Post on 27-Sep-2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3
ZELIA MARIA NEWTON
PROPONDO UMA INTERVENÇÃO PARA A MELHOR EFICIÊNCIA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE 1º
GRAU CRISTO REDENTOR
Salvador 2016
ZELIA MARIA NEWTON
PROPONDO UMA INTERVENÇÃO PARA A MELHOR EFICIÊNCIA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE 1º
GRAU CRISTO REDENTOR
Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientadora: Profa. Dra. Maria Couto Cunha
Salvador 2016
ZELIA MARIA NEWTON
PROPONDO UMA INTERVENÇÃO PARA A MELHOR EFICIÊNCIA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE 1º
GRAU CRISTO REDENTOR
Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.
Aprovado em janeiro de 2016.
Banca Examinadora
Primeiro Avaliador. ____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________
À minha família e a professora Maria Couto, pelo incentivo em todos os instantes nos momentos difíceis da minha vida. E todos que nos inspiram o querer de ser um “semeador” de maneira em geral procuraram nos auxiliar em toda minha caminhada, acreditando assim no meu potencial, apreciou a minha capacidade. Muitos nem sabem o quanto foram importantes para mim, mas saibam que dentro de mim, existe a gratidão pelos frutos colhidos com a colaboração de todos, para a inovação de uma prática pedagógica voltada ao crescimento de toda comunidade.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, instrutor Divino de paciência, conhecimento e carinho. Cuidaremos
para que a semente plantada por Ele em nossas vidas ao longo deste ano brote e
frutifique, retribuindo tão grande amor.
Aos familiares, meus pais, Eduardo de Freitas Newton e Edina Maria dos
Santos e meus irmãos, pelo tempo de ausência, de isolamento nas infindáveis horas
de estudos. Hoje ao fim desta longa caminhada podemos dizer muito obrigados
pelas horas compartilhadas.
A minha orientadora, profa. Maria Couto, pela paciência e competência ao me
auxiliar nesta jornada. Minha homenagem e gratidão pela dedicação, pela amizade,
pela abnegação ou pelo simples convívio ao longo destes meses, a mim se ligaram
pelo vínculo da experiência comum.
Ao grupo de trabalho cecopiana: Adilande, Ana Assis, Cristiane Andréia, pela
equipe que formamos para os momentos de discussões, nunca me esquecerei de
vocês.
Ás minhas parceiras da escola: Andréa, Elizabete, Luciene, Maria Elena e
Valquíria, pela parceria nos momentos de estudos e colaboração na continuação do
meu fazer pedagógico no contexto educacional. O meu muito obrigado!
À Faculdade de Educação da UFBA e ao Programa Escola de Gestores, por
levarem a cabo esta iniciativa que beneficia tantos Coordenadores Pedagógicos
como eu.
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A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo do
buscar. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria. (FREIRE, 1996, p.160.)
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NEWTON, Zélia Maria. Propondo uma intervenção para a melhor eficiência do
programa Mais Educação na Escola Municipal de 1º grau do Cristo Redentor.
58 fls. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de
Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo principal elaborar uma proposta de intervenção para tornarem mais eficientes as ações do Programa Mais Educação – PME na Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor, no município de Itamaraju, dentro de uma perspectiva de educação integral. Para tanto, procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica sobre o tema e uma análise da realidade desse programa. Teve, também, a intenção de fomentar o debate em torno de metodologias de trabalho utilizadas, novos olhares ao currículo e à prática pedagógica na unidade escolar. Para melhor fundamentação o Capítulo 3 discorreu sobre o tema Política Pública Educacional, conceitos e pressupostos teóricos sobre a educação integral, fazendo um recorte sobre o Programa Mais Educação como política pública no Brasil atual. O alicerce da investigação deu-se a partir de alguns pesquisadores tais como Moll (2012), Teixeira (1962), Cavaliere (2002), documentos legais e outros, desenvolvendo dessa forma uma pesquisa bibliográfica a qual abrangeu leitura e interpretação de livros, textos diversificados e sites na internet para aprimorar o tema desenvolvido. Os referidos autores analisam a concepção de educação integral numa visão a partir de um paradigma contemporâneo que leve à universalização do acesso, a permanência e a aprendizagem dos alunos na escola pública brasileira. A metodologia se caracterizou como uma pesquisa ação e no que se refere à coleta de dados foi desenvolvido um grupo focal com roteiro de perguntas previamente elaboradas, com 5 professores, 5 alunos que fazem parte do programa, 4 monitores estudantes da Faculdade, 3 pais, a diretora da escola, e a Coordenadora Geral do Programa do município de Itamaraju. Após análise de todas as informações, elaborou-se o Projeto de Intervenção da escola pesquisada, que correspondeu ao quarto capítulo deste TCC, apontando ações e atividades que devem ser implementadas no sentido de enfrentar os problemas detectados para o bom funcionamento do Programa, impulsionando novas perspectivas para os profissionais da educação, gestores, articuladores e oferecendo oportunidades para reavaliar e potencializar as ações contempladas no Programa, tendo em vista a integração entre a escola e a comunidade.
Palavra Chave: Política Pública, Programa Mais Educação, Educação Integral.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CECOP
CIEPs
CNE
Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica
Centros Integrados de Educação Pública
Conselho Nacional da Educação
CP
ECA
FACIBA
FUNDEB
IDEB
Coordenador Pedagógico
Estatuto da Criança e do Adolescente
Faculdade de Ciências da Bahia
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Ed. Básica
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
LDB
MEC
PDDE
PDE
PME
PNE
PPP
UFBA
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Ministério da Educação e Cultura
Programa Dinheiro Diretos na Escola
Plano de Desenvolvimento da Educação
Programa Mais Educação
Plano Nacional da Educação
Projeto Político Pedagógico
Universidade Federal da Bahia
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 09 2 O PERCURSO DE MINHA EXPERIÊNCIA COMO EDUCADORA .................. 2.1 Iniciando a vida escolar ................................................................................... 2.2 Vida profissional ............................................................................................. 2.3 Vida acadêmica ............................................................................................. 2.4 Expectativas....................................................................................................
04 04
12 12 13 16 17
3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA........................................................................................................
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3.1 Política Pública Educacional .......................................................................... 3.2 Refletindo sobre Educação em Tempo Integral ............................................. 3.3 Breve histórico do Programa Mais Educação e sua importância no contexto Educacional ........................................................................................................
19 20
26 4 PROPONDO UMA INTERVENÇÃO PARA A MELHOR EFICIÊNCIA DO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE 1º GRAU DO CRISTO REDENTOR ............................................................................................
31 4.1 Caracterização da escola pesquisada ............................................................. 4.2 Metodologia ................................................................................................... 4.2.1 Procedimentos de coleta de dados e sujeitos ............................................ 4.2.2 Instituição ................................................................................................... 4.3 Um novo olhar sobre a implantação do Programa Mais Educação na Escola Municipal de 1º grau Cristo Redentor ................................................................... 4.4 Análise da realidade .......................................................................................
31 34 34 34
35 38
5 AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA A IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO, PREVISTAS PARA MINIMIZAR AS DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE A PESQUISA.
41 6 CRONOGRAMA.....................................................................................................
43
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 46 REFERÊNCIAS..........................................................................................................
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ANEXOS .............................................................................................................. ANEXO 1 - Atividades desenvolvidas pelo Programa Mais Educação ...............
APÊNDICE ........................................................................................................... APÊNDICE 1 – Instrumento de coleta de dados.............................................
04 04
52 53
56 57
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1 INTRODUÇÃO
O Programa Mais Educação instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007
e pelo Decreto nº 7.083, de 27 de janeiro de 2010, integra as ações do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal
para introduzir a ampliação de jornada escolar e a organização curricular, na
perspectiva de Educação Integral. (BRASIL, 2014, p.4)
O presente trabalho tem por finalidade contribuir para a melhoria da educação
na Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor focalizando o Programa Mais
Educação, no intuito de elaborar uma proposta de intervenção para tornar mais
eficaz as ações desse programa, oportunizando aos alunos uma educação integral,
através da realização de atividades socioeducativas, bem como fomentar o debate
em torno de metodologias de trabalho utilizadas, novos olhares ao currículo e à
prática pedagógica.
O problema dessa pesquisa ficou assim delimitado: Como o Programa Mais
Educação pode ser desenvolvido com mais eficiência na Escola Municipal de 1º
Grau Cristo Redentor?
Os objetivos fixados a partir daí, se alcançados, podem contribuir para a
aprendizagem, desenvolvendo os procedimentos indicados nas atividades
relacionadas na proposta de intervenção. Para melhor esclarecimento ao leitor
transponho o objetivo do Programa Mais Educação, conforme idealizado pelo MEC:
O Programa Mais Educação tem como objetivo: contribuir para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio da articulação de ações, de projetos e de programas do Governo Federal e suas contribuições às propostas, visões e práticas curriculares das redes públicas de ensino e das escolas, alterando o ambiente escolar e ampliando a oferta de saberes, métodos, processos e conteúdos educativos. (BRASIL, 2007, Art. 1º)
Nessa perspectiva que a Educação Integral tende a formar o homem para a
emancipação e, no âmbito da escola, tem como missão desenvolver o sucesso
escolar.
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Ao olharmos para o trabalho de Anísio Teixeira com mais cuidado, percebemos
que a princípio, ele tinha em si um desejo de manter a educação como esta
instituição formadora e emancipadora do homem para sua vida. Na legislação
brasileira que trata do Programa Mais Educação, também são vistos os princípios
dessa educação voltada a emancipação com a finalidade de formar o cidadão.
Conforme o Decreto nº 7.083/2010, os princípios da Educação Integral são traduzidos pela compreensão do direito de aprender como inerente ao direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade e a convivência familiar e comunitária e como condição para o próprio desenvolvimento de uma sociedade republicana e democrática. Por meio da Educação Integral, reconhecem-se as múltiplas dimensões do ser humano e a peculiaridade do desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens. (BRASIL, 2014, p.04)
Nessa perspectiva, a Educação Integral está em consonância com os
documentos legais da legislação educacional brasileira para subsidiar a implantação
e implementação dessa política educacional na escola pública brasileira.
