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Sistema de Produção Familiar Praticado no Noroeste do Paraná: PSM2 Seda e Café. Edson Luiz Diogo de Almeida,Claudinei A. Minchio, Belmiro Ruiz Marques, Valter Martins Pessoa e Gilmar Antonio Pauly.Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER). Londrina, 2008. 8 p.
Mais informaçõesEMATER - Unidade Regional de MaringáTel. (44) 3262-4181
Comitê EditorialSéphora Cloé Rezende CordeiroSueli Souza Martinez - Editora ExecutivaTelma Passini
Editor RevisorÁlisson Néri
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Sistema de Produção Familiar
Praticado no Noroeste do Paraná em Solos de Arenito
SR4Produção de 986 kg de casulos verdes/ha/ano e 1.800 kg decafé beneficiado/ha/ano, em 8,5 ha de SAU, com 3 Eq.H
UNIDADE DE EXPLORAÇÃOAGRÍCOLA - 12 ha
Superfície Agrícola Útil (SAU) - 8,5 ha
CAFÉ
SEDA
CASA/BENFEITORIASE CARREADORES
RESERVA LEGAL
PRESERVAÇÃO PERMANENTE
2 ha
3 ha
0,5 ha
2,5 ha
0,5 ha
LAVOURAS
PASTAGEM
2 ha
1,5 ha
Produtividade
• Seda: 986 kg/casulos verdes/ha/ano• Café: 1.800 kg beneficiado/ha/ano
l Intensificado na produção de seda, com bom manejo e correção do solo, adubação orgânica e uso de cultivares produtivas
l Produção integrada com as indústrias de fiação para recebimento das larvas e entrega da produção
l Exploração de café e seda, conduzida com mão-de-obra familiar, uso de ferramentas manuais e pequenas máquinas comuns às atividades
l Produção de café com plantio adensado e colheita manual no pano
l Área com pastagem para animais de trabalho e produção de leite para consumo familiar
l Área de lavoura com culturas anuais para alimentação animal, consumo familiar e comércio.
PONTOS FAVORÁVEIS DO SISTEMA
= O café e a amoreira são culturas perenes que exigem pouco revolvimento do solo. Um ponto favorável devido a suscetibilidade à erosão dos solos do arenito.
= A renda mensal propiciada pela seda permite ao produtor administrar o fluxo de caixa do sistema com boa interação com a atividade do café.
= Baixo investimento em máquinas e equipamentos.
= Uso da mão-de-obra familiar.
= O sistema exige baixo uso de agrotóxicos.
= Utilização dos resíduos da amoreira na propriedade como fonte de nutrientes para as plantas.
=As duas atividades não concorrem em mão-de-obra, porque as maiores exigências surgem em épocas distintas do ano.
= A integração com as empresas, no caso da sericicultura, traz segurança na comercialização.
PONTOS DE MAIOR ATENÇÃO NO SISTEMA
= Risco de geadas na cultura do café
= Qualidade do produto em ambas as culturas, pela importância deste fator na formação do preço
= Qualidade da amora fornecida e o manejo adequado das larvas, para o aumento da produtividade
= Da mesma forma que na sericicultura, o café colhido no pano, e com bom manejo no terreiro, propicia produto com melhor preço de venda
= Necessidade de mão-de-obra na propriedade todos os dias
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SEDA
ÁREA: 3 HA
2l Barracão: 160 m
2l Depósito de folhas: 16 m
2l Cama de criação: 120 ml Capacidade/criada: 4 caixas - 132.000 larvasl Produção total/ano: 2.958 kg/casulo verdel 8 criadas/ano
FATORES DE SUCESSO NACULTURA DA AMOREIRA
l Preparo do solo e correção da fertilidadel Adubação orgânica e cobertura do solol Escolha de cultivares mais produtivasl Podas e renovação gradual do amoreirall Manejo eficiente da criação
PLANTIO DA AMOREIRA
Construção e manutenção dos terraços, conforme necessidade.
