Post on 16-Jan-2017
1
CETRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM
PEDAGOGIA
ANTÔNIA ZILDENIR FÉLIX DE SOUSA
MARIA DE FÁTIMA BISPO DOS SANTOS
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
TOMÉ-AÇU-PARÁ
ANO – 2014
2
CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
ANTÔNIA ZILDENIR FÉLIX DE SOUSA
MARIA DE FÁTIMA BISPO DOS SANTOS
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
colegiado de PEDAGOGIA do Centro Educacional Eliã –
CEEL, Como requisito final para obtenção do título de
graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia sob a
orientação do Professor. Ped. Esp. Livaldo de A. Amaral.
TOMÉ-AÇU-PARÁ
2014
3
CENTRO EDUCACIONAL ELIÃ – CEEL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
ANTÔNIA ZILDENIR FELIX DE SOUZA
MARIA DE FÁTIMA BISPO DOS SANTOS
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Avaliado por:_______________
Data:_____________________
Conceito:__________________
TOMÉ-AÇU-PARÁ
ANO - 2014
4
Quando encontramos algo prazeroso na
educação, descobrimos o valor que só ela
pode nos dar.
Prof. Roberlandio Alves
5
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu pai José Ferreira Sousa e minha mãe
Raimunda Félix de Sousa que acreditaram e
incentivaram, e me concederam a oportunidade de
estudar.
Á todos os meus familiares e em especial ao meu esposo
Manoel Cruz que esteve ao meu lado em todo momento
nos maus e nos bons que me apoiou, me compreendeu,
pela paciência, o carinho caminhando comigo nesta
jornada.
ANTONIA ZILDENIR FÉLIX DE SOUSA
6
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos; Clemilda, Cleybson,
Gleybson, Glenyson, Kelyne e meus netos Kerollem
Victória e Kelliane e Ruan Guilherme, pela superação de
minha ausência enquanto mãe, e avó, pela paciência e
compreensão que tiveram durante todo tempo em que
estava envolvida com minha graduação.
MARIA DE FATIMA BISPO DOS SANTOS
7
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus que me deu a
vida, por meio da qual pude chegar a este momento
desafiador, quero agradecer pelas as infinitas bênçãos
recebidas, pelos amigos e irmãos que fiz durante todo o
meu percurso de estudo.
Ao meu pai José Ferreira meu grande exemplo de vida,
meu herói pelos os conselhos e a educação que ele me
deu, a minha querida mamãe com quem posso dividir os
meus problemas que me apoiaram rezando por mime com
seu apoio buscar sempre resposta.
As minhas irmãs Zildene, Conceição, Luzirene, Edivania,
que me ajudaram dando abrigo em suas residências
quando precisei estudar.As minhas sobrinhas Gizele,
Tamara, Thaís, Luziene que me apoiaram. Aos meus
filhos Valeria,Erivelton, Elielton e ao meu neto Wesley e
ao meu querido esposo Manoel Cruz que tiveram muita
paciência e compreensão.Ao meu cunhado Ivaldenir e ao
José Renato que colaboram com as viagens e me
ajudaram.
A minha amiga Simone que colaborou durante esta
trajetória.
Aos professores que passaram pelo curso e contribuíram
de forma direta e indireta para o meu aperfeiçoamento
pessoal e profissional, me tornando um educador
pesquisador.
ANTONIA ZILDENIR FÉLIX DE SOUSA
8
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que é a força maior
do universo. Com esta força que me fez vencer todos os
obstáculos, e não perder a esperança de concluir minha
formação acadêmica.
A minha mãe, que sempre me incentivou a continuar
estudando. Aos meus amigos: Rosiane, Rebeca,
Tharlles e Pedro Henrique, por colaborarem na
elaboração dos trabalhos. Auxiliando-me com as
pesquisas.
Ao professor Livaldo Amaral por orientar-me no
meu TCC e principalmente em suas explicações
ministrando suas aulas. A diretora Marcela Coelho, por
auxiliar-me nos trabalhos e me apoiar no período do
meu estágio.
E por fim agradeço a turma especial, e todas as
pessoas que de uma forma ou de outra, contribuíram
para que eu pudesse chegar até aqui, obrigado Deus!...
Muito obrigado, vocês são muito importantes para
mim!
MARIA DE FATIMA BISPO DOS SANTOS
9
RESUMO A presente pesquisa tem como tema: O lúdico na Educação Infantil e tem como objetivo de questionar, e pensar em soluções para um aprendizado eficaz, diante da seguinte problemática: Qual a capacidade que o lúdico tem de desenvolver as habilidades da criança da Educação Infantil? O objetivo do presente trabalho é abordar a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, buscando compreender a relevância do brincar, como subsídio, na construção do desenvolvimento, de aprendizagem, no processo educacional da criança. O trabalho desenvolveu-se através de uma pesquisa alicerçadas nos fundamentos de autores como Piaget 1981, Vygotsky 1996 e Emilia Ferreiro 2002 e seguindo a realidade escolar. Portanto busca-se identificar que a utilização do lúdico aliada a atividades pedagógicas pode transformar o aprender numa ação prazerosa que produz resultados positivos. PALAVRAS CHAVES: Socialização, Desenvolvimento, Aprendizagem, Construção.
ABSTRACT This research has as its theme: The playful in kindergarten and aims to question and think of solutions for effective learning, on the following issues: What is the capacity that the playful needs to develop the child's skills from kindergarten? The aim of this study is to discuss the importance of playfulness in the teaching-learning process, trying to understand the importance of playing as a subsidy in the construction of development, learning, the child's educational process. The work was developed through a research grounded in the fundamentals of authors such as Piaget, 1981, Vygotsky 1996 and Emilia Ferreiro 2002 and following the school reality. Therefore we seek to identify the use of playfulness combined with educational activities can make learning a pleasurable action that produces positive results. KEYWORDS: Socialization, Development, Learning, Construction.
10
SUMÁRIO
* INTRODUÇÃO 11
1. I CAPITULO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO 17
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO LÚDICO NO BRASIL 17
1.2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 20
1.3 O LÚDICO E OS PRINCIPAIS TEÓRICOS 23
1.4 O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 27
1.5 O LÚDICO E OS PCNS 30
2. II CAPITULO
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
34
2.1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR 34
2.2 FASES DE DESENVOLVIMENTO 38
2.3 A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 43
2.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL 47
3. III CAPÍTULO
CARACTERÍSTICA DA PESQUISA 52
3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 52
3.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ESCOLA 56
3.3 PERFIL DO CORPO DOCENTE 58
3.4 PERFIL DO CORPO DISCENTE 60
4. IV CAPÍTULO PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS
61
4.1 PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS 61
5. CONSIDERAÇÕES 67
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
69
11
INTRODUÇÃO
A escola é um espaço de contradições e diferenças, é o espaço privilegiado de
produção e socialização do saber e se encontra organizada por meio de ações
educativas que visam a formação de sujeitos concretos: éticos, participativos,
criativos e críticos. Nas últimas décadas os debates em nível nacional e internacional
apontam para a necessidade de que as instituições de educação infantil incorporem
de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando nem
hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas
e/ou aquele que trabalham com as maiores.
As novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrões
de qualidade. Essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que
consideram as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e , mais
concretamente, mais interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos
relacionados ás mais diversas linguagens e ao contato com os mais variados
conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma.
A educação infantil foi considerada por muito tempo um tabu a ser trabalhado,
sendo somente responsabilidade da família ou do grupo social em que ela vive, mas
ao passar dos anos e com a evolução da educação, o tema tem sido cada dia mais
explorado, envolvendo ao ludicidade em torno do mundo da criança. Assim, não
havia instituições encarregadas de tal responsabilidade, o que nos permite afirmar
que: „„a educação infantil, como nós a conhecemos hoje, realizada de forma
complementar á família, é um fato muito recente‟‟ (CRAIDY e KAERCHER, 2001:13).
A criança como todo ser humano é um ser social e histórico que nasce com
capacidades cognitivas, afetivas e sociais, possuem uma natureza singular, tem
desejos de estar próximas as pessoas e é apta para interagir e aprender com elas.
Sua singularidade as caracteriza como um ser ativo e real, na qual amplia
constantemente suas relações sociais, interações e formas de comunicação.
Nesse sentido o lúdico na educação infantil aponta o desafio de compreender a
riqueza do mundo infantil. Isso requer a expansão sobre as concepções de criança,
onde todos as entendam em suas originais, peculiares e múltiplas linguagens.
Com isso o educador que atua na área da Educação Infantil, deve ampliar sua
identidade de cuidadores do desenvolvimento das mesmas, sabendo que o desafio
é grande, conhecendo e entendendo as crianças como seres únicos, que sentem,
12
pensam, criam, imaginam o mundo do seu jeito próprio, que tem vontade de
aprender e descobrir novidades, com uma grande capacidade de se comunicar, de
indagar e de buscar compreender as coisas do mundo que as cercam.
Segundo Barbosa e Horn (2001) a organização do cotidiano escolar deve ser o
resultado da leitura de um grupo de crianças, a partir de suas necessidades, ou seja,
deve ser norteada pela observação de suas brincadeiras, do que mais gostam de
fazer, dos espaços em que preferem estar, daquilo que lhes chama mais atenção, de
quando estão mais tranquilos ou mais agitados, além de considerar a inserção de
seu contexto sociocultural e o suporte da proposta pedagógica da instituição.
Partindo desse princípio para concretizar mudanças significativas nas práticas
educacionais, propõe-se neste trabalho fazer algumas considerações sobre a
importância do lúdico na Educação Infantil para o desenvolvimento das crianças,
onde os educadores possam analisar constantemente a seguinte problemática:
- Quais as nossas concepções sobre as crianças?
- O que nós educadores sabemos sobre a ludicidade no mundo infantil?
- Qual o papel da escola com lúdico na Educação Infantil mediante ao
desenvolvimento das crianças?
Essas indagações contribuirão para o processo educativo, pois, como é
possível trabalhar com crianças se não compreender suas misteriosas, subjetivas e
fascinantes linguagens? Como estimulá-las, se não entender os processos pelos
quais constroem suas aprendizagens e formas de organizar seus relacionamentos?
A partir de tais comprovações, salienta-se que o presente trabalho consiste em
quatro capítulos, tendo o objetivo de questionar, refletir sobre as problemáticas com
a existência do lúdico na Educação Infantil no desenvolvimento da criança e está
fundamentado numa abordagem acadêmica envolvida por discussões teóricas sobre
a importância do lúdico na Educação Infantil e o papel que o educador exerce em
relação à mesma.
Desta forma optou-se por eleger a Escola Municipal de Ensino Infantil e
Fundamental Manoel Pedro Ferreira como espaço para a realização da pesquisa de
campo, neste local foi selecionado quatro sujeitos: a diretora, a coordenadora, a
professora e um pai. Para coletar os dados optou-se pela pesquisa de campo numa
abordagem qualitativa com a aplicação de questionários e observação, ao decorrer
da pesquisa foi sendo elaborada a parte teórica do trabalho, que está organizado da
seguinte forma: quatro capítulos, conclusão, bibliografia e anexos.
13
Nestes termos o presente trabalho está estruturado em quatro capítulos onde o
primeiro tem como objetivo compreender e identificar como tudo começou, como era
visto o lúdico no Brasil tendo como principais teóricos Piaget (1968), Vygotsky (1994)
e Emilia Ferrero (1985).
Nos dias atuais temos a tecnologia que nos auxilia e nos fornece oportunidades
para conduzirmos da melhor maneira possível. Com a diversidade étnica que existe
hoje no Brasil, com diversas culturas e costumes, temos variedades de como
desenvolver uma boa aprendizagem. Veremos também a posição da igreja católica
em relação a esse assunto, pois o brinquedo não era bem visto por ela, era dito
como algo profano. Um movimento muito importante que aconteceu foi a Revolução
de 1930 que trouxe benefícios para a educação, valorizando o ensino, criando assim
o Ministério da Educação e Saúde Pública, tendo como primeiro ministro Francisco
Campos.
Neste capítulo também veremos como e onde foram criadas as primeiras
creches, jardins de infância e qual eram as suas metodologias, com a criação das
creches também vieram as salas pré-primárias que trabalhavam juntas com as
escolas primárias, esse processo das crianças menores de 06 (seis) anos na escola
foi se dando lentamente, fixando somente nos anos 70.
Citamos também os principais teóricos desta modalidade, que nos dão
ensinamentos diversos, tendo cada um sua concepção sobre a importância do lúdico
(jogos, brincadeiras e brinquedos) no desenvolvimento da criança, quais os
benefícios e sua melhor maneira de trabalhar para dar comodidade tanto para o
educador quanto para a criança que está descobrindo um mundo novo a cada
instante.
De acordo com Fantin (2000, p.53): „„Brincando (e não só) a criança sem
relaciona, experimenta, investiga, e amplia seus conhecimentos sobre si mesma e
sobre o mundo que está ao seu redor. Através da brincadeira podemos saber como
as crianças veem o mundo e como gostariam que fosse, expressando a forma como
pensam, organizam e entendem esse mundo. Isso acontece porque, quando brinca,
a criança cria uma situação imaginária que surge a partir do conhecimento que
possui do mundo em que os adultos agem e no qual precisa aprender a viver.
No segundo capítulo abordará a importância do brincar no progresso do ser
humano, suas contribuições, trazendo consigo o mundo do faz-de-conta que é muito
aproveitável, desenvolve a imaginação da criança, a vontade de criar e recriar,
14
através de movimentos de socialização entre todos no dia-a-dia, logicamente desde
o seu nascimento, o convívio com os pais e familiares, e com o grande auxílio dos
seus educadores.
Na concepção Walloniana, o termo infantil significa lúdico, pois toda atividade
da criança é lúdica quando é exercida por ela mesma. O brincar é uma forma livre e
individual. Ele evidencia o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem,
demonstrando seu interesse pelas relações sociais infantis nos momentos do jogo e
seus aspectos relativos á socialização .Sobre esse aspecto, Wallon (1979) comenta:
A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que entregar-se com suas camadas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. (WALLON, 1979, P.210)
Um item importante para esse progresso também é o espaço para as
brincadeiras, deve ser um espaço agradável, onde tudo deve ser explorado e bem
trabalhado, onde a criança aprenda a compartilhar, tendo noção do sentido da troca
de saberes e aprendizados que eles carregam e aprendem a cada dia.
Aborda também a importância do lúdico na Educação Infantil, o
desenvolvimento psicossocial da criança, onde os principais teóricos citados nesta
pesquisa enfatizarão sobre as etapas de desenvolvimento das mesmas e como
estas mesmas teorias podem contribuir para o processo ensino-aprendizagem.
Sabemos que a criança é diferente do adulto, pensa e age de forma diferente,
por isso estas fases ajudam a entender como funciona o processo de vida social da
criança, para que o adulto entenda suas diversas reações. A criança cria suas
oportunidades com sua percepção de universo. Para Piaget o desenvolvimento
consiste em quatro períodos sendo eles: 1º período: Sensório-motor que é de 0 á 2
anos , nesta fase as crianças passam por um processo de socialização e
desenvolvimento biológico, psicológico, afetivo e cultural; 2º período: Pré-operatório
que é de 02 á 07 anos , este período para Piaget é o que ele chama da emergência
da linguagem a criança aprende a falar, podendo assim expressar seu pensamento;
3º período: Operações concretas que é de 07 á 11, 12, nesta fase o pensamento da
criança assume a forma de operações intelectuais e o 4º período: Operações
formais que é de 12 anos em diante, que neste período a criança se liberta
inteiramente do objeto trabalhando assim a forma, trata-se portanto da capacidade
de raciocínio dedutivo.
