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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NAS ADAPTAÇÕES DO
ENSINO E APRENDIZAGEM NA ESCOLA INCLUSIVA PARA O
ALUNO DE BAIXA VISÃO
Por: Simone Fernandes Plastina
Orientador
Profª Dra. Dayse Carla Genero Serra
Niterói
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NAS ADAPTAÇÕES DO
ENSINO E APRENDIZAGEM NA ESCOLA INCLUSIVA PARA O
ALUNO DE BAIXA VISÃO
Apresentação e Monografia ao
Instituto A Vez do Mestre -
Universidade Cândido Mendes como
requisito para obtenção do grau de
Especialista em Psicopedagogia.
Por.: Simone Fernandes Plastina
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Antonio e Suely, pelo amor
sem limites, a mim dedicado durante a minha
trajetória.
Ao meu irmão Antonio, pela força que me deu
para alcançar o meu objetivo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus familiares e
amigos que com muito carinho
compartilham e alimentam o meu ideal,
incentivando-me a prosseguir na jornada,
quais fossem os obstáculos mantendo-os
sempre ao lado, lutando comigo.
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EPÍGRAFE
A educação tem por objetivo suscitar e
desenvolver, na criança, estados físicos e
morais que são requeridos pela sociedade
política no seu conjunto.
Émile Durkheim
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RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo mostrar a importância do
psicopedagogo na escola inclusiva. Mostrando como o psicopedagogo vai
avaliar e coordenar a equipe pedagógica e ensinar como se faz as adaptações
curriculares os referenciais teóricos da educação especial e recursos
necessários para o ensino e aprendizagem do aluno com baixa visão e outras
patologias visuais que impedem a aprendizagem.
Palavra Chave: Psicopedagogo, importância e escola inclusiva.
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SUMÁRIO Vocabulário........................................................................................................ 8
Introdução.......................................................................................................... 9
Capitulo I - A Origem da psicopedagogia......................................................... 10
Capitulo II – A Psicopedagogia no Brasil.......................................................... 15
Capitulo III – A Inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais
com profissionais adaptações........................................................................... 23
Capitulo IV – Patologias que provocam Deficiência Visual - Baixa
Visão................................................................................................................. 33
Capitulo V – A Formação Continuada de Professores para o Atendimento
Educacional Especializado na Escola Inclusiva............................................... 38
Conclusão ........................................................................................................ 41
Mensagem ....................................................................................................... 42
Anexos.............................................................................................................. 43
Bibliografia........................................................................................................ 46
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VOCABULÁRIO
Escotomas: são as manchas, no centro e nas laterais.
Ópticos: que utilizam uma lente ou um sistema óptico posicionado entre o
observador e o objeto a ser observado. De acordo com suas características
ópticas, proporcionam ampliação, reposicionamento da imagem ou filtração
seletiva do espectro visível da luz.
Não Ópticos: também denominados de funcionais adaptativos que modificam
sem a ajuda de lentes as características ambientais e o material a ser
observado.
Prognóstico: juízo médico, baseado no diagnóstico acerca da evolução de uma
doença.
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo auxiliar os professores e
profissionais da área de educação, mostrar a importância psicopedagogo na
educação inclusiva. Trata-se de um instrumento desenvolvido com pesquisa,
experiência de vida e profissional, através do qual os educadores do ensino
infantil, ensino fundamental, do ensino médio e demais áreas pedagógicas
promoverão a inclusão dos alunos com baixa visão.
As adaptações curriculares e os recursos pedagógicos que as
instituições de ensino aplicam como métodos inclusivos revelam-se
inadequados. O Psicopedagogo se mostra como o profissional que vai avaliar e
coordenar as adaptações curriculares e recursos necessários para o ensino e a
aprendizagem do aluno de baixa visão, trabalhando em conjunto com os
coordenadores, professores e demais profissionais.
Neste trabalho, pretendo discutir a formação continuada dos docentes, a
importância dos recursos necessários aos alunos de baixa visão. O trabalho
conjunto do Psicopedagogo e docentes para avaliarem os alunos de baixa
visão, observando suas diferenças, adequando, assim, os melhores recursos e
materiais pedagógicos a serem utilizados pelas instituições inclusivas.
Os ensinamentos dos clássicos teóricos e doutrinadores da educação,
como Durkheim, Vigostki, Montessori, Pestalozzi, entre outros, serão trazidos
neste trabalho, quando indicarei as suas fundamentais e importantes
aplicações na teoria e prática da vida acadêmica.
A minha trajetória como estudante e profissional da educação, e ainda,
possuidora de baixa visão, permitiu-me observar e perceber as inadequações
das adaptações curriculares e dos recursos pedagógicos aplicados pelas
instituições de ensino inclusivas. O descaso do Poder Público na fiscalização e
aplicação das leis que tentam igualar os desiguais é fator importante para a
falta de atenção e dedicação dos gestores pela busca da melhoria e do
desenvolvimento de novos recursos, pelo aprimoramento e as adequações nas
instituições de ensino, principalmente as escolas públicas.
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CAPITULO I
A ORIGEM DA PSICOPEDAGOGIA
A importância da psicopedagogia vem sendo estudada e utilizada há três
séculos, século XIX, século XX e século XXI.
Segundo Nadia Bossa em seu livro “A Psicopedagogia no Brasil (2oo8)”,
a psicopedagogia surgiu na Europa, mais precisamente na França, em meados
do século XIX, onde a medicina, a psicologia e a psicanálise, começaram a se
preocupar com uma opção nos problemas de aprendizagem e suas possíveis
retificações. A corrente européia influenciou o começo da psicopedagogia na
Argentina, e a mesma influenciou na identidade da psicopedagogia brasileira.
O século XX foi marcado pela expansão dos sistemas educativos das
reações industrializadas, sendo a educação básica obrigatória em praticamente
todo o mundo.
Posteriormente, o método Montessori foi estendido a todas as crianças,
sendo hoje utilizado em muitas escolas. Sua principal preocupação está na
educação da vontade e na alfabetização sendo por isso classificado como
sensorial.
Outros autores que tiveram interesse e preocupação em compreender e
atender os portadores de deficiências sensoriais, debilidade mental e outros
problemas que comprometessem a aprendizagem.
Pestalozzi, inspirado, nas idéias de Rousseau, fundou na Suíça um
centro de educação com metodologia natural, Pereire preocupou-se,
sobretudo, com a educação dos sentidos principalmente a visão e o tato. Itard
realizou estudos sobre a percepção e o retardo mental. Seguin fundou na
França a primeira escola de reeducação e experimentou durante anos, o que
denominou como método fisiológico de educação e, em 1837, fundou uma
escola destinada a crianças mentalmente deficientes e emigrou para os
Estados Unidos,em 1848, onde suas idéias foram amplamente aceitas. Suas
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técnicas de treinamento dos sentidos e dos músculos ainda são utilizadas
atualmente
Decroly, em 1929, preocupou-se com a educação infantil utilizando
técnicas de observação e filmagem para estudar as situações de
aprendizagem.
Na segunda década do século XX nos Estados Unidos e a Europa
cresce o número de escolas particulares e de ensino individualizado para
crianças consideradas de aprendizagem lenta.
De 1904 a 1908 iniciam-se as primeiras consultas médico-pedagógicas,
as quais tinham objetivos de encaminhar as crianças em classes especiais.
Em 1930, surgem na França os primeiros centros de orientação
educacional e assistentes sociais.
Em 1946, foram fundados e chefiados por J. Boutonier e George Mauco
os primeiros centros de psicopedagógicos, nos quais se buscava unir
conhecimentos da psicologia, da psicanálise e da pedagogia.
O centro psicopedagógico aberto em Paris em 1946 teve desde o inicio
uma dupla direção: médica e pedagógica.