l Área: 3 hal Época: da 2ª quinzena de maio ao
final de junho, preferencialmentel Cultivares de boa procedência e boa
capacidade de produção de folhas: Ex: FM 86. FM 3/3, Tailandesa, Corin, Miura, SK 1 e SK 4. Sugere-se manter 20-30% da área com a cultivar Miúra
l Mudas de boa procedêncial Espaçamento: deve propiciar
condições de manejo, conforme as máquinas e equipamentos. Deve-se buscar uma população próxima a 13.200 plantas/ha
l Abertura de sulcosl Plantio de estacas em pé com três
gemas, evitando bater sobre elas ou ramas deitadas no sulco
CORREÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO
O solo deve ser corrigido com base na análise dos solos, procurando-se alcançar os seguintes teores:
l Fósforo: 10-12 ppm em solos argilosos e 14-18 ppm em arenosos
l Potássio: 3-5% da CTCl Cálcio: 50-70% da CTCl Magnésio: 10-15% da CTC
A adubação orgânica deve ser parcelada durante o ano, após a poda de inverno e colocada no solo sem incorporar. Além da cama da criação das larvas, outros materiais podem ser utilizados:
l Esterco bovino: 30 ton/ha/anol Esterco de frango: 15 ton/ha/anol Esterco de galinhas poedeiras:
5 ton/ha/ano
PODAS DA AMOREIRA
As podas de formação e de inverno devem ser escalonadas e com intervalos de aproximadamente 30 dias, dividindo-se a área total do amoreiral em 3 partes: 40%; 30%; 30%. Durante o processo de produção, outras podas como a de produção ou poda verde serão realizadas.A amoreira alcança seu potencial máximo de produção a partir do 3º ano.
RESULTADOS ECONÔMICOS SAFRA 2004/2005
RENDA BRUTAR$ 35.100,00
SEDA R$ 20.700,00 (59%)
CAFÉ R$ 14.400,00 (41%)
Depreciação R$ 2.116,00Juros sobre Capital Próprio(Fixo e variável) R$ 4.788,00
Despesas Operacionais Totais
R$ 9.244,00
Remuneração da mão-de-obra familiar (R$/Eq.H/mês)
R$ 718,22
Renda da Operação Agrícola
R$ 25.856,00
CUSTOS VARIÁVEISR$ 7.583,00
MARGEM BRUTAR$ 27.517,00
SEDA R$ 4.500,00 (59%)
CAFÉ R$ 3.083,00 (41%)
SEDA R$ 16.200,00 (59%)
CAFÉ R$ 11.317,00 (41%)
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CICLO DE CRIAÇÃO DO BICHO-DA-SEDA
CHEGADA
CICLO TOTAL 26 DIAS
ENTREGADE CASULO
01 Set.
4 dias
3ª idade 4ª idade 5ª idade Encasulamento
3ª idade Dorme Acorda Dá bosque Tira casuloAcorda Dorme
2 dias 4 dias 2 dias 7 dias +/- 5 dias +/- 2 dias
04 Set. 06 Set. 10 Set. 12 Set. 19 Set. 24 Set. 26 Set.
MANEJO DA ALIMENTAÇÃO NOS SETE DIAS DA QUINTA IDADE: 4 CAIXAS
! 1º trato às 5h com folhas de amoreira cortadas no dia anterior. Após o 1º trato, colher aproximadamente 1.000 kg de folhas de amoreira para uso do 2º ao 6º trato.
! Das 8h às 16h são feitos do 2º ao 6º trato, em intervalos de 2 horas. ! Após o 6º trato colher aproximadamente 300 kg de folhas de amoreira para uso no 7º e 8º
trato e para o 1º trato do dia seguinte.! 7º trato às 18h e 8º trato às 20h.
Obs.: Durante o encasulamento, os bosques são baixados e levantados cerca de 4 vezes, intercalados com a alimentação.
! A colheita é feita por 2 pessoas e ocorre das 10h às 17h.! A limpeza do barracão, com retirada da cama, é feita após o emboscamento e durante a
formação do casulo.
FATORES DE SUCESSO NO MANEJODA CRIAÇÃO DO BICHO-DA-SEDA
l Temperatura e ventilação do barracãol Desinfecção do barracãol Alimentação adequada das larvasl Depósito e qualidade de folhasl Teor nutritivo da amoreiral Limpeza interna e externa do barracãol Distribuição adequada das larvas na cama
ÉPOCA DE MAIOR DEMANDA DE TRABALHO
• A mão-de-obra familiar é de 3 Eq.H (78 DH/mês);• Maio e junho são os meses com menor demanda de trabalho, podendo ser a mão-de-obra
utilizada para trabalhos extras e manutenções diversas;• Em 8 meses do ano há uma demanda muito grande de trabalho na propriedade;• A sericicultura é a exploração mais exigente em mão de obra.
DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO NO ANO
DEMANDA DE MÃO-DE-OBRA DO SISTEMA
Outras Seda Café
Disponibilidade de mão-de-obra
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Dia
s/ho
mem
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
SEDACAFÉ
Pulverizador costal
Pano para colheita
Plantadeira adubadeira
Ferramentas diversas
Conjunto de bosques
Mesa de retirar casulos
Máquina peladeira
Carroça de pneus
Lança-chamas
Animal de trabalho
Botijão de gás
Roçadeira costal motorizada
Ferramentas diversas
A mecanização da atividade pode facilitar os trabalhos da família e reduzir o trabalho no corte da amora em até 75%. Para isso, máquinas mecanizadas para colheita e poda da amoreira estão sendo adaptadas e oferecidas no mercado.O uso de máquinas no barracão tem facilitado o trabalho de limpeza e desinfecção.
