Post on 23-Feb-2020
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
MESTRADO CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO
SABRINA CALDAS
INTERVENÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM IDOSAS:
MODELO TRANSTEÓRICO E BEM-ESTAR SUBJETIVO
SÃO PAULO
2015
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
MESTRADO CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO
SABRINA CALDAS
INTERVENÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM IDOSAS:
MODELO TRANSTEÓRICO E BEM-ESTAR SUBJETIVO
Orientadora: Profª Dra. Ana Lúcia Gatti
Co-orientadora: Profª Dra. Rita Maria Monteiro Goulart
SÃO PAULO
2015
Dissertação apresentada à Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu, com vistas à obtenção do Título de Mestre. Área de Concentração: aspectos
educacionais, psicológicos e socioculturais do envelhecimento.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca
da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecário: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702
Caldas, Sabrina
C145i Intervenção sobre comportamento alimentar em idosas: modelo
transteórico e bem-estar subjetivo / Sabrina Caldas. - São Paulo, 2015.
117 f. : il. ; 30 cm.
Orientadora: Ana Lúcia Gatti.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2015.
1. Alimentação. 2. Envelhecimento. 3. Idosos. I. Gatti, Ana Lúcia. II.
Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Ciência do Envelhecimento. III. Título
CDD 22 – 613.0438
Folha de Dissertação
Sabrina Caldas
Intervenção sobre comportamento alimentar em idosas: modelo transteórico e
bem-estar subjetivo.
Aprovado em: 14/09/2015
Orientação
Profa. Dra. Ana Lúcia Gatti
Instituição: Universidade São Judas Tadeu
Co-orientação
Profa. Dra. Rita Maria Monteiro Goulart
Instituição: Universidade São Judas Tadeu
Banca examinadora
Profa. Dra. Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Instituição: Universidade Nove de Julho
Profa. Dra. Carla Witter
Instituição: Universidade São Judas Tadeu
Dissertação apresentada à Pós-graduação
Stricto Sensu em Ciências do
Envelhecimento da Universidade São Judas
Tadeu, com vistas à obtenção do Título de
Mestre. São Paulo, Setembro/2015.
Dedicatória
A meu pai Nilson, minha mãe Valéria e meu irmão Filipe que sempre me
apoiaram e incentivaram. Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus. Se não fosse por Ele não estaria viva, não teria
oportunidade de nada em minha vida, então toda Honra, Louvor e Tudo é para
glória dEle sempre.
A meu pai Nilson e a minha mãe Valéria que sempre renunciaram suas
vidas por seus filhos, e sempre deram o melhor. Ensinaram-nos a melhor coisa,
amar e buscar a Deus em primeiro lugar e tudo nos foi acrescentado. São os
melhores pais do mundo.
Ao meu irmão que sempre me incentivou, apoiou e deu muita carona.
Melhor irmão!
A minha orientadora Profª Dra. Ana Lúcia Gatti que foi muito especial e
importante para que esse estudo acontecesse da melhor forma, nunca desistiu
de mim, entendeu-me, apoiou-me e auxiliou muito. Obrigada!
A minha Co-orientadora Profª Dra. Rita Maria Monteiro Goulart que me
indicou o mestrado.
A Capes que me deu a oportunidade de cursar o Mestrado.
Ao meu amigo Raphael que revisou minhas traduções.
A minhas amigas de bacharelado, Gisele, Camilla, Gláucia e Ariadnes
que sempre estiveram ao meu lado.
A minhas colegas de mestrado, Patrícia e Tatiana que sempre me
ajudaram.
A meus irmãos em Cristo pelas orações a meu favor.
E a todos aqueles que diretamente e indiretamente fizeram diferença na
minha vida e na minha caminhada até aqui.
Obrigada a todos e que Deus inunde a vida de vocês com muitas
bênçãos.
“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e
mais até ser dia perfeito”.