15
Para Vygotsky (1994) o processo da criança está enraizado na história
individual e social de cada indivíduo, trazendo consigo suas características
individuais, para ele a educação é capaz de fazer uma mediação entre o ser humano
e o seu grupo social. As interações entre as crianças é que faz com que se
desenvolva, e se evolua, com a ajuda também dos pais, os professores e os adultos
em geral que através do convívio auxiliam na socialização.
O lúdico traz consigo muitas vantagens, muitas possibilidades e oportunidades,
as crianças fazem suas descobertas a cada dia com uma atividade nova,
metodologias diferentes do seu dia a dia, os jogos, brincadeiras e brinquedos devem
ser ao mesmo tempo prazerosas e educativas, para que as crianças aprendam
como lidar no mundo de hoje.
A convivência dos seres humanos é sempre uma troca de saberes, afetos, e
por meio de tudo isso e muito mais é que vai surgindo vínculos pessoais entre todos
e a autoconfiança também é despertada, a criança que chega inibida principalmente
nos seus primeiros anos na escola vai com o decorrer do tempo se interagindo com
as pessoas que fazem parte do seu cotidiano, principalmente com o auxílio dos
educadores que procuram a melhor forma de ser explorada tanto a criança quanto o
lúdico para o seu processo de aprendizagem.
O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma
competência polivalente, significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos
de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até
conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento.
Para um bom desenvolvimento do trabalho e para alcançar os objetivos
propostos, o professor deve ser auxiliado com cursos e formações continuadas,
sempre inovando para que o grupo docente não fique ultrapassado com
determinadas atividades, e que as funções deste profissional vêm passando por
reformulações profundas.
No terceiro capítulo, denominado Procedimentos Metodológicos, onde
descreverá os procedimentos realizados e no quarto capítulo trata sobre os rumos
da pesquisa, as coletas optando por uma metodologia que permitiu analisar o
referencial teórico e os dados coletados em campo. Por meio das opiniões dos
sujeitos foram destacados pontos importantes em relação a importância do lúdico na
Educação Infantil no desenvolvimento das crianças, nesses capítulos se trabalhou
com cinco categorias que foram: as opiniões da diretora, da coordenadora
16
pedagógica, da professora, do pai e da aluna, onde se sobressaiu uma análise
significativa sobre a prática pedagógica dos sujeitos observados.
O processo em questão permitiu analisar pontos de extrema importância do
lúdico na Educação Infantil, e como esta vem sendo dinamizada no contexto escolar.
Ressalta-se que neste capítulo , relata-se também os aspectos físicos e a maneira
como é organizada a estrutura da escola, observando o corpo docente e discente, e
a vivência de pais dos alunos, a escolaridade dos educandos.
Assim, este trabalho apresenta-se como relevante, pois, por meio da
concretização do mesmo espera-se que possa provocar outras inquietações, novos
inquietações, novos estudos e (re) construção de conhecimento sobre a utilização
do lúdico na Educação Infantil no processo educativo de forma coerente, dinâmica e
flexível, visando á promoção de um ambiente favorável á qualidade da
aprendizagem, bem como á formação plena dos alunos, enquanto sujeito críticos e
ativos no meio social do qual fazem parte.
17
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO
Neste capítulo também veremos como e onde foram criadas as primeiras
creches, jardins de infância e qual eram as suas metodologias, com a criação das
creches também vieram as salas pré-primárias que trabalhavam juntas com as
escolas primárias, esse processo das crianças menores de 06 (seis) anos na escola
foi se dando lentamente, fixando somente nos anos 70.
1.1- ASPECTOS HISTÓRICOS DO LÚDICO NO BRASIL
Essa nobre atividade da infância é destacada em várias concepções teóricas
por autores como Piaget (1982), onde, à sua maneira, mostra a importância da
brincadeira para o desenvolvimento infantil e aquisição de conhecimentos. A
maneira lúdica de se trabalhar varia de pessoa para pessoa, de tradição para
tradição, porém sempre com um objetivo: brincando e aprendendo.
Vejamos o que Vigostky 1984, afirma quanto a importância do brinquedo:
Com o brinquedo a criança constrói suas relações com os objetos, relações de posse, de utilização, de abandono, de perda, de desestruturação que constituem na mesma proporção, os esquemas que ela produzirá com outros objetos na sua visa futura. Cercar a criança de objetos, tanto no quadro familiar quanto no quadro das coletividades infantis (creches e pré-escolas), é inscrever o objeto, de um modo essencial, no processo de socialização e é também, dirigir em grande parte a socialização para uma relação com o objeto. ( Vygotsky 1984, p.64).
Com isso a cada dia pode se desenvolver várias maneiras de se trabalhar o
lúdico, tanto com materiais pedagógicos, músicas e arte em geral, fazendo com que
a criança tenha experiências e possa se destacar de uma forma alegre e ao mesmo
tempo educativa. Resgatando assim a liberdade, a autonomia e estimulando
também a criatividade das crianças, se defrontando com um conjunto de normas e
valores aceitos em determinado meio social.
Desde o princípio, o método lúdico sempre teve um valor para todos os povos,
sejam eles índios, portugueses ou negros. Estes mesmos foram os iniciantes dos
atuais modelos e das diversas maneiras de se desenvolver o lúdico, que mantemos
até hoje, sendo agora com a ajuda da tecnologia que nos proporciona oportunidades
de criar mais atividades que façam com que a criança tenha mais vontade de
18
aprender. No ponto de vista cultural e educacional, nos últimos séculos, com a
mistura de várias etnias no Brasil, cada uma com suas culturas, crenças e educação,
faz nosso país mais rico culturalmente.
A maneira lúdica dos índios tinha como objetivo também ensinar seus filhos a
caçar, pescar, brincar, dançar, tendo um aprendizado diferente, assim seus filhos
conseguiam construir seus próprios brinquedos com materiais extraídos da natureza.
Os negros também trouxeram seus costumes muito semelhantes ao dos índios,
desenvolvida de forma criativa e lúdica, e ao mesmo tempo é uma forma de
aprendizagem. Os filhos dos portugueses quando vieram para o Brasil não tinham
contato com a ludicidade como ato de educar e sim simplesmente como lazer. Seus
costumes trazidos de Portugal eram diferentes dos existentes no Brasil dos índios e
dos trazidos pelos negros, em suas bagagens, nos navios negreiros da África até
aqui.Levando em consideração que uma parte do seu dia a criança está na escola,
para que esse seu direito seja garantido a escola é um dos ambientes a brincadeira
também deve acontecer. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil
traz em seu texto diversos fatores que devem ser contemplados por uma escola de
educação infantil e o brincar está entre eles assim:
Considerando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios: o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.; o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética; a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, p.13).
No início da Idade Moderna em meados do século XV a igreja católica se
tornou responsável pela retirada dos jogos, pois achavam que não teria utilidade na
forma de ensinar, se dizendo algo profano. Logo em seguida o uso dos jogos volta á
tona com os jesuítas, porém não teve êxito, em 1758 os jesuítas foram expulsos, e o
Brasil ficou sem nenhum sistema organizado de ensino.
Os professores enviados de Portugal hora ou outra, vinham ministrar cursos
principalmente de matemática, no século XX, propostas novas apareceram trazendo
19
a Pedagogia Nova, visando um novo olhar para o ensino, além do positivismo e o
tecnicismo do ensino das ciências. A revolução de 1930 pôs fim a Primeira
República, um dos movimentos mais importantes que aconteceu no Brasil, e
essencial para a educação brasileira.Com isso todos começaram a dar valor na
educação, o sentido que ela faria na vida do ser humano, foi então criado o
Ministério da Educação e Saúde Pública, tendo Francisco Campos, o primeiro
ministro da educação.
Esse novo olhar para a educação surgiu a partir da necessidade do sistema
econômico, pois a Revolução de 30 foi marcada pela abertura do Brasil para o
mundo capitalista de produção, e o Brasil, por ter acumulado muito capital então,
começou a investir no mercado interno e na produção industrial. A partir daí surgiu a
necessidade de mão de obra especializada e para tal era preciso investir na
educação.
Em 1932 foi lançado um grupo de educadores, o Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova, voltado ao povo e ao governo, o documento apresentava a
diversidade teórica e ideológica do grupo que o concebeu. Foi lançada então a
proposta de um programa de reconstrução educacional em âmbito nacional e o
princípio da escola pública, leiga, obrigatória, gratuita e do ensino comum para
ambos os sexos, que deu resultados num curto espaço de tempo, pois já na
promulgação da Nova Constituição em 1934, a educação passa a ser direito de
todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.
Com isso as pessoas obtiveram uma grande oportunidade de educação, já que
era para todos, assim a cada dia as pessoas se surpreendiam com a novidade de
estudar, brincar e acima de tudo aprender com qualidade, a lidar com as normas da
sociedade nos contextos sociais e ambientais, propiciando situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir
para o desenvolvimento das capacidades infantis, o respeito e a confiança. E o
acesso pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e
cultural.
Nesse sentido, o desenvolvimento científico-tecnológico terá enorme
importância na compreensão de uma das atividades mais importantes para o
homem: o trabalho. Através da educação será desenvolvido melhor trabalho como
produção da vida material. Portanto, condição para a sobrevivência, vem sendo,
20
historicamente, identificado ás necessidades que se contrapõem á liberdade,
inclusive no sentido propriamente político deste termo.
A escola e, principalmente a Educação Infantil deveriam considerar o lúdico
como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento das crianças.
Segundo Vygotsky (1998), o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal
na criança, aquilo que na vida real passa despercebida por ser natural, torna-se
regra quando trazido para a brincadeira.
De acordo com Brougére (1997), ele afirma que:
„„Encaramos a socialização como o conjunto dos processos que permitem a criança se integrar aos „socius‟ que a cerca, assimilando seus códigos, o que lhe permite instaurar uma comunicação com os membros da sociedade, tanto no plano verbal quanto não-verbal.‟„ (p.62-63)
Diante de todas as contribuições históricas, passamos a observar a educação
lúdica como um instrumento metodológico que possibilita o desenvolvimento do ser
humano intelectual e físico. Estimulando um pensamento crítico, reflexivo e ativo no
ser humano, enriquecendo seu senso de responsabilidade e cooperativismo,
proporcionando a este uma apropriação das funções cognitivas e sociais dentro da
sociedade.
1.2- ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As primeiras creches foram criadas no Brasil no final do século XIX e iniciadas
no século XX, e tinha como finalidade dar oportunidade ás crianças que viviam na
rua, ou seja, recuperar crianças abandonadas, trazendo hábitos de higiene, e morais
da família, e assim diminuir a mortalidade infantil. Os jardins de infância chegaram
no Brasil no final do século XIX, diferentemente das creches eram ideias europeias.
Foram fundadas no Rio de Janeiro em 1875 e em São Paulo em 1877.
A partir dos jardins, foram também criadas, durante os anos 20 e 30, salas pré-
primárias que funcionavam junto às escolas primárias. Também, nesse período, sob
a influência do ideário da Escola Nova, surgiu o atendimento em praças públicas,
denominados de "Parques Infantis", para as crianças da classe operária (OLIVEIRA,
2002). Nestes estabelecimentos, a profissional era definida como professora e sua
ação exigia formação pedagógica em Cursos Normais, em nível médio.
21
Apesar dessas iniciativas, a expansão da educação pública de crianças
menores de seis anos, tanto em creches como em jardins-de-infância, foi se dando
lentamente. Somente no final dos anos 70, se observa uma expansão das creches e
pré-escolas no Brasil, em função de diversos fatores como a crise do regime militar,
o crescimento urbano, a participação crescente das mulheres no mercado de
trabalho, a reconfiguração do perfil familiar, a intensificação dos movimentos sociais
organizados, em especial de grupos de mulheres, e a influência de políticas sociais
de órgãos internacionais para países de terceiro mundo.
Uma educação de visão bastante exigente foi o magistério onde foi estimulado
um olhar crítico para a educação infantil, visando um aprendizado coletivo a cada
indivíduo. A partir da necessidade de novas estratégias governamentais para
atender à crescente demanda por atendimento às crianças menores de sete anos,
foram desencadeadas políticas de cunho compensatório e emergencial que
articulavam ampliação quantitativa do atendimento e baixo investimento público.
Durante os anos 80, como resultado das reivindicações de diversos setores da
sociedade, efetuam-se conquistas históricas no plano legal relativas à criança e sua
educação. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e
do Adolescente (1990), reconhecem a educação como direito da criança de 0 a 6
anos e como dever do Estado, sob a responsabilidade dos municípios, em regime de
colaboração, a cumprir-se mediante o "atendimento em creches, (0 a 3 anos) e pré-
escolas (4 a 6 anos)", definindo ambas como instituições educacionais.
Segundo Philippe Ariés, em seu livro História social da criança e da família, na
sociedade medieval, o sentimento como de infância não existia. Sentimento de
infância entendido como a consciência da particularidade infantil, que distingue a
criança do adulto. Uma época de altos índices de mortalidade infantil, por isso, assim
que a criança tivesse condições de viver sem os cuidados constantes sua mãe ou de
sua ama, ela logo ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais
destes.Com efeito, essa indeterminação da idade se estendia a toda a atividade
social: aos jogos e brincadeiras, ás profissões, ás armas.
Segundo Ariés (1981), no século XVII, o brincar era diferenciado durante a
primeira infância-até os três ou quatro anos. A partir desta idade, a criança jogava os
mesmos jogos e participava das mesmas brincadeiras dos adultos quer entre
crianças, quer misturada aos adultos. Com a modernidade, a criança passa a ser
reconhecida como um ser que precisa de atenção especial de todas as pessoas que
22
as rodeiam, sejam elas seus familiares, amigos, ou professores. Nesta época é que
surge a educação de forma institucionalizada e sistematizada. Nesse aspecto, Bujes
(2001) afirma que as experiências educativas nas creches e pré escola tem se
diferenciado bastante, pois:
[...] Quando se trata de criança das classes populares, muitas vezes as práticas têm se voltado para as atividades que tem por objetivo educar para a submissão, o disciplinamento, o silêncio, a obediência. De outro lado, mas de forma igualmente perversa, também ocorrem experiências voltadas para o que chamo de „ escolarização precoce‟ igualmente disciplinadora [...] trazer para a pré escola, especialmente o modelo de escola fundamental, as atividades com lápis e papel, os jogos, ou atividades realizadas na mesa, a alfabetização ou a numeralização precoce, a rigidez do horário, as rotinas respectivas, pobres e empobrecedoras (In. 2001, p. 17).
A partir dos jardins, foram também criadas, durante os anos 20 e 30, salas pré-
primárias que funcionavam junto às escolas primárias. Também, nesse período, sob
a influência do ideário da Escola Nova, surgiu o atendimento em praças públicas,
denominados de "Parques Infantis", para as crianças da classe operária (OLIVEIRA,
2002).