MÃO-DE-OBRA
A mão-de-obra é fator preponderante na criação do bicho-da-seda.É necessário o acompanhamento diário, tanto na poda e cuidados com a amoreira, como no manejo da criação no barracão. Assim, exige presença da família na propriedade.O trabalho é intenso, seguindo o calendário definido pelo ciclo de criação. Tomemos como exemplo o mês de setembro. Veja a figura abaixo.
MECANIZAÇÃO
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ÍNDICES A SEREM PERSEGUIDOS NA CRIAÇÃO
• Número de casulos em 500g de casulos < ou = a 250 casulos• Peso de um casulo > 2 g• Teor de seda > 17,5%• Peso de casulos por caixa de larvas > 60 kg• Retorno de casulos mais próximo possível de 33.000/caixa
de larvas
A CULTURA DO CAFÉ
A cafeicultura é tradicional na Região Noroeste do Paraná.Implantada em sistemas tradicionais com 1.000-1.500 plantas/ha até os sistemas adensados e superadensados que podem chegar a 10.000 plantas, ou mais, por hectare.Os novos plantios tendem a ser menos adensados por facilitar a consorciação com outras culturas nos primeiros anos de formação e produção da lavoura.O sistema preconizado nesta referência é o adensado com 5.333-8.000 pl/ha (espaçamento de 2,5 m entre ruas e 0,50-0,75 m entre plantas, com uma planta por cova). Os tratos culturais são efetuados com mão- de-obra da família e para as operações de colheita são contratados trabalhadores temporários.
= Área: 2 ha= Produtividade: 1.800 kg/ha/ano
(média de 5 anos)= Terreiro: 150 m
2= Terreiro suspenso: 100 m
2= Tulha: 20 m
COLHEITA
O fruto maduro do cafeeiro (cereja) deve ter sua qualidade mantida após a colheita. Para manter essa qualidade recomenda-se:
• Iniciar a colheita quando os cafeeiros possuírem o máximo de frutos maduros (10% de frutos verdes e no máximo 10% de frutos secos);
• Fazer a colheita parcelada e no pano. Nesse sistema são necessários 2-3 colheitas por planta;
• Esparramar o café no terreiro no mesmo dia da colheita, para evitar fermentação;• Fazer a primeira secagem no terreiro suspenso. Após a “meia seca”, transferir os grãos
para o terreiro convencional;• Depois da meia seca, o café não pode tomar chuva, pois sua qualidade fica prejudicada;• A massa de café no terreiro deve ser movimentada com rodo a cada 30 minutos, 8 a 10
vezes por dia, sempre com sombra à frente ou atrás do operador;• Armazenar com umidade de 11% a 12%.
Obs.: 1 litro de café em coco com umidade de 11-12% pesa 400-420 g, se não apresentar muitos grãos chochos.
Adubação orgânica
g/ha
2 kg/planta Obs.: cama de frango
Nutrientes
N
P O2 5
K O2
Ca
Mg
SO4
Zn
B
Unid. Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
kg/ha
27
16
30
12
6
27
21
30 30 30
120
666
22
26
2626
Necessidade nutricional para a vegetação em função da densidade de 5.500 plantas/ha + extração de macro e micronutrientes para a produção de 30 sc beneficiadas/ha de café.
ÍNDICES TÉCNICOS
• Sistema adensado: 5.333 - 8.000 plantas/ha• Cultivares: IAPAR 59, Tupi, Obatã, IPR 98, IPR 99 e IPR 103• Espaçamento: 2,5 m entre ruas e 0,5-0,75 m entre plantas• Produtividade: 30 sacas beneficiadas/ha
CAFÉ ADENSADO
MANEJO FITOSSANITÁRIO
Controle dedoenças:ferrugem,cercosporiosee bacteriose
Controle integrado conforme a época de ocorrência da doença
Manejo integrado
Controle de pragas (bicho-mineiro, broca, cochonilhas, nematóides)
CONVIVÊNCIA COM GEADAS
= Amontoar terra no tronco de cafeeiros jovens e de cafeeiros sem saia, entre maio e agosto, para protegê-los da geada de canela e garantir novas brotações
= Enterrar mudas com até 6 meses, se houver previsão de geada
= Adubar os cafeeiros adultos bem formados com potássio, para reduzir danos provocados por geada
= Controlar adequadamente a ferrugem, para reduzir danos causados pela geada