Seminário métodos qualitativos 2 _ corrigido

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MÉTODOS QUALITATIVOS NA MÉTODOS QUALITATIVOS NA PESQUISA INTERDISCIPLINARPESQUISA INTERDISCIPLINAR

Larissa Giroldo

Mariana Gutierres Arteiro da Paz

Papucides Bosco Tiago Niela

Rafael Gianesella Galvão

ICA - 5763ICA - 5763 Pesquisa Interdisciplinar Ambiental Pesquisa Interdisciplinar Ambiental

USP – Universidade de São PauloPROCAM – Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental

Estudo de Caso – Percepção Ambiental – Análise de Conteúdo

Adalberto Wodianer Marcondes da SilvaAmanda Martins JacobCarmen Lucia Melges Elias GattásEloísa AlbuquerqueJosé Alfredo Bosi

Contextualização e Considerações Gerais – Estudo de Caso como Método de Contextualização e Considerações Gerais – Estudo de Caso como Método de Pesquisa – Projeto e Lógica do Estudo de Caso – Exemplo de Tese do PROCAMPesquisa – Projeto e Lógica do Estudo de Caso – Exemplo de Tese do PROCAM.

ESTUDO DE CASOESTUDO DE CASO1.1.

Primeira Parte

Segundo GIL (2002) O estudo de caso é um método de investigação em pesquisa social caracterizado por:

Estudar poucos objetos de pesquisa de maneira aprofundada (com o maior nível de detalhamento possível)

Investigação de fenômenos e condições específicas Utilização favorável na análise de temas com alta

complexidade, permitindo a formulação de problemas e a construção de hipóteses

Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

(...) Em resumo, o estudo de caso permite uma investigação para preservar as características holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como: ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores econômicos (YIN, 2005, p. 20).

Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e ConsideraçõesConsiderações GeraisGerais

Observação diretaObservação direta Levantamento de Levantamento de

documentos e arquivosdocumentos e arquivos Entrevistasntrevistas

Pode ser: Descritivo Exploratório Explanatório

O Estudo de Caso

Para determinar se o estudo de caso é o método ideal de análise da pesquisa, o autor Robert Yin (2005), estabeleceu um protocolo com base em três perguntas:

Existem questões do tipo “como” e “por que” nas perguntas de pesquisa?

Quando o pesquisador possui pouco controle sobre os fenômenos e acontecimentos que ocorrem dentro do objeto de estudo?

Quando a pesquisa se concentra em fatos contemporâneos?

Estudo de CasoEstudo de Caso Contextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

A proposição de estudos de caso único deve considerar a existência de casos (YIN, 2005):

RAROS, ÚNICOS OU EXTREMOS – Ocorre quando o fenômeno estudado possui um comportamento atípico ou extremamente raro, no qual não há teorias explicativas relacionadas (pelo menos não convincentes) e quando o caso é fundamental para testar uma teoria específica

TÍPICOS OU REPRESENTATIVOS – Ocorre quando a situação ou o fenômeno estudado reflete com certa precisão a teoria proposta.

REVELADORES – Situação ou fenômeno até então inacessível à investigação científica.

LONGITUDINAIS – Estudo de um mesmo caso sob pontos de vista diferentes no tempo

Estudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

Limitações no uso dos estudos de caso: Falta de concisão ou rigor na pesquisa devido a falta de protocolo Dificuldade de generalização científica Falta de literatura na área sobre os procedimentos necessários para a

instauração dos estudos de caso (YIN, 2005).

Características do Pesquisador: (YIN, 2005) Fazer boas perguntas e a partir delas saber interpretar as respostas Ser um bom ouvinte e não se deixar levar por ideologias e conceitos

pré-concebidos Saber adaptar-se as diferentes situações que surgem ao decorrer da

pesquisa Possuir uma noção clara acerca das questões que estão sendo

estudadas sem perder o foco da pesquisa Ser imparcial em relação à essas mesmas noções.

Estudo de CasoEstudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

Limitações no uso dos estudos de caso: Falta de concisão ou rigor na pesquisa devido a falta de

protocolo Dificuldade de generalização científica Falta de literatura na área sobre os procedimentos

necessários para a instauração dos estudos de caso (YIN, 2005).