Provérbios 4:18
RESUMO
O envelhecimento populacional está acontecendo de forma rápida em
todo mundo, assim como no Brasil. O envelhecer é determinado não só pela
cronologia, mas é um processo fortemente afetado pelas singularidades
individuais, entre as quais se destacam as práticas alimentares e seus
conjuntos de relações, que podem ter consequências sobre a saúde e bem-
estar de idosos. Realizou-se uma pesquisa longitudinal, quase-experimental
com estratégia de campo e amostra por conveniência para avaliar e intervir
sobre o comportamento alimentar. Foram investigadas 34 mulheres com 60
anos ou mais, porém somente 26 chegaram ao final do estudo. A avaliação pré
e pós intervenção utilizou o Questionário URICA e a Escala de Bem-Estar
Subjetivo, além da Anamnese Nutricional e mensurações antropométricas, as
quais repetiram-se em seis momentos de acompanhamento e intervenção, esta
última considerando as distintas necessidades de cada participante.
Orientações sobre os riscos das doenças associadas ao sobrepeso e
obesidade, sobre alimentação saudável e um formulário para autocontrole da
alimentação constituíram as estratégias interventivas. Constatou-se,
inicialmente, que 58,8% das participantes estavam com sobrepeso e
obesidade, apresentando risco de complicações metabólicas. A maioria das
participantes era casada e com ensino superior e médio, favorecendo a melhor
adesão aos tratamentos propostos. Na primeira consulta, a maioria das
mulheres encontrava-se no estágio de pré-contemplação e os afetos positivos
e a satisfação com a vida predominaram, independente do desejo de mudar de
dieta. Após intervenção nutricional, verificou-se redução significativa do peso e
menor circunferência da cintura (CC) e melhora quanto à qualidade da
alimentação, entretanto o bem-estar subjetivo não mostrou alteração. Estudos
posteriores, valendo-se de outros instrumentos, maior número de participantes,
com outras estratégias interventivas e nos quais haja acompanhamento para
verificar a modificação da alimentação, são sugeridos para aprofundamento
quanto ao conhecimento na área.
Palavras chaves: velho, dieta, satisfação pessoal.
Abstract
Population aging is happening fast in Brazil and worldwide. The age is
determined not only by chronology, but it is a process strongly affected by
individual peculiarities, among which stand out the feeding practices and their
sets of relationships that may have consequences on the health and well-being
of seniors. It was conducted a longitudinal, quasi-experimental with field with
strategy and convenience sample research to evaluate the eating behavior and
the subjective well-being of elderly before and after intervention on nutrition,
using as instruments nutritional Anamnesis, the URICA Questionnaire and the
Subjective Well-Being Scale and performing anthropometric checks and
nutritional guidelines in six times. There were studied 26 women, aged 60 years
or more, throughout the procedure, for which different operations , depending
on theirs needs were performed. The results showed that 58.8% of
participants were overweight and obese, most had secondary or higher
education, promoting better adherence to the proposed treatments. At the first
visit, the pre-contemplation stage was the most evident and positive affect
predominated. After intervention there was weight loss and significant reduction
of waist circumference while the subjective well-being showed no changes.
Qualitatively, there was increase on consumption of vegetables and decrease
on fats and sugars daily. Further studies are suggested using other tools, larger
and more diverse sample and follow-up of participants in order to verify the
permanence of the changes achieved on nutrition habits.
Key words: elderly, diet, personal satisfaction.
Sumário
Lista de Abreviaturas e Siglas ..........................................................................11
Lista de Símbolos..............................................................................................12
Lista de Quadros e Tabelas...............................................................................13
Apresentação.....................................................................................................14
1. Introdução...............................................................................................16
1.1. Envelhecimento Feminino............................................................17
1.2. Envelhecimento, Qualidade de Vida e Alimentação.....................19
1.3. Modelo Transteórico.....................................................................21
1.4. Bem-estar subjetivo......................................................................26
2. Objetivo Geral.........................................................................................28
3. Método....................................................................................................28
3.1. Participantes ................................................................................28
3.2. Materiais.......................................................................................31
3.3. Procedimentos..............................................................................31
3.4. Análise Estatística........................................................................34
4. Resultados e Discussão..........................................................................34
5. Considerações Finais..............................................................................51
Referências........................................................................................................54
Anexos
Anexo 1 – URICA
Anexo 2 – EBES
Apêndices
Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Apêndice 2 – Anamnese Nutricional
Apêndice 3 – Estratégias de Intervenção Nutricional
Apêndice 4 – Materiais distribuídos às participantes.
Apêndice 5 – Exemplos de Estratégias Nutricionais
Apêndice 6 – Recordatório 24h individual pré e pós-intervenção
nutricional.
