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BOLETIM TÉCNICO N° 62 ISSN 0100-3054MAIO/00

ÍNDICE DE NUTRIÇÃO NITROGENADA NA CULTURADE AZEVÉM (Lolium multiflorum Lam.) PARA

A REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Flora Osaki1

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ

Engº Agrº, M.Sc., pesquisadora da Área de Solos. IAPAR.Caixa Postal 2031 - 80011-970 Curit ba-PR. E-mail: [email protected]

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INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁVINCULADO À SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

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DIRETORIA EXECUTIVADiretor-Presidente: Florindo Dalberto

PRODUÇÃOCoordenação Gráfica: Márcio Rosa de Oliveira Arte-final:S í l v io Cézar Boralli / Capa: Tadeu K. Sakiyama Impressona Área de Reproduções Gráficas

Todos os direitos reservados aoInstituto Agronômico do Paraná.É proibida a reprodução total ou parcial desta obrasem a autorização prévia do IAPAR

081 i Osaki, Floriaíndice de nutrição nitrogenada da cultura de

azevém (Lolium multiflorum Lam.) para a regicTometropol i tana de Cur i t iba / Flora Osaki .Londrina: IAPAR, 2000.

18p. (IAPAR. Boletim técnico, 62).

1.Lolium multiflorum. 2.Pastagens-adubaçãonitrogenada-aspectos nutricionais. I.InstitutoAgronômico do Paraná, Londrina, PR. II.Título.III.Série.

CDD j 633.20889AGRIS F01 1930G514

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SUMÁRIO

Pág.

RESUMO ................................................................................... 5

SUMMARY.................................................................................. 6

INTRODUÇÃO ........................................................................... 7

MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................... 8

RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................. 10

CONCLUSÕES ....................................................................... . 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 16

AGRADECIMENTOS................................................................. 17

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SUMMARY

Nitrogen nutrition index is on important tool to eva-luate the nutritional condition of many crop. The objectiveof this experiment was to evaluate the ryegrass (Loliummultiflorum Lam.) nitrogen critical level The experimentalarea was installed at Canguiri Experimental Station Uni-versidade Federal do Parana. This work was carried outon Ca8 - Dystric Cambisol, Tb, A proeminent, clay, sub-tropical, light-wavy relievo, climate Cfb. Two liters perhectare of glyphosate were applied in order to control we-eds and residues of last culture (Zea mays). The systemadopted was no tillage and ryegrass plants came from soilseed bank (natural sowing). Thirty days before starting theexperiment, it was applied 2,0 ton/ha of dolomite lime andthe basic fertilization was made by hand using superphos-phate 60 kg/ha and potassium chloride 90 kg/ha. Thenitrogen source was urea 0, 100, 200, 300 and 400 kg/ha.The crop standardization was made by cutting plants at3,0 cm height from soil. The experimental design was ran-domized blocks, factorial arrangement with five nitrogendosis x 7 cut periods and five replications. The cuts weremade at 58, 76, 98, 105, 118 and 125 days after standar-dization. The results shown that the biggest dry matterproduction were reached in the 200 and 300 kg.h a - 1 . Theconcept of critical crop % N was used to estimate the va-lues for nitrogen nutrition index. NNI bellow 1,0 at the be-ggining of the crop development compromised the produc-tion even then in the later development stages valuesabove 1,0, were found.

