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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA UM
ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL
Por: Solange Moreira Cardoso de Carvalho
Orientador
Prof. Ms. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2007
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA UM
ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Psicomotricidade
Por: . Solange Moreira Cardoso de Carvalho
3
AGRADECIMENTOS
.
.... à Deus por mais esta oportunidade
de aprendizagem e crescimento
pessoal, e pelo discernimento que tudo
tem seu tempo e sua hora, tem hora
para plantar e hora para colher.
Ao meu esposo, Elton, pela
compreensão e apoio à minha busca
de realização profissional.
À minha filha, Thayná, pelo carinho
com que tanto me incentivou na
realização deste trabalho.
Aos amigos e familiares, que de
maneiras diferenciadas estimularam o
meu recomeço....
4
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai, que já terminou a sua
viagem conosco, mas que deixou grande
ensinamento que o Saber é o maior
tesouro que podemos conquistar.
Ao meu esposo e a minha filha que me
incentivaram, acreditando na minha
capacidade de ser e aprender cada vez
mais.
A minha mãe que de maneira silenciosa
exemplifica meus conhecimentos sobre o
idoso e abençoa meu caminhar com seu
doce olhar materno.
5
EPÍGRAFE
Tenhas sempre presente que a pele se enruga,
O cabelo embranquece,
Os dias convertem-se em anos,
Mas o que é importante não muda:
A tua força e convicção não tem idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha,
Atrás de cada conquista vem um novo desafio.
Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua quando todos esperam que desista.
Não deixa que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que, em vez de pena te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos, trota.
Quando não conseguires trotar, caminha.
Quando não conseguires caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenha!!!
(Madre Tereza de Calcutá)
RESUMO
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Este trabalho aborda o processo de envelhecimento humano visando
demonstrar a importância da Psicomotricidade na busca do bem-estar nesta
fase de vida tão marginalizada em nossa sociedade. Aponta a importância da
atividade física, do afeto, da família e da sociedade para um envelhecimento
saudável, destacando a proposta da psicomotridade, junto à outras ciências,
na construção de um homem mais humanizado e conseqüentemente um
processo de envelhecimento mais próximo da saúde biopsicossocial.
Ao finalizar o trabalho aponta-se para a possibilidade de que distúrbios
psicomotores possam ser restabelecidos pelo afeto, visto que o mundo é uma
expansão do ser corporal, isto é, o idoso vivenciará seu corpo, valorizando e
entendendo o verdadeiro significado de si mesmo, quando estiver afetivamente
equilibrado. E que o psicomotricista atue diretamente no entrosamento entre a
técnica e o aspecto emocional trazendo resultados positivos no processo de
envelhecimento saudável.
METODOLOGIA
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A psicomotricidade e suas contribuições para um envelhecimento ativo e
saudável é o foco deste material monográfico realizado no decorrer do curso
de pós-graduação em Psicomotricidade na Universidade Candido Mendes.
Este trabalho foi realizado através de fontes bibliográficas da área de:
Psicomotricidade, Psicologia, Geriatria, Gerontologia e Educação Física.
Foram também utilizados recursos da internet e artigos de jornais e revistas.
Pesquisando os mais recentes estudos sobre envelhecimento humano e
os projetos e movimentos de apoio a 3ºidade principalmente no Estado do Rio
de Janeiro, foi utilizado o recurso de observação em visita à UNATI – UERJ
(Universidade de apoio à terceira idade da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro) durante as aulas ministradas pela professora Cristie Campello.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
8
CAPÍTULO I - Aspectos Biológicos e psicossociais
do envelhecimento humano 12
CAPÍTULO II - Atividades físicas, a Psicomotricidade
e o envelhecimento 19
CAPÍTULO III – Processo de envelhecimento
da população brasileira 25
CAPÍTULO IV – Movimentos de Apoio à Terceira Idade 30
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
INTRODUÇÃO
9
Este trabalho tem como objetivo despertar o interesse, a motivação e a
orientação de idosos a participarem de movimentos dedicados a eles, e
também incentivar os profissionais de psicomotricidade e áreas afins, a
refletirem sobre essa camada da população tão marginalizada. Está sendo
realização atendendo às exigências de produção e desenvolvimento de
monografia para o curso de pós-graduação em psicomotricidade. Assim, a
psicomotricidade e suas contribuições para um envelhecimento ativo e
saudável são o foco deste material monográfico.
Através do estudo da psicomotricidade, das reflexões sobre o processo
de envelhecimento humano e das atuações do psicomotricista nesse processo,
se desenvolverão os capítulos deste trabalho, sempre visando destacar a
importância de um maior e melhor direcionamento de projetos específicos para
a terceira idade, tanto do ponto de vista individual quanto de uma visão global
da sociedade.
O crescente envelhecimento populacional vem despertando interesse
de diversas áreas de estudo. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS, apud Weineck, 1991) é considerado como idoso o individuo que tem
entre 61 e 75 anos de idade. Na literatura direcionada à esta área encontramos
várias classificações, contudo pode-se considerar que um individuo acima de
45 anos já pode apresentar várias limitações negativas, tanto biológicas quanto
psicológicas e sociais, decorrentes desse processo de envelhecimento. Neste
período de vida há um comprometimento da coordenação motora e uma
crescente diminuição do rendimento motor desses indivíduos idosos, podendo
perceber regressões gradativas nas atividades diárias, profissionais e ou
psíquicas. A atividade física deveria ser mais vivenciada pelo idoso e receber
mais importância das instituições dedicadas a ele. A coordenação motora, por
exemplo, se for exercitada adequadamente pode amenizar os danos causados
na sua eficiência pelo processo de envelhecimento.
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A atuação do processo do psicomotricista na 3ª idade age diretamente
na promoção de saúde, auxiliando o idoso a ter uma boa imagem de si e a se
reconhecer no meio sócio-afetivo. A finalidade não é rejuvenescer, então o
profissional de psicomotricidade deve incentivar o idoso a viver a com
satisfação e equilíbrio, utilizando a atividade física como principal instrumento.
No Brasil, os estudos sobre o envelhecimento tiveram início na
medicina em meados do séc XIX. Estudos científicos na área de gerontologia
mostram que o aumento do número de idosos está intimamente ligado a
diminuição dos índices de natalidade e mortalidade, de melhores condições
materiais de sobrevivência, e dos avanços na medicina e na saúde pública. Em
nosso país os idosos são tratados como vítimas de um sistema social injusto
daí a imagem negativa do “velho” no Brasil. O processo de envelhecimento da
população brasileira será abordado neste trabalho de maneira breve e objetiva
semeando a idéia de incentivar as pessoas idosas a se cuidar e se divertir, se
organizando em grupos para continuar “a produzir o gosto pela vida”. Este
trabalho incentivo vem sendo desenvolvido por organizações que visam
promover a saúde do idoso brasileiro.
Um desses movimentos teve inicio na cidade de Florianópolis em 1982
e recebeu a denominação de UNATI – Universidade aberta à terceira idade.
Esta organização tem como objetivo realizar estudos, divulgar os
conhecimentos técnico - cientifico do envelhecimento humano, e promover o
cidadão idoso através de cursos, oficinas de trabalho e grupos de estudos.
Mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro temos a Universidade
Aberta a terceira idade da UERJ criado pelo professor Américo Piquet Carneiro
em 1988. No quarto capítulo deste trabalho teremos a oportunidade de
conhecer mais sobre este tão importante movimento de apoio a terceira idade
no Rio de Janeiro.
Fica assim o incentivo a novas pesquisas e a conscientização do que é
ser velho no Brasil hoje. Os profissionais da área de Saúde e Educação devem
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devolver aos velhos, tanto a alegria do aprender como o prazer de compartilhar
vivências e experiências com os mais jovens. A Psicomotricidade é sem duvida
um dos caminhos a serem seguidos por quem quer viver uma velhice
saudável, ou melhor dizendo, uma “feliz idade”.
CAPÍTULO I
ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS DO
ENVELHECIMENTO HUMANO
1.1 - Aspectos Biológicos e Fisiológicos
12
Com o passar dos anos os sistemas biológicos apresentam alterações
significativas quanto as suas funções e composições influenciadas por fatores
exógenos e endógenos, é o que chamamos “envelhecimento”. O
envelhecimento fisiológico acontece em todos os indivíduos, variando apenas
sua intensidade o que está intimamente ligada às etapas anteriores de vida do
ser humano. As transformações sofridas pelo organismo humano podem ser
verificadas desde o nascimento até a morte, num grau maior ou menor, de
acordo com as características genéticas de cada individuo e de fatores sociais,
orgânicos ou psicológicos que podem retardar ou minimizar os efeitos da
passagem do tempo.
Ao envelhecer o organismo humano reduz o ritmo de funcionamento,
uma vez que os sistemas respiratório, digestivo, circulatório e endócrino
apresentam degradação natural gradativa. As conseqüências dessa
degradação acarretam numa perda de força, elasticidade e massa óssea, o
que restringe a capacidade do sistema locomotor do idoso.
Para alguns autores o envelhecimento é um fenômeno intrínseco
comum a todos os indivíduos (Pont Geis, 2003), neste trabalho serão agora
destacados algumas alterações anatômicas e funcionais do organismo
humano que caracteriza o envelhecimento:
A pele – A pele do idoso perde a elasticidade devido a degeneração do
suporte de colágeno, há perda das fibras elásticas e há desidratação. A atrofia
das glândulas sudoríparas e dos folículos pilosos acarretam numa dificuldade
de manutenção dos níveis de temperatura corporal. E dependendo de vários
outros fatores ocorre diminuição numérica de bulbos ativos, surgindo a calvície.
Os ossos e os músculos – Observa-se uma diminuição na velocidade
de contração muscular e uma atrofia das fibras musculares. Ocorre perda de
mineralização óssea em graus diferenciados. E em nível articular, as
mudanças degenerativas e a falta de uso limitam a mobilidade.
O coração – A capacidade de contração da musculatura cardíaca
diminui e ocorrem distúrbios eletro-cardíaco com diferentes graus de bloqueio
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e de arritmia. Aparecem placas artereoescleóticas e o grau de esclerose tenda
a aumentar.
Os pulmões – A superfície alveolar diminui e a superfície total,
destinada ao intercâmbio de gases durante a respiração, também diminui. Há
um menor fluxo de ar e uma menos adaptação respiratória ao esforço.
O cérebro – Há uma significativa diminuição do número de neurônios
sobretudo nos lóbulos frontais e temporais. São observadas mudanças
degenerativas que acarretam atrofia do córtex cerebral e dilatação ventricular
ocasionando, entre outros, lentidão global nas funções sensório-motoras.
Pode-se afirmar que, nas pesquisas realizadas, constatamos a ocorrência da
diminuição em todos os neurotransmissores (acetilcolina, dopamina, serotina,
noradrenalina e gaba), promovendo alterações bastante complexas no
mecanismo cerebral. (Velasco, 2006)
Os fatores anteriormente mencionados são apenas uma parte das
inúmeras possibilidades de buscar caracterização para o processo de
envelhecimento humano. De um modo geral pode-se concluir que o processo
de envelhecimento é natural, fisiológico e caracterizado pela manutenção de
quase todas as funções orgânicas, em condições habituais com progressiva
redução funcional dos órgãos e aparelhos. Podendo-se ainda afirmar que as
disfunções características no idoso são fruto de excessiva demanda, imposta a
um sistema fisiologicamente incapaz de supri-la, ou ainda, pela existência de
processo patológicos que merecem atenção diagnostica e terapêutica.
1.2 - Aspectos Sócio-afetivos
1.2. 1 – O social
A cultura ocidental valoriza excessivamente a capacidade de produção
e consumo, retirando do idoso, que pouco produz e consome, seu significado e
importância social. No Brasil a maioria dos idosos após a aposentadoria
reduzem progressivamente as relações sociais e esta falta de convívio tende a
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provocar problemas psicológicos culminando com a perda de motivação pelas
diferentes formas de atividade física e de lazer.
O idoso, com o passar do tempo, baseado na visão meio selvagem de
nosso sistema, deixa de ser pessoa, pois se despede do seleto grupo dos
consumidores, quando a vaidade cede espaço à enfermidade; e de gente,
passa a ser indigente. (Velasco, 2006)
O Estatuto do Idoso foi aprovado em outubro/2003, publicado e em
vigor desde janeiro/2004, tenta estabelecer normas, regras e leis para respeitar
a dignidade das pessoas da terceira idade em nossa sociedade. A proteção a
esse grupo da população se tornou obrigatória podendo der punida com pena
de prisão aos infratores.
A lei considera idoso todo aquele cidadão com idade igual ou superior
à 60 anos. Todos – jovens e idosos – têm direito à vida, à saúde, à cultura, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária. A diferença é que, assim como
as crianças e adolescentes, os idosos são amparados por lei.
É preciso que haja uma reeducação social em relação ao idoso, a
sociedade deve conscientizar-se da importância de tratá-los com respeito.
Colocar o Estatuto do Idoso em prática é muito mais uma questão de cidadania
do que de legalidade absoluta.
Ideal seria analisar as dificuldades e os avanços no processo de
construção da realidade sócio cultural que envolve a questão da velhice e do
processo de envelhecimento no Brasil. O foco mais importante deve ser a
criação, ampliação e melhoria de propostas de ação que possam aumentar o
nível de qualidade de vida e dignidade do idoso brasileiro, sempre com objetivo
de possibilitar a proteção e inclusão social.
1.2. 2 – O afetivo
A palavra “emoção” denota um sentido de movimento (moção), ou
seja, um movimento da mente ou da alma que se dirige para fora em busca de
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comunicação (Monteiro,2003). Em psicomotricidade pode-se dizer que emoção
é o combustível da vida humana, é uma expressão que procura o seu
reconhecimento através da ação.
Se os velhos manifestam os mesmos desejos, sentimentos e
reivindicações dos jovens, eles escandalizam. Neles, o amor e ciúme são
vistos como ridículos, a sexualidade repugnante, a violência irrisória. (Simone
Bevauvoir Apud Monteiro, 2003)
Os velhos devem dar exemplo de todas as virtudes, aceitando sua
condição de infelicidade sem reclamar, afastando-se da “emoção”, do contrário
será visto como “caduco”, de quem as pessoas zombam e acham graça.