Apêndice 7 – Resultados separados por grupos (Perder peso e ganhar
peso)
Apêndice 8 – Quadro geral das participantes
Lista de Abreviaturas e Siglas
AP - Aspectos Positivos
AIVDs – Atividades instrumentais da vida diária
AVDs – Atividades da vida diária
BES – Bem-estar subjetivo
CC – Circunferência da Cintura
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
DCNT – Doença Crônica não transmissível
DCV – Doenças Cardiovasculares
EBES – Escala de Bem-estar Subjetivo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Índice de Massa Corpórea
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde
POF – Pesquisa de Orçamento Familiar
SM – Síndrome Metabólica
SOCRATES – Stages of Change Readines and Treatment Eagirness Scale
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
URICA – University of Rhole Island Change Assessment
USJT – Universidade São Judas Tadeu
Lista de Símbolos
cm - Centímetro
Kg – Quilograma
Kg/m2 – Quilograma por metro ao quadrado
< - Menor que
≥ - Maior ou igual que
DP - Desvio Padrão
Lista de Quadros, Tabelas e Gráficos
Quadro 1 – Características sociodemográficas e pessoais das participantes
Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de idosos, segundo IMC.
Quadro 3 – Classificação do risco metabólico, segundo CC.
Tabela 1 – Distribuição de Idosas quanto a idade, renda familiar, estatura, IMC
e CC. São Paulo, 2015.
Tabela 2 – Distribuição de idosas segundo características sociodemográficas.
São Paulo, 2015.
Tabela 3 – Distribuição de idosas segundo características pessoais. São Paulo,
2015.
Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção. São
Paulo, 2015.
Tabela 5 – Médias de pontuação da Escala do Bem-Estar Subjetivo pré-
intervenção. São Paulo, 2015.
Tabela 6 – Correlação entre os instrumentos URICA x EBES pré-intervenção.
São Paulo, 2015.
Tabela 7 – Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas e variáveis
sociodemográficas e atividade física. São Paulo, 2015.
Tabela 8- Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós-
intervenção. São Paulo, 2015.
Tabela 9 – Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós-intervenção. São Paulo,
2015.
Gráfico 1 – Qualidade Alimentar pré e pós-intervenção nutricional. São Paulo,
2015.
Apresentação
A presente pesquisa propôs abordar o tema comportamento alimentar,
em função da dificuldade em que há tanto para os idosos quanto para a
população em geral de mudanças de vários comportamentos. Os profissionais
observam a baixa adesão, dos indivíduos, às orientações e recomendações
propostas e a dificuldade em realizar e manter mudanças em comportamentos
de risco.
É importante que as pessoas, principalmente os idosos, sejam
incentivados a viver com mais qualidade de vida, mas para isso é necessário
que esses indivíduos entendam o porquê, para que e o que isso significa para
sua vida, para que haja resultados efetivos reduzindo riscos à sua saúde. Essa
é a função de cada profissional da saúde, esclarecer cada questão, cada
dúvida e ajudar essas pessoas a terem mais qualidade de vida.
Na área da Nutrição, há uma deficiência quanto à adesão ao tratamento
proposto e resultados esperados, pois os indivíduos têm grande dificuldade em
mudar seu comportamento alimentar, por diversos fatores, sendo estes
específicos de cada um. Assim, é necessário entender tais fatores e trabalhá-
los, para que haja maior possibilidade de resultados positivos em relação às
recomendações propostas. Nesse estudo, propôs-se identificar os estágios de
comportamento alimentar, utilizando o modelo transteórico, a fim de intervir de
maneira individual e específica em cada estágio identificado, visando obter
melhores resultados e adesão mais satisfatória, tanto para o profissional
quanto para o paciente. Ainda, buscou-se identificar o bem-estar subjetivo de
cada participante, com intuito de analisar se esse auto avaliação mudava
conforme ocorressem mudanças no comportamento alimentar.
O interesse pelo tema foi baseado na atuação prática da autora que
vivencia no seu cotidiano as dificuldades enfrentadas por pacientes que
necessitam mudar seu comportamento alimentar com vistas à promoção da
saúde. Visou fornecer também à população estratégias que permitam
mudanças eficientes em seu comportamento alimentar; para os profissionais,
ser fonte de aprimoramento ao atendimento nutricional, e no campo científico
contribuir para os estudos que comprovem ou não a eficácia de estratégias que
promovam mudanças de comportamentos de risco, além de verificar a possível
correlação entre as mudanças no comportamento alimentar e o bem-estar
percebido por indivíduos que conseguem ter atitudes mais saudáveis em sua
relação com o alimento.