Quanto à metodologia empregada neste trabalho, informo que constituiu de
uma pesquisa ação, uma vez que atuo na escola escolhida, como educadora,
reunindo, portanto, a função de pesquisadora e sujeito da pesquisa. Inicialmente,
depois de delimitado o objeto de estudo, eu desenvolvi uma retrospectiva do meu
percurso pessoal, acadêmico e profissional de forma a ajudar nas minhas reflexões
sobre o objeto de estudo, no que constituiu no memorial exposto no segundo
capítulo. Em seguida, no terceiro capítulo, foi realizada uma revisão de literatura
sobre o tema, como fundamentação teórica do trabalho. Para tanto, foram
escolhidos vários teóricos que tratam sobre esse assunto, entre eles: Moll (2012),
Teixeira (1962), Cavaliere (2002) e outros, desenvolvendo dessa forma uma
pesquisa bibliográfica, a qual abrange leituras e interpretações de livros, textos
diversificados e sites na internet para aprimorar o tema desenvolvido. Os capítulos
em sequência apresentam a proposta de intervenção elaborada a partir da
fundamentação teórica acima mencionada e da análise da realidade feita através de
um grupo focal, onde foi ouvido os principais responsáveis pela implementação do
Programa.
Os acima referidos autores analisam a concepção de educação integral do
Programa Mais Educação, numa visão de debater a construção de um paradigma
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contemporâneo de educação integral para universalização do acesso, a
permanência e a aprendizagem na escola pública brasileira. Nesta concepção, a
escola tem um papel fundamental no rendimento escolar da criança e é importante
ressaltar que, a participação efetiva de todos na execução das ações na Unidade de
Ensino é essencial para o bom desempenho do ensino no âmbito escolar. Para
Gadotti (2009, p. 41):
Há muitas maneiras de pensar a educação integral. Não há um modelo único. Ela pode ser entendida como um princípio orientador de todo o currículo, como a educação ministrada em tempo integral ou como uma educação que leva em conta todas as dimensões do ser humano, formando integralmente as pessoas.
Espero que esta pesquisa disponibilize informações necessárias não apenas
para os gestores públicos, professores, mas também para todos aqueles que
acreditam que a sociedade pode mudar com investimento na área educacional,
melhorando a implantação e implementação dos programas educacionais, e ainda
para aqueles que legislam e estabelecem políticas educacionais, ou seja, todos os
envolvidos na busca de uma educação de qualidade. Na opinião de Freire,
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que se apaixonadamente diz sim à vida. (FREIRE, 1997 p.42).
Por isso, esta investigação nos faz pensar que estamos diante de um grande
desafio, cuja responsabilidade de superá-lo é de todos nós. A partir daí, então
teremos a oportunidade de experimentar a satisfação de contribuir para a formação
dos cidadãos que tanto desejamos: competentes, afetivos e desenvolvidos nas
diferentes habilidades na sociedade que está em constante mudança.
Este trabalho, assim como todos os componentes do curso do CECOP foi
fundamental para o meu amadurecimento profissional e acadêmico. Do mesmo
modo, considero que a proposta de intervenção, se aplicada na escola, contribuirá
para a elevação do nível de aprendizagem dos nossos alunos e na capacitação dos
profissionais envolvidos no Programa.
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2 O PERCURSO DE MINHA EXPERIÊNCIA COMO EDUCADORA
2.1 Iniciando a vida escolar
“O meu sim é diferente do seu, assim como sua história é diferente da minha”.
O presente memorial tem a função de informar a todos que o lerem, sobre a
minha trajetória inicial, vivências, experiência, dificuldades e desafios enquanto ser
humano. Mostrará alguns dos meus passos e frustrações na minha formação
pessoal, profissional e acadêmica, em busca de melhores condições para um futuro
educacional com qualidade no município de Itamaraju-Bahia.
É nesse contexto que começo a refletir acerca da minha trajetória, pois cada
ser humano tem a sua história, pois temos a certeza que ninguém é igual a ninguém.
Meu nome é Zélia Maria Newton, nasci em 17 de novembro de 1970, em
Itamaraju-Bahia, sou filha de Eduardo de Freitas Newton e Edina Maria dos Santos e
tenho nove irmãos. Meu pai é pedreiro e minha mãe, dona de casa, ambos
analfabetos, mas seus sonhos eram de que seus filhos estudassem e se formassem.
Conheci as primeiras letras em 1976, aos seis anos de idade e tinha como
instrumento de estudo uma cartilha de nome A, B, C, numa escolinha particular com
a professora Zélia, na Rua Princesa Isabel. A escolinha não era regularizada e o
meu processo ensino-aprendizagem era muito lento pelo fato de meus pais
mudarem muito de cidade em cidade. Acredito que isso me prejudicou, porque eu
estava sempre mudando de escola. Mesmo assim meus pais não me deixavam sem
estudar. Entrei na segunda escolinha da professora Biata, no BNH e ainda não sabia
ler. Foi necessário que eu estudasse a cartilha por várias vezes para que eu
conseguisse decifrar os primeiros códigos. Lembro-me que as escolas eram boas e
os professores também, porém rígidos demais e eu tinha medo de participar. Se o
aluno cometesse algum “erro”, eles não perdoavam e isso me deixava inibida. Em
meio a tantas dificuldades meus pais resolveram mudar para Itabela e lá eu fiquei
sem estudar, mais uma vez sem aprender a ler direito, fiquei prejudicada
novamente.
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Voltamos para Itamaraju em 1981, quando minha mãe me matriculou na 1ª
série na escola particular São José, com a professora Maria José, no Bairro Cristo
Redentor, escola que também não era regularizada. A profa. Maria José era uma
excelente professora, que apesar de adotar o método tradicionalista, tinha outra
forma de ensinar. Ela me ajudou muito e passei momentos gloriosos quando estudei
lá. Aprendi a ler e escrever, era um sonho antigo.
Em 1982 a 1984, fui para a Escola Municipal Santo Antônio do Monte nesta
cidade, onde completei o ensino primário. Em 1985 a 1988, ingressei no ginásio na
Escola Reitor Edgard Santos onde completei o Ensino Fundamental. Dando
continuidade ao meu processo educacional, em 1991, completei o Ensino Médio no
Centro Educacional de Itamaraju (CEI).
Em meio a tantos desafios, persistências, frustrações, sonhos, eu venci mais
uma etapa de minha vida, recebendo o diploma de magistério, concretizando a tão
sonhada profissão de professora das séries iniciais.
2.2 Vida profissional
Desde pequena, segundo minha mãe, o meu maior sonho era ser professora. A
minha trajetória na educação começou bem cedo, em 1986 com apenas 16 anos,
quando eu ainda era estudante, como professora leiga. Com ajuda da minha mãe
criei uma escolinha particular dentro de casa, alfabetizando crianças no Bairro Cristo
Redentor, e com enorme sucesso, pois as mães gostavam do meu trabalho, porque
seus filhos saiam alfabetizados.
Segundo Rocha-de-Oliveira (2012):
A inserção profissional é compreendida como construção social marcada por elementos do contexto sócio histórico, da identidade dos sujeitos e aspectos institucionais que marcam o ingresso do estudante no mercado de trabalho.
Diante de tantas dificuldades estudando e estagiando, tive que parar com a
minha escolinha em 1990, por conta do meu estágio no magistério. Com experiência
adquirida no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, consegui ser uma
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excelente estagiária, passando momentos maravilhosos na sala de aula concluindo
o magistério em 1991.
Em 1992 fui contratada pela prefeitura municipal da cidade para lecionar na
Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor, do Bairro Cristo Redentor, na
Alfabetização de crianças onde fiquei alfabetizando até 1996. Nesta época os
administradores não tratavam a educação com seriedade como acontece ainda hoje,
só que antes era bem pior. No decorrer da caminhada veio em 1996 a eleição do
novo prefeito Frei Dilson, que em 1997, como novo gestor, cancelou todos os
contratos da prefeitura, pois éramos funcionários com situação irregular. Neste meio
tempo saído do sistema municipal de ensino sem direito a nada. Fiquei triste, mas
continuei a minha tarefa enquanto educadora e em 1998, foi realizado um concurso
público, no qual consegui aprovação. Assim ingressei novamente na educação deste
município, retornando para o mesmo colégio Cristo Redentor.
Em 2005 com a posse de novo gestor para o município veio mais um desafio
para minha vida profissional. Fui nomeada para a Vice-Direção da Escola Cristo
Redentor, onde aprendi muito e pude ver a escola com outro olhar, trabalhando
juntamente com Antonia, na direção, Claúdia, como Secretária e com as
coordenadoras Elienai e Enedina, grandes companheiras de batalhas. Enfrentamos
dificuldades, mais foi um grande aprendizado na minha vida.
Em 2007 estava muito cansada e fiz minha carta de exoneração, pedindo para
sair, mas a secretária de Educação Dilce Moura não aceitou, dizendo que eu tinha
que terminar o pleito e sair junto com ela em 2008, pois não iria cortar uma equipe
de trabalho como era a do Cristo Redentor.
Mesmo afastada da sala de aula eu não parei de fazer outros cursos,
estudando muito e me aperfeiçoando. Enquanto isso em abril de 2008, foi realizado
um concurso público do município para coordenação pedagógica. Não tinha a
intenção de fazê-lo, no entanto as colegas argumentaram que sendo da minha área
pedagógica por que não fazer? Fiz o concurso e passei em 14º lugar, ficando feliz.
Não estava acreditando muito nesse novo desafio na minha vida.
Saí da Vice-Direção e tomei posse do concurso de coordenação pedagógica
em 08 de maio 2008. Enfrentei mais um desafio na minha trajetória educacional,
querendo aprender mais e mais a cada dia.
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Atualmente leciono na turma do 5º ano do Ensino Fundamental na Escola M.
de 1º Grau Cristo Redentor e estou na Coordenação Pedagógica, na mesma escola
que comecei a minha vida profissional. Vale ressaltar que só em 2008, enquanto
professora graduada, que fui reconhecida na questão salarial, pois não tínhamos um
plano de carreira, que hoje já é uma realidade.
Nessa perspectiva, a definição do meu objeto de estudo tem enorme relevância
na minha formação pessoal, profissional e acadêmica, pois percebo que políticas
públicas educacionais como o Programa Mais Educação tem me motivado pelo
entusiasmo no que diz respeito às oficinas oferecidas no contexto educacional e
anseio de analisar e refletir melhor as ações elaboradas e executadas dentro do
contexto educacional numa visão inovadora.
Portanto, o objeto de estudo trará para minha vida pessoal, profissional e
acadêmica novos olhares as práticas educativas desenvolvidas dentro do espaço
escolar onde atuo como coordenadora pedagógica.
