Sobre alcoolismo e Trabalho

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contratar outro, que vai exigir investimento e corre o risco de também ter problema com o álcool. Demitir o funcionário alcoólatra é o mesmo que dispensar que tem câncer.

Então o alcoolismo é realmente uma doença?

Sim. Tem gente que fala que não é doença e sim safadeza e que a pessoaconsegue parar de beber quando quiser. Mas isso não é verdade. Claro que émais fácil ajudar a pessoa que quer ser ajudada, mas o alcoolismo não é

safadeza.Qual o tratamento mais indicado?

O tratamento envolve um compartilhamento de responsabilidades. O alcoolismo éuma doença que traz alterações no funcionamento do organismo. Vários órgãosse tornam reféns da presença do álcool. Por isso, pelo menos na fase inical dotratamento, durante uns trinta dias, deve haver acompanhamento médico paraevitar que a pessoa sinta os efeitos da abstinência, que pode levar até à morte. Apessoa, quando começa a se tratar, precisa abandonar totalmente a bebida. Épossível substituir o efeito do álcool com medicações que podem oferecer umcerto conforto à pessoa que consegue ficar sem beber.

Quanto tempo de tratamento é necessário para que o viciado consiga viver bem

sem a ingestão de bebida alcoólica?

Depende. O álcool é a pior droga que existe. É uma droga legalizada, mas é aque mais causa dano. Depois do cigarro é a que mais mata. E tem o endosso doEstado, que recebe impostos por isso. Mas o Estado gasta muito com arecuperação das pessoas viciadas e com os danos provocados pela bebidaalcoólica. Um estudo apresentado na década de 1990 mostrou que o álcool éresponsável pela arrecadação de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e que ogasto com (os danos provocados pela) bebida chega a 5,5% do PIB do País.Gasta-se muito mais do que se arrecada. O Brasil trata essa questão comirresponsabilidade.

E como essa questão deveria ser tratada pelo Estado?

A primeira coisa é elevar cada vez mais os impostos das bebidas e limitar avenda. É preciso também investir na educação. E educação começa em casa.Além disso, tem que existir o papel repressor e, principalmente, estrutura paratratar os alcoólatras. A lei proíbe a demissão do dependente e obriga que ele sejaencaminhado para tratamento. Mas onde essa pessoa será tratada? Além deexistirem poucos locais próprios para tratamento, a estrutura é muito precária. Ogoverno investe pouco e existem poucos profissionais envolvidos.

A oferta do álcool é muito grande e o apelo também. Pessoas famosas fazempropagandas de bebida, que deveriam ser limitadas. Uma figura de grande apelopopular acaba influenciando a atitude dos jovens.

Uma pessoa pode ser ex-alcoólatra, livrando-se completamente do vício?

Não. A pessoa sempre será um acoólatra em recuperação e não pode ter contatocom a substância.

Paula Costa BoniniReportagem Local

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