A partir de 1948 a psicopedagogia curativa passa a ser definida, como
terapia para atender crianças e adolescentes desadaptados que, embora
inteligentes, tenham maus resultados. A pedagogia curativa introduzida no
centro de psicopedagogia de Estramburgo, na França, poderia ser conduzida
individualmente ou em grupo, auxiliando o sujeito a adquirir conhecimentos,
como também desenvolver a sua personalidade.
A PRINCIPAL TEÓRICA DA PSICOPEDAGOGIA
MONTESSORI, em seu livro a Formação do Homem, fala que, com o
seu método a educação cientifica dos deficientes, ela descobriu nos deficientes
as deficiências físicas e as deficiências orgânicas, que são de competência do
médico.
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Ela passou a estudar pedagogia, e com a sua formação médica,
percebeu a importância da parceria médico e pedagogo, com isso criou o
método médico-pedagógico que esta em seu livro O Método da Pedagogia
Cientifica. Este método serve para crianças com deficiência e sem deficiência.
O livro citado tem informações básicas que devem ser postas em
prática, dentro em vista o educando desde a mais tenra idade. O que ele
encerra são princípios válidos para a nossa época e que foram preconizados
por Montessori há mais de 60 anos. São princípios que não caducaram porque,
além de terem sido alicerçados cientificamente em bases psicopedagógicas
profundas, tiveram por uma verdadeira antevisão dos acontecimentos, por
parte da genial educadora.
Entretanto, uma coisa atualmente já se tornou clara: a pedagogia não
deve ser guiada, como no passado, pelas idéias de alguns filósofos e
filantropos que estavam impelidos por sua simpatia,sua caridade. A pedagogia
deve ressurgir ajudada pela psicologia aplicada à educação. A qual convém dar
rapidamente um nome diferente: Psicopedagogia.
Em seu livro A Paz e a Educação, o trabalho de Maria Montessori não
somente era o de desenvolver uma nova maneira de ensino, mas também
descobrir e ajudar à criança a alcançar o seu potencial como ser humano,
através dos sentidos, num ambiente preparado e utilizando a observação
cientifica de um professor treinado, pois é a base da reforma educativa e social,
necessária aos nossos dias.
Maria Montessori desenvolveu sua pedagogia científica baseada
principalmente na transposição de métodos desenvolvidos no trabalho com
crianças especiais para o trabalho com crianças normais. Em 1907, inaugurou,
em Roma, a Casa dei bambini pelo desejo de adequar a educação às
possibilidades das crianças, pois a proposta da pedagogia cientifica finca na
necessidade de ir além do diagnostico dos problemas educacionais e prover
uma nova escola, desenvolvendo um olhar e procedimentos diferentes frente à
situação educacional.
A educadora em sua pedagogia científica na qual criou e utilizou uma
série de brinquedos desenvolvidos para o trabalho de crianças portadoras de
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necessidades educativas especiais. Assim as crianças deficientes e as normais
terão ritmos e tempos diferentes, ou seja, nos deficientes o ritmo e o tempo
seriam mais lentos que nas crianças ditas normais, mas ambas teriam a
chance de atingir vários níveis de aprendizagem e desenvolvimento.
EXERCÍCIOS DA EDUCADORA MARIA MONTESSORI UTILIZADO NA BAIXA
VISÃO
EXERCICIO DA VIDA PRÁTICA
É considerada a prática mais importante, ajuda a criança a desenvolver
a coordenação, concentração, independência, ordem e disciplina.
Ex: Quadro de laços
O quadro de madeira ao qual se fixam dois retângulos de tecido. Esses
tecidos são unidos ou fechados de diversos modos: com botões, presilhas,
laços, fitas, colchetes, e fechos automáticos: etc. Servem para desenvolver a
habilidade dos gestos que se fazem a vestir.
EXERCICIO SENSORIAL
Refere-se ao desenvolvimento e refinamento dos cinco sentidos: visão,
audição, tato, olfato e paladar.
O propósito dos exercícios é educar os sentidos, assim a criança pode
aprender sobre o ambiente e ser capaz de discriminar seus aspectos mais
sutis.
São trabalhados os exercícios:
Educação do ouvido: realizada através de exercícios que servem para a
aquisição da linguagem treinando a atenção e reconhecimento dos sons,
utilizando apitos, caixinhas cheias de material diferentes e campainhas. Com
educação do ouvido, cria-se uma introdução para a iniciação musical, gestual e
de atitudes.
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Lição do Silencio- em que as crianças são levadas a observar ruídos – desde o
voar de uma abelha até o barulho percebido num parque.
EXERCICIOS DA LINGUAGEM E LEITURA E ESCRITA
O primeiro passo para leitura e a escrita é o sensorial. As crianças
utilizam seu dedo indicador para conhecer sensorialmente cada letra através
do uso de letras contornadas com papel de lixa. Isto lhes ajudam a reconhecer
as formas geométricas, ao mesmo tempo desenhar com destreza e aprender
as letras foneticamente.
Ex. Letra de lixa, alfabeto móvel e os ditados mudos.
EXERCÍCIO DA MATEMÁTICA
A introdução dos números na matemática é sensorial. As atividades
desenvolvidas com os materiais sensoriais fazem com que o aluno passe do
concreto ao abstrato e lhe ajude a discriminar tamanhos, cores, formas, peso e
etc.
Ex. As barras de calculo, material dourado e números de lixa.
Para Montessori as principais características da mestra são:
1- Conhecer a fundo cada uma das necessidades intelectuais, físicas e
psicológicas em cada período de desenvolvimento.
2- Indicar de modo claro e exato o uso dos objetos e materiais, devendo
conhecê-los e manejá-los corretamente
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CAPITULO II
A PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL
O movimento da psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na
Argentina.
Nadia Bossa(2008) explica que devido a proximidade geográfica e ao
acesso fácil a literatura, inclusive o idioma, as idéias dos argentinos muito tem
influenciado nossa prática.
Encontramos trabalhos de autores argentinos na literatura brasileira, os
quais constituem os princípios e esforços no sentido de sistematizar um corpo
teórico próprio da psicopedagogia. Vale citar: Sara Pain (Diagnóstico e
tratamento dos problemas de aprendizagem, psicopedagogia operativa e a
função da ignorância) Jorge Visca (clinica Psicopedagógica e Psicopedagogia:
novas contribuições), Alicia Fernandes (A Inteligencia Aprisionada), com
diversos artigos publicados.
É importante destacar alguns pontos em comum na historia da
psicopedagogia no Brasil e na Argentina. Os pontos importantes são: 1) A
atividade prática iniciou-se antes da criação dos cursos nos dois Países; 2) Em
ambos os Países,a prática surgiu da necessidade de contribuir na questão
fracasso escolar; 3) Inicialmente,o exercício psicopedagógico,apresentava um
caráter reeducativo, assumindo ao longo do tempo um enfoque terapêutico; 4)
A psicopedagogia nasce com o objetivo de um trabalho na clinica e vai
ampliando a sua área de atuação até a Instituição Escolar, ou seja, vai da
prioridade curativa a preventiva; 5) Encontra terreno fértil nesses dois Países,
em função da demanda que lhe deu origem.
As práticas em ambos os Países, Brasil e Argentina, assemelham-se em
muitos pontos, visto que o referencial teórico adotado pelos brasileiros está
fortemente marcado por influencias Argentinas.
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CONCEITO
PSICOPEDAGOGIA
É o campo de atuação em saúde e educação que lida com o processo
de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos considerando a
influencia do meio familiar, escola e sociedade no seu desenvolvimento,
utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.
Em meu estudo de pesquisa, utilizarei as PSICOPEDAGOGAS MARIA
LUCIA LEME WEISS e ALBA MARIA LEME WEISS como referenciais teóricas.
Existem outras vertentes é que a clinica, atualmente é que vem sendo
mais utilizada na educação especial inclusiva.
