Triste Fim de Policarpo Quaresma - 3ª D - 2011

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E.E Prof.ª Irene Dias Ribeiro

O Triste Fim de Policarpo Quaresma

Autor: Lima Barreto

Fernanda Cristina de Oliveira GallanteJosé Guilherme Bernardes PintoLeandro Fernandes da SilvaMarcelo Henrique Barbosa BaptistaVinicius Felipe da Silva Melo

3ªD - 2011

BiografiaAfonso Henrique de Lima Barreto: foi funcionário público, jornalista e boêmio. Era alcoólatra e foi internado em hospícios. Se tornou engenheiro civil.

Teve um cargo no Ministério da Guerra

Não gostava de outros escritores

Teve o apoio de Monteiro Lobato

Morreu de doenças hepáticas (1881-1922)

Usava uma linguagem quase coloquial, sendo critica de “desleixado”

Resumo

A primeira parte da obra se desenrola na cidade do Rio de Janeiro, logo após a proclamação da república brasileira. Buscando saídas políticas, econômicas e culturais para o Brasil, Policarpo passa grande parte de seu tempo enfiado nos livros, pelo que é criticado por parte da vizinhança que não consegue aceitar que alguém sem titulação acadêmica possa possuir livros - uma crítica ao academicismo muito presente na obra de Lima Barreto - e que o critica ainda mais quando ele decide aprender a tocar um instrumento mal visto pela burguesa sociedade carioca da época, o violão, por considerá-lo um representante do espírito popular do país. E é no aprendizado do instrumento que conhece aquele que será seu grande amigo no correr do romance, o seresteiro Ricardo Coração dos Outros, contratado para lhe ensinar. Porém, cedo, Policarpo se desencanta pelo violão - e pelo folclore - e parte em busca das tradições genuinamente nacionais: as indígenas. Tal aprendizado leva a alguns momentos cômicos - como quando Policarpo recebe a afilhada e o compadre aos prantos - e à tragédia da loucura: após ter sugerido à assembleia legislativa republicana a adoção do tupi como língua oficial - e ser motivo de chacota de toda a imprensa e dos colegas de repartição -, Policarpo redige, distraído, um documento oficial naquela língua e termina, após uma elipse temporal, internado num manicômio.

Na segunda parte, são analisados os problemas enfrentados pela porção rural do país. São e aposentado, Policarpo vende sua casa e compra, por sugestão da afilhada Olga, um sítio na fictícia cidade de Curuzu, denominado Sossego e onde ele passa a tentar provar a decantada fertilidade do solo brasileiro. Com a ajuda do empregado Anastácio, Policarpo luta contra saúvas, ervas daninhas e outras pragas na tentativa de incentivar a iniciativa agrícola em outras pessoas e ajudar no crescimento econômico do Brasil. A fertilidade do solo, no entanto, não se comprova na prática, e sua plantação gerou pouquíssimos lucros. Para piorar, Policarpo viu-se envolvido, involuntariamente, na luta política da cidade, sendo atacado com multas e difamações por gregos e troianos, tudo por causa de sua suspeita (para os locais) neutralidade. Ao saber sobre a Revolta da Armada, nosso protagonista "pede energia" em telegrama ao Presidente Floriano Peixoto e segue para o Rio de Janeiro para dar apoio ao regime e sugerir reformas que mudassem a situação agrária.

Última e mais tensa parte do livro, narra as andanças de Policarpo pela Capital Federal durante a revolta da Armada e mostra sua desilusão final. Há aqui uma crítica feroz aos positivistas que apoiavam a Primeira República. Chegando ao Rio, Policarpo é bem recebido por Floriano Peixoto, que, no entanto, dá pouca atenção às suas propostas de reforma. Decidido a lutar pela República, Policarpo é então incorporado a um batalhão, o "Cruzeiro do Sul", com o posto de major, embora não tivesse qualquer experiência militar prévia. Encarregado de um pelotão de artilharia improvisado com voluntariados à força - como seu amigo Ricardo Coração dos Outros -, Policarpo deveria rechaçar investidas dos marinheiros às praias cariocas. A revolta criava ao mesmo tempo tensão - devido a prisões e violências arbitrárias - e oportunidades de ascensão social e empregatícia a cupinchas e puxa-sacos. Policarpo, enquanto isto, percebe que suas propostas não eram levadas a sério - é chamado, de forma um tanto irônica, de visionário pelo indolente Marechal de Ferro Floriano Peixoto - e desilude ainda mais quando, tendo entrado em combate, acaba por matar um dos revoltosos.

Finda a revolta e encarregado de cuidar de um grupo de prisioneiros, Policarpo chega à conclusão de que a pátria, à qual ele sacrificara sua vida de estudos, era uma ilusão.

Seu destino é selado quando, após presenciar a escolha arbitrária de prisioneiros a serem executados, ele escreve uma carta a Floriano Peixoto denunciando a situação: o maior patriota de todo o livro é injustamente preso, acusado de traição.