Key-words: nitrogen, Lolium multiflorum, nitrogen nu-trition index

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RESUMO

O objetivo deste experimento foi avaliar o nível críti-co de nitrogénio na cultura de azevém (Lolium multiflorumLam.). O módulo experimental foi instalado na EstaçãoExperimental do Canguiri, que é vinculada ao Centro deEstações Experimentais do Setor de Ciências Agrárias daUniversidade Federal do Paraná. Este trabalho foi condu-zido sobre um Ca8 - Cambissolo Álico, Tb, A proeminen-te, textura argilosa, fase campo subtropical, relevo suave-ondulado, em região de clima Cfb. O preparo da área foifeito aplicando-se dois litros por hectare do herbicidaglyphosate para controlar plantas daninhas e restos decultura anterior (Zea mays). O sistema utilizado foi oplantio direto sendo as plantas provenientes do banco desementes do solo (ressemeadura natural). A correção dosolo foi realizada aplicando-se duas toneladas por hectarede calcário dolomítico, trinta dias antes da implantaçãodo experimento e a adubação básica consistiu na aplica-ção a lanço de 60 kg/ha de superfosfato simples e 90kg/ha de cloreto de potássio. A fonte de nitrogénio utili-zada foi a ureia, sendo as doses aplicadas de 0, 100, 200,300 e 400 kg/ha de nitrogénio. A uniformização da cul-tura foi feita cortando-se as plantas a uma altura de 3,0cm do solo. O delineamento utilizado foi o de blocos aoacaso, em arranjo fatorial doses de nitrogénio versus seteépocas de corte, com cinco repetições. Os cortes paraavaliações foram realizadas aos 58, 76, 98, 105, 118, 125após o rebrote, totalizando 7 épocas. Os resultados mos-traram que, as doses 200 e 300 kg/ha apresentaram asmaiores produções de matéria seca. Para o cálculo do ín-dice de nutrição nitrogenada utilizou-se o conceito deporcentagem crítica do nitrogénio. Observou-se que valo-res de NNI inferiores a 1,0 no início do desenvolvimentoda cultura, comprometeram a produtividade de modo irre-versível, mesmo que, posteriormente, em fases distintasde desenvolvimento, tenham sido encontrados valores su-periores a 1,0.

Palavras-chave: nitrogénio, azevém, índice de nutriçãonitrogenada6

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INTRODUÇÃO

O nitrogénio se destaca pelo seu acentuado dina-mismo na natureza, igualando-se ou até superando o car-bono neste particular. Destaca-se ainda, por apresentarpercentual em geral, mais alto na matéria seca (cerca detrês vezes mais) do que qualquer outro elemento(MALAVOLTA, 1981). Todos os organismos requerem nitro-génio como parte da estrutura química de dois dos seusconstituintes principais: proteínas e ácidos nucléicos(WHITEHEAD, 1994), e participam ativamente nos proces-sos de absorção iônica, fotossíntese, respiração, síntese,multiplicação e diferenciação celular (MALAVOLTA, 1981).

O N é essencial para a produção de elevadas quanti-dades de matéria seca em plantas forrageiras. Durantemuitos anos, diferentes métodos tem sido propostos com afinalidade de avaliar o teor disponível de N para., as plantas.As recomendações de adubação consideram as exigênciasda cultura, as condições do clima, o comportamento doadubo no solo e as reservas do solo. A exigência-denitrogénio está relacionada com a velocidade de crescimento,com a densidade de plantas, das condições climáticas e dosteores dos demais nutrientes presentes no solo (MALAVOLTA,1981).

Para se avaliar a condição nitrogenada de plantas, fo-.ram desenvolvidos modelos para sustentar o conceito deporcentagem crítica de nitrogênio nas culturas. Assim, oNNI que é o índice de nutrição nitrogenada vem sendoapontado como importante ferramenta na avaliação dacondição nitrogenada de algumas culturas. Dessa forma,as práticas de adubação que visam fornecer N, de modo apromover a máxima produção de matéria seca, baseadasapenas na análise do solo, podem resultar em situações dedeficiência do nutriente ou de consumo de luxo. O primeiroresulta em perdas de produtividade e o segundo, além daredução na produção, em aumento de custo para o pro-dutor e contaminação do meio. Neste sentido, ULRICH(1952) descreveu a porcentagem crítica de N como sendo aconcentração mínima de N necessária para atingir a má-xima taxa de crescimento da cultura. Para LEMAIRE &

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GASTAL (1997) a porcentagem crítica de N é definida comoa quantidade mínima de N necessária para alcançar a má-xima biomassa á*érea em determinado momento.