Nestes estabelecimentos, a profissional era definida como professora e sua
ação exigia formação pedagógica em Cursos Normais, em nível médio. Apesar
dessas iniciativas, a expansão da educação pública de crianças menores de seis
anos, tanto em creches como em jardins-de-infância, foi se dando lentamente.
Somente no final dos anos 70, se observa uma expansão das creches e pré-escolas
no Brasil, em função de diversos fatores como a crise do regime militar, o
crescimento urbano, a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho,
a reconfiguração do perfil familiar, a intensificação dos movimentos sociais
organizados, em especial de grupos de mulheres, e a influência de políticas sociais
de órgãos internacionais para países de terceiro mundo.
A partir da necessidade de novas estratégias governamentais para atender à
crescente demanda por atendimento às crianças menores de sete anos, foram
desencadeadas políticas de cunho compensatório e emergencial que articulavam
ampliação quantitativa do atendimento e baixo investimento público. A criança como
todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização
familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um
determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que
se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família biológica ou não, um
23
ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que
estabelece com outras instituições sociais.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que
estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que
as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que
vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras,
explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos.
No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das
mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e
hipóteses originais sobre aquilo que buscam descobrir. Com isso as crianças
constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras
pessoas e com o meio em que vivem. O grande desafio da educação infantil é
compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças.
1.3- O LÚDICO E OS PRINCIPAIS TEÓRICOS
Fazendo um breve conceito sobre a investigação na abordagem de alguns
teóricos como Vygotsky e Piaget. Eles foram dois ícones no campo da pedagogia,
embora passem a ser observado marcante e diferentes em alguns pontos teóricos
em certos aspectos coordenam indiscutivelmente e seguem de modo acessível às
teorias dos autores. As diferenças entre os dois: Vygotsky e Piaget parecem ser
muitas, mas eles compartilham de pontos de vista semelhantes. Ambos
compreendem o ensino como interação e construção individual e concordaram que a
aprendizagem e o desenvolvimento são auto regulados, e que a criança obtém
conhecimento através da participação e não de maneira automática.
Piaget passou parte da vida estudando o comportamento das crianças e seus
processos de raciocínio. E a partir daí ele descobriu que a criança não é um ser da
mente vazia e sim que quando ela vem pra escola já traz consigo resultado de um
processo histórico familiar e que o aprendizado da criança começa muito antes de
ela ir a escola e que a criança é a própria construtora do conhecimento. Dessa forma
existe uma relação muita próxima da criança entre família x escola x sociedade.
24
Tanto em Vygotsky como em Piaget fala-se de uma transformação do real por
exigência das necessidades da criança, mas enquanto que para Piaget a
imaginação da criança não é, mas do que atividade de formativa da realidade, para
Vygotsky a criança cria (desenvolve o comportamento combinatório). A partir do que
conhece das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e
preferências.
Como afirma Palogona (1994) as concepções de Vygotsky e Piaget quanto ao
papel do jogo no desenvolvimento cognitivo difere radicalmente. Para Piaget (1975)
no jogo prepondera assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo, o que percebe
da realidade as estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinado
nas modificações das estruturas. De acordo com os teóricos o jogo é de suma
importância para a aprendizagem da criança, é nesse processo de assimilação que
a criança vai interagindo com os colegas e assim buscando conhecimento de
construção de acordo com sua realidade se sentindo a vontade no espaço escolar.
1.4- O LÚDICO NA VISÃO DE PIAGET e VYGOTSKY
O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele
predominar a fantasia, a atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança
à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de
conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a
realidade concreta e as relações do mundo real. Na pré-escola, o raciocínio lógico
ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas
coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar.
Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de
pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas
habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é
que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um
trem. Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo,
as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito
mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão
importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.
Piaget-(1978)
25
Descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e
se sobrepondo nesta ordem: Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de
construção, Jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a
criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade
válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que
organiza a ação tornando-a orgânica.
Vygotsky-(1994)
"No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de
primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas
do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A
criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por
conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço
relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções
maduras, mas as funções em vias de maturação"(Vygotsky,1979:138).
Podemos sintetizar dizendo que: a regra e a situação imaginária caracterizam o
conceito de jogo infantil para Vygotsky. O autor também detecta no jogo outro
elemento a que atribui grande importância: o papel da imaginação que coloca em
estreita relação com a atividade criadora. (Vygotsky, 1999). Ele afirma que os
processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque
no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
“Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a
imitação, com muita frequência estes jogos são apenas um eco do que as crianças
viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência
anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como
acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido,
mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova
realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky ,
1999:12).
Emília Ferrero-(1985)
Emília Ferrero nasceu na Argentina, em 1936. Doutorou-se na Universidade de
Genebra, sob a orientação de Jean Piaget, e continuou estudando epistemologia
26
genética em uma área que Piaget não havia explorado: a escrita. Segundo ela, a
criança passa por diferentes níveis de evolução conceitual na construção do seu
processo de leitura e escrita.
Entretanto é preciso sempre considerar que essa construção não é linearmente
sequencial e acumulativa. Não é simples soma de conceitos ou de aprendizagens,
nem agrupamento de „partes‟ de conhecimento. O vencimento de um nível nem
sempre ocorre pela imediata superação de outro. Um aluno pode, por exemplo, em
uma mesma época ter desempenhos diferentes na produção de um texto e na
escrita de palavras.
Emília Ferrero em sua concepção afirma que a criança se desenvolve de forma
diferenciada uma da outra, cada uma constrói um pensamento, uma crítica, e tem
uma aprendizagem em diversos níveis, e assim o educador tem que estar apto a
trabalhar com várias maneiras de ensinar. Se aprimorando e fazendo com que a
criança também se desenvolva de uma maneira prazerosa e aprendiz. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais:
Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática
constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que
deve se organizar em torno da diversidade de textos que circular
socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive
aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.( PCN- LP,
1997, P.54).
A maneira com que se organiza a sala de aula é um método essencial para o
melhor desenvolvimento da criança, seja em aspectos sociais e culturais. Cada
criança traz do lar uma facilidade e também uma dificuldade, assim o educador
precisa se habituar a cada dia que ele tem que transformar em um momento
agradável tanto para ele quanto para as crianças.
1.5- O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Para que entendamos a relação entre infância, brincadeiras é necessário
resgatar o ato de brincar enquanto experiência lúdica. Como instrumento que pode
ser utilizado no processo formativo de estudo, o lúdico busca o papel do brincar o
acesso á cultura, a incorporação dos valores e apropriação de novos
conhecimentos. No entanto compreendemos que a inserção das atividades lúdicas
27
no desenvolvimento da criança é importante para que ela possa alcançar seus
objetivos no contexto da educação infantil.
A escola e o educador juntos a fim de direcionar as atividades com a intenção
de desmontar a brincadeira de uma ideia livre e focar em um aspecto pedagógico,
de modo que incentivem a interação social entre os educando e desenvolva
habilidades de aspecto intelectual que respaldem o seu percurso escolar. PIAGET
(1962 e 1976) diz que "a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável á prática educativa" (...)
Através do lúdico a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário. É
na infância que a criança adquire o ato de brincar e buscar experiência com outras
crianças. O brincar também envolve atividades físicas, mentais, sociais,
comunicativas e emocionais para o desenvolvimento da criança. A brincadeira é um
fenômeno da cultura que se configura em um conjunto de práticas.
No brincar, casam-se a espontaneidade e a criatividade com a progressiva
aceitação das regras sociais e morais. Dessa forma o conhecimento destaca o
desenvolvimento e a identidade e da autonomia. O fato de a criança desde cedo se
expressar através de gesto e sons favorece e representa determinado papel na
brincadeira. A criança se expressa de maneira natural.
O brinquedo satisfaz as necessidades básicas de aprendizagens das crianças, como, por exemplo, as de escolher, imitar, dominar, adquirir competências, enfim de ser ativo em um ambiente seguro, o qual encoraje e consolide o desenvolvimento de normas e valores sociais. (HORN, 2004, P.71)
Por meio da brincadeira, da música, do teatro, da conversa, da interatividade a
criança tende a compreender a experiência de cultura e dos costumes que favorece
a compreensão mais eficaz da criança resgatando o gosto de aprender tornando a
afetividade entre o indivíduo e o aprender, tornando a aprendizagem mais
interessante e prazerosa.
Desse modo todos participam ativamente do processo de aprendizagem onde
o lúdico está presente em todos os momentos. Com base nesta forma de ensino
favorece a interação e o estímulo da criança para melhorar e atribuir qualidade dos
conteúdos analisados de maneira afetiva. O ato de brincar contribui para um melhor
desenvolvimento da criança em todos os aspectos que contribuem para a vida social
de todo ser humano, e assim com a brincadeira é que a criança viaja na sua
imaginação, se tornando gente grande em alguns momentos.
28
Diante de todas as contribuições históricas, passamos a observar a educação
lúdica como um instrumento metodológico que possibilita o desenvolvimento do ser
humano intelectual e físico, considerando em qualquer fase da vida. Desenvolvendo
um pensamento reflexivo crítico e ativo da pessoa enriquecendo o senso de
responsabilidade e proporcionando a este uma função cognitiva e social dentro da
sociedade.
O trabalho criativo é divertimento; é a livre exploração dos materiais
que cada um escolhe. A mente criativa brinca com os objetos que
ama. O pintor brinca com cor e espaço. O músico brinca com o som e
silêncio. Eros brinca com as amantes. Os deuses brincam com o
universo. As crianças brincam com qualquer coisa em que possam
por as mãos. (NACHMANOVITCH, 1993, P.43)
É essencial que o jogo lúdico seja trabalhado de forma inteligente e útil, assim
sendo planejadas e sistematizadas, para mediar avanços e atribuir condições para
que a criança aprenda brincando tendo assim também uma maior socialização.
Conhecendo e aprimorando suas diversas habilidades. Nesse sentido, o educador
desenvolve um papel de suma importância, o de mediador no processo de resgate,
das cantigas, dos brinquedos cantados, das brincadeiras e dos jogos infantis. Dessa
maneira está contribuindo para uma ampliação deste universo lúdico, que integra a
cultura e deve ser repassada de geração para geração.
Sabemos que quando falamos de criança, o universo de fantasia não pode ser
desconsiderado, mesmo e principalmente, quando a questão é conhecer e aprender.
No ato de brincar, os gestos, sinais, objetos e os espaços valem e tem um sentido
diferente daquele que demonstra ter. A brincadeira contribui com a criança para a
melhoria de sua autonomia e criatividade, e favorece para a interiorização de
determinados modelos de adultos presentes na sociedade.
O professor é hoje, um desafio para os profissionais da infância; pois se sabe
que o ato de educar apresenta algumas características que o define como um
formador de opiniões e que acontece ao longo dos anos por meio das experiências
pessoais. O aspecto da educação formal, por exemplo, acontece em nível escolar,
onde a herança cultural é trabalhada de forma mais sistemática, numa perspectiva
histórica e socialmente construída. Já no aspecto informal, o educar ocorre
naturalmente nos ambientes em que a criança vive juntamente com os seus
familiares. É então, no ambiente escolar que pretendemos destacar a forma de
convivência da criança com as pessoas que a cercam.
29
O jogo pressupõe uma regra, o brinquedo é o objeto manipulável e a
brincadeira nada mais é que o ato de brincar como brinquedo ou
mesmo com o jogo. O jogo pode existir por meio do brinquedo, se os „
brincantes‟ impuserem regras. Percebe-se, pois, que jogo, brinquedo
e brincadeira têm conceitos distintos, todavia estão imbricados; ao
passo que o lúdico abarca todos eles. (MIRANDA 2001, p.30)
Portanto entendemos que a brincadeira está mais ligada ao sentido de
gratuidade de uma ação livre de compromisso com a possibilidade da existência de
regras flexíveis e determinadas enquanto a brincadeira dura por aqueles que dela
participam. O jogo também possui regras que são transformadas geralmente
quando o interesse daqueles que jogam diminuem, sendo, portanto, o modo de
chamar a atenção de quem joga. O brinquedo é o objeto manipulado no
desenvolvimento da atividade lúdica, portanto pode ser utilizado como tal também
nos jogos.
A Lei Federal nº 8069/90, mostra que toda criança tem o direito de brincar,
mostra também que “Todas as crianças tem direito: à vida e à saúde, à liberdade, ao
respeito e à Dignidade, à convivência familiar e comunitária, à educação, à cultura e
ao lazer, à proteção ao trabalho..." (2004). A compreensão desses assuntos aliados
a uma proposta educativa contextualizada poderá contribuir na organização do
trabalho pedagógico, tendo em vista o bem-estar da criança. O brincar significativo
aliado ao aprender a aprender preciso estar mais presente no cotidiano educacional
da criança. A brincadeira é uma atividade necessária e saudável na infância. Por
meio da brincadeira ela constrói seu próprio mundo e se projeta no mundo real.
O brincar promove a construção do conhecimento o brinquedo apresenta uma
função social, uma vez que permite o processo de apreensão, análise, síntese,
expressão e comunicação da criança sobre si mesma e o mundo que a rodeia,
criando um sentimento e uma identidade pessoal e social, de pertencer e interagir
em uma determinada realidade, evoluindo progressivamente da auto esfera
(egocentrismo) à macro esfera (socialização).
Contudo, a criança com suas potencialidades e necessidades e o educador
com suas qualificações profissionais poderão estabelecer relações de afeto e
atenção que irão transformar a prática pedagógica em situações de aprendizagem
significativa e prazerosa, contribuindo assim para a formação integral da criança
integrando-a na sociedade globalizada de forma lúdica e significativa.
30
1.6- O LÚDICO E OS PCNS
O papel do educador enquanto mediador é essencial para que as crianças se
desenvolvam com êxito, visto que, sua função é proporcionar ao educando,
possibilidade para que as mesmas construam seu conhecimento e ampliem suas
capacidades cognitivas sociais, emocionais e afetivas. Na construção do
conhecimento da criança, o professor tem um papel importante de mediar o trabalho
participando das brincadeiras e oferecendo ás crianças espaços que permitam a
troca entre elas, sendo estes fatores essenciais na vida das mesmas.
A aprendizagem e a ludicidade não possui objetivos diferentes, pois é através
da brincadeira e do jogo que evidenciamos a aprendizagem das crianças. Por meio
da brincadeira, a criança expõe o que realmente é significativo para ela,
demonstrando a aprendizagem adquirida de forma espontânea. Além de ser uma
forma de comunicação, o brincar constitui-se como uma necessidade básica de
criança, tão importante quanto á saúde, habitação, nutrição, enfim. A brincadeira
auxilia no desenvolvimento infantil, onde desenvolve diversas potencialidades, e
também, na socialização com outras crianças e adultos.
A função do brinquedo e das brincadeiras assume uma mediação onde o
educador pode intervir no sentido de transmitir um conhecimento fundamental para o
desenvolvimento infantil. É necessário que o professor considere a importância de
boas mediações relacionando o jogo, o brinquedo e a brincadeira com a prática
educativa. Para tanto, cabe ao professor saber organizar situações onde as
brincadeiras aconteçam de diversas maneiras para propiciar um aprendizado
prazeroso para as crianças.