Assim o Programa Mais Educação é uma alternativa do Governo Federal para
oferecer uma Educação Integral, por meio de atividades diferenciadas, contribuindo
para a diminuição das desigualdades educacionais e para a valorização da
diversidade cultural do nosso alunado.
... não se pode educar para a autonomia através de práticas heterônomas, não se pode educar para a liberdade a partir de práticas autoritárias e não se pode educar para a democracia a partir de práticas autocráticas. (GENTILI, 2001, p.75)
Para o autor essa prática para a liberdade é o caminho para a concretização de
uma educação cidadã, a qual desafia os sujeitos aprendizes ao conhecimento dos
valores e o exercício das práticas de maneira crítica e construtiva. Portanto, é
relevante promover ações inovadoras e estas, por sua vez, requerem lideranças
democráticas. Tais lideranças coordenam intervenções coletivas sobre a
organização presente, modificando alguns aspectos e preservando outros.
Considero sempre que a prática de gestão não se desenvolve de modo
solitário: ela se faz em equipe, com o envolvimento de diversas pessoas. As mais
diferentes ações que compõem a gestão de uma escola ou sistema de ensino são
resultantes do trabalho de múltiplos sujeitos, por isso é fundamental a participação
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de todos para um bom desenvolvimento no processo de ensino aprendizagem dos
educando.
Em suma, as batalhas foram e são grandes, não podemos desanimar. Hoje
tenho um novo olhar, uma nova postura enquanto ser humano, que luta por um
futuro melhor, na busca da melhor qualidade de ensino, formando cidadãos críticos
e participativos na sociedade que está em constantes transformações.
Agradeço a Deus primeiramente, minha família e todos os professores que
contribuíram para o meu sucesso, pessoal, acadêmico e profissional.
2.3 Vida Acadêmica
A minha formação acadêmica começou no ano de 2000, quando iniciei o curso
de Graduação em Pedagogia Licenciatura Plena, realizado pela UNEB
(Universidade do Estado da Bahia).
Em 2003 fiz a Pós-graduação em Especialização em Educação Infantil
Institucional pela Universidade Castelo Branco. Enquanto alguns colegas queriam
descansar, eu tinha sede de estudar e assim terminei mais um curso para melhor
aperfeiçoamento na minha carreira. Em 2007, foi então que Jane Evangelista
representante da IESD me procurou para formamos uma turma de pós-graduação
na Educação Infantil. Matriculei nesta faculdade em agosto de 2003 a julho de 2004,
finalizei a especialização que contribuiu para a minha formação.
Em 2007 participei da formação continuada em serviço Pró-gestão, um
momento de muito aprendizado e dinamismo na instituição que trabalhava. Em
2010, fiz outra formação pela FACIBA (Faculdade de Ciências da Bahia) com o
curso de formação especial docente em Matemática, o qual trouxe um grande
aprendizado para minha prática educativa. Dando continuidade a minha formação
acadêmica, participei de vários cursos de formação continuada, pois acredito que o
profissional tem que estar em constantes estudos, refletindo e analisando o seu
fazer pedagógico, pois as mudanças são constantes para que possamos contribuir
com mais eficiência na formação humana.
Segundo Freire, (1996, p.160) a atividade docente de que a discente não se
separa é uma experiência alegre por natureza. A cada ano vindouro sempre tento
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buscar novos cursos, me atualizando. No ano de 2012, o Pró-gestão passou a ser
um curso de especialização. Entrei no curso em coordenação escolar o qual articulei
e executei ações inovadoras, pertinentes com a minha prática pedagógica, mesmo
diante das dificuldades encontradas.
Partindo desses pressupostos, para que a gestão escolar ocorra de forma
organizada, é necessário clareza da função social da escola pública, de sua missão,
de seus objetivos e áreas estratégicas, que precisam ser mais desenvolvidas, de
modo que os planos de ações a serem implementados assegurem o sucesso da
escola.
Concluo este item dizendo que as minhas formações, estudos e pesquisas me
proporcionaram compartilhar vivências e experiências e obter uma nova visão com a
prática educativa executada no decorrer do meu cotidiano, para uma melhor
qualidade do meu fazer pedagógico.
Machado, 2005, p.129, afirma:
A prática pedagógica se processa a partir da vontade de participar e cooperar com o outro. A vontade em participar está ligada à vontade de aprender, mesmo para vir a ser, porque se deve saber que prática pedagógica não se ensina, mas se aprende. Ela é formada de intenções de fazer educação e se constitui, antes de tudo, de um querer ser. Este querer ser é legitimado por um querer saber para fazer bem.
Por isso, é de suma importância a qualificação do profissional, tanto inicial
como continuada para que a teoria com a prática possa fluir bem no fazer educativo.
Elas dimensionam a competência requerida para que a escola apresente um serviço
de qualidade.
2.4 Expectativas
As minhas expectativas, desafios, angústias, sentimentos, são muitos, pois, a
formação para coordenação pedagógica do CECOP3, foi bastante relevante para
minha formação enquanto coordenadora, porque aprendi e sei que estarei sempre
aprendendo numa visão inovadora.
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Segundo Lima e Santos (2007, p.84):
Cabe ao coordenador pedagógico, juntamente com todos os outros educadores, exercer o “ofício de coordenar para educar” também no sentido de possibilitar trocas e dinâmicas da própria essência da aprendizagem: aprender a aprender e juntos com essência do que se concebe como formação continuada de educadores.
Nesse sentido, é necessário o profissional estar sempre aberto para novos
conhecimentos, pois, esse curso me possibilitou repensar na minha prática
pedagógica no contexto educacional. Como disse Paulo Freire, p.24, (1975) “...
inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas consciente do inacabamento, sei
que posso ir mais além dele”. Nesse contexto, o projeto vivencial que apresento irá
contribuir para uma melhor intervenção pedagógica, e reavaliar todo trabalho
executado no âmbito escolar.
Em suma, enquanto coordenadora acredito que, quando a educação é vista
realmente como prioridade e compromisso, ela poderá cumprir com o seu papel
social e garantir ao educando aprendizagem eficiente.
Busquei desenvolver neste memorial uma síntese de minha trajetória
intelectual, sendo um breve resumo evolutivo das ideias e concepções que fui
construindo e reconstruindo a minha história de vida.
Por meio dessa especialização em coordenação pedagógica, pretendo
melhorar meu currículo e o meu fazer educativo, aprofundar meus saberes
compartilhando-os nesse novo cenário educacional, e também fazer o meu
mestrado, podendo assim, me tornar uma profissional que contribua para uma
educação de qualidade na sociedade que está em constantes mudanças.
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3 O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA POLÍTICA EDUCACIONAL
BRASILEIRA
Conforme já anunciado neste trabalho a questão que norteou a investigação foi
a seguinte: Como o Programa Mais Educação pode contribuir de forma mais
eficiente para a melhoria do processo de ensino na Escola Municipal de 1º Grau
Cristo Redentor? Desenvolvo este capítulo inicialmente discorrendo sobre o tema
política pública educacional. Em seguida apresento alguns aportes teóricos sobre a
educação integral e finalizo fazendo um recorte sobre o Programa Mais Educação,
como política pública no Brasil atual.
3.1 Políticas Públicas Educacionais
Quando se fala de políticas públicas da educação, a mesma tem sido como
ponto de partida para várias discussões no cenário educacional.
As políticas públicas só podem ser compreendidas a partir do contributo das
relações sociais e que nos permitem pensar qual o papel de cada órgão público,
instituição e atores na sociedade. Nesta perspectiva, temos o papel do Estado como
um agente importante deste processo, mesmo porque as políticas educacionais tem
grande influência na vida cotidiana dos seres humanos. Portanto, é necessária a
inserção e permanência das crianças, jovens e adolescentes na educação pública e
que esta seja realmente oferecida com qualidade em que a participação de todos
nesse processo de construção de políticas educacionais, possa alcançar a sua
excelência com mais eficiência.
Conforme Castro e Carvalho (2013),
A política pública em educação configura-se pela responsabilidade na administração e financiamento do sistema educacional brasileiro compartilhada em regime de colaboração entre as instancias federadas (União, estado, Distrito Federal e municípios, atribuições definidas pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996). (CASTRO, CARVALHO, 2013, p.830).
20
Nesse contexto pode observar que, nos tempos atuais, a política pública
educacionais está voltada para a qualidade de educação e que tem o pressuposto
de que a cidadania seja realmente desenvolvida no espaço familiar, no âmbito
educacional e no contexto social. Ao analisar o processo das políticas públicas,
Azevedo (2004) chama a atenção pela forma como as políticas são formuladas,
porque as mesmas podem ser entendidas como um mecanismo do Estado na
tentativa de garantir os interesses que predominam na sociedade de forma
harmonizada. (AZEVEDO, 2004, p. 61).
As políticas públicas educacionais são de grande relevância no que se
relaciona a tornar o ensino público mais qualitativo, em todos os âmbitos, formando
assim cidadãos críticos e transformadores na sociedade.
Normalmente a política educacional diz respeito às ações que são
desenvolvidas no âmbito das escolas. É bom sinalizar que a educação vai muito
além do contexto escolar. Sabemos que tudo que se adquire no contexto social,
perpassa pela família, pela vida profissional, pela igreja, pela rua, etc. Assim,
Oliveira (2010) afirma que a educação só é escolar quando ela for passível de
delimitação por um sistema que é fruto de políticas públicas. .
Esta é a razão porque iniciamos este capítulo delimitando conceitualmente
políticas públicas que são desenvolvidas nas escolas vez que o nosso objeto de
estudo corresponde a uma política realizada nas unidades escolares e atendendo a
uma prescrição da legislação atual, voltada à melhoria da qualidade do ensino,
através de um programa dirigido para esse objetivo, qual seja o Programa Mais
Educação, que tem como pressuposto a extensão do tempo de aprendizagem e a
introdução de novos componentes curriculares na vida escolar do aluno, de forma a
enriquecer o processo de sua formação. No próximo item, portanto, vamos discorrer
sobre a Educação em Tempo Integral de acordo com as ideias de alguns autores.
3.2 Refletindo sobre Educação em Tempo Integral
Numa primeira abordagem sobre esse conceito é importante ressaltar a ideia
de Jaqueline Moll sobre o significado do uso de tempos e espaços na escola de
forma a favorecer uma educação de qualidade.
21
[...] de nada adiantará esticar a corda do tempo: ela não redimensionará, obrigatoriamente, esse espaço. E é, nesse contexto, que a educação integral emerge como uma perspectiva capaz de re-significar os tempos e os espaços escolares. (MOLL, 2012, p. 18).
