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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A LOGÍSTICA REVERSA NA DESTROCA DE BOTIJÕES DE GÁS
Por: Fábio Silva
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A LOGÍSTICA REVERSA NA DESTROCA DE BOTIJÕES DE GÁS
Apresentação de monografia à
Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para Pós-graduação em
Docência do Ensino Superior.
Por: Fábio Silva
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AGRADECIMENTOS
A colaboração e apoio que recebi durante a realização desse trabalho
foram imprescindíveis à realização desse sonho, assim, meu muito obrigado
vai a todos.
A Deus pela força que foi necessária para enfrentar e vencer todas as
dificuldades.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus amigos, com os quais aprendi e
compartilhei experiências não mostradas
nos livros. Aos meus familiares, pela
crença que sempre tiveram no meu
potencial.
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RESUMO
A presente monografia discute a respeito da Logística que recentemente
começou a ser vista de maneira mais atenta pelas organizações. Diferente da
logística tradicional, a Logística Reversa preocupa-se com o regresso dos
produtos, no nosso caso, dos vasilhames, com a matéria-prima para o
processo de produção da organização. De acordo com as legislações vigentes
e uma maior conscientização dos consumidores, as organizações passaram a
utilizar materiais reciclados como também preocuparem-se com seu descarte
no meio ambiente. Além disto, muitas empresas passaram a adotar a Logística
Reversa como uma ferramenta estratégica na competitividade do mercado.
Esta monografia trata especificamente sobre a logística reversa de pós-
consumo, sua interação com questões do meio ambiente e como ela é aplicada
nos centros de destroca de botijões de gás liquifeito de petróleo, mais
conhecido por gás de cozinha, bem como os benefícios conseguidos pela
empresa com a sua utilização.
Palavras-chave: GLP, distribuidoras, vasilhames, botijões, logística reversa.
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METODOLOGIA
O universo de investigação deste estudo é constituído pelos centros de
destroca de vasilhames de GLP, onde inicialmente os dados utilizados para
essa monografia são oriundos de uma vasta pesquisa bibliográfica através de
livros e artigos científicos encontrados disponibilizados em meio eletrônico.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................... 8
CAPÍTULO I O PAPEL DA LOGÍSTICA NAS ORGANIZAÇÕES.......... 10
1.1 - O conceito de logística.............................................................. 10
1.2 - O papel da logística na organização......................................... 13
CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA................ 17
2.1 – Definição de logística reversa.................................................. 17
2.2 – A logística reversa de pós-consumo........................................ 19
CAPÍTULO III A TÉCNICA DE DESTROCA DE VASILHAMES............ 23
3.1 – A origem do GLP...................................................................... 23
3.2 – A questão da destroca pelas organizações distribuidoras....... 27
CONCLUSÃO........................................................................................ 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 32
ÍNDICE................................................................................................... 34
FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................... 35
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INTRODUÇÃO
Segundo a ABL - Associação Brasileira de Logística, a logística é
conceituada como a técnica de se planejar, implementar e controlar o fluxo e
armazenamento eficiente com o mínimo custo possível de matéria-prima,
produto acabado e dados referentes, desde o início até o momento de
consumo por parte do cliente, com o intuito de atender as exigências do cliente.
A logística reversa reúne todas as técnicas descritas anteriormente mas
de maneira inversa. Para Anthony e Govindarajan (2001) a logística reversa é a
técnica de planejamento, implementação e controle do fluxo e custo de
matérias-primas, voltando do ponto de consumo até o ponto inicial, com o
objetivo de recuperar o valor ou descarte adequado para coleta e tratamento do
lixo.
A logística reversa tornou-se ao longo do tempo uma expressão
genérica, onde com significado mais abrangente, implica em todas as
atividades referentes com a reutilização de produtos e materiais. Este tipo de
logística se relaciona a todas as atividades logísticas de coletagem, desmonte
e processamento dos produtos e/ou materiais e peças utilizados a fim de
assegurar uma restauração sustentável.
Como comportamento logístico, refere-se ao fluxo de material que volta
à empresa por algum motivo seja por devolução de cliente ou regresso de
embalagem. Por ser uma área que geralmente não abrange lucro, somente
custos, muitas empresas não oferecem a mesma atenção que ao fluxo de
saída normal de produtos, tornando-se algo que somente agora as empresas
começam a se preocupar.
Existe no país cerca de dez organizações de distribuição de Gás
Liquefeito de Petróleo (GLP), no qual as quatro maiores retêm cerca de 90% do
mercado, e o único fornecedor nacional da matéria-prima é a Petrobras
(ATKINSON et al., 2000).
De acordo com Silva e Fleury (2000) existem três fluxos que alteram os
custos logísticos numa empresa desta esfera: fluxo do GLP, fluxo de entrega e
fluxo de vasilhames, onde o primeiro e o segundo fluxos possuem convivências
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totalmente inalteráveis, enquanto o fluxo de vasilhames expõe inúmeras
divergências, por apresentar-se como um fluxo gerado pelas concorrentes e
fazer parte de um canal logístico contrário de embalagens, que tem inúmeras
origens e contém embalagens de várias empresas de mesmo gênero.
O fluxo de embalagens entre as empresas de mesmo gênero, não anexa
valor à cadeia, tratando-se desta forma de um quesito que gera custo, que,
segundo definição de Ballou (2001) apesar de ser um trabalho sem utilidade,
torna-se preciso, à medida que, por exigência da Agência Nacional do Petróleo
e Gás Natural (ANP), uma organização distribuidora de GLP não deve utilizar-
se do vasilhame de sua congênere para a comercialização do seu produto.
Porém, nesta comercialização do produto, as organizações acolhem
vasilhames pertencentes às concorrentes. Isso acontece quando um cliente
tem um vasilhame vazio divergente do vasilhame que recebe em troca no ato
da compra.
Desta forma, as organizações acumulam vasilhames que não são seus
nos pátios até que uma carga seja estabelecida e seja destrocada com uma
concorrente. Para que esse procedimento ocorra, é preciso que a concorrente
possua vasilhames suficientes realizar a devolução à organização que
promoveu essa técnica de destroca. Assim, um fluxo de dados é realizado
todos os dias entre as organizações com o objetivo de obter o volume de
vasilhames que cada uma possui da outra.