1. Introdução
1.1. Aspectos demográficos do Envelhecimento
O envelhecimento da população está acontecendo de uma forma rápida
em todo mundo, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil.
O Brasil, antes conhecido como um país jovem, em um período nem tão
distante, tem passado por um rápido processo de envelhecimento populacional,
tendo um aumento cada vez maior de pessoas com 60 anos ou mais, fato que
pode ser atribuído a dois fatores: aumento da expectativa de vida e redução da
natalidade (FAZZIO, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012; NOGUEIRA e
MOREIRA, 2008; VASCONCELOS e GOMES, 2012).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre os anos 2000
a 2050 o número de pessoas com 60 anos ou mais passe de 600 milhões para
dois bilhões, sendo que em países em desenvolvimento observa-se número
maior, passando de 400 milhões para 1,7 bilhão. Um dado importante é o de
que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens,
portanto, a população mundial de idosos é predominantemente feminina, o
mesmo ocorrendo no Brasil, segundo dados apresentados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante desses números,
evidencia-se a necessidade de estudos relacionados ao envelhecimento, em
especial, o feminino (CRUZ, 2003; FAZZIO, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012).
Todos os indivíduos envelhecem, e envelhecem de diversas maneiras;
uma delas é no aspecto físico. O corpo vai se modificando à medida que os
anos passam. Segundo o Ministério da Saúde - MS (2007), o envelhecimento
pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição progressiva
da reserva funcional dos indivíduos – senescência - o que, em condições
normais, não costuma provocar qualquer problema. Porém, em condições de
sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional,
pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência – senilidade.
O envelhecimento também pode ser entendido como um processo individual,
cultural e social influenciado pela relação entre pessoas, em que há perdas e
ganhos, podendo ser avaliado não apenas pela idade, mas também pelos
aspectos biológicos, psicológicos e sociais (CRUZ, 2003; FAZZIO, 2012; MS,
2007).
1.2. Envelhecimento Feminino
O envelhecer é determinado não só pela cronologia, mas também pela
condição social na qual se encontra a pessoa em questão, além de ser um
processo fortemente afetado pelas singularidades individuais. Esta perspectiva
aponta para a inter-relação de aspectos biopsicossociais na meia-idade
feminina. As mudanças corporais, previstas no processo de envelhecimento,
impactam a autoimagem feminina e potencializam um sofrer psíquico segundo
a visão de cada sociedade em relação à mulher de meia-idade. Nas ocidentais,
a história das mulheres tem passado pela história de seus corpos, cuja tríade
da perfeição física - juventude, beleza e saúde - tem trazido consequências
psicológicas cada vez mais sérias no enfrentamento do processo de
envelhecimento (MORI e COELHO, 2004).
A questão da meia-idade feminina pode ser abordada como uma
temática fisiológica caracterizada pela não possibilidade de procriar e como
uma temática psicológica e social - início de grandes mudanças familiares,
como afastamento dos filhos, dos pais idosos, irmãos, viuvez, e culmina com a
adaptação à aposentadoria, senão a própria, a do marido, além de uma
aterradora dificuldade no que se refere à sobrevivência econômica e de
participação no mercado de trabalho (MORI e COELHO, 2004).
Conforme Bocalini et al (2007), o envelhecimento conduz a uma perda
progressiva das aptidões funcionais do organismo, situação que é acentuada
com o sedentarismo. Tais alterações acabam por limitar a capacidade funcional
dos idosos, em especial da mulher idosa, em realizar suas atividades habituais
do dia a dia, como limpar, cuidar da casa e de si mesma. Dado ser o
sedentarismo uma das causas para as doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT), como problemas cardiovasculares, diabetes, hipertensão,
osteoporose, acidente vascular cerebral, dentre outros, a prática de exercícios
físicos, além de combatê-los, contribui de maneira significativa para a
manutenção da aptidão física funcional da idosa, fazendo com que ela tenha
uma melhora no funcionamento geral do seu corpo.
