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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 2
TANIA REGINA LEITE SANTOS FIGUEIREDO
O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR NA
FORMAÇÃO DO PROFESSOR PESQUISADOR E OS IMPACTOS
DESTA AÇÃO NA PRÁXIS PEDAGÓGICA
Salvador
2013
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TANIA REGINA LEITE SANTOS FIGUEIREDO
O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR NA
FORMAÇÃO DO PROFESSOR PESQUISADOR E OS IMPACTOS
DESTA AÇÃO NA PRÁXIS PEDAGÓGICA
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional
Escola de Gestores da Educação Básica Pública,
Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,
como requisito para a obtenção do grau de Especialista
em Coordenação Pedagógica.
Orientadora: Prof.ª Carla Alessandra Spinola da Silva
Santos
Salvador
2013
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3 . PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
3.1 – Caracterização da Instituição
O Colégio XXX, localizado no município de Alagoinhas, situado na Rua XXX,
S/N no bairro XXX, oferece curso de Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano) e
Ensino Médio regular nos turnos matutino e vespertino com 676 alunos
matriculados, dos quais 416 do fundamental e 260 do médio, atendendo as
necessidades da comunidade de entorno, de bairros distantes e de cidades
próximas como Catu, Pojuca, Entre Rios, Pedrão, Aramari.
A clientela é bastante diversificada e na escola temos alunos com famílias que
possuem um bom nível socioeconômico e outros que enfrentam dificuldades
financeiras e vivem em comunidades carentes com grande índice de
marginalidade, estimulado principalmente pelo uso de drogas.
O XXX por ser uma escola estadual conveniada com a secretaria de segurança
pública possui uma direção geral ocupada por um oficial da Polícia Militar e
uma direção pedagógica composta por uma diretora, duas vice-diretoras todas
servidoras ligadas a SEC/BA e uma coordenadora pedagógica também
vinculada à Secretaria Estadual de Educação.
.
É uma unidade escolar que dispõe de uma boa estrutura física e conta com o
trabalho dos policiais militares em diferentes setores assessorando o trabalho
pedagógico o que contribui para que a escola tenha muitos diferenciais com
relação à maioria das escolas estaduais que não contam com um numeroso
efetivo para cuidar da disciplina, dos recursos financeiros, dos registros,
arquivamento, reprodução de materiais e muitas outras atividades que
favorecem a organização do espaço escolar. Além destes aspectos estruturais
e do apoio militar o quadro de docentes da escola é qualificada, a escola conta
com o apoio de uma associação de pais dentro da unidade escolar. O quadro
docente é composto por 35 professores efetivos e 08 temporários, todos com
licenciados e pós-graduados.
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3.2 – Diagnóstico da Instituição
Apesar de todo aparato resumidamente apresentado na caracterização da
instituição, o XXX vem enfrentando problemas relacionados ao baixo
rendimento dos alunos do Ensino Fundamental II. Os relatórios diagnósticos
construídos e analisados a partir dos dados de rendimento dos alunos
apresentados no ano de 2011 pela coordenação pedagógica apresentam alto
índice de reprovação no ensino fundamental e apontam as disciplinas como
história, geografia, inglês, redação, física e matemática como disciplinas
críticas.
Os gráficos do PDE Interativo de 2013 (Figura1) mostram que as taxas de
aprovação foram caindo, pois em 2008 o índice de aprovação de 87,8% era
maior do que os índices das esferas nacional, estadual e municipal. Em 2001 o
índice cai para 74,7%, ficando inferior aos índices das esferas nacional e
estadual, ficando acima apenas da esfera municipal que é de 72,9%.
As taxas de reprovação foram aumentando gradativamente desde 2008 e em
2011 atingiu o índice de 25%, muita acima das médias de reprovação a nível
nacional, estadual e municipal.
A escola não vem apresentando problemas, tanto no ensino fundamental como
no ensino médio, nas dimensões distorção idade/série e abandono, dados
estes que podem estar diretamente relacionados à manutenção dos índices de
IDEB nos anos de 2009 e 2011, como é possível ver no gráfico 2, já que as
taxas de reprovação principalmente no ensino fundamental só tem aumentado.
Observa-se no gráfico 3 que no Ensino Médio as taxas de aprovação vêm
caindo, em 2008 a taxa de aprovação era de 92,2% e em 2011 atingiu 83,3%,
porém este índice se mantém acima das taxas de aprovação das esferas
nacional, estadual e municipal. Proporcionalmente as taxas de reprovação
também têm aumentado e em 2011 a taxa de reprovação da escola só se
mantém abaixo da taxa de reprovação do município que é de 19%.
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Como a escola possui um maior número de turmas no Ensino Fundamental, as
ações desta proposta de intervenção estão voltadas para esta modalidade de
ensino.