Para Bertaglia (2005) o fluxo de destroca é um elemento próprio de cada
companhia distribuidora de GLP, enquadrando-se no exemplo de logística
reversa, pois, segundo o autor, a logística reversa é uma vertente da logística
que se refere aos procedimentos de retornos de recipientes, embalagens ou
materiais ao centro produtivo, e, desta forma, tem-se um fluxo de embalagem
de outras organizações direcionando-se à origem da técnica produtiva e que
não pode ser reutilizada, sendo preciso à técnica de destroca para que isso
ocorra. Assim, o retorno aguardado pela logística reversa, acontece para a
organização recuperar os seus ativos e inseri-los na técnica produtiva.
A ausência de uma logística de destroca de vasilhames mais eficaz nas
empresas distribuidoras de GLP possui como conseqüência outros pontos
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negativos, além do aumento de seus custos operacionais. Desta forma, a
presente monografia através de pesquisa bibliográfica visa discutir mais sobre
o tema da logística reversa, atendo-se especificamente ao processo de
destroca de vasilhames entre as distribuidoras de GLP.
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CAPÍTULO I
O PAPEL DA LOGÍSTICA NAS ORGANIZAÇÕES
1.1 O conceito de logística
A logística organizacional é um subsistema de gerência que intervém no
desempenho total de uma organização e que é constituído por inúmeras ações
com o intuito de assegurar duas práticas como: a conferência das
características de localização e tempo, aos produtos e serviços. Seu conceito
de acordo com Fleury et al (2000) é:
“A logística organizacional refere-se a todas as ações de movimentação e armazenagem, que aplanam o fluxo de produtos desde a obtenção da matéria-prima até o consumo final, bem como dos fluxos de dados que fazem com que os produtos movimentem-se, com o objetivo de promover níveis de serviço adequados aos clientes por um custo satisfatório.”
Conforme Horngreen, Foster e Datar (2000) o termo logística tem origem
francesa no verbo alojar, empregada com freqüência no período militar,
podendo ser definida como o ofício de transportar, abastecer e alojar. Dando
maior abrangência ao termo no cenário administrativo, atualmente, pode-se
fazer a tradução como sendo o ofício de gerenciar o fluxo de materiais e
produtos da origem ao cliente.
Lambert et al (1998) conceitua que a logística é a técnica de planejar,
realizar as atividades, projetar e controlar o fluxo de produtos, da origem ao
ponto de consumo, de forma eficaz, suprindo às necessidades dos
consumidores. Desta forma, compreende-se que a logística deve harmonizar
os anseios e precisões dos clientes, com o baixo custo possível em prazo
apropriado, até mesmo vencendo probabilidade e interesses de fornecedores e
consumidores.
A logística faz parte de uma técnica onde os elementos vão desde os
dados para a manufatura ou ligação de valores de produtos e serviços, até
suas embalagens, armazenamento, transporte, estoque e manuseamento de
material. Essas variáveis são essenciais porque atingem diretamente a eficácia
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dos suprimentos e as maneiras de distribuição industrial. Esse fluxo reúne
desde a matéria-prima, produtos acabados e os dados de todos esses
ambientes.
Em meio aos dados diretivos, analisa-se ainda que a logística e suas
ações jamais desenvolveram tarefa tão essencial nas organizações. Com
probabilidade de alteração das expectativas dos consumidores, com superação
após um bom planejamento, ou ainda a possibilidade de alterar a localização
geográfica, continuamente pode modificar a natureza dos mercados, fatos que,
por si só, podem prover restrições que modificam o fluxo de produtos dentro
das organizações.
A partir desta premissa e acompanhando os pensamentos de Anthony e
Govindarajan (2001), diz-se que a logística organizacional busca propiciar aos
profissionais um aspecto amplo a respeito da administração do fluxo de
materiais/ serviços em empresas direcionadas ou não para o ganho.
Para Atkinson et al (2000), a logística organizacional é uma vertente de
crescente interesse que tem direcionado seus esforços de pesquisa
principalmente na avaliação dos fluxos da cadeia produtiva direta naqueles que
vão desde a matéria-prima básica ao consumidor final, abarcando-se em
mercados com crescente intensidade de permutas de mercadorias com
características e necessidades em cenários de grande concorrência, obrigando
as organizações a empregarem novas estratégias em todas as esferas da
empresa e especificamente nesta área de atividade.
De um modo geral, analisa-se que a logística se decompõe em logística
de suprimento, de produção, de distribuição e a reversa. Dentre estas quatro
subdivisões a presente monografia se limita ao tema da logística reversa, que
será abordada no próximo capítulo. Esta restrição possui origem na estrutura
logística com a integração das suas vertentes, o que passou a levar a opção de
explicar um pouco mais um dos ramos nesse primeiro instante.
A problemática da logística não é recente, como muitos supõem
surgindo após o advento das indústrias, é na verdade muito antiga. A logística
foi projetada em primeira instância como uma tarefa militar, onde se verifica
que todos os exércitos que venceram suas batalhas respaldaram-se em
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excelentes sistemas de suprimentos e de estratégias de detrimento dos fluxos
de suprimento inimigos.
Lambert et al (1998) encontraram outra terminologia para a palavra
“logística” atribuindo seu surgimento a um dos postos do exército francês
conhecido como Marechal de Logis, onde este teria como responsabilidade as
ações administrativas referentes ao deslocamento e alojamento da tropa.
Atualmente em dia encontra-se um cenário de competição regido pela
globalização que apressa o crescimento e a utilização de novas técnicas de
logística que constroem situações para a sobrevivência das organizações e,
especificamente, para seu crescimento nos rankings de mercado. Pois em ao
se tratar de gerenciamento, a logística possa ser entendida como uma
disciplina com muitas possibilidades de desenvolvimento. Esses processos
podem vir de encontro à precisão de gerenciar, de forma adequada, todas as
ações referentes ao fluxo de produção. Desde a aquisição de matéria-prima até
a distribuição de produtos prontos, vindo desde a manufatura até o
armazenamento como meio de se obter uma vantagem competitiva.