De acordo com Lima e Bueno (2009), o envelhecer da mulher é também
influenciado por fatores sociais, não somente por fatores físicos ou pela
cronologia. Antes, envelhecer para a mulher significava desempenhar
fortemente o papel de avó, mas atualmente, para algumas mulheres, traz o
desejo de realizar os sonhos e vontades postergadas. Estes autores também
afirmam que idosas mais jovens, com idade entre 60 a 64 anos, morrem
geralmente de problemas isquêmicos do coração, seguidos de doenças
cerebrovasculares, o que pode ser evitado com a prática de exercícios físicos.
No processo de envelhecimento, a mulher passa por um período
transicional, polêmico e crítico, o climatério (do grego Klimaktér). É o período
compreendido entre a fase reprodutiva e a não-reprodutiva da vida da mulher,
que ocorre geralmente entre 37 e 65 anos, quando os ovários têm sua
produção estrogênica reduzida e insuficiente para garantir a reprodução e a
manutenção das características funcionais dos órgãos sexuais femininos
(GONÇALVES e MERIGHI, 2007).
Fisiologicamente, a diminuição progressiva do hormônio feminino
promove modificações biológicas, corporais e faciais. Dentre elas, alterações
na elasticidade e textura da pele, diminuição da massa muscular, aumento de
peso e modificações na distribuição da composição corporal com concentração
de gordura na região abdominal. São mudanças visíveis observadas com
grande intensidade em mulheres no climatério e menopausa. Autores
relacionam fatores desencadeantes a estas mudanças, como o
comprometimento na produção do colágeno e a diminuição do gasto energético
do metabolismo, com o hipoestrogenismo. O hipoestrogenismo pode também
constituir-se fator de risco para a presença de diversas doenças crônicas não
transmissíveis, principalmente a obesidade, as doenças cardiovasculares e a
osteoporose (SILVA et al, 2014).
Com o declínio dos níveis de estrógenos, podem ocorrer alterações
físicas hormonais, metabólicas, somáticas, psíquicas e sociais, que se
manifestam ou não por sinais e sintomas que caracterizam a síndrome
climatérica. Na terceira idade, a mulher se sente desvalorizada, pois a
juventude é muito reverenciada pela sociedade atual. A menopausa influencia
muito nas condições físico-psíquicas, tornando as idosas muito mais
fragilizadas quanto ao envelhecimento do seu próprio corpo. Neste caso, a
atividade física ajuda as mulheres na superação dessas dificuldades, trazendo-
as para o envolvimento com outras pessoas da mesma idade, com as mesmas
dificuldades e experiências, além disso, contribui para a manutenção do peso
ideal (LIMA e BUENO, 2009).
Segundo o IBGE, citado em Lima e Bueno (2009), nascem mais
homens, mas as mulheres vivem mais, e isso se deve ao fato delas levarem
um estilo de vida menos arriscado que os homens, de terem atitudes mais
preventivas, e de suas características de vida se apresentarem de forma
diferente: normalmente realizam menos trabalhos pesados, fumam menos,
consultam-se mais com médicos quando apresentam desconforto, fazendo
com que vivam mais que seus parceiros. No entanto, as mulheres acabam
vivendo mais tempo com doença que os homens, afetando sua qualidade de
vida, por isso a importância de estudos voltados a esse público.
1.3. Envelhecimento, Bem-estar e Comportamento Alimentar
As teorias físico-biológicas, psicológicas e sociológicas do
envelhecimento indicam que o idoso precisa adaptar-se a situações sociais e
condições físicas típicas da terceira idade. Incentivar os idosos a redescobrirem
possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade, apesar das
progressivas limitações que possam ocorrer com o avançar da idade, é o maior
desafio dos profissionais de atenção à saúde do idoso. Isso acontece,
principalmente, quando a sociedade considera o contexto familiar e social e
consegue reconhecer os potenciais e o valor das pessoas idosas. Porém, parte
das dificuldades dos idosos está mais relacionada a uma cultura que os
desvaloriza e limita (GUEDEA et al, 2006; MS, 2007).
Segundo Fazzio (2012), para avaliar a qualidade de vida dos idosos há a
necessidade de vários critérios de natureza biológica, psicológica e
sócioestrutural, pois vários fatores são determinantes ou indicadores de bem-
estar na velhice como: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação,
controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia
cognitiva, status social, renda, continuidade de papéis familiares, ocupacionais
e de relações informais com amigos. Portanto é indispensável a compreensão
do envelhecimento em sua totalidade biopsicossocial, sendo essencial,
também, entre outros, o conhecimento das práticas alimentares e de seu
conjunto de relações. O comportamento alimentar de uma pessoa não pode ser
tratado como fator somente para suprir as necessidades fisiológicas, mas
envolve também questões psicológicas, sociais e culturais, abrangendo assim
aspectos biológicos, cognitivos, situacionais e afetivos (SANTOS e RIBEIRO,
2011).
