Post on 07-Apr-2016
Sustentabilidade no Agronegócio: Tendências atuais
Aula adaptada da palestra do Dr. Sérgio Schneider
AVISOS• Próximas aulas:12/11 – Trabalho Cooperativismo e atividades
de revisão para a prova;19/11 – Prova26/11 – Seminários03/12 – Seminários10/12 – Recuperação Final
Conteúdo Prova II
• Coordenação das cadeias produtivas I• Coordenação das cadeias produtivas II• Sustentabilidade no Agronegócio:
Tendências atuais• Texto sobre Associativismo e
Cooperativismo;
Inovação, Poder e Desenvolvimento em Áreas Rurais do Brasil
Sergio Schneider – PGDR/PPGS-UFRGSSergio Schneider – PGDR/PPGS-UFRGS
Sumário1. Questões e temas de interesse geral;
2. Principais avanços da teoria social;
3. Problemas de investigação;
4. A contribuição do IPODE;
5. O trabalho por fazer, nestes dias !!
a) a) A Produção de Alimentos: para onde vai e quem A Produção de Alimentos: para onde vai e quem controlará?controlará? O sistema agroalimentar convencional:O sistema agroalimentar convencional:
• Cadeias cada vez maiores – Brazil Food, Fibria, etc; Cadeias cada vez maiores – Brazil Food, Fibria, etc; • Riscos alimentares e nutricionais – obesidade e saúde coletiva;Riscos alimentares e nutricionais – obesidade e saúde coletiva;• A questão da regulação: quem e como controlar? Os Estados A questão da regulação: quem e como controlar? Os Estados
ou a OMC ?ou a OMC ?
As alternativas: Cadeias curtas, Local Food e Alimentos com As alternativas: Cadeias curtas, Local Food e Alimentos com Procedência e IdentidadeProcedência e Identidade
Produzir alimentos para a Segurança Alimentar de produtores e Produzir alimentos para a Segurança Alimentar de produtores e consumidoresconsumidores
Questões e desafios emergem:Questões e desafios emergem: A questão dos mercados: mais mercado ou outros tipos de A questão dos mercados: mais mercado ou outros tipos de
mercados?mercados? A necessidade de um novo PACTO com os consumidores.A necessidade de um novo PACTO com os consumidores.
1 - Temas da ruralidade contemporânea
1 - Temas da ruralidade contemporânea
b) A compreensão das ‘funções’ não agrícolas do Rural: O controle da degradação dos recursos naturais – controle e
regulação; O potencial das alternativas que emergem – agroecologia e agricultura
orgânica; Funções não-agrícolas do rural:
• Produção de energia;• Manutenção do patromônio ambiental (biodiversidade) e
cultural• Alternativas econômicas - pluriatividade e plurirendimentos.
Questões e desafios emergem: Quem paga pela descarbonização – os pagtº por serviços
ambientais; As tecnologias alternativas: viabilidade.
c) A contribuição da Agricultura e da Ruralidade para o Desenvolvimentoc) A contribuição da Agricultura e da Ruralidade para o Desenvolvimento Eliminação da pobreza e da redução das desigualdades; Eliminação da pobreza e da redução das desigualdades; O lugar do campesinato e da agricultura familiar:O lugar do campesinato e da agricultura familiar:
Equilíbrio demográfico entre urbano e rural – 9 bilhões em 2050 !Equilíbrio demográfico entre urbano e rural – 9 bilhões em 2050 ! Garantir produção alimentos com qualidade e a custos mais baixos;Garantir produção alimentos com qualidade e a custos mais baixos; Conservar o patrimônio social e cultural (gastronomia e tradições);Conservar o patrimônio social e cultural (gastronomia e tradições);
A construção de novas formas de medição – INTERFACES – nos A construção de novas formas de medição – INTERFACES – nos processos de intervenção.processos de intervenção.
Questões e desafios emergem:Questões e desafios emergem: O papel do Estado e das políticas públicas são cruciaisO papel do Estado e das políticas públicas são cruciais Papel das organizações de representação dos atores – sindicatos ...Papel das organizações de representação dos atores – sindicatos ...
1 - Temas da ruralidade contemporânea
2. Os principais avanços da Teoria Social, nos anos recentes:
a) Estudos rurais ampliaram seu enfoque para além da agricultura:• O papel dos não-humanos (Latour) – a interface com a Natureza e o Ambiente;
• O reconhecimento da dimensão espacial e territorial: redefinição da relação rural-urbano;• As mutações das formas de trabalho e ocupação: pluriatividade e plurirendimentos.
b) Crescente abandono do estruturalismo e construção de ‘sociologia relacional’: focos em atores, redes, atributos, capacitações, mediações...;
c) Valorização de enfoques e abordagens inter/multidisciplinares
• Nos temas como: alimentos (nutrição), mercados (economia), território (geografia), ambiente (biologia), agricultura (agronomia), etc, etc
d) No Brasil: tendência de valorização de estudos empíricos e metodologias quanti e qualititativas, MAS, AINDA FALTA:
• Avançar em estudos comparativos – espaciais e longitudinais;
• Ampliar o diálogo com a literatura e estudos internacionais – América Latina, especialmente.
