Post on 14-Jun-2015
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Terapia Ocupacional na indústriaIsabel Cristina Teixeira Frantz
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo conhecer as causas das Lesões por
Esforços Repetitivos, desenvolver uma hortense para esta patologia e
apresentar um programa de qualidade de vida que visa uma revisão no posto
de trabalho, na cadeira e na postura correta dos funcionários de uma
empresa do ramo eletroeletrônico de Porto Alegre.
UNITERMOS: Terapia Ocupacional, posto de trabalho, programa de
qualidade de vida.
INTRODUÇÃO
A partir da minha experiência como secretária em diversas empresas,
vivenciada por 18 anos, é que consigo estabelecer a importância da Terapia
Ocupacional num ambiente de trabalho.
Ficar cerca de 65% do tempo de nossas vidas fora de casa, no
ambiente de trabalho, requer que tenhamos boas condições de vida:
educação, treinamento, motivação e energia para desempenharmos nossas
funções.
Atualmente as empresas falam de produtividade e desenvolvimento
empresarial sem se preocuparem com as questões de saúde, no que diz
respeito à prevenção, dos seus trabalhadores.
A Terapia Ocupacional, através da ergonomia, uma ciência
multidisciplinar, baseada em teorias na antropologia, filosofia, psicologia,
engenharia e medicina, objetiva, principalmente, adaptar as condições de
trabalho às características físicas e psicológicas do homem.
PROJETO DE POSTO DE TRABALHO
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Em primeiro lugar realizamos observação do ambiente, postura e
principalmente o posto de trabalho. A seguir desenvolvemos um projeto de
posto de trabalho, cadeira adequada e postura correta, incluindo um
Programa de Qualidade de Vida.
3.1. Nome: Posto de trabalho para indústria.
3.2. Finalidade: Visa promover adaptações para o ambiente de
trabalho dos funcionários.
3.3. Indicação: Para todos os funcionários.
3.4. Material: Posto de trabalho e cadeira com encosto.
3.5. Fases de execução:
Primeira fase: observar o ambiente de trabalho.
Segunda fase: coletar dados a respeito das principais queixas dos
funcionários juntamente com as chefias;
Terceira fase: medidas do posto de trabalho e acessórios;
Quarta fase: desenho do posto de trabalho atual, da cadeira
adequada, da proposta de um novo posto de trabalho e da postura correta.
3.6. Durabilidade: A partir da instalação do novo posto de trabalho,
realizar avaliações periódicas.
3.7. Descrição do uso:
Posto de trabalho: Mesa com altura adequada para o movimento das
pernas sob o seu tampo, espaço para outros instrumentos de trabalho,
adequação da postura.
Cadeira adequada: Pelo fato de os funcionários permanecerem cerca
de oito horas diárias na empresa, há necessidade de cadeira adequada. Ficar
sentado demanda um trabalho muscular estático, capaz de acarretar fadiga.
Com o objetivo de proporcionar conforto a cadeira deve ter:
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a) O assento e o encosto devem ser estufados e revestidos de
material que absorva e permita a perspiração;
b) altura do assento regulável;
c) encosto, fixo ou regulável, proporcionando suporte à região
lombar, facilitando a manutenção das curvaturas fisiológicas da coluna
vertebral;
d) o assento deve comprimento adequado e seu bordo anterior
arredondado, de forma a não exercer pressão na parte ínfero-posterior da
coxa, o que pode prejudicar a circulação das pernas;
e) teve ter pelo menos cinco pés para ter estabilidade assegurada,
dotados de rodízios quando for necessário ter facilidade de movimentação.
Postura: Não adianta um posto de trabalho e uma cadeira adequados
sem o uso correto, tendo em vista o número de horas que os trabalhadores
passam sentados executando suas tarefas. Na figura propomos a postura
ideal para estes trabalhadores.
PROJETO ERGONÔMICO
VISITA À EMPRESA
Observamos mais atentamente a área que realiza um trabalho com
mais detalhes e portanto com mais movimentos. Da análise, percebemos as
principais inadequações ergonômicas dos funcionários executando suas
atividades em seus postos de trabalho (Fig. 2), no que diz respeito ao
mobiliário, são os seguintes:
1. Espaço restrito e inadequado para acomodação dos membros
inferiores (pernas e pés) sob o plano de trabalho;
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2. Altura do plano de trabalho (apoio de componentes) incompatível
com as características antropométricas e biomecânicas dos operários;
3. Cadeiras (em madeira) sem apoio para os pés ou com aros servindo
de apoio em posição incômoda.
4. Altura do plano de trabalho obriga os funcionários a ficarem com a
coluna em flexão, braços suspensos e punhos flexionados;
Estas inadequações do imobiliário obrigam aos funcionários a
assumirem posturas erradas e movimentos biomecânicos incorretos que,
aliados aos movimentos repetitivos, ao tempo de trabalho na atividade, ao
ritmo de trabalho, contribuem para o desenvolvimento de a LER e cometer
erros operacionais.
Para tanto, apresentamos sugestão para mudança do posto de
trabalho e implementação de um programa de qualidade de vida.
PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA
Este programa visa implantar a prevenção de doenças nos postos de
trabalho.
Ginástica laboral
Sugerimos um programa de ginástica laboral preparatória para todos
os funcionários com duração de dez minutos, de preferência no início da
manhã. Funcionários com patologias como lombalgia e outras, poderão ser
tratados à parte, com atividades específicas.