A função do brinquedo e das brincadeiras faz com que a criança se socialize
com as demais, e assim o convívio tanto em casa quanto em outros lugares se torna
interessante para a aprendizagem. O professor tem a obrigação de respeitar e
valorizar os costumes, a cultura local, entre outras tradições.
Deve-se observar também quando as crianças estão nas brincadeiras livres,
pois nestes momentos elas brincam do faz-de-conta, que é como a criança vê o
mundo, onde ocorre diversas situações, demonstrando suas inquietações e
necessidades, expressam também sua imaginação em todos os sentidos.
Podemos dizer que o faz de conta é a forma como a criança reflete os valores e constrói sua visão de mundo. Num grupo de jogo convivem crianças provindas de famílias distintas, com diferentes códigos de
31
valores morais e culturais que se revelam durante o faz-de-conta. É importante que estejamos atentos para que possamos intervir pedagogicamente no sentido de superar preconceitos e proporcionar relações saudáveis e solidárias. (CRAIDY & KAERCHER, 2001, p.95).
O professor deve estar sempre atento, analisando o momento de diversão, das
brincadeiras, do que elas mais gostam de fazer, das brincadeiras que mais se
identificam, do lugar em que gostam mais, observar quando elas estão mais calmas
ou mais agitadas, com isso deve ter uma boa relação entre professor e aluno, assim
terá um bom resultado tanto para professor quanto para os alunos. O educador tem
que ter um cuidado especial com as crianças, pois sabemos que são seres em
processo de crescimento e desenvolvimento. Deve também tratar todas as crianças
com igualdade, com carinho e atenção, assim não causa constrangimento á
ninguém.
No entanto, o profissional da educação infantil deve tratar a todas com igual distinção. Isto implica não elogiar apenas uma criança (a mais simpática, a mais cheirosa, por exemplo), em detrimento das outras, que podem se sentir rejeitadas, caso não recebam o mesmo tratamento. (CRAIDY & KAERCHER, 2001, P.32).
Os parâmetros curriculares nacionais ressaltam que é preciso formar nos
alunos um espírito de vontade de permanência de visão crítica tornando capaz de
„aprender a aprender‟ algo que eles devem levar para toda a vida. A lógica de
articular uma dialética determinada e alcançar o melhor, saber buscar o que pode
ser positivo de criar reflexões que superem toda dificuldade.
Os docentes devem estar aptos para repassar para os alunos tudo que seja
necessário para que eles se desenvolvam com êxito perante a sociedade, dando a
eles o conhecimento de autonomia e perspectiva de vida. O sistema educacional
deve estabelecer mais diretrizes, objetivos, metas e estratégias para que a
organização escolar seja bem direcionada a todos, visando assim a sua inclusão nas
estatísticas nacionais, estaduais e municipais.
A lei garante que a escola é um direito de todos, sem discriminação de etnia,
opção religiosa ou das crianças com necessidades educacionais especiais, cabendo
a família incentivar e também se responsabilizar por este ato, e com a auxílio escolar
apoiar a criança em suas decisões que lhes ajudem em seu futuro.Em um país
marcado por tantas diferenças, o equilíbrio entre a preocupação com a igualdade e a
preocupação com o respeito ás diferenças nem sempre é fácil de alcançar.
32
O desigual acesso a renda e aos programas sociais está marcado por esses
diversos pertencimento de classe, de etnia e de gênero, heranças históricas e
culturais que também se expressam no acesso á Educação Infantil e na qualidade
dos programas oferecidos. Assim, no contexto brasileiro, discutir a qualidade da
educação na perspectiva do respeito á diversidade implica necessariamente
enfrentar e encontrar caminhos para superar as desigualdades no acesso a
programas de boa qualidade, que respeitem os direitos básicos das crianças e de
suas famílias, seja qual for sua origem ou condição social, sem esquecer que, entre
esses direitos básicos, se inclui o direito ao respeito ás suas diversas identidades
culturais, étnicas e de gênero.
O currículo é o que crianças e professores produzem ao trabalhar com os mais variados materiais, os objetos de estudos que podem incluir os mais diversos elementos da vida das crianças e de seu grupo ou as experiências de outros grupos e de outras culturas que são trazidas para o interior da creche e da pré-escola, portanto, não é conhecimento preexistente que constitui o currículo, mas o conhecimento que é produzido na interação educacional. (CRAIDY & KAERCHER, 2001, p.18)
O currículo contribui para o desenvolvimento integral do educando, quando
elaborado a fim de atender seus interesses, através de distintas possibilidades de
aprendizagem por meio da ludicidade. O docente deve e pode transformar o
momento de aprendizado em momentos também de diversão, assim a socialização
acontece de maneira espontânea, e a cada dia é uma novidade para que as
crianças tenham interesse de voltar todo dia para o âmbito escolar.
É importante reafirmar que a história da construção de uma Educação Infantil
de qualidade no Brasil já percorreu muitos caminhos, já contou com muitos
protagonistas, já alcançou alguns resultados significativos e já identificou obstáculos
a serem recuperados. Aprender com essa historia e retomá-la nesse momento é a
tarefa que nos aguarda em mais essa etapa de um processo dinâmico e coletivo.
Para tanto, faz se necessário obter consensos a serem sempre revistos e
renovados, de forma democrática, contemplando as necessidades sociais em
constantes mudanças e incorporando os novos conhecimentos que estão sendo
produzidos sobre as crianças pequenas, seu desenvolvimento em instituições de
Educação Infantil, seus diversos ambientes familiares e sociais e suas variadas
formas de expressão.
33
Assim, a intenção de aliar uma concepção de criança á qualidade dos serviços
educacionais a ela oferecidos implica atribuir um papel específico á pedagogia
desenvolvida nas instituições pelo profissional da educação infantil.
34
CAPÍTULO II
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O segundo capítulo abordará a importância do brincar no progresso do ser
humano, suas contribuições, trazendo consigo o mundo do faz-de-conta que é muito
aproveitável, desenvolve a imaginação da criança, a vontade de criar e recriar,
através de movimentos de socialização entre todos no dia-a-dia, logicamente desde
o seu nascimento, o convívio com os pais e familiares, e com o grande auxílio dos
seus educadores.
2.1- A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Embora, atualmente, a importância do brincar para o desenvolvimento infantil
seja amplamente reconhecida, é comum observarmos crianças, por vezes muito
pequenas, com uma rotina bastante atribulada, tomada por diversas atividades e
compromissos. Muitas vezes, fica difícil encontrarmos alguma brecha, na correria do
dia a dia dessas crianças, na qual elas possam, simplesmente, ter espaço e tempo
para brincar. Mas, afinal, por que o brincar é considerado algo tão importante para o
desenvolvimento das crianças?
Não há como negar a contribuição das brincadeiras no processo de
desenvolvimento da criança, sujeito inerentemente dinâmico, que necessita
extravasar toda a energia que traz consigo. Existem diversos motivos para brincar,
desde o prazer que o lúdico propicia até mesmo a importância para o
desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. Onde a criança
expressa suas vontades e desejos.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e
significam outra coisa daquilo que aparenta ser. Ao brincar as crianças recriam e
repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando.
Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas mesmas,
as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que
para eles são importantes e significativos. Propiciando a brincadeira, portanto, cria-
se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar uma
compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos
conhecimentos.
O papel que o brincar exerce na formação e no desenvolvimento das crianças
é relevante, visto que grande parte das crianças, especialmente as que estão na
35
idade pré-escolar, vive no mundo do faz-de-conta, no qual a criatividade e a
imaginação de situações características marcantes. A maneira com que cada
criança brinca á leva a várias dimensões, ao faz- de- conta que desperta a
imaginação da criança para outros lugares, criam personagens e diálogos,
imitações, de acordo com as observações que elas mesmas fazem no seu dia a dia,
recriando assim o mundo a sua volta. De acordo com Froebel (1912), não existe
qualquer atividade tão importante como o brinquedo e a brincadeira no
desenvolvimento da criança.
A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo- da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso interno e externo, paz com o mundo...A criança que brinca sempre com determinação é auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física e pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto sacrifício para a promoção de seu bem e de outros, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação.(FROEBEL 1912, apud ROCHA, 2000:86)
É uma forma de socialização entre elas e uma maneira de desinibir as crianças
no dia a dia. Existem diversas aprendizagens com o brincar seja em casa ou no
âmbito escolar, trazendo consigo também histórias e experiências das mesmas, as
quais devem ser trabalhadas de maneira coerente. É necessário ressaltar o
importante papel que o brincar exerce tanto no presente quanto no futuro da criança,
deve ser essencial para que os pais e educadores incentivem essa prática na
infância, contribuindo não apenas com o desenvolvimento das crianças, mas
também na valorização e preservação da cultura.
Brincar tem um viés que vai muito além da simples fantasia. Enquanto um
adulto vê apenas uma criança empilhando bloquinhos, para o pequeno aquilo
significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores,
formatos e texturas. Nessa perspectiva, Oliveira (2002) também diz que:
Ao mesmo tempo em que a criança modifica seu meio, é modificada por ele .(...) ao constituir seu meio atribuindo-lhe a cada momento determinado significado, a criança é por ele constituída; adota formas culturais de ação que transformam sua maneira de expressar-se, agir, e sentir.( OLIVEIRA 2002,p.126)
A brincadeira estimula as aptidões das crianças, fazendo com que elas
mesmas se descubram com as novidades do mundo que a cerca. Disponibilizando
oportunidades em que ela tenha um objetivo para atingir suas necessidades, e com
36
isso adquirir também um aprendizado diferenciado, porém sempre direcionado a
metas. Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já
possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam. Por exemplo,
para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer
alguma de suas características. Seus conhecimentos provém da imitação de alguém
ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes,
do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema
ou narradas em livros.
É necessário nos atentarmos que o brincar, seja através de brincadeiras,
brinquedos ou jogos, propicia a construção de novos conhecimentos, e o
aprimoramento do que já foi apreendido. As diversas maneiras de se aprender
brincando faz com que a criança desenvolva a capacidade de organização, análise,
reflexão e argumentação, uma série de atitude como aprender a ganhar e o lidar
com o perder, aprender a trabalhar em grupo, regras e entre outras.
A competição está presente no jogo na forma de desafio, levando a criança a
tentar superar suas próprias dificuldades e servindo também como uma motivação
para um bom aprendizado. A vitória é um dos objetivos, porém não é o único, sendo
que as regras são construídas com a possibilidade de ser modificadas por aqueles
que participam do jogo, respeitá-las é necessário para que o jogo não perca o
encanto, e o adversário é visto como um companheiro, pois sem ele não haveria o
prazer de jogar, desafiar. O lúdico é uma estratégia criada para possibilitar esse
sucesso, como afirma Kishimoto 2008:
Utilizar o jogo na educação infantil significa transportar para o campo do ensino – aprendizagem condições para a maximinizara construção do conhecimento introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora.(KISHIMOTO, 2008, p.37).
As atividades lúdicas devem estar presentes no cotidiano da educação infantil,
quando essa é utilizada como uma estratégia para apresentar um novo mundo, as
crianças, os jogos e brincadeiras podem ser um auxílio de eficiência relevante para
se alcançar resultado dentro das ações que foram traçadas pelo educador.
A utilização dos jogos para o brincar contribui para o aumento das
possibilidades de aprendizagem da criança, incentivando sua criatividade, se
socializando com as outras crianças, exercitando a cooperação e a convivência com
37
os outros. Cabe aos pais e educadores , estimularem e aprimorarem o bom senso
de cada criança para que elas saibam se comportar mediante a determinadas
situações.
O brincar existe de várias maneiras, brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de
construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também
chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc..., todos
são atividades lúdicas, que propiciam a ampliação dos conhecimentos. O brincar
apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas
pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados.
Essas categorias incluem: o movimento e as mudanças da percepção
resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças; a relação com os
objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre
eles; a linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem
utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e
atitudes que se referem á forma como o universo social se constrói; e finalmente, os
limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para
brincar.
Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades
básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como
atividade fundamental da qual se originam todas as outras; brincar com materiais de
construção e brincar com regras. Além disso, para brincar é preciso que as crianças
tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão
assumir no interior de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos
dependem exclusivamente da vontade de quem brinca.
Tenho a compreensão de que tudo aquilo que proporciona alegria, pode ser sentido, percebido, concebido como um brinquedo nas mãos de uma criança. Essa harmonia oportunizada pela sensibilidade da pessoa humana sobre o objeto facilita a compreensão do sentido das coisas, da música, da poesia, das palavras, do sentido do brinquedo. (MEDEIROS, 2006, p.71)
A maneira de como se apresenta o brincar para a criança, faz com que a
criança brinca com vontade, se expresse e contribua para o seu desenvolvimento,
trazendo assim a alegria do saber. A brincadeira favorece a autoestima das crianças,
auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de uma forma criativa.
38
Podemos acrescentar ainda que o brincar juntos reforça os laços afetivos.
Todas as crianças gostam de brincar com os professores, os pais, irmãos e avós. A
participação do adulto nas brincadeiras com a criança eleva o nível de interesse,
possibilitando a criança fazer descobertas e viver experiências que tornam o brincar
mais estimulante e mais rico em aprendizado.
Brincar de andar, de pular, brincar de subir e descer, de pôr e tirar, de empilhar derrubar, de fazer e desfazer, de criar e destruir. Educar neste momento é sinônimo de preparar o espaço adequado, o espaço brincado, isto é, explorável. (WALLON, 1986, p.117)
O espaço adequado para o brincar é um espaço agradável, em que a criança
se sinta a vontade para interagir com todos e assim possa se desinibir, seja em
atividades lúdicas individuais ou em grupos. Tudo deve ser explorado e bem
trabalhado para que seja também bem aproveitado, onde a criança aprenda a
compartilhar sem perder o sentido da troca de sabedorias e aprendizados.
2.2- FASES DE DESENVOLVIMENTO
Nascido com suas características da sua espécie, cada pessoa percorre uma
trajetória do desenvolvimento até a idade adulta. Em cada fase dessa evolução o ser
humano apresenta determinadas características físicas, emocionais e intelectuais.
Assim uma criança não é um adulto em miniatura. A criança é diferente do adulto,
pensa de maneira diferente e tem reações emocionais diferentes das do adulto. É
importante perceber que esse desenvolvimento constante das pessoas está sempre
relacionado com experiências de aprendizagem; é preciso que o sujeito aprenda
coisas novas para poder transformar-se.
O processo de desenvolvimento de uma pessoa é, em grande medida, o
processo pelo qual o ser humano incorpora a cultura do grupo a que pertence.
Todas as sociedades educam seus membros para assimilarem as informações, os
hábitos e costumes que são próprios da sociedade. Cada indivíduo é educado, nos
diferentes ambientes em que está permanentemente mergulhado dentro da cultura,
para tornar-se parte ativa de seu grupo social.
Por tudo isso, entender as transformações que acontecem no decorrer da vida
do ser humano, em cada fase de seu desenvolvimento, é de suma importância para
a compreensão do funcionamento psicológico do indivíduo. A afetividade é um dos
principais elementos para o desenvolvimento humano, devendo ser bem explorado e
compreendido. Quando pensamos em desenvolvimento do ser humano, vem
39
imediatamente a lembrança, a criança crescendo e quando falamos em
aprendizagem o que vem em mente é a escola.
Desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível
físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em cada fase
surgem características específicas. Em cada uma das fases em que a criança passa
ela faz novas descobertas que são úteis para o seu desenvolvimento. Cada criança
é um indivíduo e pode atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais
tarde do que outras crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de
problemáticas.
O conceito de criança e infância é uma noção mutável ao longo da história.
Várias sociedades possuem sua ideia do que vem a ser criança. Este conhecimento
depende de fatores como: classe social, religiosidade, cultura e educação. Um país
de proporções continentais como o Brasil reflete este posicionamento, devido as
suas diferenças de regiões e classes econômicas. Uma criança pode ser
considerada como trabalhadora que auxilia na renda familiar, uma criança da mesma
idade é tratada com total diferença.
As crianças desde bebês necessitam ter uma rotina bem planejada, estruturada
e organizada para o seu melhor desenvolvimento por lhe proporcionado conforto,
segurança, maior facilidade de organização, espaço temporal, e a liberta do
sentimento de estresse que uma rotina desestruturada pode causar a criança.
A criança precisa de uma aprendizagem que lhe dê oportunidades para adquirir
novos conceitos, mediados também pelo professor. Uma aprendizagem significativa
que deixe a criança falar, ouvir, a se expressar em todos os sentidos, respeitando
sua classe social, a sua cultura, e estimule a sua auto-estima e interação.
A criança conquista através da percepção todo o universo que a cerca, sente
necessidade de explorar o espaço, porque é o momento em que o desenvolvimento
da habilidade “andar” está no auge e a fala atinge uma verdadeira importância.
Neste estágio o termo projetivo está relacionado ao funcionamento mental que está
florescendo na criança. É um período em que se utilizam atos motores para auxiliar
a exteriorização do pensamento. Para Jean Piaget, era de suma importância
descobrir como o conhecimento se estruturava. Desta maneira a teoria piagetiana
afirma que:
Conhecer significa inserir o objeto do conhecimento em um determinado sistema de relações, partindo de uma ação executada sobre o referido objeto. Tal processo, portanto, a capacidade de
40
organizar, estruturar, entender e posteriormente, com a aquisição da fala , explicar pensamentos e ações. (FELIPE, 2001, P.30)
Constata-se que de acordo com as interações que a criança faz com o meio
em que vive, ela se desenvolve a cada dia fazendo descobertas e se aprimorando
do que já conhece, pois as relações com o ser humano é um ato de troca, seja de
afeto ou de informações, e com tudo isso a criança abrange várias situações em que
o aprendizado é constante.
O desenvolvimento humano para Piaget é fundamental no processo de agir e
pensar do ser. Por isso, o mesmo apresenta períodos e estágios definidos, e se
caracteriza pelo surgimento de novas formas de organização mental. Para ele são 4
períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados „por
aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor‟ no decorrer das diversas faixas
etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (FURTADO, op.cit). São eles:
*1º período: Sensório motor (0 a 2 anos): Nos dois primeiros anos de vida, as
crianças passam por um grande processo de socialização e desenvolvimento
biológico, psicológico, afetivo e cultural. Nesse período, elas começam a se constituir
como seres independentes, capazes de estabelecer diversas relações com as
pessoas e de interagir de maneira autônoma. Esse processo envolve, ao mesmo
tempo, aspectos cognitivos, emocionais e afetivos, que serão de grande importância
para a construção da identidade de cada ser humano. O desenvolvimento cognitivo
se inicia a partir dos reflexos que gradualmente se transforma em esquemas de
ações, que são caracterizados por atividades físicas que são direcionadas a objetos
e situações externas. Através da aquisição da linguagem, inicia-se o processo de
socialização com a sua inteligência. Observa-se nesta fase que a criança tem
dificuldades em se colocar no ponto de vista do outro, impedindo-a desta forma de
momentos de interação.
*2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos): Para Piaget, o que marca a passagem do
período sensório-motor para o pré- operatório é o aparecimento da função simbólica
ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nesta fase a criança já
aprende a falar, podendo assim expressar seu pensamento. A criança começa com
frases simples, e pouco a pouco vai ampliando o seu pequeno vocabulário. Nesse
período é essencial o pensamento egocêntrico, ou seja, o ponto de vista de cada
uma, pois ainda não tem a noção de colocar-se na perspectiva do outro. As
41
brincadeiras nesta fase são de suma importância, sejam elas de faz-de-conta, ou
histórias contadas, para que assim a criança seja mais estimuladas.
*3º período: Operações concretas (7 a 11, 12 anos): Nesta fase o pensamento da
criança assume a forma de operações intelectuais. As operações são ações mentais
voltadas para a constatação e explicação. A criança tem a capacidade de
compreender o ponto de vista de outra pessoa. Neste período é estabelecida a
base do pensamento lógico. No plano cognitivo, torna-se capaz de compreender a
reversibilidade, saber que a operação pode ser invertida, ou seja, adquire noção de
conservação ou invariância (os objetos continuam iguais a si mesmos, apesar das
mudanças aparentes). A criança operatória dirá que a quantidade de fichas é a
mesma, independente de estarem juntas ou separadas.
*4º período: Das operações formais (12 anos em diante): A criança nesta fase se
liberta inteiramente do objeto, trabalhando a forma. Neste período o pensamento
operatório permite combinar entre si objetos e fatores, ideias ou proposições e
raciocinar sobre a realidade, considerando não apenas aspectos limitados e
concretos, mas também todas as combinações possíveis. Trata-se, portanto, da
capacidade de raciocínio dedutivo. Consegue compreender e relacionar de modo
lógico noções abstratas, como democracia, arte, justiça, teoria, etc., se apropriando
de um extenso quadro de conhecimentos.
A partir de tais considerações sobre o desenvolvimento infantil na visão de
Piaget constata-se que o conhecimento é uma construção contínua do saber, não
estando em nenhum momento pronto ou acabado. O conhecimento se constrói a
partir da ação do indivíduo com seu meio físico e social.
Vygotsky e o desenvolvimento infantil
Na perspectiva Vygotskiana, é importante a interação social para o
desenvolvimento humano, pois para a mesma o:
(...) funcionamento psicológico estrutura-se a partir das relações sociais estabelecidas entre o indivíduo e o mundo exterior. Tais relações sociais ocorrem dentro de um contexto histórico e social, no qual a cultura desempenha um papel fundamental, fornecendo ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade (FELIPE, 2001, p. 29)
42
As características individuais, como o modo de pensar, de agir, do ser humano
dependem da interação do ser humano com o meio social, por isso o indivíduo
necessita viver em um ambiente socializador e estimulador. Para Vygotsky, o
desenvolvimento do sujeito passa por um processo que está profundamente
enraizado na história individual e social, onde o pensamento se dá a parte da
linguagem e pela a experiência sociocultural do indivíduo.
Assim o mesmo necessita das constantes interações com o meio social em que
vive, sempre mediado pelo o outro. É por meio dessas mediações que a criança vai
desenvolvendo as suas funções psicológicas, de acordo com a sua realidade social
e cultural. A fala (entendida como signo) tem um papel fundamental no
desenvolvimento cognitivo do ser, pois ela é comunicação com o outro.
Para Vygotsky, a verdadeira essência do comportamento humano complexo se dá a partir da unidade dialética da atividade simbólica (a fala) e a atividade prática: o momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento, convergem. (REGO, 2001, pp 61,62)
A criança encontra na linguagem o mundo que a rodeia, onde se apropria dela,
dialoga, troca ideias, questiona, analisa, e através de tudo isso vai se formando suas
próprias ideias e reflexões. Mediante a todas essas observações, frisa-se que a
criança é dotada de inteligência e de um grande potencial para descobrir e aprender
coisas novas.
Assim como Piaget, Vygotsky dá grande importância ao organismo ativo, mas
ele ressalta, sobretudo, o papel do contexto cultural nos processos de
desenvolvimento e aprendizagem. Esse é talvez o aspecto que mais o distingue do
construtivismo de Piaget, o desenvolvimento é um processo promovido
culturalmente. A função da educação é realizar este trabalho de intermediação entre
o indivíduo e seus alunos e os educadores, em situações escolares ou não. Ocorre
também entre as próprias crianças: suas relações estão cheias de aspectos
educativos.
As interações é que criam desenvolvimento, promovem evolução e mudanças
nas pessoas. Os pais, os professores e os adultos em geral dão suporte e orientam
o desenvolvimento de uma criança. Mas é importante lembrar que a criança em
desenvolvimento não é um ser humano passivo. Ao contrário, no processo de
43
construção conjunta com o adulto, a criança está num determinado momento de seu
desenvolvimento. Ela já tem uma história pessoal e apresenta uma dinâmica interna
própria. Devemos saber como lidar com as diversas situações.
2.3- A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O lúdico ao longo do tempo tem sido muito explorado, a cada dia descobertas
estão inteiramente envolvidas no cotidiano da criança, é parte integrante do mundo
infantil da vida de todo ser humano. Os jogos e brinquedos fazem parte da infância
das crianças, onde a realidade e o faz de conta intercalam-se. O olhar sobre o lúdico
não deve ser visto apenas como diversão, mas, sim, de grande importância no
processo de ensino-aprendizagem na fase da infância.
A criança ao brincar e jogar se envolve tanto com a brincadeira, se entusiasma,
que coloca na ação seu sentimento e emoção. Pode-se dizer que a atividade lúdica
funciona como um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e
sociais, portanto a partir do brincar, desenvolve-se a facilidade para a aprendizagem,
o desenvolvimento social, cultural e pessoal e contribui para uma vida saudável,
física e mental. Também é possível enxergar nele um pouco de representação do
real no momento em que a criança elege como um substituto do objeto utilizado nas
ações reais do dia a dia, tornando-se, em alguns momentos, um representante da
realidade.
O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar a criança um substituto dos objetos reais na proposta de manipulá-los. (KISHIMOTO, 2009, p.18)
Ao brincar a criança também adquire a capacidade da simbolização, permitindo
que ela possa vencer realidades angustiantes e domar medos instintivos. O brincar é
um impulso natural da criança, que aliado á aprendizagem torna-se mais fácil á
obtenção do aprender devido à espontaneidade das brincadeiras através de uma
forma intensa e total. O mundo infantil é diferente do mundo adulto, nele podemos
encontrar o faz-de-conta, o mundo da fantasia, sonhar e descobrir. Por meio das
brincadeiras, que é uma ação mais comum da infância, a criança tem a oportunidade
de se conhecer e de se constituir-se socialmente.
44
A brincadeira, o jogo, e o brinquedo, as atividades lúdicas devem se fazer
presentes como recurso didático no processo educacional, principalmente na
Educação Infantil, e as séries iniciais. Compreender esse universo lúdico torna-se
indispensável para o bom desenvolvimento do trabalho pedagógico efetivado pelo
professor, que é um mediador destas ações. O jogo educativo é essencial, pois
possibilita a criança uma aprendizagem através das vivências, por meio das quais
podem experimentar sensações e explorar as possibilidades de movimento do seu
corpo e do espaço, adquirindo um saber globalizado a partir de situações concretas.
A atividade lúdica é um instrumento que possibilita as crianças a aprenderem
relacionar-se com outros, promove o desenvolvimento da linguagem, da
concentração, consequentemente gerando uma maturação de novos
conhecimentos. O eixo da infância é o brincar, sendo um dos meios para o
crescimento, e por ser um meio dinâmico, o brinquedo oportuniza o surgimento de
comportamentos, padrões e normas espontâneas. Caracteriza-se por ser natural,
viabilizando á criança uma exploração do mundo exterior, quanto interior. Através
dos brinquedos algumas carências das crianças são satisfeitas, mas tais
necessidades vão progredindo no decorrer do seu desenvolvimento.
O educador deve proporcionar o envolvimento da criança em brincadeiras, as
mais diferentes possíveis, possibilitando, desta forma, o seu processo de inclusão,
de socialização e desenvolvimento sociocultural. A ludicidade é um grande
laboratório para o desenvolvimento integral da criança, que merece atenção dos pais
e dos educadores, pois é através das brincadeiras que a criança descobre a si
mesmo e o outro, além de ser um elemento significativo e indispensável para que a
criança possa aprender com prazer, funcionando como exercícios úteis e
necessários á vida.
O jogo simbólico, é importante, é na infância que inicia-se o fantasiar, fazendo
um paralelo do mundo real com o imaginário. Devido á realidade ser difícil em ser
assimilada e aceita, a criança cria seu próprio universo, onde encontra-se resoluções
para tudo, através de seus personagens imaginários, super-heróis, princesas, fadas,
monstros, bruxas, entre outros, atribuindo seus próprios sentimentos nos brinquedos
e histórias. Por exemplo, á a boneca que está com raiva porque a mãe brigou com
ela, ou o urso que está chorando porque o pai foi trabalhar, enfim, as crianças dão
vida e sentimentos aos objetos inanimados como se fossem pessoas de verdades.
45
Têm-se até hoje a opinião de que a imaginação da criança é mais rica do que a do adulto. A infância é considerada a idade de maior desenvolvimento da fantasia e segundo essa opinião, á medida que a criança vai crescendo, diminuem a sua imaginação e a força de sua fantasia, Goethe dizia que as crianças podem fazer tudo de tudo, e essa falta de pretensões e exigências da fantasia infantil, que já não está livre na pessoa adulta, foi interpretada frequentemente como liberdade ou riqueza da imaginação infantil(...) Tudo isso junto serviu de base para afirmar que a fantasia funciona na infância com maior riqueza e variedade do que na idade madura. A imaginação da criança (...) não é mais rica, é mais pobre do que a do adulto; durante o desenvolvimento da criança, a imaginação também evolui e só alcança a sua maturidade quando homem é adulto. (VYGOTSKY apud ELKONIN, 1998, p.124)
O jogo simbólico caracteriza-se pela representação da realidade, por um
tendência imitativa e imaginativa, através dele a criança passa a adquirir a
capacidade de representar simbolicamente suas ações por meio de sua capacidade
de pensar. Entender o importante papel que o brincar exerce no presente e no futuro
da criança, deve ser essencial tanto para que os pais quanto para os educadores
estimulem essa prática na infância, contribuindo não apenas com o desenvolvimento
das crianças, mas também na valorização e preservação da cultura.
Um dos objetivos do trabalho lúdico é o de auxiliar a criança a obter melhor
desempenho na aprendizagem através da utilização de uma metodologia
espontânea, divertida e recreativa, o lúdico age também como forma de
comunicação das crianças, tornando a aprendizagem de acordo como seu modo de
vê o mundo, respeitando suas características e raciocínios próprios.
Na vivência de troca dos afetos e estabelecimento de vínculos por meio das
brincadeiras, a criança interage com seu ambiente e com outras crianças, facilitando
inclusive o desenvolvimento da aprendizagem, da leitura e da escrita em seu devido
tempo. Pode-se assim dizer, que o lúdico enquadra-se numa abordagem
multidisciplinar, intercalando-se numa relação cognitiva, biológica, social e
recreativa.