O conceito de educação integral encontra amparo jurídico significativo na
legislação brasileira, assegurando sua aplicabilidade no campo da educação formal
e em outras áreas da política social. O arcabouço normativo oferecido pelo
paradigma da proteção integral garante os direitos de toda criança ou adolescente a
receber atendimento em todas as suas necessidades pessoais e sociais, a aprender,
a se desenvolver adequadamente e a ser protegida (o).
Nas releituras da Constituição Federal Brasileira de 1988, do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 1990 e a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei nº 9.394) aprovada em 1996 é possível constatar que
nesses marcos legais é dada ênfase as bases para a educação integral de modo
que seja realmente eficiente para o ser humano em formação.
Com efeito, o tema da educação integral renasce sob a inspiração da Lei nº
9.394/96, que prevê o aumento progressivo da jornada escolar para o regime de
Tempo Integral (arts. 34 e 87, § 5º). A previsão disposta no artigo 34 diz respeito à
possibilidade de ampliação da permanência da criança na escola, com a progressiva
extensão do horário escolar. Isto gera para os pais o incentivo de matricular e zelar
pela frequência dos filhos às atividades previstas.
No Artigo 87 é estabelecido:
§ 5º - Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral. (BRASIL/Lei de Diretrizes e Bases, 1996).
Examinando o PNE (Plano Nacional da Educação), 2014/2024, aprovado em
julho de 2014, verifica-se que na sua meta 6 é incentivado o oferecimento de
educação integral aos seus alunos. Assim coloca o PNE nesta meta:
22
Oferecer a educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica. (BRASIL, PNE, 2014)
Sabe-se que no Brasil o avanço em termos normativos tem sido muito além do
esperado. No entanto vale ressaltar que, existe uma distância entre a lei e o ritmo
das mudanças por ela sugeridas. Esse descompasso no cumprimento das
responsabilidades legais não diminui a exigibilidade do direito e o fato de que a
população de crianças, jovens e adolescentes tenha proteção legal, alinhado às
indicações da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.
A ideia de proteção integral está pautada no ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente) no reconhecimento de que a situação peculiar da criança e do
adolescente como pessoa em desenvolvimento exige uma forma específica de
proteção, traduzida em direitos, tanto individuais como coletivos, que devem
assegurar sua plena formação.Sabemos que dentre esses direitos está o direito à
educação de qualidade em seu sentido total. Mais ainda ao propor um novo sistema
articulado e integrado de atenção à criança e ao adolescente, o ECA indica
claramente que os novos direitos da infância só podem ser alcançados pela
integração das políticas sociais públicas, reconhecendo também o importante papel
da sociedade e da família no provimento desses direitos.
Nessa perspectiva a Educação Integral abre espaço para o trabalho dos
profissionais da educação, dos educadores populares, estudantes e agentes
culturais (monitores), observando-se a Lei nº 9.608/1998, que dispõe sobre o serviço
voluntário. O trabalho de monitoria deverá ser desempenhado, preferencialmente,
por estudantes universitários de formação específica nas áreas de desenvolvimento
das atividades ou pessoas da comunidade com habilidades apropriadas. Trata-se de
uma dinâmica instituidora de ralações de solidariedade e confiança para construir
redes de aprendizagem, capazes de influenciar favoravelmente o desenvolvimento
dos estudantes. Nessa nova dinâmica reafirma-se a importância e o lugar dos
professores e gestores das escolas públicas, o papel da escola, sobretudo porque
se quer superar a frágil relação que hoje se estabelece entre a escola e a
comunidade.
23
Para ser eficiente, dizia Anísio, a escola pública para todos deve ser em tempo integral para professores e alunos, como a Escola Parque por ele fundada em 1950 em Salvador, que mais tarde inspiraria os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) do Rio de Janeiro e as demais propostas de escola de tempo integral que se sucederam. Cuidando desde a higiene e saúde da criança até sua preparação para a cidadania essa escola é apontada como solução para a educação Primária no livro Educação Não é Privilégio. (Nova Escola, p.96, julho de 2008).
Coelho e Hora (2010), afirmam que as propostas mais recentes na história da
educação brasileira, têm por referência os CIEPs com todas as reformulações e
adequações sofridas nos diversos governos que se sucederam, desde sua
implantação.
Anísio Teixeira acreditava numa educação integral da criança, na sua
transformação total, enquanto ser humano na sociedade.
Para Teixeira (1971), no intuito de atingir aos fins da educação, a escola deveria ser um ambiente bonito, moderno e acolhedor. O trabalho pedagógico deveria apaixonar tanto aos alunos quanto aos professores. Estes deveriam desenvolver suas atividades visando construir um “solidário destino humano, histórico e social”, com destaque para a liberdade de criação e em “permanente diálogo com a arte, concebida como conceito antropológico, como defendia Mário de Andrade” (CLARICE NUNES, 2001, p. 163).
A autora, inspirada no pensamento de Anísio Teixeira, defende uma escola
como um espaço de relações acolhedoras. Nesse contexto cada escola é única,
fruto de sua história particular, de seu projeto e de seus agentes, onde se inventa e
se reinventa, criando laços de amizades, respeitando a individualidade de cada um.
Como instituição social ela tem contribuído tanto para a manutenção, quanto para a
transformação social. Anísio afirmava que o homem educado é aquele que sabe ir e
vir com segurança, pensar com clareza, querer com firmeza e agir com tenacidade.
É nessa perspectiva que a instituição escolar deve ser um ambiente aberto ao
debate da cidadania, da liberdade, da responsabilidade, da justiça social, do
respeito. Uma organização que aprende e que seja capaz de ensinar. Essa
concepção exige, segundo Anísio, “uma educação em mudança permanente, em
permanente reconstrução”. (Nova escola, 2008 p.95).
24
Pensar na construção de uma sociedade escolar mais justa e solidária é refletir
sobre os valores e afetos que fazem à diferença humana nas relações escolares no
cotidiano. Por outro lado, o autor Gentili chama a atenção para as formas adequadas
para educar para a democracia. E isto deve ser feito também na escola.
[...] não se pode educar para a autonomia através de práticas heterônomas, não se pode educar para a liberdade a partir de práticas autoritárias e não se pode educar para a democracia a partir de práticas autocráticas. (GENTILI, 2001, p.75)
Para o autor essa prática é o caminho para a concretização de uma educação
cidadã, a qual desafia os sujeitos aprendizes ao conhecimento dos valores e o
exercício das práticas de maneira crítica e construtiva numa visão integral na vida do
ser em formação.
Portanto, é relevante promover ações inovadoras e estas, por sua vez,
requerem lideranças democráticas. Tais lideranças coordenam intervenções
coletivas sobre a organização presente, modificando alguns aspectos e preservando
outros.
Sobre a interpretação dada ao conceito de educação integral na obra de Anísio
Teixeira, Cavaliere (2002) assim escreve:
Educação integral significa uma educação escolar ampliada em suas tarefas sociais e culturais com o objetivo de reconstrução das bases sociais para o desenvolvimento democrático, o qual só poderia se dar a partir de indivíduos intencionalmente formados para a cooperação e a participação. (CAVALIERE, 2002, p. 01).
Nesta concepção a aprendizagem está no que fazer, pois ensinar não está na
pura transferência mecânica de conteúdos que torna o indivíduo em agente passivo
e dócil. Neste sentido, a escola não é só um espaço físico, é um lugar onde se pode
promover um diálogo aberto para que a aprendizagem se torne significativa tendo
em conta as necessidades do educando. Numa visão integral e transformadora ela
tem o papel essencialmente crítico e dinâmico na formação do cidadão.
Nas palavras de Cavaliere (2002), Teixeira foi um grande educador, sobretudo
pensador, idealista pela educação e para garantir um ensino de qualidade para
25
todos, Anísio Teixeira, idealizou o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em um
bairro de Salvador – Bahia, que acabou por tornar-se a Escola-Parque onde os
alunos eram agrupados pela idade e pela preferência, em turmas de 20 a 30 no
máximo, pelos diversos setores, todos em funcionamentos, para realizar inúmeras
atividades: artes aplicadas (desenhos, modelagem, cerâmica, escultura em madeira,
cartonagem e encadernação, metal, couro, alfaiataria, bordados, bijuterias,
tapeçarias, confecção de brinquedos flexíveis, tecelagem, cestaria, flores) no setor
de Trabalho: jogos, recreação e ginástica, no Setor de Educação Física e
Recreação: grêmio, jornal, rádio escola, banco e loja; no Setor Socializante: música
instrumental, canto, dança e teatro; no Setor Artístico, leitura, estudo e pesquisas no
setor de Extensão Cultural e Biblioteca.
A Escola Parque abrigava, ainda, a direção e administração geral, o setor de
Currículo, Supervisão e Orientação Educativa, assistência médico-odontológica e
alimentar para os alunos. Esta experiência constituiu um projeto de educação
integral.
Para Moll, (2011, p.21), para se desenvolver uma Educação Integral, é
importante que a escola tome consciência do seu potencial, como parte e
articuladora de ações que juntam vida, conhecimento e capacidade de fazer com
que as coisas acontecerem.
Nesta concepção é fundamental ressaltar que a escola possa realizar e
executar as ações com eficiência procurando promover uma educação integral,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo
por finalidade proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento
de suas potencialidades, da criatividade, da auto-realização e do preparo para o
exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho e prosseguimento de
estudos posteriores.
Nesse sentido torna-se necessário revitalizar a proposta curricular, e a equipe
pedagógica propor mudanças no currículo escolar, fazendo intervenções pertinentes
e construir uma proposta crítica e reflexiva, capaz de instrumentalizar o educando
para enfrentar este novo cenário educacional numa visão de educação integral.
A Educação Integral tem a função social de integrar os pais e a comunidade à
escola e contribuir para formação do ser humano em sua integralidade para a
26
emancipação. No contexto educacional, tem como estratégia desenvolver o sucesso
escolar. Para tanto “a expansão do tempo escolar tem o potencial de incrementar a
qualidade da educação” (CAVALIERI, 2002).