Alves e Boog (2007) e Moreira (2010) relatam que conhecer o
comportamento alimentar possibilita com maior amplitude à produção de
saúde. Descreve-se como conceito de comportamento alimentar:
... procedimentos relacionados às práticas alimentares de
grupos humanos (o que se come, quanto, como, quando,
onde e com quem se come; a seleção de alimentos e os
aspectos referentes ao preparo da comida) associados a
atributos socioculturais, ou seja, aos aspectos subjetivos
individuais e coletivos relacionados ao comer e à comida
(alimentos e preparações apropriadas para situações
diversas, escolhas alimentares, combinação de alimentos,
comida desejada e apreciada, valores atribuídos a
alimentos e preparações e aquilo que pensamos que
comemos ou que gostaríamos de ter comido).
(GARCIA,1999, apud ALVES e BOOG 2007, pg.198).
Segundo os autores Bernardi et al (2005) e Viana (2002), a manutenção
da saúde depende principalmente do comportamento e disposição de cada
indivíduo, pois hábitos adquiridos há muito tempo dificilmente são alterados,
podendo levar ao crescente número de doenças cujo tratamento envolve a
mudança de comportamento. Entre hábitos que promovem saúde destacam-se
os hábitos alimentares. A seleção de alimentos envolve diversos aspectos,
como preferências, sabor, fatores psicológicos, familiares, sociais e culturais.
Escolher uma alimentação saudável não depende apenas do acesso a uma
informação nutricional adequada. Mudança no comportamento alimentar é um
processo no qual o indivíduo tem de se esforçar, consciente e de modo
considerável, para alterar os hábitos passados. Uma das propostas para
mudança de comportamento alimentar é o modelo transteórico.
1.4. Modelo Transteórico e comportamento alimentar
É um grande desafio mudar os hábitos alimentares dos indivíduos. O
comportamento alimentar é influenciado por diversos fatores, não apenas
associados à saúde, que determinam as escolhas alimentares e resultam de
inter-relação de valores biológicos, sociais e culturais, ou da ambivalência nas
escolhas alimentares (TORAL et al, 2006; VIEIRA, 2009).
Toral et al (2006) e Vieira (2009) salientam que somente o conhecimento
de que práticas saudáveis de estilo de vida são importantes para reduzir ou
evitar a progressão de certas doenças não é suficiente para que mudanças
nesse sentido sejam efetivas. Reconhecer a necessidade de alteração dos
hábitos alimentares é fator essencial para iniciar uma mudança dietética. No
que se refere à educação nutricional, para que seja bem sucedida, precisa
promover mudanças de práticas alimentares e não apenas transmitir
informações.
A utilização de modelos teóricos no planejamento de intervenções
nutricionais que visem à mudança do comportamento alimentar pode contribuir
para seu maior sucesso. Em tais modelos, para que ocorra a mudança, é
necessária a identificação do estágio de comportamento alimentar do indivíduo,
pois cada estágio representa uma percepção e um grau de motivação distintos
frente à possibilidade de mudanças dietéticas (KRISTAL et al, 1999;
PROCHASKA et al, 1992). Dessa forma, com tal conhecimento, espera-se
proporcionar maior eficiência na motivação dos indivíduos em adotar e manter
mudanças alimentares (DE GRAAF et al, 1997; TORAL, 2006). Os estágios
motivacionais podem ser identificados por meio de alguns instrumentos, como:
a University of Rhode Island Change Assessment (URICA), a Stages of
Change Readiness and Treatment Eagerness Scale (SOCRATES), além de
algoritmos e escalas analógico-visuais, como a Régua de Prontidão
(BITTENCOURT et al, 2012; HINTZE et al, 2012; MCNAUGHTON et al, 2012;
MOREIRA et al, 2012; TORAL et al, 2006; VIEIRA, 2009).