Estudo de Casos Múltiplos Replicação da mesma lógica de análise para mais de um

estudo de caso – resultando em um maior número de evidências e uma maior confiabilidade da pesquisa. Exemplo: vários indivíduos, localidades, instituições e etc.

Estudo de CasoEstudo de CasoContextualização e Contextualização e Considerações GeraisConsiderações Gerais

Estudo de CasoEstudo de Caso

Segundo Robert Yin (2005) os componentes do projeto de pesquisa devem levar em conta quatro itens principais:

Questões do estudo: existência de questões do tipo “como” e “por que” nas perguntas de pesquisa. Definição dos objetivos e propósitos do estudo de caso.

Proposições do estudo: identificar as proposições, verificando a partir de qual princípio elas foram concebidas para direcionar o foco da pesquisa, a retomada do referencial teórico é importante.

Unidade de análise: Significa definir do que é o “caso”. Essa definição não precisa ser definitiva logo no início do projeto de pesquisa, todas as escolhas podem ser revistas.

Lógica dos dados e das preposições e os critérios para a interpretação das constatações: significa relacionar os dados obtidos às proposições impostas inicialmente na pesquisa.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

Estudo de CasoEstudo de Caso

Na definição da unidade de analise, ou seja, o estudo de caso propriamente dito, Robert Yin (2005) estabelece um protocolo:

Introdução ao estudo de caso e objetivo do protocolo: Levantamento de questões, hipóteses e preposições do estudo de caso; estabelecimento da estrutura teórica (escopo), além da definição de uma linha de investigação.

Procedimentos da coleta de dados: Necessita de um plano descritivo para a coleta de dados com a definição dos locais a serem visitados e das pessoas a serem contatadas ou entrevistadas.

Esboço do relatório de estudo de caso contendo basicamente: a descrição prática das atividades desenvolvidas no estudo de caso, os resultados obtidos por meio da aplicação dos procedimentos de coleta.

Questões do estudo de caso: compreende a avaliação final e interpretação dos resultados obtidos.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

Estudo de CasoEstudo de Caso

Fontes de Coleta de Dados e Utilização de Evidências (YIN, 2005)

Utilização de várias fontes de evidência como: documentos, registros em arquivos, artefatos físicos, entrevistas e observação direta e participante – com o objetivo de direcionar o foco de pesquisa e realizar constatações e conclusões acerca do estudo.

Criação de um banco de dados: desenvolvimento de uma forma de organizar os dados coletados aumentando a confiabilidade do estudo, essa organização dos dados pode ocorrer por meio de notas, documentos, tabelas e narrativas.

Manter o encadeamento de evidências: esse princípio possui o objetivo de permitir que o leitor seja capaz, por meio da leitura seqüencial e lógica, de entender todo o contexto da pesquisa desde as questões iniciais até as conclusões.

Estudo de Caso como Estudo de Caso como Método de PesquisaMétodo de Pesquisa

Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

Estudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

PLANOQuando usar os estudos de caso como método de pesquisa?Identificar as questões de pesquisa ou outras justificativas para a realização de um estudo de caso; Decidir usar o método do estudo de caso, comparando com outros métodos; eEntender seus pontos fortes e suas limitações.

PROJETOIdentificação e estabelecimento da lógica

do seu estudo de caso:

Definir a unidade de analise e os prováveis casos para estudo;

Desenvolver a teoria, as proposições e os assuntos subjacentes ao estudo antecipado;

Identificar o projecto do estudo de caso (único, múltiplo, holístico e integrado); e

Definir os procedimentos para manter a qualidade do estudo de caso.

Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

PREPARAÇÃO PARA COLETA DE EVIDÊNCIAO que é necessário antes de dar início à coleta dos dados do estudo de caso?

Ampliar as habilidades como investigador de estudo de caso;

Treinar para o estudo de caso específico; Desenvolver o protocolo do estudo de caso; Conduzir um caso piloto; e Obter aprovação para a proteção dos sujeitos

humanos

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

COLETA DE EVIDÊNCIAPrincípios que devem ser seguidos no trabalho com seis (6) fontes de evidencia:

Seguir o protocolo do estudo de caso; Usar múltiplas fontes de evidência Criar um banco de dados do estudo de caso; Manter um encadeamento de evidência.

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

ANÁLISE DA EVIDÊNCIAComo iniciar sua análise, suas escolhas

analíticas e como funcionam?