É importante encorajar os idosos a redescobrirem o seu próprio
espaço, tendo consciência de sua importância como ser que se mantém
situado no espaço e no tempo, possuindo sua forma própria de viver como
humano. Neste processo de redescoberta a Educação possui um papel
fundamental e o psicomotricista um vasto campo de atuação. O encorajamento
ao idoso nasce na percepção de processos de aprendizagem que mostram o
quanto estamos presos à armadilhas sócio-culturais, que marginalizam os
velhos por serem diferentes em sua forma de viver.Se o processo de
conscientização e reeducação social tiver sucesso, os idosos poderão através
de sua própria transformação, criar novos comportamentos e reencontrar o
espaço familiar e social que julgavam perdidos.
O aspecto psicológico do ser humano pode ser entendido pela
experiência subjetiva do tempo, e pelo modo como é percebido e vivenciado
pelo indivíduo. No idoso encontra-se uma vivência interna de redução na
velocidade da passagem do tempo, ao passo que externamente o tempo
parece acelerado.
Humberto Maturana, biólogo, assinala que patologias como neuroses,
distúrbios psicomotores e alterações na convivência podem ser corrigidos com
o restabelecimento do amor, porque a dinâmica biológica depende do amor. O
amor é um processo recíproco espontâneo de aceitação (Monteiro, 2003).
A velhice precisa ser uma estrada pontuada por atos de amor, se o
idoso não estiver permeado pelo amor, sua biologia se modificará, com isso,
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sua própria interpretação do mundo. O mundo é uma expansão do ser
corporal, isto é, o idoso vivenciará seu corpo, valorizando e entendendo o
verdadeiro significado de si mesmo, quando estiver afetivamente equilibrado.O
idoso que consegue restabelecer o reconhecimento de seu valor corporal
estará contribuindo também para o seu restabelecimento como ser social,
reconhecendo seu direito a continuar sua caminhada rumo à novos
aprendizados.
O afeto, o carinho, o toque podem derrubar a barreira do isolamento,
trazendo para perto o idoso, envolvendo-o, comunicando através da pele, o
amor, “resgatando a solidão do monólogo para atingir a possibilidade do
diálogo” (Mucida,2006), formando laços recíprocos de solidariedade somente
possíveis a partir do encontro de dois seres humanos: o idoso e o outro. Os
velhos não desejam ser tolerados, mas respeitados e compreendidos e
principalmente amados.
1.3 – Imagem Corporal e Velhice
Embora sejamos muito semelhantes, cada um de nós possui
características e aspectos próprios que nos diferencia. Cada um desses
aspectos vai depender de questões orgânicas, sociais e/ou emocionais que
nos faz únicos.
Segundo Bermúdez, nós possuímos várias maneiras de perceber e
conhecer o próprio corpo. Maneiras estas que utilizamos para representar o
nosso corpo, como também os corpos dos outros. Decerto, não podemos
saber o que sentem os corpos dos outros, mas conhecemos parte das
sensações perceptíveis, o que permite manter-nos em comunicação com os
objetos do mundo exterior, compreendendo quem somos e quem são os
outros, ou seja, onde terminamos e onde os outros começam. (Monteiro,2003)
O movimento é essencial à unificação dos diferentes segmentos do
corpo e através dele nos relacionamos com o mundo externo, o que nos torna
capazes de sintetizar as diversas sensações relativas ao nosso corpo.
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Alguns estudos demonstram que a imagem corporal dos velhos não
sofre distorções simplesmente porque estas pessoas são velhas, isso porque a
imagem corporal ajusta-se gradualmente ao corpo físico durante o processo de
envelhecimento. Porém, ela pode sofrer alterações quando o corpo físico
apresenta-se com limitações de seus movimentos, devido a
comprometimentos patológicos ou devido a distúrbios da motivação que,
consequentemente, acarretarão distúrbios de movimento. (Monteiro,2003)
Freqüentemente, é possível observar velhos que perdem a motivação
por perderem os seus objetivos, acreditando na inércia como sendo um
processo inerente à velhice. A motivação é a principal chave para o movimento
expressivo do corpo, realimentando a possibilidade de novas descobertas que
dêem um sentido pleno.
O velho que se encontra limitado e sem possibilidades de expressão
através do seu corpo poderá sofrer lacunas em sua imagem corporal, gerando
apagamento de seu plano motor, criando novas memórias motoras
caracterizadas por movimentos deficientes. Essa deficiência pode associar-se
a sua crença de que ser velho é estar doente e limitado, é perder as forças,
sendo deficiente em suas ações, incapacitado em sua expressão. Essa, por
sua vez, pode ser ainda reforçada por outras pessoas que se relacionam com
os velhos. Cuidar não é uma simples intervenção, mas uma interação. Desse
modo, em qualquer relação onde haja a intenção de cuidar, deverá existir a
confiança mútua, isto é, não somente o velho que deve confiar em quem cuida,
mas a pessoa que cuida também deverá confiar em seu velho.
A imagem corporal é construída e reconstruída continuamente a partir
da relação que estabelecemos com o mundo, apreendendo os objetos em
forma de imagem.
O velho que não participa ativamente de mundo perde a noção do
tempo presente, desestrutura o seu passado, obscurecendo a possibilidade de
futuro. Suprime o aprendizado, omitindo as lembranças de dores e
sofrimentos, mas também de prazeres e alegrias que formam a sua história,
contida em sua imagem corporal.A imagem corporal é construída e
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reconstruída continuamente a partir da relação que estabelecemos com o
mundo, apreendendo os objetos em forma de imagem.
Na velhice a imagem é marcada por diferentes mudanças diante das
quais o idoso fará um trabalho de luto, de perda. Não existe uma valorização
possível dessa imagem pela qual como na adolescência o idoso poderia se
identificar. A imagem da velhice além de não ser valorizada culturalmente, não
traz perspectivas de novas aquisições, pelo contrário, delineiam-se apenas
perdas. As modificações na imagem poderão provocar a entrada na velhice
com um sentido negativo. Como o envelhecimento se processa geralmente de
forma silenciosa, ao contrario da sempre ruidosa adolescência, o sujeito tem
na velhice possibilidades a adaptar-se a àquilo que se instala por pequenas
modificações. Isso, não impede, contudo, o surgimento de dificuldades
concernentes ao reconhecimento e aceitação da imagem que a velhice impõe.
(Mucida,2006)
CAPÍTULO II
AS ATIVIDADES FÍSICAS, A PSICOMOTRICIDADE E O
ENVELHECIMENTO.
2.1 – Atividades Físicas
Cada vez mais, os idosos têm a necessidade de preencher seu tempo
livre realizando atividades gratificantes e a atividade física é uma delas.
A atividade física tem efeitos positivos para o organismo ajudando a
manter bons níveis de saúde e melhorando a qualidade de vida. As atividades
planejadas especialmente para idosos devem ser gratificantes, motivadas,
19
integradora e de fácil realização. Deve-se buscar uma homogeneidade no
grupo levando-se em conta o nível físico, social e de interesses que levam os
participantes a procurarem regularmente tal atividade.
