia. Observou-se, durante as visitas técnicas realizadas
pelo pesquisador, que dentro da lavanderia, tanto na área limpa, quanto na
área suja havia bolsas com pertences dos funcionários (roupas e calçados),
penduradas, formando um amontoado de objetos de uso pessoal, que
deveriam estar em armários individuais, conforme recomenda a NR-24.
Fotografia 8. Armários Individuais dos funcionários.
65
Quanto a “Altura das bancadas, e das máquinas para desenvolver seu
trabalho” na lavanderia recebeu média (3,4), sendo classificadas como neutras.
Este dado pode está relacionado à falta de bancada na área suja para a
separação de roupa e também à falta de carrinhos. A existência desses
equipamentos tornaria o trabalho mais produtivo e confortável.
Nas Fotografias 9 e 10 podemos identificar com clareza a ausência de
bancada. A instalação deste simples item poderia proporcionar um amplo
conforto durante a realização da separação de roupas. Evitando posturas
inadequadas e esforços repetitivos desnecessários que podem vir a afetar a
saúde do trabalhador, causando problemas tais como: dores musculares,
fadiga, DORT/LER, entre outros.
Fotografia 9. Área Suja – Separação de roupas – Ausencia de bancadas.
66
Fotografia 10. Área Suja – recepção e separação de roupas – Ausência de bancadas.
Segundo Renner (2005), é no mundo do trabalho que se encontram as causas
de adoecimentos e afastamentos de trabalhadores. Desse modo, a
organização do trabalho passa a ser um desafio que os ergonomistas
enfrentam todos os dias, pois é preciso convencer empresas e funcionários de
que existem formas mais saudáveis e produtivas para se trabalhar. Sendo
assim, a ergonomia não deve atuar somente com foco voltado para o posto de
trabalho, mas atentar para o ritmo de trabalho, a jornada, a existência ou não
de pausas entre outros.
Outro dado avaliado foi referente ao “Cheiro dos produtos químicos utilizados
na lavanderia”, esse item foi avaliado com média (3,1), sendo também
considerado neutro. O uso de EPI adequados para este ambiente de trabalho,
bem como armazenamento dos produtos químicos em local adequado
poderiam diminuir a exposição a estes riscos. Na lavanderia estudada foi
observado que o armazenamento inadequado destes produtos. (FOTOGRAFIA
11).
67
Fotografia 11. Ármazenamento inadequado de produtos químicos.
68
Tabela 5. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar quanto às condições de trabalho¹.
Níveis²
Segurança do ambiente para o desenvolvimento
do trabalho (%)
Organização e arrumação da lavanderia
(%)
O tamanho do espaço físico para desenvolver o seu
trabalho (%)
Altura das bancadas, e das máquinas para
desenvolver seu trabalho na lavanderia
(%)
O cheiro dos produtos químicos
utilizados na lavanderia
(%)
Ritmo de Trabalho
(%)
1 5,26 5,26 15,79 15,79 15,79 15,79
2 42,11 15,79 21,05 5,26 15,79 -
3 31,58 36,84 21,05 5,26 31,58 31,58
4 10,53 31,58 26,32 63,16 21,05 42,11
5 10,53 10,53 15,79 10,53 15,79 10,53
Total (%) 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Média 2,9 3,3 3,1 3,4 3,1 3,3
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
69
6.2.2.3 – Saúde
Objetivou-se detectar o nível de satisfação dos trabalhadores quanto à ação da
empresa referente a “Fornecimento de vacinas, exames periódicos”. A média
desta questão foi (3,8), conforme Tabela 6, sendo este valor avaliado como o
nível „Neutro‟. Isso torna uma preocupação para os administradores
hospitalares, pois alem de gerar prejuízos para a saúde dos trabalhadores
envolvidos onera o hospital de diversas maneiras, principalmente pelo
afastamento do trabalhador de seu posto de trabalho.
Tabela 6. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar
quanto à Saúde¹.
Níveis²
Fornecimento de vacinas, exames periódicos aos
funcionários
(%)
1 15,79
2 21,05
3 10,53
4 36,84
5 15,79
Total (%) 100%
Média 3,2
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
6.2.2.4 Participação e incentivos
Identificou-se o nível de satisfação do trabalhador em termos de “Treinamento
oferecido pela empresa” e “Repercussão das idéias dadas”. Através da Tabela
6, verificou-se, que o menor nível médio de satisfação refere-se ao fator
“Treinamento oferecido pela empresa” (3,3), enquanto “Repercussão das idéias
70
dadas” (3,4), revelando, de acordo com a escala utilizada, a situação de
„Neutra‟ quanto a estes aspectos.