Este trabalho teve por objetivos: identificar a por-centagem crítica de nitrogénio e verificar o índice de nu-trição nitrogenada (NNI) da cultura de azevém paradiferentes doses de adubo nitrogenado.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido de março a outubro de1995, na Fazenda Experimental do Canguiri, Setor de Ci-ências Agrárias da Universidade Federal do Paraná, nomunicípio de Piraquara, localizada na região fisiográfica doPrimeiro Planalto (MAACK, 1968). A sede da fazenda está auma altitude de 930 metros, tendo como coordenadas la-titude 25°34' S, longitude 49°25' W.

O clima se enquadra no grupo Cfb subtropical úmido,mesotérmico, com verões amenos e geadas severas e fre-quentes, sem a estação seca definida. São apresentados,na Tabela 1, os dados de observações meteorológicas cole-tadas pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR, 1995)nc período experimental.

A localidade do experimento foi mapeada como Cam-bissolo Álico (EMBRAPA, 1984), sendo o local de condução8

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do módulo experimental, bem drenado e classificado comoCa8 - Cambissolo Álico, Tb, A proeminente, textura argi-losa, fase campo subtropical, relevo suave-ondulado(EMBRAPA, 1984).

Foram aplicados 2,0 litros por hectare do herbicidaglyphosate para controle das plantas daninhas e dos restosculturais anterior (Zea mays). As plantas de Lolium multi-florum Lam. foram provenientes do banco de sementes dosolo, desta forma o experimento foi conduzido em sistemade plantio direto com ressemeadura natural.

Os resultados obtidos pela análise de solo estão apre-sentados na Tabela 2.

Foram aplicadas 2 ,0 toneladas por hectare de calcáriodolomítico 30 dias antes da implantação do experimento.

A adubação básica foi feita a lanço, utilizando-se 60kg.h a 1 de superfosfato simples e 90 kg.h a - 1 de cloreto depotássio (COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO, 1989).

O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, emarranjo fatorial (5 doses de nitrogénio com sete épocas decorte), com 5 repetições.

A fonte de nitrogênio utilizada foi a ureia, foram tes-tados 5 níveis de adubação: 0 kg.h a - 1 , 100 kg.h a - 1 , 200kg.h a - 1 , 300 kg.h a - 1 e 400 kg.ha - 1 .

Após a emergência das plântulas foi realizado umcorte uniforme, a 3 cm do solo, promovendo o emparelha-mento da cultura. Foram realizados cortes aos 58, 76, 86,98, 105, 118 e 125 dias após o rebrote, compondo um totalde 7 épocas de avaliação. O material verde coletado foi en-caminhado para o laboratório e pesado. Para determinaçãoda matéria seca, foram retirados 500 g de matéria verde,secados em estufa a 60°C, e após a secagem foram nova-mente pesadas. Os teores de N foram determinados pelo

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Os dados obtidos foram submetidos a análise de vari-ância, comparando-se as médias pelo teste de Tukey ao ní-vel de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pelos resultados obtidos da produção de matéria seca(Tabela 3), aos 58 dias após a rebrota não foram observa-das diferenças entre os diferentes níveis de nitrogéniotestados. Provavelmente, estes resultados «se devem a ho-mogeneidade das plantas no início do desenvolvimento, noqual apresentam ainda um sistema radicular pouco desen-volvido e a presença de nitrogênio do solo foi suficientepara suportar o acumulo de matéria seca nesta fase.