3.3 – Contextualização do Problema
Atuo como coordenadora pedagógica no Colégio XXX, desde agosto de 2011 e
como cheguei a meados da 3ª unidade senti necessidade de dar um norte a
meu trabalho de formação continuada com os professores e queria que esta
formação tivesse como alvo a solução dos problemas relacionados ao
processo de ensino e aprendizagem e a sala de aula como objeto de estudo na
perspectiva de formar o professor-pesquisador. Para isto tomei como ponto de
partida a elaboração de uma planilha em que todos os dados referentes aos
alunos estariam vinculados o que possibilitaria a uma visão geral das turmas e
de cada aluno através dos gráficos e dos indicadores de aprovação ou
reprovação do aluno a depender dos resultados apresentados.
Os altos índices de reprovação no ensino fundamental, a permanência das
taxas de IDEB em 2009 e 2011, as críticas dos pais e dos alunos com relação
a prática dos professores e a crítica dos professores com relação ao
desinteresse dos alunos foram o ponto de partida para muitos questionamentos
e o planejamento de um trabalho na perspectiva de “coordenar para educar”,de
forma a aguçar reflexões em torno dos diferentes fatores que vêm contribuído
para estes resultados, sem a preocupação de apontar em todas as direções na
busca por culpados..
A construção de relatórios diagnósticos estatísticos sobre o rendimento dos
alunos e sobre as condições da escola através da avaliação institucional
realizada com os diferentes segmentos da comunidade escolar em 2012 foram
ponto de partida para abrir o olhar sobre os problemas da escola, pois através
da análise dos dados estatísticos e dos indicadores tornou-se possível
estabelecer parâmetros pensando onde estamos e onde queremos chegar e
isto inclui a formação continuada dos professores.
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Reforçando as ideias relativas à coleta e organização das informações da
escola referentes à vida escolar dos alunos foi lançado pela Secretaria de
Educação do Estado da Bahia o Projeto de Monitoramento, Avaliação e
Intervenção Pedagógica (PAIP) com o objetivo de estabelecer uma gestão
pedagógica de excelência e promover a igualdade no acesso ao conhecimento
abrangendo 100% das unidades escolares e envolvendo diretamente toda a
estrutura da Secretaria da Educação: o órgão sede, em Salvador; as Diretorias
Regionais de Educação (Direc’s) e todas as unidades escolares da rede.
As metas do projeto são: 1. Implementar de modo sistêmico o monitoramento,
acompanhamento, avaliação e intervenção pedagógica em 100% das unidades
escolares da rede pública estadual; 2. Assegurar a melhoria da gestão e dos
processos pedagógicos, em 100% das unidades escolares, nos seguintes
indicadores: rendimento escolar, frequência, evasão, abandono,
desenvolvimento da matriz curricular referenciada, entre outros.
Segundo a SEC/BA a iniciativa utiliza como referência, as informações do
Sistema de Gestão Escolar (SGE) e também os dados das avaliações
educacionais, a exemplo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB) e da Avaliação Externa do Ensino Médio (Avalie). Dentre os processos
pedagógicos monitorados estão: rendimento escolar, frequência, evasão,
abandono e operacionalização da matriz curricular referenciada.
A coleta dos dados, as construções de gráficos associadas à análise dos
resultados apresentados buscam tornar possível a organização do
planejamento de ações com base numa visão do todo da escola, tornando
possível identificar quantidade de alunos abaixo da média, disciplinas críticas,
cruzar informações referentes a perfil dos grupos e desempenho, estabelecer
metas de aprovação para nortear o trabalho pedagógico de forma que
professores, pais, alunos, enfim toda comunidade escolar saiba quais são as
metas da escola na tentativa de superar velhos modelos, construindo novas
maneiras de ser, pensar e agir na prática.
Para Becker (1993):
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“Isto sugere um caminho didático para a formação de professores:
refletir, primeiramente, sobre a prática pedagógica da qual o docente
é sujeito. Apenas, então apropriar-se de teoria capaz de desmontar a
prática conservadora e apontar para as construções futuras. Em
geral, a formação de professores segue caminho (currículo) inverso:
apropriar-se da teoria e, em seguida, impô-la à prática, através de
receituários didáticos, independentemente de sua pertinência a esta
mesma prática”. (BECKER, 1993, p.92)
Acredito ser este o caminho a ser percorrido pelo professor-pesquisador, refletir
sobre a sua prática para através do estudo, da fundamentação teórica buscar
meios para “desmontar”, segundo Becker, velhos paradigmas.
3.4 – Objetivos da Proposta de Intervenção
Mediar à formação continuada dos professores, de forma que estes
tenham como objeto principal de estudo e pesquisa a sala de aula em
seus mais variados aspectos;
Estimular os docentes a atuarem como pesquisadores capazes de
refletir sobre os resultados do seu trabalho, avaliando erros e acertos,
sem pautar suas ações em sala de aula num único modelo;
Oportunizar momentos de estudo para que os professores possam
apropriar-se da teoria capaz de mobilizá-los a romper práticas
conservadoras.
3.5 – Cronograma de Ações
O cronograma de ações segue uma sequência lógica com base nos objetivos
propostos neste projeto de intervenção,e o estabelecimento dos meses para
execução de cada ação pode variar em função do calendário escolar 2014 que
ainda não foi publicado.