As atividades físicas podem ser propostas a nível preventivo, de
manutenção ou de reabilitação. No trabalho com idosos deve-se estar atento a
linguagem corporal e na comunicação não verbal tão característica na terceira
idade. Nesta faixa de idade os instrumentos comuns de expressão corporal
são:
1. O corpo – experimentando e vivenciando o movimento.
2. A voz – expressando o som e ritmo interno.
3. O gesto – como movimento expressivo do corpo, observando-
se a direção e intensidade como é realizado.
4. A postura – como forma de ânimo.
5. O espaço – as possibilidades do corpo ao deslocar-se e a
relação que existe entre o individuo e o espaço que se
encontra.
6. O tempo – quanto à velocidade, intensidade e ritmo no
movimento.
Toda atividade física implica em movimento, e toda forma de
movimento implica na relação e comunicação. Na prática com idosos deve-se
ter como objetivo principal a melhoria na comunicação com o outro, a
aceitação de si mesmo e do próximo, levando em conta, a todo o momento
suas necessidades, suas motivações e seus interesses, suas capacidades
físicas e psíquicas, e suas vivências. “Uma atividade física direcionada à
idosos não deve apenas dirigir-se ao movimento, mas também e
principalmente a expressão e ao sentimento que aquele movimento desperta
no idoso. A expressão por meio do corpo é a linguagem do gesto, e cada gesto
é uma mensagem para si mesmo e para os demais” (Aymerich Apud Pont
Géis, 2003)
A prática de atividade física de forma regular e controlada apresenta-
se, então, como importante meio de se manter em atividade sistemas
20
orgânicos, possibilitando seu melhor funcionamento, reduzindo os efeitos do
envelhecimento, o risco de algumas doenças e proporcionando uma melhor
disposição para o cotidiano.
Embora os efeitos sejam difíceis de medir, sempre se evidenciam os
efeitos psicossociais benéficos ao idoso que pratica atividades físicas.
De maneira geral, o que se observa no corpo dos idosos são
contrações e rigidez em determinadas regiões corporais, mantendo uma
determinada padronização variando em intensidade.
As alterações na coluna vertebral de maneira generalizada impedem a
locomoção dos idosos e assim limitam sua funcionalidade em participar de
atividades como: caminhas, ir ao baile, viajar, entre outros. As alterações nos
joelhos que impedem o equilíbrio no deslocar e no caminhar dificultam a ação
em direção de nossos objetivos. As tensões localizadas no pescoço dificultam
sua capacidade de orientação e observação e, o mundo assim passa a ser
linear e sem motivação.
Com a prática da atividade física, aumenta-se o fluxo energético para
que os movimentos venham a fazer parte novamente da natureza do individuo,
evitando vários problemas emocionais como, por exemplo, a ansiedade e o
estresse.
Pesquisas mostraram que a atividade física reduz sensivelmente os
níveis de ansiedade, estresse e depressão e pesquisas experimentais
apresentaram resultados positivos quanto à redução da depressão tanto em
pacientes clinicamente deprimidos, quanto em pacientes do grupo de controle.
Os exercícios foram eficazes como psicoterapia, embora exercícios mais
psicoterapia fosse um antidepressivo melhor que só exercícios. (O Kuma Apud
Winter, 2006)
2.2 – Psicomotricidade
Além do impacto que a atividade física regular pode ter na prevenção e
no tratamento de doenças crônico-degenerativas em idosos, ela colabora com
manutenção da capacidade funcional, mesmo na presença de doenças. O
21
trabalho de um profissional em psicomotricidade não deve limitar-se à
realização, trata-se de uma proposta que leve o idoso a se reconhecer,
descobrir seus limites, suas próprias condições, valorizar suas qualidades,
enfim um programa no qual os objetivos e os conteúdos reúnam requisitos
básicos para incidir em uma melhora dessas qualidades.
Uma das propostas da psicomotricidade é alinhar-se a outras ciências
na construção de um homem mais humanizado. O trabalho em
psicomotricidade tem como foco o movimento organizado e integrado, em
função das experiências vividas pelo ser humano, a ação de seu corpo em
relação ao mundo interno e externo, sua individualidade, sua linguagem e o
processo de inserção social.
Quando usamos o termo “psicomotor”, no referimos à maneira pela
qual o individuo de expressa no mundo, a consciência de seu próprio corpo, a
significação de seus gestos, a comunicação com os outros e a sua adequação
no tempo e no espaço. (Velasco, 2006)
Os processos evolutivos do ser humano ocorrem num plano biológico e
social, especialmente nas relações corpo-mente. O biológico e o social
caracterizam e ser humano pelos registros em sua historia de vida pelas
modificações e adaptações na interação do corpo com o meio ambiente.
Quando Victor da Fonseca (1998) diz: “No envolvimento da mãe, pré-
estruturam-se os reflexos, ou seja, a memória da espécie. No envolvimento
com a família, desenvolvem-se as primeiras aquisições motoras e lingüísticas.
No envolvimento com a sociedade, evoluem as primeiras aquisições
psicomotoras e psicolingüísticas.” Ele estabelece que o desenvolvimento da
motricidade infantil depende fundamentalmente da motricidade (conduta) do
adulto.
É pela motricidade que a inteligência humana se desenvolve
materializa-se, constrói-se e edifica-se. A motricidade reúne em si duas
componentes ontogênicas fundamentais: a diferenciação estrutural do sistema
nervosos central e a aquisição progressiva de padrões comportamentais, da
sensação à conceitualização, passando pela percepção, pela retenção e pela
simbolização. (Velasco, 2006)
22
2.3 – Retrogênese
A evolução humana é um constante processo de reorganização desde
o nascimento até a morte durante este processo as grandes mudanças são
inevitáveis.
A retrogênese estuda o retrocesso no desenvolvimento humano, cuja
principal característica seria a deteriorização seletiva nas diferentes zonas do
cérebro, este empobrecimento neuronal causado pelo tempo leva a um
declínio funcional no processo de envelhecimento humano.
Experimentalmente Victor da Fonseca (1988) verificou, em termos
ontogenéticos, que a organização psicomotora de acordo com o modelo
neuropsicológico de Luria, evolui do primeiro ao terceiro bloco funcional, ou
seja, da tonicidade à praxia fina, sugerindo a evolução maturacional da córtex
humana, parte do tronco cerebral (primeiro bloco) para os hemisférios
cerebrais (segundo e terceiro blocos), dando significado ao principio da
hierarquia estrutural do cérebro (Velasco, 2006).
A psicomotricidade tem uma visão global do ser humano considerando
os aspectos biológicos, sociológicos e culturais, respeitando a abordagem
filogenética (bioantropológica) e ontogenética (psicobiológica) do
desenvolvimento mais completo deve-se considerar também a retrogênese
(retrocesso do desenvolvimento humano).
A vida, como a evolução, é uma implacável e inexorável seqüência de
experiências, revelando o nosso patrimônio filogenético e evidenciando a
nossa competência ontogenética, que, num momento determinado, se
esvanece e regride – da filogênese à retrogênese, passando pela ontogênese.