Paiva (2009) explana á respeito da infância, que este período está diminuindo
cada vez mais, e ao mesmo tempo em que a sociedade roga pelos direitos da
criança, em brincar, viver conforme seus direitos entra uma contradição quando os
adultos não fazem a passagem ao ato para tal idealização. A criança quando privada
do brincar, dificilmente produzirá vínculos significados com o outro e com o meio ao
qual está inserida. A criança necessita de experimentação acerca de conhecimentos,
sendo esta a melhor forma de incorporação dos mesmos.
46
A linguagem, segundo Vygotsky (1984), tem importante papel no
desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas experiências e
ainda colabora na organização dos processos em andamento. Muitas situações
vividas no cotidiano das crianças são reproduzidas na brincadeira, as quais, pela
imaginação e pelo faz-de-conta são reelaboradas. O jogo é crucial para o
desenvolvimento cognitivo, pois é o processo de criar situações imaginárias, leva ao
desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos
relacionamentos são criados no jogo entre significados e objetos e ações. O lúdico
traz consigo várias contribuições para a educação infantil, devemos saber como
trabalhar e como aplicar os métodos, trazendo assim além do aprendizado uma
atividade divertida.
O importante é que nossas crianças encontrem durante o processo de
aprendizagem, a autoconfiança para pular os baixos obstáculos impostos pela vida,
e ao mesmo tempo em que seus olhos estejam voltados para os desafios de pular
altas barreiras, sem perder a alegria e o contentamento, e assim possamos ajudá-los
a se dar conta de que o aprendizado não termina no final do dia.
2.4- A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL
A escola é uma instituição muito importante e se constitui, cada vez mais, no
lugar onde se desenvolve a maior parte das atividades da criança, os processos que
o educador realiza são fundamentais na definição do percurso de desenvolvimento
dos indivíduos. Os professores são os personagens sociais, cuja tarefa é
exatamente a de interferir no desenvolvimento das crianças por meio de processos
de ensino-aprendizagem.
O papel do professor das crianças pequenas, na maioria das vezes parece
similar ao papel dos outros professores, mas torna-se distinto a outros aspectos,
pois é nesta fase que o cuidado deve ser maior, trabalhando com diversas maneiras,
pois cada criança tem a sua personalidade e está em constante transformação. Esse
caráter de profissionalismo específico requer que o professor ao mesmo tempo em
que ensina também aprenda, e reflita constantemente sobre sua prática, procurando
sempre avaliar seu trabalho.
A criança é o agente de seu desenvolvimento, cabe ao professor o papel de
desafiador, provocando desequilíbrios, conflitos, para que a criança seja estimulada
47
a descobertas e, portanto, á construção do conhecimento. A fonte do conhecimento
da criança está na variedade de situações concretas que ela tem oportunidade de
vivenciar e também na organização lógica que suas interações com o ambiente vão
assumindo em seu pensamento. Quem atua diretamente com a Educação Infantil
sabe o quanto a criança muda e avança a cada dia.
Esse desenvolvimento não se dá de forma gradual e acumulativa [...]. Ele se processa como que aos saltos, havendo a cada salto um momento de ruptura ou desequilíbrio, que cria oportunidade para uma nova organização do comportamento da criança. Isso ocorre porque a criança nasce com certas estruturas internas que vão modificando-se na interação com o ambiente humano [...] (OLIVEIRA, 2001, p.38).
Ser professor é despertar „futuro‟, é criar gente que pensa, aprende, faz, avalia
e refaz tudo de novo, se for necessário. Ser professor é ainda garantir que todos os
alunos tenham sucesso na sua trajetória escolar. É ter a clara noção de que o
fracasso nos estudos, quando ocorre, é em grande parte responsabilidade dele.
Afinal, ele estava lá para educar aquelas crianças, para humanizá-las, para fazer
delas cidadãos conscientes. Com o tempo, o professor percebe que o papel que lhe
cabe é muito maior do que supunham. Desta forma:
A professora no exercício da prática docente é portadora de uma teoria adquirida em seu curso de formação inicial, teoria atualizada a cada dia, em sua relação com as crianças na sala de aula e com as colegas professoras nas reuniões pedagógicas [...]. A cada sucesso ou fracasso ela se faz perguntas, para as quais busca ou constrói respostas explicativas sobre o sucesso ou o fracasso. Ao se tornar pesquisadora vai se tornando capaz de encontrar/ construir novas explicações para os problemas que enfrenta em seu cotidiano. (GARCIA, 2003, p.21)
Afinal, é grande a responsabilidade de fazer com que os alunos aprendam a
exercer sua cidadania, isto é, a reivindicar seus direitos e a ter consciência de seus
deveres para com a sociedade. Ser professor é um ofício central para o
desenvolvimento das crianças. Um bom começo é fazer com que os alunos se
sintam aceitos e respeitados em suas diferenças, por exemplo, não economizando
elogios. Erra quem tenta colocar todas as crianças em um mesmo molde. A chave
do sucesso docente é, dentre outros aspectos, aprender a lidar com as diferenças e
os níveis desiguais que caracterizam cada turma. DIAS (1999) defende essa análise
muito bem quando relata que:
48
É senso comum referir-se á criança como um ente abstrato, como se todas as crianças fossem iguais. Apesar de guardarem semelhanças entre si, é a diversidade que as caracteriza. A escola, por lidar com as crianças como uma coletividade tende a minimizar as diferenças entre elas relacionando-se com todos da mesma forma. Todas devem usar o mesmo material, na mesma hora, com o mesmo objetivo e são incentivadas a agir do mesmo jeito [..]. Nossas crianças têm etnias diversas, biótipos diferentes, famílias de composições variadas, vivem múltiplas realidades socioeconômicas etc. Como afirmar que são iguais? (DIAS, 1999, p.191)
Outra atitude a evitar é a do isolamento. Mais do que nunca é preciso trocar
ideias, expor as dificuldades enfrentadas. Realizar, sistematicamente discussões
com outros professores sobre conteúdos curriculares, métodos de ensino e
aprendizagem, comportamento infantil e aspectos desafiadores encontrados na
prática cotidiana. Tais atitudes são uma ótima alternativa para aperfeiçoar a ação
pedagógica.
O contato com outros professores ajuda, em muito, na formação do
comportamento profissional e, em especial, na transformação de atitudes. É
importante também participar de cursos de capacitação, atualizar-se e conhecer
novos recursos metodológicos e os temas educacionais que estão sendo discutidos.
É preciso lutar, por melhores salários, pela valorização profissional, finalmente por
condições de trabalho que permitam uma prática pedagógica que de fato garanta o
sucesso dos alunos.
Um bom professor procura estar atento ás manifestações e anseios de seus
alunos; maneja bem a classe, diversificando as estratégias de ensino; conhece
processos de avaliações e sabe, mais do que ninguém, que eles não servem para
selecionar alunos e, sim, para conhecê-los melhor, e para reorientar o modo de
ensinar. Valorizar os erros cometidos pelas crianças, porque tem consciência de que
só erra quem se expõe, quem faz.
O professor de Educação Infantil deve saber que lidar com criança é uma arte,
que deve ser explorada todos os dias com sabedoria, que deve ser bem aplicada a
fim de alcançar um objetivo, aprender brincando. Nos dias atuais estão disponíveis
diversos cursos para que o docente se aprimore e descubra atividades lúdicas
interessantes tanto para o seu conhecimento quanto para o aprendizado da criança.
A criança a cada dia descobre novidades no seu cotidiano, trazendo para sala
de aula compartilhando com seus colegas e professores, então o docente tem que
aproveitar este momento para fazer uma melhor socialização das crianças.
49
[...] A criança é um ser frágil, que necessita de cuidados físicos e psicológicos constantes como base para o seu desenvolvimento. Há assim, na educação de infância uma inteligência profunda [...] entre função pedagógica e função de cuidados, [...] o que alarga naturalmente o papel da educadora (OLIVEIRA, 2002, p.137)
Sabemos que podemos aprender de várias maneiras, deve se organizar
experiências diversificadas para as crianças, de modo que elas convivam com várias
formas de lidar com o conhecimento, as emoções, as relações sociais e as atitudes.
É importante que a sala de aula não se torne um lugar onde o modo de proceder
seja repetitivo e rotineiro.
O professor tem que planejar, refletir sobre suas ações, pensar sobre o que
quer executar e qual seu objetivo, o planejamento é um processo que exige
organização, sistematização, previsão, decisão e outros aspectos na pretensão de
garantir a eficiência e eficácia de uma ação, quer seja em um nível micro, quer no
nível macro. As fases, os passos, as etapas, as escolhas deste processo implicam
em situações diversificadas, que estão presentes durante o acontecer em sala de
aula, num processo de idas e vindas.
Na sala de aula, os professores que convivem diariamente com as crianças,
tem muitos exemplos de conversas interessantes entre as próprias crianças e entre
elas e os adultos. Crianças em idade escolar já dominam a língua muito bem, tem
um vocabulário extenso e utilizam a fala com precisão considerável. Assim as
oportunidades do professor realizar o que ele aprende nas formações e diversos
cursos são muitas, e atualmente, o âmbito escolar oferece muitos materiais
metodológicos que devem ser bem aproveitados. Uma sala de aula repleta de
informações visuais por si só não basta. A ação do professor é imprescindível, a sua
clareza no que quer repassar, já que:
A construção de uma nova prática pedagógica está associada á redefinição do processo ensino aprendizagem e a sua articulação com as concepções de mundo, de homem e de conhecimento que fundamentam as relações cotidianas. Repensar a prática, tendo a realidade como referência, significa instaurar um movimento de desconstrução/reconstrução, permanente da atividade cotidiana. (PEREZ e SAMPAIO In. 2003, p. 48)
Uma das funções do professor em relação á criança é conversar, fornecer
respostas ás suas perguntas, explicações ás suas dúvidas, estimulando a exposição
de ideias e a troca de opiniões entre as crianças. O professor procura fazer com que
50
a criança assuma uma parcela de responsabilidade pela tarefa, de acordo com suas
possibilidades. Deve tornar cada atividade interessante e atraente para aas crianças.
Com cuidado o professor procura controlar a frustração e os riscos de sensação de
fracasso no processo de solução das tarefas.
Cabe ao professor o papel fundamental no desenvolvimento desses alunos. Com consciência deverá desenvolver sua prática pedagógica tendo como referência teórica, a ideia de que o conhecimento é construído pelo aluno em situações de interação, necessitando assim, dispor de estratégias que ajudem a compreender o que cada aluno já sabe e é capaz de desenvolver sozinho. (FERNANDES e ANDREU, 2001, p.160)
É importante ter consciência de como transformamos ao longo da vida e de
como as experiências de aprendizagem nos afetam. Procurando incentivar seus
alunos a lembrar de episódios de aprendizagem que ocorreram com eles,
identificando fatores que contribuíram para a promoção dessas aprendizagens,
dando atenção as suas dificuldades e a facilidades.
Registrar o trabalho desenvolvido todos os dias, é um bom instrumento para a
reflexão de sua prática pedagógica, tem que estar aberto para reconhecer falhas e
inadequações presentes na sua atuação. Deve cuidar de sua formação
permanentemente, aproveitando todas as oportunidades que possam enriquecer
seus conhecimentos.
Nessa tarefa de ser professor, os pais dos alunos são parceiros importantes da
sua tarefa educativa. Isso não significa, no entanto, que devam ser convocados a
todo momento. Há questões que podem ser resolvidas na própria escola. Um bom
professor deve saber lidar com determinadas situações do cotidiano com seus
alunos. O professor deve estabelecer uma rotina diária com os seus alunos, isso
ajudará a organizar a vida desde pequeno, e promover a autonomia de cada um,
com as coisas simples, como organizar o seu material escolar, realizar suas tarefas,
dentre outras.
É essencial mostrar como é importante valorizar a escola e os progressos
alcançados por seus filhos. Incentivo é algo que empurra para a frente, que motiva,
que faz querer mais, expondo os trabalhos executados com as crianças também.
No dia a dia escolar deve haver também muito humor na maneira de repassar o
aprendizado, para que a aula seja também um momento de diversão.
51
CAPÍTULO III
CARACTERÍSTICA DA PESQUISA
No terceiro capítulo, denominado Procedimentos Metodológicos, onde
descreverá os procedimentos realizados na pesquisa.
3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Descrevem-se, neste capítulo, os procedimentos metodológicos que nortearam
esta pesquisa. Aborda-se, primeiramente, a caracterização da pesquisa que teve um
caráter exploratório-descritivo e qualitativo. Em seguida, tecem-se considerações
acerca da técnica utilizada para a coleta e análise de dados. Elencam-se, por fim, as
prováveis limitações da pesquisa. Cabe, ainda, salientar que a metodologia é de
grande relevância numa pesquisa científica, uma vez que é uma etapa
preponderante para alcançarem-se os objetivos propostos.
3.1- Caracterização da pesquisa: caráter exploratório-descritivo e qualitativo
Esta pesquisa caracteriza-se por ter um caráter exploratório-descritivo e
qualitativo. Salienta-se que as pesquisas exploratórias são aquelas que têm por
objetivo explicitar e proporcionar maior entendimento de um determinado problema.
Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador procura um maior conhecimento sobre o
tema em estudo (GIL, 2005).
Ressalta-se, ainda, que as pesquisas podem ser realizadas para atender a
uma necessidade de ordem intelectual ou por razões práticas. As pesquisas de
cunho intelectual são, pois, aquelas em que o pesquisador objetiva desvendar os
aspectos da realidade que estão a sua volta apenas para atender a uma satisfação
própria, ou seja, ampliar conhecimentos; é, por essa razão, denominada de pesquisa
pura. No que concerne às pesquisas de razão prática ou aplicada, pode-se afirmar
que visam à realização de algo de forma mais eficiente. Pode, também, apresentar
uma investigação de ordem intelectual no decorrer de sua realização. (GIL, 2005).
3.1.2- O caráter exploratório-descritivo da pesquisa
A pesquisa exploratória, quanto aos fins, segundo Vergara (2000), é realizada
em área na qual há pouco conhecimento científico acumulado ou sistematizado. Por
52
tratar-se de 60uma pesquisa que busca explorar conceitos e fatos de pouca
bibliografia, é um estudo muito novo no mercado mundial. Além disso, por sua
natureza de sondagem, não comporta hipóteses que poderão, todavia, surgir
durante a pesquisa ou ao seu final. Além disso, pretende descrever as
características do fenômeno (TRIVIÑOS, 1987)
Destaca-se que a pesquisa descritiva, quanto aos fins, expõe características de
determinada população ou determinado fenômeno. Neste trabalho, trata-se de uma
pesquisa que busca expor as características que compõem os conceitos dos
serviços e do ambiente eletrônico encontrados no mercado mundial. Estabelece
correlações entre variáveis e define sua natureza. Não tem o compromisso de
explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para algumas
explicações. A pesquisa de opinião também se insere nessa classificação
(VERGARA, 2000).
3.1.3- O caráter qualitativo da pesquisa
A pesquisa classifica-se, ainda, qualitativa uma vez que não se vale de
instrumentos estatísticos no processo de análise do seu problema. Acerca desse tipo
de pesquisa, Minayo (1993) assevera que é uma forma adequada para o
conhecimento da natureza de um fenômeno social, haja vista o pesquisador coletar
os dados na realidade pesquisada para, posteriormente, analisá-los de forma
indutiva.