Como se percebe, Anísio Teixeira, 1962, foi o visionário no Brasil com relação
à Educação Integral. Ele via a escola como ambiente complementar ao ambiente
familiar, tornando estas duas instituições como parte do todo em que atua o agente
formador dos alunos. Além de Anísio Teixeira outros autores comungavam com este
ideário de ampliação do tempo e das atividades escolares para melhor formação dos
alunos na escola básica. Outros projetos foram experimentados no Brasil com este
ideário. Atualmente na política educacional brasileira, outro programa foi criado
baseando-se em seus pressupostos. Assim, Inspirada nos ideais de Anísio Teixeira,
Darcy Ribeiro e Paulo Freire e em seus sonhos de implantar escolas o dia inteiro, a
Educação Integral se concretiza através do Programa Mais Educação, criado no ano
de 2007, através do qual o Ministério da Educação cria estratégias para a ampliação
da jornada escolar dos estudantes e de ressignificar o currículo escolar.
A escola além de integral, pública, laica e obrigatória, ela deveria ser também municipalizada, para atender aos interesses de cada comunidade. O ensino público deveria ser articulado numa rede até a universidade. Anísio propôs ainda a criação de fundos financeiros para a educação, mas, mesmo com o atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), os recursos são insuficientes para sustentar esse modelo de escola. (Nova Escola, p.96, julho de 2008).
No próximo item vou abordar acerca da implementação do Programa Mais
Educação e sua importância no contexto educacional.
3.3 Breve históricos do Programa Mais Educação e sua importância no
contexto educacional
O Programa Mais Educação foi instituído pela Portaria Interministerial nº
17(BRASIL. MEC; MDS; ME; MC 2007) e regulamentado pelo Decreto n° 7.083, de
27 de janeiro de 2010. Além de buscar se justificar em ampla sustentação legal e
ação estratégica, o Programa busca integrar as ações do Plano de Desenvolvimento
27
da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal para induzir a
ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da
Educação Integral (BRASIL, 2010).
Para a realização do programa, o MEC elaborou e publicou um conjunto de
documentos por meio dos quais vêm sendo disseminados os princípios e
fundamentos para a elaboração do projeto político pedagógico, da proposta
curricular e do modelo de gestão das escolas. Além do Ministério da Educação
outros ministérios foram envolvidos na Portaria Interministerial citada acima.
(Programa Mais Educação: gestão Inter setorial, no território) (MEC/SECAD, 2009);
Educação Integral: texto de referência para o debate Nacional MEC/SECAD, 2009)
Rede de saberes Mais Educação, pressupostos para projetos pedagógicos de
educação integral (MEC/SECAD, 2009).Um dos pressupostos deste Programa
consiste em: Para enfrentar a situação de vulnerabilidade e risco social que atingem
os alunos, especialmente das classes populares, a escola deve cumprir o duplo
desafio de proteger e educar crianças, adolescentes e jovens por ela atendidas.
Através de uma “Educação Integral em tempo integral” ampliam-se as possibilidades
de atendimento, cabendo a escola assumir uma abrangência que, para uns, a
desfigura e, para outros, a consolida como um espaço realmente democrático.
(MEC/SECAD, 2009, p.17).
Sendo assim, com base na portaria acima citada, pode-se dizer que o PME
(Programa Mais Educação) passa para a escola e seus colaboradores uma gama
amplíssima de finalidades, as quais abrangem.
[...] a ampliação do tempo e do espaço educativo e a extensão do ambiente escolar; combater a evasão escolar, a reprovação e a distorção idade/série; promover o atendimento educacional especializado às crianças com necessidades educacionais especiais; prevenir e combater o trabalho infantil, a exploração sexual e outras formas de violência contra crianças, adolescentes e jovens; promover a formação da sensibilidade, da percepção e da expressão de crianças, adolescentes e jovens nas linguagens artísticas literárias e estéticas; estimular as práticas corporais, educacionais e de lazer; promover a aproximação entre a escola, as famílias e as comunidades e prestar assistência técnica e conceitual aos entes federados, com vistas à operacionalização da portaria que implementa o programa.( Brasil/MEC; MDS; ME;MC 2007).
28
Por isso, a escola está diante de um grande desafio, cuja responsabilidade de
superá-lo é de todos nós. A partir daí, então teremos a oportunidade de
experimentar a satisfação de contribuir para a formação dos cidadãos na sua
integridade que tanto desejamos: competentes, afetivos e desenvolvidos nas
diferentes habilidades aprendendo e compartilhando saberes numa perspectiva
interdisciplinar, visando o seu sucesso escolar obtendo o direito de uma educação
de qualidade.
Para o desenvolvimento de cada atividade o governo federal repassa recursos
para o Programa Dinheiro Diretos na Escola – PDDE/Educação Integral cuja
finalidade é o ressarcimento dos monitores responsáveis pelo desenvolvimento das
atividades, compra de materiais pedagógicos e de consumo necessários ao
desenvolvimento das atividades propostas. As escolas beneficiadas também
recebem conjuntos de instrumentos musicais e rádio escolar, dentre outros; e
referência de valores para equipamentos e materiais que podem ser adquiridos pela
própria escola com os recursos repassados.
Apesar desse novo cenário de mudanças na área de gestão educacional, o
programa Plano Desenvolvimento da Escola - PDE, outro programa voltado à
melhoria da gestão escolar, foi mantido na sua forma original, na escola campo
deste trabalho, a fim de contribuir com o processo de democratização da escola.
Vale ressaltar que este PDE auxilia a escola na definição das metas administrativas,
pedagógicas e financeiras, integralizadas por um conjunto de ações que apontam
direções a partir de decisões coletivas que assegurem o alcance dos objetivos.
Considero importante reportarmos a este Programa através do qual é
desenvolvido o Programa Mais Educação.
O documento que pontua acerca do PDE Escola foi concebido no âmbito do
Fundescola, objeto do acordo de empréstimo firmado em 1998 entre o governo
brasileiro e o Banco Mundial, cujo objetivo era melhorar a gestão escolar, a
qualidade do ensino e a permanência das crianças na escola. Naquele momento, o
Plano de Desenvolvimento da Escola (então chamado apenas PDE) constituía a
ação principal do programa, pois previa que as unidades escolares realizassem um
planejamento estratégico que subsidiaria outras ações.
29
Como o tempo de vigência do Fundescola foi encerrado no Brasil, o PDE como
programa continuou em efetividade nas escolas, com o estímulo do MEC. Além dos
ajustes conceituais e técnicos na metodologia, a principal alteração foi a mudança
no critério de definição do público-alvo, adotando-se o IDEB, um indicador de
eficiências das escolas que aparece no cenário brasileiro a partir de 2009, como
parâmetro, o que significou incluir todas as escolas públicas que se enquadrassem
nos critérios definidos. Esta decisão teve como principal consequência um aumento
substancial do público elegível nos anos seguintes, escolas. (BRASILIA, 2006).
Vale ressaltar que o Programa Mais Educação é uma estratégia para a
implantação da escola de tempo integral que está prevista no PNE de 2001 e
operacionalizado por meio do PDE. Também no PNE aprovado em 2014 a meta 6
especifica os percentuais das escolas brasileiras que devem implantar a educação
em tempo integral.
É importante informar que como referência para a seleção das escolas para o
desenvolvimento do PME, o Ministério da Educação adotou o índice de
Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Este índice foi criado pelo Inep em
2007, em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes
para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes
em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados
sobre aprovação escolar obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas
avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.
Por esse motivo a área de atuação do Programa Mais Educação foi demarcada
inicialmente para atender em caráter prioritário as escolas que apresentam baixo
índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas em capitais e
regiões metropolitanas. As atividades tiveram início em 2008, com a participação de
1.380 escolas, em 55 municípios, nos 27 estados para beneficiar 386 mil estudantes.
Em 2009 houve a ampliação para 5 mil escolas.
O PME (Programa Mais Educação), como uma das ações do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), parte também do pressuposto de que o
desenvolvimento nacional da Educação é “eixo estruturante da ação do Estado”, em
torno da “[...] erradicação da pobreza e marginalização” (Brasil/MEC, 2007, p.6, grifo
nosso). Desta forma tem por objetivo:
30
[...] contribuir para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio da articulação de ações, de projetos e de programas do Governo Federal e suas contribuições às propostas, visões e práticas curriculares de redes públicas de ensino e escolas, alterando o ambiente escolar e ampliando a oferta de saberes, métodos, processos e conteúdos educativos: (Brasil. MEC; MDS; ME; MC 2007).
Nessa perspectiva o PME, visa fomentar a ampliação de tempo e espaço,
oferecendo aos educandos oportunidades educativas e compartilhando saberes de
educar entre os profissionais da educação. Segundo Dourado (2007, p.922):
É fundamental não perder de vista que o processo educativo é mediado pelo social, pelas condições em que se efetiva o ensino aprendizagem, pelos aspectos organizacionais e consequentemente pela dinâmica com que se constrói o Projeto Político Pedagógico.
Sabemos que, mesmo diante das dificuldades, o Programa Mais Educação,
vem contribuindo para maior permanência, motivação, aprendizagem do alunado,
bem como, maior integração de toda comunidade escolar. Acreditamos quando a
educação é vista realmente como prioridade e compromisso de todos ela poderá
cumprir com o seu papel social e garantir ao educando aprendizagem de qualidade.
O Programa Mais Educação já é uma realidade que, como tudo que se faz em educação, será progressivamente aprimorada com a participação de educadores, educandos, artistas, atletas, equipes de saúde e da área ambiental, cientistas, gestores das áreas sociais, enfim, com todos aqueles que, pessoal e profissionalmente, dedicam-se à tarefa de garantir os direitos de nossas crianças, adolescentes e jovens. (MEC/SECAD, 2009, p.5).
Demonstrada, através deste breve histórico, a importância do Programa Mais
Educação dentro da política educacional recente do Brasil verifica-se, através da
observação, que suas ações podem ser mais bem desenvolvidas no sentido de
alcançar seus objetivos em escolas do município de Itamaraju. E é com este
pensamento que no próximo capítulo apresento uma proposta de intervenção na
intenção de contribuir para a melhoria desse Programa.
31
4 PROPONDO UMA INTERVENÇÃO PARA A MELHOR EFICIÊNCIA DO
PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL DE 1º GRAU CRISTO
REDENTOR
O referido projeto tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da
educação na Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor focalizando o Programa
Mais Educação, no intuito de elaborar uma proposta de intervenção para tornar mais
eficiente as ações desse programa, oportunizando aos alunos uma educação
integral, através da realização de atividades socioeducativas, bem como fomentar o
debate entre os docentes em torno de metodologias de trabalho utilizadas, novos
olhares ao currículo e à prática pedagógica. No que diz respeito aos objetivos
específicos desta proposta, eles são: melhorar a autoestima dos alunos, o respeito
pessoal e mútuo nas relações interpessoais durante as atividades desenvolvidas;
contribuir para a melhoria do desempenho escolar dos estudantes visando à
diminuição da evasão e repetência e promover atividades lúdicas educativas de
esporte, cultura e lazer.
Para Vygotsky (2001, p.25) “o desenvolvimento é fruto de uma grande
influência das experiências do indivíduo, porém, cada um dá um significado
particular a essas vivências”. Nesse contexto, o Programa Mais Educação é visto
como mais uma alternativa que busca minimizar os problemas sociais que, no nosso
caso particular o bairro Cristo Redentor enfrenta, representa uma saída para manter
as crianças mais tempo afastadas das ruas e como opção de estímulo ao
aprendizado, não só no campo cognitivo, mas, também no afetivo, psicomotor e
social.
4.1. Caracterização da escola pesquisada
A Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor está situada num bairro
periférico da cidade de Itamaraju, no extremo Sul da Bahia, região Nordeste do
Brasil. Foi fundada no ano de 1980 e funcionava num pequeno recinto com o nome
de Independência. Devido ao aumento de matrículas, foi necessário, alguns anos
depois, alugar residências próximas para o atendimento a essa demanda. Só no dia
28 de junho de 1999, através da entidade mantenedora, Prefeitura Municipal, foi
32
inaugurada sua sede própria, construída na Praça Cristo Redentor, nº 01. Sua
estrutura física contém uma diretoria, uma secretaria, uma sala de professores, nove
salas de aula, uma biblioteca, um laboratório de informática, uma sala de recursos
multifuncional, uma dispensa, uma cozinha, um sanitário dos funcionários, dez
sanitários dos alunos, um escovódromo e um pátio coberto. Por estar situada no
bairro Cristo Redentor, daí originou-se o seu nome.
A escola atende atualmente a 500 alunos distribuídos na Educação Infantil no
diurno e no Ensino Fundamental do 1º ano ao 5º ano, nos turnos matutino e
vespertino. Os alunos matriculados na escola na faixa etária de 04 a 15 anos são
oriundos em maioria, de famílias de baixa renda, cujos pais trabalham na zona rural
(lavoura de café e mamão), domésticas e no comércio em geral. Alguns alunos
estão inseridos no Programa Bolsa Família do Governo Federal.
Observando a realidade socioeconômica e cultural da população em que a
unidade de ensino está inserida, constatam-se inúmeros problemas, dentre eles:
desemprego, subemprego, violência, alto índice de pobreza e analfabetismo,
consumo e tráfico de drogas, ausência de programas sociais voltados para o lazer e
profissionalização, os quais interferem diretamente no trabalho realizado pela
Instituição Escolar.
A referida instituição funciona em consonância com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Básica e a LDBEM nº 9394/96, contribuindo e
assegurando a formação básica comum nacional, tendo foco os sujeitos que dão
vida ao currículo e a escola. Seu funcionamento também se pauta na Resolução nº
11. 274/2006 do CNE que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental de Nove Anos a serem observadas na organização curricular dos
sistemas de ensino e de suas unidades escolares, que articulam-se com as
Diretrizes Curriculares Nacionais gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB
nº 07/2010, pois reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pelo
Conselho Nacional de Educação.
Os níveis de ensino ministrado na escola é a Educação Infantil (pré I e pré II),
Ensino Fundamental de Nove Anos organizado em Ciclos (BIA I, BIA II, BIA III-Bloco
Inicial de Alfabetização); BAAI I e II-Bloco de Alfabetização Adolescente e Infância
nos turnos matutino e vespertino.
33
A escola tem o corpo docente constituído através de concurso público,
promovido pela Prefeitura Municipal de Itamaraju e através de contratos.
A quantidade e formação do pessoal técnico que integra a Unidade Escolar são
a seguinte: uma diretora com Licenciatura Plena em Pedagogia, uma vice-diretora,
com Licenciatura Plena em Pedagogia, uma secretária escolar com habilitação em
Magistério e licenciada em História, uma técnica administrativa educacional com
habilitação em magistério e graduada em Direito e uma coordenadora pedagógica,
com Licenciatura Plena em Pedagogia e especialização em gestão escolar.
O quadro de professores é composto por 15 educadores, sendo três da
Educação Infantil, uma habilitada em Magistério e duas concluindo a Pedagogia,
quatro habilitadas em magistério; seis com Licenciatura Plena em Pedagogia, duas
cursando pedagogia e uma auxiliar da biblioteca habilitada em magistério, três
vigias, com Ensino Médio completo e nove serventes, sendo duas com Ensino
Médio completo e seis com escolaridade incompleta.
Vale observar que a construção desta instituição representou uma conquista
histórica de todos os gestores, professores e alunos desta escola ao longo de sua
história e de uma comunidade merecedora que sempre depositou e deposita seus
sonhos nesta entidade.
Portanto, os projetos de vida que passam pela conquista da cidadania da qual
a escola é inserida, se não são os únicos, correspondem aos primeiros caminhos
para a conquista da cidadania plena dos nossos educandos. Por isso, a escola,
enquanto instituição, em seu projeto político pedagógico coloca como premissa, que
esse é o verdadeiro caminho de inclusão social. Em suma, a Escola Municipal de 1º
Grau Cristo Redentor fundamenta a sua filosofia educacional no desenvolvimento
integral do aluno, respeitando e valorizando todos os envolvidos no processo
educativo, considerando suas individualidades e seus direitos.
Com singeleza, plantamos diariamente nossa sementinha da educação, que
certamente crescerá e dará frutos.
34
4.2 Metodologia
Para o desenvolvimento desse trabalho primeiramente procedeu-se ao
levantamento bibliográfico, considerando o pensamento dos autores que discutem
sobre o assunto. A partir dessa perspectiva metodológica foi realizada a coleta de
dados sobre a realidade através de um grupo focal utilizando roteiros de perguntas
previamente elaborado para: professores, gestores, monitores, alunos, pais
envolvidos no PME (Programa Mais Educação), Nesta oportunidade pode-se
verificar a opinião desses colaboradores da pesquisa sobre o funcionamento desse
Programa como Política Pública Educacional executada na Escola Municipal de 1º
Grau Cristo Redentor da cidade de Itamaraju, que tem como objetivo principal
oferecer aos alunos uma educação integral com mais eficiência e promover a
aprendizagem dos educandos, tornando-os capazes de enfrentar os desafios da
sociedade, organizando, mobilizando e articulando todos os recursos materiais e
humanos necessários para o avanço dos processos educacionais e sociais do
estabelecimento de ensino. A metodologia, portanto, utilizada se classifica como
uma pesquisa-ação que tem a característica de obter as informações de forma
participativa das ações, uma vez que como pesquisadora, também sou participante
do processo de ensino daquela escola.
4.2.1 Procedimentos de coleta de dados e sujeitos
Foi desenvolvido um grupo focal com roteiros de perguntas previamente
elaborados com 5 professores, 5 alunos que fazem parte do programa, 4 monitores
estudantes da Faculdade, 3 pais, a diretora da escola e a Coordenadora Geral do
PME(Programa Mais Educação) do município de Itamaraju.
4.2.2 Instituição
Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram coletados dados dos
professores, pais, coordenadora do Programa, diretora da escola pesquisada e
alunos da Escola Municipal de 1o Grau Cristo Redentor, situada na Praça Cristo
35
Redentor, nº 01, Bairro Cristo Redentor, pertencendo ao Município de Itamaraju –
Bahia.
4.3 Um novo olhar sobre a implantação do Programa Mais Educação na Escola
Municipal de 1º grau Cristo redentor
A Instituição foi inserida no Programa Mais Educação - PME em 2011 por
apresentar o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) baixo. Como
coordenadora pedagógica da escola, juntamente com a direção, fomos comunicadas
que tínhamos que elaborar um plano de ação e organizar todo trabalho educativo no
que diz respeito às atividades a serem contempladas no plano de ação, com
horários definidos, reuniões de professores nas ACs (Atividades Complementares),
para estudos do programa, reuniões com os pais para explanação acerca da
relevância do projeto para a unidade de ensino, e seleção dos monitores. A partir de
2012 o município foi fazendo adesão com as demais escolas da sede, pois o intuito
era promover a melhoria do processo de aprendizagem e um tempo maior de
permanência do aluno em tempo integral através do Programa Mais Educação.
Estruturar as escolas tem sido grande impacto para Rede Municipal de Ensino,
trazendo sérias dificuldades para o desenvolvimento do programa neste município.
Nesse sentido, o PME utiliza o espaço escolar tais como: biblioteca, laboratório
de informática e pátio da escola para execução de atividades de cunho pedagógico,
desenvolvendo-as no contra turno ao horário escolar, com carga horária de sete
horas diárias.
A participação dos alunos no Programa não é de caráter obrigatório, mas a
gestão da escola faz um levantamento dos educandos com características similares
às apontadas no manual do Programa e são encaminhados para as atividades que
serão executadas no contexto escolar.
Segundo o Passo a Passo do Programa, as características dos alunos que
deverão ser inseridos no programa são: estudantes que estão em situação de risco,
vulnerabilidade social e sem assistência, estudantes que congregam seus colegas,
incentivadores e líderes positivos (âncoras), estudantes com defasagem série/idade;
estudantes nas séries finais da 1ª fase do ensino fundamental (4º e 5º ano), nas
36
quais há uma maior evasão na transição para a 2ª fase; estudantes das séries finais
da 2ª fase do ensino fundamental (8º e/ou 9º anos),nas quais há um alto índice de
abandono; estudantes de séries onde são detectados índices de evasão e/ ou
repetência.
A Portaria 17/2007, no art.2º, segundo parágrafo, dispõe que o Programa tem
por finalidade contribuir para a redução da evasão, da reprovação, da distorção
idade/série, mediante a implantação de ações pedagógicas para a melhoria do
rendimento e aproveitamento escolar.
A implantação do Programa Mais Educação na Escola Municipal de 1º Grau
Cristo Redentor funciona com 4 (quatro) macro campos, com atividades
desenvolvidas com os alunos tendo em vista o Projeto Político Pedagógico (PPP) e
a Proposta Curricular Pedagógica da Escola. Segundo Dourado (2007, p.922):
“É fundamental não perder de vista que o processo educativo é mediado pelo social, pelas condições em que se efetiva o ensino aprendizagem, pelos aspectos organizacionais e consequentemente pela dinâmica com que se constrói o Projeto Político Pedagógico”.
As principais ações dizem respeito ao:
- acompanhamento pedagógico;
- esporte e lazer;
- cultura e artes;
- comunicação e uso de mídias.