(Velasco,2006)
2.4 – A Psicomotricidade e o Idoso
“Le Boulch (1982) afirma que a imagem do corpo representa uma
forma de equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade.Ele não
23
corresponde só a uma função, mas sim a um conjunto funcional cuja finalidade
é favorecer o desenvolvimento.”
Quanto mais o idoso tiver uma boa imagem de si, quanto mais se
reconhecer no meio sócio-afetivo, mais terá capacidade de perceber o outro
que é diferente dele.
No trabalho com idosos o psicomotricista precisa levar em
consideração todas as diferenças buscando principalmente a auto-estima e a
valorização do que se é e do que se pode fazer. O psicomotricista jamais
poderá deixar de lado os aspectos psicológicos que envolvam uma atividade
lúdica ou motora proposta ao grupo de idosos, o perfeito entrosamento entre a
técnica e o aspecto emocional que terá resultados infinitamente positivos no
processo de envelhecimento saudável.
Estudos realizados na cidade do Rio de Janeiro (Veras, 1995)
indicaram que, dos idosos entrevistados, 82,5% consideravam ter boa saúde, e
não relataram nenhum problema de saúde física, enquanto os demais
recorreram a diferentes serviços de saúde e por um período de tempo maior.
Essas informações foram obtidas a partir do próprio relato dos idosos e não
indicam, necessariamente, as reais condições de saúde destes. Entretanto
traduzem a percepção que os idosos têm sobre a sua própria saúde,
sinalizando que o processo de envelhecimento deve ser analisado tanto do
ponto de vista daqueles que, por necessidade, recorrem aos serviços de
saúde, como dos outros que precisam manter sua saúde e a autonomia.
O trabalho da psicomotricidade na terceira idade baseia-se na
percepção que os idosos têm sobre sua própria saúde, ou seja, o
psicomotricista age diretamente na promoção de saúde: CORPO-MENTE-
MOVIMENTO.
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, o psicomotricista
é o profissional da área de Saúde e Educação que pesquisa, ajuda, previne e
cuida do homem na aquisição, no desenvolvimento e nos distúrbios da
integração soma psíquica.
O psicomotricista que se dedica ao trabalho com idosos deve ainda
enfocar os aspectos positivos dessas pessoas, aprimorando suas capacidades
24
e ampliando relacionamentos sociais, estimulando a criatividade, a auto-estima
e desenvolvendo atitudes sociais desejáveis, concentrando seu trabalho na
busca de materiais adequados ao idoso, buscando principalmente o bem estar
e a satisfação dos idosos durante o processo terapêutico.
Considera-se que o grande apoio de que os idosos necessitam é
serem incentivados a tomar decisões de ordem prática e utilizar recursos
disponíveis, para a manutenção e melhoria de seu bem estar e qualidade de
vida. A finalidade não é rejuvenescer, mas proporcionar condições melhores
físicas e psicológicas para viver com satisfação e equilíbrio.
CAPÍTULO III
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA.
O reconhecimento da importância da pesquisa no campo da terceira
idade é recente no Brasil. Pesquisas sobre o envelhecimento da população
brasileira apresentaram os tipos de problemas que são enfrentados para
atender à demanda de um grupo social que rapidamente se configura e, para o
qual, não existe tradição brasileira em colocá-lo como foco de atenção em
diferentes áreas de estudo (Freitas, 2004).
A distribuição de idosos no Brasil acompanha a história da imigração e
migração brasileira. Nas áreas urbanas, existe uma maior concentração de
idosos vivendo em bairros mais antigos centrais, enquanto que nos estados do
nordeste e do sul, há predominância de idosos vivendo nas áreas rurais.
Levando-se em conta a heterogeneidade dos estados brasileiros, a
transição demográfica ressalta as condições materiais de sobrevivência da
população e as diferentes culturas e estilos de vida entre os estados. Outro
aspecto a ser ressaltado é a concentração da população em diversos grupos
25
sociais, de diferentes faixas etárias que passam a fazer parte da realidade
brasileira, em função do aumento da expectativa de vida dos brasileiros.
O aumento do número de idosos na população, não é característica
apenas em nosso país, é uma tendência mundial, em função da diminuição
dos índices de natalidade e mortalidade, de melhores condições materiais de
sobrevivência, do progresso na Saúde Pública e dos avanços na Medicina.
Outro fato que merece destaque é o de que a maioria da população de
idosos brasileiros é constituída por mulheres com 65 anos ou mais (Camarano,
2002). As mulheres idosas utilizam os serviços de saúde com maior freqüência
do que os homens idosos, a maioria delas tem uma posição econômica
precária, em função principalmente da dependência da renda e/ou da pensão
do marido. Em suas pesquisas, Berquó e Camarano descrevem o
envelhecimento como processo feminino, porque na maioria dos casos as
mulheres envelhecem sozinhas, sem a companhia do parceiro, muitas vezes
ainda com a responsabilidade de cuidar de outros idosos.
O envelhecimento da população brasileira é analisado, principalmente
baseando-se nos Serviços e Políticas Públicas de Saúde destinados aos
idosos e enfatizando-se a necessidade de atender às conseqüências negativas
desse processo.A maioria dos discursos de especialistas nessa área de
estudo, aponta o idoso brasileiro como vítima privilegiada do sofrimento, seja
este originado nos problemas do afastamento do mercado de trabalho, ou
pelas perdas que a velhice acarreta (morte de entes queridos) ou ainda pela
incapacidade do Estado e das famílias assumirem seus idosos. A ausência de
serviços específicos para esse grupo social (os idosos brasileiros) direciona
todos os esforços dos profissionais interessados neste campo de atuação,para
a necessidade de agilizar a implantação desses serviços.
No Brasil, os estudos sobre o envelhecimento tiveram início na
medicina em meados do séc. XIX. Mais tarde, outros estudiosos da área das
Ciências de Saúde interessaram-se por este campo de estudo. No
desenvolvimento desses estudos, a Psicologia tem papel fundamental, pois
enfatiza as experiências e vivências do sujeito no processo, proporcionando
uma visão mais abrangente sobre o envelhecimento, à medida que não está só
26
atrelada aos limites do corpo físico daqueles que envelhecem. A iniciativa da
Psicologia nesse campo de estudo, na década de 50, começou a mobilizar a
sociedade na busca de soluções para os problemas individuais e coletivos
emergentes de uma população idosa . Na Psicologia, os primeiros estudos
tinham a preocupação de entender o envelhecimento como um processo
integrante do desenvolvimento humano; no entanto, a perspectiva de análise
dominante daquela época enfatizava a velhice apenas como um período de
perdas tanto físicas como psicológicas e sociais. As características das
pesquisas em Psicologia também são identificadas em estudos de outras
áreas do conhecimento, como destaca Guimarães (1996,p.73) sobre a
urgência que caracteriza os estudos em Geriatria e Gerontologia que,
apresentam resultados mais práticos do que teóricos e fundamentados em
conceitos deficitários e universais sobre a velhice. Esse sentimento de
urgência surge em função do contexto social, cultural e histórico que propiciou
a evolução dessas disciplinas sob uma ótica predominantemente ateórica (Néri
apud Guimarães, 1996,p.73).