Assim, utilizou-se o estudo de caso, um método de investigação qualitativa,
com enfoque indutivo para a análise dos dados descritivos para a apresentação dos
resultados.
Acerca desse tipo de estudo, Triviños (1987, p.133-34) afirma que é “[...] uma
categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente”.
Expõe, também, que “[...] a complexidade do exame aumenta à medida que se
aprofunda o assunto” (p.134).
3.1.4- Técnica para coleta e análise de dados
A coleta de dados é a forma de como se obtêm os dados necessários para
responder ao problema (VERGARA, 2000). Assim, os meios utilizados para a
investigação dos dados foram: pesquisa de campo, bibliográfica e estudo de caso.
53
A pesquisa de campo é, com efeito, uma investigação empírica, realizada no
local em que há os elementos necessários. Neste caso, a pesquisa ocorreu na
escola Manoel Pedro Ferreira que disponibiliza os espaços escolares estudados.
Inclui entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou
não (VERGARA, 2000).
Com relação aos procedimentos técnicos para a realização da pesquisa, a
modalidade escolhida é o estudo de caso. Na definição de Yin (2005, p.32), “Um
estudo de caso é uma investigação empírica, que investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre fenômeno e contexto não estão claramente definidos”.
Ainda com base em Yin (2005), pode-se afirmar que o estudo de caso não é
apenas uma tática para a coleta de dados, mas uma estratégia de pesquisa
abrangente. O autor expõe, ainda, que o estudo de caso envolve situações únicas,
com várias fontes de evidência e baseia-se no desenvolvimento prévio de
proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise dos dados.
Com isso, foi possível demonstrar a realidade das relações cotidianas no
âmbito escolar. Em razão dessas premissas, antes de proceder-se à coleta de
dados, realizou-se uma revisão bibliográfica com a finalidade de fundamentar
teoricamente a pesquisa e elaborar metodologias.
3.1.5- Classificação dos dados
Pelas as características do trabalho, os dados provieram de diversas fontes,
coletados em diferentes etapas, através de consulta, observação e fontes
documentais da escola.
Assim, as entrevistas foram realizadas via e-mail, livros e expressão oral em
virtude da distância da escola à cidade, que fica no campo. As perguntas utilizadas
foram elaboradas com base nos dados secundários, nas perguntas de pesquisa, na
experiência pessoal do pesquisador e em informações preliminares da escola.
Os dados coletados, na pesquisa empírica, foram estruturados e comparados
com os dados das fontes secundárias. Após a consolidação dos dados, o conjunto
foi analisado com base no referencial teórico com o objetivo de validar ou não as
hipóteses, e desenvolver as conclusões que fundamentam os resultados
alcançados.
54
3.1.6- Prováveis limitações da pesquisa
Segundo Vergara (2000, p. 61), “[...] todo método tem possibilidade e
limitações”. Em vista disso, por delimitação, entendem-se as fronteiras concernentes
a variáveis, ao que será abordado, ao corte, ao período de tempo e ao objeto de
investigação (VERGARA, 2000).
Este trabalho apresenta, contudo, algumas dificuldades e limitações quanto à
coleta e ao tratamento dos dados. Assim, relacionam-se, a seguir, as delimitações:
a) a escassez de bibliografias científicas quanto ao foco do estudo, que são os
sistemas de integração financeiro-eletrônica;
b) a não autorização para a divulgação de certas informações da empresa que foi
objeto do estudo de caso apresentado;
c) o estudo no tempo: por se tratar de uma pesquisa na área tecnológica, sua
evolução é, em parte, contínua e feita, parcialmente, em pequenos espaços de
tempo;
d) a subjetividade do autor.
Observadas as questões atinentes à metodologia, passa-se, na seção
seguinte, a tratar do estudo de caso.
3.2- CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ESCOLA
A pesquisa de campo foi realizada na Escola Municipal de Educação Infantil e
Ensino Fundamental Manoel Pedro Ferreira, fundada no ano de 1987, teve como
primeira diretora Esmaelita de Jesus Santana Ferreira, moradora da comunidade,
que fica situada na Vila Nova Olinda, tendo como primeiros professores: Maria
Trindade Barroso; Marilena Barroso; a escola atendia alunos da Alfabetização á 4ª
série, com aproximadamente 130 alunos.
Neste ano de 2014, a escola atende alunos do Pré á 3ª Série do Ensino Médio,
tendo como diretora atual Rosangela Maria Brito Batista, especializada em gestão
escolar.
O espaço físico da escola é composto de:
55
- 07 (sete) salas de aula;
- 01(uma) diretoria;
- 01(uma) secretaria;
- 03 (três) banheiros , sendo um para alunos especiais e os outros dois abrangendo
masculino e feminino;
- 01 (uma) cozinha;
- 01(uma) despensa;
- 01(uma) cantina;
- 01(um) refeitório;
- 01(uma) sala do AEE;
- 01(um) laboratório de informática;
- 01(um) espaço de convivência;
- 01(uma) sala para o armazenamento dos acessórios do Projeto Mais Educação;
Ressaltando que a escola não possui auditório, quadra de esportes,
brinquedoteca.
No presente momento a escola possui aproximadamente uma clientela de 485
alunos, com as turmas da Pré-escola á 4ª etapa. O primeiro turno funciona das
07:20 ás 11:20, o segundo das 13:20 ás 17:20 e o terceiro é das 18:45 ás 22: 45.
Desde o ano de 2013, a escola tem o Projeto Mais Educação, que trabalha
com os alunos no contra turno, tendo as especialidades em Música, Horta,
Letramento e Cineclube, e neste ano de 2014 a escola aderiu também o AEE, que
ensina os alunos com algum tipo de deficiência, na escola temos 11 crianças que
são atendidas.
A escola possui um quadro de 31 funcionários, sendo uma diretora, uma
coordenadora, uma secretária, um auxiliar de secretaria, um bibliotecário, um
56
zelador, um porteiro, três vigias, sete serventes, doze professores, três monitores
do projeto Mais Educação.
QUADRO DE FUNCIONÁRIOS
01 Diretora Pedagoga
01 Coordenadora Ensino Superior Incompleto
01 Secretária Ensino médio completo
01 Auxiliar de Secretaria Ensino médio completo
01 Bibliotecário Ensino Médio Completo
01 Zelador Ensino Médio Incompleto
03 Serventes Ensino Médio completo
02 Serventes Ensino Superior Incompleto
02 Serventes Ensino Fundamental Incompleto
02 Vigias Ensino Médio Completo
01 Vigia Ensino Fundamental Incompleto
01 Porteiro Ensino Médio incompleto
03 Monitores Mais Educação Ensino médio Completo
06 Professores Ensino Superior Completo
06 Professores Ensino Superior Incompleto
Independente do nível de formação de cada funcionário, a equipe escolar
trabalha com a finalidade de conquistar o avanço dos seres humanos para alcançar
suas metas, visando assim à melhoria da qualidade de ensino para um dos sujeitos
fundamentais na escola: o aluno.
3.3- PERFIL DO CORPO DOCENTE
Os professores atuantes da escola são pessoas empenhadas em desenvolver
um bom trabalho para que as crianças se tornem pessoas que saibam lidar com as
regras, dificuldades e oportunidades que se geram na sociedade.
Temos na escola 12 professores, 06 com Ensino Superior Completo e 06
cursando graduação. O planejamento escolar é feito no início do ano letivo, e
avaliado a cada mês, para fazer adequações para um bom desenvolvimento do
ensino aprendizagem. A SEMED (Secretaria Municipal de Educação e Desporto),
57
oferece regularmente formação continuada para todos os professores, desde os
docentes do Pré I ao fundamental maior, existe o Pacto, Libras, formação para o 4º e
5º ano, e também cursos para os professores do Ensino Fundamental maior.
3.4- PERFIL DO CORPO DISCENTE
São alunos frequentes na escola 485, todos os alunos são da zona rural, a
maioria dos alunos chegam a escola de ônibus escolar fornecido pela Prefeitura do
município, a escola recebe alunos de várias localidades como: Manoel Geraldo, São
Marcos, Mariquita São Paulo, Santa Rosa, Guariba, Travessa Santana, Bragantina,
e da Vila Nova Olinda, onde está localizada a escola.
Os alunos que moram mais próximos vem de bicicleta ou de moto.
De acordo com os dados da secretária Jaqueline Santos Souza, a maioria dos
alunos fazem parte de programas governamentais como o Bolsa Família e outros.Os
pais dos alunos são agricultores, e a maioria das mães são donas do lar, trabalham
em casa, na época da pimenta-do-reino, os alunos também ajudam os pais.
Os alunos que frequentam a escola são diversos, temos 12 alunos especiais,
que este ano com a implantação da sala de acessibilidade, a escola se adaptou para
facilitar o acesso e o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, com isso, suas
habilidades estão sendo mais exploradas.
58
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS
No quarto capítulo trata sobre os rumos da pesquisa, as coletas optando por
uma metodologia que permitiu analisar o referencial teórico e os dados coletados em
campo.
4.1- PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2014 á fevereiro de 2015,
na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Manoel Pedro
Ferreira, localizada na Vila Nova Olinda, a referida pesquisa surgiu através dos
questionamentos referentes ao desenvolvimento da criança, assim como a
importância que o mesmo exerce na formação do ser humano, e como essa
formação vem sendo trabalhada na Educação Infantil. Dessa forma aconteceu a
criação do projeto de pesquisa voltado para essa problemática.
A pesquisa aqui enfocada terá como entrevistados 01(uma) diretora:
Rosangela Maria Brito Batista; 01(uma) coordenadora pedagógica: Maria de Fátima
de Sousa Menezes;01(uma) professora: Tania Amaral do Nascimento; 01(um) pai:
Francinaldo Santos de Sousa, entrevistados estes que trabalham na escola
pesquisada, na qual há um objetivo de obter maiores informações que venham a
subsidiar na construção desta pesquisa.
De acordo com a pesquisa e devido às observações foi elaborado um
questionário, percebemos que os professores, coordenadores e diretores procuram
trabalhar de forma educativa e ao mesmo tempo agradável, utilizando diversos
meios da ludicidade para a Educação Infantil.
No decorrer da pesquisa aplicou-se um questionário contendo 05 (cinco)
perguntas, onde os envolvidos foram:
Equipe diretiva (diretora):
Pergunta 1: Qual é a sua formação? A mesma respondeu: "Especialização
em gestão escolar." (diretora).
Pergunta 2: Qual é a sua concepção de criança? A mesma relatou que:
"A criança é um ser verdadeiro e puro, traz consigo a sua imaginação, onde se pode desenvolver com mais criatividade, a criança também é moldada por nossa sociedade e é a partir daí que ela se torna um
59
cidadão ou uma cidadã com capacidade de agir e de interagir em meio às situações vividas."
O conceito de criança para a diretora se iguala ao das teorias sócio
interacionistas de Wallon 2001, Piaget e Vygotsky relatados no segundo capítulo,
pois concebem a criança como um ser que é social, capaz de pensar, agir, absorver
conhecimentos, mas que para se desenvolver, precisa ser estimulada pelo meio
social em que está inserida.
As instituições de Educação Infantil necessitam trabalhar com as crianças de
formas diversas de aprendizados para que elas se sintam valorizadas, estimuladas e
se desenvolvam cada vez mais no processo de ensino-aprendizagem.
(...) o desenvolvimento infantil é um processo dinâmico, pois as crianças não são passivas, meras receptoras das informações que estão a sua volta. Através do contato com o seu próprio espaço, com as coisas do seu ambiente, bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças vão desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade e a auto-estima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem. (CRAIDY e KAERCHER, 2001, p.27)
As autoras frisam as capacidades que as crianças possuem, pois a mesma é
dinâmica e social.
Pergunta 3: Qual a importância do Lúdico da Educação Infantil no
desenvolvimento da criança?
"O lúdico desperta na criança a vontade de brincar, interagir e adquirir melhores conhecimentos, a criança tem a oportunidade também de criar, imaginar, e um simples ato de brincar se torna um grande momento não só de alegria, mas também de aprendizado."
Em seguida teremos a opinião da coordenadora, a coordenação pedagógica é
um segmento que busca constantemente sua afirmação dentro das propostas
educacionais, pois as suas atribuições são muitas já que a escola é um espaço de
conflitos diversos, problemáticas que necessitam da colaboração da coordenação
para a busca das possíveis soluções. Como diz Libâneo: "O papel do coordenador
pedagógico é de monitoração sistemática da prática pedagógica dos professores,
sobretudo mediante procedimentos de reflexão e investigação" (2001, p.183).
Sendo assim, a presente análise tem como objetivo ressaltar a opinião da
coordenadora pedagógica da Educação Infantil da Escola Municipal de Ensino
Infantil e Fundamental Manoel Pedro Ferreira do município de Tomé-açu.
60
Coordenadora:
Pergunta 1: Qual a sua formação? A mesma respondeu que: "Estou
concluindo o curso de Pedagogia." (coordenadora pedagógica).
Observa-se que a coordenação está qualificando-se em conclusão no curso de
pedagogia, isso mostra um progresso na Educação Infantil na seguinte escola, já
que nesta área de trabalho é necessária uma formação específica, que requer
formação profissional. Entendendo a especificidade desta área, Libâneo (2001) diz
que „recomenda-se que seus ocupantes sejam formados em cursos de Pedagogia
ou adquiram formação pedagógica-didática específica‟ (p.103).
Baseando-se na responsabilidade e no compromisso que a coordenação
pedagógica exerce no desenvolvimento infantil.
Pergunta 2: O que você entende por ludicidade?
"Acredito que as atividades lúdicas são aquelas que proporcionam a criança divertimento, com a utilização delas a criança tem a oportunidade de experimentar jogos, brincadeiras, aprender a lidar com regras, criar momentos descontraídos para o aprendizado e também de diversão. Atividades lúdicas são aquelas que promovem a motivação e provocam prazer, ou seja, atividades que permitem o desenvolvimento global da criança."
Percebe-se que a coordenadora é muito esforçada, e entende sobre a
importância do lúdico para o processo de desenvolvimento da criança, isso faz com
que a escola tenha uma evolução quanto á esse assunto.
Pergunta 3: Como a coordenação pedagógica contribui com os
professores de Educação Infantil? "Através de minicursos, oficinas, leituras
reflexivas e materiais alternativos, sempre que há necessidade." (coordenadora
pedagógica)
É interessante destacar que durante o processo de observação na escola a
coordenadora estava sempre presente e disponível para qualquer eventualidade que
surgisse em relação ao âmbito escolar.
Diante de tais colocações Libâneo afirma que é papel do coordenador
pedagógico:
(...) Prestar assistência, pedagógico-didática aos professores, acompanhar e supervisionar suas atividades (...). Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com os professores visando a promover inter-relação de projetos (...). Propor e coordenar atividades de formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores. (LIBÂNEO, 2001, p.184)
61
Pode–se dizer que a formação continuada é um prolongamento da formação
inicial, é uma formação contínua, que tem por objetivo aperfeiçoar profissionalmente,
tanto no campo teórico como prático, a formação contínua é de suma importância
para o educador e todos que trabalham no campo educacional, abrangendo assim
novos horizontes, tornando a profissão de educador mais complexa e dinâmica.