A autora em seu livro psicopedagogia clinica (2008).Afirma que a escola
não pode ser vista isolada da sociedade,pois o sistema de ensino,seja público
ou particular,reflete sempre a sociedade em que está inserido.
ASPECTOS BASICOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Todo diagnóstico psicopedagógico é uma investigação, é uma pesquisa
do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será
portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na
maioria das vezes,da escola. No caso trata-se do não aprender, do aprender
com dificuldade ou lentamente, do não revelar o que aprendeu, do fugir de
situações de possível aprendizagem.
Nessa investigação se obtém uma compreensão global do paciente, da
sua forma de aprender e dos desvios que estão ocorrendo nesse processo.
Busca-se organizar os dados obtidos em relação a sua vida biológica,
intrapsíquica e social de forma única e pessoal.
Sintoma é, portanto, o que emerge da personalidade em interação com o
sistema social em que está inserido o sujeito. Assim o problema manifestado
pelo aluno numa determinada escola, turma ou relação a um professor.
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Aceitando-se a idéia de que há um desvio, é possível traçar os rumos a
serem seguidos no diagnóstico.
Para iniciar o diagnostico psicopedagógico é fundamental que o
psicopedagogo tenha claros os dois grandes eixos:EIXO
HORIZONTAL,explora-se basicamente o campo presente, onde a busca está
centrada nas causas que coexistem temporalmente com o sintoma. Nesse
nível é que se realiza a contextualização que permite clarificar a grandeza do
desvio existente. No eixo vertical histórico, é onde se busca a construção geral
do individuo, sempre contextualizada nos diferentes momentos.
O sucesso de um diagnóstico não reside no grande número de
instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do psicopedagogo
em explicar a multiciplicidade de aspectos relevados a cada caso:
Quando sintetizamos os dois eixos de pesquisa diagnóstica é que
contextualizamos o caso para organizar o laudo e a entrevista de devolução.
Torna-se necessário também sintetizar a visão do que a escola oferece
como ensino e o que exige como produto de aprendizagem do aluno.
O objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os
desvios e os obstáculos básicos no modelo de aprendizagem do sujeito que, o
impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social.
Assim para conhecer esse modelo de aprendizagem, conta-se, nos dois eixos
descritos, como dados oriundos das observações da escola,da família e
obtidos diretamente pelo psicopedagogo e por outros profissionais.
Outro fato importante no diagnostico é que dependerá da relação
estabelecida psicopedagogo-paciente: empática, confiabilidade, respeito e
engajamento. A relação de confiança estabelecida cria condições para o inicio
de qualquer atendimento posterior.
É necessário que o psicopedagogo consiga compreender os pedidos de
ajuda, dependência, proteção, reações onipotentes e fantasiosas expressas
através de mecanismos transferências durante o diagnóstico.
O diagnóstico psicopedagógico é composto de vários momentos; como:
*Anamnese com os pais;
*Sessões com toda família para relações familiares;
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*Avaliação de produção pedagógica;
*Vínculos com objetos de aprendizagem escolar;
*Busca de construção e funcionamento das estruturas cognitivas;
*Desempenho em teses de inteligência e visomotores;
*Análise de aspectos emocionais por meio de testes expressivos, sessões de
brincar e criar.
DIAGNÓSTICO
1)Anamnese (História do Caso)
2)Testagem e Provas Pedagógicas (exames)
3)Laudo(síntese das conclusões e prognostico)
4)Devolução (verbalização do laudo) ao paciente e ou aos pais.
ANAMNESE
De acordo com a autora Maria Lucia Weiss, realmente a entrevista de
anamnese é um dos pontos cruciais de um bom diagnostico. É ela que
possibilita a integração das dimensões de passado, presente e futuro do
paciente, permitindo perceber a construção ou não de sua própria continuidade
e das gerações, ou seja, é uma anamnese da família.
Com essa entrevista, tem-se por objetivo colher dados significativos
sobre a história de vida do paciente.
Outro aspecto a se avaliar é como e com quem fazer essas entrevistas.
Comumente chamam-se os pais para juntos refletirem sobre alguns pontos.
Há casos que devem ser chamados os tios, os avós ou irmãos mais
velhos que sabem algo sobre a vida dessa família e têm observações pessoais
sobre elas.
No caso de pais separados, fica a critério deles, irem juntos ou
separados ou com seus novos companheiros. Neste caso, é importante não
fazer aliança com nenhum deles, nem tornar ausente da situação. É preciso
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que todos se sintam com liberdade de expor seus pensamentos e sentimentos
sobre a criança para que se possam compreender os pontos nevrálgicos
ligados a aprendizagem.
Em alguns casos não é suficiente uma sessão para anamnese, há
necessidade de continuar. O que leva isso não é a quantidade de informações,
mas, sim, a qualidade como são faladas as coisas, a dinâmica revelada na
família, o modo de tratar o paciente. Esse prolongamento, na prática, se
caracteriza como uma intervenção.
TESTAGEM E PROVAS
O uso de testes e provas é fundamental para um diagnóstico
psicopedagógico. É uma complementação que funciona com situações
estimuladoras que provocam reações variadas, as vezes intensas em pouco
espaço de tempo.
Os testes e provas são selecionados de acordo com a necessidade
surgida em função de hipóteses levantadas nas sessões familiares, nas
atividades lúdicas, etc.
LAUDO
É um parecer com a conclusão das observações feitas de alguém
PROGNÓSTICO
Juízo médico, baseado no diagnóstico acerca da evolução duma
doença.
O USO DO LÚDICO NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
É indispensável haver um espaço e tempo para a criança brincar e
assim melhor se comunicar e se revelar.
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É importante que o psicopedagogo utilize o lúdico no diagnóstico
psicopedagógico.
Segundo Wygotsky, o lúdico influencia o desenvolvimento da criança. É
através do jogo que a cria aprende a agir, sua curiosidade é estimulada,
adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da
linguagem do pensamento e da concentração.
No diagnóstico o uso de situações lúdicas é mais uma possibilidade de
se compreender, basicamente, o funcionamento dos processos de cognitivos e
afetivo-sociais em suas interferências mutuas no modelo de aprendizagem do
aluno.
A utilização do laudo e do diagnóstico já é comum na clinica infantil.
Na área da psicopedagogia encontra-se também estruturado um modelo
da hora do jogo. Com crianças de até sete anos,todo diagnostico é feito de
forma lúdica.
Com crianças até dez ou onze anos se utiliza de modo muito flexível. É
proporcionado espaços lúdicos nas diferentes sessões, alternando com
situações formalizadas de testagem e de avaliação pedagógica. Essa
alternância dependerá de cada caso em particular.
Os adolescentes apreciam o uso de jogos de regras.
O USO DA INFORMÁTICA NO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Segundo Wiess e Wiess (2009), a informática tem uma importância na
contribuição para a clinica dos problemas de aprendizagem considerando o
aluno-paciente em sua totalidade, enquanto sujeito em processo de
aprendizagem.
É necessária uma contextualização das diferenças encontradas na
clinica, hoje, nos primeiros anos do século XXI.
Cada psicopedagoga vai incorporar a utilização dos recursos digitais
(computador, internet, software, fotos filmagens, músicas, etc. de acordo com o
seu esquema de atuação.
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O uso da informática tem se revelado com um precioso instrumento, não
só nos diagnósticos, mas também no tratamento das dificuldades de
aprendizagem escolar.
A informática é um precioso auxiliar no desenvolvimento cognitivo do
paciente.
É inegável o efeito de um trabalho bem conduzido de informática sobre a
concentração de atenção, memória, desenvolvimento do pensamento
lógico,rapidez de raciocínio, percepção gestáltica do problema, captação de
detalhes, relação parte-todo/todo-parte,cadeias causais, hierarquização de
escolhas.
O trabalho com a informática é um forte auxílio na formação de hábitos e
atitudes de trabalhos intelectuais, disciplinando o paciente com dificuldade de
aprendizagem, de forma agradável e gradativa.