O objetivo da ginástica laboral (aeróbica) é o de proporcionar maior
resistência, prevenir doenças e corrigir más posturas, além de aumentar o
nível de entusiasmo e atenção no trabalho, dando mais disposição. Visa
também diminuir as queixas de dores musculares e previne fadiga.
Comitê de ergonomia
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Formação de um comitê de ergonomia formado por profissionais da
área da saúde, incluindo médico do trabalho, terapia ocupacional, professor
de educação física e técnico em segurança do trabalho. Estes profissionais
deverão avaliar os postos de trabalho e propor melhorias para visando a
redução dos sintomas de Lesões por Esforços Repetitivos e má postura.
Revesamento de Atividades
Realizar alternativas no revesamento de atividades, fazendo um
estudo dos grupos musculares para que não sobrecarregue a mesma parte
do corpo durante muito tempo.
Programa de avaliação
Instituir um programa de avaliação médica, individual e periódica para
corrigir as atividades ministradas, visando outras patologias como por
exemplo a obesidade, alcoolismo e estresse.
IMPLANTAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO
1ªFase: Avaliação dos postos de trabalho. Vê-se aptidão física dos
funcionários, aspectos biomecânicos e ergonômicos, adequação física à
função, posto de trabalho, bem como o perfil do funcionário e do grupo; e
Diagnóstico.
2ª Fase: Planejamento do programa; Estruturação do programa
3ªFase: Programa de Conscientização: visa envolver diretorias,
gerências, chefias, supervisores e colaboradores (cargos de gestão), a rever
más posturas durante a jornada de trabalho e prevenção. Apresentar os
benefícios da atividade tanto física como expressiva, dentro e fora da
empresa e a melhoria das condições de trabalho através de recursos como
palestras, vídeos, folhetos, vivências e outros informativos.
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4ªFase: Implantação de um projeto piloto para assegurar um nível de
qualidade do programa, efetuando ajustes e ampliando para outros setores
de acordo com a necessidade de cada um.
5ªFase: Avaliação dos resultados tanto no projeto piloto quanto no
projeto definitivo, utilizando mecanismos como índices de avaliação nas
áreas de qualidade, produtividade e qualidade de vida.
CONCLUSÃO
Com o avanço da tecnologia, concorrência, estresse, cobrança da
produtividade, falta de motivação e problemas financeiros, as conseqüências
podem ser um patrimônio humano lesado na sua qualidade pessoal. Em
função destes acontecimentos podemos adquirir posturas erradas, fadigas e
queixas de sobrecarga de trabalho e outros.
Dentro destes hábitos e posturas, encontramos a LER como uma das
patologias que mais vem preocupando profissionais da saúde na área do
trabalho.
Cabe ao terapeuta ocupacional, dentro desta abordagem, desenvolver
recursos e informações que possam tanto beneficiar a empresa como o
funcionário no que diz respeito à qualidade de vida e saúde.
A qualidade pessoal será tão mais desenvolvida quanto mais perfeita
for a adequação do ambiente e a qualidade da formação do ser humano.
Um programa de terapia ocupacional, na área empresarial, visa à
promoção da saúde, incentivando a manutenção de hábitos e estilo de vida
mais saudáveis, estimulando as pessoas e oferecendo-lhes recursos
necessários ao auto-desenvolvimento da qualidade pessoal e a elevação da
auto-estima.
A forma de trabalho no mundo moderno faz com que o trabalhador
tenha uma alimentação desequilibrada, vida sedentária, pouco lazer e tensão
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constante, trazendo a irritabilidade, falta de auto-estima, ansiedade,
depressão e distúrbios físicos, como a úlcera, enfarte e lesões musculares.
Muitas vezes isto traduz em queda livre da produtividade.
Acredito, portanto, que a Terapia Ocupacional é uma área da saúde
perfeitamente habilitada para conquistar esse segmento dentro do ramo
empresarial por ter condições de adaptar, adequar, orientar e criar novas
condições que vise uma relação direta de custo-benefício tanto para os
indivíduos como para a empresa.
BIBLIOGRAFIA
1. TROMBLY, Catherine Anne. Terapia ocupacional para disfunção
física. São Paulo: Santos, 2 ed., 1989.
2. CASTRO, Sebastião. Anatomia fundamental. São Paulo: McGraw-
Hill do Brasil, 1974.
3. FUNDACENTRO. Curso para engenheiros de segurança do
trabalho. Vol. 3. São Paulo, 1981.
4. CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA.
Ano XVI nr. 191, 1995
5. REVISTA PROTEÇÃO, Ano VII. Nr. 44, Agosto/95.
6. REVISTA PROTEÇÃO, Ano VII. Nr. 46, Outubro/95.
7. LECH, Osvandre, HOEFEL, Maria da Graça. Protocolo de
investigações das Lesões por Esforços Repetitivos (Lesões por Esforços
Repetitivos). Cortesia Rhodia Farma Ltda. São Paulo.
ABSTRACT
This paper handle to know the causes of Overuse, development a
ortese for this patology and presents a quality of life program that vise a
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revision in work table, chair and corret posture of employers of a company of
eletroeletronics business of Porto Alegre city.
UNITERMS: Work table, quality of life program, Occupational
Therapy