Post on 02-Jul-2015
Síndrome de Burnout
UMA DOENÇA DO TRABALHO
O problema foi identificado por:
Freudenberger (1974) criou a expressão staff burnout para descrever uma síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores da saúde mental.
O termo burnout é definido,
segundo um jargão inglês,
como aquilo que deixou de
funcionar por absoluta falta
de energia.
Metaforicamente é aquilo,
ou aquele, que chegou ao
seu limite, com grande
prejuízo em seu
desempenho físico ou
mental.
Sabendo que o trabalho ocupa grande
parcela do tempo de cada indivíduo e do seu
convívio em sociedade.
Dejours (1992) afirmava que o trabalho nem
sempre possibilita realização profissional.
Pode, ao contrário, causar problemas desde
insatisfação até exaustão.
Hoje
A Síndrome de Burnout é definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho.
É caracterizada pela ausência de motivação ou desinteresse; mal estar interno ou insatisfação ocupacional que parece prejudicar, em maior ou menor grau, a atuação profissional de alguma categoria ou grupo profissional.
“Boa parte dos sintomas
também é comum em casos
de estresse ocupacional,
mas com o acréscimo da
desumanização, que se
mostra por atitudes
negativas e grosseiras em
relação às pessoas
atendidas no ambiente
profissional e que por vezes
se estende também aos
colegas, amigos e
familiares”.
O problema é sempre relativo ao
mundo do trabalho É importante ressaltar, que
a doença atinge pessoas sem antecedentes psicopatológicos.
A Síndrome afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato próximo com outros indivíduos e dos quais se espera uma atitude, no mínimo, solidária com a causa alheia.
Fatores de risco para o desenvolvimento
da síndrome de burnout
Para enumerar os fatores de risco para o
desenvolvimento do burnout, são levadas em
consideração quatro dimensões: a
organização, o indivíduo, o trabalho e a
sociedade (World Health Organization, 1998).
Áreas mais sujeitas a tal Síndrome
1)Saúde (Médicos, Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros entre outros);
2) Tecnologia da Informação
3) Engenharia;
4) Vendas e Marketing;
5) Educação;
6) Finanças;
7) Operações;
8) Produção;
9) Religião;
10) Funcionários de companhias aéreas
11) Policial ( incluindo Agentes Penitenciários)
Depoimento
No Rio Grande do Norte, um estudo
realizado com 205 profissionais de três
hospitais universitários constatou que 93%
dos participantes de um dos hospitais
apresentavam burnout de níveis moderado e
elevado (Borges et al., 2002).
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), para
ilustrar o grau de estresse inerente ao conflito entre
aumento da competição no meio científico e diminuição
dos recursos empregados, realizou entrevistas abertas e
semi-estruturadas com estudantes de graduação, pós-
doutorandos e professores do Departamento de
Bioquímica da URFJ, respeitado na tradição em
pesquisa.
Concluiu-se que a escassez de recursos promove
burnout, competição, estresse no trabalho e sofrimento
mental (Meis et al., 2003a).
Apesar da associação do distúrbio
com o perfil de trabalhadores já
mencionados, ele pode afetar
Executivos e donas de casa também.
Resumindo as características individuais que podem
incentivar o estabelecimento da Síndrome:
Idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.
“Em geral, são indivíduos que gostam e se envolvem com o que fazem, não medindo esforços para atingir seus próprios objetivos e os da instituição em que atuam.”
De certa forma, é tudo o que as organizações esperam de um bom profissional,ou seja, os ambientes corporativos estimulam, de alguma maneira, esse tipo de comportamento entre os profissionais, criando condições que podem predispor ao adoecimento e, na seqüência direta: licenças médicas e eventuais afastamentos por longos períodos.
Principais características da
Síndrome de Burnout:
1- SINTOMAS EMOCIONAIS:
Avaliação negativa do
desempenho
profissional,
esgotamento,
fracasso,
impotência,
baixa auto-estima.
2- MANIFESTAÇÕES FÍSICAS OU
TRANSTORNOS PSICOSSOMÁTICOS:
fadiga crônica, dores de
cabeça, insônia, úlceras
digestivas, hipertensão
arterial, arritmias,
perda de peso, dores
musculares e na
coluna, alergias, lapsos
de memória.
3- ALTERAÇÕES
COMPORTAMENTAIS: Maior consumo de café, álcool
e remédios, faltas no trabalho, baixo rendimento pessoal, cinismo, impaciência, sentimento de onipotência e também de impotência, incapacidade de concentração, baixa tolerância à frustração, ímpeto de abandonar o trabalho, comportamento paranóico (tentativa de suicídio) e/ou agressividade.