Contar com proposições teóricas e outras estratégias;

Considerar qualquer uma das cinco técnicas analíticas, usando dados qualitativos, quantitativos ou ambos;

Explorar as explanações rivais; e Apresentar os dados separados das interpretações.

Estudo de CasoEstudo de CasoProjeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

COMPARTILHAMENTORelatório dos estudos de caso (como

compor):

Definir o público; Compor os materiais textuais e visuais; Apresentar evidência suficiente para o leitor

alcançar suas próprias conclusões; e Revisar e reescrever até estar bem feito

Estudo de CasoEstudo de Caso Projeto e Lógica do Projeto e Lógica do Estudo de CasoEstudo de Caso

“Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de

reciclagem”

Introdução

Objetivo: entender a inserção dos catadores no campo da indústria de reciclagem, confrontando a abordagem da Economia Solidária com a Teoria institucional

Problema: como e por que está ocorrendo a inclusão dos catadores na cadeia de reciclagem da embalagem PET?

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

Questões Proposições

Como se desenvolver uma cadeia produtiva e um serviço público inovadores no âmbito da produção e disposição de resíduos?

A organização dos catadores em sistemas cooperativistas de Economia Solidária não é de fato uma via para sua inclusão social.

Como promover políticas públicas que reconheçam a participação dos catadores nos processos de coleta e de reciclagem?

A exclusão dos catadores é o que o qualifica para o trabalho.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

Coleta de dados

I. Identificar e contatar os profissionais a serem entrevistados

II. Elaborar o protocolo de pesquisa III. Realizar as entrevistas e audiência a

palestras

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

Procedimentos analíticos

Esboço do relatório de estudo de caso contendo basicamente: a descrição prática das atividades desenvolvidas no estudo de caso, os resultados obtidos por meio da aplicação dos procedimentos de coleta.

Questões do estudo de caso: compreende a avaliação final e interpretação dos resultados obtidos.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

Resultados e questões

Cooperativas integradas a um campo organizacional presidido pela lógica da acumulação - submetidas a pressões isomórficas.

Catadores não se enquadram na categoria de excluídos - trabalhadores úteis e fundamentais

Catadores vivem um processo de exclusão e inclusão social

Campo da indústria de reciclagem como uma estrutura social - os catadores passam a ser o grupo desafiante do campo.

Estudo de CasoEstudo de Caso ExemploExemplo

.

Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

Bibliografia Complementar:Bibliografia Complementar:BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais: os pólos da prática metodológica. Rio de Janeiro: 1977.

DENZIN N. K.; LINCOLN Y. S. O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: Teorias e Abordagem. 2ª Ed. Porto Alegre: 2006. 432p

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GONÇALVES-DIAS, S. L. F. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem. Tese (Doutorado – PROCAM). SANTOS, M. C. L. dos; orientadora. São Paulo: 2009. 198 p.

YIN. R. K. Estudo de Caso: Planejamento e Método. 4ª Ed. Porto Alegre: 2010. 248p

PERCEPÇÃO AMBIENTALPERCEPÇÃO AMBIENTAL2.2.

Segunda Parte

Contextualização e Considerações Gerais – Percepção Ambiental Contextualização e Considerações Gerais – Percepção Ambiental como Método de Pesquisa – Exemplo: como Método de Pesquisa – Exemplo: A Imagem da Cidade A Imagem da Cidade de de

LynchLynch

O conceito Percepção Ambiental vai da fisiologia à semiótica, passando pelas representações sociais ou pelo funcionalismo:

Análise atomista - séc. XIX e até o início do séc. XX;

A Teoria da Gestalt, surgida no início do século XX; Idéias de psicólogos alemães e austríacos; Estudos de percepção das cores de Goethe; Fenomenologia e o Existencialismo;

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Sendo definida por:

Operação que expõe a lógica da linguagem que organiza os signos (Ferrara -1993);

Representação da população (Ianni -1999); Piaget a partir do construtivismo (Oliveira -2002) ; Lynch e Cullen através de uma vertente

estruturalista ; Peirce ou de Saussure pela semiótica; Uma vertente fenomenológica, que teria em Tuan e

na geografia humanística a sua inspiração mais forte.