Segundo Simaia Sampaio (2009), o software da coleção coelho sabido
são excelentes para desenvolver reconhecimento de sons, letras, fonética,
rima, vocabulário, ortografia, além de outras, como na matemática, raciocínio
lógico, ciências, artes e etc.
Segundo Capovilla (2000), a abordagem fonética como o software a
alfabetização fônica é excelente para ser desenvolvida tanto em sala de aula,
pelo professor, quanto em consultório.
CONSULTÓRIO
Em um consultório psicopedagógico a aparência é fundamental na
criação de um clima espontâneo de trabalho, no despertar o desejo de
conhecer. O mobiliário deve ser adequado, com uma mesa de tamanho regular
com os dois lados vazados para proporcionar maior comodidade e possibilitar
posição correta no ato de escrever, a posição do paciente e do psicopedagogo
deve ser frontal para que se vejam todas as expressões faciais e corporais do
paciente. Um quadro de giz ou quadro branco, com canetas com tamanhos
suficientes para permitir diferentes usos sucessivos, sem necessidade de
apagar sempre o primeiro produto, feito para permitir uma continuação da
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atividade. O uso de giz ou canetas de diferentes cores também é muito útil, e
mais:
Armários ou locais fechados para diferentes usos.
Guarda das pastas ou caixas de trabalho de modo a garantir a
preservação do sigilo do material de cada paciente.
Guarda dos livros, revistas e jogos para usos nas sessões. O acesso a
esse local deve possibilitar duas abordagens diferentes:a) o psicopedagogo faz
uma seleção prévia do material (jogo e livros); b)o paciente tem fácil acesso ao
armário do material, sendo permitido a livre escolha. As duas situações
deverão ser definidas em função das características de cada tratamento, que,
por sua vez, tem base no diagnostico individual.
Guarda do material de consumo: papéis de diferentes tipos (lisos,
brancos, folhas coloridas, pautadas de vários tamanhos, quadriculadas, folhas
de papel pardo ou brancas de tamanho grande), tintas colas coloridas, massa
plástica ou argila.
Caixa ou cesta para colocação de material de sucata (caixinhas, fios,
latinhas, embalagens vazias de diferentes produtos, pedaços de pano,
madeiras, papelão, revistas, jornais etc)
Painel, prateleira ou bancada de fácil acesso com alguns tipos de
material de uso constante por todos os pacientes, como caixas ou potes
fechados com pinceis, tintas, pequenos objetos de plástico (animais, carrinhos,
bonecos, letrinhas etc.) ferramentas, hidrocor, lápis de cor etc.
Relógio e calendário são objetos de uso constante nas sessões
psicopedagógicas. A necessidade de interiorizar o domínio do tempo, suas
divisões, sua sequência com a qual se vive a realidade do dia-a-dia.
Recomenda-se relógio de ponteiro.
Tempo e Espaço são variáveis que possibilitam a construção de limites
no mundo interno, externo, material e social.
No processo diagnóstico o psicopedagogo identifica o ritmo do paciente,
e no tratamento o paciente vai identificar o seu próprio ritmo, seu andamento e
o do outro, para poder lidar com as diferenças e as igualdades.
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Computador com todos os recursos da atualidade, como: multimídia,
microfone, acesso à internet. O uso deve ser complementado com scanner e a
impressora colorida. É importante instalar algum tipo de editor de texto e editor
gráfico, assim como uma variedade de softwares.
A SALA
O chão da sala deve ser forrado com material lavável;
É interessante que a sala tenha dois ambientes, um para trabalho do
paciente e outro que facilite a entrevista com os pais e adolescentes, com sofá
ou poltronas confortáveis.
A decoração deve ser agradável para não dispersar o paciente.
Deve ter na própria sala do consultório um lavatório com água corrente,
para quando a criança brincar de tinta não precisar sair da sala, e brincar com
água que é uma experiência do mundo físico e de valor emocional.
DA CLÍNICA PARA ESCOLA INCLUSIVA
Nos casos de inclusão, com alunos de necessidades educacionais
especiais o diagnóstico psicopedagógico clinico é fundamental para conhecer
as variáveis do processo de aprendizagem dos alunos e assim auxiliar o
professor a lidar com as novas igualdades e diferenças que passarão a existir
em sua turma.
Essa visão psicopedagógica norteará na equipe de atuação
interdisciplinar quando for necessário qualquer tipo de intervenção, familiar ou
escolar, quando conduzida na direção positiva, criará a possibilidade de
mudança significativa que possibilitará o crescimento constante dentro das
características individuais, de mudanças dentro da singularidade de cada um,
respeitando o que é do próprio sujeito, o que pertence à família, o que pertence
à escola, o que pertence a sociedade nesse momento inclusivo.
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CAPITULO III
A INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS
ESPECIAIS COM OS PROFISSIONAIS E ADAPTAÇÕES
Em 1975 a Itália foi o primeiro Pais a legislar e a introduzir um novo
sistema educacional.
Um sistema em que envolveu o fechamento da maioria das escolas
especiais e a transferência de todos os seus alunos para as escolas dos
bairros onde eles viviam.
Onde foi estabelecido que a inclusão educacional desses alunos deveria
acontecer no sistema regular de ensino desde a escolarização infantil.
As leis e regulamentos oferecem maiores bases, para apoio, transporte
grátis disponibilizado, e os prédios das escolas foram adaptados para facilitar o
acesso a eles.
Em cada classe são duas crianças com necessidades especiais, e o
número total de crianças nas classes são vinte.
As escolas tem o direito de receber do governo um professor de apoio
(professor especialista) para duas crianças com a mesma patologia e
psicopedagogos para a coordenação da educação inclusiva.
Assim eles constroem uma sociedade com diferença e diversidade.
PSICOLOGOS EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Na Itália os psicopedagogos são chamados psicólogos educacionais.
O papel do psicólogo educacional de necessidades especiais é
elemento-chave para ajudar as escolas a desenvolverem políticas mais
inclusivas.
O tempo requerido para um psicólogo educacional de necessidades
educacionais especiais variará de escola para escola e dependerá não só do
tamanho e da localização desta, mas também do processo já feito em direção
ás práticas inclusivas. E todas as áreas onde as crianças apresentam
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desempenho educacional abaixo dos níveis de aquisição escolar esperados
para sua faixa etária e sua fase de escolarização. O tempo é um elemento
particularmente necessário para que os psicólogos educacionais de
necessidades educacionais especiais possam planejar em colaboração com os
professores da classe ou de disciplinas específicas (ensino fundamental do
cesto ano ao nono ano e ensino médio) a fim de estabelecerem vínculos com
os pais e com os serviços fora da escola, para manter o registro e preparar os
planos educacionais individuais dos alunos com necessidades especiais.
Na Itália é condição sine qua non que haja um psicólogo educacional
nas escolas inclusivas.
Os psicólogos educacionais é um profissional capacitado a oferecer
orientações que ajudem a equipe pedagógica a resolverem problemas e a
encontrar soluções.
Este profissional é trazido de fora da escola pela própria escola, assim
torna-se mais fácil o compartilhamento de problemas e soluções. Pois, planeja
um currículo acessível e assegurando um ensino planejado de modo a garantir
uma aprendizagem afetiva, pois os profissionais psicopedagogos tem que ter
conhecimentos da psicologia aplicada à educação.
No século XX a educadora Maria Montessori no seu livro a formação do
homem, em seus estudos já identificou que a pedagogia aplicada à educação é
muito importante para a psicopedagogia intervir no ensino e aprendizagem, por
ter a união da psicologia, a psicanálise e a pedagogia. Assim foi criado a
psicopedagogia.
No Brasil, existem algumas leis voltadas para a necessidade da pessoa
com deficiência, no entanto, mesmo depois de decretadas, as leis são
implantadas de modo lento e parcial, sendo ignoradas por grande parte da
população e principalmente por alguns órgãos públicos.