Dentre os modelos teóricos para mudança de comportamento, destaca-
se o Modelo Transteórico. Este instrumento foi desenvolvido por Prochaska e
DiClemente, na década de 80 (BITTENCOURT, 2009; FISBERG et al, 2005),
com base no estudo de cerca de 300 propostas teóricas existentes na área da
psicologia para entender como as pessoas conseguiam mudar
comportamentos de risco, e como ocorriam as formas bem-sucedidas de
manter essa mudança. Tal modelo sugere que nenhuma teoria sozinha é capaz
de compreender ou resolver toda a complexidade do comportamento humano.
Esse modelo utiliza análise comparativa de 29 teorias, o que justifica o
seu nome. Iniciou-se com o estudo do comportamento de fumantes, mas
expandiu-se para diversas áreas, como dos hábitos alimentares, do uso de
álcool e drogas, de prevenção de Aids, câncer de mama, uso de contraceptivos
etc. A classificação dos indivíduos nos estágios de mudança de
comportamento é realizada por meio de um algoritmo no qual os resultados são
baseados em um questionário com um número limitado de perguntas mútuas
exclusivas. Sua principal contribuição é mostrar que o processo de mudança de
comportamento dos indivíduos ocorre em uma série de cinco estágios distintos,
apresentados a seguir:
1- Pré-contemplação: a pessoa não tem intenção de mudar um
comportamento de risco em um futuro próximo, avaliado em geral
como nos próximos seis meses. A pessoa nesse estágio pode
estar desinformada sobre os riscos de seu comportamento ou até
ter tentado e fracassado tantas vezes que ela se recusa a
conversar, ler ou até pensar no assunto.
2- Contemplação: a pessoa começa a considerar a mudança
comportamental, nos próximos seis meses, após surgir a
consciência do problema. Se não for incentivada, pode adiar a
decisão indefinidamente, pois ainda não apresenta um
comprometimento decisivo.
3- Preparação: a pessoa pretende agir nos próximos 30 dias e já fez
alguma coisa nessa direção. Em geral já tem um plano de ação
para enfrentar a mudança, como ir ao médico, entrar em um
grupo de aconselhamento etc.
4- Ação: a pessoa mudou efetivamente o comportamento por um
período de até seis meses. É necessária muita dedicação e
disposição para evitar recaídas.
5- Manutenção: a pessoa já incorporou as mudanças desejadas por
mais de seis meses (BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e
THOMPSON, 2011; FISBERG et al, 2005; MORAES, 2009;
MOREIRA, 2010; REIS e NAKATA, 2010; SIQUEIRA, 2012).
Há ainda a noção de relapso ou recaída, que é o retorno ao
comportamento de risco. Apesar de sua ocorrência, o indivíduo não retorna
necessariamente aos estágios iniciais do modelo (BITTENCOURT, 2009; DI
NOIA e THOMPSON, 2011; FISBERG et al, 2005; WRIGHT et al, 2009).
O modelo visa entender aquelas pessoas que enfrentam uma mudança
de comportamento, definindo as suas características físicas, sociais e
psicológicas específicas de cada estágio de mudança. Ainda é recomendado
que os indivíduos estejam cientes em qual estágio estão durante o processo de
mudança para que possam superar a sua problemática. Tem ajudado várias
pessoas que querem mudar o seu comportamento de forma a obter sucesso
completo e evitar recaídas. Vem contribuindo com os profissionais nas
definições de estratégias e entendimento da vivência dos indivíduos durante o
processo de mudança de comportamento (MATTA, 2012; SALEHI et al, 2011).
Em 1983, McConnaughy, Prochaska e Velicer desenvolveram um
instrumento para análise dos estágios de mudança de comportamento,
alicerçado no modelo transteórico e validado na área da saúde, intitulado
University of Rhole Island Change Assessment (URICA), com divisão em
quatro subescalas, que identifica os estágios de Pré-Contemplação,
Contemplação, Ação e Manutenção. Os autores entenderam que o estágio de
Preparação está no mesmo nível que Ação, juntando, então, as duas etapas
em uma só - Ação. O instrumento é autoaplicável, sendo que, para cada item,
existem cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo
totalmente a concordo totalmente.