Legibilidade Construindo a imagem Estrutura e identidade Imaginabilidade

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

A IMAGEM DO MEIO

AMBIENTE

A IMAGEM DA CIDADE E OS

SEUS ELEMENTOS

1. Vias:2. Limites:3. Bairros:4. Cruzamentos:5. Pontos marcantes: inter-relação de elementos, a imagem mutável e a qualidade da imagem

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

A FORMA DA CIDADE

UMA NOVA ESCALA

Desenhando as ruasO design de outros elementosQualidades de forma: 1. Singularidade, 2.Simplicidade de forma, 3.Continuidade, 4.Predominância, 5.Clareza de ligação, 6.Diferenciação direcional, 7.Alcance visual, 8.Consciência do movimento; e 9.Séries temporais

O sentido do todoA forma metropolitanaUm vasto ambiente urbano pode ter uma forma perceptível, numa estrutura elástica aos hábitos dos cidadãos, aberta a mudanças de função e significado, receptiva à formação de novas imagens. Nesta escala, a educação visual deverá levar o cidadão a atuar sobre o seu mundo visual, propiciando a ele a capacidade de ver mais nitidamente.

As imagens do meio ambiente derivam de um processo bilateral:

O observador deveria participar ativamente na percepção do mundo e criticamente no desenvolvimento da sua imagem, embora concorde com a imagem criada entre membros de seu grupo.

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

Observador

Meio

A imagem do meio ambiente pode ser analisada em três componentes:

Identidade - distinção de outras coisas, enquanto entidade separável, individual ou particular;

Estrutura – relação espacial ou estrutural do objeto com o observador e com os outros objetos;

Significado – relação de significado tanto prático como emocional.

Percepção AmbientalPercepção AmbientalLynch – A imagem da cidade Lynch – A imagem da cidade

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

As abordagens filosóficas nas pesquisas da percepção ambiental a partir de Merleau-Ponty , o essencial é captar a percepção viva, a percepção em via de realização. Para isso, é necessário se livrar de todos os preconceitos dogmáticos que proporcionam apenas percepções fossilizadas, espécies de objetos cadáveres.

Na análise dos espaços vividos, segundo Serpa a fenomenologia da imaginação de Bachelard exige que “vivamos diretamente as imagens, que as consideremos como acontecimentos súbitos da vida”. (2001, p.34)

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

As discussões da estética permitem uma importante reflexão para a educação ambiental no que diz respeito às perdas de contato com a concretude nos grandes centros urbanos, que significam também perda de contato com a natureza e o lugar habitado, em função da disseminação das hiper-realidades e proliferação dos não-lugares, que dessensibilizam cada vez mais o ser humano.

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Estudos sobre percepção ambiental no campo da educação ambiental são iniciativas que podemos considerar relativamente novas, se comparadas à inserção da temática em outros campos de conhecimento,como a psicologia e a geografia. Há, no entanto, uma preocupação recente que diz respeito às formas como essas iniciativas têm sido conduzidas,principalmente quanto à adoção dos referenciais teóricos e às diferentes questões e abordagens de pesquisa que são ancoradas no tema, algumas vezes desprovidas do entendimento do seu real significado.

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Há uma determinada complexidade na natureza do fenômeno, o que gera uma demanda por aportes teóricos de outras áreas do conhecimento;

Essa complexidade se revela no surgimento de vários conceitos articuladores quando se busca evidenciar como se dá a percepção,tais como memória, imaginário e construção social da imagem, conhecimentos populares, elementos estéticos, processoscognitivos e topofilia;

Percepção AmbientalPercepção Ambiental

Há uma certa superficialidade, detectável nos estudos no campo da educação ambiental, no uso desses conceitos e seus fundamentos advindos de outras áreas de conhecimento;

O não-entendimento do real sentido do fenômeno tem significado alguns reducionismos nos estudos da percepção no campo da educação ambiental, especialmente nos que se caracterizam pela reprodução de levantamentos conceituais e pela falta de fundamentação teórica adequada.

Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

LYNCH, KevinLYNCH, Kevin, , A A Imagem da CidadeImagem da Cidade, , Edições 70, 1989Edições 70, 1989

Bibliografia Complementar:Bibliografia Complementar:

DESCARTES, RenéDESCARTES, René, Discurso , Discurso do Métododo Método, Os Pensadores, Abril , Os Pensadores, Abril Cultural, 1979Cultural, 1979MERLEAU-PONTY, Maurice, MERLEAU-PONTY, Maurice, Fenomenologia da PercepçãoFenomenologia da Percepção, , Martins Fontes, 2006Martins Fontes, 2006

ANÁLISE DE CONTEÚDOANÁLISE DE CONTEÚDO3.3.