Tabela 7. Nível de satisfação dos trabalhadores da lavanderia hospitalar
quanto à Participação e Incentivos¹.
Níveis² Treinamento oferecido
pela lavanderia (%)
Repercussão de idéias dadas (aceitação de
idéias) (%)
1 15,79 10,53
2 - 5,26
3 31,58 31,58
4 42,11 31,58
5 10,53 21,05
Total (%) 100% 100%
Média 3,3 3,4
¹ Número de pessoas entrevistadas: 19 ² Ao números 1, 2, 3, 4, 5 significam respectivamente: Muito insatisfeito; insatisfeito; neutro; satisfeito; muito satisfeito.
Escala
1,0 a 1,8 Muito insatisfeito
1,9 a 2,6 Insatisfeito
2,7 a 3,4 Neutro
3,5 a 4,2 Satisfeito
4,3 a 5,0 Muito satisfeito
Um aspecto que os dados permitiram inferir é que os trabalhadores que se
apresentaram como “satisfeitos” foram aqueles que tinham os menores graus
de escolaridade. Este fato pode ser explicado, em conformidade com Fontes
(2003), pelo fato de que para esses trabalhadores existem poucas
possibilidades de um emprego melhor e, portanto, aceitam as condições de
trabalho como estas se impõem. Supõe-se desta maneira, que exista uma
estreita relação entre nível de instrução e consciência e exigência por melhores
condições de trabalho. Por outro lado, os trabalhadores com maior grau de
escolaridade foram menos “satisfeitos”, confirmando a tese de que a classe
trabalhadora, cada vez mais consciente e instruída, não aceita com facilidade
trabalhar em condições pouco adequadas e satisfatórias, defendida por
Fernandes (1996).
71
6.3 DIAGRAMA CORLET E MANENICA
A maioria da população inquirida (89%) declarou sentir desconforto em alguma
parte do corpo, segundo a escala progressiva de desconforto de dor. Os mais
referidos foram ombros (22%) e coxas (19%) (QUADRO 2).
Quadro 2. Desconfortos Relatados.
Esse instrumento de pesquisa complementa os dados identificados por meio do
questionário semi-estruturado, da observação em campo e do registro
fotográfico. Nos setores avaliados, as atividades de trabalho exigiam posturas
inadequadas (flexão de cabeça e postura estática dos membros superiores),
ocasionando elevado índice de dor e desconforto que puderam ser
identificados nos resultados da aplicação do diagrama de Corlett e Manenica.
Para minimizar/eliminar os gestos e posturas criticas, são indicados o
redimensionamento dos postos de trabalho, através do ajuste de altura dos
equipamentos, além de incentivar a implantação da multifunção e da
alternância postural.
A diagnose ergonômica indicou, em termos de características de processo e
organização do trabalho, a presença de alta repetitividade durante a realização
10% PESCOÇO
22% OMBROS
7% COSTAS-SUPERIOR
7% BRAÇOS
5% COSTAS-MÉDIO
7% COSTAS-INFERIOR
0% ANTEBRAÇOS
2% PUNHOS
7% MÃOS
3% BACIA
19% COXAS
6% PERNAS
5% TORNOZELOS E PÉS
72
das atividades de trabalho. Associando as questões organizacionais e os
psicossociais, identifica-se que os fatores encontrados na literatura como
coadjuvantes para LER / DORT estão presentes no cotidiano do trabalho. A
alta repetitividade imposta pelo sistema de trabalho e as questões
psicossociais (pressões, pouca flexibilidade, realização de tarefas restritivas...)
podem ser coadjuvantes ou determinantes de sintomas músculo-esqueléticos
(COUTO, 1995).
73
7 – CONCLUSÔES E CONSIDERAÇÕES
O setor de lavanderia, caracterizado como um setor de apoio tem como
finalidade fornecer roupas em perfeitas condições de uso e higiene, suprindo
as demandas do hospital. Dessa forma a lavandeira não apresenta visibilidade
social, passando despercebida aos clientes externos.
A lavanderia, de modo geral, não apresenta bom estado de conservação em
relação a pisos e equipamentos. As condições de limpeza, organização do
ambiente e a capacidade dos equipamentos também são insuficientes.
Em relação ao perfil dos trabalhadores analisados identificamos que 84% têm
mais de 35 anos. A escolaridade mínima recomendada não é respeitada, uma
vez que 42% não têm o ensino fundamental completo.