Segundo o decreto nº 3.298/99, considera-se:
1- Deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desenvolvimento da atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano.
26
Segundo a lei Federal nº 8.069/90 ESTATUTO DA CRIANÇA E
ADOLESCENTE, no artigo 54, inciso III atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino e
particular.
A Lei nº 9.045/95 autoriza o Ministério da Educação e do Desporto e o
Ministério da Cultura a disciplinarem a obrigatoriedade de reprodução, pelas
editoras de todo País, em regime de proporcionalidade, de obras em caracteres
Braille, e a permitir a reprodução, sem finalidades lucrativas de obras, já
divulgadas, para uso exclusivo de cegos.
Obs.: quando o aluno tem baixa visão severa ele necessita do Braille.
Ex.: a carta constitucional nos artigos 205 e 206 relata que a educação é um
direito de todos e dever do Estado e da família, com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho. A
Escola, por sua vez, tem como obrigação atender a todos, segundo os
princípios de igualdade, acesso e permanência, liberdade de aprender e
ensinar.
Segundo a lei Federal nº 7.853/89 no inciso I do artigo 8, procede:
Constitui crime punível com reclusão de 1(um) a 4(quatro) anos, e multa:
recusar, suspender, procrastina, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino.
No Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a lei
7.853 de 29 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para inclusão
da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e outras
providencias.
Artigo 4º, inciso III- Deficiência visual - acuidade visual igual ou menor que
20/200 melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a
20°(tabela de Sellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
27
Artigo 24, inciso VI, parágrafo 4°: a educação especial contará com
equipe multiprofissional, com a adequada especialização, e adotará
orientações pedagógicas individualizadas.
Assim as escolas públicas e privadas que possuam orientações
inclusivas do profissional citado abaixo constituirão os meios mais eficazes de
combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação pra todos; além
disso, as escolas provêem uma educação afetiva às crianças
A IMPORTANCIA DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA INCLUSIVA
A psicopedagogia em seu campo conceitual vem proporcionando novas
possibilidades para que a escola comece a reverter um quadro alarmante: o da
exclusão social.
O psicopedagogo tem o dever de assumir um compromisso ético com o
direito à educação e à cidadania.
Na busca pelo reconhecimento dos direitos de todas as crianças e
adolescentes freqüentarem a escola particular e publica assim estabelecem um
conceito mais claro de NEE(NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS), que
pode ser definido como: crianças que por razoes congênitas ou adquiridas
apresentam dificuldades de aprendizagem ao longo da escolaridade, as quais
diminuem sua capacidade adaptativa ao meio, e por isso necessitam de
atenção específica e de mais recursos educativos para minimizar
desvantagens e otimizar suas reais capacidades.
O psicopedagogo tem o objetivo e meta de desenvolver as funções
cognitivas integradas ao afetivo.
Segundo Pestalozzi o amor está em seu método, pois permite
acompanhar o desenvolvimento da criança passo a passo, proporcionando a
criança os estímulos necessários e adequados a cada etapa.
É impossível se falar de inclusão sem lembrar da importância que a
psicopedagogia tem para esse movimento.
28
A importância da psicopedagogia aprimorou-se à delinear as diferenças
entre os enfoque da educação especial,crianças com distúrbios de
aprendizagem da psicopedagogia, já que o manejo psicopedagógico permite a
realização do potencial de aprendizagem do sujeito impedido por fatores que
desautorizam a apropriação do conhecimento, assim como diagnóstico e a
intervenção psicopedagógica promovem a melhoria das condições de
aprendizagem, recuperação da auto estima e socialização da criança e do
adolescente. Pois o trabalho psicopedagógico é feito desde a educação infantil,
ensino fundamental e médio.
O olhar psicopedagógico é fundamental para o processo de ensino e
aprendizagem de maneira global para o aluno de baixa visão.
É importante que o psicopedagogo institucional contrate um especialista
em baixa visão para desenvolver uma parceria para auxiliá-lo no ensino e
aprendizagem dos alunos de baixa visão.
Cabe ao professor especialista conhecer o aluno, a família, o
oftalmologista especialista em baixa visão, a escola, buscando estabelecer
uma parceria na busca do objetivo comum: que o aluno com deficiência visual
atinja o máximo de suas potencialidades em um ambiente escolar receptivo,
acolhedor, que lhe ofereça a ajuda e o suporte necessário para o seu pleno
desenvolvimento
O aluno que possui baixa visão pode se beneficiar de adaptações
diversas, que permite um melhor uso funcional de sua visão, facilitando a
realização de suas tarefas escolares e consequentemente de sua
aprendizagem. As sugestões dessas adaptações devem ser propostas pelo
especialista em baixa visão após um trabalho intenso de observações e
conhecimentos das necessidades específicas do aluno com baixa visão. Nesse
trabalho é de fundamental importância conhecer a escola em que esse aluno
estuda:qual é proposta de trabalho, como é o espaço físico, observar a rotina e
os diversos momentos das aulas, o recreio , a aula de educação física , aula no
laboratório, a aula de informática, a socialização dos alunos além de participar
de reuniões periódicas com o grupo de educadores, a fim de esclarecer sobre a
deficiência visual do aluno.
29
É importante ressaltar a necessidade de conhecimento sobre as
condições funcionais do aluno com baixa visão. Isso pode ser feito por meio da
avaliação oftalmológica que oferece ao professor especialista, dados
importantes a serem considerados nas indicações e adaptações para o aluno.
Nesse relatório, fornecido pelo oftalmologista que acompanha o aluno, devem
constar dados como: diagnóstico principal, prognóstico, probabilidade de
cirurgia, acuidade visual, campo visual, indicação de auxílios ópticos, cuidados
especiais, etc.
Assim, com o relatório oftalmológico e das observações feitas e
registradas, tendo a avaliação funcional da, a faixa etária e o nível de
escolaridade do aluno o psicopedagogo especializado nas adaptações
curriculares planeja a sua atuação. E faz uma programação individualizada
com as necessidades específicas do, da família e da escola. Na programação
do psicopedagogo, podem-se constar sugestões de acessibilidade do prédio
escolar, indicação de diferentes recursos não ópticos e orientações específicas
ao psicopedagogo institucional.
No que se refere ao prédio escolar, diferentes recursos podem auxiliar o
aluno com baixa visão. Por exemplo: sinalizações de localização do diferentes
espaços da escola, portas coloridas pintura de corrimão com cores
contrastantes, degraus da escada com faixas antiderrapantes, parque infantil
colorido, sala de aula infantil os brinquedos tem que ser acessível, em altura tal
que as crianças possam observar, e fazer escolhas e brincar livremente.
É fundamental que as prateleiras com os brinquedos estejam sinalizadas
com etiquetas, podemos utilizar, além de uma letra grande e com, pistas táteis
ou sonoras para também facilitar o acesso de crianças com baixa visão.
O Especialista terá a preocupação do referencial teórico de sua ação
educativa, partindo de princípios educacionais pensando em uma forma mais
ampla.
Concepção de cada situação de atendimento de forma única a partir da
singularidade de cada caso conjugando em sua avaliação e intervenção, as
propostas decorrentes da colaboração de todos os profissionais , da pessoa ,
da família, planejando uma ação significativa e contextualizada.
30
O especialista em baixa visão fará reuniões periódicas com o
psicopedago e o grupo de educadores que lidam com o aluno.
Segundo Masini (2007) Nesta reunião é necessária sempre uma pauta.
Essa pauta com dados, observações, reflexões, sugestões e interpretações
etc, feita pelo professor especialista, é distribuída para todos os profissionais
presentes numa perspectiva de construção de entendimento elaboração de
idéias, atribuição de significados, proposição de intervenções, metodologias,
recursos materiais, etc. A partir da construção do grupo, com as sugestões de
cada elemento.