Terceira Parte

Contextualização e Considerações Gerais – Análise de Conteúdo Contextualização e Considerações Gerais – Análise de Conteúdo como Método de Pesquisa –– Exemplo: Análise de conteúdo de como Método de Pesquisa –– Exemplo: Análise de conteúdo de

BARDIN.BARDIN.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Definição:

“Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos, e objetivos de descrição do conteúdo da mensagem, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) desta mensagem.”

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Histórico

Primeiras análises: hermenêutica 1915: Lasswell 2º Guerra Mundial e Guerra-Fria:

investigação e descrição objetiva. 1950 á 1960: diminuição das análises de

conteúdo. 1960: início da interdisciplinaridade.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Interdisciplinaridade

Tratamento e análise de mensagem podendo ser utilizado em diversas

disciplinas:

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Método:

1) Pré – análise 2) Exploração do material 3) Tratamento dos resultados obtidos e

interpretação

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

1) Pré- análise: Escolha dos documentos a analisar; Formulação de hipótese e objetivos; Elaboração de indicadores que

fundamentem a interpretação final; Operações sucessivas, Reflexivo e

organizacional2) Exploração do material: Fase longa consistindo da codificação do

material após a conclusão da pré análise.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3a) Tratamento de resultados obtido e interpretação

Condensação e relevância das informações obtidas através da análise (operações estatísticas, simples ou complexas estabelecendo quadro de resultados, figuras e modelos)

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3b) Tratamento dos dados obtidos:

- Codificação:Tratamento do material através de escolhas representativas para o conteúdo:- Análise temática;- Compreensão do contexto em que o objeto está inserido;- Análise qualitativa e quantitativa.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3c) Tratamento dos dados obtidos:Categorização

Uma classificação dos elementos seguidos por reagrupamento dos mesmos com critérios previamente definidos:-Inventário;-Classificação.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3d) Tratamento dos dados obtidos:Inferência

Inferência é uma interpretação controlada da análise de um conteúdo e possui dois aspectos:

O teórico (pólos de atração) e; O prático ou realista.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Polos da análise (de atração) A análise fornece informações

suplementares ao seu leitor, os pólos de atração de uma análise são o sujeito e o objeto a ser analisado.

Podem se basear no mecanismo clássico da comunicação: de um lado a mensagem, de outro, o receptor.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

A – o emissor pode ser um individuo ou um grupo de indivíduos que exprimem mensagens que os representa.

B – o receptor, novamente, pode ser um indivíduo ou um grupo emissor que se dirige ao receptor.

C – a mensagem pode fornecer informações sobre o emissor ou sobre o receptor, sem ela não é possível fazer uma análise.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Existem dois níveis de análise:O continente ( significantes, código) e o

conteúdo (significados, significação):

O código - entender até que ponto a mensagem informa o que queremos saber.

A significação – é o significado que a mensagem fornece: seu conteúdo. Muitas vezes o conteúdo encontrado na mensagem pode estar ligado a códigos que sustentam uma significação.

D- O medium é o canal que a mensagem é transmitida. ( TV, telefone, carta, livro, filme e etc...)

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

Na análise de conteúdo a inferência torna-se importante no momento em que se analisa a função expressiva da comunicação, na medida em que é uma interpretação controlada. Pode-se analisar o receptor (com hipóteses) de como a mensagem exprime e representa o emissor ou analisar o receptor (do que a mensagem representa para quem a recebe).

No entanto é sempre necessário a inferência da mensagem porque é o ponto de partida da análise.

A inferência é o início da indução para investigar as causas da mensagem. Os indicadores de inferência são de naturezas diversas de acordo com seu objetivo.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

1 - Análise Categorial Desmembramento do texto em unidades Investigação por temas (análise temática): uma

possibilidade de categorização

2 - Análise de avaliação Medida das atitudes: detectar uma “pré disposição”,

manifestação de juízo de valor Extrair mensagens: Seleciona-se enunciados que

exprimem uma avaliação. Observa-se como os termos são utilizados e associados.