1.2 O papel da logística na organização
Segundo Fleury et al (2000) a logística realiza a tarefa de se
responsabilizar por toda a transação de materiais, inseridos no ambiente
interno e externo da empresa, começando pela chegada do material até a
entrega do produto manufaturado ao consumidor. Suas atividades podem ser
decompostas da seguinte maneira:
à Atividades primárias: importantes para a realização da função
logística cooperam com a maior parcela do custo total da logística:
- transportes: mencionam-se aos procedimentos de mobilizar os
produtos aos consumidores: rodovias, ferrovias, aerovias e mar. De essencial
importância, justificada pelo valor referente ao total do custo logístico;
- gestão de estoques: de acordo com a esfera em que a organização
age e da sazonalidade temporal, é necessário um parcelamento mínimo de
estoque que sirva de abrandador entre oferta e demanda;
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- processamento de pedidos: impõe a temporalidade necessária para a
entrega de produtos e serviços aos consumidores.
à Atividades secundárias: realizam a atividade de apoio às atividades
primárias na aquisição dos níveis de produtos/serviços requeridos pelos
consumidores:
- armazenagem: abarcam as questões referentes ao espaço preciso
para armazenar os produtos;
- manuseio de materiais: relaciona-se à movimentação dos produtos na
estocagem;
- embalagem de proteção: seu propósito é proteger o produto;
- programação de produtos: programação da precisão de produção e
dos itens da lista de material;
A gestão de relacionamento na cadeia de suprimento global de maneira
que proporcione valor e racionalize os desperdícios é também enfatizada. O
país necessita se profissionalizar mais, pois a grade curricular é ineficaz e
muito cara, o que traz como conseqüência uma mão-de-obra técnica
insuficiente. Na Alemanha, por exemplo, qualquer profissional sabe utilizar
corretamente um computador e seus utilitários; fala fluentemente no mínimo
dois ou três idiomas e recebe treinamento em inúmeras organizações.
No Brasil, alunos saem das universidades sem ser exigido um curso de
informática e um de idioma básico. Não realizam estágios em organizações no
período letivo, onde os profissionais mais capacitados o são mediante busca
incessante em horários extracurriculares, um curso de línguas ou outra
especificação.
As organizações, também, não proporcionam investimento em seus
colaboradores e não realizam treinamentos ou estágios com o objetivo de
promover melhor preparação dos profissionais a que dispõe. São muitas as
barreiras para encontrar um profissional que seja diretamente técnico.
Segundo Hornegreen, Foster e Datar (2000), o desenvolvimento da
logística no País está estritamente interligado a idéia de competição resultante
do mundo globalizado em que vivemos e persistente procura pela diminuição
de custos mediante otimização de técnicas. No caso exclusivo de pequenas
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organizações, estas fornecem e compram de várias companhias e, por causa
da concorrência, imortalização do empreendimento e desenvolvimento de
mercado, são praticamente forçadas a propiciar atenção às definições
logísticas. Organizações de pequeno porte, que se preocupam com a
produção, não costumam avaliar de forma adequada o custo total logístico,
consentindo que organizações congênitas, mais perpetradas nas necessidades
de mercado e as definições logísticas ponham os produtos no mercado com
baixo valor em se tratando dos canais de distribuição em decorrência de onde
estão localizados os seus principais distribuidores.
Fleury et al. (2000) explica que a essência da logística atualmente para o
país é essencial para a continuidade do desenvolvimento, várias organizações
já se instalaram em outras regiões e, em um país tão grande como este é visto
como estratégia o provimento do mercado consumidor e a compra da matéria-
prima. Torna-se uma estratégia porque a política comercial de uma
organização, depois determinar o mercado de atuação, definirá também se
terão locais para armazenar e distribuir próprios em outras localidades, ou
armazenar e distribuir a partir da indústria, ou se irá armazenar e distribuir de
maneira mista. Seja da maneira que for, precisa ser realizada uma pesquisa
apurada até porque se sabe que a distribuição é o elemento de contribuição
para o custo final do produto.
De acordo com Atkinson et al (2000), a visão empresarial atualmente em
relação à competitividade, indica a trajetória da logística no Brasil. Analisa-se
também que a procura por mais dados mediante literatura, sites,
especialização são mais freqüentes que antigamente. Há ainda diversos
fatores que indicam o desenvolvimento como por exemplo o investimento
governamental em rodovias, benefícios e privatização dos porto e ferrovias.
Mesmo sendo uma situação já explorada, e focada em infraestrutura, não se
pode negar que fazer logística sem estes benefícios, mesmo que tímidos,
dificultaria a logística.
Na década de 90 a logística era tida como cenário irreversível, algumas
organizações a difundiram com maior intensidade, dando a compreensão de
que a logística não era algo passageiro, tratando-se da perpetuação dos
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empreendimentos, dirigidos ao cliente. Assim é uma atividade em que se
precisa ter conhecimento, pelo simples fato de que atualmente várias indústrias
voltaram-se para produção, deixando tudo aquilo que não anexava ou não era
o alvo do empreendimento, para profissionais com especialização gerando
economia para as organizações (LAMBERT et al., 1998).
Como conseqüência, a logística no país procura a utilizar novas
tecnologias e definições a procura da otimização de técnicas. Assim a logística
cresce intensamente na esfera dos serviços e, a incrementação realizada tanto
pelo e-commerce e pelo busines-to-busines funcionam como âncoras puxando
outras esferas que se encontram em volta de tal segmento.
A questão é que grandes corporações abrangem grandes projetos
logísticos no entanto estas empresas que terceirizam parte de suas
necessidades de material e serviço, onde os terceirizados acabam por
terceirizar parte destas ações, mantendo a qualidade e cronograma. Desta
forma, com a manutenção da qualidade e a transparência das atitudes
direcionadas para novas tecnologias, há um ganho contínuo e uniforme.
Anthony e Govindarajan (2001) acham conveniente enfatizar que as
barreiras encontradas pelas indústrias de pequeno porte, independente do
segmento, estão na associação para que unidas tenham o custo logístico
abrandado e uma competitividade elevada em referência aos não participantes
deste evento. Hoje o mercado exige muito mais que antigamente e assim será
no futuro. O mais curioso é que quase não se fala da logística reversa ou da
logística sustentável e, quando elas se tornarem rotina nas organizações que já
abrangem planos no setor, haverá mais níveis de exigência para aquelas que
ainda não se enquadraram.