Em relação aos possíveis riscos que o ambiente de trabalho pode oferecer aos
trabalhadores, identificamos a partir da percepção dos trabalhadores, a
existência dos seguintes riscos:
Riscos Físicos: representados pela elevada temperatura, falta de
ventilação, ruído e umidade em excesso.
Riscos Biológicos: representados pela contaminação por
microrganismos presentes nas roupas infectadas por sangue, fezes e
urina, devido ao não uso efetivo de EPI ao manipular as roupas; pela
contaminação do ar ambiente; pela falta de conhecimentos dos
trabalhadores sobre os ricos inerentes ao trabalho em lavanderia.
Riscos Ergonômicos: representados pela adoção de posturas incorretas,
impostas por deficiências nos equipamentos e no ambiente, de modo
geral, e pelo desenvolvimento do trabalho todo em pé. Tais riscos são
agravados pela não utilização de normas ou técnicas específicas para
esta modalidade de trabalho.
No que tange ao nível satisfação dos trabalhadores o maior índice encontrado
foi neutro, isso quer dizer que alguma medida precisa ser tomada para
74
aumentar a satisfação dos trabalhadores, tais como providenciar melhorias das
condições físicas do ambiente, favorecendo resultados positivos tanto para o
hospital quanto para os trabalhadores.
Para os trabalhadores da lavanderia estudada a satisfação no ambiente de
trabalho está diretamente relacionada a boas condições de trabalho, trabalho
em equipe, valorização e capacitação dos funcionários.
O uso inadequado e/ou não uso de EPI foi um dos dados mais preocupantes
verificados nesta pesquisa, uma vez que conforme já relatado anteriormente, o
uso desses equipamentos é de fundamental importância para a garantia a
preservação da integridade física do trabalhador. Isso demonstra a falta de
conhecimento e de preocupação com o bem-estar dos trabalhadores, pois o
uso de EPI é sempre obrigatório e não facultativo
75
8 – RECOMENDAÇÕES
A análise dos dados acumulados neste estudo sugere que certas mudanças
devem ser feitas de forma imediata, como programas de capacitação para os
trabalhadores, treinamentos, instalação de sistema de exaustão e ventilação
eficientes, melhorando a temperatura e areação na lavanderia. Sugere, ainda,
outras mudanças que envolvem tempo e recursos financeiros, como a
reestruturação de áreas, aquisição de equipamentos modernos e com maior
capacidade. Tais mudanças aumentariam a satisfação dos trabalhadores que
se sentiriam valorizados pela empresa.
Com relação aos desconfortos físicos, a ginástica laboral deve ser incorporada
à rotina de trabalho para evitar a fadiga dos músculos mais requisitados. A
contratação de um profissional específico, atuando diretamente na lavanderia,
poderá interagir de forma corretiva através de condutas ambulatórias e de
maneira preventiva através de avaliações, orientações e projetos ergonômicos,
orientações aos funcionários sobre ergonomia e sobre colaborar com a
conservação da sua saúde. A prevenção das lesões é fundamento principal de
toda intervenção para a redução dos sintomas. Também recomendamos que
seja feito um estudo de análise ergonômica com base nos resultados
apontados por este estudo.
As limitações deste estudo residem no fato de existir poucas referências sobre
a temática estudada, no que se refere a riscos biológicos, físicos e
ergonômicos em lavanderias. Sendo assim também podemos recomendar que
outros pesquisadores estudem essa temática, haja vista a escassez
comprovada do tema na literatura científica.
Recomenda-se, para estudos futuros, a aplicação das ferramentas utilizadas no
presente estudo, em outras situações de trabalho e também neste mesmo
ambiente, visando verificar se o nível de satisfação dos trabalhadores do
referido ambiente permanece inalterado ou se as mudanças foram efetuadas,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores ali
inseridos.
76
Cumpre ressaltar que, por se tratar de um estudo de caso, todas as
considerações, sugestões e conclusões apresentadas, referem-se ao ambiente
de trabalho analisado.
Seria adequado que a direção do hospital investisse em treinamento e cursos
de capacitação para estes funcionários, o que reverteria em benefícios ao
trabalhador e ao hospital.