A partir dos 76 dias após a rebrota o tratamento tes-temunha apresenta um menor acúmulo de matéria seca,enquanto que o tratamento de 100 kg.ha –1 apresenta redu-ção no acúmulo de matéria seca aos 98 dias após a re-brota. SÁ (1979) pesquisando a adubação de 6 forrageirasde inverno, encontrou um incremento de 25% na produçãode matéria seca para o azevém anual, segundo o autor esteaumento deveu-se principalmente a adubação nitrogenada.Este autor relatou ainda que a resposta da cultura, para otratamento adubação foi menor e estatisticamente dife-rente dos tratamentos que receberam adubo, a partir doterceiro corte, sugerindo que houve o esgotamento das re-servas do solo, apesar de sua fertilidade inicial, no pre-sente trabalho este comportamento pode ser observadoparei o tratamento que recebeu 100 kg de N por hectare.

Por outro lado, FRIBOURG (1985) relatou que res-postas lineares têm sido verificadas, quando utilizadaadubação nitrogenada acima de 200 kg.ha-1, para gramí-10

método de Kjeldhal o índice de nutrição nitrogenada (NNI)foi calculado de acordo com LEMAIRE:

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neas anuais de verao. BURTON & PRINE (1958), estudandoa cultura do azevem, verificaram o aumento na produçãode materia seca com o aumento da dose de N.

Aos 98, 105 e 118 dias apos a rebrota, para os trata-mentos que receberam doses 200 kg.h a - 1 , 300 kg.ha- 1 e400 kg.h a - 1 , não foram verificadas diferenças estatísticasna produção de matéria seca.

E quando comparadas estas doses, aos 125 dias veri-ficou-se uma redução da materia seca para o tratamentoque recebeu 400 kg.h a - 1 que diferiu estatisticamente dotratamento que recebeu 200 kg.ha- 1 de nitrogênio.

Estes resultados mostram que elevados niveis de ni-trogenio, alem das perdas por volatilização, l ixiviação eerosao podem tambem resultar em perdas de produtivi-dade. O nitrogênio aumenta o rendimento de materia secade gramineas como milheto, entret'anto altos niveis deadubacao nao resultam em aumento da producao (HART &BURTON, 1965; MEDEIROS et al., 1978; SCHEFFER et al.,1985). E importante rever as relacoes entre o nitrogenio e

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os demais elementos nutrientes como potássio, magnésioe enxofre. Para a constituição das diferentes enzimas é ne-cessário mais de um elemento, embora as proporções pos-sam ser diferentes a ausência de qualquer um pode resultarem alterações metabólicas na planta e redução na produção(VAN RAIJ, 1981).

Apesar de não existir diferenças estatísticas entre ostratamentos 200 kg.h a - 1 e 300 kg.h a - 1 , verificou-se que oprimeiro foi ligeiramente superior. Assim, o valor adotadopara a porcentagem crítica de nitrogénio foi o relativo paraa dose de 200 kg.ha - 1 .

Os resultados obtidos para o teor de N nas plantas,pelo método de Kjeldhal, estão apresentados na Tabela 4.

Dentro das épocas de corte analisadas observa-seque, não existe um padrão de comportamento quanto aosteores de nitrogênio encontrados nas plantas de azevém.

Aos 58 dias após a rebrota os tratamentos que apre-sentaram os teores mais elevados de N foram 100, 200 e12

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300 kg.h a - 1 ; aos 76 DAR (dias após a rebrota), os teoresmais altos foram encontrados para os tratamentos 200kg.h a - 1 , 300 kg.h a - 1 e 400 kg.h a - 1 , o tratamento testemu-nha apresentou o teor mais alto e foi estatisticamente dife-rente aos 86 DAR. Aos 98 DAR os teores de N foram esta-tisticamente iguais entre si independente da dose de nitro-génio utilizada. Os teores de N encontrados para a culturade azevém não se mostram adequados para predizer oacúmulo de matéria seca, dentro das condições estudadas.Este resultado está de acordo com LEMAIRE & SALETTE(1984) que sugerem que as diferenças de absorção de ni-trogénio podem ser atribuídas às diferenças na dinâmicade crescimento da pastagem, como consequência de condi-ções climáticas.

