Post on 31-Dec-2015
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SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULOProjeto “Melhor gestão, melhor ensino”
Narrativas no ensino de Matemática
Márcia de Oliveira Cruzmdo@uol.com
A matemática que desencanta...
Fechamento do rigor e da objetividade
Execução de rotinas e utilização
de fórmulas que não se
compreendeApatia, impotência,
desistência de aprender
Formalismo Linguagem simbólica
Matemática e encantamento: era uma vez... as narrativas
Contar:Enumerar e expor
logos grego
Narrar:Dar a conhecer
latim gnarus; sânscrito gnaQuem conta um conto, aumenta um ponto!
Narrativas: atribuindo significado ao mundo
Jerome Bruner: A cultura da educação
“É apenas no modo narrativo que um indivíduo pode construir uma identidade e encontrar um lugar em sua
cultura. As escolas devem cultivá-la, alimentá-la e parar de desconsiderá-la” (2000, p. 46).
Narrativas: eixos característicosBruner
Tempo narrado Tempo vivido
Polissemia Unidade coerente
Particular Geral
Motivações previstas Ruptura dos modelos
Problemas/conflitos Compreensão
Era uma vez um número...
John Allen Paulos
Conversar, contar histórias Pensamento lógico
Particular Geral
Pessoal Impessoal
Intuição Demonstração
Metáforas fundadoras
Histórias surpreendentes
Matemática: a fragmentação dos conteúdos
versus a unidade da narrativa
Técnicas Fórmulas
Algoritmos
Caráter procedimental Esvaziamento do significado das
ações
“Humanização” da Matemática
Integração dos conteúdos
Narrativa: síntese e simbiose entre a rede e o encadeamento
Cinemapas: Pierre Lévy Tecnologias informáticas
Matemática
Mapa do tesouro: professor
A aula no formato de história
Kieran Egan: A narrativa como técnica de ensino
Opostos binários:bom/mau – feio/bonito – coragem/covardia
Tensão expectativa/satisfação:problema/resoluçãoSignificado afetivo:“moral” da história
Opostos binários sobre os quais se pode construir a noção de número
Discreto
Inteiro Positivo
Racional Imaginário
Real Irracional
Negativo Fracionário
Contínuo
História da Matemática Liberdade para modificar os fatos:
Gauss e a soma dos n primeiros termos de uma PA (81.297 + 81.495 + 81.693 + ... + 100.899)
Necessidade de atualizar os significados:a importância dos logaritmos hoje
Narrativas para ensinar Matemática
Importância dos logaritmos: grau de segurança (Paulos)
Atividade/doença/evento Mortes anuais Índice de segurança
Doenças cardíacas/circulatórias 1/380 2,6
Câncer 1/501 2,7
Fumar 1/800 2,9
Gripe/pneumonia 1/5.300 3,7
Andar de automóvel 1/5300 3,7
Homicídio 1/10.000 4,0
Andar de bicicleta 1/96.000 4,9
Queda de raio 1/1.200.000 6,1
Picada de abelha 1/6.000.000 6,8
Narrativas para ensinar Matemática
Ficção Matemática
O diabo dos númerosTio Petrus e a conjectura de Goldbach
O teorema do papagaioLogicomix
O romance das equações algébricas ...
O problema do caixeiro viajante (Versão simplificada: O diabo dos números)
Suponha que você vai para os EUA visitar 30 amigos que moram em cidades diferentes, qual seria a melhor maneira de fazê-lo, rodando a menor quantidade possível de quilômetros, a fim de minimizar os custos?
Se fossem 4 cidades haveria 24 percursos possíveis. Seria viável compará-los.
Mas no caso de 30 cidades... A B P D (Partida) C
Literatura e Matemática: relações tácitas
Raciocínio combinatório: – A biblioteca de Babel (Jorge Luis Borges)
Pensamento reverso:– Espectros: uma conferência do arcanjo Gabriel (Vilém Flusser)
O infinito:– O menino e o infinito (Mário Quintana)– O infinito (Giacomo Leopardi)
Narrativas para ensinar Matemática
O menino e o infinito
Quanto a mim, a coisa que primeiro me despertou a noção e a angústia do infinito foi um potezinho de pomada Cymbeline. Tinha eu uns quatro para cinco anos, e o que me intrigava no pote de Cymbeline era que a moça do rótulo segurava entre os dedos um pote de Cymbeline, em cujo rótulo outra moça segurava outro pote, que... que... que... Neste ponto meu pobre espírito gaguejava de assombro e terror – pois aquilo era uma coisa perfeitamente lógica e absolutamente inconcebível.
Livros clássicos: a cultura matemática
Monteiro Lobato: Aritmética da Emília (Resolução de expressões aritméticas)
Malba Tahan: O homem que calculava (Exaltação da Matemática)
Lewis Carrol: Alice no país das maravilhas (Lógica lúdica)
Referências bibliográficas
BELL, E. T. Men of Mathematics. New York, Simon & Schuster, 1986.BORGES, Jorge Luis. Ficções. 3. ed. São Paulo, Globo, 2001.BRUNER, Jerome. A cultura da educação. Porto Alegre, Artmed, 2001.CRUZ, Márcia de O. 2006. Construção da identidade pessoal e do conhecimento: a narrativa no ensino de Matemática. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo.EGAN, Kieran. O uso da narrativa como técnica de ensino: uma abordagem alternativa ao ensino e ao currículo na escolaridade básica. Lisboa, Publicações Dom Quixote, Ltda., 1994.QUINTANA, Mário. Poesia completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 2005.
Referências bibliográficas - continuação
ENZENSBERGER, Hans Magnus. O diabo dos números. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.FLUSSER, Vilém. Ficções filosóficas. São Paulo: Ed. da Universidade de S. Paulo, 1998.LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1997.MACHADO, Nílson J. Conhecimento e valor. São Paulo: Moderna, 2004. . Matemática e língua materna: análise de uma impregnação mútua. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.MARÍAS, Julián. Introdução à filosofia. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1960.PAULOS, John Allen. Analfabetismo em matemática e suas consequências. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. . Era uma vez um número. Lisboa: Editorial Bizâncio, 2002.