77
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83
APÊNDICES
APÊNDICE A
Pesquisa: Levantamento dos dados Ambientais à Saúde dos Trabalhadores da Lavanderia
Hospitalar
Sexo: ( )Masculino ( ) Feminino Idade:
Escolaridade: ( ) Nenhum ( ) Ensino médio completo
( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Outro. Qual:
2. Assinale o setor onde trabalha:
( ) lavagem ( ) secagem ( ) calandra ( ) rouparia ( ) costura ( ) outro. Qual:
3. A quanto tempo trabalha neste setor?
5. Existe algum tipo de risco na utilização dos equipamentos?
( ) carro transporte ( ) maq. de lavar ( ) secadora ( ) calandra ( ) balança
( ) maquina de costura ( ) outro. Qual:
6. Na utilização de equipamentos do seu setor qual o tipo de lesão pode ocorrer?
( ) queda ( ) corte ( ) queimadura ( ) contaminação biológica ( ) Lesão por Esforço Repetitivo
(L.E.R.) ( ) choque elétrico ( ) dor muscular ( ) outro. Qual:
7. Já ocorreu acidente com você na lavanderia? Se sim, como?
8. Você usa equipamento de proteção individual? Se sim, qual?
9. O equipamento de proteção individual é substituído com freqüência? Se sim, em quanto tempo?
10. Qual a postura mais comum de trabalho?
11. Você sente dores no corpo? ( ) não sinto – nesse caso, vá direto à questão 12.
( ) durante o trabalho ( ) após o trabalho
84
11.1. Você sente dor fazendo qual atividade da lavanderia?
12. Você se sente bem neste posto de trabalho?
13. O que mais te incomoda neste posto de trabalho?
( ) odor ( ) ruído (barulho) ( ) calor ( ) frio ( ) iluminação ( ) postura ( ) ventilação
( ) vibração ( ) umidade ( ) ritmo ( ) outro. Qual:
14. Qual a sua sugestão para melhoria do posto de trabalho?
15. Realiza algum tipo de pausa durante o trabalho?
16. Realiza alternância de atividades? (rodízio)
17. Você recebeu informações sobre os riscos a que estão submetidos em função das condições de
trabalho?
18. As informações sobre os riscos a que estão submetidos em função das condições de trabalho
foram suficientes?
19. Você gosta do seu trabalho?
85
APÊNDICE B Pesquisa: Levantamento dos dados Ambientais à Saúde dos
Trabalhadores da Lavanderia Hospitalar METODO: ESCALA LIKERT TEMA: AMBIENTE DE TRABALHO
1. Para responder as seguintes questões marque X Condições de Trabalho: Manifeste seu nível de satisfação geral com relação ao seguinte aspecto
Questões Muito
insatisfeito Insatisfeito Neutro Satisfeito
Muito satisfeito
1 - Limpeza do ambiente de trabalho (lavanderia)
2 - Limpeza das instalações de uso pessoal (banheiros, vestuários)
3 - Segurança do ambiente para o desenvolvimento do trabalho
4 - Organização e arrumação da lavanderia
5 - O tamanho do espaço físico para desenvolver o seu trabalho
6 - Ruído (barulho) na lavanderia
7 - Iluminação na lavanderia
8 - Temperatura na lavanderia
9 - Ventilação na lavanderia
10 - Altura das bancadas, e das máquinas para desenvolver seu trabalho na lavanderia
11 - A capacidade dos equipamentos (máquinas) é suficiente para a quantidade de roupa a ser lavada
12 - O cheiro dos produtos químicos utilizados na lavanderia
13 - Fornecimento de EPI‟s (toca, máscara, uniforme, luvas, botas, etc.)
14 - Ritmo de trabalho
15 - Treinamento oferecido pela lavanderia
16 - Repercussão de idéias dadas (aceitação de idéias)
17 - Relacionamento com os colegas de trabalho
18 - Relacionamento com o chefe de trabalho
19 - Orientação pelo chefe para o desenvolvimento do seu trabalho
20- Fornecimento de vacinas, exames periódicos aos funcionários
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ANEXO B Pesquisa: Levantamento dos dados Ambientais à Saúde dos
Trabalhadores da Lavanderia Hospitalar MÉTODO: DIAGRAMA CORLLET E MANENICA
Escala de Avaliação de Desconforto corporal (Corllet e Manenica) Por favor, marque a região (segmento) do diagrama do corpo humano abaixo onde você sente desconforto/dor durante o serviço na lavanderia. Em seguida, tome como base a escala progressiva de desconforto/dor (abaixo) e assinale o numero que você acha correspondente ao grau de intensidade sentido (marque com um X). Por favor mesmo que você não tenha tido problemas em qualquer parte do corpo, marque com o grau de intensidade “1” (nenhum desconforto/dor)
1 2 3 4 5
Nenhum desconforto/
Dor
Algum desconforto/
dor
Moderado desconforto/
dor
Bastante desconforto/
Dor
Intenso desconforto/
dor
Escala progressiva de desconforto/dor