Acredita-se ser responsabilidade dos estudos de Psicologia e porque
não dizer, mais recentemente também os estudos de Psicomotricidade,
dissolver a idéia e as associações diretas entre doença e velhice. No contexto
brasileiro o psicomotricista e demais colegas de áreas afins devem
desenvolver seus trabalhos no sentido de devolver aos velhos, tanto a alegria
do aprender como o prazer de vivenciar experiências com os mais jovens,
podendo assim reassumir um papel social que lhe tem sido tirado pela
sociedade neoliberal de consumo.
O envelhecimento populacional deveria ser alvo de comemoração,
afinal a expectativa de vida passou de 43 para 70 anos em apenas cinco
décadas (O Estado de São Paulo 1996,07 abril), no entanto é motivo de
preocupação, passando a ser um problema social que justifica a promoção
urgente de reforma no sistema previdenciário.
No Brasil, o envelhecimento populacional e a situação econômica da
Previdência são apontados como causadores dos problemas previdenciários.
Na verdade o sistema previdenciário deveria funcionar como sistema de
27
proteção ao trabalhador, mas é um sistema regressivo de transferência de
renda.
Podemos destacar a imagem de velhice do povo brasileiro onde os
idosos são apontados como um grupo afetado pela pobreza, prejudicado pela
doença malcuidada, injustiçado e desamparado, necessitando de medidas
especiais de proteção e nem sempre tendo suas necessidades básicas
supridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como é o caso dos portadores
da doença “mal de Alzheimer” que estão relegados ao desamparo, já que não
existem número suficiente de ambulatórios e hospitais adequadamente
preparados para atendê-los.Vale a pena destacar que alguns setores da
Saúde e da Educação vem se esforçando para melhorar o atendimento ao
idoso nas redes públicas, um desses projetos é o atendimento domiciliar que já
está sendo implantado em alguns municípios brasileiros.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2005) quando se fala de
idosos saudáveis se pensa em : eficiência em atividades remuneradas ou
voluntárias, conservação e transmissão dos legados culturais, tolerância e
experiência.Ao estimular políticas de envelhecimento saudável busca-se a
revisão da distribuição de recursos para a Saúde e a Previdência.No caso do
Brasil, a reforma da previdência e o custeio dos programas de atenção à saúde
do idoso são cruciais ao estabelecimento do equilíbrio no sistema social e à
proteção do bem estar do idoso.
O caso do Asilo Santa Genoveva, no estado do Rio de Janeiro em
1996, chamou atenção do país aos maus tratos e a corrupção que lá existia.
Em suas dependências morreram 98 idosos, 52 dos quais num único mês,
sem que sequer suas famílias fossem notificadas( O Estado de São Paulo,
1996,1º de maio ) . Ainda segundo o jornal “O Estado de São Paulo “(1996,5
de junho) o caso do asilo Santa Genoveva não foi e não é um caso isolado nas
relações da sociedade brasileira com seus idosos, este seria apenas um entre
numerosos exemplos de abusos cometidos por casas de repouso e
asilos.Talvez se houvesse um conjunto de normas específicas para o
funcionamento de instituições geriátricas, monitoradas e avaliadas por um
28
órgão do Ministério da Saúde, fosse possível ter uma maior tranqüilidade no
que diz respeito a confiabilidade dos serviços prestados por tais instituições.
Outro aspecto que pode ser destacado é o de que a legislação
brasileira colabora para os negócios ilícitos de amparo à velhice, quando
proíbe que homens com 60 anos ou mais se casem com comunhão de bens, e
lhes permite a doação espontânea da metade de se patrimônio, isto implica
que idosos asilados dividam seu patrimônio/herança com os filhos, o que os
torna mais expostos aos maus tratos e a negligência. Os idosos são em muitos
casos vítimas da ganância de empresários e do abandono de suas famílias e
da sociedade. Na verdade, essa é uma forma estreita de ver a questão, porque
a falta de afeto é apenas uma das possibilidades entre as que determinam a
institucionalização. O desemprego, a solidão, os conflitos familiares, fazem
com que os idosos não tenham para onde ir. Em todos esses casos, bons
asilos são uma alternativa muito melhor do que viver nas ruas ou ser
maltratado por suas famílias.
No Brasil o conceito predominante de velhice é negativo, mas para
uma grande maioria de profissionais da área de Saúde e Educação, os males
da velhice podem e devem ser prevenidos por um adequado estilo de vida, que
mescla cuidados, atividade, otimismo e disposição pessoal. Há necessidade da
criação de espaços significativos para a participação social dos idosos nas
comunidades, aumentando sua visibilidade, lutando por direitos de cidadania e
contra exclusão social e preconceitos.
No próximo capítulo deste trabalho terão destaque os movimentos de
apoio à terceira idade que já estão sendo postos em prática, especialmente no
estado do Rio de Janeiro. Para estes projetos e seus idealizadores a boa
velhice é aquela associada à boa saúde, ao auto cuidado, a atividade física, a
satisfação e ao otimismo.
29
CAPÍTULO IV
MOVIMENTOS DE APOIO À TERCEIRA IDADE.
A idéia de um movimento dedicado à idosos surgiu em 1973 em
Toulouse, na França, na busca de alternativas de melhores condições de vida
para os idoso franceses. A partir daí esse movimento também aconteceu em
outros países da Europa, além dos EUA e do Canadá. Os cursos, oficinas de
trabalho, os grupos de estudos e outras modalidades oferecidas à população
de idosos são diversificados e abertos, centrados no modelo de educação de
cada país. De um modo geral é um sistema aberto e disponível a diferentes
cursos universitários, especialmente nas áreas de ciências humanas e artes.
No Brasil este movimento iniciou-se na Universidade Federal da Santa
Catarina em Florianópolis no ano de 1982 (Pacheco apud Von Simson, 2006)
com a criação do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI). Foi o primeiro
programa universitário brasileiro concebido com o objetivo de realizar estudos,
divulgar conhecimento técnico - cientifico do envelhecimento humano, formar
recursos humanos e promover o cidadão idoso (Cachioni apud Von Simon,
1999).
Na década de 1980 encontramos no interior das universidades núcleos
de estudo sobre o envelhecimento que deram importante contribuição para o
aprofundamento dessa temática, buscando modificar a imagem do idoso
perante a sociedade acreditava-se que as dificuldades decorrentes da idade
30
poderiam ser compensadas através da inserção dos idosos em um programa
que apresentasse novas possibilidades de vida social, atividades físicas,
culturais e de ações de saúde preventivas.
Mas a primeira Universidade Aberta à Terceira Idade que mais se
aproxima do modelo francês foi criada em Campinas, na Pontifícia
Universidade Católica, com os objetivos de promover a educação permanente,
estimular a reinserção social dos idosos e consolidar os objetivos da PUC-
Campinas, através de um trabalho interdisciplinar, interdepartamental voltado à
comunidade (Martins de Sá, 1996).