Ricardo Coração dos Outros, inteirado da situação, procura todos os antigos amigos e conhecidos de Policarpo para ajudá-lo, mas todos se recusam por medo ou ganância, com exceção da afilhada, Olga, que, no entanto, parece incapaz de fazer qualquer coisa pelo padrinho a quem admira tanto.

No final deste livro, Policarpo, devido às suas críticas, é preso e condenado ao fuzilamento, por ordem do presidente Floriano Peixoto sob a acusação de traição.

PersonagensPolicarpo Quaresma: Nacionalista, idealista e patriota

Adelaide: figura que censura o irmão

Vicente Coleoni: Alma boa e fiel a Policarpo

Olga: personagem bondosa e de forte opinião

Anastácio: Empregado fiel

Ricardo Coração dos outro: trovador suburbano que representa a cultura popular

General Albernaz: General aposentando que nunca participou de nenhuma Guera. Tem cinco filhas, Quinota, Zizi, Lalá, Vivi e Ismênia

Contra-Almirante Caldas: amigo do general Albernaz, com quem partilha glórias inventadas.

Dona Maricota:mulher de Albernaz, figura altiva e opulenta

Armando Borges: médico que se casa com Olga, corrupto e ambicioso, é desprezado pela esposa.

Felizardo e Candeeiro: Empregados do sítio Sossego

Tenente Antonio Dutra:um escrivão cheio de ambições políticas, usa a imprensa da cidade de Curuzu para atacar Policarpo.

Doutor Campos: obtém o cargo de presidente da Câmara de Curuzu. Tenta corromper Policarpo e em seguida se torna seuinimigo porque esse se recusa a tomar parte na armação.

Floriano Peixoto: representa o poder

Tempo

Cronológico

“...Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa às quatro e quinze da tarde. Havia mais de vinte anos que isso acontecia.”

“...Não havia três meses que viera habitar aquela casa, naquele ermo lugar, as duas horas do Rio, por estrada de ferro, após ter passado seis meses no hospício da Praia das Saudades...”

“Chegará sábado e fora passear à vila domingo...”

Espaço

Rio de Janeiro

RJ- Rua do Ouvidor “... o major tomou o bonde e Ricardo desceu descuidado a Rua do Ouvidor...”

RJ- Botafogo “Tencionava visitar o compadre em Botafogo, fazendo assim, horas para a sua iniciação militar...”

RJ- São Cristóvão “Na sua meiga e sossegada casa de São Cristóvão, enchia os dias da forma mais útil e agradável às necessidades do seu espírito e do seu temperamento.”

RJ- Sítio do Sossego “Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha entretanto, o aspecto tranqüilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte...”

RJ- Casa do General “...até da casa do general vieram moças à janela! Que era?”

RJ- Biblioteca da casa de Policarpo “Sentado na cadeira de balanço, bem ao centro de sua biblioteca, o major abriu um livro e pôs-se a lê-lo à espera do conviva.”

RJ- Hospício “Estava há uns meses no hospício, o seu padrinho, e a irmã não o podia visitar...”

Foco NarrativoTerceira pessoa, narrador onisciente e antecipação de alguns fatos em flash-back e posteriormente a explicação de como eles ocorreram.

EstiloUm ideário pré-modernista

Crítica à posição negativa do brasileiro médio em relação ao colonizador europeu

A exaltação da terra

A idealização da natureza virgem

A pesquisa folclórica

A denúncia contra o preconceito social.

A paródia da máquina burocrática e a ojeriza contra os falsos artistas.

Manias que caracterizam a loucura – retratando tanto os seus aspectos humorísticos quanto os trágicos.

Alegoria contra a burocracia, formada por pessoas sem consistência moral ou profissional.

Uma sátira impiedosa e bem-humorada contra o Brasil oficial, onde dominam generais sem batalha (Albernaz) e almirantes sem navio (Caldas).

O autor tem Uma linguagem despojada próprios da linguagem oral ou jornalística.

Verossimilhança

A segunda revolta da armada

Presidente Floriano Peixoto: “Marechal Floriano,Rio.PeçoEnergia.Sigo já. – Quaresma.”

Domínio da Elite com desprezo do governo para as pessoas com menos condição financeira

Preconceito com artistas (como Ricardo que tocava modinhas) “É preconceito supor-se que todo homem que toca violão é um desclassificado.”

Profissões da época como: funcionário público e soldado

“Compõe-se em geral de funcionários públicos,de pequenos negociantes, de médicos com alguma clínica, de tenentes de diferentes milícias...” “O general ficara na sala de jantar, fumando, cercado dos mais titulados e dos mais velhos. Estavam com ele o Contra Almirante Caldas, o Major Inocêncio, o doutor Florêncio e o Capitão de bombeiros Sigismundo.”

Movimento Literário

Nacionalização da literatura brasileira e desvalorização da “norma culta” da gramática, preferindo a maneira brasileira de usar a Língua Portuguesa.

O livro é escrito em tom de denúncia a realidade brasileira

A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos,diminuindo a distância entre realidade e ficção.

Conclusão

Policarpo teve, em sua vida, três projetos para o Brasil (nenhum dá certo) :

O primeiro foi linguístico

O segundo foi agrícola

O terceiro foi o político