A pauta traz tópicos a serem compartilhados para reflexão conjunta, e a
todos são estimulados a rascunhar nela os elementos que vão sendo
entendidos, sugeridos e organizados, a partir da participação de todos,
inclusive o educador especializado, também complementará a sua pauta com
seus novos registros. Esse procedimento pode trazer resultados bastante
positivos com a construção de conhecimentos de todos os envolvidos no
processo de aprendizagem daquele educando com baixa visão. Isso reflete em
um maior comprometimento e maior autonomia de ação de todos os envolvidos
em que resulta em maior potencial criativo no cotidiano educacional.
A PAUTA
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO FUNCIONAMENTO VISUAL NUMA
ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA
NOME:
DATA DE NASCIMENTO:
ESCOLA:
1)DADOS SEGUNDO O LAUDO OFTALMOLÓGICO
2)SOLICITAÇÃO DA AVALIAÇÃO
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3) DADOS A SEREM DISCUTIDOS E CONTEXTUALIZADOS COM A EQUIPE
ESCOLAR E COM A PSICOPEDAGOGA QUE ACOMPANHA A CRIANÇA EM
REUNIAO DE EQUIPE
4) OBSERVAÇÕES ACERCA DE SUA VIDA ESCOLAR
5) OBSERVAÇÕES GERAIS A CERCA DE COMPORTAMENTO DO ALUNO
DIANTE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
6) PROCEDIMENTO DE MEDIA DIAGNÓSTICA:USO DA BAIXA VISÃO
7) INDICAÇÕES
O trabalho psicopedagógico deve incorporar as orientações relativas a
estimulação da visão, principalmente no que se refere a visão, oferecendo o
aluno um olhar mais adequado em relação as suas dificuldades visuais. Num
contexto global, trabalhar-se-á a possibilidade do aluno. Ver-se de maneira
mais realista, com um enfrentamento mais adequado das experiências e
aprendizagem.
Outro tipo de relatório completo que é feito pelo professor especialista e
a psicopedagogia clinica que também pode auxiliar o psicopedagogo
institucional é o PEI (PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL), este programa
permite aproximar o conteúdo da educação ás capacidades de aprendizagem e
as necessidades educativas do aluno.
O PEI é feito em conjunto com professor especialista, psicopedagogo
institucional, professor regente e professor da sala de recursos e os pais.
Pode ser feito também, em conjunto com o psicopedagogo clinico,
psicopedagogo institucional, professor regente e professor da sala de recursos
e os pais. Esse programa é para todo o ano letivo.
32
É importante também trabalhar em conjunto com o oftalmologista
especializado em baixa visão que acompanha o aluno, pois ele ajudará nas
informações adequadas.
PROGRAMA EDUCACIONAL INDIVIDUAL
ALUNO:
DATA DE NASSCIMENTO:
IDADE:
LAUDO:
NECESSIDADES EDUCATIVAS:
AVALIAÇÃO DE SUAS DIFICULDADES:
POTENCIAL DO ALUNO:
REALIZAÇÕES DO ALUNO:
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS E ATIVIDADES:
AVALIAÇÃO CONJUNTA DOS PROFISSIONAIS
AS ADAPTAÇÕES CURRICULÁRES E SUAS INTERVENÇÕES TEÓRICAS
Para fazer as adaptações curriculares é importante que o
psicopedagogo conheça a fundo os problemas que a criança de baixa visão
apresenta desde o seu início de escolaridade. Pois temos que fazer um plano
educacional individualizado anual contendo todos os conteúdos de todas as
disciplinas inclusive educação física, destinado a etapa de sua escolarização.
Esse planejamento é muito importante porque o psicopedagogo tem que
refletir corretamente as adaptações para garantir a forma de intervenção mais
adequada para cada momento, assim, respeitando as características dos
alunos de baixa visão e também as necessidades que apresentam. Pois cada
patologia tem necessidades diferentes. Segundo Wygotsky a intervenção do
professor é um importante papel para aprendizagem
33
É necessário que o psicopedagogo priorize uma metodologia específica
para o ensino e aprendizagem das matérias, assim ele compreenderá o estágio
de desenvolvimento cognitivo a criança se encontra.
O planejamento fundamentado pelo psicopedagogo deverá ser feito não
só na sala de aula, mas em nível Institucional.
A intervenção do psicopedagogo, devidamente planejado é muito
importante na intervenção e ação pedagógica e na construção da
aprendizagem.
O psicopedagogo utilizará pensadores da educação inclusiva para
direcionar um caminho adequado para a avaliação dos alunos de baixa visão,
como: Montessori, Pestalozzi e Wygotsky.
Wygotsky por ele ter tido experiência de trabalhar com problemas de
educação com métodos de ensino a literatura e na compreensão na linguagem
para educação das crianças com deficiência visual.
Obs.: Não tendo o médico oftalmologista, o psicopedagogo clínico poderá
pesquisar com o aluno qual o tipo de letra e o tamanho adequado.
Para o aluno albino o quadro negro é importantíssimo, pois ele tem
sensibilidade à claridade do quadro branco.
Na sala de aula tem que ter 25 alunos, sendo vinte e três alunos sem
deficiência e dois com deficiência da mesma patologia.
CAPÍTULO IV
PATOLOGIAS QUE PROVOCAM DEFICIENCIA VISUAL-BAIXA VISÃO-NA
ESCOLA INCLUSIVA QUE NECESSITAM DE ATENDIMENTOS
EDUCACIONAIS ESPECIAIS PSICOPEDAGÓGICOS
O professor especialista ou o psicopedagogia clinica tem que informar
ao psicopedagogo institucional os tipos variados de patologias que podem ser
34
encontrados na escola inclusiva. E informar suas necessidades educacionais
para terem um ensino e aprendizagem sem dificuldades.
O atendimento educacional psicopedagógico especializado decorre de
uma nova visão da educação especial e se apresenta como uma das
condições para o sucesso da inclusão escolar dos alunos com deficiência
visual é uma ação de complementação e suplementação destinada a facilitar o
acesso ao conhecimento dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
Segundo Alves (2006) o atendimento educacional especializado se
define como:
A ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao
longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela
escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais
especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
ALBINISMO
Diminuição ou ausência de pigmentação na Iris.
A criança possui pele, cabelo, cílios e sobrancelhas muito claros. O
aluno apresenta fotofobia variável (forte reação a luz) – pisca ou fecha os
olhos, ocorre nistagmo (movimento involuntário dos olhos), diminuição da
acuidade visual e anomalias de refração (astigmatismo e miopia)
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Devem ser usadas lentes escuras iluminação indireta sobre livro e
caderno podendo ser necessárias ampliações de textos e aumento do
contraste em representações gráficas (mapas, desenhos, tabelas, entre
outros). Se a copia da lousa for dificultada pela diminuição da acuidade visual,
o professor poderá dar o texto a ser copiado da lousa em folha avulsa.
CATARATA
Diminuição da transparência do cristalino, lente transparente, biconvexa,
responsável pelo foco ou nitidez da imagem. O aluno apresenta acuidade
35
visual variável, diminuição da visão periférica, com diplopia (visão dupla) e
perda da percepção de profundidade.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Recomenda-se boa iluminação e prancha de plano inclinado, para
facilitar a aproximação do texto, que deve ser ampliado. Os desenhos devem
ter cores mais fortes e contornos mais definidos, reforçados com canetas de
ponta grossa, como as de ponta porosa. As pessoas que passaram de por
cirurgia podem ter dificuldade para ver de perto e as lentes bifocais podem ser
indicadas.
CORIORRETINITE
Inflamação da retina, camada interna do olho, provocada por várias
causas, como, por exemplo, a toxoplasmose, de origem congênita ou
adquirida.