A Síndrome de Burnout
não deve ser confundida
com:
ESTRESSE OU DEPRESSÃO.
No primeiro caso, o aparecimento dos
sintomas psicossomáticos
dores de cabeça, insônia, gastrite, diarréia, alterações menstruais, sugere muito mais um estresse ocupacional crônico, algo que os estudiosos do assunto definem com tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho.
Com relação à depressão, chegou-se a cogitar uma
sobreposição entre burnout e depressão, no entanto, tratam-
se de conceitos distintos.
O que ambos têm em comum:
é a disforia, o desânimo. Todavia, avaliando-se as manifestações clínicas, encontramos nos depressivos uma maior submissão, letargia e a prevalência aos sentimentos de culpa e derrota, enquanto nas pessoas com Burnout são mais marcantes o desapontamento e a tristeza. A pessoa que vivencia o Burnout identifica a falta de reconhecimento do seu trabalho como desencadeante deste processo.
Atenção ao Ritmo de Trabalho
Na realidade, o ritmo
acelerado e as tensões
no trabalho existentes
atualmente, por si só,
não desencadeiam a
Síndrome. Porém “o
desgaste com rotinas
extenuantes, horas
extras e cobranças de
chefias constituem a
regra quando o assunto é
trabalho nos dias de
hoje”.
O ambiente de trabalho e as condições organizacionais são fundamentais para que a Síndrome se desenvolva, mas a sua manifestação depende muito mais da reação individual de cada pessoa frente aos problemas que surgem na rotina profissional. A sensação de inadequação na empresa e o sofrimento psíquico intenso desembocam geralmente nos sintomas físicos, quando não dá mais para disfarçar a insatisfação, porque ela afetou a saúde.
O Mercado Financeiro
No mercado financeiro, ansiedade e agitação são ingredientes do trabalho. Mas, em excesso, estes componentes podem provocar insônia, variação de peso, exaustão e falhas de memória -motivos que têm levado esta categoria a procurar ajuda médica e psicológica. "Os profissionais do mercado financeiro têm metas muito apertadas, que exigem grande esforço do indivíduo“.
A equipe da Área de Saúde rotineiramente é expostaà carga física e mental durante seu trabalho, situações deemergência impõem tarefas que sobrecarregam oindivíduo, a jornada de trabalho freqüentemente éextensa, duplicada e acompanhada de plantões. Otrabalho com a doença e o sofrimento alheiofrequentemente são causas de desgaste emocional a queesses profissionais são submetidos nas relações com otrabalho são fatores muito significativos na determinaçãodos transtornos relacionados a Síndrome de Burnout.
Hora de Parar
O burnout foi reconhecido como um riscoocupacional para profissões que envolvem cuidadoscom saúde, educação e serviços humanos. NoBrasil, o Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999,aprovou o Regulamento da Previdência Social e, emseu Anexo II, trata dos Agentes Patogênicoscausadores de Doenças Profissionais. O item XII databela de Transtornos Mentais e do ComportamentoRelacionados com o Trabalho (Grupo V daClassificação Internacional das Doenças – CID-10)cita a “Sensação de Estar Acabado” (“Síndrome deBurnout”, “Síndrome do Esgotamento Profissional”)como sinônimos do burnout, que, na CID-10, recebeo código Z73.0.
O profissional tem direito a afastar-se uma
vez que tenha sido diagnosticada a
Síndrome.
É preciso que as empresas se conscientizem
da urgência de reavaliar a cultura de exigir
dos funcionários metas, às vezes,
impossíveis para um ser humano
O tratamento da Síndrome de Burnout é
essencialmente Psicoterapêutico
Procurar um psiquiatra que poderá prescrever: ansiolíticos ou antidepressivos para atenuar a ansiedade e a tensão.
No processo psicoterapêutico, além do enfoque individual para o alívio das dificuldades sentidas, é necessário a reflexão e um redimensionamento das atitudes relativas à atividade profissional, objetivos de vida e cuidados com a auto-estima e com sentimentos mais profundos de aceitação”.
Estresse no Trabalho
Torna-se de extrema importância à
conciliação das atividades profissionais com
o lazer, recomendamos aos profissionais que
não façam de suas vidas um campo de
batalha, não permitindo que o estresse tome
conta de suas vidas, procurando não se
desgastar emocionalmente, afim de não
entrarem em burnout.
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