Atualmente, apesar dos inúmeros estudos realizadosna tentativa de explicar as interações solo, água e planta,existem ainda muitas dúvidas a respeito. Sabe-se que aabsorção de nitrogénio pela planta é dependente "de diver-sos fatores tais como as condições de manejo (densidade,sistema de cultivo), as condições do solo (textura, teor dematéria orgânica, porosidade, profundidade, pH), a espéciecultivada (cultivar, variedade, hábito de crescimento, sis-tema radicular, índice de área foliar), as condições ambi-entais e a fitossanidade (doenças e pragas) (WHITEHEAD,1995; LEMAIRE & MEYNARD, 1997; JUSTES, 1993).

Além destes, a metodologia utilizada para determina-ção da concentração de nitrogénio, a época de coleta deamostras, a parte vegetal amostrada podem apresentar re-sultados diversos quanto a concentração de nitrogênio nasplantas (MARINO, 1996).

A definição de porcentagem crítica de N segundoLEMAIRE 86 GASTAL (1997) verificou-se para o presenteexperimento que a dose mínima de nitrogénio para obten-ção da máxima produtividade foi a dose de 200 kg de N.Assim para efeitos de cálculo os valores de N total (%),apresentados na Tabela 3, para cada época de corte, foramadotados os va1ores obtidos para a dose de 200 kg.h a - 1 .

Para o cálculo do NNI foi então utilizada a relação:NNI = %crítica de N/ % de N da cultura

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Na Tabela 5 podem ser observados os índices de nu-trição nitrogenada. De acordo com LEMAIRE, os valoresabaixo de 1,0 significam que a cultura encontrava-se emcondição de deficiência de nitrogênio, valores superiores a1,0 representam a cultura em situação de consumo deluxo. Os valores para o NNI calculados podem ser observa-dos na Figura 1.

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Observa-se que nos tratamentos testemunha e 100 kgde N por hectare, as variações encontradas foram maiores,embora apresentem alguns pontos onde a cultura estejaem consumo de luxo a produtividade foi afetada pelas con-dições inadequadas de nutrição de N na fase inicial dedesenvolvimento comprometendo a produção final. Para asdoses de 300 e 400 kg de N por hectare foram verificadosvalores para o NNI (Tabela 5) muito próximos a 1,0, apesardisto verifica-se uma pequena redução da matéria secaquando comparada com a produção total no período de 125dias na dose 200 kg de N.

Uma possível explicação para tais resultados seriaque para os tratamentos testemunha e 100 kg.ha - 1 , de ni-trogénio, houve uma deficiência real na disponibilidade deN para a cultura. Para os tratamentos 300 e 400 kg.ha- 1 deN, embora houvesse a presença de N no solo, outros ele-mentos como K, Ca, P, Mg poderiam influenciarão meta-bolismo vegetal que envolve o N. Um mesmo elemento podedesempenhar funções estruturais, constituir enzimas ouatuar como ativador enzimático que podem corresponder aum ou mais processos vitais. É fácil compreender á im-portância da relação quantitativa entre nutrientes, assimembora um elemento, no caso o nitrogênio, possa estarpresente em quantidade suficiente, outros elementos po-dem apresentar-se em quantidades não adequadas, limi-tando assim a produtividade.

CONCLUSÕES

• A dose de 200 kg.ha-1 de N representa a porcentagemcrítica de nitrogénio.

• Os teores de N na cultura de azevém nãorepresentam um indicador adequado na predição deprodutividade de matéria seca.

• Valores de NNI baixos no início comprometem a produ-tividade de modo irreversível, mesmo que, posterior-mente, em fases distintas de desenvolvimento, sejamencontrados valores superiores a 1,0.

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WHITEHEAD, D. C. Grassland nitrogen. Wallingford, UK :CABI, 1995.

AGRADECIMENTOSAos pesquisadores çlo Instituto Agronômico do Paraná:

José Lino Martinez, Rui C. M. Biscaia e Sérgio Postiglioni.

