Post on 13-Apr-2017
Dimensões Históricas e Sociais da Língua Portuguesa
Candidato: Prof. Me. Marcelo Pires Dias
Romanização da Península Ibérica
Os povos conquistados adotam o latim como língua (exceto o Basco) e a região é cristianizada;
Os latinos conquistaram povos diferentes, cada qual com sua expressão idiomática (substrato);
Na Lusitânia pré-romana foram os Celtas o elemento de maior importância linguística.
Origem Ramo Galego-asturiano: Romanização intensa; Base ibero e euscaro-caucásica;Línguas: Galego, Asturiano, Leonês e o Português
Península Ibérica
Invasões e a Reconquista
A península foi invadida e dominada por árabes, também conhecidos como “mouros” no século XII;
Com a reconquista da península pelos Reis Católicos Fernando II de Aragão e Isabel I da Castela, surge o reino independente de Portugal;
Nesse período as línguas do Norte foram “levadas” para o Sul, o caso do GALEGO-PORTUGUÊS, CASTELHANO e o CATALÃO.
O Galego-Português A língua falada na Lusitânia era o Galego-
Português e continuou sendo falada até meados do século XIV, quando fatores políticos e sociais determinaram a cisão da unidade linguística galego-portuguesa;
Politicamente Portugal separava-se do Reino de Leão e no século XII isolou a galícia.
Atualmente o Galego é uma língua diferente, contudo suficientemente próxima do português, o que permite a intercompreensão.
Desenvolvimento das Línguas no Sudoeste do Europa
Textos em Galego-Português medieval
Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,mentre me for' como me vai,ca ja moiro por vós - e ai!mia senhor branca e vermelha,Queredes que vos retraiaquando vos eu vi em saia!Mao dia me levantei,que vos enton non vi fea!
(Paio Soares de Taveirós)
Quantas sabedes amar amigo,treides comig'a lo mar de Vigo e banhar-nos-emos nas ondas.
Quantas sabedes amar amado,treides comig' a lo mar levado e banhar-nos-emos nas ondas.
Treides comig' a lo mar de Vigoe veeremo' lo meu amigo e banhar-nos-emos nas ondas.
Treides comig' a lo mar levadoe veeremo' lo meu amado e banhar-nos-emos nas ondas.
(Martin Codax)
Primeiros textos em Português
Notícia de Fiadores (1175); Auto da Partilha (1192) Testamento de Elvira Sanches (1193)
(VASCONCELLOS, 1970)
O Testamento de Elvira Sanches (1193)
In Christi nomine. Amen. Eu Elvira Sanchiz offeyro o meu corpo áás virtudes de Sam Saluador do moensteyro de Vayram, e offeyro co’no meu corpo todo o herdamento que eu ey en Centegãus e as tres quartas de padroadigo d’essa eygleyga e todo hu herdamento de Crexemil, assi us das sestas como todo u outro herdamento: que u aia u moensteyro de Vayram por en saecula saeculorum. AmenEm nome de Cristo. Amén. Eu, Elvira Sanches, ofereço o meu corpo às virtudes do Santo Salvador do mosteiro de Vairão, e ofereço com o meu corpo toda a herança que eu tenho em Centegãos e os três votos do direito de padroado dessa igreja, e todo o bem de Creixemil, assim também os (bens) das residências rurais, e todas as outras propriedades: (determino) que os tenha o mosteiro de Vairão pelos séculos dos séculos. Amén
A língua geralO nome de língua geral aplícase, principalmente, a dúas variedades do tupí que se utilizaron como vehículo de comunicación en amplas zonas do Brasil: a paulista, na rexión de São Paulo e a amazónica ou tupinambá, máis ao norte do país. A razón da aparición foi semellante en ambos os dous casos: aos europeos chegados para proceder á colonización do territorio a comunicación cos indíxenas resultáballes complicada, coa dificultade engadida de que cada grupo utilizaba unha variedade lingüística diferente. Xa que logo, estas variedades simplificadas xurdidas do tupí serviron para facilitar a comunicación dos europeos cos nativos, pero tamén entre unhas tribos e outras. Ademais de para estes dous casos, a denominación de lingua xeral utilizouse para outras linguas indíxenas que se falaban en áreas extensas.