Abaixo estão discriminadas as principais áreas de atuação do programa no
período da sua implementação na Escola Cristo Redentor.
37
Tabela 1 – Áreas de atuação do PME 2011-2015 Escola Cristo Redentor
Oficina em 2011 Oficina em
2012
Oficinas em
2013
Oficinas em
2014
Oficinas em
2015
Letramento /
alfabetização
Letramento /
alfabetização:
Letramento /
alfabetização:
Letramento /
alfabetização
Letramento /
alfabetização:
Letramento/
Matemática
Letramento/
Matemática
Letramento/
Matemática
Letramento/
Matemática
Letramento/
Matemática
Pintura Pintura Pintura Pintura Pintura
Canto Coral Canto Coral Canto Coral Canto Coral Canto Coral
Esporte e Lazer Esporte e Lazer
Esporte e
Lazer
Jornal Jornal
Futebol Futebol
Fonte: Plano de Ação do Programa Mais Educação da Escola M. de 1ºG. Cristo Redentor
1. Letramento / alfabetização: ação desenvolvida por essa oficina tem por objetivo:
o desenvolvimento da função social da língua portuguesa, comunicação verbal,
leitura e escrita. Compreensão e produção de textos de diferentes gêneros em
situações comunicativas, tanto na modalidade escrita, como na modalidade oral
(Manual Operacional da Educação Integral, 2014).
2. Letramento/Matemática: o trabalho desenvolvido busca “potencializar a
aprendizagem matemática”.
3. Pintura: Objetiva o incentivo à produção artística e cultural, como
reconhecimento, criação e recriação estética de si e do mundo que o cerca.
4. Canto Coral: Na oficina o aluno terá oportunidade de trabalhar a teoria musical.
5. Jornal: Utiliza o recurso da mídia impressa promovendo “uma cultura de respeito
aos direitos e liberdades”.
6. Futebol: modalidade esportiva que tem como objetivo “proporcionar a integração
da equipe, a socialização e a superação individual e coletiva”. (Manual Operacional
da Educação Integral, 2014).
38
Nessa perspectiva, as contratações dos monitores foram diretamente feitas
pela direção e coordenação pedagógica, para serem voluntários do PME da escola
sendo estudantes e moradores do próprio bairro, exceto a monitora do Canto Coral
que é uma profissional capacitada em música que mora na própria cidade de
Itamaraju.
O PME da referida instituição, no inicio da sua implantação apresentou várias
dificuldades por não ter um espaço adequado à administração. Alugavam-se casas
em torno do prédio dificultando um acompanhamento mais profundo por parte da
gestão e alguns monitores despreparados para executar ações das oficinas, como o
caso de esporte e lazer. Por não ter uma quadra de esporte, os alunos eram
retirados para um campo afastado da escola surgindo muitos atritos entre os
educandos, ficando assim impossibilitado de executar as atividades finais com os
mesmos. Mesmo diante dos obstáculos encontrados os monitores eram bastante
compromissados, tinham dedicação com os trabalhos desenvolvidos e
responsabilidades com as ações a serem executadas.
A gestão da escola tem bastante integração com todo programa gerenciando
as finanças e aplicando os recursos nos materiais a serem comprados. Nos anos
anteriores os recursos financeiros foram enviados do MEC/governo federal na sua
totalidade, mas neste ano de 2015, o recurso transferido constituiu em 50% do valor,
sendo gasto de acordo o plano de ação do programa.
Sabe-se que o valor do ressarcimento dos monitores não é o suficiente para
pagar a esses voluntários pela dimensão do trabalho realizado por eles na instituição
escolares, sendo esta uma das dificuldades de se encontrar voluntários preparados
para se envolver com o PME. E o repasse da bolsa é efetuado pela gestão da
escola via Associação de Pais e Professores da Escola por meios de documentos
comprobatórios.
4.4 Análises da realidade
Conforme já anunciado na metodologia, foi desenvolvido um grupo focal com
roteiros de perguntas previamente elaborados com 5 professores, 5 alunos que
fazem parte do programa, 4 monitores estudantes da Faculdade, 3 pais e a diretora
da escola.
39
Foi realizada também entrevista com a Coordenadora Geral do PME do
município de Itamaraju, que informou que o PME está no município desde 2011
dando inicio com a inserção de cinco escolas com IDEB baixo e que, atualmente, o
programa está atendendo todas as escolas.
Levando em conta a primeira entrevista com a direção da escola, a mesma cita
que uma das grandes dificuldades de execução das oficinas foi “a ausência de
espaço físico para execução das atividades propostas”. Já a professora 1 sugere
que dever-se-ia “contratar profissionais mais gabaritados, principalmente na área de
letramento e criar um espaço próprio para a execução do projeto”. Portanto, são
tantas indagações que precisamos rever o trabalho executado no programa para
que o mesmo flua com qualidade dentro e fora do contexto educacional. Com isso
teríamos resultados mais satisfatórios no decorrer das ações, aumentando a
assiduidade da criança, autoestima, tempo de permanência na escola e maior
motivação e integração entre os alunos.
Outros problemas destacados no relato da coordenadora geral do Programa
são acerca da “ausência de Professor Comunitário para realizar as articulações das
ações com os monitores dentro da unidade de ensino; espaço físico inadequado;
dificuldades na escolha dos monitores, pelo baixo valor oferecido pelo programa,
necessidade de aumentar o quadro de pessoal de apoio visto que o Programa traz
uma dinâmica diferenciada na escola”. O Manual do Programa assim justifica a
participação desse professor comunitário:
Fica definido que as atividades a serem desenvolvidas para a implementação da Educação Integral deverão ser coordenadas por um professor vinculado à escola, dedicação de um mínimo vinte horas chegando, preferencialmente, a quarenta horas que será denominado “Professor Comunitário. Os custos dessa coordenação referem-se à contrapartida a ser oferecida pela Entidade Executora E.Ex.(FNDE – Res.020 – 06/05/2011-Manual de Educação Integral, p.8).
Nesse contexto, sobre as falhas encontradas no Programa na visão dos
professores estas se dão entre outros aspectos, pois a interlocução entre docente e
monitores é reduzida, pois seria nas ACs(Atividades Complementares), onde
deveriam ser socializadas as dificuldades dos educandos e equipe pedagógica no
40
sentido de realizar as articulações para fazer intervenções pertinentes para a
resolução do problema.
Quanto à aprendizagem foi apontado pelo monitor P “a ausência de uma
aprendizagem melhor é que alguns alunos saem de casa na intenção de se divertir,
muitos não fazem questão de realizar atividades propostas, culpando a falta de
acompanhamento dos pais na vida escolar do seu filho”.
Conforme os gestores do Programa na esfera federal,
A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõe também e principalmente projeto pedagógico, formação de seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação. Ela será o resultado dessas condições de partida e daquilo que for criado e construído em cada escola, em cada rede de ensino, com a participação dos educadores, educandos e das comunidades que podem e devem contribuir para ampliar os tempos e os espaços de formação de nossas crianças, adolescentes e jovens na perspectiva de que o acesso à educação pública seja complementado pelos processos de permanência e aprendizagem. (BRASIL, 2009, p. 6)
Após recolher os questionários, transcreveram-se as respostas, elencando, de
forma sequenciada cada categoria de sujeito. Depois de lidos e discutidos, foram
feitos comentários e interpretações das informações, bem como inferências, a partir
da escrita dos sujeitos participantes e da literatura privilegiada neste trabalho.
Em suma, serão propostos subsídios teóricos e práticos que auxiliarão os
profissionais envolvidos no Programa no processo de reflexão e ressignificação do
compromisso assumido pela equipe envolvida frente às ações executadas no âmbito
escolar, bem com serão destacadas as possíveis contribuições que esse processo
poderá oferecer á unidade de ensino.
41
5 AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA A IMPLANTAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO, PREVISTAS PARA
MINIMIZAR AS DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE A PESQUISA.
A escola, ao construir seu próximo Plano de Ação, deve definir ações a serem
realizadas em curto prazo e organizá-lo coletivamente, já que a gestão democrática
implica uma tomada de decisão coletiva nas ações de natureza imediata,
proporcionando condições didáticas pedagógicas para a realização e concretização
do Projeto de Intervenção.
A proposta constitui em revisar o Projeto Político Pedagógico com a
participação coletiva da comunidade escolar, revendo as ações e aceitando
sugestões para melhoria e apresentar à comunidade escolar, divulgando as
dificuldades e sugestões de atividades e envolvê-los nas ações em realização. As
atividades propostas serão elaboradas com objetivo de aproximar pais e
comunidade, administração, propor parcerias, discutir os problemas para possíveis
soluções.
O Projeto terá início com uma primeira reunião com a equipe gestora e
professores, monitores para planejamento das ações. Depois, algumas atividades,
deverão ser desenvolvidas as quais estão descritas a seguir.
Realizar encontro dinamizado para socialização dos problemas
diagnosticados: baixa frequência, alto índice de evasão e reprovação, déficit
de aprendizagem;
Mobilizar a comunidade para elaborar atividades propostas com objetivo de
aproximar pais e comunidade, administração, propor parcerias, discutir os
problemas para possíveis soluções.
Solicitar, com urgência, através de relatórios, a ampliação do espaço físico
escolar, para facilitar as práticas de esportes, atividade extraclasse e
execução das aulas do programa Mais Educação, para facilitar o
acompanhamento no processo de ensino-aprendizagem;
Enviar ofício à SMEI e a Secretaria de Obras relatando o problema do
ambiente físico escolar, solicitando providências e compromisso, urgente;
Realizar reuniões com a coordenação geral do município para minimizar os
problemas e sugerir que fizesse a intervenção junto aos gestores públicos, no
42
que diz respeito ampliação e adequação do espaço físico e escolha dos
monitores e coordenação para acompanhar as ações executadas do
Programa Mais Educação dentro das unidades escolares.
Promover eventos abertos à comunidade para socialização das atividades
desenvolvidas no PME com a participação da comunidade;
Realizar avaliação do evento na execução das ações previstas.
Espera-se com na aplicação dessa proposta haja envolvimento da comunidade
escolar, por conseguinte a promoção de uma política pública mais eficiente
desenvolvida no contexto escolar.
Quanto aos recursos necessários para por em ação esta proposta ficam
determinados os seguintes:
Humanos: professores, gestores, auxiliares educacionais, alunos, pais,
comunidade.
Materiais: Livros acerca do assunto, data show, notebook, aparelho de
som, máquina fotográfica.
43
6 CRONOGRAMA
ANO DE APLICAÇÃO -2016
ATIVIDADES Jan/mar Abr/jun Jul/out Out/dez
I MOMENTO - Revisão do Projeto Político Pedagógico.
X
II MOMENTO - Promoção de
reunião para planejamento das
ações.
X
III MOMENTO - Realização de
encontro dinamizado com pais e
comunidade para socialização dos
problemas
X X
IV MOMENTO - Mobilização da
comunidade para elaboração de
atividades propostas
X X
V MOMENTO-Solicitação através
de relatórios a ampliação do espaço
físico escolar, para facilitar a
execução das aulas do programa
Mais Educação
X
X
X
X
VI MOMENTO - Envio de ofício à
SMEI e a Secretaria de Obras
relatando o problema do ambiente
físico escolar;
X
VII MOMENTO - Realização de
reuniões para ampliação e
adequação do ambiente físico.
X
X
X
VIII MOMENTO - Promoção de
eventos abertos à comunidade para
socialização das atividades
desenvolvidas no PME com a
X
X
44
participação de todos.
IX MOMENTO - Reunião com
monitores, gestores, professores
para auto avaliação das ações
executadas.
X
X
X
Partindo deste pressuposto, o Projeto de Intervenção desta Unidade Escolar
aponta caminhos metodológicos capazes de concretizar desejos, necessidades e
possibilidades, prevendo a constante avaliação dos resultados, estando aberto para
mudanças e melhorias.
Nesse sentido, devemos, nós profissionais da educação, debater sobre todas
as questões que envolvem o fazer pedagógico e as suas relações com o currículo,
conhecimento e com a função social da escola, fazendo reflexão contínua de todos
os envolvidos neste processo.
Para que haja uma educação de qualidade é necessário o envolvimento de
toda comunidade (pais, educadores, gestores, educandos, etc.).
Esta análise e discussão apresentam dados obtidos a partir de uma
fundamentação teórica pautada em autores como: Teixeira, Moll, Silva, Cavaliere e
documentos oficiais do Programa, autores estes que apostam em debater a
construção de um paradigma contemporâneo de educação integral.
Nesse contexto, devemos ter em mente o pressuposto de universalizar o
acesso, a permanência e a aprendizagem dos alunos na escola pública. A partir
desses estudos pode-se reafirmar que sendo a autonomia uma expressão de
cidadania, ela deve se realizar na escola com a participação de todos. A integração
entre escola e comunidade deve se dar a partir de ações voltadas para a qualidade,
tendo em mente o comprometimento com a qualidade contínua, a partir de uma
política pública eficiente numa visão inovadora.
Portanto, buscamos construir uma proposta, na qual respeitamos todos
envolvidos no processo educativo, considerando suas individualidades e
incentivando o trabalho coletivo nas tomadas de decisões.
45
Pretendemos que este projeto estabeleça com clareza as diretrizes filosóficas
que nortearão o processo ensino-aprendizagem na Escola. Queremos deste modo,
formar seres humanos com dignidade, identidade e projeto de futuro.
Em suma, nossa reflexão é contínua e baseada principalmente na prática
pedagógica cotidiana e na discussão dos referenciais teóricos que nos encaminham
uma “práxis” responsável e compromissada com uma escola pública de qualidade.
46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir esta pesquisa, vale ressaltar a importância dos estudos realizados
sobre o tema em foco, pois a partir do mesmo, ficou notável a necessidade de
produzir espaço de reflexão e planejamento coletivo acerca do Programa Mais
Educação, bem como fomentar o debate em torno de novas metodologias de
trabalho, novos olhares para o currículo e a prática pedagógica na implantação e
implementação da educação integral na Escola M. de 1º Grau Cristo Redentor.
Ao analisar as ideias de Anísio Teixeira nota-se em todas elas a concepção de
que trazia consigo de uma educação integral, que estivesse voltada à preparação do
sujeito para vida, e a sua inserção plena na sociedade.
Para a realização deste trabalho iniciei por fazer uma retrospectiva da minha
trajetória pessoal, acadêmica e profissional reunindo as experiências que pudessem
justificar e colaborar na elaboração do mesmo. Em seguida apresentei uma
discussão teórica sobre o tema a partir do pensamento de vários autores que
trabalham neste campo. Com estes fundamentos e analisando a realidade a partir
de uma coleta de dados com os principais envolvidos com o objeto de estudo,
esbocei uma proposta de intervenção com o intuito de colaborar na superação dos
principais problemas detectados.
Percebe-se, ao longo da pesquisa, as dificuldades elencadas na implantação e
implementação do Programa na instituição escolar e na rede municipal. Todos os
envolvidos nesta política educacional que se volta à melhoria da qualidade do
ensino, como monitores, coordenadores e equipe de apoio, além de fornecerem as
informações solicitadas na coleta de dados, mostraram-se motivados para
enfrentarem os obstáculos surgidos no decorrer da execução do PME.
Na proposta de intervenção que apresento no capítulo 4 propus algumas ações
que deverão contribuir para reverter o quadro diagnosticado na coleta de dados da
pesquisa. Algumas dessas ações se destacam como: a socialização dos problemas
detectados através encontros promovidos; mobilização da comunidade escolar para
elaboração de propostas de aproximação entre a escola e as famílias, esforços para
ampliar os espaços físicos para a realização das atividades, fazer gestões junto aos
decisores no sentido de melhor escolha dos monitores para desenvolverem as
atividades.
47
Espero que as ações constantes na nossa proposta revertam esse quadro
incorporando bons resultados na Escola Municipal de 1º Grau Cristo Redentor, como
o aumento na assiduidade, autoestima, tempo de permanência na escola e maior
motivação e integração entre os alunos; o desenvolvimento de novas habilidades,
bem como, respeito às normas e regras frente aos colegas e corpo de servidores da
escola; grande melhoria na construção do conhecimento, devido aos materiais
pedagógicos mais atrativos e programações lúdicas recreativas inovadoras, o que
deve ampliar a participação dos alunos e pais nas ações propostas pela escola
neste período.
A implementação desta proposta, buscando melhor operacionalizar a Política
Pública Educacional sob a responsabilidade do “Programa Mais Educação” por certo
irá contribuir para maior permanência, motivação, aprendizagem do alunado, bem
como, maior integração de toda comunidade escolar. Vale ressaltar que a educação
integral é vista como forma eficaz para melhoria do rendimento escolar no contexto
educacional.
Dessa forma, muitos são os problemas que a escola vem enfrentando nos dias
atuais. Repensar a escola como espaço democrático de troca de produção e
conhecimento é o grande desafio que os educadores deverão enfrentar neste novo
cenário educacional.
Logo, conclui-se que a partir do momento em que a escola abrir as portas à
participação dos sujeitos na elaboração de suas ações, efetiva-se a ideia de
pensarmos em educação integral como instrumento de democratização e
emancipação humana na formação por inteiro. Concebida como perspectiva de
promover a inclusão, das políticas públicas educacionais, propõe dar uma nova face
à escola, a qual passa a refletir sobre quem são os sujeitos que estão no seu
interior, por meio do respeito e do exercício da tolerância na diversidade
sociocultural e, assim, proporcionar oportunidades iguais para todos.
Acredita--se que quando a educação é vista realmente como prioridade e
compromisso de todos, ela poderá cumprir com o seu papel social e garantir ao
educando aprendizagem de qualidade.
Conforme afirma Moll, 2012, p. 27 a identidade do Programa Mais Educação é
a sua preocupação em ampliar a jornada escolar modificando a rotina da escola.
48
Esse aspecto refere-se ao esforço para contribuir no redimensionamento da
organização seriada e rígida dos tempos na vida da escola. Assim, torna-se urgente
a construção de uma proposta pedagógica com um planejamento que se articula
com o processo coletivo na tomada de decisões.
Em suma, a elaboração deste TCC levou à percepção da necessidade em
assumir uma postura não só crítica, mas também reflexiva no que diz respeito às
articulações do Programa Mais Educação, e da nossa prática pedagógica diante da
realidade e a partir dela para que possamos buscar uma educação de qualidade,
que é garantida em lei (LDB-Lei nº. 9394/96).
A contribuição que este estudo poderá acrescentar na prática pedagógica da
escola pesquisada deverá abrir novas perspectivas para os profissionais da
educação, tendo em vista um horizonte educacional mais enriquecedor. Por outro
lado, quero assinalar que a investigação que se realizou não teve a pretensão de
esgotar o assunto, mas de ser o início de um estudo que necessita de maior
aprofundamento. Seu mérito residiu em tentar reunir e assimilar as teorias
aprendidas através do curso do CECOP às possibilidades da realização de práticas
inovadoras no cotidiano do trabalho de uma coordenadora pedagógica, que tem a
aspiração de contribuir objetivamente para a educação da população do município.
49
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50
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51
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52
ANEXOS
53
ANEXO 1 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO
Comunicação e uso de mídias - Jornal
Esporte e lazer- Futebol
54
Cultura, artes e educação patrimonial – Canto Coral
Letramento/Alfabetização
55
Cultura e artes – Pintura
Letramento/Matemática
56
APÊNDICES
57
APÊNDICE 1 – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O GRUPO FOCAL Objeto de estudo: Como o Programa Mais Educação pode contribuir de forma mais eficiente para a melhoria do processo de ensino na Escola M. de 1º Grau Cristo Redentor?
TIPO DE ATIVIDADE A SER REALIZADA: GRUPO FOCAL
ROTEIRO DE PESQUISA
1- Em que medida vocês acham que as atividades sugeridas pelo PME (Programa
Mais Educação) possam contribuir para o processo educação desta escola?
2- Em que sentido vocês consideram o PME (Programa Mais Educação) como um
programa que possa inovar o processo de ensino aprendizagem das nossas
crianças e enriquecer o currículo da nossa escola?
3- Quais as dificuldades encontradas na implantação e implementação do PME no
município de Itamaraju?
4- De que forma a atuação da equipe gestora tem interagido com os trabalhos
executados no PME (Programa Mais Educação) na Unidade de Ensino?
5- Que sugestões vocês oferecem para melhorar o andamento dos trabalhos do
Programa Mais Educação na Escola M de 1º G. Cristo Redentor?
6- Quais as propostas de atividades que vocês sugerem para que o programa
contribua para melhorar o processo de ensino nesta escola?
7- Que fatores podem explicar o déficit de aprendizagem de alguns alunos mesmo
participando das oficinas do programa?