Adjetivos, substantivos etc. Ex: “o Herói oferece a paz”

Atenção ao nível de favoritismo/desfavorotismo

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

3 – Análise da enunciação Considera a produção da palavra como um

processo. O discurso é um momento num processo de elaboração.

Condições de produção da palavra em entrevistas (ou qualquer comunicação):

Triângulo: LOCUTOR OBJETO INTERLOCUTOR

Observar figuras de retórica

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

4 – Análise da Expressão

Preocupação com características formais. Índices Ex: quantidade de palavras diferentes utilizadas.

Riqueza de vocabulário. Léxico. Quantidades de palavras exprimem mal estar X

descontração (utilizado em terapias) Características da frase.

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

5 – Análise das relações

Relações que os elementos do texto mantém entre si.

Presenças simultâneas: co-ocorrências Ex: Capitalismo – Exploração

dinheiro – doença Mensuração de frequências

Análise de ConteúdoAnálise de Conteúdo

PráticasPráticas

As principais técnicas de análise de conteúdos começam a ser utilizadas nos Estados Unidos com foco principal em análise de mídia impressa, principalmente jornais e revistas, com foco em análise política de conteúdos editoriais e avaliação de conteúdos relacionados ao marketing.

A edição revista avaliada neste trabalho é de 1977 e, apesar de já incluir temas relacionados à informatização deste tipo de análise, não se aproximou dos volumes de conteúdos oferecidos pela Internet.

Análise de associação de Análise de associação de termos ou palavras e de termos ou palavras e de frequênciafrequência

Associação de palavras

Neste caso pega-se o objeto da pesquisa e busca-se na pesquisa associar a termos escolhidos ou termos que surgem de forma espontânea nas respostas ou no conteúdo analisado.

Frequência das palavras

Esta análise se basei a frequência com que determinados termos aparecem em uma pesquisa, um texto ou um discurso,e é interpretada a partir de seus significados.

Objetos para a análiseObjetos para a análise

A Análise de Conteúdo pode ser aplicada a qualquer meio de transmissão de mensagens. Apesar do texto de Laurence Bardin ser mais enfático em modelos que tem o texto como plataforma da mensagem, é possível trabalhar com conteúdos pictográficos, em áudio e vídeo, além de mensagens do universo da internet. É cada vez mais comum a análise de conteúdos de sites e de mídias sociais para a determinação não apenas da mensagem, mas também o estabelecimento de padrões de comportamento.

Exemplos e RealidadeExemplos e Realidade

O livro se atém a exemplos simples de análises de conteúdos de pesquisas, como a relação de pessoas com o automóvel, ou a análise de conteúdos de uma seção de horóscopo de uma revista feminina. São exemplos didáticos que servem para a compreensão da metodologia e importantes porque mostram como formular as hipóteses de pesquisas e trabalhar os resultados a partir de uma série de variáveis de fatores de análise. A realidade, no entanto, está surpreendendo. Empresas de telefonia móvel estão coletando dados de seus clientes para estabelecimento de padrões comportamentais, hábitos de mobilidade e de consumo através de técnicas de análises de conteúdos.

Partículas que se movemPartículas que se movem

“Transformamos a sociedade num laboratório no qual o comportamento pode ser observado de modo muito objetivo”

Albert-Lazlo Barabasi – Northeastern University

“Foi analisado o conteúdo emocional de palavras usadas em 9,7 milhões de tweets postados por 2,7 milhões de usuários e os dados permitiram prever o comportamento da bolsa de valores”.

The Wall Street Journal

Limites éticos e sociaisLimites éticos e sociais

A possibilidade de análise de qualquer tipo de conteúdo sob a ótica do mercado deve ser objeto de um debate ético. No entanto, seu uso para obter-se dados socialmente aceitos deve ser estimulado.

A academia tem o dever de estabelecer os limites sob os quais as ferramentas da pesquisa científica tem o direito de atuar.

O campo da ética do pesquisador nunca foi ou será tão intensamente testado como nas atuais demandas por “aperfeiçoamento” das ações de mercado via instrumental científico.

Bibliografia Principal:Bibliografia Principal:

BARDIN, Laurence. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo.Análise de conteúdo.

Edições de 1977 e Edições de 1977 e 2008.2008.