Na indústria de transportes, onde a logística abarca parte de sua
estratégia, organizações que prestam tal serviço necessitam entender o
mercado e suas exigências, conceber excelência na prestação de serviços
promovendo parcerias com operadores logísticos ou com grandes
organizações de transportes.
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CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA
2.1 – Definição de logística reversa
Alvarenga e Novaes (1994) referem-se como fração da administração
logística em uma organização atividades como atendimento ao cliente,
processamento de pedidos, comunicações de distribuição, tráfego e transporte,
armazenagem e estocagem, localização de indústria e depósitos,
movimentação do material, suprimento, embalagem, reaproveitamento e
remoção de refugo. E todas estas ações, integram a logística reversa onde as
duas últimas estudam e gerenciam a maneira pela qual será incorporada a
técnica
Mediante a legislação ambiental tornar-se mais rígida, a
responsabilidade do fabricante a respeito do produto está se propagando. Além
do refugo gerado em sua própria técnica produtiva, o fabricante responsabiliza-
se pelo produto até o final de sua vida útil. Isto tem desenvolvido uma atividade
que até então era específica as suas premissas.
Geralmente, os fabricantes não se responsabilizam por seus produtos
depois de serem consumidos. A maioria dos produtos usados é jogado fora ou
incinerado promovendo prejuízo ao meio ambiente. Atualmente, a dupla
legislação severa e a conscientização por parte do cliente a respeito dos
prejuízos ambientais levam as organizações a terem a ação de repensar sobre
sua responsabilidade a respeito de seus produtos depois do uso. A Alemanha,
foi a primeira na legislação a respeito dos rejeitos de produtos consumidos
(BARBIERI; DIAS, 1996).
A Logística Reversa abarca o regresso dos produtos à distribuidora por
vários motivos que pode ser defeito, excesso, recebimento de itens incorretos e
etc (LACERDA, 2002).
Esta monografia concebe como Logística Reversa as duas atividades
descritas anteriormente - reaproveitamento e remoção de refugo e
administração das devoluções - e não somente a segunda, como em Silva e
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Fleury (2000). Vários estudos demonstram a essência de se focar nesta parte
da logística. Alvarenga e Novaes (1994) entrevistaram inúmeras organizações
e puderam constatar que com pequenos investimentos no gerenciamento da
Logística Reversa pode-se ter como resultado uma grande economia.
Um dos maiores problemas descrito por Balou (2001) é a ausência de
programas que concedam a junção da Logística Reversa com o fluxo da
distribuição. Por isso, muitas organizações acabam por terceirizar esta esfera
para empresas especializadas, mais capacitadas a lidar com a técnica.
A maioria dos autores mostra as economias referentes ao bom
gerenciamento da Logística Reversa. Lacerda (2002) pesquisou uma
organização varejista que possuía 25% provenientes de um bom
gerenciamento da Logística Reversa. Barbieri e Dias (1996), concluíram que a
organização conseguiu uma economia de 30 milhões de dólares em produtos
que foram reciclados com a execução da Logística Reversa. Silva e Fleury
(2000) relataram também economia de custo na empresa que projetou o
controle do fluxo reverso.
Não há dados exatos em relação o valor que os custos com Logística
Reversa reproduzem na economia do país. Levando-se em conta as avaliações
para o mercado estrangeiro e excedendo-as para o país, os custos com
Logística Reversa reproduzem cerca 4% do custo total de Logística, que de
acordo com a ABML foi de 153 bilhões de dólares. Estes valores possuem
como tendência o crescimento, ao passo que as ações com Logística Reversa
aumentam entre as organizações.
Apesar de muitas organizações conhecerem a essência que o fluxo
reverso tem, a maioria delas possui dificuldade ou desinteresse em planejar o
gerenciamento da Logística Reversa.
O desempenho que as organizações no setor de engarrafamento de
bebidas com vasilhames e engradados retornáveis se melhoram da boa
Logística Reversa. Alvarenga e Novaes (1994) relatam economias obtidas por
uma distribuidora de refrigerante mexicana depois da execução de um sistema
gerencial de Logística Reversa. Estes lucros apresentaram-se por meio de uma
coordenação eficaz entre promoções e picos aguardados no regresso de
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vasilhames, diminuindo a precisão de preparo de novos vasilhames, até a
diminuição na produção de garrafas não-retornáveis, aplicando controle a
respeito dos vasilhames retornáveis e que já foram pagos. No caso do país o
reaproveitamento das latinhas de alumínio gera grandes conseqüências
ecológicas e financeiras, por estar diminuindo as quantidades importadas de
matérias primas, colocando a indústria desta esfera entre os maiores
recicladores de alumínio.
Lacerda (2002) aponta à logística como desempenhadora de essencial
papel no plano estratégico e como jogada de marketing nas organizações.
Organizações que possuem um excelente sistema logístico conseguem
vantagens competitivas a respeito daquelas que não o possuem. Sua
cooperação é no aumento do serviço ao cliente, saciando desejos e
expectativas.
Para Silva e Fleury (2000) a Logística Reversa é a parte essencial do
sistema logístico das organizações, onde este não se torna completo se esta
atividade não estiver atrelada a ele.
Percebe-se neste momento é que não demorará para que a Logística
Reversa passe a ser o foco principal nas organizações. As organizações mais
velozes possuem grande vantagem competitiva encima das que demoram a
planejar o gerenciamento do fluxo contrário, benefício que pode traduzir em
custos baixos ou melhora no serviço ao cliente. Uma complementação da
cadeia de suprimentos torna-se precisa. Assim, pode-se considerar o fluxo
contrário de produtos na coordenação logística entre as organizações
(BARBIERI; DIAS, 1996).
2.2 – A logística reversa de pós-consumo
A logística reversa de pós-consumo, forma as vias contrárias de pós-
consumo, que trata do fluxo contrário de produtos e materiais originários dos
rejeitos dos produtos depois de seu ciclo de vida esgotar-se e retornam ao ciclo
produtivo.
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Segundo Silva e Fleury (2000) a logística reversa de pós-consumo está
interligada à questão do meio ambiente, em se ter consciência de que os
recursos ofertados pela natureza se findam. É nesse cenário que se inclui a
problematização ecológica nas vias de distribuição contrárias e observa-se um
crescente interesse de organizações modernas, e comunidades pelo
envolvimento massivo, nas problemáticas ecológicas, na defesa de sua própria
essência econômica e na posição da imagem da corporação.
Com a responsabilidade ambiental se permite que novas oportunidades
de empreendimentos possam aparecer e gerar novos empregos, possibilitando
não apenas serviços mas também desenvolvimento tecnológico, quanto maior
for à consciência da coletividade.
As vias de distribuição contrárias de bens de pós-consumo formam-se
nas várias fases de comercialização pelas quais fluem o resíduo industrial e as
diversas categorias de bens úteis, até sua integração a técnica produtiva.
Segundo Alvarenga e Novaes (1994):
A logística reversa de pós-consumo, contrariamente à logística reversa de pós-venda, na qual o fluxo contrário se processa por meio de parte da cadeia de distribuição direta, possui uma estrutura própria de canal formada por organizações especializadas em suas várias fases, que formam o reverse supply chain. Essa especialização refere-se tanto ao tipo de atividade desempenhada como à natureza do material ou produto de pós-consumo trabalhado.
A logística reversa de pós-consumo relaciona-se com a apreensão com
o desenvolvimento sustentável, cujo intuito é o desenvolvimento econômico
diminuindo os impactos ambientais e tem sido empregado atualmente,
respaldado no conceito de atender às precisões do presente sem causar danos
nas gerações vindouras no atendimento das suas precisões (BALLOU, 2001).
A origem da técnica de logística reversa, isto é, as ações que são
realizadas dependem da categoria dos materiais e da justificativa pela qual
esse adentra no sistema (BARBIERI; DIAS, 2000).
Quando a estruturação é eficaz, a cadeia reversa propicia lucros para a
organização, para a natureza e para a coletividade. O intuito econômico da
execução da logística reversa de pós-consumo pode ser entendido como ações
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que objetivem o ganho de resultados financeiros mediante economias
alcançadas nas ações industriais, por causa de se aproveitar a matéria-prima
secundária proveniente das vias contrárias de reaproveitamento, ou de
revalorizações mercadológicas nas vias contrárias de reuso e indústria.
Finalizado o ciclo de revalorização de reuso do bem, isto é, depois de
reempregar algumas vezes e por não expor condições de utilidade por vários
motivos, este é disponibilizado e coletado como um bem em que sua vida útil
está chegando ao fim, destinando-se ao processamento de sucata, onde se
desmonta e extraí os materiais e seus resíduos. Nos casos em que não há
sistemas contrários organizados de revalorização de desmanche, os bens são
coletados por coleta informal e comercializados diretamente com os
intermediários, sucateiros ou processadores. (LACERDA, 2002).
De acordo com Ballou (2001) a economia reversa demonstra-se como
sendo uma parte da cadeia produtiva direta do material ferro, aço e alumínio. A
economia reversa de pós-consumo desempenha de 20 a 30% da cadeia
produtiva.
O pensamento principal é propiciar a harmonia entre o fluxo direto e
contrário, pois a divergência entre ambos é o que resulta nos danos na
natureza. Para se ter dados a respeito das melhoras adquiridas através do
reaproveitamento e se a mesma é uma estratégia viável é só analisar o índice
de reaproveitamento do bem, dos seus elementos ou dos materiais
constituintes.
Para Alvarenga e Novaes (1994) índice de reaproveitamento de um bem
é conceituado como sendo a porcentagem entre as quantidades reaproveitadas
de um bem durável de pós-consumo, em um determinado prazo e quantidade
total produzida do mesmo bem, no mesmo prazo e na mesma região.
Já o índice de reaproveitamento dos elementos de um bem é o índice
que se refere à porcentagem de elementos ou de materiais constituintes
reciclados de determinado bem, em relação ao peso do próprio bem. Segundo
Barbieri e Dias (1996), “no exemplo dos automóveis, esses dados são da
ordem de 85%, ou seja, cerca de 85%, em peso, dos materiais constituintes de
um automóvel são reciclados”.
22
Índice de reaproveitamento do material constituinte é a relação
percentual entre as quantidades recicladas de determinado material
constituinte em determinado espaço de tempo e as quantidades totais
produzidas do material, no mesmo espaço de tempo, provenientes de todos os
produtos de pós-consumo dos quais possa ser extraído. Segundo Silva e
Fleury (2000):
O reaproveitamento forma-se na técnica industrial de separação ou extração dos materiais de interesse do produto de pós-consumo, eliminação de contaminação eventual e preparação dos reciclados na forma física e segundo as especificações técnicas para sua reintegração ao ciclo produtivo.
Para que a reaproveitamento possua seu nível de essência também
para a organização é necessário ter-se uma escala econômica de atividade,
isto é, a quantidade de materiais reciclados deve ser suficiente, de forma a
assegurar ações em escala econômica e organizacional.
Na perspectiva tecnológica das vias contrárias, é de grande essência a
visão do fluxo contrário quando se faz o planejamento do fluxo direto, pois o
plano do produto contém o planejamento do desperdício e da fase de
revalorização depois de seu rejeito.
Um fator crítico e que contribui para a eficiência da técnica contrária é o
bom controle de entrada para identificar o estado do material que retorna;
técnica padronizada e mapeada para tratar a logística reversa como uma
função regular e não esporádica; velocidade em descrever qual é a precisão do
bem retornado; sistemas de dados para identificar o desempenho e obter
dados precisos para a negociação; rede logística direta planejada para que a
entrada dos materiais empregados e a saída dos mesmos processados sejam
bem estruturadas e que ocorram relações colaborativas entre consumidores e
fornecedores (LACERDA, 2002).
23
CAPÍTULO III
A TÉCNICA DE DESTROCA DE VASILHAMES
3.1 – A origem do GLP
O gás liquefeito de petróleo (GLP), é um mix de gases de
hidrocarbonetos de 3 e 4 átomos de carbono com ligações simples,
classificados como propano e butano, sendo empregado extensivamente no
país como combustível em emprego de aquecimento. O gás é apartado da
parte mais leve da recondensação do petróleo. Com pressão atmosférica e
temperatura normal ele mostra a forma gasosa, é inflamável e inodoro, na
temperatura ambiente, mas subjugado a pressão entre 3 a 15 Kgf/cm² ele
mostra a forma liquida, viabilizando seu envasamento e conseqüentemente a
sua distribuição à sociedade. O gás liquefeito de petróleo mostra uma
calorosidade superior a 20 °C e 1 atm igual 25.300Kcal/m³, cerca de 2 vezes e
meia maior do que o gás natural (CARNEIRO, 2002).
Dornier (2000) explica que o GLP é um produto constituído de
hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono mostrando-se em mix
entre si e com pequenas frações de outros hidrocarbonetos.
A evolução da expressão “gás liquefeito de petróleo” refere-se
historicamente aos gases que são restaurados no processamento do gás
natural e na refinação do petróleo. Conforme Leite (2003), Andrew Kerr
conseguiu comprimir e armazenar tais gases, que sob pressão acabava-se por
tornar-se liquefeitos.
Cotta (2003) caracteriza o gás liquefeito de petróleo como o complexo
de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono, mostrando-se
isoladamente ou em mistura entre si e com pequenas partes de outros
hidrocarbonetos.
A densidade média do gás liquefeito de petróleo é de 522 kg/ m3, sua
calorosidade é de 11.300 kcal/kg e quando comparado ao petróleo tem-se
4,487 barris equivalentes por m3 (BERTAGLIA, 2005).
24
O GLP, definido no país como gás de cozinha por seu grande emprego
em cocção, é classificado por seu emprego como combustível, através da
facilitação na armazenagem e transporte a partir do seu engarrafamento em
botijões, cilindros ou tanques (CARNEIRO, 2002).
Para a obtenção do gás liquefeito de petróleo pela técnica de
refinamento do petróleo, inicia-se a etapa com a recondensação atmosférica,
onde aquece-se o petróleo e fraciona-o em uma torre, de onde se extrai, por
ordem crescente de densidade, gases combustíveis, gás liquefeito de petróleo,
gasolina, e querosenes, chamado de resíduo atmosférico, extraído pelo fundo
da torre (DORNIER, 2000).
Logo após o resíduo atmosférico supracitado é reaquentado e mandado
para outra torre onde a fragmentação acontece a uma pressão menor que a da
atmosfera, conseguindo-se assim extrair mais um percentual de óleo diesel e
um elemento conhecido como gasóleo. O resíduo de fundo do
recondensamento, é conhecido por recondensamento a vácuo, podendo ser
classificado como óleo combustível, ou ser utilizado como carga para outro
processo de refino, sempre com o intuito de se produzir elementos melhores do
que a sua essência que o gerou.
Em um segundo momento, o gasóleo é utilizado como composto para a
técnica de craqueamento catalítico, onde as altas temperaturas ligadas aos
catalisadores químicos fracionam as moléculas, modificando-o em gases
combustíveis, GLP, gasolina e outros elementos. Esta unidade de
craqueamento catalítico fluído é o local onde o GLP é gerado nas refinarias do
país. Depois do tratamento para remover o enxofre e calcamento dos gases, a
parte que se liquefaz a temperatura ambiente é colocada em esferas e descrita
como gás liquefeito de petróleo, GLP (DORNIER, 2000).
Para os barris de petróleo que são refinados, o rendimento em derivados
acaba variando conforme a categoria do petróleo, os meios de operação e, por
último, com as técnicas empregadas. Por exemplo, petróleos mais leves
produzem maior quantidade de derivados leves, mas os petróleos mais
pesados produzem mais óleo combustível (LEITE, 2003).
25
Existe outro mecanismo, do qual é retirado fração do GLP utilizado no
país realizado na Unidade de Processamento de gás natural. Isto se dá pelo
fato de que o gás natural, retirado do reservatório petrolífero, inclui gases
úmidos, secos, residuais e gases nobres. Quando o gás natural úmido é
processado na Unidade de Processamento de gás natural, é obtido os
seguintes elementos: o gás seco, contendo principalmente metano e etano; e o
líquido de gás natural, que contém propano e butano e a gasolina natural (
COTTA, 2003).
Depois de gerado, o gás liquefeito é enviado para as distribuidoras em
caminhões e gasodutos, onde este passa pelo processo de engarrafamento
podendo ser armazenado em inúmeras várias embalagens, sendo a de 13
quilos a mais utilizada, sendo encaminhado para as revendedoras para o
cliente (LEITE, 2003).
Na constituição do gás liquefeito há um mix de hidrocarbonetos
contendo propano e butano, onde mediante uma quantidade de propano maior
do que a de butano, tem-se um gás liquefeito mais nobre, com maior pressão e
baixo peso. No processo contrário tem-se um gás liquefeito menos nobre, com
maior peso e baixo pressão (COTTA, 2003).
O emprego do uso iniciou em 1910, nos Estados Unidos, quando
Andrew Kerr coletou os gases que foram recusados na aquisição da gasolina,
compactando-os e conservando em pequenos tanques (BERTAGLIA, 2005).
Segundo Carneiro (2002) em 1912, Walter Snelling, desenvolveu um
sistema que mantinha a pressurização, transformando o gás em líquido,
fazendo assim, a primeira instalação em casa em Waterford, na Pensilvânia.
Este Gás Liquefeito de Petróleo foi empregado na cocção e para iluminar.
O comércio deste novo produto no início foi lento, até por causa de uma
briga judicial a respeito da patente desta tecnologia do Gás Liquefeito de
Petróleo, durante a década de 20, por duas organizações americanas: The
Carbide Company e Phillips Petroleum (DORNIER, 2000).
Já no Brasil, o emprego do Gás Liquefeito de Petróleo teve início em
1937, por causa do empreendedorismo de Ernesto Igel. Na época do acidente
com o dirigível Hinderburg nos Estados Unidos, foram canceladas as viagens
26
do Graff Zeppelin, outro dirigível que realizava viagens para o Brasil e para a
América do Sul. Mediante a tal fato, Igel comprou seis mil cilindros de gás
propano que se encontravam estocados no RJ e Recife, que estavam servindo
de combustível para as aeronaves, e começou a comercializá-lo para o
cozimento de alimentos, tudo isso feito pela Empresa Brasileira de Gás a
Domicilio Ltda., que mais tarde mudou seu nome para Ultragaz (BERTAGLIA,
2005).
Naquela época, as pessoas ainda utilizavam o “famoso” fogão a lenha e
poucas eram as que utilizavam o álcool e querosene. Em SP, RJ e em outras
localidades existia redes de gás canalizado que guarneciam gás extraído do
carvão mineral.
Igel iniciou sua experiência com o propano em na região serrana
próxima à então capital federal, Rio de Janeiro. À medida que a utilização dos
cilindros de propano foi crescendo, a organização criada por Igel iniciou a
distribuição do gás na capital do país.
Conforme Carneiro (2002), no intuito de promover uma estimulação do
consumo do novo combustível Igel utilizou-se de marketing e promoções,
atrelado a comercialização de fogões adaptados ao Gás Liquefeito de Petróleo,
já que os fogões que se encontravam a venda utilizavam lenha ou gás
canalizado.
Após 1938, o uso do Gás Liquefeito de Petróleo para cozinhar foi
difundido. Naquela época um pouco mais de 2/3 da população era rural,
cozinhavam na à lenha, e nos centros das cidades se utilizavam o querosene e
o carvão. Nesta mesma época surgiu a distribuidora Ultragaz e também se
criou o Conselho Nacional de Petróleo (CNP), com o objetivo de inspecionar o
fornecimento nacional de petróleo e seus derivados no país (DORNIER, 2000).
Com a finalização do armazenamento de cilindros de propano, a
empresa Ultragaz iniciou a importação do Gás Liquefeito de Petróleo, em
botijões, dos EUA, onde posteriormente foram suspensas devido a 2ª guerra
mundial, e a Ultragaz, para não deixar de abastecer seus 7 mil consumidores
passou a realizar a importação Argentina. Mesmo com tantos obstáculos a
empresa conseguiu se manter no monopólio da distribuição do Gás Liquefeito
27
de Petróleo até meados da década de 40, quando foi implantada a
multinacional Gás-Esso como sua concorrente. Já no início da década de 50
surgiu a Norte Gás Butano distribuindo apenas nas regiões norte, nordeste e
centro-oeste do país. Na mesma década, chegaram também ao país algumas
companhias italianas como a Liquigás, Heliogás e Pibigás (LEITE, 2003).
3.2 – A questão da destroca pelas organizações
distribuidoras
A destroca é uma das fases que ocorrem no processo de distribuição do
Gás Liquefeito de Petróleo, onde se inicia com a solicitação do botijão de gás,
pelo cliente, e termina-se com a introdução do botijão vazio novamente na linha
de produção.
A problemática acontece no momento da revenda ou até mesmo no local
de distribuição do vasilhame cheio para um cliente que tem a posse de um
vasilhame vazio de uma concorrente, isto é, o fluxo reverso de
restabelecimento do ativo, para se complementar e introduzir o vasilhame na
linha de produção, inevitavelmente passa pela etapa conhecida por destroca,
fluxo este que, tem sido alvo de criticas sendo responsabilizado pelo serviço
ineficaz do sistema onde por conta disso, causa vários problemas, pois
aumentam-se os custos de transporte por causa de se ter que transportar os
vasilhames das concorrentes a fim de recuperar o vasilhame de marca própria;
se eleva com isso o capital imobilizado na compra de botijões, pois para o
suprimento dessa ineficiência, são causadas várias paradas na linha de
produção, a organização injeta desta forma mais botijões de marca própria no
mercado para atendimento das solicitações pelos seus consumidores; acarreta
um descontrole no cálculo de entrada de botijões de marca própria, originado
pela ausência de informação (COTTA, 2003).
Há o fluxo de destroca em duas situações: a primeira é a
regulamentação da distribuição pela ANP que obriga às organizações, a
receberem os botijões que não são de sua marca entregue pelo cliente,
exigindo que a organização apenas possa comercializar o Gás Liquefeito de
28
Petróleo em botijões de marca própria. A segunda situação é a ausência de
uma padronização para se realizar essa técnica de destroca, isto é, a logística
respalda-se no empirismo, que já provou ter ineficiência (DORNIER, 2000).
Para Bertaglia (2005) a técnica de destroca demonstra a discrepância
existente ao se analisar sob a luz de entrada e saída, isto é, a quantidade de
botijões próprios que entra base de produção oriunda das organizações
concorrentes não é a mesma que a organização envia de outras marcas a elas.
Isso se deve a técnica não ser balanceada por razões como empréstimos entre
as organizações, que acontece quando uma organização precisa de seus
botijões, mas não possui botijões das concorrentes para finalizar a destroca, e
então faz-se um acordo de empréstimo, e a organização que emprestou fica
com um crédito de destroca.
A participação das distribuidoras na técnica de destroca é de 997600
botijões, isto é, esse é o total de botijões das concorrentes que as
revendedoras enviam à base de produção, onde se poderia evitar até 93% da
entrada destes e que 51% nem mesmo circularia no Estado do RJ (LEITE,
2003).
Analisa-se também que o fluxo de botijões das concorrentes que são
enviados pelas revendedoras é menor que o fluxo de destroca entre a base de
produção e às organizações concorrentes. Essa discrepância acontece por
causa dos empréstimos e compra de botijões.
Segundo Cotta (2003) as organizações que distribuem produzem com
margens de lucro baixas, por vezes negativas, pois os custos são altos no que
se refere à comercialização do produto. Por causa disso, a otimização de tal
processo torna-se essencial para estimular à competitividade. As empresas
passam a controlar seus lucros pela centralização dos locais de
envasilhamento, analisando também o local mais propício para o aumento do
turno de engarrafamento das bases e redução ou fechamento das bases
secundárias. Desta forma, os acordos operacionais de engarrafamento são
estabelecidos entre as empresas de distribuição com o intuito de reduzir as
despesas com comercialização.
29
A escala é um elemento decisivo para a gerência de baixos custos por
unidade. Não só escala nas plantas, como também organizacionais, onde os
custos fixos e os processos tecnológicos são minimizados com o crescimento
da produção. Além de atrapalhar à chegada de novas organizações fazendo
com que estas ingressem em larga escala e arrisquem-se a reação das
organizações do mercado, ou a ingressem em pequena quantidade.
Outra medida essencial para a redução de custos está no estoque dos
botijões com a utilização da estratégia JIT, pois os custos fixos de
armazenagem do Gás Liquefeito de Petróleo são altíssimos, assim a
diminuição dos dias que os botijões ficam armazenados; com o maior giro de
botijões em estoque diminuem os custos de armazenagem. Esta é um fator que
induz a organização a diminuir os preços para garantir as vendas. Esta
categoria de pressão mantém os lucros baixos (COTTA, 2003).
Segundo Carneiro (2002) para costear o gargalo logístico das unidades
deficitárias, as empresas de distribuição que são maiores, a partir de 1970,
começaram a construir locais para armazenagem de Gás Liquefeito de
Petróleo, as estocadoras, que ficaram com a responsabilidade de formar o que
o autor chama de “estoque-coração” das distribuidoras nas unidades de maior
demanda. A constituição de cada uma delas direciona para a posse do ativo
por duas ou mais das empresas de distribuição que estão nas oito primeiras
posições de ranking do mercado.
Com as estocadoras, as empresas de distribuição que são maiores
passam a utilizar-se de uma ferramenta estratégica para a competição no
mercado, capaz de forçar com que concorrência de pequeno porte possua um
aumento de custos operacionais. De acordo com as regras impostas pelos
operadores privados para a subtração do produto em suas estocadoras, as
empresas de distribuição que lá vierem a retirar necessitarão efetuar o
pagamento de uma taxa de carregamento, cujo preço ultrapassa o valor
cobrado, pela Petrobras e Braskem, para o acionamento do produto desde
suas refinarias até as bases das distribuidoras (LEITE, 2003).
Mediante este recurso, as empresas de distribuição que centralizam do
mercado, ao invés de concentrarem os carregamentos nas estocadoras das
30
quais são associadas, e onde seu valor de operação é baixo distribuem suas
solicitações de carregamento entre as estocadoras e também pelas unidades
deficitárias de suprimento da Petrobras. Assim, não tendo a capacidade para
atender as solicitações, a Petrobras pratica o rateio para unidades deficitárias,
transferindo as distribuidoras pequenas para as estocadoras onde, a um valor
maior, enfrentam valores operacionais médios maiores do que o das
concorrentes maiores, acarretando em ineficiência.
Todos os botijões distribuídos têm, fundidos a descrição da empresa de
distribuição pertencente. Segundo as legislações existentes, cada vasilhame
comercializado deve estar pintado de forma adequada com indicação de bom
estado de conservação, devendo também ser envasado apenas pela empresa
de distribuição pertencente e ser aceito, na troca por um cheio, por qualquer
distribuidora ou revendedor, independente da marca nele descrita. A ANP traz
como proibição o ato de encher, por uma distribuidora, botijões com a marca
das concorrentes, e destrocar botijões de terceiros (COTTA, 2003).
Conforme Bertaglia (2005) nos locais de destroca os botijões são
substituídos na base de um para um. Mas, como há a proibição do envase de
botijões de outras marcas, nenhuma delas libera os botijões das concorrentes
espontaneamente. Ao invés de se tornarem credoras, dão preferência por
reterem os botijões das concorrentes em suas bases, não os enviando aos
locais de destroca.
Assim, ao inutilizar o mercado de uma concorrente com uma enorme
quantidade de botijões novos, a empresa distribuidora desfrutar ao
proporcionar uma dupla perda a concorrente, onde além de tomar as
vendagens, ainda bloqueia as vendagens futuras, pois a concorrente não
possuirá botijões desta, em estoque.
31
CONCLUSÃO
Analisar a logística é uma questão dificultosa que necessita da procura
de soluções que beneficiem sua eficiência. Tais soluções são dependentes de
diversos componentes e condições dos envolvidos na técnica alvo de análise.
Esta monografia procurou mostrar ale de como se dá o desenvolvimento
da Logística Reversa, o processo de destroca de vasilhames pelas
distribuidoras. Desta forma, iniciou-se com a essência da estratégia e sua
importância na diminuição dos custos dentro das organizações, motivo pelo
qual esta vem conquistando maior destaque dentro das organizações, mesmo
que de forma tímida.
Trata-se dos custos logísticos e que, com a inserção deste sistema de
Logística Reversa, necessita de abordagem sobre o custeio do ciclo de vida
total, já que, com o regresso dos botijões às organizações, seja lá por qual
razão for, esta passa a se responsabilizar pelos seus vasilhames até o final de
sua vida útil.
Procurou-se mostrar que há poucos sistemas de informação
desenvolvidos especificamente para a Logística Reversa, demonstrando uma
necessidade de se desenvolver sistemas de dados interno.
Outra questão essencial é a gerência da Cadeia de Suprimentos para a
Logística Reversa, pois seu conhecimento a fundo consiste em fatores críticos
para o crescimento da Logística Reversa.
32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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33
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34
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO................................................................................ 2
AGRADECIMENTO................................................................................. 3
DEDICATÓRIA........................................................................................ 4
RESUMO................................................................................................. 5
METODOLOGIA...................................................................................... 6
SUMÁRIO................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO........................................................................................ 8
CAPÍTULO I O PAPEL DA LOGÍSTICA NAS ORGANIZAÇÕES........... 10
1.1 - O conceito de logística.............................................................. 10
1.2 - O papel da logística na organização.......................................... 12
CAPÍTULO II A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA................. 16
2.1 – Definição de logística reversa................................................... 16
2.2 – A logística reversa de pós-consumo......................................... 18
CAPÍTULO III A TÉCNICA DE DESTROCA DE VASILHAMES............. 22
3.1 – A origem do GLP...................................................................... 22
3.2 – A questão da destroca pelas organizações distribuidoras....... 25
CONCLUSÃO......................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 30
ÍNDICE................................................................................................... 31
FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................ 32
35
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: A logística reversa na destroca de botijões de gás
Autor: Fábio Silva
Data da entrega:_________/__________/___________
Avaliado por:__________________________________Conceito:_________