No Rio de Janeiro, um dos pioneiros a tratar o tema do vínculo da
universidade brasileira com programas destinados aos idosos foi o professor
Américo Piquet Carneiro, em 1988. Na aula inaugural da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), discursou sobre o envelhecimento da
população brasileira e a responsabilidade da universidade perante essa nova
realidade (Von Simson,2006).
Daí teve origem o Núcleo de Atenção à Saúde do Idoso do Hospital
Universitário Pedro Ernesto, da UERJ que depois se transformaria no
programa Universidade Aberta da Terceira Idade/ UERJ, funcionando uma
micro universidade integrando ensino, pesquisa e extensão, espaço onde os
idosos podem relacionar-se, estudar, freqüentar cursos regulares e
organizados de acordo com seu perfil.
4.1 – Universidade aberta à terceira idade no município do Rio
de Janeiro
4.1. 1 – A proposta da UNATI-UERJ
A UNATI-UERJ iniciou suas atividades em agosto do ano de 1993 e
veio a se constituir como a primeira iniciativa de programa de universidade de
terceira idade de caráter público no estado do Rio de Janeiro, que já contava
com outros programas vinculados às universidades particulares.
31
O núcleo UNATI está estruturado em três módulos: ensino, pesquisa e
extensão, que também são as áreas de atuação da Universidade. Buscando
desenvolver ações articulando os três módulos é que a UNATI se constitui
como uma micro universidade temática nas questões do envelhecimento.
Na perspectiva da elevação da qualidade de vida do idoso pretende-se
na UNATI:
-proporcionar um local qualificado como instituição de saúde pública,
de socioterapia e de serviços comunitários, além de pesquisas e ações
gerontológicas;
-promover cursos para atualização de conhecimentos, buscando a
integração dos idosos à sociedade contemporânea;
-capacitar profissionais de várias áreas do conhecimento para o
atendimento de problemas de pessoas idosas;
-assessorar órgãos governamentais e não-governamentais na
formulação de políticas específicas para o grupo etário de mais de 60 anos.
4.1. 2 – Ensino na UNATI-UERJ
Junto com a Coordenação Pedagógica, é organizada a programação
dos cursos livres para os idosos.
O idoso que estiver interessado em freqüentar o programa poderá
escolher até três cursos por semestre. Além disso, poderá participar das
palestras e outros eventos ao mesmo tempo que é estimulado a freqüentar os
espaços da universidade que oferecem farta programação científica e cultural.
Pensar a educação de idosos como um processo contínuo, a nosso
ver, é desenvolver uma nova postura crítica e reflexiva frente aos problemas
decorrentes dessa fase da vida, estimulando a emergência de potencialidades
e da criatividade dos alunos idosos. Nesse processo é importante que o idoso
32
possa exercitar uma visão crítica da realidade em que vive e atua, bem como a
convicção de que é possível transformá-la (Nunes, 1993).
Para que o idoso freqüente a UNATI basta que tenha 60 anos, idade
considerada como de início da velhice pela Organização Mundial de Saúde
para os países em desenvolvimento.
As mulheres têm sido maioria no programa. Em pesquisa de perfil do
aluno realizada por Nunes e Peixoto (1994) concluiu-se que, da mostra de 250
alunos entrevistados, de um total de 820 idosos, 83,6% eram mulheres e
apenas 16,4% eram homens.
Estudos de Sant Anna (1997, p. 80) com o objetivo de conhecer os
alunos da UNATI comprovam os resultados daquela mostra, encontrando
percentual semelhante para as mulheres idosas que freqüentam o programa:
83,8%. Nota-se que essas mulheres estão dispostas a rever valores e atitudes
cristalizados em nossa sociedade a respeito de seu papel como mulheres
idosas e estão se lançando em novos aprendizados nas atividades oferecidas
nesse programa de universidade de terceira idade que lhes informa sobre
novos modos de envelhecer.
4.1. 3 – A Psicomotricidade na UNATI-UERJ
Os idosos que freqüentam o programa têm passado uma imagem de
idoso ativo que recria a velhice como tempo de adquirir novos conhecimentos,
realizar projetos deixados de lado ao longo da vida e cuidar mais de si mesmo,
valorizando-se como sujeito que se sente produtivo, pois desenvolve atividades
artísticas, culturais, aprende línguas estrangeiras e quer conhecer seus direitos
e sentir que é respeitado pela sociedade que ajudou a construir.
Em visita ao projeto numa das aulas ministradas pela professora
Cristie Campelo, foi possível observar que o trabalho em Psicomotricidade com
os idosos daquela turma é como um combustível para o dia a dia do grupo, as
experiências vivenciadas no grupo demonstram um nível de entrosamento
muito saudável e levam para os momentos extra classe uma enorme força de
vida e de afeto. As pessoas demonstram estar motivadas a continuar
33
crescendo e vivenciam as propostas de movimento e ação de acordo com
seus limites, e mesmo aqueles que não se sentem prontos a participar de uma
determinada atividade que estava sendo proposta (atividade de ritmo e dança)
participam do momento final (feedback) e expressam seus sentimentos de uma
forma inteiramente entrosada aos demais participantes.Foi um momento muito
rico em experiências e observações de um grupo disposto a viver de maneira
saudável e prazerosa a terceira idade.
Os programas UNATI, pela sua amplitude, pela sua aceitação social,
por serem uma experiência nova, podem tornar-se um lócus privilegiado,
através da relação aberta de pessoas de diferentes idades, de construção de
um novo espaço em que educação, trabalho e lazer possam caminhar juntos,
sem barreiras para entrada, saída e participação. (Von Simson,2006)
4.2 – O Estatuto do Idoso
No Brasil foi aprovada a lei que protege os idosos, podendo até punir
os infratores com pena de prisão, é a lei 10.741 de 1ºde outubro de 2003 ainda
que desconhecida por muitos brasileiros e estrangeiros que vivem no Brasil e
por muitos idosos que deixam de exigir seus direitos por falta de informação.
A lei prevê que qualquer tipo de discriminação ao idoso constitui crime
com pena de reclusão de seis meses a um ano. É dever do Poder Público dar
oportunidade de acesso à educação gratuita e adequada a estudantes da
terceira idade, e ainda o Ministério da Saúde tem que manter unidades
geriátricas sempre aptas a garantir tratamento aos idosos. Muitos outros
direitos e deveres foram estabelecidos com esta lei como, por exemplo o
direito a habitação, a educação, esporte e lazer, a alimentação, ao transporte,
mas o principal deles é o direito ao respeito e a dignidade tão esquecido por
grande parte da sociedade brasileira.
A boa longevidade é uma conquista social e individual. A imagem
negativa do velho no Brasil é inteiramente oposta a imagem das pessoas
idosas se que organizam em grupos e/ou escolas para continuar produzindo,
se divertindo e cuidando do seu bem-estar. Destacando que a subjetividade e
34
a relação de cada ser humano com o sistema social desempenham papel
fundamental na determinação da boa velhice e da boa longevidade de cada
um e do conjunto de idosos de cada sociedade.
O crescente aumento de instituições que oferecem oportunidades aos
idosos e o interesse dos profissionais da área de Saúde e Educação em
buscar novos projetos dedicados aos idosos apontam para um futuro mais
produtivo para essa faixa da sociedade.
