Post on 02-Dec-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE
MESTRANDA: MARLENE VITORINO FLORÊNCIO
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:
Um dinamizador do processo de ensino
NITERÓI 2015
MARLENE VITORINO FLORÊNCIO
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:
Um dinamizador no processo de ensino
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde: Formação Docente Interdisciplinar para o SUS, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa pela Universidade Federal Fluminense, como requisito final à obtenção do título de Mestre em Ensino na Saúde. Campo de Confluência: Formação Pedagógica em Saúde.
Orientadora: Prof ª Dr.ª Vera Maria Sabóia
NITERÓI
2015
MARLENE VITORINO FLORÊNCIO
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:
Um dinamizador no processo de ensino
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde: Formação Docente Interdisciplinar para o SUS, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa pela Universidade Federal Fluminense, como requisito final à obtenção do título de Mestre em Ensino na Saúde. Campo de Confluência: Formação Pedagógica em Saúde.
Aprovada em 28 de agosto de 2015.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Presidente, Prof ª Dr.ª Vera Maria Sabóia – UFF
Orientadora
____________________________________________
1ª examinadora, Prof ª Dr.ª Janaína Cardoso UERJ
____________________________________________
2ª examinadora, Prof ª Dr.ª Donizete Vago Daher
NITERÓI
2015
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Manoel Florêncio e Maria José Vitorino, por terem me dado a
chance desta vida.
As minhas queridas avós Maria Pinto (In memoriam) e Helena Vitorino (In
memoriam), pelo afeto, carinho constante, e pelo grande incentivo que sempre me
deram.
Aos meus irmãos e sobrinhos, por entenderem a minha ausência.
A Prof.ª Dr.ª Vera Maria Sabóia, por sua orientação, compreensão e
paciência nas minhas dificuldades e pelo enriquecimento do meu trabalho.
A Prof.ª Dr.ª Geilsa Soraia Cavalcante, por ter acreditado na minha
capacidade, pelo estímulo e pela sugestão do titulo desta pesquisa.
A Prof.ª Cláudia Maria Messias, por sua amizade e por aceitar o convite para
participar deste momento tão importante para mim.
A Prof.ª Dr.ª Donizete Vago Daher, pela presteza e competência, com as
quais avaliou e sugeriu o aprimoramento deste estudo, em sua importante
participação na fase da defesa .
A todos os colegas da turma de mestrado, pela cooperação no processo de
construção do estudo, em especial a Marcelle Sanches, pela contribuição efetiva,
ajudando em todos os momentos que precisei.
A Prof.ª Dr.ª Alice, por seus aportes à pesquisa, pela sua participação em
alguns momentos de construção deste estudo.
A todos os meus alunos, pelo crescimento profissional que sempre me
proporcionaram nas nossas trocas de experiências através do ensino de
Enfermagem.
A coordenação de Graduação do curso de Enfermagem Campus NIG, por
compreender as minhas ausências.
A professora Miriam Garcia Leoni, Coordenadora Pedagógica Nacional do
Curso de graduação em enfermagem da UNESA, por aceitar o pedido para me
fornecer alguns esclarecimentos acerca do curso.
A todos que, consciente ou inconscientemente, colaboraram com o meu
crescimento profissional.
EPÍGRAFE
Novas exigências educacionais pedem às universidades cursos de formação para o
magistério de um professor capaz de ajustar sua didática às novas realidades da
sociedade, do conhecimento, do aluno, dos diversos universos culturais, dos meios de
comunicação. (José Carlos Libâneo).
RESUMO
Trata-se de um estudo sobre o uso de Tecnologias Educacionais (TEs) num curso
de Graduação em Enfermagem. Objetivos: descrever as principais TEs utilizadas
nas aulas, no ensino de graduação desta IES; analisar a utilização de Tecnologias
Educacionais Participativas, segundo os participantes da pesquisa; discutir sobre
a repercussão do uso de Tecnologias Educacionais Participativas na formação de
enfermeiros e realizar uma oficina sobre tecnologias educacionais participativas, a
serem desenvolvidas com docentes deste curso. Método: Estudo de natureza
qualitativa, do tipo exploratório e descritivo. Os participantes da pesquisa foram 17
discentes regularmente matriculados nesta universidade e 12 docentes do quadro
permanente do Curso de Graduação em Enfermagem. O cenário foi a
Universidade Estácio de Sá (UNESA), instituição de ensino privado, situada no
município de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram
coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e observação simples. A
pesquisa foi autorizada pela instituição e submetida ao comitê de ética atendendo
à lei, cumprindo a Resolução nº. 466/2012 de CNS/MS (BRASIL, 2012). No
resultado da análise, ficou evidente que os docentes e discentes percebem a
necessidade da inserção de novos métodos de ensino, tornando-o mais dinâmico
e prazeroso para o estudante, facilitando, com isso, o aprendizado. Foi
gratificante perceber que docentes e discentes têm consciência de que a prática
de ensino não pode se dar somente por meio de aulas expositivas.
Palavras-Chave: Enfermagem; Tecnologias Educacionais; Educação.
ABSTRACT
It is a study on the use of Educational Technologies (ETs) in a Nursing school. Objectives: To describe the main ETs used in class, in the graduate education of this IES; analyze the use of Participatory Educational Technologies, according to survey participants; discuss the impact of the use of Participatory Educational Technologies in nursing education and conduct a workshop on participatory educational technologies, to be developed with teachers of this course. Methods: Qualitative, exploratory and descriptive study. Survey participants were 17 students enrolled in this university and 12 teachers of the permanent staff of the nursing school. The setting was the Universidade Estácio de Sa (UNESA), private education institution, located in the city of Nova Iguaçu, state of Rio de Janeiro. Data were collected through semi-structured interviews and simple observation. The study was approved by the institution and submitted to the ethics committee in view of the law, complying with Resolution no. 466/2012 of CNS / MS (BRAZIL, 2012). In the outcome of the review, it became evident that teachers and students realize the need for inclusion of new teaching methods, making it more dynamic and enjoyable for the student, facilitating the learning process. It was gratifying to see that teachers and students are aware that the practice of teaching can not be given only through lectures.
Keywords: Nursing; Educational Technologies; Education.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEn Associação Brasileira de Enfermagem
CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CBEn Congresso Brasileiro de Enfermagem
CEP Comitê de Ética e Pesquisa
CES Centro de Ensino Superior
CNE Conselho Nacional de Educação
COFEn Conselho Federal de Enfermagem
DAES Diretoria de Avaliação da Educação Superior
DCNEnf Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em
Enfermagem
EEAAC Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa
HUAP Hospital Universitário Antônio Pedro
IES Instituição de Ensino Superior
INEP Instituto Nacional de estudos e Pesquisas
LDB Lei de Diretrizes e Bases Curriculares
MEC Ministério da Educação e Cultura
PPC Projeto Político Pedagógico do Curso
SUS Sistema Único de Saúde
TES Tecnologias Educacionais
UFF Universidade Federal Fluminense
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO, p. 13
2. REVISÃO DE LITERATURA, p. 21 2.1. TECNOLOGIA EDUCACIONAL, p. 21
2.2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS SEGUNDO LIBÂNEO, p. 23
2.2.1. AS VERTENTES FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO E A SUA ARTICULAÇÃO COM A EDUCAÇÃO EM SAÚDE, p. 23
2.2.2. PEDAGOGIA TRADICIONAL, p. 25 2.2.3. PEDAGOGIA RENOVADA NA ESCOLA, p. 25 2.2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA, p. 25 2.2.5. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA, p. 27 2.2.6. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA, p. 27 2.2.7. TENDÊNCIA PROGRESSISTA “CRÍTICO SOCIAL” DOS CONTEÚDOS, p.
28 2.2.8. LEI DE DIRETRIZES E BASES CURRICULARES NACIONAIS, p. 28
3. A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO NO BRASIL, p. 31 3.1. AS DIFERENTES METODOLOGIAS, TECNOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO, p. 34 3.2. ESTRATÉGIAS PARTICIPATIVAS DE ENSINO, p. 35 4. METODOLOGIA , p. 42
4.1. TIPO DE ESTUDO , p. 42
4.2. CENÁRIO, p. 43
4.3. PARTICIPANTES DA PESQUISA, p. 45
4.4. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA, p. 45
4.5. COLETA DE DADOS, p. 46
4.6. ANÁLISE DE DADOS, p. 48
4.7. OFICINA COM OS DISCENTES: FRAGMENTOS DO DIÁRIO DE CAMPO, p. 51
5. RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO , p. 52
5.1. 1ª CATEGORIA: TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS COMO ELEMENTO
APOIADOR NO PROCESSO DE ENSINAGEM, p. 52
5.2. 2ª CATEGORIA: O DATA SHOW COMO ELEMENTO APOIADOR MAIS
UTILIZADO PELOS DOCENTES, p. 52
5.3. 3ª CATEGORIA: O USO DE TES PARTICIPATIVAS NA FORMAÇÃO DO
ENFERMEIRO, p. 52
6. OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO
ENSINO SUPERIOR: O PRODUTO, p. 69
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 74
8. REFERÊNCIAS, p. 78
9. APÊNDICES, p. 85
9.1. APÊNDICE I- CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO “DISCENTE”, p. 85
9.2. APÊNDICE II – CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO “DOCENTE”, p.87
9.3. APÊNDICE III – SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA, p. 89
9.4. APÊNDICE IV - PERGUNTAS NORTEADORAS DA ENTREVISTA “DOCENTE”, p. 90
9.5. APÊNDICE V – PERGUNTAS NORTEADORAS DA ENTREVISTA “DISCENTE”, p. 91
9.6. APÊNDICE VI – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 92
9.7. APÊNDICE VII– OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 94
9.8. APÊNDICE VIII – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 95
9.9. APÊNDICE IX – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 96
9.10. APÊNDICE X – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 97
9.11. APÊNDICE XI – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 98
9.12. APÊNDICE XII – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 99
9.13. APÊNDICE XIII – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 100
9.14. APÊNDICE XIV – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 101
9.15. APÊNDICE XV – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 102
9.16. APÊNDICE XVI – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 103
9.17. APÊNDICE XVII – OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE EM SALA DE AULA, p. 104
10. ANEXO, p. 105
10.1 ANEXO I – CARTA DE AUTORIZAÇÃO PARA PEQUISA NO CAMPUS DA UNESA, p. 105
13
1. INTRODUÇÃO
Embora seja verdade que as tecnologias educacionais não irão resolver
todos os problemas da área de educação, que são de natureza social, política,
ideológica, econômica e cultural, essa constatação não pode impedir a introdução
de inovações no contexto educacional.
Tecnologia Educacional (TE) é neste estudo entendida como o resultado
de processos concretizados a partir da experiência cotidiana e da pesquisa,
visando o desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos científicos, para a
construção de produtos materiais ou não, com a finalidade de provocar
intervenções sobre uma determinada situação prática. (NIETSCHE, 2005)
Assim, é preciso continuar pesquisando sobre a contribuição das
tecnologias na prática educativa ou, de modo mais específico, no ensino de
Graduação em Enfermagem, para que tenhamos subsídios para fomentar a
reflexão e a crítica sobre o seu uso.
Com esta intenção, a presente pesquisa tem como objeto: O uso de
Tecnologias Educacionais (TES) no Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Estácio de Sá (UNESA).
A aproximação com o tema surgiu a partir da trajetória como docente deste
curso de graduação, mais precisamente no campus situado no Município de Nova
Iguaçu- Rio de Janeiro. Durante esse percurso, tive a oportunidade de observar
mais atentamente como acontece a dimensão técnica do ensino neste ambiente
universitário, o que me proporcionou uma compreensão mais abrangente sobre o
processo de ensino-aprendizagem ali desenvolvido.
Durante conversas com alguns colegas da instituição, identificamos que
existe um grupo pequeno de alunos que declara estar na universidade apenas em
busca do diploma. Por outro lado, os mesmos docentes informaram que existe um
grande número de estudantes que busca no curso de Graduação em
Enfermagem uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
No ano de 2011, ao assumir o cargo de coordenadora das disciplinas de
Ensinos Clínicos e Estágios Curriculares Supervisionados, tive a oportunidade de
conhecer o Projeto Político Pedagógico do Curso (PPC) da instituição, cenário
deste estudo. Deste modo, foi possível identificar o que era preconizado pela
14
instituição: conhecer os princípios teóricos e filosóficos do curso, o corpo docente
e ter acesso às técnicas, dinâmicas e estratégias de ensino-aprendizagem
adotadas nas aulas teóricas. Além disso, pude participar de atividades
desenvolvidas nos campos de práticas de supervisão e avaliação. Tal fato fez
com que me aproximasse mais dos alunos, passando a conhecê-los melhor e, a
partir daí, perceber satisfações e insatisfações em relação às aulas teóricas, às
práticas de ensino e aos campos de estágio.
Esta nova atividade ampliou minha visão em relação aos professores e às
tecnologias educacionais (TEs) aplicadas no processo de ensino-aprendizagem
desenvolvido. Percebi que os professores adotam TEs diferentes para aplicar o
mesmo conteúdo ou para estimular o desenvolvimento das atividades.
Percebi também que maioria dos estudantes valoriza o uso de estratégias
diferenciadas no processo ensino-aprendizagem e demonstra entender o
significado e a importância do uso de outras tecnologias educativas nas ações de
ensinar e cuidar.
As TEs devem ser o grande desafio em qualquer projeto de inovação
tecnológica na área educacional. Sabemos que, se a tecnologia não recebe o
tratamento educacional necessário, o alcance dos objetivos traçados no projeto
pedagógico tende a ser passageiro, não contribuindo para mudanças no cotidiano
de professores e alunos, nem trazendo contribuições ao processo de ensino-
aprendizagem (CANDAU, 2012).
Entretanto, acreditar que novas práticas pedagógicas implicam no uso de
novas tecnologias, confiando à tecnologia educacional a renovação da educação
é uma visão reducionista do processo educativo.
Para Dillon (1996), acreditar que qualquer nova tecnologia nos oferece os
meios de resolver nossos problemas educacionais é fazer parte da nova
tecnocracia. Segundo ele, essa nova tecnocracia não é muito diferente das
máquinas de ensinar de Skinner, mesmo que admitamos avanços teóricos de lá
para cá.
O uso das diversas tecnologias disponíveis pode contribuir para novas
práticas pedagógicas, desde que esteja fundamentada em concepções de
conhecimento que valorizem a relação entre aluno e professor, transformando
uma série de elementos que compõem o processo de ensino-aprendizagem.
15
A discussão seguinte procura ilustrar de que forma a utilização de outras
tecnologias educacionais pode contribuir na elaboração de materiais didáticos e
na prática pedagógica. Essa separação existente entre tecnologia e contexto
educativo facilita a exposição das ideias. Na concepção atual, tecnologia
educacional é tudo o que os professores fazem a cada dia, para enfrentar o
desafio de ensinar a um grupo de estudantes, determinados conteúdos, com
determinadas metas, independentemente de qual instrumento utiliza para esse
fim. (SANCHO, 1998).
Deste modo, a concepção de materiais didáticos que incorporem
tecnologias participativas e capazes de oferecer uma reestruturação do processo
de aprendizagem, depende do esforço de relacionar novas abordagens teóricas
sobre a aprendizagem a seu desenho instrucional. Tomando, porém, como
exemplo a pesquisa no campo da informática educativa nos últimos dez anos,
pode-se observar que a transferência de descobertas nas ciências cognitivas e
sociais para a prática do planejamento de materiais didáticos raramente é um
processo tão direto (Dillon, 1996). Este representa o grande desafio para os
projetos de inovações tecnológicas na escola nos dias atuais.
Na prática, os princípios ou conceitos orientadores acabam não sendo
observados como deveriam, não ocorrendo, de fato, a troca de saberes entre
professor e aluno, o que acaba refletindo no aprendizado desse discente.
Libâneo (2012) ratifica essa visão quando diz que no modelo tradicional de
ensino, temos uma didática assentada na transmissão cultural, concebendo o
aluno como um ser receptivo/passivo e “sem luz”, atribuindo-lhe um caráter
dogmático aos conteúdos e métodos educacionais.
Na atualidade, muito tem se questionado sobre a participação dos alunos
em sala de aula; as estratégias para motivá-los a ampliar seus conhecimentos,
valorizando a participação de forma a tornar a aula mais interessante, instigante e
motivadora. O novo aluno que chega às universidades domina as tecnologias de
informática que facilitam a fluência da informação. Entretanto, muitas vezes o
professor se sente impedido pelo excesso de trabalho, pelas múltiplas funções
que exerce; o que torna sua busca constante em renovação de suas aulas quase
nulas. (BASTABLE, 2010)
Para (Gil, 2011), a aprendizagem acontece quando uma pessoa demonstra
16
aumento do interesse para determinados desempenhos em decorrência de
experiências vividas, ou seja, refere-se à aquisição de informação para reflexão e
crítica e ou ao desenvolvimento de habilidades vividas.
Teixeira e Mota (2011) destacam a necessidade de mudanças, de
implantação de um processo educativo que dê conta dessas lacunas,
favorecendo o uso da vertente educação progressista e tecnologias educativas
participativas, com o objetivo de trabalharem de forma democrática e cidadã com
os diferentes grupos de população.
O professor é visto como agente facilitador do processo ensino-
aprendizagem, principalmente quando utilizam referencial da pedagogia crítica/
competência dialógica. Entretanto, o processo ensino-aprendizagem pode ser
dinamizado pelo professor que estimula a crítica e a reflexão, coerente com a
metodologia problematizadora.
Savater (2012) destaca que os seres humanos vivem em aprendizagem
contínua, onde crianças ensinam umas as outras, jovens ensinam os pais a lidar
com as inovações tecnológicas e os idosos aprendem com os netos hábitos e
destrezas que podem tornar suas vidas mais harmônicas.
Para nortear o ensino de Graduação em Enfermagem, foram oficializadas
em 2001 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em
Enfermagem (DCNEnf), trazendo as habilidades e competências que são
esperadas dos enfermeiros. Logo, devem ser consideradas as diretrizes do
Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-
saúde), que traz implicações para modificação nas Metodologias de Ensino-
Aprendizagem na formação dos profissionais da saúde, atendendo assim a
às necessidades do Sistema Único de Saúde – SUS (BRASIL, 2005).
Tendo em vista a necessidade de entendimento das Tecnologias
Educacionais (TES), a Instituição de Ensino Superior modificou seu Projeto
Político Pedagógico do Curso (PPC), proporcionando a adoção de metodologias
ativas coerentes com os objetivos e conteúdos de ensino, considerando a
realidade de cada estudante como ponto inicial das aulas, mesmo não estando
determinadas quais TEs devam ser utilizadas, o PPC propõe o desenvolvimento
da educação problematizadora. (PPC, 2011)
17
Quando se aplicam metodologias participativas, os alunos têm mais
condição de desenvolver sua própria autonomia, fazendo com que eles participem
ativamente na construção de seu conhecimento, favorecendo a construção do
conhecimento dos outros. O PPC não determina quais TES devem ser utilizadas.
Dessa forma, cada professor, diante de sua autonomia pedagógica, organiza suas
aulas da maneira que julga adequada, guiando-se apenas pelos planos de ensino
das disciplinas, a fim de atender ao conteúdo programático e seguir algumas das
opções sugeridas sobre os procedimentos de ensino.
O estudo sobre o uso de tecnologias participativas na prática pedagógica
justifica-se a partir da necessidade de aprimoramento dos professores, acerca da
metodologia utilizada no processo ensino-aprendizagem. Observa-se a
necessidade de que todos os professores conheçam o Projeto Político
Pedagógico do curso (PPC), porque desta forma, terão mais facilidade para lidar
com as dificuldades que forem surgindo durante a aprendizagem do aluno.
Preocupados com a qualidade na formação dos profissionais de
Enfermagem e o aumento das escolas privadas, que hoje representam 84% e
concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País, a ABEn
(Associação Brasileira de Enfermagem) e o Cofen (Conselho Federal de
Enfermagem) lançaram no 62º CBEn (Congresso Brasileiro de Enfermagem),
realizado em 2010, o Movimento Nacional em Defesa da Qualidade da Formação
dos Profissionais de Enfermagem (ABEN, 2010).
Segundo Silva (2012), esse movimento propõe ampliar as estratégias de
fortalecimento da qualidade da formação dos profissionais de enfermagem nas
instituições de ensino, com base nas Diretrizes Curriculares, princípios do SUS e
necessidades sociais; propor o desenvolvimento de programas/atividades de
capacitação dos cursos de enfermagem, tentar fazer a oferta desses cursos a
distância, diminuindo assim o absenteísmo; realizar pesquisas para analisar a
qualidade da formação dos profissionais de enfermagem em âmbito nacional e
para participar dos eventos regulatórios promovidos pelo INEP/MEC (Ibidem).
Desse modo, constituiu-se um “outro modo” de pensar sobre o
desenvolvimento de tecnologias educacionais participativas no ensino de
graduação em Enfermagem, na tentativa de compreender efetivamente, o
processo de mudança na educação brasileira.
18
No momento, a instituição “cenário” deste estudo, está vivenciando o
processo de atualização do Currículo, onde estão sendo adotadas as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Enfermagem. Assim,
estão sendo discutidas competências e habilidades que favoreçam uma
aprendizagem significativa, ou seja, contribua na construção do aprendizado,
identificando e mobilizando os conhecimentos pertinentes e informações para
resolver uma série de situações (PERRENOUD, 1999). Nesse sentido, as IES
deveriam se voltar para a construção das ementas e planos de aulas atrelados à
realidade dos discentes, tornando-se mais acessível e alcançando um resultado
mais positivo.
A relevância deste estudo surge de importantes questões contemporâneas,
à medida que traz à tona aspectos imprescindíveis na formação do enfermeiro e a
influência que esta exerce na atuação do novo profissional. Valente (2005) alerta
que tais análises são fundamentais, principalmente num momento de mudanças
de paradigmas na educação, devido às inovações trazidas pela atual LDB, e da
implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais.
Desse modo, esta investigação possui pertinência social, pois provocará
um repensar do docente/enfermeiro, com relação a sua prática, sua formação,
contribuindo para o entendimento da necessidade de participar de programas de
educação permanente, para manter-se atualizado e assim, buscar mudanças e
transformações na educação brasileira. A pesquisa em tela busca também
mudanças que deverão ser percebidas pelos discentes. Além disso, trará
contribuições para a assistência a partir da repercussão causada nos graduandos,
que futuramente irão liderar as equipes de enfermagem e de saúde.
A pertinência científica se revela pela baixa publicação de artigos
científicos sobre esta temática. No intuito de verificar o que há produzido sobre a
pesquisa, foi realizado o levantamento do Estado da Arte, em sites científicos,
onde foram localizados cinquenta e uma (51) publicações nas seguintes bases de
dados virtuais: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde), Scielo, e Banco de Teses e dissertações da USP. Para a localização
dessas publicações, utilizei os seguintes descritores: Aprendizagem, Enfermagem
e Tecnologias Educacionais.
19
Para ampliar a busca e encontrar resultados favoráveis, realizei várias
combinações, utilizando o operador lógico booleano “AND”. Estabeleci como
critérios de inclusão das publicações encontradas entre 2009 e 2014, trabalhos
que apresentassem resultados de pesquisa, relatos de experiência, artigos,
dissertações e teses que estivessem em português, inglês e espanhol, e que
trouxessem como metodologia principal, as Tecnologias Educacionais. Dessa
forma, após todas as exclusões, restaram vinte e seis (26) publicações, das quais
todas foram lidas.
Na análise dessas publicações foi evidenciado que existe uma baixa
produção em publicações voltadas para tecnologias educacionais.
Após a busca realizada nas bases de dados, este estudo revelou-se ainda
mais relevante, uma vez que irá trazer a descrição de diferentes tecnologias
educacionais utilizadas pelos professores na formação do estudante de
graduação em Enfermagem.
Frente ao exposto, emergiram as seguintes questões que direcionaram o
estudo:
1- Como vêm sendo utilizadas as tecnologias educacionais na prática
docente, neste curso de graduação?
2- Qual a opinião dos docentes e discentes sobre o uso de tecnologias
educacionais participativas?
3- Como o uso de tecnologias educacionais participativas pode contribuir no
processo formativo do enfermeiro?
Objetivos
Objetivos específicos
1- Descrever as principais TEs utilizadas nas aulas no ensino de graduação
desta IES;
2-Analisar a utilização de tecnologias educacionais participativas, segundo
os participantes da pesquisa.
3- Discutir sobre a repercussão do uso de tecnologias educacionais
participativas na formação de enfermeiros.
20
4- Propor uma oficina sobre tecnologias educacionais participativas com
docentes, em busca de alternativas na prática educativa no Curso de Graduação
de Enfermagem da Universidade Estácio de Sá.
21
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Tecnologia Educacional
O termo tecnologia educacional nos remete ao uso de ferramentas utilizadas
para favorecer o processo ensino- aprendizagem. Um dos grandes avanços
tecnológicos foi o surgimento do computador, trazendo consigo a internet, que faz
com que os alunos viajem pelo mundo, facilitando a pesquisa, melhorando, com
isso, o processo ensino-aprendizagem (TEIXEIRA E MOTA, 2011).
Esta dinâmica estimula o aluno a buscar sempre mais; não esquecendo que
a ação dos professores é fundamental, com o uso de jogos educativos, uso de
softwares educacionais, redes sociais específicas e salas de aula virtuais.
Seguindo esse pensamento, Machado (2013) diz que tecnologias
educacionais são os recursos criados (ou não) para as finalidades de ensino e
aprendizagem que, adaptados às necessidades do espaço de formação, do
compartilhamento e do ensejo à ciência e ao conhecimento, com finalidades de
ensino, preparação e adequação à vida em todas as suas esferas, permitem aos
educadores tornar ainda melhor, mais fácil, rápida e efetiva a educação.
A Universidade Estácio de Sá já conta com diversas experiências utilizando
os softwares para estudantes de Graduação, com resultados positivos e
promissores, demonstrando boa aceitação por parte do público alvo e melhoria no
processo ensino-aprendizagem.
O principal exemplo de utilização é o (Ensino a Distância) EAD na Graduação
em Enfermagem, com o uso de ambientes virtuais que favoreçam o processo de
aprendizagem, porém a inserção da Enfermagem na EAD ainda é incipiente,
sendo necessária a capacitação docente e o investimento em infraestrutura
(RODRIGUES, 2008). Esta modalidade de ensino apresenta grandes vantagens
em relação ao ensino formal, oferecendo maior flexibilidade e agilização do
processo ensino-aprendizagem, por facilitar a interação com todos, ou seja, é
transdisciplinar, favorecendo o trabalho em equipe e o crescimento de todos os
envolvidos.
No Brasil, a Enfermagem vem mostrando um crescimento da produção
científica na área de tecnologias, com ênfase no desenvolvimento de ambientes
22
virtuais de aprendizagem a partir de pesquisas de mestrado e doutorado, com
tendência na formação e capacitação dos enfermeiros na área assistencial e na
educação à saúde da população. (CAMACHO, 2009)
O docente deve criar situações dinâmicas, para que os alunos possam
absorver com mais facilidade os conteúdos, de forma a não se tornar cansativa
uma aula. O segredo está em tornar prazeroso o aprendizado, o que se está
aprendendo, pois, desta forma, o aprendizado deixa de ser visto como uma
obrigação, ficando claro que absorvemos muito mais as informações quando
gostamos de certo assunto.
Concordo com Morales (2000), quando aborda o termo “sala de aula”
contendo muitos significados, dependendo do ponto de vista de cada um. Por
exemplo, a nossa casa, local onde nascemos e fomos criados e demos início a
nossa educação. Lá, tínhamos regras a serem seguidas, horários a serem
respeitados, além de absorver informações de nossos pais; ou seja, cada um foi
educado de uma maneira, e tudo teve início com os nossos pais. Nossos
“primeiros professores”, sem dúvida, são nossos pais.
Para Morales (2000), observa-se a preocupação em definir o que é uma sala
de aula, não como sendo apenas um espaço físico em que alunos absorvem
informações de um professor, mas sim um lugar em que ideias e experiências de
vidas, tanto de alunos, quanto de professores, interagem-se com o objetivo de
trocas. São essas trocas que fazem toda a diferença.
Um aprendizado rico não é unilateral, onde só o professor fala e o aluno
acata, mas podemos ter a vantagem de uma riquíssima educação através da
troca de informações, experiências, vivências, tornando assim uma aprendizagem
recíproca entre professor e aluno. (FREIRE, 2013)
Libâneo (2002), diz que para enfrentarmos os desafios do crescimento
acelerado da ciência e da tecnologia, da globalização, da transformação dos
processos de produção, do aumento do consumo, do relativismo moral, “é preciso
fortalecer os movimentos sociais que lutam por um investimento em massa na
educação escolar e na formação dos professores”.
A tecnologia educacional no cuidado de enfermagem é um conjunto de
ferramentas que podem ser cada vez mais desenvolvidas e especializadas para
auxiliar os profissionais motivados a proporcionar um melhor cuidado à saúde do
23
ser humano (TEIXEIRA E SABÓIA, 2011).
Nascimento (2005) declara que a tecnologia educacional não é composta
somente por materiais e equipamentos. É necessário expandir esse conceito,
inovando tecnologicamente a educação, ao reconhecer que o uso criativo dos
instrumentos disponíveis pode estimular o pensamento crítico, levando ao desejo
de manifestar opiniões, de trocar ideias e de conhecer o que o outro tem a
ensinar.
A esse respeito, Sampaio e Leite (2000) reforçam ao afirmar que tecnologia
educacional deve ser empregada e analisada criticamente, com o propósito de
beneficiar o processo de transformação social promovido pela educação. Os
jogos podem ser utilizados como método de ensino eficaz, pois desenvolve
pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas, testam habilidades
do aprendiz, relacionando teoria à prática.
2.2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS SEGUNDO JOSÉ CARLOS LIBÂNEO
2.2.1. As vertentes filosóficas da educação e a sua articulação com a
formação
Nesta parte do estudo, apresento as tendências pedagógicas expostas de
forma sintetizada. Cada uma delas é produto que expressa uma representação de
homem e de sociedade. Vale ressaltar que embora tenham sido apresentadas em
uma sequência didática e, de certa forma, dentro de um eixo histórico, é
importante lembrar que elas ainda coexistem em nossa realidade. Minha
prioridade nesta seção é buscar uma aproximação entre as tendências
pedagógicas e a prática educacional na formação do enfermeiro.
É voz corrente que boa parte dos enfermeiros fundamenta sua prática em
princípios pedagógicos que foram apreendidos ainda durante sua passagem pela
escola, ou transmitidos por colegas mais experientes. Considerando-se a fluidez
dessa “formação”, é compreensível que as ações assim “fundamentadas” tragam
no seu bojo a ideologia dominante, que é perpetuada, mesmo que de forma
inconsciente, pelos profissionais de enfermagem.
Diante de tais dados da realidade conhecida, fica clara a importância de
articularmos pressupostos teóricos e metodológicos, derivados de conceitos
24
básicos da educação, com a prática da educação em saúde num contexto de
relações entre poder/saber.
Libâneo (2012), em seu livro A democratização da Escola Pública, divide
as tendências pedagógicas em dois grupos. No primeiro, estão as vertentes nas
quais a educação é entendida como instrumento de equalização social; isto é: a
sociedade seria essencialmente harmoniosa e a marginalização seria considerada
como um desvio a ser corrigido. Neste contexto, a escola teria a função de formar
os indivíduos, para que possam desempenhar determinados papéis sociais,
coerentes com suas aptidões. A este primeiro grupo, Libâneo denominou
“Pedagogia Liberal”.
No segundo grupo, o autor citado situou a “Pedagogia Progressista”, que
parte de uma perspectiva crítica do mundo, enfatizando as finalidades sócio-
políticas da prática educativa.
Na primeira visão, a educação seria instrumento de prevenção e de
correção dos desvios. Seu papel fundamental seria o de evitar a desagregação
social, para que se pudesse construir uma sociedade igualitária. Nessa
perspectiva, o aspecto cultural é enfatizado, mas as dimensões socioeconômicas
não são levadas em conta. É como se elas não fossem fatores determinantes e
condicionantes dos fenômenos educativos. Da mesma forma, as diferenças
sociais não são valorizadas, embora a pedagogia liberal apresente como uma de
suas propostas, a defesa da igualdade de oportunidades. Todos os indivíduos
deveriam ter as mesmas oportunidades de acesso à escola de qualidade. Seus
resultados, em termos de processo ensino-aprendizagem, seriam variados, em
função dos esforços individuais, ou dos talentos e aptidões pessoais, já que o
ponto de partida de todos seria igual.
Nesta primeira vertente destacam-se a pedagogia tradicional, a
pedagogia renovada e a pedagogia tecnicista, que serão descritas a seguir:
2.2.2. Pedagogia Tradicional
Dentro desta perspectiva, a aprendizagem está centrada no professor,
que transmite seus conteúdos através de regras impostas. Sendo assim, o aluno
é educado para atingir, de forma individualizada, sua realização como pessoa. Os
conteúdos, os procedimentos didáticos e a relação professor-aluno não estão
25
relacionados com o cotidiano do aluno, nem com as suas realidades de vida, no
contexto extraescolar.
2.2.3. Pedagogia Renovada ou Escola Nova
Nesta tendência, a educação é entendida como um processo interno, que
se origina nas necessidades e interesses dos alunos, definidos como o centro do
processo educativo. O desenvolvimento dos educandos é considerado como
necessário para a adaptação individual e contribuição democrática ao meio social.
Essa tendência valoriza a autoeducação, a descoberta e o aprender a aprender,
com apoio do professor. (Libâneo, op cit.).
2.2.4. Tendência liberal tecnicista
Segundo esta vertente teórica, a escola é considerada como modeladora
do comportamento humano, a partir da utilização de determinadas técnicas, cuja
finalidade é organizar o processo de aquisição de habilidades, atitudes e
conhecimentos específicos, para que os indivíduos se integrem à sociedade. Os
conteúdos programáticos são pensados como objetivos e repassados através de
manuais, livros didáticos e recursos audiovisuais. Professor e aluno têm seus
papéis bem definidos, sendo ambos os espectadores frente à verdade objetiva. O
ensino é tratado com processo de condicionamento, que visa ao controle do
comportamento do indivíduo para atender os objetivos preestabelecidos. Skinner,
Gagné, Bloom e Mager são autores que se destacam nesta tendência.
Os conteúdos são “passados” de forma técnica, o que contribui para o
distanciamento entre educador e educando. Os materiais didáticos são adotados,
sem que se reflita criticamente sobre o seu conteúdo, numa demonstração clara
da perpetuação da consciência ingênua.
Adaptando-se essa tendência para as atividades de educação em saúde,
acredita-se que apenas a educação, de maneira isolada, dará conta da saúde do
indivíduo, assim como da população em geral. O processo educativo centraliza o
poder no educador.
Percebe-se que, mais uma vez, o contexto social não é valorizado e a
relação estabelecida entre educador e educando é autoritária e unilateral.
Quando o aluno não consegue atender às expectativas, é culpabilizado, como se
fosse o único responsável pelo fracasso.
26
Enquanto nas tendências liberais, a educação serve para integrar todos
os membros da sociedade, na segunda tendência descrita por Libâneo, a
educação serve como instrumento de luta dos educadores e de educandos, em
busca de melhores condições de vida da população.
Como referi anteriormente, a este segundo grupo, o autor citado
denominou “Tendências Progressistas”. Este termo é usado para designar as
reflexões que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam
implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.
Nessa vertente, a ênfase recai na reflexão e no desenvolvimento da
consciência crítica. Parte-se do pressuposto de que a passagem da consciência
ingênua para a consciência crítica não ocorre automaticamente, sendo que uma
das tarefas primordiais da pedagogia educativo-progressista é desenvolver a
curiosidade crítica que nos protege dos excessos de racionalidade, tão comum
nos diais atuais. (FREIRE, 2011)
Do ponto de vista metodológico, procura-se fazer com que a construção
do conhecimento seja desenvolvida de forma coletiva e participativa. Assim, há
espaço para que o grupo coopere na definição de objetivos e de conteúdos
programáticos. As atividades são orientadas de forma dinâmica e com ampla
participação de todos. A relação educador-educando é horizontal e dialógica; isto
é, os sujeitos do processo de conhecimento se encontram mediatizados pelo
objeto a ser conhecido. Entretanto o professor não se exclui; permanece vigilante
e responsável pela coordenação e orientação dos trabalhos.
Dentro desse grupo, Libâneo destacou três tendências: a libertadora,
conhecida como pedagogia de Paulo Freire, a libertária, que defende a
autogestão pedagógica e a crítico social dos conteúdos, que valoriza os
conteúdos frente às realidades sociais.
As tendências progressistas serão mais bem explicitadas a seguir:
2.2.5 Tendência Progressista Libertadora
Esta vertente educativa possui um caráter essencialmente político e
coloca-se em oposição ao autoritarismo, valorizando a experiência vivida como
fundamento da relação pedagógica. É muito utilizada no ensino “não formal”.
27
Dentro desta perspectiva, o educador e o educando, mediatizados pela
realidade, apreendem e extraem o conteúdo da aprendizagem. O objetivo
primordial é fomentar o desenvolvimento da consciência crítica e aperfeiçoar a
compreensão da realidade, visando a sua transformação.
2.2.6 Tendência Progressista Libertária
Nesta vertente, a educação deve contribuir para a transformação na
personalidade dos alunos, num sentido libertário e auto gestionário. A ideia;
básica é introduzir mudanças institucionais, a partir dos níveis subalternos que
irão contaminando o sistema, cuja autoridade é sempre questionada.
Esta tendência pretende ser uma forma de resistência contra o Estado,
partindo-se do pressuposto de que o mesmo controla tudo, incluindo-se as
práticas educativas, retirando a autonomia do professor. A autogestão abarca o
conteúdo e o método. As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não
são exigidas. Funcionam como um instrumento a mais, já que o que importa é o
conhecimento que emerge das experiências vividas numa visão crítica. Confirma-
se desta forma o caráter assumidamente político desta vertente teórica da
educação.
A vertente libertária da educação parece ter baixa influência nas práticas
educativas em saúde; isto porque a enfermeira, assim como os demais
profissionais que compõem a equipe multidisciplinar, raramente direciona suas
atividades no sentido da busca de mudanças institucionais. Ao contrário, o que
se verifica são demonstrações nítidas de dificuldade de engajamento e de
articulação política.
Entretanto, analisando a realidade com mais cuidado, podem-se perceber
indicadores de resistência ao poder institucional, por exemplo, quando algumas
enfermeiras tentam, de alguma forma, deixar clara a sua insatisfação em relação
à instituição ou ao sistema econômico e político em que vivem.
2.2.7 Tendência progressista “crítico-social dos conteúdos”
Nesta tendência, os conteúdos têm caráter fundamental. Entretanto, não
são conteúdos abstratos, desvinculados da realidade sociocultural dos
educandos. Ao contrário, são conteúdos vivos, concretos, ligados diretamente às
vivências sociais. Segundo os adeptos dessa corrente pedagógica, a escola, é
28
valorizada como instrumento de construção e sistematização de um saber que
terá ressonância na vida dos alunos, no sentido de favorecer mudanças sociais.
Os educadores que trabalham na perspectiva da pedagogia crítico social
dos conteúdos defendem a tese de que o conhecimento resulta da interação entre
o meio (cultural, social e natural) e o educando, sendo o professor o mediador, o
orientador que se esforça no sentido de abrir perspectivas a partir dos conteúdos.
2.2.8 Lei de Diretrizes e Bases Curriculares Nacionais-LDBCN
Nas Diretrizes e Bases Curriculares Nacionais dos cursos de Graduação em
Enfermagem aprovadas em 2001, pelo parecer CNE/CES 1.133, o Enfermeiro
com Licenciatura em Enfermagem deve estar capacitado para atuar na educação
Básica e na Educação Profissional em Enfermagem. Entre as competências
gerais requeridas, estão: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação,
liderança, administração e gerenciamento e educação permanente. O enfermeiro
deve ter também competências específicas de natureza técnico-científicas, ético
políticas e socioeducativas (BRASIL, 2001b).
Definir com clareza as competências esperadas de um determinado
profissional estabelece vantagens que podem ser sintetizadas como: a
oportunidade para o profissional refletir a natureza do seu trabalho dentro de uma
estrutura mais ampla do que tem sido feito; estabelecer publicamente o que os
membros de uma profissão estão habilitados a fazer e o que o público pode,
razoavelmente, esperar deles, providenciar metas mais claras do que
normalmente, existem para as instituições de ensino e para os programas de
educação permanente; tornar mais claro para o estudante o que será esperado
alcançar como um recém-formado ou como alguém buscando uma especialidade,
ou um status avançado (JORGE, 2012).
Formar competências e desenvolver habilidades pressupõe um trabalho
diferenciado no interior das instituições de ensino, principalmente porque, mais do
que compartilhar os saberes escolares ou técnico-profissionais, faz-se necessário
desenvolver a capacidade de mobilizar estes saberes para a resolução de
problemas e para o enfrentamento de imprevistos nas situações de trabalho.
Logo, as novas exigências do Trabalho requerem não só uma flexibilidade
29
intelectual, tendo em vista as necessidades de melhoria contínua dos processos
de produção de bens e serviços (Brasil, 2001).
De maneira geral as escolas de enfermagem encontram dificuldades na
incorporação das propostas para incrementar as mudanças na formação dos
profissionais, estabelecidas pelas diretrizes curriculares nacionais de
Enfermagem, principalmente aquelas relativas à
aquisição/desenvolvimento/avaliação das competências e das habilidades.
Observa-se que ainda não existe clara definição sobre as competências para a
formação do enfermeiro e para obtenção de consenso sobre essas competências.
Porém, são exatamente essas competências que irão conciliar o plano curricular
dos cursos às necessidades e objetivos de formação de enfermeiros
(FERNANDES et al., 2005).
Nesse contexto, o mercado de trabalho exige implantação de modelos de
formação e gestão da força de trabalho baseados em competências profissionais.
Além da flexibilidade técnico-instrumental, é necessária a flexibilidade intelectual.
Consequentemente, o trabalho não qualificado, fragmentado, repetitivo e rotineiro
é substituído por novas formas de organização, por um trabalho polivalente,
integrado, em equipe, com mais flexibilidade e autonomia. Este tipo de trabalho
reveste-se da imprevisibilidade das situações, nas quais o trabalhador deve
ampliar as suas operações mentais e cognitivas envolvidas nas atividades
(DELUIZ, 2011)
Em coerência com os aspectos significativos do processo ensino-
aprendizagem que são defendidos pelos estudiosos da prática educativa reflexiva,
depreende-se que, ao aproximar os estudantes da realidade profissional, são
oferecidas a eles condições que vão gerar um aprendizado consistente, capaz de
mobilizá-los a buscar novos conhecimentos numa perspectiva contextualizada e a
consolidar o aprendizado da graduação (MEIRA; KURGANT, 2008).
30
3. A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO NO BRASIL
O ensino superior em Enfermagem no Brasil tem demonstrado fortes
vínculos com as transformações políticas e técnicas da área da educação e da
saúde. Neste sentido, repensar a formação nesta área passou a ser uma
exigência, tendo em vista os desafios contemporâneos que estão inseridos no
contexto das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais
(RENOVATO; BAGNATO; MISSIO, 2009).
Na área da Enfermagem, por um período de aproximadamente três anos,
foram realizados fóruns e seminários regionais e nacionais para discutir as
diretrizes norteadoras do processo de formação. Em novembro de 2001, foram
homologadas as novas diretrizes curriculares para a Enfermagem (resolução CNE
nº 03/2001), tendo como perfil da (o) enfermeira (o) formada (o).
Enfermeiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva.
Profissional qualificado para o exercício de enfermagem, com base no rigor
científico e intelectual e pautado em princípios éticos. Capaz de conhecer e
intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no
perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação,
identificando as dimensões biopsicossociais dos seus determinantes.
Capacitado a atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso
com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano (BRASIL,
2001b, p.1).
Generalistas são profissionais que devem incorporar a sua bagagem
clínica, o saber epidemiológico de educação em saúde, de trabalho em grupo, de
gestão e conhecimentos sobre risco e vulnerabilidade, que os ajudem na
articulação de projetos de intervenção individual e coletiva. É importante que
tenham sólidos conhecimentos sobre o trabalho em equipe multidisciplinar.
Ratifica-se que, além da clínica ampliada, o profissional tenha vínculo com o
território e seja capaz de promover atuações intersetoriais e desenvolver ações de
prevenção e promoção da saúde, operando com o novo paradigma de saúde-
doença (SANTOS, 2007).
Na formação generalista há necessidade de um conhecimento mais global
e menos específico na Enfermagem. Por exemplo, disciplinas como Enfermagem
31
em UTI e Enfermagem em Neonatologia, além de outros temas mais voltados
para especializações, não precisam fazer parte do elenco das disciplinas
principais; até podem entrar como conteúdos em disciplinas mais gerais, ou
serem apresentados como uma das ações contempladas nas atividades
complementares, pois o futuro enfermeiro necessitará adquirir uma visão mais
ampliada possível do trabalho e da profissão (SANTOS, 2007).
De acordo com os autores supracitados, a permanência de uma profissão
através da história só é possível mediante adaptações contínuas às novas
expectativas e necessidades das sociedades oriundas do desenvolvimento
científico e da consequente evolução histórica. As exigências do mercado de
trabalho tornam cada vez mais obrigatórias a qualificação dos trabalhadores nas
dimensões técnicas e especializadas, ético-políticas, comunicacionais e de
relações pessoais, para a participação como sujeitos integrais no mundo do
trabalho. Este é o grande desafio para a ocupação de espaços pela Enfermagem.
As DCNs apresentam um texto com objetivo de formar um profissional
generalista, ativo diante das demandas do mercado de trabalho. Mas por outro
lado, depara-se um mercado de trabalho privado que prefere contar com o
desempenho mecanicista para atender o capital do mundo globalizado e um
serviço público de saúde que enfrenta dificuldades em inserir e manter um
profissional que atue ativamente no sistema de saúde (PERES; CIAMPONE,
2006).
Segundo Peres e Ciampone (2006), percebe-se uma divisão acentuada
entre ensino e serviço. Enquanto na dimensão estrutural das políticas de
educação e de saúde existe a preocupação com a inserção do futuro profissional
no SUS, propondo estratégias para a ampliação da participação das escolas
formadoras no sistema de saúde, estas e os serviços de saúde locais e regionais
possuem muitas dificuldades para articular parcerias interessantes para ambos os
lados. A situação pode ser analisada como um contrassenso, já que ao concluir a
graduação, o profissional partirá para o mercado de trabalho. Este, por sua vez,
deseja um profissional qualificado, porém não está disposto a investir em
treinamento, com exceção de alguns hospitais universitários ou serviços públicos
de saúde.
O sistema de ensino superior exerce grande influência sobre a sociedade,
32
em todos os aspectos, ao mesmo tempo em que é influenciado e determinado por
condições histórico-sociais. Sua posição estratégica no desenvolvimento do país
não decorre apenas de processos de inovação tecnológica, produção e difusão da
ciência e da cultura, e sim de seus impactos na formação e qualificação da força
de trabalho e nos processos de modernização para melhoria da sociedade.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Diretoria de Avaliação da Educação
Superior (DAES), em 1964 existiam 39 cursos de graduação e, em 1991, o
número subiu para 106 cursos, ou seja, uma expansão de 171/%. Em 2004, esse
total saltou para 415, o que significa um incremento de 291,5/%. Essa expansão
foi mais acentuada a partir da LDB, de 1996, pois, de 1991 até 1996, foram
criados apenas cinco cursos, ou seja, um incremento apenas de 4,71/%,
enquanto que , de 1991, essa expansão foi de 645,28/% (BRASIL, 2009).
Desta forma, além de expandir o número de cursos e de vagas, entre
outras coisas, a reforma universitária (Lei 5540), em seu art. 17b, institucionalizou
a pós-graduação em dos níveis (mestrado e doutorado), com objetivos de formar
pessoal qualificado para suprir o ensino superior que, ao ser ampliado,
necessitaria aumentar seu corpo docente, além de estimular estudos e pesquisas
para o desenvolvimento do país.
No Brasil, a pós-graduação foi instituída pela LDB, em 1961 , e aprovada
pelo Conselho Federal de Educação, em 1965, através do parecer 977. Em 1974
o país contava com apenas dois cursos de mestrado em Enfermagem; em 1998,
passou a 14. Por ocasião da avaliação trienal (2007-2009), a área de enfermagem
contava com 41 programas de pós-graduação e 61 cursos credenciados pela
Capes, sendo 20 doutorados, 38 mestrados acadêmicos e três mestrados
profissionais (BRASIL, 2009).
Com relação à especialização, o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) elaborou a Resolução COFEN nº 100 no ano de 1998, que baixou
normas sobre a qualificação da enfermeira especialista e reafirmou a importância
da especialização para a Enfermagem nos seguintes termos: “considerando que a
dedicação com especial técnico-científico a um ramo da Enfermagem conduz à
maior eficiência do trabalho profissional e à eficácia de seus resultados” (BRASIL,
2009).
33
Em 1994, o COFEN lança a Resolução nº 173, onde são baixadas normas
para o registro de enfermeiro especialista. Nesta Resolução, oito especialidades
são contempladas, cabendo destacar que são poucas as áreas que o COFEN
reconhece como especialidades da Enfermagem. No ano de 2001, o COFEN
lançou a Resolução COFEN nº 260, onde fixam em 37 as especialidades de
Enfermagem. Em 2004, revoga a Resolução 260 e neste mesmo ano estabelece
a Resolução COFEN nº 29015, onde fixa 42 especialidades em enfermagem de
competência do Enfermeiro (COFEN, 2004).
3.1 As diferentes Metodologias, Tecnologias e Estratégias de Ensino.
Historicamente, a formação dos profissionais da saúde vem sendo
pautada em metodologias conservadoras. Todavia, a atualidade fez necessária
uma reorganização no ensino para que atendesse ao novo contexto social e que
acompanhasse a constante transformação tecnológica e a rapidez dos meios de
comunicação.
Atrelados à necessidade de mudança na formação dos profissionais,
devemos refletir sobre como e com que dispositivos se pode conduzir esse
processo. Uma das propostas é a utilização das Metodologias Ativas de Ensino-
Aprendizagem.
Essa metodologia vem sendo cada vez mais utilizada no ensino. Além de
priorizar a participação ativa do estudante, é um importante meio de se obter
conhecimento, fazendo com que os alunos descubram o seu próprio caminho e se
tornem cada vez mais críticos.
Ao elaborar uma aula, o professor deve evitar a monotonia, podendo lançar
mão de tecnologias para facilitar a aprendizag
em, motivar os estudantes e despertar o interesse. Deve ainda manter uma
organização de pensamento e utilizar sua voz como recurso, com a entonação,
ritmo e altura adequados.
A Tecnologia participativa é uma ferramenta/dispositivo que permite a
participação efetiva dos participantes, fazendo com que se tornem protagonistas
do seu próprio conhecimento, valorizando informações, experiências, introduzindo
nas discussões e buscando soluções de problemas que emergem de sua vida
cotidiana (TEIXEIRA E MOTA, 20011).
34
É uma ferramenta metodológica, onde podemos nos basear no prazer de
vivências e situações reais e imaginárias, fazendo uso de dinâmicas de grupo,
jogos e outros, para que os participantes por meio de fantasias possam trabalhar
uma situação concreta.
3.2. Estratégias participativas de “Ensino”
Segundo Anastasiou e Alves (2012), estratégias significam formas de
ensinar, ou seja, como ensinar, que condições utilizam-se para trabalhar com os
alunos, o aprender a apreender; técnicas referem-se a habilidades, ao jeito de
como fazer e a dinâmica está relacionada ao movimento, forças, comportamento
dos corpos, que estão sempre prontos a se mexer, inovar, criar para si novas
situações.
Por meio das estratégias, podemos explorar diversas formas de trabalhar o
conteúdo em sala de aula. É extremamente importante o conhecimento dos
discentes para que possamos ter um bom aproveitamento durante essa
problematização.
Lidar com diferentes estratégias não é fácil. Entre os docentes
universitários existem determinados habitus, onde predomina a apresentação do
conteúdo em aulas expositivas ou palestras, reforçando a ação de transmissão de
conteúdos prontos, acabados (ANASTASIOU E ALVES, 2012).
Com o crescimento tecnológico, o acesso facilitado às redes, a aula
somente expositiva passou a não ser a melhor maneira de apreensão de
conteúdo. Com esta mudança, as autoras citadas no parágrafo anterior defendem
a aula expositiva como “expositiva dialogada”, onde passa a ter a participação
mais efetiva do discente, saindo do habitus: dar aula para fazer aula.
Imbernón (2012) concorda com Anastasiou e Alves (2012), quando diz que
a aula deve ser aprimorada, passando de aula transmissora, para uma boa aula
magistral, ou seja, dialogada, com a participação dos alunos.
Pensando em facilitar o entendimento sobre as estratégias de
aprendizagem utilizadas para a apreensão de conteúdo, Anastasiou e Alves,
(2012) destacaram uma sequência de ferramentas que poderão ser utilizadas
com o objetivo de facilitar a aprendizagem, onde, citarei as mais utilizadas na
UNESA:
35
AULA EXPOSITIVA DIALOGADA
Descrição A autora defende a aula expositiva dialogada, com a participação do
aluno, saindo do processo de dar aula para o “fazer aula”. Propõe a
superação, favorece a criticidade dos estudantes.
OPERAÇÕES
DE
PENSAMENTOS
(predominantes)
Obtenção e organização, interpretação, crítica, comparação, resumo.
DINÂMICA DA
ATIVIDADE
Neste quesito, o professor tende a contextualizar o tema, de modo a
mobilizar o pensamento do aluno, trabalhando com a informação que
eles trazem.
AVALIAÇÃO Participação dos alunos, que pode ser realizada através de síntese, de
forma oral de perguntas pequenas, portfólio, mapa conceitual, dentre
outras atividades complementares a serem efetivadas em continuidade
pelos discentes.
A aula expositiva dialogada é uma estratégia que vem sendo proposta com
o objetivo de superar a tradicional palestra docente, trazendo um clima de
cordialidade, parceria, respeito e troca (ANASTASIOU E ALVES, 2012). De um
modo geral, o discente espera que o professor trabalhe com a exposição de
conteúdo, porque esse foi o único método apresentado a ele, durante toda sua
vida escolar. Dessa forma, quando se depara com algo novo, é comum que
produza resistência e cabe aos docentes apresentar o que temos de ferramentas
que podem ser utilizadas, acrescentando a construção do conhecimento de forma
mais dinâmica.
ESTUDO DE TEXTO
DESCRIÇÃO Através da exploração de ideias do autor, estudo crítico de um texto ou
busca de informações, de ideias de autores estudados.
OPERAÇÕES
DE
PENSAMENTO
Predominantes
Identificação, obtenção dos dados, interpretação, crítica, reelaboração.
36
DINÂMICA DA
ATIVIDADE
1- Contexto do texto – data, tipo de texto, autor e dados sobre este.
2- Análise textual – preparação do texto: visão de conjunto, busca de
esclarecimentos, verificação de vocabulário, fatos, autores citados,
esquematização.
3- Análise temática – compressão da mensagem do autor: tema,
problema, tese, linha de raciocínio, ideia central e ideias
secundárias.
4- Problematização – Interpretação da mensagem do autor: corrente
filosófica e influências, associação de ideias, crítica.
5- Reelaboração da mensagem, com base na contribuição pessoal.
AVALIAÇÃO Realizar produção escrita ou oral, com comentário do estudante, tendo em
vista as habilidades de compreensão, análise, síntese, julgamento,
interferências e interpretação dos conteúdos fundamentais e as
conclusões formuladas.
ESTUDO DIRIGIDO
DESCRIÇÃO O ato de estudar, sob a diretriz do professor, com o objetivo de sanar
dificuldades específicas.
OPERAÇÕES
DE
PENSAMENTO
Predominantes
Identificação/Obtenção e organização de dados/Busca de
suposições/Aplicação de fatos e princípios a novas situações.
DNÂMICA DA
ATIVIDA
Prevê atividades individualizadas, grupais, podendo ser socializadas:
- Leitura individual a partir de um roteiro elaborado pelo professor;
- Resoluções de situações-problema, com base no material estudado;
- Quando forem grupos de atendimento, realizar debate sobre o tema
estudado, permitindo a socialização dos conhecimentos, a discussão de
soluções, a reflexão e o posicionamento crítico dos estudantes, de acordo
37
com a realidade vivida.
AVALIAÇÃO - O acompanhamento se dará pela produção que o estudante for
construindo, na execução das atividades propostas, nas questões que
formula ao professor, nas revisões que este lhe solicita, a partir do que irá
sendo inserido gradativamente nas atividades do grupo a que pertence.
Trata-se de um processo avaliativo eminentemente diagnóstico, sem
preocupação classificatória.
SEMINÁRIO
DESCRIÇÃO Trata-se de um tema a partir de fontes diversas a serem estudadas e
sistematizadas pelos participantes, visando construir uma visão geral ,
como diz a palavra, “fazer germinar” as ideias. Portanto, não se reduz a
uma simples divisão de capítulos ou tópicos de um livro entre grupos.
OPERAÇÕES
DE
PENSAMENTO
(predominantes)
Análise/Interpretação/Crítica/Levantamento de hipóteses/Busca
de suposições/obtenção de organização de
dados/Comparação/Aplicação de fatos a novas situações.
DINÂMICA DA
ATIVIDADE
1- Preparação do professor é fundamental:
- Apresentar o tema e/ou selecioná-lo conjuntamente com os estudantes,
justificando sua importância;
- Organizar o calendário para apresentação de trabalhos dos estudantes;
- Orientar os estudantes a cerca da pesquisa (Acervo bibliográfico)
- Organizar espaço físico para favorecer o diálogo entre os participantes.
38
2- Desenvolvimento:
- Discussão do tema, quem está auxiliando, as ideias-chave, soluções e
conclusões encontradas. Cabe ao professor dirigir a sessão de crítica ao
final de cada apresentação, fazendo comentários sobre cada trabalho
apresentado, organizando uma síntese integradora sobre cada
apresentação.
3- Relatório: trabalho escrito em forma de resumo, pode ser produzido
individualmente ou em grupo.
AVALIAÇÃO Os grupos são avaliados e exercerem também a função de avaliadores.
Os critérios de avaliação devem ser adequados aos objetivos da
atividade em termos de conhecimento, habilidades e competências.
Critérios:
- Clareza e coerência na apresentação;
- Domínio do conteúdo apresentado;
- Participação do grupo durante a exposição;
- Utilização de dinâmicas e /ou recursos audiovisuais na apresentação.
ESTUDO DE CASO
DESCRIÇÃO É a análise minuciosa e objetiva de uma situação real que necessita ser
investigada e é desafiadora para os envolvidos.
OPERAÇÕES
DE
PENSAMENTO
(Predominantes)
Análise/Interpretação/Crítica/Levantamento de hipóteses/Busca
de suposições/Decisão/Resumo.
DINÂMICA DA
ATIVIDADE
1. O professor expõe o caso a ser estudado (distribui ou lê o
39
problema aos participantes), que pode ser um caso para cada
grupo ou mesmo caso para diversos grupos.
. O grupo analisa o caso, expondo seus pontos de vista e os
aspectos sob os quais o problema pode ser enfocado.
. O grupo debate soluções discernindo as melhores conclusões.
O professor: seleciona material, apresenta um roteiro para trabalho,
orienta os grupos.
. Descrição do caso: aspectos e categorias que compõem o todo
da situação. Professor deverá indicar categorias mais importantes a
serem analisadas;
. Prescrição do caso: estudante faz proposições para mudança da
situação apresentada;
. Argumentação: estudante justifica suas proposições mediante
aplicação dos elementos teóricos que dispõe.
AVALIAÇÃO O registro da avaliação pode ser realizado por meio de ficha com
critérios a serem considerados, tais como:
- aplicação dos conhecimentos (a argumentação explicita os
conhecimentos produzidos a partir dos conteúdos?)
- riqueza na argumentação (profundidade e variedade de pontos de
vista);
- Síntese
Outro exemplo que o professor poderia utilizar em sala de aula seria o
estudo de caso, mas um estudo de caso que o aluno precisasse lançar mão de
outras pesquisas para poder responder, fazê-lo estudar e buscar novos
conhecimentos. Só assim seria considerada uma metodologia participativa. Esta
estratégia exige do estudante organização, autonomia, habilidade de leitura e
interpretação de textos e compromisso, pois desenvolve habilidades e hábitos de
trabalho independente e criativo, possibilitando a cada estudante resolver
problemas e vencer dificuldades, através de métodos próprios de aprendizagem.
40
Aprender envolve uma busca de significados. A aprendizagem faz maior ou
menor sentido às pessoas, à medida que aquilo que aprendem tem algum
significado para suas vidas. Seja pelo simples prazer do conhecimento, seja
porque aquele conhecimento adquirido traz algum benefício à vida de cada um de
nós.
As metodologias participativas estão alicerçadas em um princípio teórico
significativo: a autonomia; algo explícito na invocação de Paulo Freire. A
educação contemporânea deve pressupor um discente capaz de autogerenciar ou
autogovernar seu processo de formação (FREIRE, 2013).
41
4- METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Estudo com abordagem qualitativa, do tipo exploratório e descritivo. Minayo
(2013) refere que as pesquisas qualitativas se preocupam com um nível de
realidade que não pode ser quantificada. Devemos aprofundar no mundo dos
significados, das ações e das relações humanas, permitindo conhecer o que
pensam os indivíduos sobre suas experiências, suas vidas e seus projetos.
A abordagem qualitativa permite ao pesquisador a necessária “capacidade
de observação e interação com os atores sociais envolvidos” (MINAYO, 2013),
levando-o a perceber melhor as dificuldades e necessidades relatadas pelos
mesmos, e a propor medidas que visem adequá-los à situação relatada ou que os
ajudem a superar o problema mencionado.
Gil (2011) menciona que a pesquisa exploratória tem por finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos ou ideias com vistas à formulação
de problemas mais preciosos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
A pesquisa exploratória investiga a complexidade da sua natureza e os
fatores com os quais está relacionada (POLIT & HUNGLER, 2004).
Complementando, os autores ressaltam que o pesquisador conduz à investigação
descritiva; logo, observa, conta, descreve e classifica.
Rúdio (2003) confirma este pensamento ao relatar que a pesquisa
descritiva está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando
descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Ao descobrir a realidade, descreve,
analisa e interpreta a natureza atual ou processos dos fenômenos.
Quanto às metodologias qualitativas, Polit e Hungler (1995) declaram que
elas são desenvolvidas a partir de experiências vivenciadas pelo ser humano.
Corroborando com os autores supracitados, Minayo (2004), entende a abordagem
qualitativa como sendo aquela capaz de incorporar a questão do significado e da
intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais,
sendo essas tanto no seu advento, quanto na sua transformação como
construções humanas significativas.
De acordo com Minayo, a pesquisa qualitativa surge:
Diante da impossibilidade de investigar e compreender, por meio de
42
dados estatísticos, alguns fenômenos voltados para a percepção, a intuição e a subjetividade, estão direcionados para investigação dos significados das relações humanas, em que suas ações são influenciadas pelas emoções e/ou sentimentos aflorados diante das
situações vivenciadas no dia-a-dia. (MINAYO, 2004 P.22)
Nesse sentido, Polit & Hungler (2004), referem que os resultados das
pesquisas qualitativas são tipicamente baseados na experiência da vida real de
pessoas [...] a abordagem tem várias limitações, os seres humanos são os
instrumentos diretos através dos quais as informações qualitativas são reunidas e
eles são ferramentas inteligentes e sensíveis.
Para Richardson et al. (1999), a abordagem qualitativa descreve a
complexidade de determinado problema, analisa a interação de certas variáveis,
compreende e classifica processos dinâmicos vividos de grupos sociais, constitui
o processo de mudanças de determinado grupo e possibilita o atendimento das
particularidades.
Goldenberg (2001) complementa o pensamento de Richardson et al.
(1999), afirmando que os dados qualitativos objetivam uma compreensão
profunda de certos fenômenos sociais, apoiados no pressuposto da maior
relevância do aspecto subjetivo da ação social.
4.2 Cenário
Este estudo foi realizado na Universidade Estácio de Sá, situada no Estado
do Rio de Janeiro, localizada no município de Nova Iguaçu. O Curso de
Enfermagem nesse campus teve início no primeiro semestre de 2010. Desde
então, o número de alunos ingressantes cresce a cada semestre. Quando teve
início, havia disponível somente um (1) laboratório de Semiologia, três (3)
laboratórios de Informática, dois de Anatomia (2) e um (1) multiuso. Com o
crescimento, sentiu-se a necessidade de ampliação dos laboratórios de
Semiologia, perfazendo um total de dois (2), Anatomia três (3), Informática quatro
(4), uma Central de Material e Esterilização (CME), um consultório de
Enfermagem e um (1) laboratório de Bioquímica. Além dos laboratórios, existe
também um ginásio para práticas diversas, três salas para guarda de material
(insumos) e uma biblioteca com amplo acervo bibliográfico. Este curso foi
reconhecido pelo Ministério da Educação no segundo semestre de 2013, tendo
sua primeira turma formada no segundo semestre de 2014. O turno da manhã
43
teve início no primeiro semestre de 2014. Atualmente existe matriculados nesse
campus um total de 950 alunos.
A escolha desse cenário se deu por ser um campus onde tem um número
maior de discentes e onde vivencio a prática docente.
A implantação do curso de graduação em Enfermagem na Universidade
Estácio de Sá teve início no ano 2000 em dois campi (AKXEe João Uchôa). Em
2001 foram abertos mais três campi e assim foram crescendo gradativamente
perfazendo um total de 14 campi em 2009. Atualmente, no Rio de Janeiro, temos
o curso de Graduação em Enfermagem sendo oferecido em onze (11) campi.
O campus fica às margens da rodovia Presidente Dutra, próximo ao centro
do Município, sendo um local de fácil acesso. Consta de uma área de 20700 m².
O corpo docente é composto por dezessete professores Enfermeiros e dez
professores do ciclo básico.
Quanto ao corpo administrativo que auxilia no curso, temos um
coordenador responsável pelos laboratórios, dois técnicos de Enfermagem, dois
técnicos de Patologia e um técnico responsável pelo laboratório multiuso e
Bioquímica.
A UNESA permaneceu com o curso de graduação em Enfermagem somente
no Rio de Janeiro até 2009. A partir deste ano, a instituição decidiu fazer várias
aquisições pelo Brasil. Hoje, o grupo Estácio soma um total de 30 cursos pelo
Brasil, incluindo o Rio de Janeiro, com um total de 20.000,00 alunos matriculados.
A sistemática de trabalho da instituição é de gerência participativa, onde
todos os coordenadores locais, adjuntos e de estágio e ensino clínico, participam
das discussões, através do Sistema de Gestão de Conhecimento (SGC),
respondendo aos fóruns em aberto. Depois de tomadas as decisões, estas
informações são passadas aos professores pelos coordenadores locais e, por fim,
aos alunos.
4.3 Participantes da Pesquisa
Os participantes da pesquisa foram 17 (dezessete) discentes, regularmente
matriculados na universidade, e 12 (doze) docentes do quadro permanente do
curso de graduação em Enfermagem, de uma Universidade privada, situada no
Estado do Rio de Janeiro, localizada no município de Nova Iguaçu.
44
Os critérios de inclusão para a participação no estudo foram:
Discentes: Alunos regularmente matriculados no oitavo período do curso de
graduação da IES, com idade acima de 18 anos, que estejam cursando o 8º
período e que mostrem interesse em participar da pesquisa. Foram excluídos os
demais discentes que se encontram afastados ou ainda não cursaram todas as
disciplinas. A escolha do oitavo período se deu porque nesta etapa da graduação,
os alunos já têm cursado todas as disciplinas, restando apenas os estágios
curriculares obrigatórios. Sendo assim, os discentes teriam mais subsídios para
participar da pesquisa.
Docentes: Professores do quadro permanente de todos os períodos e
disciplinas do curso de graduação em Enfermagem, que demonstraram interesse
em participar da pesquisa. Foram adotados como critério de exclusão os docentes
que estavam licenciados ou de férias, no momento da pesquisa.
4.4 Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
Para tornar-se viável a pesquisa, o estudo foi aprovado pelo comitê de
Ética em pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) em
novembro de 2014, sob nº 35030314.30000.5243, fundamentando-se nas
diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos.
Após obter consentimento, deu-se início às entrevistas, que foram
gravadas em aparelho de MP3, transferidas para o computador e posteriormente
gravadas em um Pendrive. Foi feita a aplicação do termo de consentimento livre e
esclarecido antes de iniciar a pesquisa, cumprindo a Resolução nº. 466/2012 de
CNS/MS (BRASIL, 2012), que normaliza a pesquisa envolvendo seres humanos.
Assim sendo, o referido termo garantiu a concordância dos participantes
para a entrevista deste estudo, onde o anonimato das informações prestadas para
elaboração da pesquisa foi preservado.
4.5 Coleta de Dados
A coleta de dados teve início após a autorização da instituição de ensino e
aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP-UFF. Os dados
foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas com
docentes da instituição (apêndice IV) e de observação direta, registrada no diário
45
de campo (quadro I). Os dados coletados junto aos discentes foram feitos a partir
de uma dinâmica previamente agendada, realizada por meio da leitura do livro
UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA, de autoria de Ziraldo (1995).
Esta atividade foi agendada previamente, de acordo com a disponibilidade
dos alunos do 8º período. Inicialmente, foi realizada uma breve apresentação do
conteúdo da literatura sobre “Tecnologias Educacionais” em forma de dinâmica de
grupo, com a utilização de recurso audiovisual. O texto, aparentemente simples,
enfatiza questões relativas à prática docente.
Durante a realização da atividade, os discentes foram convidados a se
colocarem em círculo na sala e, após a leitura do livro, foram lançadas as
perguntas relativas ao tema da pesquisa. Destaca-se que todos os discentes
presentes leram um trecho do livro diante dos colegas.
As respostas dos participantes para cada pergunta foram anotadas em um
diário de campo, assim como as observações realizadas, servindo como base do
instrumento para reflexão e discussão pelo grupo sobre os temas abordados.
Desse modo, a atividade desenvolvida possibilitou o registro de percepções
dos acadêmicos de Enfermagem, sobre tecnologias educacionais, por meio de
opiniões e justificativas a algumas questões realizadas (apêndice V).
A entrevista semiestruturada combina perguntas abertas e fechadas, onde o
informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. O pesquisador
deve seguir a um conjunto de questões previamente definidas, mas ele o faz em
um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal (MINAYO, 2004).
O entrevistador deve ficar atento para direcionar, no momento em que
achar oportuno, a discussão para o assunto que o interessa, fazendo perguntas
adicionais para elucidar questões que não ficaram claras ou ajudar a recompor o
contexto da entrevista, caso o informante tenha “fugido” ao tema ou tenha
dificuldades com ele.
A principal vantagem da entrevista semiestruturada é que, quase sempre,
produz uma melhor amostra da população de interesse. A entrevista tem um
índice de respostas bem mais abrangente, uma vez que é mais comum aceitarem
falar sobre determinados assuntos (SELLTIZ et al, 1987).
Além disso, a interação entre o entrevistador e o entrevistado favorece as
respostas espontâneas, ou seja, possibilita a proximidade maior entre
46
entrevistador e entrevistado, permitindo ao entrevistador tocar em assuntos mais
complexos e delicados.
Vale lembrar que a qualidade das entrevistas depende muito do
planejamento feito pelo entrevistador. “A arte do entrevistador consiste em criar
uma situação onde as respostas do informante sejam fidedignas e válidas
(SELLTIZ, 1987), fazendo uso de gravações ou escrevendo as respostas, fazendo
complementações tão logo seja possível, para não esquecer dados importantes
direcionados aos sujeitos”.
Para Lüdke e André (1986), a gravação tem como vantagem “poder
registrar todas as expressões orais, imediatamente, deixando o entrevistador livre
para prestar toda a sua atenção ao entrevistado”.
De acordo com (Minayo, 2013), “a observação participante pode ser
considerada parte essencial do trabalho de campo na pesquisa qualitativa”,
porque se dá através de contato direto com o pesquisador, com o fenômeno
observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus
próprios contextos.
Ainda segundo a autora, trata-se de uma técnica importante por nos
permitir observar uma variedade de falas ou comportamentos que não seríamos
capazes de conseguir somente com a entrevista, não esquecendo que o
investigador de campo deve estar sempre focado no seu objeto de estudo.
A respeito da observação, um dos procedimentos metodológicos do estudo,
Ludkë e André (1986), afirmam que ela “ocupa um lugar privilegiado nas
abordagens qualitativas”, usada como recurso principal ou associada a outras
técnicas de coleta. A observação possibilita um contato pessoal e estreito do
pesquisador com o fenômeno pesquisado, apresentando uma série de vantagens,
entre elas a de que a experiência direta é, sem dúvida, o melhor teste de
verificação da ocorrência de um determinado fenômeno.
Os instrumentos de coleta foram aplicados durante os meses de novembro e
dezembro de 2014. Buscou-se por meio dos depoimentos dos docentes que
participaram do estudo, apreender os conhecimentos elaborados pelo próprio
docente em relação ao uso de tecnologias educacionais no processo Ensino-
Aprendizagem.
47
As entrevistas foram realizadas a partir da solicitação de que o professor
relatasse sobre como conduz suas aulas, quais tecnologias costuma utilizar e que
estratégias de ensino são adotadas.
As anotações referentes às observações foram feitas no diário de campo,
elaborado pela pesquisadora (Apêndice, 91). Assim, foram registrados fatos
ocorridos dentro da sala de aula, procurando identificar as situações em sua
forma natural, para posterior busca daqueles que interessavam ao estudo, por
meio da análise dos dados (quadro I).
As observações realizadas durante o processo nas salas de aula foram
agendadas previamente com os docentes sujeitos da pesquisa. Os temas das
aulas observadas referiram-se às disciplinas de Anatomia, Sistematização do
Cuidar e Primeiros socorros do currículo do curso de graduação em Enfermagem.
A técnica de observação utilizada foi do tipo participante por ocorrer através
de contato direto com o pesquisador com o fenômeno observado, para obter
informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos.
(MINAYO, 2013)
Chapoulie, (2010) diz que a técnica observacional pode tornar-se de caráter
mais complexo, no sentido de que o termo “observação” possa ser empregado
tanto para designar um tipo de coleta de dados pelo pesquisador, ou seja, a
observação in situ, quanto um tipo de relação com os objetos-sujeitos
pesquisados, quando o autor considera um contato mais ou menos íntimo.
4.6 ANÁLISE DOS DADOS
Tabela dando foco aos participantes de acordo com as características
profissionais e pessoais:
48
O método utilizado para análise dos resultados desse estudo foi análise a
análise de conteúdo.
De acordo com Bardin (2009), a análise de conteúdo é um conjunto de
técnicas de investigação que, através de uma descrição objetiva, sistemática e
quantitativa do conteúdo claro das comunicações, tem por finalidade a
interpretação destas mesmas comunicações, para atingir com mais precisão os
significados evidentes e latentes trazidos pelos sujeitos.
A análise de conteúdo foi realizada através das categorias temáticas, pois,
segundo Minayo (2007), esta é a forma que melhor atende à investigação
qualitativa para a saúde.
Para Bardin (2009), tema é a unidade de significação que, naturalmente,
manifesta-se de um texto analisado, respeitando os critérios relativos à teoria que
serve de guia para a leitura. Sendo assim, a análise de conteúdo através das
categorias temáticas consiste em encontrar os núcleos de sentido que compõem
uma comunicação, cuja presença ou frequência significam alguma coisa para o
objetivo analítico visado (BARDIN, 2009; MINAYO, 2007).
A análise divide-se em três etapas. Na pré-análise são desenvolvidas as
operações preparatórias para a análise propriamente dita. Consiste num processo
de escolha dos documentos ou definição do corpus de análise; formulação das
hipóteses e dos objetivos da análise; elaboração dos indicadores que irão
fundamentar o resultado final.
É a fase onde se dá início à organização e tem por objetivo sistematizar as
ideias iniciais de maneira a conduzir de forma esquemática o desenvolvimento
preciso da pesquisa (BARDIN, 2009). Retomam-se as hipóteses e os objetivos
iniciais da pesquisa, reformulando-os frente ao material coletado, e na elaboração
de indicadores que orientem a interpretação final, ou seja, é o sentido do todo –
leitura da transcrição do relato sem buscar qualquer interpretação (MINAYO,
2007).
Esta etapa se decompõe em três tarefas (BARDIN, 2009; MINAYO, 2007):
Leitura flutuante, constituição do corpus e reformulação de hipóteses e objetivos.
A leitura flutuante consiste em tomar contato exaustivo com o material para
reconhecer o conteúdo (MINAYO, 2007).
a) constituição do corpus: Organização do material de maneira que se
49
possam responder a algumas normas de validade; Exaustividade: todos os
aspectos do roteiro devem ser contemplados (deve-se esgotar a totalidade do
texto); representatividade (que representa de forma fidedigna o universo
estudado); homogeneidade (deve obedecer com precisão aos temas) e ter
pertinência (os conteúdos devem se adequar aos objetivos do trabalho),
(BARDIN, 2009; MINAYO, 2007).
b) Exploração do material: Consiste no processo através do qual os dados
brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais
permitem uma descrição exata das características pertinentes ao conteúdo
expresso no texto. É a operação de analisar o texto sistematicamente em função
das categorias formadas anteriormente, nova leitura e outras mais para
discriminar as unidades de significado, anotando-as diretamente no texto para ir
focalizando o fenômeno que está sendo pesquisado (BARDIN, 2009; MINAYO,
2007).
c) Tratamento dos resultados, inferência à interpretação: Nesta etapa,
buscamos sistematizar os dados produzidos por meio da análise, que nos
permitiu a construção das categorias. (BARDIN, 2009)
A análise de conteúdo é um recurso que pode servir a muitas disciplinas e
objetivos; a partir do momento em que podemos transformar tudo em texto, torna-
se possível ser analisado com a aplicação desta técnica ou método.
4.7. Oficina com os discentes: fragmentos do diário de campo
Ficou combinado, antecipadamente, com os discentes um encontro para
uma conversa ampla, antes de iniciar a oficina. Nesse momento, os objetivos da
oficina foram expostos e falou-se sobre as tecnologias educacionais. Aproveitou-
se o momento para um café da manhã coletivo, que facilitou uma maior
integração entre o grupo.
Antes do início à oficina os estudantes se dispuseram em círculo e
receberam os termos de consentimento, para que pudessem assinar. A oficina foi
realizada com base no livro “UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA”, de
autoria do Ziraldo (1995). Durante a leitura, alguns discentes ficaram encantados
com a metodologia aplicada pela professora, mas ao mesmo tempo discordavam,
porque, segundo eles, aquela metodologia não os faria ser aprovados em um
50
vestibular ou concurso.
A modalidade de Ensino a Distância (EAD) foi o que mais apresentou
descontentamento entre os discentes. Na visão deles, cursar uma disciplina a
distância, diminui a chance de aprendizado. Percebeu-se que esse pensamento
se torna dicotômico, uma vez que Lei de Diretrizes de Bases Curriculares defende
o EAD como sendo uma das metodologias autonômicas para o aluno, ou seja, ele
vai à busca do seu próprio conhecimento, saindo do paradigma hegemônico.
Explicamos para os discentes qual o objetivo do EAD. Eles disseram que
entendiam, mas não concordavam. As falas dos discentes foram registradas no
diário de campo, onde as observações feitas foram de encontro à fala dos
docentes que suscitaram nas categorias a seguir.
51
5. RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÕES.
Neste capítulo, são apresentados e analisados os dados encontrados no
estudo, procurando responder às questões que o orientam.
Discutem-se os aspectos levantados na entrevista com os docentes,
relacionando-as aos resultados obtidos nas observações, enfatizando as
tecnologias educacionais aplicadas na formação do enfermeiro. Deste modo,
foram construídas três categorias, para atender aos objetivos do estudo, assim
distribuídas:
5.1 Tecnologias Educacionais como elemento apoiador no processo de
“ensinagem”.
Esta categoria apresenta aspectos relacionados ao uso das tecnologias
educacionais na graduação de Enfermagem como dinamizadora da
aprendizagem e suas percepções com relação a sua aplicabilidade.
5.2 O data show como dispositivo apoiador na prática de ensino
Nesta categoria, identificamos o uso do data show como ferramenta mais
utilizada pelos docentes, buscando tornar as aulas mais dinâmicas.
5.3 O uso de TEs participativas na formação do enfermeiro: uma visão
progressista.
Com esta categoria, mostramos o conhecimento dos docentes acerca de
algumas metodologias participativas que podem ser desenvolvidas com os
discentes em sala de aula.
A análise e a discussão dos dados obtidos, foram fundamentadas em alguns
autores que compõem o estudo, tais como Paulo Freire , Celso Antunes, Libâneo,
Anastasiou e Alves, apontando o uso das ferramentas metodológicas domo
dinamizadoras do processo ensinagem. Segundo os autores mencionados nesse
parágrafo, ensinar e aprender é uma via de mão dupla porque, ao mesmo tempo
que se ensina, se aprende; e Paulo Freire enfatiza ainda a importância de se tirar
o foco do professor e deixar que o aluno seja protagonista do seu próprio
conhecimento.
52
1ª Categoria: Tecnologias Educacionais como elemento apoiador no
processo de “ensinagem”
Para iniciar a análise dos dados obtidos na elaboração desta primeira
categoria, buscaram-se os depoimentos dos docentes participantes pesquisados.
Para dar maior foco a esses participantes considerou-se importante destacar que
dentre os doze professores pesquisados, cinco têm o título de mestres, seis de
especialistas e um de doutor.
Entendendo que o objeto deste estudo é o uso de tecnologias educacionais
como dinamizadoras do processo ensino – aprendizagem, vejamos o que
disseram os docentes com relação ao uso dessas ferramentas na formação do
aluno:
[...] O aluno passa a compreender e assimilar melhor o
conteúdo, também é um instrumento metodológico que
podemos utilizar para facilitar as aulas e temos desde as
tecnologias visuais como as tecnologias de grupo; e uma das
mais conhecidas e utilizadas por todos nós é o data show.
(Docente 1)
Na visão dos discentes, a ferramenta que mais facilita o aprendizado é o
data show, porque segundo eles , a possibilidade de vídeos interativos, junto com
a interação do professor, faz com que entendam melhor o conteúdo. Podemos
observar em algumas falas a seguir:
[...] O data show ajuda a compreender e entender mais o
assunto com as figuras e vídeos ilustrativas; a dinâmica te faz
pensar em como aplicar a teoria na prática (Discente 4)
Fragmentos do diário de campo
Coelho (2013) ressalta que as aulas expositivas teóricas tradicionais são
importantes, mas destaca outras formas mais efetivas de aprendizado, onde o
estudante enxerta novos saberes, facilitando o seu autodesempenho. Nessa linha
de pensamento, Imbernón 2012, diz que é possível transformar a aula
53
transmissora do conhecimento em uma boa aula magistral, equilibrando as aulas
com a participação dos alunos.
[...] Acredito que as aulas ficam mais dinâmicas e assim o
processo ensino-aprendizagem fica mais fácil. (Docente 3)
[...] Vejo como um modelo novo do processo ensino-
aprendizagem, onde a questão de colocar o professor como
uma figura soberana perde um pouco esse estigma e a gente
consegue uma dinâmica maior e melhor interação com os
alunos. (Docente 3)
No depoimento dos professores, percebe-se a importância da utilização das
tecnologias educacionais como dinamizadoras da aprendizagem, na formação do
acadêmico.
Refletindo sobre estes dados, relembro em Libâneo (2002), que houve um
tempo em que ao professor bastava conhecer os conteúdos da disciplina que
ensinava e nada mais. Percebo que hoje, o próprio professor sente a necessidade
de expandir os conhecimentos para além dos conteúdos, no sentido de encontrar
subsídios para agir, correlacionando teoria e prática como forma de alcançar o
desenvolvimento técnico científico, não só para ele mesmo, mas também para o
aluno.
Neste sentido, percebe-se nos depoimentos, uma preocupação dos docentes
em manterem-se atualizados, para “dar conta” das mudanças que estão sendo
implementadas na educação. Assim, a formação profissional é uma construção
pessoal que se apoia em ações práticas cotidianas em sala de aula, seguidas de
reflexão e da análise dessas ações, juntamente com outros professores do
mesmo nível, dando um maior direcionamento à prática pedagógica.
Essa perspectiva de análise foi confirmada pelo seguinte depoimento:
[...] Atualmente os professores vêm acompanhando tudo que
vem se desenvolvendo acerca das TEs e nesse
desenvolvimento não podemos deixar de citar os
computadores, tablets, smartphones, dentre outros [...] E isso
54
tudo faz com que o aluno tenha mais interesse pela aula e
passe a ter um melhor entendimento. (Docente 5)
[...] Eu penso que são as tecnologias utilizadas na nova
geração. Hoje em dia em todos os lugares temos informações,
ou seja, tem sempre algo nos informando algo. Penso que nos
dias atuais devido a tantas tecnologias disponíveis, o
conhecimento fica muito mais acessível (Discente 1)
Fragmentos do diário de campo
Segundo (IMBERNÓN, 2012) não existe um modelo pronto, e sim boas
práticas que facilitam a aprendizagem do aluno nas aulas. É preciso pensar no
que vou ensinar e como vou fazer isso; não basta somente pensar nas diversas
tecnologias ou metodologias e sim em como esta se origina em todo o processo
de ensino.
Os estudantes de hoje têm acesso a todas as informações, sem precisar que
levemos isso pronto para a sala de aula em forma de palestra. O que eles não
sabem é o que precisam fazer a partir daquela informação e precisam de um
direcionamento neste sentido, como mostra a fala a seguir:
[...] Dinâmicas de grupos, computadores, data show, celulares,
porque são meios diferentes de aprender ou ensinar,
mostrando assim que não precisamos ficar ligados apenas no
“ensino antigo” quadro (Discente 8) Fragmentos do diário de
campo
Como podemos perceber na fala do discente já existe uma visão para além
do quadro e do giz, onde para ele a inserção de novas tecnologias seria um
ganho a mais na sua formação.
No depoimento a seguir nota-se a preocupação do professor com o uso das
TEs, levando a um repensar docente sobre a forma de como cada um direciona
suas atividades de ensino para a construção de uma experiência pedagógica
crítica e reflexiva.
[...] Como eu gosto de falar em saúde pública sobre
determinantes de saúde, eu gosto de falar sobre certas
55
condições de saúde, característica da população para poder, a
partir desse texto, discutir determinantes sociais de saúde. Na
minha opinião elas dão certo, principalmente pela fixação de
conteúdo por parte do acadêmico. Dessa forma consigo aplicar
a metodologia ativa (Docente 6).
Com o uso das tecnologias educacionais, os alunos tendem a se envolver
mais com as aulas, tirando a monotonia da aula somente transmissora, ou seja,
uma aula onde ele pode interagir, entendendo que a construção do conhecimento
não se restringe somente a sala de aula e que a partir daquele ponto ele poderá
buscar outras fontes de pesquisa. Dentre os depoimentos, os seguintes
apresentam um significado marcante para expressar o uso das TEs, apontando o
uso de tais ferramentas como facilitadoras da aprendizagem:
Para Valente (1993), o professor deixa de ser mero repassador de
informações para ser o criador de ambientes de aprendizagem e dinamizador do
processo pelo qual o aluno constrói conhecimento. O novo docente tem a missão
de seduzir os alunos para que juntos possam saborear a construção do
conhecimento.
[...] Entendo que a TE é uma ferramenta para aprimorar o ensino.
Seria utilizar a tecnologia a favor da educação para facilitar o
ensino aprendizagem e assim promover um acesso à informação
(Docente 9)
[...] Ferramenta utilizada para facilitar o processo ensino-
aprendizagem visando cada vez mais atualizar os saberes
acadêmicos, os saberes técnicos (Docente 6)
Percebe-se que existe um entendimento a favor do uso de outras
metodologias, técnicas e estratégias de ensino para que possam desenvolver a
construção do saber, a partir de outros recursos. Além disso, observa-se a
consciência dos professores entrevistados, de que é preciso permanecer
estudando para manterem-se atualizados, buscando novas formas de
aprendizagem, tornando essa prática mais prazerosa e também um importante
fator de aprendizagem contínua.
56
A busca de novos conhecimentos, a mudança de atitude, são aspectos
essenciais para que se possa acompanhar a evolução de um tempo dominado
pela tecnologia. Por isso, percebo que não estamos diante de uma opção, mas da
necessidade de mudança, visto que mudar é uma questão de sobrevivência nos
dias de hoje.
Pierre Dominicé (in PERRENOUD, 2002) afirma que a formação é constante,
contínua, onde sempre partimos de aquisições anteriores. Ou seja, partindo de
uma realidade, vamos descobrindo as novidades do presente e sentindo a
necessidade de acompanhar as mudanças, visto que a evolução exige de nós
essa atualização constante.
2ª Categoria: O Data show como principal dispositivo na prática de ensino
É importante que o professor conheça as possibilidades metodológicas que
as tecnologias trazem para trabalhar o conteúdo, através de atividades criativas,
de um processo de desenvolvimento consciente e reflexivo do conhecimento,
usando pedagogicamente os recursos tecnológicos, com perspectiva
transformadora da aprendizagem escolar.
Pode-se dizer que as mídias têm grande poder pedagógico, pois se
utilizam da imagem. Assim, torna-se cada vez mais necessário que a escola se
aproprie dos recursos tecnológicos, dinamizando o processo de aprendizagem.
Para que a sala de aula se torne um espaço de aprendizagens significativas,
torna-se necessário que os dois atores, professor e aluno, estejam presentes e
atuantes, desencadeando o processo de ensino e aprendizagem.
[...] Acredito que a função dos TEs no processo ensino-
aprendizagem, como a internet (computador), leve o aluno a
lugares aonde, talvez, ele jamais chegaria, ou não tão
rapidamente, estimulando assim a buscar mais informação de
maneira mais empolgante e interessante (Docente 9)
Observa-se que os docentes demonstram preocupação com mudanças, à
medida que descobrem ferramentas que irão auxiliar na aprendizagem, através
de vivências da sua prática. Além disso, conquista-os mediante a interação com
57
outros professores da graduação, não se limitando ao que aprendeu no período
de formação acadêmica, mas buscando inovar constantemente seus
procedimentos, evidências e conhecimentos, num movimento contínuo de
formação. A participação em atividades de atualização de conhecimentos
relativos à profissão, sempre atentos para as ferramentas mais utilizadas em sala
de aula. Esta percepção aparece clara nos depoimentos a seguir:
[...] Penso que traz um movimento positivo sobre isso porque
nos faz buscar a qualificação contínua, porque sempre temos
tecnologias e ferramentas novas nesse processo e penso que
sejam essenciais. (Docente 12)
Para Imbernón (2012) será imprescindível transformar a aula transmissora
do conhecimento em uma boa aula magistral, ou seja, a aula transmissora
também tem seu valor. Ela também pode acrescentar saberes ao conhecimento
do aluno, desde que consiga equilibrar as aulas com a participação dele.
Anastasiou (2012) , diz que muitas críticas vem sendo feitas ao conceito aula
“magistral”, onde vem sendo nomeada como: local onde todos dormem e uma
pessoa fala.
A criação de uma nova forma de transmitir o conhecimento acadêmico,
olhar para um futuro diferente com uma nova forma de ensinar e de ver a
aprendizagem dos alunos. Esta percepção parece clara no depoimento a seguir:
[...] As tecnologias ajudam a engrandecer a educação, seja
como fonte de aprendizado ou como fonte de ensinamento.
Acredito que é de extrema importância com a evolução que nós
tivemos no decorrer dos tempos (Docente 3).
[...] todos nós sabemos, que o visual junto com o auditivo e a
participação dos próprios alunos faz com que eles tenham um
melhor entendimento do que está sendo abordado em sala
(Docente 5).
Ao se referir às aulas expositivas, Libâneo (1994), afirma que, os
58
conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas, explicadas ou
demonstradas pelo professor e a atividade dos alunos é receptiva, embora não
necessariamente passiva. Diz também, que o método expositivo é bastante
utilizado nas escolas, apesar das críticas, principalmente por não levar em conta o
princípio da atividade do aluno e que apesar desta limitação, é um importante
meio de obter conhecimentos.
Entre as formas de exposição, menciona a exposição verbal, a
demonstração, a ilustração e a exemplificação. Essas formas, segundo o autor,
em geral, podem ser conjugadas com o uso de ferramentas como o data show,
por exemplo, possibilitando o enriquecimento da aula expositiva.
[...] A tecnologia melhor utilizada hoje seria a tecnologia
audiovisual, não só através do data show, mas através de
programas de educacionais em relação matéria específica a
principal tecnologia hoje é buscar o conhecimento anterior,
reformular e tentar levar uma nova visão sobre aquele assunto,
novo aprender um novo olhar sobre o mesmo assunto
(Docente 7).
As tecnologias da informação e comunicação podem contribuir
significativamente nesse contexto, cabendo ao professor conhecer e avaliar o
potencial das diversas mídias ao seu alcance e oportunizar o uso consciente por
seus alunos, com o objetivo de envolvê-los e apoiá-los na construção do
conhecimento, onde podemos observar nas falas dos discentes a seguir:
[...]. O Data show com a interação do professor ajuda a
compreender e entender mais o assunto, com uso de imagens
e vídeos ilustrativos. (Discente 10) Fragmentos do diário de
campo
[...] Dinâmicas de grupo, internet, data show. Porque eu acho
que com essas tecnologias o aprendizado se torna mais fácil e
mais prazeroso. (Discente 11) Fragmento do diário de campo
59
Penso que, queiramos ou não, a escola arcaica está em processo de
extinção; o modelo escolar conteudista, baseado na linearidade expositiva do
professor, na obediência cega e na rígida disciplina do aluno, deixa de existir a
partir dos novos preceitos da veducação, do uso de novas ferramentas. Por isto,
faz-se necessário mudar, atualizar os conhecimentos, porém percebemos que
nem sempre efetivamos esta mudança, pois implica em alteração nos hábitos,
costumes, valores, entre outros (VALENTE, 2005).
[...] Estamos na era digital, precisamos acompanhar os
avanços tecnológicos. Pensando em inovar, passei a utilizar a
internet. Montei um grupo no Facebook, onde ali posso
compartilhar vídeos, fotos, links de artigos científicos, programa
3D para o acesso aos atlas anatômicos, jogos científicos e etc.
(Docente 9).
Mudar é uma tarefa difícil, sem dúvida, porque exige um investimento de
energia física, mental, emocional e financeiro, e nem sempre o docente consegue
arcar com os cursos de aprimoramento, congressos ou outros, que lhe seriam
necessários.
Segundo Moran, “cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de
integrar as várias tecnologias e os muitos procedimentos metodológicos”. Mas
também, é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de
comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemáticas.
(MORAN, 2000)
Os professores encontram dificuldades relacionadas ao tempo que nem
sempre estão de acordo com seus planejamentos. Porém, acredita-se que o
docente não deva permitir que essas questões o impeçam de atualizar-se, pois
quem não acompanhar essa mudança, ficará em descompasso com a evolução
que estamos vivenciando na atualidade.
Essas reflexões nos remetem à questão de que mudar, em educação
pressupõe incluir-se como pessoa, assumir os riscos da mudança, para poder
desfrutar o prazer de também aprender. E neste sentido, acredito que vale a pena
um investimento pessoal por parte do professor, pois à medida que ascende, ele
encontrará melhores oportunidades de agir.
60
Ainda, de acordo com o autor supracitado, “haverá uma integração maior
das tecnologias e das metodologias de trabalhar com o oral, a escrita e o
audiovisual”. Não precisaremos abandonar as formas já conhecidas pelas
tecnologias telemáticas, só porque estão na moda. Integraremos as tecnologias
novas e as já conhecidas. Iremos utilizá-las como mediação facilitadora do
processo de ensinar e aprender “participativamente”. É necessário uma nova
postura do professor, renovando sua prática pedagógica. Ratificando a fala desse
autor, trago depoimentos:
[...] Acho que das funções dessas tecnologias, o principal é
promover continuidade da formação buscando sempre motivar
o acadêmico a construir a sua formação do modo mais positivo
possível (Docente 6).
[...] A principal tecnologia hoje é buscar o conhecimento
anterior, reformular e tentar levar uma nova visão sobre aquele
assunto novo, aprender um novo olhar sobre o mesmo assunto
[...]
No decorrer da graduação, existem situações que podem incentivar o futuro
enfermeiro para o ensino, como por exemplo: a atuação do aluno de Enfermagem
como monitor de disciplinas, ou na realização de palestras durante o ensino
clinico. Não existe um foco determinado para ensinar.
Outro fator determinante para o aluno são os professores, que acabam
despertando essa vontade no discente durante a graduação, e a forma como esse
docente ensina, acrescenta e muito nas escolhas dos discentes.
Quando lançamos mão de outras ferramentas para tornar o aprendizado
mais fácil, isto faz com que o aluno desperte o interesse, porque em alguns
momentos utilizamos determinados métodos onde não temos o feed back do
acadêmico. É preciso estar sempre inovando, repensando; podemos ministrar a
mesma disciplina, ou seja, o mesmo conteúdo, onde teoricamente seria a mesma
aula, porém, nunca ministrada de forma igual: sempre estaremos acrescentando
algo a mais.
61
Nesse contexto, certamente não podemos desprezar o conhecimento
teórico-prático, pois compõe um importante fator para embasar o ensino, visto que
o enfermeiro necessita expor exemplos ocorridos na sua vivência prática para
contextualizar esse ensino. Mas é preciso evidenciar que para ensinar, faz-se
necessário que o enfermeiro tenha conhecimentos didáticos.
Em decorrência disto, vejamos a seguir, o que foi relatado quanto às
preocupações relativas ao direcionamento do uso das tecnologias motivadoras da
aprendizagem, na próxima categoria:
3ª Categoria: Visão progressista: O uso de TEs motivadoras na formação do
enfermeiro.
Na terceira categoria, continuei utilizando os dados emergentes dos
depoimentos e das observações participantes desenvolvidas no espaço - sala de
aula – referentes a cada um dos participantes do estudo, buscando evidenciar as
tecnologias motivadoras mais utilizadas, e o reflexo destas na prática pedagógica
do docente. Para embasar esse pensamento, destaco os seguintes depoimentos:
[...] Entendo que a TE é uma ferramenta para aprimorar o
ensino. Seria utilizar a tecnologia a favor da educação, para
facilitar o ensino-aprendizagem e assim promover um acesso
melhor à informação. Acredito também que essa informação
chegue de forma mais empolgante e interessante para o aluno,
estimulando-o a querer buscar mais. (Docente 9)
[...] Uma das ferramentas que eu passei a utilizar foi a internet.
Montei um grupo no Facebook, onde ali posso compartilhar
vídeos, fotos, links de artigos científicos, programa 3D para o
acesso aos atlas anatômicos, jogos científicos [...] (Docente 9).
[...] TES tornam as aulas mais interessantes: o aluno consegue
inserir recursos do computador, celular , tablets... meios que
ele já utiliza no dia-a-dia para entretenimento, agora voltados
para a formação educacional (Docente 11).
62
Nestes depoimentos, percebi a preocupação que os docentes têm em
incentivar a participação dos alunos no processo de construção do conhecimento,
partindo da própria realidade. Verifiquei a preocupação em partir da própria
realidade do aluno, transformando e retornando à mesma realidade, através do
uso de tecnologias que já fazem parte do cotidiano dos discentes.
Observei que os docentes percebem a importância da necessidade de
utilizarem novos métodos de ensino em suas aulas, no sentido de motivar o
ensino, tornando-o mais prazeroso e eficaz, embora reconheçam que não tiveram
a oportunidade de vivenciar isto durante a sua própria formação, principalmente
os que têm muitos anos de atuação no ensino.
Moran (1998) considera que o ensino que lança mão de novas mídias
deveria questionar as relações convencionais entre professores e alunos. Para
tanto, define o perfil desse professor – ser aberto, humano, valorizar a busca, o
estímulo, o apoio e ser capaz de estabelecer formas democráticas de pesquisa e
comunicação. Podemos observar na fala a seguir:
[...] Internet (computador) leva o aluno a lugares aonde,
talvez, ele jamais chegaria, ou não tão rapidamente,
estimulando assim a buscar mais informações de maneira
mais empolgante e interessante. Na minha época, não
tínhamos nada disso (Docente 9)
Hoje necessitamos nos atualizar para uma relação de horizontalidade, em
que ambos, professor e aluno, trazem seus conhecimentos próprios e realizam
uma troca desses conhecimentos, no sentido incentivar o aluno na construção do
seu saber.
[...] O principal é promover a continuidade da formação
buscando sempre motivar o acadêmico a construir a sua
formação do modo mais positivo possível.
À medida que o próprio professor toma consciência da importância desse
processo de troca de experiências com o aluno, e se coloca não como um
transmissor de conhecimentos, mas como um orientador, valorizando a
63
participação de todos os envolvidos nesse processo, poderemos chegar à
efetivação de uma aprendizagem que contribua para a transformação da
realidade em que vivemos.
Freire (2013) em seu livro intitulado “pedagogia do oprimido”, faz uma
analogia da educação com vasilhas que vão se enchendo de informações e
transferidas pelos educadores aos educandos. Quanto mais vasilhas se enchem,
mais os educandos estão guardando informações, ou seja, somente o professor
detém o saber e está ali para transmiti-lo. Por outro lado, podemos observar na
fala a seguir, que alguns vêm trabalhando novos métodos de ensino, com isso
favorecendo o aprendizado do aluno.
[...] Uso bastante nas aulas práticas a evocação livre,
fazendo com que os alunos, através dos temas inicialmente
abordados, falem a respeito deles sobre as suas
concepções para que, a partir daí, eu possa trazer as suas
orientações pertinentes. Como eu gosto de falar em saúde
pública sobre determinantes de saúde, eu gosto de falar
sobre certas condições de saúde característica da
população para poder, a partir desse texto, discutir
determinantes sociais de saúde (Docente 6)
Em sua obra “A Educação do Futuro e o Futuro da Educação”, Demo
(2005) diz que a educação tem relação forte com a construção da autonomia das
pessoas e sociedade. Por meio de processos educacionais bem formulados e
praticados, é possível contribuir para que a população se qualifique cada vez mais
para a democracia, especialmente à medida que souber pensar em sentido crítico
e propositivo.
Do ponto de vista metodológico, procura-se fazer com que a construção
do conhecimento seja desenvolvida de forma coletiva e participativa. Assim, há
espaço para que o grupo coopere na definição de objetivos e de conteúdos
programáticos. As atividades são orientadas de forma dinâmica e com ampla
participação de todos. A relação educador-educando é horizontal e dialógica; isto
é, os sujeitos do processo de conhecimento se encontram mediatizados pelo
objeto a ser conhecido. Entretanto o professor não se exclui; permanece vigilante
e responsável pela coordenação e orientação dos trabalhos.
64
[...] Ao iniciar um assunto novo, a docente começou
perguntando o que os alunos entendiam sobre aquela
tecnologia, deixando-os à vontade para elaborarem as
respostas. Era uma aula prática sobre preparo e administração
de medicamentos. O docente pediu para os alunos elaborarem
uma lista mostrando os erros que apreciam no cenário
montado para a prática, e a seguir, foi pesquisando junto com
os alunos, corrigindo os erros, trabalhando a evocação livre,
tornando a aula mais participativa. (Observação de aula –
Docente 6).
LIBÂNEO (2007,) afirma que: “o grande objetivo das escolas é a
aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a
melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Podemos ratificar na fala a seguir:
[...] “O docente” iniciou a aula falando sobre ética. Com as
carteiras disponibilizadas em circulo, solicitou que os alunos
falassem sobre os seus “medos”, e a partir daí surgiu um
debate intenso sobre várias situações do cotidiano dos alunos
e do cotidiano da Enfermagem. A partir desse contexto, o
docente foi inserindo as questões relativas ao código de
Deontologia da Enfermagem, trazendo vários assuntos para a
discussão, tais como: eutanásia, homicídios, trabalho em
equipe, direitos e deveres, tomadas de decisões, dentre outros,
fazendo um movimento positivo, porque o aluno se envolve, a
aula não fica cansativa e ele consegue apreender muito mais.
(Observação de aula – Docente 12).
Refletindo sobre as situações observadas, penso que trabalhar a realidade
do aluno, requer que o docente desenvolva uma habilidade maior para orientá-lo
na construção, reflexão e análise, a partir das próprias percepções iniciais dessa
realidade, estimulando a participação, a contextualização e a busca de respostas.
Fica claro na descrição das situações observadas, um movimento dos
docentes no sentido de “olhar” para o aluno como parte integrante da construção
65
pedagógica, trazendo a sua própria realidade de forma contextualizada, num
sentido de transformação, onde ambos, professor e aluno descobrem o “aprender
a aprender” que aparece como um dos pilares da educação, trazido pelo relatório
Delors (1998) e destaca-se no depoimento a seguir:
[...] É a capacidade de o professor utilizar diversos meios
principalmente meios audiovisuais, como o programa de
software para ajudar o aluno a aprender a aprender. A função
das tecnologias de hoje é ensinar a aprender a aprender.
(Docente 7)
Enquanto docente, sou solidária às preocupações dos meus colegas quanto
à expectativa de encontrar meios viáveis para melhorar a qualidade do ensino, e
percebo também o quanto é importante e necessário conhecer novos métodos de
ensino, enfatizando o que se pretende atingir na formação do Enfermeiro, visto a
importância da formação de um profissional crítico e reflexivo para atuar de forma
competente na assistência ao cliente na área da saúde. Sob este prisma,
concordo com Gil (1997), quando nos diz que “o professor deverá ter certeza se a
estratégia escolhida é adequada à clientela, assim como aos objetivos a
alcançar”.
Neste contexto, trago a seguinte fala:
[...] uso muito as aulas expositivas dialógicas que levam a
um diálogo e uma crítica por parte do acadêmico e do
docente. Uso bastante nas aulas práticas a evocação
livre, fazendo com que os alunos, através dos temas
inicialmente abordados, falem a respeito deles sobre as
suas concepções para que a partir daí eu possa trazer as
suas orientações pertinentes [...] (Docente 6)
Moran diz que “somente podemos educar para a autonomia, para a
liberdade com processos fundamentalmente participativos, interativos,
libertadores, que respeitem as diferenças, que incentivem, que apoiem orientados
por pessoas e organizações livres” (MORAN, 2000).
66
Corroborando com a fala do autor, penso que um aprendizado rico não é
unilateral, onde só o professor fala e o aluno acata, mas podemos ter a vantagem
de uma riquíssima educação através da troca de informações, experiências,
vivências, tornando assim uma aprendizagem recíproca entre professor e aluno.
[...] Aula expositiva dialógica junto com a imagem (data show),
ele consegue mergulhar nesse mundo de forma mais interativa
e assim, com certeza, consegue assimilar melhor o conteúdo.
(Docente 4)
[...] O aluno consegue participar, dar a sua opinião em relação
ao que está sendo abordado em sala, o que o professor está
tentando explicar. [...] (Docente 5).
A visão arcaica da educação deve dar lugar à visão inovadora e criativa,
que fomenta a curiosidade dos estudantes e a mudança das estratégias de
ensino-aprendizagem, que englobam tecnologias educacionais participativas, que
suscitam o interesse do discente para que o processo-ensino aprendizagem
aconteça de forma prazerosa e compartilhada, conforme afirma o autor a seguir.
“Todo processo de aprendizagem requer a condição de sujeito
participativo, envolvido, motivado, na posição ativa de desconstrução e
reconstrução de conhecimento e informação, jamais passiva, consumista,
submissa.” (DEMO, 2008) O projeto coletivo com proposta de educação
organizada levará a práticas pedagógicas colaborativas, flexíveis e dinâmicas,
respeitando as relações de aprendizagem que tornam o sujeito um ser ativo no
seu processo de formação.
Para as escolas e educadores, a necessidade criada pelo uso da TIC, é
saber como aplicar todo o potencial existente no sistema educacional,
especialmente nos seus componentes pedagógicos e processos de ensino e de
aprendizagem. Moran discute que, “ensinar com as novas mídias será uma
revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do
ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário,
conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial”.
(MORAN, 2000)
67
6 - OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO
ENSINO SUPERIOR: O PRODUTO
Este capítulo da pesquisa apresenta o produto desta dissertação: uma
proposta de construção de uma oficina pedagógica sobre Tecnologias
Educacionais no ensino superior. A criação deste produto compõe uma das
exigências do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde: Formação Docente
Interdisciplinar para o SUS, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa
pela Universidade Federal Fluminense.
Segundo a Portaria n° 080, de 16 de dezembro de 1998, o Mestrado
Profissional possui como necessidade da formação a elaboração de novas
técnicas e processos, ou seja, construir e aperfeiçoar produtos que habilitem o
mestre profissional a inovar o ambiente de trabalho.
Diferenciando-se do Mestrado Acadêmico, o Mestrado Profissional possui
como principal característica o incentivo ao aprimoramento dos setores
produtivos, a partir da elaboração e criação de um instrumento que solucione
problemas do ambiente de trabalho, assim como sua disponibilização.
É de grande relevância a utilização de Tecnologias Educacionais no ensino
superior, abordando a construção do conhecimento, melhorando assim o
processo ensino-aprendizagem na academia. Nesse sentido, há um crescente
interesse no uso de metodologias ativas nesse segmento do ensino. Para que
isso continue se fortalecendo, é necessário estimularmos os docentes,
provocando um olhar diferenciado sobre o processo de ensino, com o objetivo de
formarmos profissionais capacitados para atuarem em situações diversas, com
autonomia e capacidade crítica e reflexiva sobre suas decisões.
A vertente progressista da Educação defende uma relação participativa
entre educador e educando. Nessa tendência pedagógica, o educador é também
um educando, estabelecendo-se entre os dois, uma relação dialógica, aberta à
mudança. A educação é considerada como um espaço intersubjetivo, para onde
confluem múltiplas formas práticas, conceptuais, imaginárias e empáticas de
conhecimento, por meio de processos partilhados de produção de conhecimento,
entre educadores e educandos.
A ideia subjacente à concepção desta oficina é proporcionar oportunidades
68
de aprendizagem compartilhada sobre Tecnologias Educacionais, cada vez mais
úteis nas áreas de educação e saúde. Para fazer a aproximação antes de iniciar,
levei um texto para leitura, “Alunos Aprendem Melhor com Formas de Estudo
Prazerosas”.
Após a leitura do texto, teve início a oficina. No primeiro momento, foram
abordadas as principais vertentes pedagógicas (liberal e progressista) e as de
tecnologias educacionais de forma prática, mobilizando os participantes. Para isso
foram seguidas as seguintes etapas:
a) Solicitou-se que os professores se colocassem em roda criando uma maior
aproximação entre as diferentes disciplinas.
Realizou-se a Dinâmica do ovo: Foi explicado como seria desenvolvida a
dinâmica e qual a sua finalidade, oportunizando maior conhecimento de si e
facilitando o relacionamento com os outros. A dinâmica se deu da seguinte forma:
foi colocada uma argola onde coubesse um ovo centralizado. O ovo no centro
significava atingir o objetivo do estudo e a importância de se conseguir
desenvolver uma metodologia participativa de forma lúdica; Para que
pudéssemos transportar o ovo de um ambiente para o outro, foi necessário o uso
de um argola, que foi envolvida por fitas coloridas, deixando espaços para que os
docentes conseguissem segurar.
b) Os docentes caminharam de um espaço para o outro segurando o ovo na
argola por meio de fios de linha. Na chegada à sala de aula, onde aconteceria a
discussão, os docentes explicitaram os seus conhecimentos acerca da
mensagem contida nessa dinâmica participativa. Os professores relataram ter
gostado da dinâmica, a qual que fez com que repensassem suas atitudes em sala
de aula. Outro fato que também chamou a atenção do grupo foi o texto levado
para a leitura, que, segundo os participantes, trouxe um novo olhar sobre a prática
de ensino.
c) Desenhar uma tecnologia educacional participativa dentro do seu campo de
interesse ou disciplina. Nesse momento, foi solicitado que os docentes se
agrupassem para que pudessem discutir qual tecnologia caberia na sua disciplina
em questão.
d) Refletir sobre a repercussão de um ensino participativo na formação do
aluno. As informações sobre “o que levo” e “o que eu partilho”, foram escritas em
69
coração, desenhado em cartolina colorida, onde os corações significam
amorosidade, aspecto importante na visão freireana. Após a escrita, os corações
foram colados em tubetes de tinta e colados em um tabuleiro.
As figuras seguintes representam o instrumento que foi utilizado para a
realização da Dinâmica de interação, destacando a importância de se trabalhar
em equipe, e que foi confeccionado a partir dos seguintes materiais: cartolina
colorida, fitas coloridas, cola, tesoura, tubetes de tintas, tabuleiro e caneta. No
tabuleiro foram colocados os tubetes com durex, onde em seguida, foram colados
os corações desenhados em cartolina com a avaliação da dinâmica pelos
docentes sobre “o que levo e o que partilho”.
A ideia para a realização da dinâmica do ovo foi trazida pela professora Vera
após participar de um congresso em Portugal sobre metodologias ativas, e uma
das formas de trabalhar a interação entre os docentes era através da dinâmica.
O papel desta dinâmica é levar à troca de informações pelos docentes,
levantando situações vividas no seu cotidiano, fazendo uma reflexão mútua entre
educandos e educados, discutir as metodologias utilizadas em sala de aula e a
partir daí, criar uma tecnologia educacional participativa, de acordo com sua
prática docente.
Desse modo, esta tecnologia educacional da dinâmica de interação
(Dinâmica do ovo) poderá ser reaplicada em outros estudos e em outras
situações no interior do ambiente universitário da área da saúde e da
Enfermagem, para abordar novos métodos de ensino. Além disso, poderá ser
utilizada por profissionais da área de educação em saúde em outros cenários.
Portanto, sugere-se que esta tecnologia educacional seja reaplicada pelos
docentes durante a formação do graduando da UNESA, em disciplinas
curriculares relacionadas às disciplinas da área de conhecimento de Enfermagem
70
em saúde, nas disciplinas diversas.
QUADRO I- FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO COM OS ACHADOS DA
OFICINA REALIZADA COM OS DOCENTES.
O que eu levo O que eu partilho
Após uma aula mais interativa eu levo
uma maior capacidade de improvisação
baseada nos meus conhecimentos.
Eu partilho as minhas experiências e
vivências para acrescentar no
aprendizado do aluno.
Levo aprendizado Partilho experiências
Levo troca de experiências Partilho aprendizado significativo
Levo a proposta do debate da questão A construção conceitual
Levo sonhos e crescimento Partilho formas de conhecimento
Além do conteúdo proposto, a ideia é
levar uma metodologia que seja mais
atrativa para o aluno.
Partilho uma experiência mais
significativa para o aluno e que o ajude a
fixar e aplicar melhor o conteúdo de
aula.
Levo diferentes vivências e experiências;
Perspectivas diferentes, baseadas nas
interpretações dos alunos; estímulo o
crescimento constante e a formulação
de dúvidas.
Partilho liberdade de discussão; minhas
experiências e conceitos; minhas críticas
e posicionamentos, estímulos à melhora
contínua.
Levo conteúdo programático;
experiências de vida e as dúvidas que
apareceram em encontros anteriores.
Partilho a dúvida do aluno e alguma
experiência que o aluno coloca em sala.
É preciso colocar as atividades de sala de aula cada vez mais dinâmicas e
atualizadas, com nível de qualidade mais avançado, atendendo às demandas de
um mundo cada vez mais exigente da formação crítico social de seus alunos,
estes que estão cada vez mais “multimídia”, necessitando vivenciar aquilo mais
ativamente; sentir que faz parte do processo de ensino aprendizagem.
Após a discussão realizada entre os professores, surgiram as seguintes
sugestões de uso de outras tecnologias:
71
1- Técnica de evocação livre, com exposição de experiências, sem dependência de
ferramentas ou recursos físicos.
2- WhatsApp: usando o smartphone para conectar um grupo de alunos a partir da
formação de um grupo de estudos e usar uma situação problema. O problema
principal é:
A) como organizar a melhor forma de compartilhar os documentos que auxiliará
na resolução da situação problema.
B) O problema secundário: Como estimular o aluno a interagir com o colega de
forma a ativa e com o próprio mediador (professor).
72
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos do estudo foram alcançados, uma vez que foi possível conhecer
a percepção dos discentes e docentes da UNESA, a cerca do uso das
Tecnologias Educacionais e o impacto que esta exerce sobre a formação do
enfermeiro, mostrando que os objetivos propostos como, aprimorar, descrever,
analisar e a realização de oficina foram atingidos, através dos relatos dos
docentes e discentes durante as entrevistas e oficinas.
Na visão de discentes e docentes do Curso de Enfermagem da Universidade
Estácio de Sá/ campus Nova Iguaçu, é de extrema relevância o uso de
Tecnologias Educacionais como dinamizadoras do processo ensino-
aprendizagem, possibilitando aos estudantes o desenvolvimento de habilidades,
despertando cada vez mais o interesse em sala de aula.
Os resultados apontam que alguns discentes apresentam resistência a
novas formas de aprendizagem, porque para eles o professor não quer dar aula e
por isso está fazendo uso de um determinado método. Esse fato foi observado
durante a realização da oficina sobre a leitura do livro UMA PROFESSORA
MUITO MALUQUINHA, onde parte dos discentes concordou com o método
utilizado pela professora, mas destacaram que não gostariam que os seus filhos
fossem educados daquela forma.
Evidenciou-se a importância da vivência prática pelos docentes e discentes
a cerca do uso das TEs. O uso de ferramentas distintas acarreta melhoria na
aprendizagem, principalmente pela possibilidade de articulação dos conteúdos
teóricos apreendidos durante as aulas. Tais resultados se devem ao fato de ser
no cotidiano de formação que vão surgindo transformações e surgindo a
necessidade de mudanças, onde o modelo hegemônico “dar aula” não basta,
levando a pensar em outro paradigma como o “fazer aula” com a participação dos
discentes.
O uso de Tecnologias Educacionais é visto como estratégia que aprofunda
conhecimentos específicos, com o objetivo de tornar cada vez mais dinâmica a
pratica de ensino. Acrescenta-se ainda a necessidade de um novo olhar dos
discentes e docentes para o emprego de determinadas ferramentas, uma vez
que, acabam não sendo bem aceitas pelos discentes. É importante ressaltar a
necessidade de mudanças nas metodologias aplicadas nas salas de aula, que por
73
vezes pode parecer mais complexo, exigindo maior conhecimento por parte do
docente.
Deste modo, as TEs como dinamizadoras da aprendizagem favorecem o
desenvolvimento de formadores de opinião, ou seja, os discentes se tornam
protagonistas do seu próprio conhecimento, deixando de ser mero receptor e
participando da sua construção. É importante considerar os aspectos de ordem
subjetiva, no que concerne ao tempo de aprendizagem de cada discente.
Desta forma, como relatado pelos participantes da pesquisa, as TEs
contribuem para o desenvolvimento e aplicabilidade de diversas ferramentas,
pensando sempre nas características de cada discente, pois nem sempre o que
favorece para um grupo, irá favorecer o outro.
Diante do exposto, penso que os docentes deveriam estar mais
preocupados em formar profissionais com capacidade crítica e reflexiva, para
atuarem num país de extrema desigualdade social. Nesse sentido, a qualificação
docente é fundamental, pois favorece o aprofundamento de alguns conteúdos e
oportunidade de novos aprendizados. Tal iniciativa deve ser estimulada pelos
empregadores institucionais, como faz a própria instituição-cenário da pesquisa.
Considero que a investigação realizada não tem caráter conclusivo, visto que
o momento é repleto de transformações que vão além da compreensão de todos
os envolvidos (professor, aluno, pais de alunos, diretores, coordenadores).
Para isso, foram identificadas as principais tecnologias educacionais
utilizadas pelos docentes, na formação do enfermeiro. Ficou evidente que os
docentes que participaram do estudo estão atentos quanto à importância do uso
de outras formas de ensino que favoreçam à aprendizagem do aluno, e também
quanto à importância de se manterem atualizados e permanecerem estudando,
num processo de formação contínua, para desenvolverem as suas próprias
tecnologias e realizarem um ensino novo, com base no pensamento crítico e
reflexivo, no sentido de tornarem seus alunos protagonistas do seu próprio
conhecimento.
Foi gratificante perceber que os professores têm consciência de que a
prática de ensino não pode ocorrer somente por meio de aulas expositivas. É
preciso fomentar a consciência crítica de profissionais voltados para um mercado
de trabalho cada vez mais exigente, principalmente no que se refere aos bens
74
básicos de saúde. Atualmente, os enfermeiros precisam ser capazes de discutir
de forma ampla a saúde e o cuidado da população.
Outro aspecto relevante foi a necessidade da formação permanente do
enfermeiro/docente, que deve buscar novos recursos, se aprimorar cada vez
mais, levando o conhecimento para a academia para discutir com os discentes.
Chamou atenção, também, a percepção de um depoente quanto à
importância do uso da tecnologia pelo docente como forma de trabalhar
estrategicamente. Essa é uma visão mais ampla, que reconhece a necessidade
de competência técnica para lidar com os equipamentos, de entender como
funcionam as redes de relações, bem como a capacidade de obter e usar
informações. Nos dias de hoje exige-se um profissional atualizado, crítico e
reflexivo com formação questionadora, que dê um novo sentido para o processo
educativo.
Ficou claro que outros estudos são necessários, no sentido de acompanhar
a evolução do uso de tecnologias educacionais participativas pelo
enfermeiro/docente no ensino, facilitando a aprendizagem.
Torna-se nítido e imprescindível que tanto o enfermeiro quanto o docente
busquem atualizar-se continuamente; não apenas por meio de cursos, mas
também pela leitura de livros e artigos, com temas relacionados à educação e às
mudanças que ocorrem a nível mundial. Tais profissionais devem conhecer a
legislação educacional, envolvendo-se com a pesquisa, elaborando artigos de
interesse, participando de eventos como seminários, congressos e palestras, com
vistas ao entendimento da realidade social e à construção de uma prática
compromissada com a edificação de uma nova sociedade, buscando novas
metodologias de ensino, tornando a sala de aula mais prazerosa.
É necessária a existência de um espaço de discussão a ser utilizado pelos
docentes, para que possam trocar suas vivências, experiências, visto que existe
uma tensão entre o velho e o novo no mesmo espaço.
Chamou atenção o fato de que o discente, por falta de conhecimento, tem
dificuldades em aceitar outras tecnologias educacionais, além das tradicionais
aulas expositivas. Assim, torna-se válida a criação de ambientes para exposição
de ideias, opiniões e contradições, com vistas à superação, num movimento de
mudança, ampliando o uso das tecnologias educacionais participativas.
75
8. REFERÊNCIAS
_____, Pedro. A Educação do Futuro e o Futuro da Educação. São Paulo:
Autores Associados LTDA, 2005.
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ZABALA, Antoni. 1998. A prática Educativa. Porto Alegre 1998.
82
9.1. APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (DISCENTE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título do Projeto: Tecnologias educacionais na graduação de enfermagem: Um
Facilitador da Aprendizagem?
Pesquisador Responsável: Marlene Vitorino Florêncio
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Rua Dr. Celestino, 94.
Centro, Niterói/RJ. Telefones para contato: (21) 99764275 - (21) UFF -
(21) 88108061.
CEP/UFF- Comitê de Ética em Pesquisa- Rua Marquês do Paraná, 303. Niterói/ Rio
de Janeiro - RJ / CEP: 24030-210. Tel. (21) 2629-9189.
Nome do voluntário: ___________________________________________________
Idade: _____________ anos R.G. __________________________
O (A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa
“Tecnologias educacionais na graduação de enfermagem: Um Facilitador da
Aprendizagem?”, de responsabilidade do pesquisador : Marlene Vitorino Florêncio.
Você foi selecionado por ser Docente de Enfermagem da Universidade Estácio de
Sá (UNESA) instituição coparticipava da pesquisa. Sua participação não é
obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o
pesquisador ou com a instituição. Os objetivos principais deste estudo são:
Descrever as principais TEs utilizadas pelos docentes nas aulas no ensino de
graduação desta IEs; analisar a função das tecnologias educacionais, segundo
os participantes da pesquisa; discutir o uso de outras tecnologias
educacionais na formação dos Enfermeiros; realizar uma oficina com docentes
83
e discentes, considerando o uso de TEs na perspectiva profissional das ações
do cuidado. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas
durante a oficina. Esta pesquisa não oferecerá riscos de qualquer natureza aos seus
participantes. Os benefícios relacionados com a sua participação nesta pesquisa
poderão ser: Estimular o aprimoramento docente transformações no modelo de
ensino da instituição coparticipava através da inserção de outras tecnologias
educacionais, favorecendo o ensino-aprendizagem dos futuros profissionais
enfermeiros. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e
asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados da pesquisa podem vir a ser
publicados/divulgados, mas será garantido o sigilo e o anonimato dos participantes.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço
institucional do pesquisador principal e do CEP, podendo tirar suas dúvidas sobre o
projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento, além de recusar a dar
informações que julgue prejudiciais a sua pessoa, solicitar a não inclusão em
documentos de quaisquer informações que já tenha fornecido e desistir, a qualquer
momento, de participar da pesquisa.
Eu________________________________________, RG nº ___________________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Niterói, _____ de ____________ de _______
_______________________________________________________________
Nome e assinatura do participante
______________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
________________________ ________________________
Testemunha Testemunha
Marlene Vitorino Florêncio Vera Maria Saboia
(Pesquisadora) (Orientadora)
Celular: (21) 98859-8499 Celular: (21) 99976-4275
E-mail: vitorinoflorencio@gmail.com E-mail: verasaboia@uol.com.br
84
9.2 APÊNDICE II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (DOCENTE)
Dados de identificação
Título do Projeto: Tecnologias educacionais na graduação de enfermagem: Um
Facilitador da Aprendizagem?
Pesquisador Responsável: Marlene Vitorino Florêncio
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense. Rua Dr. Celestino, 94.
Centro, Niterói/RJ. Telefones para contato: (21) 9885-98499; (21) 3489-1391.
CEP/UFF- Comitê de Ética em Pesquisa- Rua Marquês do Paraná, 303.Niterói/ Rio
de Janeiro - RJ / CEP: 24030-210. Tel. (21) 2629-9189.
Nome do voluntário:
____________________________________________________
Idade: _____________ anos R.G. __________________________
O (A) Sr. (ª) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa
“Tecnologias educacionais na graduação de enfermagem: Um Facilitador da
Aprendizagem?”, de responsabilidade do pesquisador: Marlene Vitorino Florêncio.
Você foi selecionado por ser docente do curso de enfermagem da Universidade
Estácio de Sá (UNESA) instituição coparticipava da pesquisa. Sua participação não
é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o
pesquisador ou com a instituição. Os objetivos principais deste estudo são:
Descrever as principais TEs utilizadas pelos docentes nas aulas no ensino de
graduação desta IEs; analisar a função das tecnologias educacionais, segundo
os participantes da pesquisa; discutir o uso de outras tecnologias
educacionais na formação dos Enfermeiros; realizar uma oficina com docentes
e discentes, considerando o uso de TEs na perspectiva profissional das ações
do cuidado. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas
85
do questionário. Esta pesquisa não oferecerá riscos de qualquer natureza aos seus
participantes. Os benefícios relacionados com a sua participação nesta pesquisa
poderão ser: Aprimoramento docente, fomentar a reflexão e a crítica docente
levando a um agir transformador. As informações obtidas através dessa pesquisa
serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados da
pesquisa podem vir a ser publicados/divulgados, mas será garantido o sigilo e o
anonimato dos participantes. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o
telefone e o endereço institucional do pesquisador principal e do CEP, podendo tirar
suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento,
além, de recusar a dar informações que julgue prejudiciais a sua pessoa, solicitar a
não inclusão em documentos de quaisquer informações que já tenha fornecido e
desistir, a qualquer momento, de participar da pesquisa.
Eu________________________________________, RG nº
_____________________ declaro ter sido informado e concordo em participar,
como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Niterói, _____ de ____________ de _________.
_______________________________________________________________
Nome e assinatura do participante
_______________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
_____________________________ _____________________________
Testemunha Testemunha
Marlene Vitorino Florêncio Vera Maria Saboia
(Pesquisadora) (Orientadora)
Celular: (21) 98859-8499 Celular: (21) 99976-4275
E-mail: vitorinoflorencio@gmail.com E-mail: verasaboia@uol.com.br
86
9.3 APÊNDICE III
Solicitação para realização da pesquisa
Rio de Janeiro, 17 de março de 2014.
Ao Comitê de Ética da Universidade Estácio de Sá - UNESA
Assunto: Solicitação para Apreciação de projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética
Prezado (s) Senhor (es):
Apresento o projeto de pesquisa intitulado: TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: um facilitador da aprendizagem? De autoria de
Marlene Vitorino Florêncio, aluna regularmente matriculada no Curso de Pós-graduação
Stricto Senso Profissional em Ensino na Saúde, da Universidade Federal Fluminense, para
apreciação pelo Comitê de Ética desta instituição, onde se deseja coletar dados para a
realização do referido estudo.
Tipo de pesquisa: Abordagem qualitativa do tipo descritiva
Instrumento de coleta de dados utilizado: Entrevista semiestruturada
Período de coleta de dados: Junho a setembro de 2014.
Local: Campus Nova Iguaçu - Curso de Enfermagem
Auxílio Financeiro: Não se aplica
Solicitação:
( ) Autorização para coleta de dados
( ) Autorização para divulgação do nome da instituição
Certas de contarmos com a colaboração de V. Sª.
Professor Orientador: Prof.ª. Dr.ª Vera Maria Sabóia- Professora Titular do Núcleo
Fundamentos em Enfermagem da Universidade Federal Fluminense.
Atenciosamente, ________________________________________________________
________Enf. Marlene Vitorino Florêncio
Tel.: (21) 3659-1031; Cel: (21) 98859-8499; E-mail: vitorinoflorencio@bol.com.br
87
9.4 APÊNDICE IV
Entrevista semiestruturada com docentes:
1- Na sua concepção o que é uma TE Participativa?
2- Quais as principais TEs que você utiliza nas suas aulas?
3- Qual a função das TEs no processo ensino-aprendizagem?
88
9.5 APÊNDICE V
Entrevista semiestruturada com discente:
1) O que você entende por tecnologias educacionais?
2) Quais as TEs mais utilizadas pelos professores da graduação em sala de aula?
3) Você aprova o uso de diferentes Tecnologias Educativas na sua
aprendizagem? Quais? Por quê?
4) Tendo em vista a leitura do livro, para você as tecnologias educacionais
influenciam na formação profissional? Como?
89
9.6 APÊNDICE VI
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA: DOCENTES
Data: 10/11/2014 Docente: (1)
Aula/disciplina: Anatomia do aparelho Locomotor
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com a docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, a docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos já me conhecerem
como docente da instituição, e anunciou à turma que eu estaria presente,
assistindo a aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula da professora. A aula
era sobre? Teve duração de três horas. O docente explanou o assunto com
domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos da aula de
forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de uma
sequência didática.
A turma era composta quarenta e cinco alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de Atlas
com gravuras, mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre o sistema
que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os discentes
também fizessem uso dos seus, pois assim, a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele, isso é importante para a formação, porque acaba sendo um
incentivo à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
Segundo o docente, a disciplina “Anatomia” não é muito querida pelos
alunos; para a maioria ela se torna o terror, por isso é importante criar outras
formas de aprendizagem para estimulá-los.
90
Encerrada a aula, tornamos a conversar, pois o docente queria dicas sobre
como utilizar outras tecnologias, devido ao quantitativo de alunos. Sugeri que ele
tentasse fazer nas aulas práticas, pois teria um número menor de alunos.
91
9.7 APÊNDICE VII
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 13/11/2014. Docente: (2)
Aula/disciplina: Sistematização do cuidar I
Horário: 18h50min às 22h20min horas.
Conversei com a docente às 18 horas, a fim de, antes de iniciar a aula,
aproveitarmos para fazer a entrevista. Logo a seguir, fomos para a sala de aula,
onde fui apresentada ao grupo, pois muitos já me conheciam da coordenação, me
deixando à vontade, e iniciou a aula de Medicação intravenosa. Começou
mostrando um vídeo que demonstra a técnica e foi ao mesmo tempo, sobre a
postura deles frente ao cliente durante a realização do procedimento (na turma
havia alguns técnicos de Enfermagem).
À medida que eles iam falando a docente ia passando o vídeo para que
refletissem sobre a fala do colega. A docente aproveitou a aula para voltar à
Anatomia, fazendo perguntas sobre quais as melhores veias para serem
puncionadas e onde elas se localizavam. A maioria achou estranha a pergunta da
docente e foi importante para eles entenderem que as disciplinas vão se
complementando. A partir daí, é que se partiu para a realização na prática, que foi
demonstrada pela docente, utilizando um manequim, e solicitou que dois alunos
fizessem uma demonstração de retorno. Devido ao tempo da aula haver se
esgotado, a docente solicitou que cada aluno estudasse em casa, e que daria
continuidade na próxima aula.
Ao término da aula, percebi que a docente envolve os alunos em sua
aprendizagem, o que fica explícito através da observação de sua forma de
conduzir a aula, estimulando-os a trabalharem em equipe.
92
9.8 APÊNDICE VIII
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 12/11/2014. Docente: (4)
Aula/disciplina: ANATOMIA SISTÊMICA (sistema cardiovascular)
Horário: 17h20min às 19h20min
O docente preferiu dar início à aula e fazer a entrevista no intervalo. Fui
apresentada ao grupo pelo docente e, por ser uma disciplina de primeiro período,
parte dos alunos ainda não me conhecia, mas me deixou à vontade com a turma.
Após dar início à aula, o docente explicou aos discentes que a aula seria
divida em dois momentos. Primeiro fariam o estudo do sistema cardiovascular
utilizando o mapa anatômico e em seguida iriam para o laboratório de anatomia,
onde faria apresentação do sistema utilizando peças sintéticas.
O docente fez explanação sobre o funcionamento do sistema cardiovascular
através do mapa anatômico, mostrando a sequência da pequena e da grande
circulação, sempre incentivando a participação dos alunos através de perguntas,
debatendo com eles sobre as dúvidas que surgiram.
A seguir, procedeu a demonstração do preparo das peças para
demonstração na prática.
A aula transcorreu com detalhes apurados de Anatomia e Fisiologia,
com o docente demonstrando domínio dos conhecimentos relacionados ao
conteúdo, relacionando-os, conseguindo despertar a atenção dos alunos.
Percebi também que havia um aluno no grupo que estava cursando a
disciplina pela segunda vez e apresentava uma determinada facilidade em
responder algumas perguntas feitas pelo docente.
93
9.9 APÊNDICE IX
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 04/12/2014 Docente: (5)
Aula/disciplina: Alta Complexidade /PRIMEIROS SOCORROS
Horário: 14:00 às 16:00h.
Cheguei à escola às 14 horas, conforme combinado e realizei a entrevista,
enquanto esperava que os alunos se organizassem para a simulação no pátio.
A docente me apresentou ao grupo. Todos já me conheciam, pois já haviam
sido meus alunos e deu início apresentando o assunto, através de conceitos de
primeiros socorros, falando sobre a importância do profissional de Enfermagem
conhecer os princípios básicos do atendimento.
A seguir, os discentes procederam a exposição de alguns tipos de acidentes:
fraturas expostas, acidentes de moto e mau súbito no volante, como assuntos a
serem debatidos naquele dia.
Os discentes trouxeram os assuntos a partir de conceitos e demonstrações
da atuação do profissional de Enfermagem, enfatizando as formas de agir nessas
situações, questionando os alunos, e surgiu um debate intenso, pois os alunos
tinham muitas dúvidas e contavam muitos casos conhecidos por eles, tornando a
aula bastante dinâmica, dúvidas essas que foram esclarecidas e complementadas
pelas docentes.
A docente distribuiu para os alunos uma apostila de primeiros socorros com
os conceitos e legendas, demonstrando as técnicas apresentadas e discutidas na
aula.
94
9.10 APÊNDICE X
OBSERVAÇÃO OFICINA DISCENTE:
Data: 04/12/2014. Discente
Aula/disciplina: Oficina
Horário: 10:30 às 13:00h.
Chegamos à sala de aula às 10h30min, conforme combinado com os alunos
que aguardavam ansiosos sem saber ao certo o que iria acontecer. Preparei um
café da manhã, o qual foi servido antes de iniciarmos as atividades; assim os
discentes ficariam mais descontraídos.
Tomaram café, riram, conversaram um entre si sobre diversos assuntos. Dei
o café como encerrado às 11:30, conversei com a turma, explicando como seria a
oficina, fiz uma breve apresentação da minha dissertação, dando ênfase às
tecnologias educacionais para que eles tivessem conhecimento a cerca do
assunto em questão.
Antes de darmos início à oficina, fiz a distribuição do termo de consentimento
livre e esclarecido, para que pudessem ler e assinar antes. Para a realização da
oficina, usamos o livro do Ziraldo “uma professora muito maluquinha”, onde todos
os discentes fizeram a leitura de parte do livro. Ficaram encantados e tentando se
colocar no lugar da professora, concordando com o método de ensino que a
professorinha usava, porém outros discordavam, principalmente quem já era mãe.
O objetivo da leitura do livro era para que os discentes soubessem o que
significa “Tecnologia Educacional” e a partir dessa leitura respondessem a leitura
do questionário. Após a leitura do livro, abrimos espaço para que todos
expusessem suas críticas, pensamentos, contribuições, dando ênfase às
perguntas do questionário.
Como já era de se esperar, os discentes criticaram em massa as disciplinas
online, mesmo após explicarmos sobre a dimensão que o ensino a distância vem
tomando, que as grandes universidades trabalham dessa forma e que na maioria
das vezes, a dificuldade do aluno é por falta de disciplina porque não estão
acostumados a estudarem sozinhos. Vem de uma cultura onde o que predomina
é a Educação bancária e de uma hora para a outra se deparam com o “Ensino a
Distância”, não conseguindo dar conta.
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9.11 APÊNDICE XI
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 17/11/2014 Docente: (6)
Aula/disciplina: Ensino Clínico IV (Adulto Idoso)
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com o docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, o docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre sistema cardiovascular. Teve duração de três horas. O docente explanou o
assunto com domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos
da aula de forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de
uma sequência didática. Durante a aula, alguns alunos fizeram perguntas que
levaram a algumas discussões, como o uso da Morfina na parada
cardiorrespiratória.
A turma era composta quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de
apostilas, mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre as cardiopatias
do sistema que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os
discentes também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele, isso é importante para a formação porque acaba sendo um
incentivo à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.12 APÊNDICE XII
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 23/11/2014 Docente: (7)
Aula/disciplina: Patologia
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com a docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, a docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre cascata de coagulação (Inflamação aguda e crônica). Teve duração de três
horas. A docente explanou o assunto com domínio do conteúdo teórico, fazendo a
apresentação dos objetivos da aula de forma clara. Percebi que o planejamento
da aula foi feito a partir de uma sequência didática. Durante a aula, alguns alunos
fizeram perguntas que levaram a algumas discussões, como: quais as principais
alterações ocorridas durante o processo inflamatório seja ele agudo ou crônico.
A turma era composta cinquenta e dois alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
A docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de
apostilas mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre as cardiopatias
do sistema que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os
discentes também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que a docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele isso é importante para a formação porque acaba sendo um incentivo
à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.13 APÊNDICE XIII
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 05/03/2015 Docente: (8)
Aula/disciplina: Neuroanatomia
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com o docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, o docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre sistema neurológico. Teve duração de três horas. O docente explanou o
assunto com domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos
da aula de forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de
uma sequência didática. Durante a aula, alguns alunos fizeram perguntas que
levaram a algumas discussões, sobre o sistema nervoso central.
A turma era composta quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de
apostilas, mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre as patologias do
sistema que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os
discentes também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele isso é importante para a formação porque acaba sendo um incentivo
à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.14 APÊNDICE XIV
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 05/03/2015 Docente: (9)
Aula/disciplina: Bioquímica
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com a docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, a docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre o ciclo de Krebs. Teve duração de três horas. O docente explanou o
assunto com domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos
da aula de forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de
uma sequência didática. Durante a aula, alguns alunos fizeram perguntas que
levaram a algumas discussões, alguns de certa forma mais acalorado,
demonstrando bastante dificuldade na compreensão do conteúdo.
A turma era composta quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pela
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
A docente fez uso do material didático fornecido pela instituição em forma
de apostilas mostrando do conteúdo abordado para a formação dos discentes.
Percebi que a docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele isso é importante para a formação porque acaba sendo um incentivo
à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.15 APÊNDICE XV
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 05/03/2015 Docente: (10)
Aula/disciplina: Sistematização do cuidar I (Sinais Vitais)
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com o docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, o docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre Sinais Vitais. Teve duração de três horas. O docente explanou o assunto
com domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos da aula
de forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de uma
sequência didática. Durante a aula, alguns alunos fizeram perguntas que levaram
a algumas discussões, sobre pressão arterial e respiração.
A turma era composta quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente fez uso do material didático fornecido pela instituição em forma
de apostilas mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre o conteúdo
que estava sendo abordado naquele momento e pediu para que os discentes
também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele isso é importante para a formação porque acaba sendo um incentivo
à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.16 APÊNDICE XVI
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 05/03/2015 Docente: (11)
Aula/disciplina: Ensino clínico III (Exame físico)
Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com o docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos à sala de aula; Ao chegarmos, o docente me
apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me conhecerem como
docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria presente, assistindo à
aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade, pois já nos
conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor. A aula foi
sobre exame físico. Teve duração de três horas. O docente explanou o assunto
com domínio do conteúdo teórico, fazendo a apresentação dos objetivos da aula
de forma clara. Percebi que o planejamento da aula foi feito a partir de uma
sequência didática. Durante a aula, alguns alunos fizeram perguntas que levaram
a algumas discussões, sobre ausculta cardíaca, querendo saber qual a diferença
da criança para o adulto, quanto ao valor da frequência cardíaca por minuto.
A turma era composta quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de
apostilas mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre as patologias do
sistema que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os
discentes também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele isso é importante para a formação porque acaba sendo um incentivo
à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.
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9.17 APÊNDICE XVII
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA:
Data: 05/03/2015 Docente: (12)
Aula/disciplina: Sistematização do cuidar III (Cateterismo vesical de demora -
Prática) - Horário: 18h50min às 22h20min
Combinei com o docente de nos encontrarmos às 18:00 horas para que
pudéssemos conversar antes de iniciar a aula. Aproveitei o momento para realizar
a entrevista.
Às 18h50min, nos dirigimos para o laboratório de semiologia; Ao chegarmos,
o docente me apresentou como pesquisadora, apesar de todos os alunos me
conhecerem como docente da instituição e anunciou à turma que eu estaria
presente, assistindo à aula junto com eles. Eu falei para eles ficarem à vontade,
pois já nos conhecíamos e a minha presença não interferiria na aula do professor.
A aula foi sondagem vesical de demora. Teve duração de três horas. O docente
explanou o assunto com domínio do conteúdo teórico prático, fazendo a
apresentação dos objetivos da aula de forma clara. Percebi que o planejamento
da aula foi feito a partir de uma sequência didática. Durante a aula, alguns alunos
fizeram perguntas que levaram a algumas discussões, sobre a sondagem vesical,
acerca da contaminação do sistema, como proceder.
A turma era composta por quarenta e oito alunos, dispostos em carteiras
enfileiradas, de frente para o quadro. A explanação teórica foi realizada pelo
docente de forma tradicional, apresentando conceitos prontos, lidos através de
retroprojetor, (Data Show) e os alunos foram anotando os conceitos.
O docente trouxe um material fornecido pela instituição em forma de
apostilas mostrando os pontos importantes a conhecerem sobre as patologias do
sistema que estava sendo discutido naquele momento e pediu para que os
discentes também fizessem uso dos seus, assim a aula ficaria mais dinâmica.
Percebi que o docente estimula os alunos a aprenderem, procurando
desenvolver neles a capacidade de avaliarem seu próprio desempenho, e
incentiva os discentes a buscarem outras fontes de apoio para os seus estudos.
Segundo ele, isso é importante para a formação porque acaba sendo um
incentivo à pesquisa e não deixa de ser uma tecnologia educacional.