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Ações 2013 2014
Nov.
Dez
.
Jan
.
Fev
.
Mar.
Ab
r.
Mai.
Ju
n.
Ju
l.
Ago.
Set
.
Ou
t.
Nov.
Dez
.
Análise dos dados dos
problemas da escola
referentes às dimensões:
Distorção e
Aproveitamento/ Ensino e
Aprendizagem
X
Encontro pedagógico com
os professores das
diferentes áreas para
avaliar o ano letivo de
2013 e propor metas de
trabalho para 2014.
X
Revisão dos planos de
curso para 2014 e
avaliação dos projetos
desenvolvidos durante o
ano. Análise dos
resultados alcançados a
partir dos objetivos
propostos.
X
Coordenação pedagógica
e direção discutem o
planejamento de ações
para 2014 com base as
discussões já iniciadas
com os professores. Neste
encontro é definida a
temática base para a
jornada pedagógica.
X
Planejamento da jornada
pedagógica 2014. A
temática da jornada trará
como proposta para
discussão a formação do
professor-pesquisador .
X
Acões 2013 2014
9
Nov.
Dez
.
Jan
.
Fev
.
Mar.
Ab
r.
Mai.
Ju
n.
Ju
l.
Ago.
Set
.
Ou
t.
Nov.
Dez
.
Jornada Pedagógica
Temática proposta pela
escola – Formação do
professor-pesquisador.
Estabelecer metas de
aprendizagem e os
resultados esperados.
X
Aplicação das atividades
diagnósticas com retornos
dos resultados nos
encontros de
planejamento.
X
Intervenções do
coordenador pedagógico
com base na análise dos
dados das atividades
diagnósticas. Neste
momento lançar proposto
de estudo continuado de
diferentes autores para
tornar possível refletir a
prática a luz de diferentes
teóricos.
X
1º Encontro de Estudo
Continuado - Autor de
referência :Fernando
Becker - estudo do texto
Epistemologia subjacente
ao trabalho docente
Questionamento inicial –
Qual teoria permeia a sua
prática docente?
X
Ações 2013 2014
10
Nov.
Dez
.
Jan
.
Fev
.
Mar.
Ab
r.
Mai.
Ju
n.
Ju
l.
Ago.
Set
.
Ou
t.
Nov.
Dez
.
Reflexões com grupo de
professores sobre o
desenvolvimento nas
diferentes áreas do
conhecimento de
atividades voltadas não
apenas para a dimensão
conceitual, mas também
para as dimensões
atitudinais e
procedimentais.
X
Planejamento de projetos
referentes à formação
cidadã para o 2º semestre
X
Conselho de Classe do 1º
Bimestre para definição
do perfil dos grupos;
análise dos alunos com
dificuldades; reflexões
sobre o rendimento dos
alunos com registros
sobre as observações
referentes ao processo de
ensino e aprendizagem.
X
2º Encontro de Estudo
Continuado Autor de
referência – A. Zabala
Livro para Estudo – A
prática Educativa: Como
Ensinar (centrar estudos
inicialmente nos capítulos
3, 4, 5 e 6)
X
Análise das avaliações do
1º semestre
Perguntas norteadoras
para reflexão com o
X
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grupo: Quais os seus
objetivos enquanto
docente ao elaborar esta
avaliação?Quais questões
os alunos mais erraram?
Compreendem os
enunciados?Ao escrever
demonstram clareza de
ideias?Quais questões
mais erraram?
Acompanhamento de
pequenos grupos para
discutir sobre a prática do
professor e a teoria que
pode estar subjacente a
prática.
X
3º Encontro de Estudo
Continuado – Autores de
referência: André e Vieira
/Texto de Estudo: O
coordenador pedagógico e
a questão dos saberes.
X
Seminário sobre a
importância da formação
docente. Como formar o
professor pesquisador
X
Replanejamento de metas
e ações para 2015.
X X
3.6 – Resultados Esperados
As ações aqui propostas visam implementar dentro da escola a formação de
grupos de estudo voltados para a análise da prática na perspectiva de formar
professores capazes de refletir e intervir na sua prática pedagógica.
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REFERÊNCIAS
ANDRÉ, E. D. A. de; VIEIRA, M. M. da S. O coordenador pedagógico e a
questão dos saberes. In: ALMERINDA, L. R. de (Org.); PLACCO, V. M. N. de
S. O coordenador pedagógico e questões da contemporaneidade. São Paulo:
Edições Loyola, 2006.
LIMA, Paulo; SANTOS, Sandra. O Coordenador Pedagógico na educação
básica: desafios e perspectivas. In: Educere et Educare – Revista de
Educação. Vol. 2 nº 4 jul./dez. 2007, p. 77-90.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Sobre o Papel da Supervisão
Educacional / Coordenação Pedagógica. In: VASCONCELOS (Org.);
Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político- pedagógico ao
cotidiano da sala de aula, 10ª ed. São Paulo: Libertad, 2009.