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Bases físicas do IAPAR

ANTONINAEstação AgrometeorológicaA/C Usina Hidrelétrica Parigot de SouzaCx. Postal 34 - CEP 83370

APUCARANAEstação Agrometeorológica FazendaUbatuba S.A. (Pirapó) Cx. Postal 99 -fone: (0434) 22-0022 CEP 86800

BANDEIRANTESEstação Agrometeorológica A/C FundaçãoFaculdade de Agronomia Luiz Meneghel, Rod.BR 369 - km 54 Cx. Postal 261 - fone:(0437) 42-1123 CEP 86360

BELA VISTA DO PARAÍSOEstação AgrometeorológicaPatrimónio Santa Margarida - Av. Indianópolis,s/n-Cx. Postal 82-CEP 86130

CAMBARAEstação Experimental/Unidade de Beneficiamento deSementes e Estação Agrometeorológica Rod. BR369 - a 5 km de Cambará Cx. Postal 195 - Fone:(0437)32-1343 CEP 86390

CAMPO MOUflAOLaboratório de Análise de SolosAv. João Bento, 486Fone: (0448)23-1172 - CEP 87300

CÂNDIDO DE ABREUEstação AgrometeorológicaReserva E. Maria Flora - A/C Prefeitura MunicipalFone: (0434)76-1222 - CEP 84470

CASCAVEL. Laboratório de Análise de Solos

R. Piquiri, s/n (junto à SEAB)Cx. Postal 1203 - fone: (0452)23-0445 ,

CEP 85800 . EstaçãoAgrometeorológica

Centro Exp. Pesq. Eloy Gomes (junto à OCEPAR)Rod. BR 467, km 19 - fone: (0452)23-3536CEP 85800

CERRO AZULEstação Experimental eEstação AgrometeorológicaRod. PR 92, km 82 (sentido Rio Branco/Cerro Azul)Cx. Postal 11 -CEP 83570

CIANORTEEstação AgrometeorológicaAv. Rondônia, 696 - fone: (0447)22-3420CEP 87200

CLEVELANDIAEstação Agrometeorológica A/C ColégioAgrícola Estadual Assis Bras l R. José Zilio,97 - fone: (0462)52-1761 CEP 85539

FRANCISCO BELTRÃOEstação Agrometeorológica A/CNúcleo Regional SEAB R. TenenteCamargo, 1312 Fone: (0465) 23-4888 - CEP 85600

GUARAPUAVA. Est. Experimental

Rodovia Guarapuava (BK 277), km 358,4 Cx.Postal 344 - fone: (0427)23-7273

. Estação Agrometeorológica: A/C Colégio AgrícolaEstadual Arlindo Ribeiro Rod. 277, km 154 - CaixaPostal 56 Fone: (0427)23-1422 - CEP 85100

GUARAQUEÇABAEstação AgrometeorológicaFazenda Caldeirão - Rod. BR 101, km 110Cx. Postal 47 - CEP 83370

IBIPORÁEstação ExperimentalLaboratório de Apoio à Pesquisa eEstação AgrometeorológicaBR 369, km 134, saída p/ JataizinhoCx. Postal 197 - fone: (0432)58-1506CEP 85200

JOAQUIM TAVORAEst. Experimental e Est. Agrometeorológica Rod.Joaquim Távora/Guapirama, a 2 km de J. Távora -Cx. Postal 60 Fone: (0437)62-1434 - CEP 86550

LAPAEst. Experimental e Est. AgrometeorológicaBR 476 (sentido Lapa/São Mateus do Sul) a 5,3 kmdo trevo principal de LapaCx. Postal 131 - fone: (041)822-3406CEP 83750

LARANJEIRAS DO SULEst. AgrometeorológicaR. Osvaldo Cruz, s/n / R. Paraná 405 (contato)Fone: (0427)35-2658 - CEP 85300

MARILANDIA DO SULEstação AgrometeorológicaA/C Sementes Mauá - Rod. do Café, km 307Fone: (0434)64-125* - CEP 86825,,