2ª Heterogeneidade e diversidade Social:Compreender as mudanças nas relações de trabalho, nas formas de
organização social, os dispositivos coletivos...;
3 Problemas de investigação que emergem:
1ª Processos e itinerários da diversificação:Como está mudando e/ou sendo transformada a “BASE
MATERIAL” (terra, trabalho e tecnologias) sobre a qual as famílias e os atores do meio rural organizam os seus meios de vida?
3ª Questões de poder e dominação - agencia:As formas de ação coletiva, a mediação e as interfaces com o Estado
e as políticas públicas, as arenas de disputa e conflitos, posições de classe....
4. A contribuição do
IPODE: o que são as
‘sementes e os brotos’
da transição ?
Alguns pressupostos e pontos de partida: Para além do produtivismo em curso, os agricultores estão
construindo meios e mecanismos para garantir sua reprodução
social:
não é apenas resistência, mas luta por autonomia !
Estas iniciativas, práticas e processos são a expressão empírica de uma NOVA forma de agricultura e desenvolvimento rural, que está sendo construída de forma silenciosa, descontínua e, muitas vezes, marginal;
Não obstante, a construção e reprodução das práticas de desenvolvimento rural é CONSISTENTE, tem raízes históricas e segue trajetórias diversas...
Alguns pressupostos e pontos de partida: As iniciativas e práticas se manifestam através de NOVIDADES (quebra de rotinas) e estão emergindo, como se fossem BROTOS, ainda que algumas estejam ainda no estágio de SEMENTES (promessas !);
Estas iniciativas e práticas não ocorrem de forma isolada, são contextualizadas e imersas em relações de reciprocidade e interconhecimento – são fruto da AÇÃO SOCIAL em um determinado espaço/território;
A ação social demanda ATORES e poder – AGENCIA
Referências Teóricas IPODEReferências Teóricas IPODE Wiskerke e Ploeg (2004):Wiskerke e Ploeg (2004):
as iniciativas dos agricultores para buscar maior autonomia e as iniciativas dos agricultores para buscar maior autonomia e redefinir as relações com os mercados de compra (insumos, redefinir as relações com os mercados de compra (insumos, sementes, etc) e venda (cooperativas e empresas privadas), são uma sementes, etc) e venda (cooperativas e empresas privadas), são uma fonte de inspiração para pesquisa.fonte de inspiração para pesquisa.
Amin e Cohendet (2004): Amin e Cohendet (2004): mostram que os processos de inovação e desenvolvimento mostram que os processos de inovação e desenvolvimento tecnológico estão imersos (tecnológico estão imersos (embeddednessembeddedness) em contextos sociais e que ) em contextos sociais e que a invenção e a criatividade é fruto de um intenso processo de a invenção e a criatividade é fruto de um intenso processo de interação e troca de experiências a partir de situações práticas e interação e troca de experiências a partir de situações práticas e contingentes.contingentes.
Long e Ploeg (1994Long e Ploeg (1994):atores são dotados de poder de agência, o que implica em capacidade de ação de acordo com projetos definidos e agir estratégico
EIXOS NORTEADORES DA PESQUISA
1. Formas de inovação (FI) - que podem ser técnicas, produtivas e sociais
2. Dispositivos coletivos e agência (DCA) - modos de organização social e mobilização de recursos políticos
3. Processos de diversificação das economias locais (PDEL)
Práticas de Desenvolvimento Rural
Agricultores Organizações e Instituições
Sociedade,Estado e Mercados
Práticas, processosValores e Identidade Dispositivos coletivos Políticas Públicas
Formas autônomas de Produção, agriculturaTradicional, excluídos
e/ou supérfluos
Squeeze agrícolaCrise do produtivismo
Próxima
etapa do
estudo
1. Formas de inovação (FI): de que modo os agricultores inovam, criam e buscam novos modos de “fazer as coisas” e, com isso, resolver os problemas cotidianos que surgem nos processos produtivos, na gestão da propriedade, no processamento de produtos, no acesso aos mercados. Como os agricultores inventam modos de enfrentar as dificuldades relacionadas à sua sobrevivência material e sua manutenção como grupo social?
2. Dispositivos coletivos e agência (DCA): como se dá o processo de
organização social e política que resulta tanto na construção de instâncias de controle e gestão de atividades (associações, cooperativas, etc) como numa maior capacidade de pressionar o Estado e acessar as políticas públicas?
3. Processos de diversificação das economias locais (PDEL): qual a
contribuição e os efeitos das práticas e processos para diversificação das economias locais e, consequentemente, ao desenvolvimento rural e à melhoria da qualidade de vida da população como um todo?
Questões de Pesquisa ?