35
CONCLUSÃO
A Psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo através de
seus movimentos, base das posturas e posicionamento diante da vida e nas
relações com seu mundo interno e externo. Através do movimento que se
estabelece e se desenvolve o intelecto, a motivação e as expressões do
indivíduo consigo e com os outros, abrindo-se para novas experiências e para
reviver ou resgatar experiências mal vividas.
Sabe-se sobre a importância da prática de exercícios físicos na velhice
e alguns estudos revelaram os benefícios desta prática sobre o aprendizado, o
desempenho motor e as atividades cognitivas para a terceira idade (PICKLES
et al., 2002). Desta forma, a gerontopsicomotricidade pode ser uma ferramenta
bastante útil para a compreensão das alterações provenientes do
envelhecimento, na prevenção ou tratamento destas alterações.
O aumento da expectativa de vida é um fato real, que tem como
conseqüência o envelhecimento humano. O envelhecimento populacional é
decorrente da diminuição das variáveis mortalidade e fecundidade, assim o
envelhecimento deve ser uma preocupação real para o campo da Promoção
de Saúde. A Promoção da Saúde se impõem como um dever de cidadania,
que se constrói na prática do exercício de direitos, objetivando a promoção da
longevidade, com qualidade de vida.
No estudo da Psicologia do envelhecimento a velhice é o fechamento
do ciclo vital; e o modo como a pessoa a vivencia vai depender,
fundamentalmente, do modo como ela vivenciou as etapas anteriores; pois a
velhice não é uma dimensão única mas o resultado de um processo de vida.
Nesta idade, muitos sucessos e fracassos foram vivenciados e vão
constituir o chamado cuidado, no sentido de se preservar o que foi
conquistado, e o sentimento de integridade.
36
Isto pode ser expresso na capacidade do indivíduo em rever a sua
trajetória de vida e apreciá-la, com algum grau de satisfação. Por outro lado, as
pessoas que não conseguem conviver com a idéia de finitude, podem cair num
sentimento de desesperança, na medida em que o tempo se coloca como um
limite mais real, fornecendo limite para refazer a caminhada da vida. Assim,
essas pessoas podem se tornar idosos amargos, inconsoláveis e de difícil
convívio. Segundo Erick Erickson (1963), na velhice, última etapa do
desenvolvimento, os conceitos de dependência, independência, autonomia e
perda desta autonomia se colocam novamente como importantes questões.
Estudos sobre desenvolvimento, na meia-idade e na velhice,
demonstram que a motivação, ou seja, aquilo que movimenta a pessoa em
direção a algo é que dá significado a vida, e vai adquirindo significações
diversas, ao longo do desenvolvimento humano. Assim, para os idosos, a força
motriz da busca de contatos está muito mais ligada a conteúdos emocionais e
afetivos, do que a busca de informações, preponderantemente mais fortes nos
jovens (Frederickson e Cartensen apud Baltes & Silverberg, 1995).
Dessa forma, vê-se, que para se pensar no desenvolvimento de uma
autonomia na velhice, é necessário também se pensar em uma rede de
relações sociais, que favoreça o desenvolvimento de laços afetivos.
Na velhice, muitas vezes, a dependência física é confundida com a
dependência para a tomada de decisão, originando uma atitude paternalista
por parte da sociedade. Assim, se justifica o fazer tudo, no lugar do idoso,
negando sua liberdade, autonomia e capacidade de escolha, que devem ser
preservadas durante toda a vida
Se os profissionais da área de Saúde e Educação, perceberem que os
espaços nos programas de terceira idade são potencializadores na construção
da cidadania dos idosos e contribuem para a consolidação de uma
representação mais positiva da velhice em nossa sociedade o trabalho com
esse grupo tão discriminado hoje, poderá ser muito brilhante e valorizado num
futuro não tão distante.Os programas de apoio à terceira idade existem, é
necessário maior incentivo e participação dos idosos e de profissionais
qualificados.Quanto a psicomotricidade, deve ser trabalhado o resgate das
37
formas básicas de movimento, do ritmo, dos gestos espontâneos, da
criatividade e do lúdico. Pois a psicomotricidade é uma aquisição própria da
infância e do desenvolvimento natural do ser humano. Uns foram mais
estimulados, outros menos. Cabe a nós resgatar as funções perdidas e
oferecer novas possibilidades de aprimoramento.
38
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de, Teoria e Prática em Psicomotricidade: Jogos, Atividades lúdicas, Expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak ed., 2006
BRASIL. Estatuto do Idoso, Lei no.10741, out. 2003.
MONTEIRO, Pedro Paulo. Envelhecer: histórias, encontros, transformações.
Belo Horizonte: Autêntica, 2003
MUCIDA, Ângela. O sujeito não envelhece. Belo Horizonte: Autêntica,2006.
STOPPE Jr., Alberto. Depressão em idosos. São Paulo: Lemos editorial, 2004
VELASCO, Cacilda Gonçalves. Aprendendo a envelhecer: à luz da
psicomotricidade. São Paulo: Phorte, 2006 il.
VERAS, R. P. e CAMARGO Jr., K. Idosos e universidade: parceria para
qualidade de vida. In. Veras, R. (org.) Terceira idade: um envelhecimento digno
para o cidadão do futuro. Rio de Janeiro: Relume-Dumará - Unati - UERJ 1995
VON SIMSON, Olga Rodriguez de Moraes. As múltiplas faces da velhice no
Brasil. Campinas. Editora Alínea,2006.
WITTER, Geraldina Porto, organizadora. Envelhecimento: referenciais teóricos
e pesquisas. Campinas . Editora Alínea, 2006
39
WEBGRAFIA
http:// www.espaconectar.com.br
http://www.cdof.com.br/idosos9.htm
http://www.lucianaalves.hpg.ig.com.br/psicomotricidade.htm
http://www.saudeemovimento.com.br
http://www.portaldoenvelhecimento.net/pforum/fi4.htm
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
EPÍGRAFE 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
ASPECTOS BIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS
DO ENVELHECIMENTO HUMANO 12
1.1 – Aspectos biológicos e fisiológicos 12
1.2 – Aspectos sócio-afetivos 14
1.2.1 – O social 14
1.2.2 – O afetivo 15
1.3 – Imagem corporal e velhice 16
CAPÍTULO II
ATIVIDADES FISICAS, A PSICOMOTRICIDADE
E O ENVELHECIMENTO 19
2.1 – Atividades físicas 19
2.2 – Psicomotricidade 21
2.3 – Retrogênese 22
2.4 – A Psicomotricidade e o idoso 23
CAPÍTULO III
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA
41
POPULAÇÃO BRASILEIRA 25
CAPÍTULO IV
MOVIMENTOS DE APOIO À TERCEIRA IDADE 30
4.1 – Universidade aberta a terceira idade no
Município do Rio de Janeiro 31
4.1.1 – A proposta da UNATI-UERJ 31
4.1.2 – O ensino na UNATI-UERJ 32
4.1.3 – A Psicomotricidade na UNATI-UERJ 33
4.2 – O Estatuto do Idoso 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 40
ÍNDICE 41