Pode ocorrer nistagmo, com presença de pontos cegos no campo visual
(escotomas), e dificuldade para identificar objetos a distâncias variadas.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Os textos devem ser ampliados e em alto contraste,
Reforçando-se o contorno das figuras; recomenda-se prancha de leitura para
facilitar a aproximação do aluno, boa iluminação sobre o livro ou caderno para
evitar os reflexos sobre os olhos. Alguns alunos podem apresentar baixos
níveis de atenção e ligeira agitação. Para reconhecer objetos ou figuras, o
aluno pode fazer melhor uso do campo visual periférico, girando a cabeça para
o lado direito ou esquerdo, para cima ou para baixo, procurando tornar a
imagem mais nítida, como se estivesse olhando em outra direção. A visão
central está prejudicada e olhar para frente, neste caso, não significa ter melhor
informação visual, não se deve, portanto, corrigir aposição do olhar. Na
presença de escotomas é indicado o tipocóspio.
RETINOPATIA DA PREMATURIDADE
36
Deficiência decorrente da imaturidade da retina, provocada pela baixa
idade gestacional ao nascimento, desde baixa acuidade visual, alteração do
campo visual até cegueira.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
A iluminação deve ser intensa, o material gráfico ampliado e o contorno
das figuras reforçado. A prancha de leitura é recomendada para aproximar do
material.
RETINOSE PIGMENTAR
Caracteriza-se por degeneração progressiva da retina, com dificuldade
para visão noturna, discriminação de cores e perda da visão periférica.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
É necessária boa iluminação, indireta e focalizada sobre o material de
leitura e escrita, que deve ser em alto contraste e pouco ampliado, devido a
restrição de campo visual. A perda progressiva da visão deve ser
acompanhada periodicamente pelo médico oftalmologista. Há indicação do
aprendizado do Braille se a perda visual se tomar muito significativa e não
houver mais respostas aos processos de ampliação ou correção óptica.
ATROFIA DO NERVO ÓPTICO
O nervo óptico é responsável pela condução da informação visual do
globo ocular ao cérebro, onde as imagens são interpretadas. A atrofia do nervo
óptico leva á diminuição da acuidade visual, menor sensibilidade ao contraste e
alteração do campo visual.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Deve-se oferecer intensa iluminação, figuras e formas de contornos
simples, sem muitos detalhes, com ampliação de textos. Podem ser usadas
figuras com nível crescente de dificuldade, de acordo com a evolução da
eficiência no funcionamento visual.
37
Glaucoma
Aumento da pressão intra-ocular, provocando defeitos no campo visual.
Pode ser congênito (presente ao nascimento), adquirido, associado/secundário
a outros problemas oculares. As pessoas com glaucoma podem apresentar
fotofobia (não suportam luz intensa), lacrimejamento, opacificidade da córnea,
diminuição geral da capacidade visual, alteração do campo visual, com redução
da visão periférica, dificuldades para leitura e discriminação de objetos em
movimentos, visão flutuante.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Deve-se usar iluminação direcionada ao texto, prancha de plano
inclinado para leitura, textos ampliados e em alto contraste ( possivelmente em
negrito ou caixa alta)
DEFICIÊNCIA VISUAL CORTICAL
Esta deficiência ocorre quando há lesão nas vias óticas posteriores ou
no córtex visual. É muito freqüente nos casos de paralisia cerebral, podendo
ser decorrente de anóxia, hemorragias cerebrais e quadros infecciosos do
sistema nervos central. A criança pode apresentar: pouca expressão facial,
pequena comunicação visual, giro da cabeça para o lado ao fixar um objeto,
como se usasse campo visual periférico, uso do tato para identificar objetos,
pode apresentar oscilação freqüente da resposta visual, fadiga visual,
dificuldade para identificar objetos.
RECOMENDAÇÕES EDUCACIONAIS
Deve-se usar boa iluminação, indireta, não apresentar muitos estímulos
visuais de uma só vez, dar tempo para que o aluno responda, talvez maior que
o tempo dado aos outros. Incentivar o uso do tato, se necessário, para auxiliar
na identificação de objetos e figuras, favorecendo boa organização espacial no
papel, para execução das atividades.
38
DESENVOLVIMENTO DA FUNCIONALIDADE VISUAL
Segundo Masini, pensando na atuação perante a funcionalidade visual,
assinalam-se as seguintes ações básicas:
A) O educador especializado buscará desenvolver atividades para
reconhecimento das funções visuais presentes e seu nível de
desenvolvimento e eficiência. Deve abordar as funções visuais na
CAPÍTULO V
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PARA O ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA ESCOLA INCLUSIVA
O Psicopedagogo fará uma educação continuada apresentando, em
várias palestras conteúdos sobre alunos com necessidades educacionais
especiais, como da EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL,
ENSINO MÉDIO, pois na constituição federal o artigo 205 reza que a educação
é direito de todos.
Neste sentido, por respeito às diferenças que semeiam cultura e geram
políticas e práticas de inclusão, ainda que por vezes contraditórias, é condição
sine qua non para o desenvolvimento de estratégias de operacionalização de
alternativas inclusivas.
Portanto as diferenças precisam ser encaradas como fonte de recursos
às transformações, ao invés de serem vistas como obstáculos.
Os profissionais participando dessas palestras terão um conhecimento
de legislação, tendências pedagógicas apropriadas, recursos, teóricos da
educação especial. Assim esses profissionais terão uma maior reflexão e
aprofundamento acerca das potencialidades e individualidade humana e
auxiliar no combate a prática segregacionista.
A formação da educação continuada do professor na instituição inclusiva
tem que ser um processo contínuo, pois a diversidade está cada vez maior.
39
Na especialização preparatória para a educação inclusiva, ou seja, a
diversidade nas Instituições inclusivas, tanto estadual quanto municipal e
privada. Os profissionais de educação terão a oportunidade de conhecer: 1) A
forma de como o profissional atua junto aos portadores de necessidades
especiais a prática pedagógica competente, socialmente comprometida e
inclusiva desse cidadão. 2) Ter clareza da função social da inclusão; 3)
Garantir a aprendizagem do deficiente em certas habilidades e conteúdos para
a vida sócio-cultural;4) Em compreender os problemas e proporcionar a
humanização; 5) Formar profissionais habilitados comprometidos e com
conhecimentos relevantes sobre a real inclusão.
Público Alvo - profissionais portadores de diploma de cursos superior em
educação,
MODULOS: Fundamentos da educação especial, legislação e políticas
da educação especial.
Propostas inclusivas da psicopedagogia e educação especial.
INCLUSÃO: Métodos e técnicas em educação especial
Deficiência Visual
Os educadores conheceriam os pensadores da educação inclusiva para
direcionar um caminho adequado para avaliação dos alunos.
Existem duas correntes comportamentalista e sócio-interacionista. Na 1º
corrente a abordagem comportamentalista a ênfase maior é o planejamento e a
programação diretiva do ensino, com objetivos instrucionais definidos.
O teórico dessa 1º corrente é o teórico psicólogo Skinner, para ele o
ambiente exerce papel fundamental ao desenvolvimento humano.
Na 2º abordagem é representado por duas correntes: o construtivismo
de Piaget e a visão sócio-histórica de Wygotsky que tem apresentado mais
semelhança do que divergência.
Existe também outro pensador que é considerado importante da educação
inclusiva, Pestalozzi.
Os profissionais da educação estarão a par das tendências pedagógicas
que são primordiais para direcionar suas atividades em sala de aula:
40
Na Tendência Liberal Renovada existem os pioneiros da educação nova
entre os quis se destaca Montessori, Decroly e para as relações interpessoais
Carl Rogers
Na Tendência Liberal Renovada Progressivista existem os pensadores
como Dewey, Montessori, Decroly e Cousinet.
Na Tendência Progressista Libertadora mais conhecida como pedagogia
de Paulo Freire.
Na formação do professor seria necessário que fosse completada por
atividades práticas.
È importante enfatizar a necessidade de que, a formação de professores
seja entendida como um processo contínuo, na medida do possível
particularizado.
A PSICOPEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO ESPECIAL
A proposta inclusiva da psicopedagogia e educação especial é fator
fundamental para que haja um caminho certo para as adaptações curriculares,
pois o conhecimento da psicopedagogia é amplo por conhecer várias áreas de
estudo.
No caso da educação inclusiva a utilização dos teóricos específicos e
profissionais especializados são fatores importantíssimos para uma inclusão
verdadeira.
Segundo Montessori (1949) a PEDAGOGIA APLICADA A EDUCAÇÃO é
importantíssima, pois tem o objetivo de refletir e questionar sobre a produção
histórica das concepções do homem subjacentes ás abordagens do
desenvolvimento humano. Para uma amostragem prática. Explicitamos abaixo
a ementa da mesma.
Fatores Sócio-Históricos e estudo de desenvolvimento e da
aprendizagem.
Diversidade de concepção de homem.
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A Psicologia da Educação nas sociedades capitalistas e a produção de
conceitos: Diferenças individuais, ideologia adaptacionista, natureza infantil da
aprendizagem.
Aplicações educacionais de algumas teorias psicológicas: Skinner, e o
Neo-Behaviorismo: É a aprendizagem social de Rogers e a Psicologia genética
de Wigotsky, Socio-Interacionismo aspectos psicológicos
CONCLUSÃO
Concluo com essa pesquisa a importância do psicopedagogo na escola
inclusiva, pois este profissional, pode, com um direcionamento correto, melhor
incluir e adaptar os alunos com deficiência.
Percebo que a presença do psicopedagogo influi positivamente na
maneira de lecionar dos professores, agindo, assim, corretamente, passando a
possuir uma consciência coletiva, suprindo falhas que ocorrem com certa
freqüência nas instituições de ensino.
Assim, os profissionais da escola inclusiva estarão melhores preparados
para enfrentar a realidade atual da sociedade quanto à inclusão.
42
MENSAGEM
A educação não é só aquilo que o professor ensina, mas é um processo natural
que se desenvolve espontaneamente no individuo.
A educação não se adquire somente ouvindo palavras, mas em virtude da
experiência adquirida.
Qualquer reforma de educação deve basear-se no desenvolvimento da
personalidade humana.
Maria Montessori
43
ANEXO
xxxxxxxxx
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Escola Municipal Infante xxxxxxxxxxx
PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL
Aluno: xxxxxxxxxxx Data de Nascimento: 29/03/2007 Idade: 3 anos
LAUDO Catarata Congênita e Glaucoma
NECESSIDADES EDUCATIVAS Para melhor desenvolvimento do aluno é necessário: 1. Melhor posicionamento da mesinha que o aluno utiliza para suas atividades em ralação ao quadro e ao professor;
2. Melhorar a iluminação para proporcionar mais conforto ao aluno, utilizando-se de luz artificial e natural;
3. Utilizar-se da prancha de plano inclinada para melhorar a postura e o posicionamento do aluno, aproximando o texto, facilitando as atividades de desenho, pintura e escrita;
4. Nas apresentações de histórias, figuras, e objetos utilizados nas atividades, deve-se posicionar o aluno próximo ao professor ou a quem esteja executando o trabalho;
44
5. Utilizar textos ampliados e em alto contraste, em negrito e caixa alta, de preferência a utilização da fonte ARIAL, tamanho 96;
6. Utilizar canetas de ponta grossa, como as de ponta porosa, lápis cera, lápis 6B e semelhantes;
7. Utilizar quadro branco com marcadores pretos; 8. Utilizar giz nas cores vibrantes, como fosforescentes, nos quadros negros;
9. Orientar sobre circuito fechado de televisão para a ampliação de imagem
AVALIAÇÃO DAS SUAS DIFICULDADES
Dificuldades em:
• enxergar o que está no quadro; • fazer as atividades quando as figuras estão desbotadas; • enxergar quando as cores são semelhantes, não tendo contraste adequado;
• identificação das cores.
POTENCIAL DO ALUNO O aluno depois de estimulado, com recursos e apoio necessários, passou a mostrar sua capacidade de entender e fazer suas atividades com mais autonomia e segurança, demonstrando o quanto é capaz no seu processo de aprendizagem.
REALIZAÇÕES DO ALUNO O aluno realiza satisfatoriamente as atividades planejadas, alcançando o objetivo proposto.
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS E ATIVIDADES Nas palavras de Emília Ferreiro, os pré-requisitos fundamentais para o letramento e a leitura escrita do DV, são: coordenação viso-motora, psicomotricidade, lateralização, orientação espaço-temporal.
45
O letramento identifica as diferentes linguagens presentes nas atividades da educação infantil, trata-se de linguagem corporal e oral, a escrita, jogos interativos e leitura de imagem. Na linguagem corporal pode-se utilizar a música, pois existem várias versões musicais infantis, que representam as letras, como a ABC da Xuxa etc. A leitura de imagem pode ser representada por produtos e embalagens que se costuma comprar nos mercados. A atividade do “telhadinho” (técnica da palavração) também auxilia o conhecimento das palavras próximas, como o seu próprio nome. As aulas de matemática devem ser ministradas com a utilização de objetos que promovem a contagem, como coleções, jogos com peças e números, o método cousinare, e o método montesoriano, parte tátil e visual Nas aulas de ciência deve-se trabalhar com a conceituação básica, utilizar-se de quebra-cabeças, montagem de corpo humano, coleção de figuras etc.. Na parte de higiene pode-se utilizar a leitura de imagem, atividades de cote e colagem, ligar as figuras às palavras etc. As aulas de Estudos Sociais poderão ser internas ou externas da sala de aula. Interna com atividades de leitura de imagem, corte-colagem, e externas como passeios em museus, tendo como referencial teórico Célestin Freinet. Os jogos pedagógicos são de suma importância, e devem ser utilizados quando possível, pois os mesmos desenvolvem vários sentidos e coordenação do aluno, como o dominó, lotos de animais, jogo da sequência, jogo da memória, figura sombra, figura fundo, jogos de construção etc.. Lev Vygotsky é a principal referência na educação inclusiva,, devendo o professor utilizar-se sempre que possível dos seus métodos.
AVALIAÇÃO DAS PROFESSORAS A avaliação foi feita com base nas atividades em sala de aula, sala de recursos com a professora de apoio, e, ainda, atividades na quadra. A professora regente e de apoio observaram que, com as adaptações e recursos necessários, o aluno teve evolução significativa em sua aprendizagem e em seu desenvolvimento de coordenação motora global e fina, dando ênfase na continuidade necessária ao trabalho para seguir seu processo de aprendizagem no cotidiano de sua vida escolar.
46
BIBLIOGRAFIA
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Autora: Bossa, Nadia A./editora: Artimed / Ano 2007
Dificuldade de Aprendizagem
Autora: Bossa, Nadia A./ Ano 2007 / Artimed
Wiess, Maria Lucia Lemme Psicopedagogia Clinica. Editora Lamparina, 2007.
Wiess, Alba e Wiess, Maria Lucia Leme. Vencendo as Dificuldades de
Aprendizagem Escolar. Editora WAK
Masini, Elcie F. Salzano. A Pessoa com Deficiência Visual. Editora Vetor.
Masini, Elcie F. Salzano. Visão Subnormal. Um Enfoque Educacional. Editora
Vetor.
Baquero, Ricardo. Wygotsky e a Aprendizagem Escolar. Editora Artmed.
Incontri, Dora. Pestalozzi – Educação e Ética. Editora Scipione.
Montessori, Maria. Formazione dell’uomo. Editora Garzant, Milano, 1949.
Montessori, Maria. Educazione Alla Libertà. Editora Laterza & Figli, 1971.
Montessori, Maria. Il Metodo della Pedagogia Scientifica. Editora Miglione,
1935.
Montessori, Maria. La Pace e L`educazione. Editora: Montagna, 1949.