Em seguida faremos a entrevista com a professora, sabendo que o professor é
um dos principais sujeitos do processo educacional, por isso sua visão é de suma
importância. Assim apresentar-se-á neste item a análise de uma professora da
Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Manoel Pedro Ferreira, no
sentido de buscar questões que contribuam na execução desta pesquisa que é
fundamental para o seu desenvolvimento educacional e social enquanto sujeito de
deveres e direitos.
As avaliações de desempenho que focalizam as atividades de sala de aula permitem que os professores aprendam sobre tais processos ( que as crianças analisem, sintetizem, avaliem e interpretem os fatos e ideias) pela documentação como as crianças interagem com o material e com os colegas nas situações autênticas da vida real. (DEVRIES, 2004, p.73)
Isso significa que na Educação Infantil, avaliar as ações da criança pode ser o
caminho mais promissor para o seu desenvolvimento, para que as crianças se
incluam no sistema educacional com sucesso.
2ª equipe: docente.
Pergunta 1:Qual a sua formação? "Pedagogia" (professora)
A partir dessa resposta pode-se afirmar que a professora já possui um nível
específico para atuar com as crianças, percebe-se também o grande avanço sobre
esta etapa, principalmente quando se fala sobre as diversas concepções de criança,
educação e a formação de um novo profissional para responder às demandas
atuais. Fica evidente que as funções do professor vêm passando por inúmeras
reformulações para a melhoria da qualidade de ensino.
Pergunta 2: A presença das atividades lúdicas no seu planejamento é
uma exigência da escola?
"A presença destas atividades é uma exigência, mas acredito que a exigência é mais minha, em prol do que acredito na Educação Infantil, brincar é associar atividades lúdicas no cotidiano, faz parte do contexto infantil."
62
Percebe-se que a professora já está habituada com o progresso do lúdico e
entende que é importante para a criança, e que há necessidade da presença
constante do lúdico na rotina da escola.
Pergunta 3: Quais são as atividades lúdicas que você normalmente
utiliza? "Jogos de regras, brincadeiras tradicionais como roda, brincadeiras
cantadas, trabalho com imagens e brincadeiras livres."
É importante que exista diversidades das atividades utilizadas pelas
professoras em sala de aula, também se torna fundamental que os momentos de
atividades lúdicas não apareçam na rotina da escola somente na hora do recreio e
sim durante todo o convívio da criança, diante da resposta do professor e pelo o que
foi observado, são diversas os tipos de atividades lúdicas propostas por elas do dia
a dia da turma.
3 ª equipe: comunidade
Pergunta 1:Como você participa da educação do seu filho? "Eu sempre
participa da reunião dos pais, periodicamente converso com os professores, oriento
minha filha em casa no que está ao meu alcance."
Baseado nesta resposta pude observar que este pai é um pai presente na vida
escolar de sua filha, pois um acompanhamento dos pais é motivo de prosperidade
na vida da criança, lhe trazendo mais segurança em relação as determinadas
situações que ela possa viver.
Pergunta 2: As brincadeiras que se realizam na escola, auxiliam sua filha,
em quê? "Acho que ajudam muito, pois minha filha era muito vergonhosa quando
começou a estudar, e com alguns dias ela já conversa mais, fala o que ela faz na
sala de aula, e do que ela brinca."
Analisa através da resposta do pai, que o lúdico faz com a criança deixa de ser
inibida, e auxilia muito no desenvolvimento da mesma.
Pergunta 3: Como você analisa o professor da sua filha? "Acho que é uma
boa professora, muito atenciosa, esforçada, e carinhosa com os alunos, minha filha
gosta muito dela, minha esposa e eu, admiramos o trabalho que ela executa nesta
escola."
Em síntese, percebe-se que apesar das dificuldades no contexto educacional
em relação á importância que o lúdico da educação infantil exerce no
63
desenvolvimento da criança, tanto a diretora, a coordenadora, a professora e o pai
estão satisfeitos com a transformação que acontece na Educação a cada dia.
64
CONSIDERAÇÕES
Neste trabalho, percebeu-se que as brincadeiras são muito importantes para o
desenvolvimento das crianças tanto na educação infantil como nas series iniciais. A
criança que brinca é mais feliz e além disso, tem a possibilidade de lidar com seus
medos, conflitos e angústias, e todo o seu comportamento pessoal, adquirindo assim
conhecimentos sobre a realidade.
O trabalho com a Educação Infantil é um assunto muito delicado por se tratar
do início da vida escolar e consequentemente o início da formação de crianças,
nesta etapa se busca muito mais do apenas a aplicação do conteúdo, já que as
crianças precisam se preparar para inúmeras situações da vida e a escola é um dos
ambientes que deve proporcionar a entrada desses pequenos seres na jornada da
vida.
Embora seja recente a valorização dos jogos no contexto educacional,
surgiram diversas investigações quanto ao seu significado durante o transcorrer da
infância. A brincadeira é uma ação natural da vida infantil, no momento em que
brinca, a criança trabalha com diversos aspectos como físico, motor, emocional ,
social e cognitivo, se construindo um importante elemento no processo de
desenvolvimento e aprendizagem.
Portanto podemos ressaltar que o lúdico como uma dimensão significativa a
ser explorada pelos grandes profissionais que atuam na Educação Infantil. É
importante destacar que a aprendizagem proporcionada pelo lúdico não acontece
somente nos momentos em que este está aliado a atividades educacionais, no
momento em que as crianças brincam de forma livre e natural, sem a influência ou
direcionamento do profissional de educação ou de um adulto também existem
inúmeras aprendizagens que são proporcionadas através das brincadeira.
Em todos os contextos, o lúdico está presente o tempo todo. Seja para fazer a
higiene da criança ou as atividades em sala e até mesmo o nosso espaço foi todo
elaborado para promover desde a autonomia até a movimentação , o mexer, o tocar,
fazendo com que a criança tenha acesso a diferentes objetos, mas com um certo
limite, pensando na segurança da criança em primeiro lugar.
Como vivemos em uma sociedade tudo que a criança vive torna-se conteúdo
de suas brincadeiras: sua família, a escola, os meios de comunicação... Um dos
meios de comunicação que mais influencia as brincadeiras das crianças é a
televisão. Esta fornece vários conteúdos para as crianças, podendo-se criar em cima
65
deles. Toda a nossa cultura influencia as atividades lúdicas das crianças; pois elas
podem desempenhar papéis sociais, imitando algum „ modelo‟ que pertence ao seu
dia a dia.
O brincar é uma necessidade do ser humano, mas no âmbito da Educação
Infantil tem um papel de maior importância, o ato de brincar estimula o uso da
memória, facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural. O
lúdico é tudo que envolve o brincar, não só com materiais concretos, mas a criação
deles. Tudo que as crianças fazem que desenvolva o corpo, a mente,...tudo faz
parte do lúdico, assim, o brincar em todos os sentidos.
Muitos professores utilizam algumas brincadeiras para transmitir algum
conteúdo, porém estas se tornam direcionadas, é importante também que a criança
crie suas brincadeiras, façam suas escolhas, instigando a sua criatividade.
Constatou-se ao longo desta pesquisa que a formação do educador infantil é de
suma importância para o processo educativo, pois se sabe que a sua atuação direta
ou indireta na sala de aula influencia fortemente o processo pelo qual a criança
passa para ter um bom aprendizado.
Os brinquedos trazem consigo valores e modos de pensar de nossa
sociedade. A mesma estimula a diferença de sexos através dos brinquedos,
diferenciando os brinquedos para os meninos e para as meninas, porém as crianças
não se importam com tal diferença. Meninos e meninas podem brincar com carro ou
boneca, ou seja, com qualquer brinquedo. Até mesmo, um objeto como, por
exemplo, uma tampinha de garrafa, ou até mesmo a garrafa pet e outros materiais
recicláveis podem se transformar em brinquedos atrativos para as crianças.
Podemos dizer que por meio das atividades lúdicas vivenciamos diversão,
prazer e principalmente aprendizado. A utilização de atividades lúdicas permite a
valorização da cultura e identidade dos que dela participam, consequentemente
estas situações estimulam momentos de criatividades individuais e coletivos. É o
brincar de forma livre que proporciona a motivação interna e externa á ação da
criança.
As crianças se interessam muito por jogos e brincadeiras, sabendo que o
aprendizado está ligado a motivação de cada um, podemos perceber que , através
destas atividades lúdicas, as crianças se concentram, se desenvolvem melhor e
aprendem muito mais. A importância do jogo no universo da criança, seja na
Educação Infantil ou nos anos inicias do ensino fundamental, tem sido evidenciada
66
por vários estudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento como um aspecto
indiscutível, no sentido de que as crianças brincam grande parte do seu tempo e
também porque o jogo constitui um dos recursos mais eficaz para a criança ter um
processo mais significativo.
O jogo é reconhecido como meio de fornecer á criança um ambiente agradável,
motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias
habilidades, determinadas aptidões estão muita das vezes escondidas e devem ser
aprimoradas pelos pais e familiares, educadores, amigos, e todas as pessoas que
estão em volta da criança.
De acordo com alguns teóricos citados na pesquisa a criança se desenvolve
através de fases do seu desenvolvimento, passando por etapas diferentes uma das
outras. Estudiosos como Froebel (1912), Vygotsky (1994) e Piaget ( 1968) já traziam
em suas pesquisas a importância das atividades lúdicas, sejam elas, jogos de
montar, brincadeiras de faz de conta, jogos simbólicos, jogos de regras ou
brincadeiras livres para a infância. Cada um deles propicia aprendizados que
colaboram no desenvolvimento cognitivo e social da criança.
O intuito desta pesquisa ao demonstrar um universo onde o lúdico se faz
presente nas ações dos educadores e educandos, não é que os professores devem
abandonar o livro didático ou as aulas expositivas. Este também não é um objetivo
dos estudiosos quando se propõem a aplicação da ludicidade no contexto de
educação. A intenção é apontar a ludicidade como uma alternativa para a
metodologia utilizada na Educação Infantil, não como um recurso único, mas como
uma estratégia que não impossibilita utilização simultânea de outros recursos e
estratégias metodológicas.
O lúdico não é única alternativa para a melhoria no intercâmbio ensino-
aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte
dos educadores interessados em promover mudanças. Sendo assim, a escola,
principalmente a Educação Infantil, deveria considerar o lúdico como parceiro e
utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem das
crianças.
O que se espera é que os profissionais compreendam a suma importância
desta estratégia, e que percebam como ela pode se tornar uma grande aliada no
seu trabalho e que a partir disso possam utilizá-la no seu dia a dia, podendo assim
67
obter juntamente com seus alunos os resultados positivos provenientes da utilização
destes recursos.
68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BARBOSA, Maria Carmem Silveira & HORN, Maria da Graça Souza. Organização
do espaço e do tempo na escola infantil. In: Carmem M. Craidy; Gládis
.E.Kaercher (org.) Educação infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001;
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil: Brincar.Brasília:
MEC/SEF, 1998;
BROUGÉRE, Guilles. Brinquedos e cultura. São Paulo: Cortez, 1997;
BUJES, Maria Isabel Edeweiss.Escola infantil: Pra que te quero? IN: CRAIDY,
Carmem Maria e HAERCHER, Gládis Elise P.da Silva ( orgs). Educação Infantil:
Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001;
DEVRIES, Retha.Etall.O currículo construtivista na educação infantil: práticas e
atividades.Porto Alegre: Artmed, 2004;
DIAS, Karina Sperte.Formação estética: Em busca do olhar sensível.In: KRAMER,
Sônia (org.).Infância e Educação Infantil.Campinas.São Paulo, 1999;
FANTIN, Mônica.Jogos e brinquedos e brincadeiras cultura lúdica na educação
infantil.In: Síntese da qualificação da educação infantil. Florianópolis: Prefeitura
Municipal de Florianópolis.Secretaria Municipal de Educação: 2000;
FELIPE, Jane. O Desenvolvimento Infantil na Perspectiva Sociointeracionista.Piaget,
Vigotsky, Wallon.In; CRAIDY, Carmem Maria e KAERCHER, Elisa GládisP.Silva
(orgs.) Educação infantil: Pra que te quero? .Porto Alegre: Artmed, 2001;
FERNANDES, Maria e Abreu, Sebastião. Os segredos da alfabetização. São
Paulo: Ediano, 2001;
FORMOSINHO, Julia Oliveira. O desenvolvimento profissional das educadoras de
infância: entre saberes e os afetos, entre a sala e o mundo.In: MACHADO. Maria
Lúcia de A. (org.). Encontros e desencontros em Educação Infantil.
SãoPaulo.Cortez, 2002;
69
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender- o resgate do jogo infantil.
São Paulo: Moderna, 1996;
GARCIA, Regina Leite. Formação de professoras alfabetizadoras- reflexões sobre
uma prática coletiva. In: A formação da professora alfabetizadora: reflexões
sobre a prática. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2003;
GOMES, C.L.(org). Dicionário Crítico Lazer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004;
HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização
dos espaços na educação infantil.Porto: Artmed, 2004;
KISHIMOTO, Tizuco(org). O brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage learning,
2009;
_________ O brincar e suas teorias.São Paulo: Cengage learning.2008
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola.Teoria e
Prática.Goiânia:Alternativa, 2001;
MEDEIROS, Wanderleia Azevedo. Miriti brincando, miritizando: ludicidade,
educação e inclusão. São Paulo, 2006.Tese (Doutorado em Educação). Faculdade
de Educação, Universidade de São Paulo;
MIRANDA, Simão de.Do fascínio do jogo a Alegria de Aprender nas Séries
Iniciais.1ª ed.São Paulo: Papuris, 2001.
NACHMANOVITCH, Stephen. Ser criativo: O poder da improvisação na vida e na
arte.São Paulo, Summus,1993;
OLIVEIRA, Zilma de Moraes...(et all) Creches: Crianças faz de conta e
cia.Petrópolis: Vozes, 2001;
OLIVEIRA, Zilma Ramos.Educação Infantil: fundamentos e métodos.São Paulo:
Cortez, 2002.
PEREZ, Carmem Lúcia Vidal e SAMPAIO, Carmem Sanches. A pré-escola em
Angra dos Reis-tecendo um projeto de Educação infantil.In.GARCIA, Regina
Leite(org). A formação da professora alfabetizadora: reflexões sobre a
prática.4ª ed.São Paulo: Cortez, 2003;
70
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro, Zahar,
1976;
REGO, Tereza Cristina.Vigotsky. Uma perspectiva histórico-cultural da
educação. Petrópolis: Vozes, 2001;
ROCHA, Maria S.P.de M.L. da.Não brinco mais: a ( des ) construção do brincar
no cotidiano educacional. Ijuí;Unijuí, 2000;
VIGOTSKY, L.S. A formação Social da mente - O desenvolvimento dos Processos
Psicológicos Superiores, São Paulo. Ed.Comp.das Letras, 1984;
VIGOTSKY, L.S. Aprendizagem, desenvolvimento e linguagem. 2.ed.São Paulo:
Ícone, 1998;
WALLON, Hensi. Origem do caráter na criança. SãoPaulo.Ed.Ática, 1986;
WALLON, Hensi. Psicologia e educação da criança.Lisboa: Veja/ Universidade,
1979;