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7/23/2019 Síntese éticas kantiana e utilitarista
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Éticakantiana: odever pelodever e orespeito pela
lei.
- Ética universal, categórica, formal, rigorista, a priori .
-É formal porque não apresenta o conteúdo de normas ou preceitos, mas
apresenta a forma que essas regras ou preceitos devem respeitar (oimperativo categórico). Ou seja, não nos diz o que fazer, mas como agir.
-Assim, o critério para definir se uma acção é boa moralmente ou não,
define-se pela sua concordância ou discordância em relação ao imperativocategórico. Uma acção é boa quando realiza o que deve ser feito. Porconseguinte, a acção de cada sujeito é válida se puder ser universalizada.
-Immanuel Kant tem em consideração as intenções e os motivos que
levam o sujeito a agir e não as consequências (e nisso distingue-se daséticas materiais e das éticas consequencialistas). Assim, só uma acção pordever é uma acção moral.
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Éticakantiana: odever pelo
dever e orespeito pelalei.
-É categórica e universal porque os seus princípios valem em todas as
situações e não dependem das circunstâncias.
Deste modo, podemos dizer que para Kant existem princípios bons em simesmos e acções boas em si mesmas (desde que realizados de acordocom a pura intenção de praticar o bem), independentemente do contexto.E é por isso que a ética kantiana é a priori , ou seja, independentemente daexperiência e dos contornos específicos dessa mesma experiência.
-A sua ética caracteriza-se pelo respeito à lei: mas o que é a lei? A lei
suprema é o imperativo categórico que nos vem (aos seres humanos) darazão e ao qual a própria vontade deve submeter-se.
- O ser humano ao autodeterminar-se pelo poder da sua vontade (que dáa si mesma a sua própria lei, vinda da razão) cumpre-se e respeita-se a sipróprio enquanto ser racional, ascendendo da animalidade àhumanidade. Verifica-se aqui um abismo entre a Natureza e a liberdade,próprio dos ideais do Iluminismo.
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Ética kantiana:o dever pelodever e orespeito pelalei.
Em suma:
-A obediência ao dever é o que torna o ser humano livre (porque é na
obediência ao dever que ele se respeita enquanto ser racional).
- Deve haver uma concordância entre a vontade e a lei moral (vinda da razão),
este é o sentido do imperativo categórico.
-A vontade dá a si mesma a sua própria lei, distanciando-se das inclinaçõesnaturais – é neste âmbito (da moralidade) que o ser humano realiza a suaprópria liberdade.
- Há princípios bons em si mesmos, bem como acções boas em si mesmas(ética a priori ), independentemente dos contextos, desde que praticados coma boa vontade ( pura intenção de praticar o dever).
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- Ética particular, hipotética, material, circunstancial, a posteriori .
- A ética de Stuart Mill valoriza as consequências da acção moral e não asintenções e é, por tal, que se assume como uma perspectiva utilitarista namedida em que defende que uma acção é correcta ou incorrecta em funçãodos seus resultados e não tomando a acção em si mesma.
-Podemos afirmar que a ética consequencialista ou teleológica de Stuart Mill
é uma ética material na medida em que considera o conteúdo ou a matériadas acções (prescrevendo normas) e não a sua forma.
- A finalidade da ética consequencialista é a maior felicidade global, isto é, a
maior felicidade para o maior número de pessoas possível.
- A felicidade surge ligada ao prazer e à ausência de dor (perspectiva
hedonista), ao passo que a infelicidade surge ligada à dor e ao sofrimento;portanto, uma acção é incorrecta quando provoca sofrimento e correctaquando promove o prazer e a felicidade – o critério de validade da acçãomoral define-se, assim, em função da sua utilidade.
Éticautilitarista
(Stuart Mill):A acçãomoral norumo dautilidade e
do bem- -estar demodo aatingir afelicidade.
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- A ética de Stuart Mill persegue um ideal de bem-estar para o ser humano.
- Para Stuart Mill, não existem acções boas em si mesmas, tal como não
existem princípios bons em si mesmos (ao contrário do que defendia Kant) – posição que manifesta um subjectivismo e um relativismo axiológicos.
- Todavia, os prazeres não valem todos o mesmo: assim há prazeres inferiores(os ligados ao corpo) e prazeres superiores (os ligados ao espírito) – um prazersuperior é sempre preferível a um prazer inferior, ainda que este possa sermenos intenso e menos duradouro do que aquele. Deste modo, ediferentemente de Bentham, que colocava a tónica na mera quantidade deprazer, Mill dá relevância fundamentalmente à qualidade dos prazeres (ex.:desenvolver as capacidades intelectuais pela leitura de um livro em detrimento
da mera satisfação das necessidades primárias do corpo).
Éticautilitarista
(Stuart Mill):A acçãomoral norumo dautilidade e
do bem- -estar demodo aatingir afelicidade.
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Perspectivação crítica:
- Mas poderá o critério do bem-estar ser um critério válido para o ser
humano em geral e para cada ser humano, em particular?
- O bem-estar de uns não pode implicar o sofrimento de outros? (ex.: a
escravatura, dentro do sistema de Stuart Mill e radicalizando-se os seusargumentos, é perfeitamente justificada)
- Não eliminaremos a ideia da Justiça como orientadora das nossas acções?
- O bem-estar e a felicidade da maioria serão justos? (equivale esta pergunta à
ideia de que a maioria tem sempre razão, mas sabemos que nem sempre éassim).
-Não se poderão sacrificar inocentes em função dos interesses da
maioria?
Éticautilitarista
(Stuart Mill):A acçãomoral norumo dautilidade e
do bem- -estar demodo aatingir afelicidade.