Fases do Português: visão geral
Fase proto-histórica: século IX até o século XII (textos com palavras portuguesas);
Fase do português arcaico (século XII ao século XVI); - Galego-Português (Século XII ao século XIV); - Separação entre o galego e português (século XIV ao século XVI) Fase do português moderno - Publicação da epopeia Lusíadas (De Luis de Camões) em 1572.
Situação da Língua Portuguesa no Mundo
5ª língua mais falada no mundo; 250 milhões de falantes; Língua oficial de 9 países (Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Princípe e Timor Leste, além de uma entidade independente (Macau).
Breve História do Português Brasileiro
1 língua oficial (Português ) instituida por Pombal (1758); Na região Amazônica prevaleceu a utilização da Língua
Geral Amazônica (Nhengatu) até 1877; Sofreu influência das línguas indígenas e línguas africanas; Transmitido irregularmente para a maioria da população
devido a ausência de escolarização oficial entre os século XIV e XIX;
A primeira universidade no Brasil foi fundada em 1909 (Escola Universitária de Manaós). Na América espanhola, a primeira universidade foi fundada em 1538 em São Domingos (República Dominicana)
Algumas diferenças entre o Português Brasileiro e o
Português Europeu Diferenças fônicas - O PE apresenta redução vocálica, enquanto que o PB é mais vocálico;
- Palatalização de /t/ e /d/ [tʃia] [dʒia] [dentʃi] [ondʒe] só ocorre no PB;
Sistema Pronominal do PB
SISTEMA DE 4 POSIÇÕES
SISTEMA DE 3 POSIÇÕES
SISTEMA DE 2 POSIÇÕES
EU falo EU falo EU faloVOCÊ
falaVOCÊ
falaVOCÊ
falaELE ELE ELEA GENTE A GENTE A GENTENÓS falamosVOCÊS
falamELES ELES falam ELES
Supressão dos clíticos o, as, os, as e substituição por um sintagma nominal pleno:
- Seu filho estava no parque. Eu vi seu filho lá. Eu vi ele lá. Eu vi lá. Eu o vi. Desuso do lhe dativo: - Eu lhe vejo sempre na UFRA. - Eu te vejo sempre na UFRA. - Eu vejo você sempre na UFRA. - Eu lhe dei o dinheiro do lanche. - Eu te dei o dinheiro do lanche.
Uso do pronome-lembrete: O professor que eu estudei inglês com ele voltou. O professor com quem eu estudei inglês voltou.
Colocação Pronominal (Próclise no PB): Me diz que tens razão (PB); Diz-me que tens razão (PE); Te vi na igreja (PB); Vi-te na igreja (PE);
Polarização Sociolinguística no PB
Norma Culta Norma Popular
Derivada dos padrões linguísticos da elite (seja no Brasil-Colônia ou no
Brasil-Império)
Derivada da transmissão linguística irregular e do
contato entre línguas indígenas e africanas.
Palavras finais
ReferênciasFREITAS, Horácio França Rolim. Auto da Partilha e Testamento de Elvira Sanches: comentários histórico-interpretativos. In: Revista da Academia Brasileira de Filologia. Ano 2. Vol II, 2003. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/abf/rabf/2/060.pdf>. Acessado em 4 de novembro de 2015. FUNDACIÓN BARRIÉ. Língua Geral. In: Portal das Palabras. Disponível em: <http://portaldaspalabras.gal/miraquedin/lingua-geral>. Acessado em 4 de novembro de 2015. LOPES, Graça Videira; FERREIRA, Manuel Pedro et al. Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA, 2011. Disponível em: <http://cantigas.fcsh.unl.pt>. Acessado em 4 de novembro de 2015. MATTOS & SILVA, Rosa Virgínia. O Português Brasileiro. In: História da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/hlpbrasil/>. Acessado em 4 de novembro de 2015. SILVA NETO, Serafim da. História da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957 [1970]. SPINA, Segismundo. História da Língua Portuguesa. São Paulo: Ateliê, 2008. TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1982.
Obrigado!