Temas de pesquisa do projetoTemas de pesquisa do projeto Inovação, agregação de valor e empreendendorismo: o caso das Inovação, agregação de valor e empreendendorismo: o caso das
agroindústrias familiares;agroindústrias familiares;
Formatos técnico-produtivos: práticas e experiências em agroecologia;Formatos técnico-produtivos: práticas e experiências em agroecologia;
Reorganização das relações de produção e consumo: o caso da Reorganização das relações de produção e consumo: o caso da merenda escolar;merenda escolar;
Construção de mercados para agricultura familiar: as iniciativas a Construção de mercados para agricultura familiar: as iniciativas a partir do Programa de Aquisição de Alimentos/PAA;partir do Programa de Aquisição de Alimentos/PAA;
A produção de bio-energia por agricultores familiares;A produção de bio-energia por agricultores familiares;
Diversificação dos espaços rurais via turismo ruralDiversificação dos espaços rurais via turismo rural
Gestão de recursos hídricos:Gestão de recursos hídricos: o programa de cisternas no Nordeste e o o programa de cisternas no Nordeste e o manejo do microbracias/Paranámanejo do microbracias/Paraná
CASOS/TEMAS ESTUDADOS
Estados/Temas
AgroecologiaAgroindú-
stria Familiar
Construção Social de Mercados
Bionergia
Turismo rural
PNAE/Aliment
ação escolar
Gestão da água
SUL
RS Daniela/Sergio
Gazolla/Cadoná/Pelegrini
Amanda/Sergio (PAA)
Anelise-Eduard
oRaquel-Marcelino
Elisangela
Rozane/Sergio
SC GuilhermeMarcio/Dilvan
(Rede Comerc)
PRNorma/Audrey/
João/Vinicius
Islandia Aldenor(PAA)
Miguel PerondiMárcio
Sidemar
NORDESTE
RN Joaquim NildeteCimone
Fernando(PAA)
Genivalda
Aécio/ AugustoAldenor
PBCynthia/ Valerio/Edgard
Nerize/Marilda/Patricia
M. Piraux/Janine/
Paulo DinizGhislaine
Níveis de Análise
Práticas e Processos
Dispositivos Coletivos Economia Local
Lubrificantes:Associações;Organizações;Capital social;
Resultados/efeitos:Aumento renda individual;
Acesso a mercados;
Novos valores e identidade;
Externalidades territoriais;
Disparadores:•Agroecologia;•Turismo rural•Bioenergia• Construção Mercados;•Alimentação Escolar•Agroindústria• Gestão Água
5. A dinâmica deste
Seminário
Afinal, porque a
diversificação é desejável?
....muito pouco avançamos no conhecimento sobre a diversidade das formas familiares, suas particularidades e especificidades regionais e sobre as CAUSAS que determinam suas trajetórias
... Pouco sabemos sobre a dinâmica da diversificação !
Na realidade, temos um debate abertoum debate aberto no Brasil sobre qual sobre qual seria a melhor estratégia para o futuro da agricultura seria a melhor estratégia para o futuro da agricultura familiarfamiliar?
Especialização e inserção no agronegócio;
Diversificação e desenvolvimento rural
PequenosMédios
Grandes
BRAZIL - Estrutura Fundiária por tamanho de área
1ª A.F. no Caminho da especialização e do agronegócio:• Inserção nas cadeias longas de commodities para exportação;• Competitividade da A.F. decorre do alcance de escalas via
produção integrada• Redução dos custos de transação.
1) A.F. no Caminho da diversificação e do desenvolvimento rural
• Sistemas produtivos diversificados e economias de escopo;• Produção para garantia da segurança alimentar;• Estrutura-se via cadeias curtas e mercados locais;• Combina atividades agrícolas e não-agrícolas - pluriatividade• Privilegia ganhos de escopo e produz externalidades
2ª Caminho da diversificação e do desenvolvimento rural
• Sistemas produtivos diversificados;• Produção para garantia da segurança alimentar;• Estrutura-se em cadeias curtas e mercados locais;• Combina atividades agrícolas e não-agrícolas - pluriatividade• Privilegia ganhos de escopo e produz externalidades
AMBIENTE HOSTIL“condicionantes”
RiscosClima
ChoquesDoenças
VulnerabilidadesDiversas
INSUSTENTABILIDADE
Capita
is ou Ativ
os:
• Natural
– ter
ra;
• Humano –
Trabalh
o e ed
ucaçã
o
• Físi
co –
implem
entos;
• Finan
ceiro
– poupan
ça ou ben
s;
• Socia
l – in
teraç
ão com o co
letivo
CONDICIONANTES E CONTEXTOS QUE INFLUENCIAM OS MEIOS DE VIDA DOS AGRICULTORES
Estratégias
• Escolha/adaptação –
acumulação;
• Necessidade/Reação –
SobrevivênciaQuais são as alternativas ??
AS ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO DOS AGRICULTORES podem ocorrer através de:
Migrações DIVERSIFICAÇÃO Integração Agroindustrial
Agrícola Não-Agrícola
Os múltiplos, imprevisíveis e heterogêneos, caminhos da diversificação endógena
Conversão
Diversificada
Redu
zir In
sumos
Exte
rnos
Fonte: Van der PLOEG, 2008
Ampliar o Portofólio de Resultados
Agroecologia
Pluriatividade
Agroindústrias, Cooperativas PMEs
locais
12
3
5
4