MORRETESEst. Experimental e Estação Agrometeorológica PR408, km 64 - Cx. Postei 11 Fone: (041)462-1203 -CEP 83350

NOVA CANTUEstação Agrometeorológica A/C Prefeitura Municipal- Av. Cantu, 709 Morro da Torre, ao lado daSANEPAR Fone: (0449)27-1207 - CEP 87330

PALMASEst. Experimental e Est. Agrometeorológica Final daRua Tertuliano B. de Andrade Cx. Postal 212 - fone:(0462)62-1401 CEP 84670* '

PALOTINAEstação Experimental/Unidade de Beneficiamento de Sementes eEstação AgrometeorológicaLinha São Roque,'km 8 - Cx. Postal 69 «..., 'Fone: (0446)49-2176 - CEP 85940

PARANAVAÍEst. Experimental e Est. Agrometeorológica R. PauloAntónio da Costa (ao lado do DER) Vila Ipê - Cx.Postal 564 Fones: (0444)23-11 57 e 23-1607 - CEP87700

PATO BRANCOEstação Experimental/Laboratório de Apoio à Pesquisae Estação Agrometeorológica Rod. Guarapuava/TrêsPinheiros (BR 373), km 14 Bom Retiro Cx. Postal5 1 0 - fone: (0462)24-3381 CEP 85500

PtRAQUARA (Região Metropolitua de Ciritiba)Polo Regional com Est. ExperimentaiLaboratório de Apoio à Pesquisa eEstação AgrometeorológicaEstrada da Graciosa, km 18. Pq. Castelo BrancoCx. Postal 2301 e 1493Fone: (041)358-6336 - Telex: (041)30062FAX: (041)358-6979 - CEP 80001

PLANALTOEstação Agrometeorológica A/C PrefeituraMunicipal Pça São Francisco de AssisFone: (0465)55-1373 - CEP 85750

PONTA GROSSA. Polo Regional/Estação Experimental Ponta Grossa eLaboratório de Análise de Solos Av. Pres. Kennedy,s/n, (Rod. do Café, km 104) Cx. Postal 129 - fone:(0422)24-9000 CEP 84100

. Estação Experimental Fazenda Modelo eLaboratório de Apoio á Pesquisa Av. Euzébio deQueirós s/n - fone: (0422)24-1433 CEP 84100

. Estação Experimental Vila Velha, Unidade deBeneficiamento de Sementes e EstaçãoAgrometeorológica BR 376 (Rod. do Café) km89, Fumas Cx. Postei 433 - fone: (0422)24-5966 CEP 84100

QUEDAS DO IGUAÇUEstação Agrometeorológica A/C UsinaHidrelétrica de Salto Osório ELETROSUL(PR 473-Usina Eta) Fone: (0465)23-4611 -CEP 85460

SAO MIGUEL DO IGUAÇUEstação Agrometeorológica - Faz. Mitacoré A/CBamerindus Agro Pastor l Ltda. BR 277, km 706- Cx. Postal 70 Fone: (0455)41-1396 - CEP85880

TEIXEIRA SOARESEst. Experimental e Est. Agrometeorológica BR277, km 242/243 - Cx. Postal 108 (Irati) Fone:(0424)22-2574 - CEP 84500

TELÊMACO BORBAEstação Agrometeorológica - Rua Bahia s/nCx. Postal 82 - fone: (0422)71-9966 - CEP 84260

UMUARAMAEstação AgrometeorológicaA/C Núcleo Regional da SEABRua São Mateus, 5034 - Bairro AnchieteFone: (0446)22-5533 - CEP 87500 *

Page 19: BOLETIM TÉCNICO N° 62 ISSN 0100-3054 - iapar.br · Coordenação Gráfica: Márcio Rosa de Oliveira Arte-final: Sílvio Cézar Boralli / Capa: Tadeu K. Sakiyama Impresso na Área

ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO