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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR NO APRIMORAMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE GARANTAM A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, APLICADAS À EDUCAÇÃO DE JOVENS
E ADULTOS - EJA
Por: Leonardo Marques do Nascimento
Orientador(a): Vilson Sergio de Carvalho
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR NO APRIMORAMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE GARANTAM A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, APLICADAS À EDUCAÇÃO DE JOVENS
E ADULTOS - EJA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração Escolar
Por: Leonardo Marques do Nascimento
Rio de Janeiro
2014
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Dedicatória
A todos os professores que durante a
especialização contribuíram para minha
formação acadêmica
.
4
Agradeço com emoção a todos que direta ou
indiretamente participaram da realização deste
trabalho, acompanhada de muito incentivo e
dedicação.
.
5
Epígrafe
“Dentre todas as práticas culturais da vida humana e da experiência de sociedades como a nossa, dificilmente alguma outra será tão insubstituível quanto a educação" (BRANDÃO, 2002, p. 187).
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RESUMO
A linha norteadora desta monografia visa mostrar que o gestor escolar é peça
fundamental na escolha de práticas pedagógicas que garantam a qualidade do
ensino à Distância para Jovens e Adultos. Buscando compreender a gestão e a
prática pedagógica que corrobora com o tema já apresentado formulou-se as
questões da pesquisa, quais sejam: Pode o Gestor escolar promover práticas
pedagógicas que garantam a qualidade do ensino da EJA na modalidade à
Distância? Até que ponto esse ideal educacional pode beneficiar as pessoas que,
por algum motivo, não concluíram os estudos em idade própria?
Mediante os pressupostos apresentados, o objetivo geral desta monografia é
analisar e demonstrar que o Gestor escolar é peça fundamental na escolha de
práticas pedagógicas que garantam a qualidade do ensino à Distância para Jovens e
Adultos.
Os objetivos específicos deste trabalho acadêmico propõem-se em 3
capitulos desenvolver so seguintes tópicos:
• Gestão escolar e práticas pedagógicas.
• Educação de Jovens e Adultos - EJA à Distância.
• A participação do gestor na elaboração do Projeto Político-Pedagógico.
• Estudo de campo aplicado a um colégio da EJA na modalidade à Distância.
Palavras-chaves: Educação; Jovens e Adultos; EJA à Distância; Gestão
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METODOLOGIA Pretende-se realizar um estudo de campo e também buscar-se-á o referencial
teórico em publicações, artigos científicos, na minha experiência profissional, e nas
Legislações pertinentes, destacando-se nestas, principalmente suas limitações e
deficiências. Os levantamentos serão realizados por uma discussão bibliográfica
sistemática da literatura disponível, ou seja, fontes primárias de informação como
livros, artigos, teses, dissertações, monografias, jornais entre outros referentes ao
assunto.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 1 Gestão escolar e práticas pedagógicas 13 1.1 Gestão escolar 15 1.2 Gestão da Educação à Distância 15 CAPÍTULO II
2 Educação de Jovens e Adultos - EJA à Distância 19 CAPITULO III
3 - Estudo de campo aplicado a um colégio da EJA na modalidade à Distância 28 3.1 O SAEI 28 3.2 Sobre os docentes da escola 29 3.3 O Ambiente virtual do SAEI 30 3.4 Sobre os alunos do SAEI 33 CONCLUSÃO 37 BILIOGRAFIA 39 WEBGRAFIA 41 Lista de Siglas EJA – Educação de Jovens e Adultos. LDB – Lei de Diretrizes e Bases. INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa. MEC – Ministério da Educação e Cultura. Saeb – Sistema de Avaliação da Educação Básica. ONG – Organização não Governamental.
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INTRODUÇÃO
Pelo fato eu ser um dos diretores administrativo e pedagógico de uma escola
de educação de jovens e adultos (EJA) na modalidade a Distância, estou sempre
buscando práticas pedagógicas que aprimorem a minha formação e também a deste
alunado. Assim, resolvi me aperfeiçoar buscando uma Pós Graduação Lato Senso
em especialista em Administração percebendo a necessidade de realizar uma
pesquisa sobre gestão escolar e (EJA) na modalidade a Distância, acreditando que
este tema precisa ser mais desenvolvido.
Uma vez que a direção escolar é um princípio e atributo da gestão, mediante
a qual é canalizado o trabalho conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as
no rumo dos objetivos.Ou seja, a direção põe em ação o processo de tomada de
decisões na organização e coordena os trabalhos de modo que sejam executados
da melhor maneira possível.O diretor de escola é o responsável pelo funcionamento
administrativo e pedagógico, portanto, necessita de conhecimentos tanto
administrativo quanto pedagógico (LIBÂNIO, 2000).
Deste modo, pretende-se nesta monografia desenvolver o tema Gestão
Escolar e Educação de Jovens e Adultos - EJA à Distância.
Justifica-se a realização desta pesquisa por acreditar que a EJA na
modalidade à Distância apresenta uma trajetória de desafios, principalmente por ser
uma alternativa capaz de minimizar o problema da exclusão social. Neste sentido, é
preciso avaliar até que ponto esse ideal educacional pode beneficiar as pessoas
que, por algum motivo, não concluíram os estudos em idade própria.
A EJA na modalidade à Distância consiste num meio de oferecer ao aluno a
possibilidade a conclusão de seus estudos num ambiente virtual. A visão de escola,
ao examinar as variadas concepções pedagógicas, permite deduzir que nenhuma
delas nega o fato de que as escolas são instituições sociais que, para cumprirem
seus objetivos, precisam ser, de alguma forma, administradas ou geridas. Neste
sentido o gestor escolar apresenta papel preponderante na escolha de práticas
pedagógicas que atendam os variados perfis dos estudantes, dentro eles, está o
perfil dos estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) na modalidade à
Distância, que no atual cenário vem se expandindo a cada ano que passa. Algumas
Instituições de ensino, públicas e privadas, percebem nesse modo de ensino a
solução para aqueles que não tiveram oportunidade de freqüentar o ensino regular.
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Os alunos, que, procuram a EJA precisam de formação para entrar no mercado de
trabalho e, os que já estão trabalhando percebem neste tipo de ensino a
oportunidade de conquistar um cargo maior, já outros procuram esta proposta
pedagógica com o objetivo de ampliar seu convívio no meio social, alguns a vêem
como a luz no fim do túnel.
Por outro lado, há aqueles que desejam simplesmente ter um comprovante
que o habilite a desenvolver suas atividades profissionais, sem se preocupar com a
qualidade do ensino. No entanto, é preciso considerar que o aluno seja em qualquer
modalidade de ensino, nem sempre vai à escola somente para cumprir uma
obrigação ou à procura de um diploma. Não podemos esquecer que os professores
também sofrem com as más condições da maioria das escolas públicas, com os
baixos salários, tanto da rede pública, quanto da rede privada, com turmas lotadas,
com a falta de apoio pedagógico e, muitas vezes, com carga horária excessiva.
Todos esses fatores devem ser considerados no processo escolar (BRUNEL, 2004,
p. 33).
Justifica-se a realização desta monografia por acreditar que a EJA na
modalidade à Distância além oferecer a oportunidade a jovens e adultos de terem
acesso a um direito básico estendido a todas as pessoas que, por algum motivo, não
concluíram os estudos em idade própria, para iniciar e/ou dar continuidade aos seus
estudos, também permite que o aluno concilie trabalho e estudo, fato que é difícil no
ensino presencial. Além disto, esta modalidade de ensino tem o poder de ultrapassar
barreiras e chegar aos locais mais distantes beneficiando alunos que moram em
áreas aonde não possuem escolas, nem transportes para estes alunos chegarem as
mesmas.
Outro fator que merece destaque quanto a escolha deste tema, como já dito,
é o fato de eu trabalhar em uma instituição de ensino da rede privada de ensino do
estado do Rio de Janeiro que oferece a EJA na modalidade à Distância tendo
percebido que essa proposta pedagógica, apresenta-se como uma alternativa capaz
de minimizar o problema da exclusão social.
Assim, a linha norteadora desta monografia visa mostrar que o gestor escolar
é peça fundamental na escolha de práticas pedagógicas que garantam a qualidade
do ensino à Distância para Jovens e Adultos.
Buscando compreender a gestão e a prática pedagógica que corrobora com o
tema já apresentado formulou-se as questões da pesquisa, quais sejam: Pode o
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Gestor escolar promover práticas pedagógicas que garantam a qualidade do ensino
da EJA na modalidade à Distância? Até que ponto esse ideal educacional pode
beneficiar as pessoas que, por algum motivo, não concluíram os estudos em idade
própria?
As questões secundárias serão investigadas para identificar justamente em
que consistem, precisamente, as aprendizagens escolares promovida pelos gestores
escolares e, conseqüentemente, para o sucesso do processo educativo-pedagógico.
Mediante os pressupostos apresentados, o objetivo geral desta monografia é
analisar e demonstrar que o Gestor escolar é peça fundamental na escolha de
práticas pedagógicas que garantam a qualidade do ensino à Distância para Jovens e
Adultos.
Os objetivos específicos deste trabalho acadêmico propõem-se em 3
capitulos desenvolver so seguintes tópicos:
• Gestão escolar e práticas pedagógicas.
• Educação de Jovens e Adultos - EJA à Distância.
• A participação do gestor na elaboração do Projeto Político-Pedagógico.
• Estudo de campo aplicado a um colégio da EJA na modalidade à Distância.
Assim, o que se abordará nesta monografia refere-se mais diretamente às
concepções e práticas pedagógicas e gestão da escola, tomadas no sentido estrito
de ajudar o educando da EJA na modalidade à Distância na conquista da sua
cidadania.
Para atender aos objetivos propostos esta pesquisa apoiar-se-á em uma
revisão bibliográfica conjugada com um estudo de campo.
Além desta introdução, o trabalho aqui apresentado está dividido em 3 capítulos.
No capítulo 1 Capítulo será abordado questões relacionadas a Gestão escolar
e práticas pedagógicas neste capítulo será demonstrado que a Gestão Pedagógica
se consiste a parte mais importante e significativa da gestão escolar. Cuida de gerir
a área educativa propriamente dita da escola e da educação escolar.
O capítulo 2 é dedicado a Educação de Jovens e Adultos- EJA à Distância,
será feito uma suscinto retrospectva desta modalidade de ensino..
No capítulo 3 será feito a analise e discussão dos dados da pesquisa de
campo aplicado a uma escola de EJA na modalidade à Distância, onde fora feito um
levantamento bibliográfico conjugado com as observações feitas na escola.
A última parte sumaria as considerações finais e as referências bibliográficas.
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A pesquisa fundamenta-se nas idéias de autores como: Bessa (2001), Brasil
(1998), Libâneo (2002-2010), Lück (2002), Paro (1997,) Rumble (2003), dentre
outros.
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CAPÍTULO I
GESTÃO ESCOLAR E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Gestão é um termo que provém do latim e significa: levar sobre si,
carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o sujeito
e um dos substantivos derivado deste verbo nos é muito conhecido. Trata-se de
gestatio ou seja gestação isto é: o ato pelo qual se traz dentro de si algo novo e
diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que
significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma raiz provêm os termos
genitora, genitor, germen. A gestão, neste sentido, pode, por analogia, ser
comparável àquela pela qual a mulher se faz mãe ao dar a luz a uma nova pessoa
humana(LÜCK, 2002.p.34).
Lück, (2002), salienta que os atos de gestão vêm de um ordenamento à
conduta interna da Administração e de seus servidores, ou cria direitos e obrigações
entre ela e os administrados tais como os despachos que determinam a execução
de serviços públicos. Além desses atos, há ainda os atos de império, que contém
ordem ou decisão coativa da Administração para o administrado e o ato de
expediente, que é aquele de preparo e movimentação de processos, recebimento e
expedição de papéis, e de despacho rotineiros, sem decisão do mérito administrativo
(LÜCK, 2002, p. 12).
De acordo com Luck gestão quer dizer a capacidade de fazer o que precisa
ser feito, assim a educação brasileira dedica muita atenção à gestão na educação,
enfatizando “a consolidação de uma gestão escolar de cunho democrático-
participativo destacando a competência cognitiva e afetiva, respaldada na
internalização de valores, hábitos, atitudes e conhecimentos”. (Lück, 2002.p.34)
A gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de
enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender às exigências de uma
realidade cada vez mais complexa e dinâmica. (LÜCK, 2002, p. 11).
Lück (2002) salienta que gerir pessoas é um dos principais desafios do gestor
escolar, pois as escolas atuais necessitam de líderes capazes de trabalhar e facilitar
a resolução de problemas em grupo, de trabalhar junto com professores e colegas,
ajudando-os a identificar suas necessidades de capacitação e a adquirir as
habilidades necessárias.
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De acordo com Libâneo, a Gestão Pedagógica se consiste a parte mais
importante e significativa da gestão escolar. Cuida de gerir a área educativa
propriamente dita da escola e da educação escolar. Estabelece objetivos, gerais e
específicos, para o ensino. Define as linhas de atuação de acordo com os objetivos
e o perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas. Elabora os
conteúdos curriculares (LIBÂNEO, 2002).
Acompanha e avalia o rendimento das propostas pedagógicas e dos objetivos
e o cumprimento das metas. Avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e
da equipe escolar como um todo (LIBÂNEO, 2002).
Suas especificidades estão enunciadas no Regime Escolar e no Projeto
Político-Pedagógico, também denominado Proposta Pedagógica, da escola. Parte
do Plano Escolar ou Plano Político-Pedagógico de Gestão Escolar também inclui
elementos da gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de
curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar (LIBÂNEO, 2002).
O diretor é o grande articulador da Gestão Pedagógica e o primeiro
responsável pelo seu sucesso, auxiliado, nessa tarefa, pelos apoios pedagógicos
(LIBÂNEO, 2002).
A prática tem mostrado que o diretor é fundamental para dinamizar a
construção coletiva do projeto, sua implantação e o acompanhamento e verificação
da realização prática do teoricamente proposto (LIBÂNEO, 2002)..
Profissionais competentes, líderes que tenham capacidade para coordenar esforço
coletivos (LIBÂNEO, 2002).
Os gestores escolares são os funcionários da escola responsáveis pela
liderança de todo o seu trabalho. Deste grupo fazem parte o diretor escolar, que é o
líder e responsável máximo por todo o processo escolar e mobilização de esforços e
recursos para a eficaz realização dos objetivos educacionais; o
supervisor/coordenador pedagógico, responsável pela orientação, acompanhamento
e avaliação dos processos educacionais e o orientador educacional, responsável
pelo atendimento na escola e em especial pela ação dos professores, às
necessidades de desenvolvimento dos alunos como pessoas (LÜCK, 2002, p.15).
15
1.1 Gestão escolar
Gestão escolar de acordo Libânio (2000) age como o centro da organização
e do processo administrativo é a tomada de decisão. Todas as demais funções da
organização (o planejamento, a estrutura organizacional; a direção, a avaliação),
estão referidas ao processo eficaz de tomada de. Os processos intencionais e
sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a decisão funcionar
caracterizam a ação que denominamos gestão. O diretor de escola é o responsável
pelo funcionamento administrativo e pedagógico, portanto, necessita de
conhecimentos tanto administrativo quanto pedagógico (LIBÂNIO, 2000).
A escola e seu modo de se organizar constituem um ambiente educativo, isto
é, um espaço de formação e de aprendizagem construído por seus componentes,
apropriando-se de uma forma específica de gestão necessita enxergar-se,
olhar para o seu cotidiano e fazer dele um objeto de reflexão. Assim:
É preciso, pois partir da atual maneira em que está o trabalho organizado na escola, para propor e implementar novas formas de administração que sejam não apenas mais democráticos, mas também mais eficazes na busca dos objetos educacionais”. Se a responsabilidade última pelo funcionamento da escola acha-se concentrado hoje, nas mãos do diretor escolar, em lugar de ignorar esse fato, cumpre envolver esse diretor cada vez mais com os compromissos de transformação (PARO, 1997, p. 165).
O gestor escolar atua em instituições de ensino junto ao corpo discente e
docente, em processos de seleção e capacitação de pessoal, na elaboração de
projetos educativos, na gestão escolar. Em geral, tem a função de atuar na direção
das escolas das redes públicas e particular de ensino como representante legal e
administrativo da instituição.
1.2 Gestão da Educação à Distância
A gestão na educação a distância assim como na presencial se refere a ação
de planejar, organizar, coordenar e controlar: espaço, tempo, dinheiro, instalações,
pessoas e informações não perdendo de foco o pedagógico, já que em ambas essa
é a finalidade. Mas no caso da gestão da EaD, certas especificidades devem ser
analisadas com atenção.
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Que o gestor educacional tenha conhecimento das Leis Educacionais, como
por exemplo no sentido de respeitar a carga horária. Uma vez que, na EJA a
distância é a carga horária necessária para se obter o certificado é a mesma que na
presencial. As instituições controlam esse tempo de estudo por meio de fóruns de
participação, chats com os professores e atividades que testam os conhecimentos,
além do envolvimento com as atividades promovidas nos polos presenciais como
debates e palestras (BRASIL, 2007).
No que diz respeito aos componentes curriculares da EJA EaD, estes seguem
os mesmos estabelecidos pela Base Nacional Comum. Nesse aspecto, a
organização curricular é composta da seguinte forma: Ensino Fundamental II Etapa:
Língua Portuguesa, Língua Estrangeira-Inglês, Artes, Matemática, Ciências,
Geografia, História e Educação Física. Estas disciplinas integram as quatro etapas
(série/fase) deste curso. Para o Ensino Médio as disciplinas que compõem as três
séries/fase do curso são: Língua Portuguesa e Literatura, Língua Estrangeira/Inglês
e/ou Espanhol, Artes, Matemática, Química, Física, Biologia, Filosofia, Sociologia.
Esta organização curricular pressupõe o reconhecimento do ambiente virtual como
espaço de aprendizagem.
De acordo com o Ministério da Educação nos Referenciais de Qualidade para
Educação a Distância, a importância do processo de gestão para o desenvolvimento
de um bom sistema de educação a distância merece destaque (BRASIL, 2007).
Esta gestão pode ser entendida, segundo Rumble (2003, p.7), como “um
processo que permite o desenvolvimento de atividades com eficiência e eficácia, a
tomada de decisões com respeito às ações que se fizerem necessárias, a escolha e
a verificação da melhor forma de executá-las”.
Segundo Rumble (2003, p.7), é preciso que no curso de EaD que os mais
diversos fatores sejam observados, entre eles fatores internos, externos, estruturais,
organizacionais e metodológicos. Para garantir que todos estes fatores sejam
abordados, é preciso uma equipe gestora que se atenha a alguns domínios
específicos, utilizando para tanto técnicas de gestão relacionadas a:
•Gestão estratégica;
•Gestão de projetos;
•Gestão da infraestrutura;
•Gestão de equipe;
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•Gestão de processos(ALVES, 2012).
O gerenciamento do curso a distância, pode se amparar nestes cinco
fundamentos da gestão, pretende, então, garantir uma implementação profícua e
ainda, a perenidade do curso ao longo do tempo.
Para o planejamento e implantação da EAD dois fatores precisam ser levados
em consideração, que são os polos presenciais e o gestor de polo(ALVES, 2012).
Segundo Alves (2012), “o gestor da EAD precisa conhecer a legislação sobre
educação a distância e todos os instrumentos legais que regem a educação escolar
brasileira (ALVES, 2012).
O planejamento e gestão da EAD são fundamentais para o seu sucesso.
Entre os principais elementos que devem ser levados em consideração para tal,
estão o acompanhamento e a supervisão da aprendizagem de todos os envolvidos.
Processo complexo e contrário ao que muitas instituições acreditam, de que sua
única função educacional é apenas a produção de um conteúdo (MAIA E MATTAR,
2008).
Para Rumble (2003), esse ato inicial de planejar exige que o garanta
definições quanto à linha filosófica de ensino (comportamentalista, humanista,
interacionista, etc.) e à característica dominante da instituição promotora desse
ensino, se autônoma (centrada na formação a distância), mista (de base presencial,
que oferta também a formação a distância por meio de departamentos ou núcleos)
ou em rede (parceira de outras instituições de ensino ou empresas, seja na
estruturação, gestão ou comercialização de cursos). Sobre esse atributo constitutivo
da instituição, para cumprimento à legislação brasileira, prescrita no Decreto n. 5622
(2005), apontabdo mistas todas as instituições credenciadas pelo Ministério da
Educação para a oferta de cursos na modalidade a distância.
O estudo da gestão de cursos a distância também é justificado pela pouca
existência de trabalhos na área, mais especificamente, sobre os avanços e
retrocessos:
[...] não existe ainda documentação abundante tratando especificamente dos sistemas de gestão do ensino a distância. A quantidade de pessoas que buscam esse tipo de ensino, assim como instituições em diversos países que recorrem aos seus métodos, justificam a magnitude dos recursos destinados ao ensino a distância. Para que os dirigentes utilizem esses recursos com eficiência e
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eficácia, é necessário que desenvolvam competências no campo da gestão de cursos a distância. (RUMBLE, 2003, p. 21).
Torna-se necessário o cumprimento da legislação. De acordo com o MEC
(Ministério da Educação) para que um curso seja reconhecido pela pasta, a duração
mínima dos cursos de EJA a distância deve ter 1.600 horas para ensino fundamental
e 1.200 para ensino médio. A idade mínima para fazer o curso é a mesma
estabelecida para a EJA presencial: 15 para ensino fundamental e 18 para ensino
médio. Toda escola deve oferecer um polo de apoio pedagógico às atividades
escolares e deve garantir acesso dos estudantes à biblioteca, internet, rádio e
televisão. As avaliações devem ser contínuas e presenciais. E as instituições que
oferecerem este tipo de ensino devem ser credenciadas pelos Conselhos de
Educação estaduais e podem ser avaliadas periodicamente.
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CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA À DISTÂNCIA
Em 20 de dezembro de 1996, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, nº 9.394. O documento dispôs sobre todos os níveis da educação escolar,
sendo este dividido em dois: o primeiro engloba a Educação Básica, que
compreende educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, e o segundo, a
Educação Superior. A Educação de Jovens e Adultos, a Educação Profissional, a
Educação Especial, a Educação Indígena e a Educação a Distância, foram
enquadradas como modalidade educacionalO Projeto de Lei no 4155/98, referente
ao Plano Nacional de Educação, reconhece em seu diagnóstico, um quadro crítico e
dá atenção especial à Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 1998).
A educação à distância busca superar obstáculos que se interpõem entre
sujeitos que dependem de proximidade não presencial, mas indireta , virtual e em
tempo real, por meio de aparatos modernos de alta tecnologia (art. 80 da LDB).
O Decreto n.º 2.494/98 regulamenta o ensino a distância, quando se refere a
EJA, permite a presença de instituições públicas e privadas, exigindo, porém, a
obediência às diretrizes curriculares fixadas nacionalmente. Cursos de EJA e
exames supletivos (para brasileiros residentes no exterior) à distância poderão ser
certificados por instituições estrangeiras, mas deverão ser revalidados para gerarem
efeitos legais(BRASIL, 1998).
Ao longo dos anos, os déficits de atendimento ao Ensino Fundamental
resultaram em um grande número de jovens e adultos que não tiveram acesso ou
não terminaram a contento o ensino fundamental obrigatório. Embora tenha havido
progresso com relação a este quadro, o número excessivo de analfabetos ainda
envergonha o país. Apontam todos os indicadores estatísticos para a profunda
desigualdade regional, na oferta de oportunidades educacionais e concentração de
população analfabeta ou menos escolarizada em áreas de pobreza existentes no
país(BESSA, 2001, p. 370).
Comparando duas Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios
(PNAD). Em 1992, 17,2% dos brasileiros de 15 anos ou mais eram analfabetos. Em
2001, este grupo caiu para 14,9% do total. Mostra ainda, o IBGE que,
proporcionalmente, existem mais analfabetos nas áreas rurais do país. Nos centros
urbanos, a taxa é de 9,5% da população, enquanto na área rural sobe para 28,7%.
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percebe-se que o problema é mais grave no campo, justamente onde há menos
acesso à escola(BESSA, 2001, p. 370)..
Deste modo a Educação de Jovens e Adultos é vista no Brasil como uma
compensação e não como um direito, pelo fato de o país ainda se ressentir de uma
formação escravocrata e hierárquica. Esta tradição foi alterada em nossa legislatura,
na medida em que a educação de jovens e adultos, torna-se um direito. Porém, um
longo caminho ainda resta pela frente para que esta modalidade de educação se
efetive como uma educação permanente e possa beneficiar o desenvolvimento do
educando(BESSA, 2001, p. 370).
Convém ressaltar que os alunos da educação de jovens e adultos são
diferentes dos alunos pertencentes à faixa etária convencional do ensino
fundamental (7 a 14 anos). São geralmente trabalhadores, com grande experiência
profissional ou com expectativa de inserção no mercado de trabalho. Para eles, de
formação escolar incompleta devido à inexistência de escola ou à auto-evasão, o
retorno à escola consiste em uma busca pelo direito de saber.
A partir dos anos 30, quando a oferta de ensino público primário gratuito e
obrigatório se tornou um direito de todos, se desenharam as primeiras iniciativas
sistemáticas em relação à educação básica de jovens e adultos. Este direito atingiu
inclusive os jovens e adultos embora com variadas interpretações nos estados e
municípios(BESSA, 2001, p. 370).
Ao findar a ditadura do Estado Novo, tornou-se importante não só incentivar
a produção econômica, como também aumentar as bases eleitorais político-
partidárias e fazer a integração no setor urbano de levas migratórias vindas do
campo. Não convinha ao país exibir taxas elevadas de população analfabeta.
Em 1947, a educação de jovens e adultos assume dimensões políticas, é
lançada a Campanha da Educação de Jovens e Adultos, dirigida principalmente para
o meio rural, orientada por Lourenço Filho, que previa uma alfabetização em três
meses e a condensação do ensino primário em dois períodos de sete meses. A
seguinte etapa da ação se voltaria para o desenvolvimento comunitário e para o
treinamento profissional. Mesmo com o entusiasmo dos voluntários, os resultados
obtidos em número de escolas supletivas em várias regiões do país não se
mantiveram no decênio posterior, até quando completados e substituídos em alguns
lugares pela Campanha Nacional da Educação Rural, iniciada em 1952(BESSA,
2001, p. 372).
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Uma visão do adulto analfabeto, incapaz e marginal, identificado com a
criança era trazida pela desvinculação do analfabetismo da situação econômica,
social e política do país. Os Centros de Cultura Popular e Movimento de Cultura
Popular foram criados no Recife em 1960. Foi neste período que estudantes e
intelectuais atuaram junto aos grupos populares desenvolvendo e aplicando novas
concepções de cultura e educação popular(BESSA, 2001, p. 372).
Paulo Freire, renomado educador pernambucano, é referência principal de um
novo paradigma teórico e pedagógico para educação de jovens e adultos. A sua
proposta de alfabetização se espalhava pelo país e inspirou os programas de
alfabetização e de educação popular realizados no início dos anos 60.
Em meados de 1963, foram se articulando e passando a pressionar o
governo federal, diferentes grupos com a finalidade de que os apoiasse e
estabelecesse uma coordenação nacional de iniciativas. Pouco tempo depois foi
criado o Plano Nacional de Alfabetização (PNA) que previa a disseminação por todo
o território nacional de programas de alfabetização orientados pelo Método Paulo
Freire. Foram instalados círculos de culturas por diversas localidades do País.
(BESSA, 2001, p. 372).
O Plano, oficializado em 21 de janeiro de 1964, que desencadeou estes
programas, movimentos e campanhas, foi extinto, na ocasião do golpe de 1964, por
decreto dos militares que tomaram o poder. A repressão atingiu muitos dos
promotores da educação popular e da alfabetização. Um país que, na ótica dos
detentores do poder, deveria se tornar uma potência, teve seu orgulho desafiado
pela existência do analfabetismo.
A expansão da Cruzada ABC e depois do Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL) foi a primeira proposta do regime militar, cujo objetivo foi
erradicar o analfabetismo e propiciar a educação continuada de jovens e adultos.
Criado em 1967, este movimento constituiu-se como fundação, com autonomia
regional em relação ao Ministério da Educação.
A ampla difusão do Ensino Supletivo promovida pelo MEC, a partir da Lei no
5.692/71, através do conselheiro Valmir Chagas, é paralela ao trabalho desenvolvido
pelo MOBRAL. Esse fato redefiniu as funções do ensino do 1o grau, o MEC
promoveu a realização de grande número de cursos, como por exemplo, a
certificação de professores leigos. A implantação dos Centros de Ensino Supletivo
(CES), foi a iniciativa mais promissora. Esses Centros foram abertos aos que
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desejavam realizar estudos na faixa de escolaridade posterior às séries iniciais do
ensino do primeiro grau, inclusive aos que vinham do MOBRAL (BESSA, 2001, p.
380).
No decorrer da metade dos anos 70, aspirando por uma democracia política e
uma mudança de rumos excludentes do crescimento econômico, associações de
bairro e comunidades começam a se constituir em atos sociais de caráter político e
de oposição sindical. Tal fato é o inicio de uma reação da sociedade aos tempos de
autoritarismo e repressão.
Apropriando-se do discurso em voga entre educadores, o estatuto do
MOBRAL esvaziava seu significado, apresentando como suas principais metas,
além das habilidades da leitura, a escrita e a contagem. Apesar de ‘usuário’ do
método de Paulo Freire, usando as palavras geradoras no processo de educação, o
programa dos militares nada mais tinha em comum com a proposta pedagógica do
educador. (BESSA, 2001, p. 372)
Quando já declinava o regime autoritário, a Fundação Educar em 1985,
dentro das competências de alfabetização, substituiu o MOBRAL. Esta Fundação
atuava com apoio financeiro e técnico às ações de outros níveis do governo, de
organizações não governamentais (ONGs) e de empresas, apesar de não executar
diretamente os programas.
Em 1990 se deu a extinção da Fundação Educar, coincidindo com o início do
governo Collor, quando, a partir da Constituição Federal de 1988. já existia uma
nova concepção de Educação de Jovens e Adultos. Em 1990, foi lançado o
Programa Nacional de Alfabetização, praticamente não apresentou resultados.
A partir de 1997, o Governo Fernando Henrique Cardoso apóia ações de
Alfabetização Solidária, realizando uma parceria com o MEC e a iniciativa privada,
ativa em vários municípios, prioritariamente no Norte e Nordeste. Após 1999, o
programa se estendeu aos grandes centros urbanos.
Em seu primeiro mandato (1995-1999) o presidente Fernando Henrique
Cardoso criou a campanha Adote um analfabeto. Através de contribuição mensal
de 17 reais por um período de seis meses (tempo de duração do curso), cada
cidadão poderia sustentar metade dos gastos mensais que o governo teria com cada
alfabetizando. A outra parte seria coberta pelo MEC, de acordo com (BESSA, 2001,
p. 382).
Os resultados do programa foram considerados positivos, mas avaliaram
23
somente o processo e os resultados de eficácia e não de impacto, anunciando, por
exemplo, o índice de participação e de evasão ao longo do curso, mas não o
número de jovens e adultos que, de fato, foram alfabetizados.
Ainda em campanha política, o então candidato à presidência da República
Luis Inácio Lula da Silva apresentou as seguintes propostas para o programa de
Governo do PT:
Implantar o programa Mova Brasil para erradicar o analfabetismo absoluto de jovens e adultos num prazo de quatro anos, envolvendo os diversos segmentos da sociedade civil organizada e os três níveis de governo, valorizando as experiências locais(BESSA, 2001, p. 389).
Na gestão do Presidente Lula foi lançado o programa Brasil alfabetizado,
implementado pelo Ministério da Educação e Cultura, como se explica a seguir:
O MEC concederá assistência financeira para ações de alfabetização de jovens e adultos e formação de alfabetizadores às entidades federais, estaduais, municipais e privadas de ensino superior sem fins lucrativos e a organismos da sociedade civil sem fins lucrativos com comprovada experiência em educação de jovens e adultos, no sentido de possibilitar a inclusão social e combater as desigualdades educacionais, buscando formas que ampliem o acesso e a continuidade da escolarização em todos os níveis para aproximadamente 20 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que não tiveram, na idade adequada, acesso à escola. No programa Brasil Alfabetizado, a assistência será direcionada ao desenvolvimento de projetos com as seguintes ações: Alfabetização de jovens e adultos e Formação de alfabetizadores(BESSA, 2001, p. 390).
Dentro de seus objetivos, os empresários, ao reconhecerem a importância da
educação e ao incorporarem suas necessidades, têm tomado iniciativas de
parcerias com os poderes públicos e com ONGS. A educação de jovens e adultos é
direcionada pelos trabalhadores, conscientes do valor da educação para a
construção da cidadania, vista como um espaço de direito e como lugar de
desenvolvimento profissional.
No século XXI, a educação de jovens e adultos continua nas propostas
24
governamentais, como pode ser visto a partir de diversos programas que foram
instituídos no inicio do período. No governo de Lula, como já dito, foi criado o
programa Brasil Alfabetizado, um programa do Ministério da Educação, que contribui
na luta de superar o analfabetismo no Brasil. Instituído pelo decreto nº. 6.093 de 24
de abril de 2007 têm por objetivo “a universalização da alfabetização de jovens e
adultos de quinze anos ou mais." O programa é uma conquista, principalmente
porque o financiamento para a educação de jovens e adultos sempre foi precário por
parte dos governantes ” (ARROYO, 2006 p. 20).
Brasil, Houve um crescimento considerável de cursos e de número de alunos
matriculados em cursos a distância, de acordo com o Senso 2010 ABED –
Associação Brasileira de Educação a Distância), há 2.648.031 matriculados em EaD
no país, nos 1.752 cursos oferecidos, entre credenciados e cursos livres. “O estudo
mostra que 37% deles estão na pós-graduação, 26,5% na graduação e 34,6% em
cursos tecnólogos ou de complementação pedagógica. No cenário Brasil, 80% dos
alunos EaD estão no Sudeste. E 53,4% são do sexo feminino”, anunciou o
presidente da ABED. Há uma grande lacuna, pois a produção do conhecimento
acompanha o ser humano desde o princípio da humanidade, mediante os sentidos,
a observação, as crenças, vivência e as percepções de cada pessoa, conforme sua
visão de mundo.
O rejuvenescimento da população que freqüenta a Educação de Jovens e
Adultos (EJA) é um fato que vem progressivamente ocupando a atenção de
educadores e pesquisadores na área da educação. O número de jovens e
adolescentes nesta modalidade de ensino cresce a cada ano, modificando o
cotidiano escolar e as relações que se estabelecem entre o sujeito que ocupam este
espaço. (BRUNEL, 2004, p. 9).
O Censo Escolar da Educação Básica 2011, divulgadores em 2012 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (INEP), revelou que quase metade (46,3%) dos professores de educação básica do país que estão buscando graduar-se em suas áreas, estão estudando por cursos a distância. Eles são do grupo de 176.625 pessoas, entre o total de 380.669 professores que estão inscritos na graduação do país1.
1 Disponível em : http://www.supletivorapidorj.com.br/noticias/ead-cresce-entre-os-professores-quase-a-metade-cursa-a-distancia-no-nivel-basico. Acessado em 31 out 2014.
25
Atualmente, são poucas pesquisas voltadas para a modalidade da EJA, essa
é ainda uma discussão pouco consolidada. A permanente luta é histórica e continua
buscando caminhos para um reconhecimento e respeito em sua composição.
Grupos de trabalho, universidades e movimentos populares, tem buscado uma
reconfiguração da EJA que vem conquistando espaços também no compromisso do
Estado. (ARROYO, 2006 p. 20).
A sociedade continua se mostrando presente nas discussões em torno de
uma nova configuração para a EJA, com movimentos sociais, sindicatos, ONGs,
procurando promover uma postura diferente frente às necessidades desses
estudantes. “O compromisso dessa diversidade de coletivos da sociedade não é
mais de campanhas nem de ações assistencialistas” (ARROYO, 2006 p. 20).
Antigamente o ensino a distancia era:
Uma relação via correio, sozinha, típica dos cursos por correspondência antigos, não mais reflete o estágio atual de desenvolvimento tecnológico no campo da comunicação. Assim, para atender às exigências de qualidade do processo pedagógico atual - salvo em algum caso muito específico, de aluno que resida em local isolado e sob condições muito peculiares em que sempre será admitida esta forma de comunicação – também devem ser oferecidas as atuais condições de telecomunicação (telefone, fax, correio eletrônico, teleconferência, fórum de debate em rede, etc...) . Junto com a interação professor-aluno, a relação entre colegas de curso, mesmo a distância, é uma prática muito valiosa, capaz de contribuir para evitar o isolamento e manter um processo instigante, motivador de aprendizagem, facilitador de interdisciplinaridade e de adoção de atitudes de respeito e de solidariedade ao outro. Sempre que necessário, devem prever momentos presenciais.O encontro presencial no início do processo, é importante para que os alunos conheçam professores, técnicos de apoio e seus colegas, facilitando, assim, contatos futuros a distância2.
Atualmente as tecnologias do mundo atual entraram no campo da educação a
distãncia com uma força tal, que se tornou parte integrante desse campo, sendo um
processo irreversível. Nesta modalidade de ensino sua seguridade acontece através
2 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/PADR%C3%83%C2%A5ES%20DE%20QUALIDADE.pdf. Acessado em 20 out 2014.
26
da comunicação/interatividade professor-aluno. Neste sentido, a instituição de
ensino deverá:
• apresentar como se dará a interação entre alunos e professores, ao longo
do curso
de graduação a distância e a forma de apoio logístico a ambos; • quantificar o
número de professores/hora disponíveis para os atendimentos requeridos pelos
alunos;
• informar a previsão dos momentos presenciais planejados para o curso e
qual a estratégia a ser usada;
• informar aos alunos, desde o início do curso, nomes, horários, formas e
números para contato com professores e pessoal de apoio;
• informar locais e datas de provas e datas-limite para as diferentes atividades
(matrícula, recuperação e outras);
• garantir que os estudantes tenham sua evolução e dificuldades regularmente
monitoradas e que recebam respostas rápidas a suas perguntas bem como
incentivos e orientação quanto ao progresso nos estudos;
• assegurar flexibilidade no atendimento ao aluno, oferecendo horários
ampliados e/ou plantões de atendimento;
• dispor de centros ou núcleos de atendimento ao aluno –próprios ou
conveniados - inclusive para encontros presenciais;
• valer-se de modalidades comunicacionais sincrônicas como
teleconferências, chats
na Internet, fax, telefones, rádio para promover a interação em tempo real
entre docentes e alunos;
27
• facilitar a interação entre alunos, sugerindo procedimentos e atividades,
abrindo sites e espaços que incentivem a comunicação entre colegas de curso;
• acompanhar os profissionais que atuam fora da sede, assegurando aos
alunos o mesmo padrão de qualidade;
• orientar todos os profissionais envolvidos no programa e organizar os
materiais educacionais de modo a atender sempre o aluno, mas também a promover
autonomia para aprender e para controlar o próprio desenvolvimento;
• abrir espaço para uma representação de estudantes que estudam a
distância, de modo a receber feedback e aperfeiçoar os processos.
Atualmente há uma mobilização maior para a modalidade do ensino a
distância, envolvendo mais pesquisas, trabalhos e a tentativa de implementação de
políticas públicas, que atendam às reais necessidades da EJA na modalidade à
distância3.
3 Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/PADR%C3%83%C2%A5ES%20DE%20QUALIDADE.p. Acessado em 20 out 2014.
28
CAPÍTULO III
ESTUDO DE CAMPO APLICADO A UM COLÉGIO DA EJA NA MODALIDADE À DISTÂNCIA
Este capítulo será dedicado a uma pesquisa de campo em uma escola de
educação de jovens e adultos na modalidade a distância, localizada no Centro da
cidade do Rio de Janeiro, denominada Sociedade Augusto de ensino Integrado
(SAEI).
A escola foi fundado em 2010 com o objetivo de atender a jovens e adultos
na modalidade a distância, a escola foi reconhecida pelo parecer CEE/RJ nùmero
236/2010 de 09/11/2010 e publicado no Diário Oficial do estado do Rio de Janeiro
em 2011 . Possui uma biblioteca ampla, com um acervo muito bom, e fica a
disposição dos alunos, possui também uma biblioteca virtual com um grande acervo.
A escola tem 1927 alunos matriculados na educação de jovens e adultos na
modalidade a distância, distribuídos nos ensinos fundamental e médio, a escola
conta com 6 salas de aula para atender os alunos, uma vez que as provas são
realizadas de forma presencial.
3.1 O SAEI
O SAEI apresenta uma proposta pedagógica que visa dar suporte às novas
realidades e vivência didático-pedagógicas aos alunos que não concluíram seus
estudos a contento, inclusive para os idosos, que buscam opções para desenvolver
seu potencial, realizar-se a si mesmos e ampliar suas experiências vividas.
Ministrado a distância, o curso oferece ao aluno a possibilidade de cursar os
Ensinos; Médio e ou Fundamental. O ensino médio é constituído pelas seguintes
disciplinas Português; Matemática; História; Geografia; Inglês; Filosofia; Espanhol;
Arte; Biologia; Química; Ed. Física; Sociologia;
O aluno recebe o material didático em uma apostila digital, na qual ele vai
estudando e tirando as dúvidas com os professores no ambiente virtual, e quando
estiver preparado para ser avaliado, ele agenda as provas nas datas e horários mais
convenientes. As provas são baseadas no conteúdo estudado. Por isso, os materiais
didáticos possuem exercícios de fixação e simulados, preparando o aluno para
realizá-las com sucesso.
29
As avaliações são presenciais e realizadas, ao final de cada disciplina, no
polo escolhido pelo aluno .
Sua Estrutura Administrativa - Pedagógica está dividida da seguinte forma:
DIRETOR-GESTOR ESCOLAR
VICE-DIRETOR
COORDENADOR ADMINISTRATIVO
COORDENADOR PEDAGÓCICO
PESSOAL DE APOIO E PROFESSORES
.
É importante destacar o papel do Gestor escolar como sendo de fundamental
importância no sentido de participar e garantir articulações no âmbito pedagógico
com o seu corpo docente, tendo o objetivo principal, promover a aprendizagem do
alunado.
3.2 Sobre os Docentes da Escola Português; Luzia Schmitd Carvalho
Matemática: Marcelo Gonçalves
História: Alline Torres Dias da Cruz
Geografia: Fernanda Figueiredo Braga
Inglês: Luzia Schmitd Carvalho
Filosofia: Luzia Schmitd Carvalho
Espanhol: Isabel Cristina Porto Braga
Arte: José Lucas de Oliveira Filho
Biologia: Milene Santos da Silveira
Química: Taís Conceição dos Santos
Ed. Física: Daniella Regazzi da Rocha
Sociologia: Renata Figueiredo Moraes
30
Entrevistando a professora Luzia Schmitd Carvalho que leciona as matérias,
português, filosofia e inglês percebi o quanto ela está engajada para trabalhar com
esta modalidade de ensino pois ela enxerga na mesma uma oportunidade de aluno
que não pode estudar na idade certa a exercer sua cidadania. As aulas são online,
onde existe uma plataforma na qual os alunos e professores interagem entre si.
As avaliações são presenciais e realizadas, ao final de cada disciplina, pelo
aluno, a professora Luzia salienta que a aula que ela ministra online, é semelhante
a aula presencial, a única diferença é a distância física, entre professor e aluno. O
educador deve levar em consideração os conhecimentos adquiridos pelos alunos,
trocando saberes, respeitando o processo de aprendizado do aluno, afim de que, o
aprendizado se torne eficaz.
Durante todo o curso, o aluno tem acesso ao ambiente virtual de
aprendizagem, espaço na internet onde pode interagir com o professor, além de ter
acesso às apostilas eletrônicas, vídeos explicativos e exercícios de fixação.
3.3 O Ambiente Virtual do SAEI
o ambiente virtual do SAEI funciona da seguinte forma o professor recebe
em seu email as dúvidas dos alunos e prontamente já responde. A professora Luzia
abriu espaço para mostrar uma de suas aulas.
Olá, Professora Luzia | Sair
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Seja bem-vindo!
31
Aqui você poderá responder às duvidas de seus alunos. Tudo
com a maior facilidade!
Dúvida do aluno:
Eu não consigo saber quando uma oração é substantiva
existe alguma dica para identificá-la?desde já
obrigado.
Resposta da professora:
Orações Subordinadas Substantivas
São orações que exercem a mesma função que um
substantivo, na estrutura sintática da frase.
Exemplo 1:
- A menina quis um sorvete. (período simples)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = objeto direto;
Temos duas posições na frase anterior em que podemos
usar um substantivo: o sujeito (menina) e o objeto
direto (sorvete). Nessas mesmas posições podem
aparecer, em um período composto, orações
subordinadas substantivas.
32
Dependendo de onde elas apareçam e da função que
elas exerçam, poderemos classificar como Subjetiva
(função de sujeito) ou como Objetiva direta (função de
objeto direto).
Sendo assim, notamos que:
- A menina quis que eu comprasse sorvete. (período
composto)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Que eu comprasse sorvete = Oração subordinada
substantiva Objetiva direta
A explicação acima é apenas uma demonstração do ambiente virtual, feita
através de uma aula de português, ministrada pela professora Luzia Schmitd, com
as outras matérias, acontece da mesma forma.
Cabe ressaltar, que na aula de educação física, pelo fato de não ser
presencial, é apresentado ao aluno, noções sobre a importância da saúde física,
postura, etc. Uma vez, que nos dias de hoje nunca se enfatizou tanto os exercícios
físicos.
Segundo Libâneo, (2010):
(...) as mídias apresentam-se, pedagogicamente, sob três formas: Como conteúdo escolar integrante das várias disciplinas do currículo, portanto, portadoras de informação, idéias, emoções, valores; como
33
competências e atitudes profissionais; e como meios tecnológicos de comunicação humana (visuais, cênicos, verbais,sonoros, audiovisuais) dirigidos para o ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender, implicando, portanto, efeitos didáticos como:desenvolvimento de pensamento autônomo, estratégias cognitivas,autonomia para organizar e dirigir seu próprio processo de aprendizagem, facilidade de analise e resolução de problemas etc.( LIBÂNEO, 2010, p. 70).
No ambiente virtual é a presença do professor como mediador do processo
de ensino é a garantia do aprendizado do aluno, neste contexto o papel do Gestor,
se faz fundamental no sentido de verificar o cumprimento da proposta pedagógica.
De acordo com o Gestor escolar do SAEI, a proposta pedagógica tem o
objetivo de enriquecer e subsidiar o trabalho metodológico proporcionando ao
alunado a capacidade de reconhecer o seu papel como cidadão consciente e ativo
na sociedade. A proposta pedagógica do SAEI ampara-se na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96).
3. 4 Sobre os alunos do SAEI
Os alunos do SAEI são em grande maioria, trabalhadores, empregados ou
desempregados, ou ainda aqueles que buscam o primeiro emprego, e também
trabalhadores que já estão empregados e que enxergam neste tipo de ensino uma
oportunidade de ascensão de cargo.
Geralmente são filhos de pais que moram geralmente na periferia das cidades
e nos interiores aonde o ensino é precário e em certos lugares o ensino ainda nem
chegou.
São os chamados excluídos, pois não tiveram a oportunidade porque a eles
não foram oportunizados esse contato com a escola.
Os jovens e adultos que voltam à escola procuram estudar para atender as
exigências do mercado de trabalho, para ajudar seus filhos e netos nas tarefas
escolares ou ainda para alcançarem objetivos de ler simples palavras, assinar o
próprio nome e até mesmo ler o itinerário de transportes coletivos.
Segundo Oliveira, 2001:
(...) ele é também um excluído da escola, porém geralmente incorporado aos cursos supletivos em fases mais adiantadas de escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino
34
fundamental ou mesmo o ensino médio. É bem mais ligado ao mundo urbano, envolvido em atividades de trabalho e lazer mais relacionada com a sociedade letrada, escolarizada e urbana (...). (OLIVEIRA, 2001, p. 16).
De acordo com o Caderno de orientações didáticas para EJA (2007,
p.32,apud Vera Masagão, 1999, p.191), a especificidade dos conhecimentos e dos
processos de aprendizagem por quais passam os jovens e adultos dizem respeito:
Em grau muito mais elevado do que as crianças, os adultos já dispõem de um amplo universo de conhecimentos práticos e concepções mais ou menos cristalizadas sobre diversos aspectos da realidade social e natural. Em relação a esse ponto, o desafio seria identificar a natureza desses conhecimentos práticos e desses supostos estilos cognitivos próprios, e investigar de que modo poderiam ser mobilizados para as aprendizagens tipicamente escolares, ou, em outra perspectiva, de que maneira os conteúdos da escola deveriam ser modificados para se adequar a esse modo de pensar próprio que os jovens e adultos desescolarizados já teriam forjado ao longo da vida Precisamos, de fato, ouvir os alunos e estabelecer uma relação de troca de saberes, na qual o aluno sinta que seu conhecimento é importante e que a posição do professor não é a de quem vai impor um determinado conhecimento, desprezando seus saberes, como se esses não tivessem valor.4.
Já que precisamos ouvir os alunos vamos então observar o depoimento de
alguns deles:
Maria da Silva- 70 anos
"Eu só sabia desenhar o meu nome, nem me perguntem como eu aprendi. porque não lembro, vim da zona rural do interior do Ceará, sou filha de trabalhador rural, vim para o Rio na década de 60,fugindo da seca. Estudar para mim era um sonho muito distante, considerado impossível, trabalhei a minha vida inteira como empregada doméstica. Quando me aposentei, tomei coragem e procurei um supletivo a distância. Só sei dizer que quando recebi o diploma de conclusão do ensino médio não me contive, debulhei em lágrimas. Atualmente, faço graduação em Teologia".
Iracema José da Silva – 51 anos
4 Disponível em: 1Orientações Didáticas: Alfabetização e Letramento EJA. Disponível em:<http://arqs.portaleducacao.prefeitura.sp.gov.br/exp/ejaemova.pdf>.Acessado em: 02 out. 2014
35
"Fui aluna do SAEI e foi uma experiência boa ao que se refere em atendimento por
parte dos professores, como também ao atendimento geral".
Kleberson Duque – 25 anos
"Eu escolhi o SAEI por indicação de amigos e pela segurança nas informações que me passaram via telefone e pessoalmente também, as funcionárias da secretaria foram muito atenciosas e dedicadas, os professores são treinados para a Educação a Distância, fiquei muito feliz em concluir com êxito os meus estudos no Supletivo SAEI".
Edilson Santos Macêdo – 47 anos
"Meu nome é Edilson Macêdo, escolhi fazer o curso no SAEI pela praticidade
oferecida, já que eu trabalho o dia todo e moro em outra cidade. Também pela
agilidade, pois posso fazer meus horários e estabelecer meu ritmo próprio".
Sidney Carvalho – 35 anos
"Trabalho embarcado, e tenho pouco tempo para estudar, o curso SAEI caiu como uma luva. Terminei o Ensino Médio em 2011 e depois entrei em um curso técnico de Eletrotécnica, hoje já estou formado e estou bem de vida. Pude acompanhar de perto a qualidade oferecida no curso, restando tributar elogios e minha gratidão".
João Dias Nunes – 58 anos
"Estava precisando do 2° Grau para ser promovido na firma que eu trabalho, graças a Deus tive a oportunidade de fazer um curso a distância, pois minha carga horária de trabalho não permitia frequentar sala da aula. Material didático muito bem explicativo!"
Heloísa Alves Castro – 43 anos
"Pela credibilidade do curso e pelo fato de ser mais acessível, há a liberdade
de poder estudar a qualquer hora, em qualquer lugar".
36
Através destes depoimentos é possível notar que a EJA na modalidade a
distância, tem a possibilidade de oferecer para estes alunos um direito previsto por
lei para todo cidadão brasileiro, atendendo as necessidades de diferentes pessoas.
pois além de inclusiva, devolve a cidadania, auto-estima, qualidade de vida entre
outros.
37
CONCLUSÃO
Pelo exposto foi possível perceber que papel do gestor na valorização das
pessoas e na responsabilidade em sua formação permanente é de extrema
importância, visto que cabe a ele a responsabilidade pela composição do cotidiano
educacional e a proposta de formação de grupos para tarefas do gerenciamento
educacional na EJA na modalidade a distância..
A função do gestão educacional não se limita apenas a cumprir e fazer cumprir
a legislação da empresa escola, que é um exercício comum a todas as
organizações, quer tenham finalidade lucrativa ou não, quer sejam grandes ou
pequenas, públicas ou privadas, como bem sinalizou Rumble (2003):
A gestão não se limita a certas categorias da empresa [...] é um exercício comum a todas as organizações, quer tenham finalidade lucrativa ou não, quer sejam grandes ou pequenas, públicas ou privadas. O ensino não é uma exceção. É fundamental, para os diferentes atores do processo que a gestão do ensino seja eficiente e que garanta o equilíbrio entre os gastos e os produtos do processo educativo, de forma a diminuir os custos ao máximo e eficaz, atingindo os objetivos (RUMBLE, 2003, p. 13)”.
O papel do gestor escolar é o de cuidar, para os diferentes atores envolvidos
no processo educacional seja eficiente e que garanta o equilíbrio entre os gastos e
os produtos do processo educativo, de forma a diminuir os custos ao máximo e,
eficaz atingindo os objetivos, que é o de oferecer um ensino de qualidade aos
alunos, principalmente aos alunos da EJA na modalidade a distância.
o papel do gestor escolar é o de oferecer direito à educação e de garantir a
função social da EJA, respeitando as políticas de educação e gestão democrática da
escola; como por exemplo o projeto político-pedagógico e práticas democráticas da
gestão escolar.
Percebeu que EJA na modalidade a distância é mais que um caminho é uma
promessa de qualificação de vida das pessoas que não concluíram seus estudos a
contento, inclusive para os idosos, que buscam opções para desenvolver seu
potencial, realizar-se a si mesmos e ampliar suas experiências vividas.
A retrospectiva hist
O professor, nesse cenário tecnológico, especialmente construído para o
ensino a distância, é a peça chave neste novo mundo do EJA na modalidade à
38
distância, no sentido de melhorar a qualidade desta modalidade de educação. A
presença do professor como mediador do processo de ensino garantindo o
aprendizado do aluno, neste contexto o papel do Gestor, se faz fundamental no
sentido de verificar o cumprimento da proposta pedagógica.
A pesquisa de campo comprovou que O SAEI apresenta uma proposta
pedagógica que visa dar suporte às novas realidades e vivência didático-
pedagógicas aos alunos que não concluíram seus estudos a contento, inclusive para
os idosos, que buscam opções para desenvolver seu potencial, realizar-se a si
mesmos e ampliar suas experiências vividas.
Uma vez que os alunos esperam da EJA muito mais que aprender, ler e
escrever, eles pretendem continuar os estudos aproveitando para a sua formação
crítica e social, eles enxergam a escola como uma chance, uma oportunidade para
um futuro melhor. Haja vista, para o caso da Maria da Silva- 70 anos, a primeira
depoente, que atualmente encontra-se cursando uma faculdade, e também para o
caso do Sidney Carvalho de 35 anos que trabalha embarcado e com pouco tempo
para estudar, percebeu no EJA na modalidade à distância a oportunidade de crescer
profissionalmente.
Deste modo, a EJA na modalidade a distância, tem a possibilidade de
oferecer para estes alunos um direito previsto por lei para todo cidadão brasileiro,
atendendo as necessidades de diferentes pessoas. Pois além de inclusiva, devolve
a cidadania, auto-estima, qualidade de vida, ascensão profissional, entre outros.
39
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administrativos. Diretoria de Extensão e Pós-Graduação. Anhanguera Educacional,
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