As versões da URICA são para avaliar a motivação para a mudança de
comportamentos específicos, como para usuários de cocaína e álcool,
alcoolistas internados, pessoas com problemas relacionados à ansiedade,
tabagistas, pessoas com transtornos alimentares, comedores compulsivos,
realização de exercícios físicos, entre outros. Evidências de validade da URICA
já foram estudadas em diversos países, tais como Alemanha, Canadá, Estados
Unidos e Noruega, dada a repercussão e relevância dessa escala. A versão
original da URICA foi validada para o comportamento específico de uso de
álcool, contendo 32 itens. Atualmente existem versões do instrumento que
variam de 34 a 12 itens. No Brasil, a URICA com 24 itens já foi adaptada e teve
suas evidências de validade estudadas para o uso de álcool, tabaco, drogas
ilícitas, jogo patológico e hábitos alimentares, com alfas de Cronbach totais
variando de 0,65 a 0,82 (BITTENCOURT, 2009; BITTENCOURT et al, 2012).
A adoção dos estágios de mudança de comportamento em intervenções
nutricionais atende a dois propósitos. Em primeiro lugar, tal classificação
permite direcionar a intervenção para cada um dos estágios de
comportamento, considerando que são identificados grupos de indivíduos com
diferentes percepções e motivações para realizar mudanças em sua dieta, e
recomenda-se utilizar processos de mudança que correspondam a este
estágio. Ainda, os estágios podem valer-se como um indicador dos efeitos de
uma intervenção, sendo o sucesso representado pelo avanço da classificação
do indivíduo ao longo da evolução prevista para os estágios de mudança de
comportamento (BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e PROCHASKA, 2009;
SNETSELAAR, 2010; TORAL, 2010).
Intervenções que abordam esse modelo tomam por base que as
mudanças de comportamento só ocorrerão se o indivíduo estiver disposto a
isso. Por isso, preconiza-se que cada estágio deve ter também uma
intervenção educativa que lhe seja adequada, pois se acredita que, sem
intervenção planejada, as pessoas permaneçam nos estágios iniciais, pois não
há motivação para progredir na mudança de comportamento. Frequentemente,
a maioria da população de risco está nos estágios iniciais de mudança e,
portanto, não está preparada para a ação imediata e acaba por não ser
atingida pelos programas educativos tradicionais que se concentram
basicamente na orientação da ação (FISBERG et al, 2005; HINTZE et al,
2010).
Os objetivos definidos para os diferentes estágios propostos são
(VIEIRA, 2009):
Pré-contemplação: fazer o indivíduo pensar no problema.
Contemplação: é necessário reduzir barreiras para mudança,
iniciar pequenas mudanças na alimentação.
Preparação e ação: há necessidade de todo o suporte possível.
Desenvolver estratégias comportamentais para reduzir as
tentações como, por exemplo: buscar pessoas que ajudem a
atingir o objetivo, recompensa por uma atitude saudável, evitar
pessoas que desestimulam as práticas alimentares desejáveis,
substituir alimentos e pensamentos prejudiciais por outros
saudáveis, evitar situações, lugares e coisas que conduzam ao
comportamento indesejado; e intervenções convencionais de
educação nutricional podem ser úteis. O objetivo na preparação é
estimular a mudança de comportamento e, na ação, impedir a
recaída.
Manutenção: é necessário consolidar os ganhos e continuar a
usar os processos de mudança experimentais e comportamentais.
Estudos comprovaram a relação entre a determinação dos estágios de
mudança e o consumo alimentar. Assim, pôde-se verificar, por exemplo, que o
consumo de gordura dos indivíduos no estágio de pré-contemplação era maior,
e diminuía nas pessoas no estágio de manutenção. Paralelamente, as
vantagens apontadas sobre consumir menos gordura também aumentavam
conforme evoluíam os estágios de mudança. Outros comportamentos
pesquisados enfocaram a motivação para a adoção de uma alimentação mais
saudável, o consumo de frutas, verduras e grãos, entre outros (FISBERG et al,
2005; SALEHI et al, 2011).
A identificação dos estágios de mudança referentes à alimentação pode
fornecer subsídios importantes em relação ao perfil de indivíduos e grupos,
direcionando melhor um trabalho educativo, de prevenção e de
aconselhamento nutricional. Considera-se também que a manutenção de uma
dieta adequada pode interferir na sensação de bem-estar que os indivíduos
desfrutam (SALEHI et al, 2011).
1.5. Bem-estar subjetivo
A maior preocupação dos profissionais que se empenham no estudo do
envelhecimento é com a qualidade de vida do indivíduo e do grupo. O objetivo
principal é permitir ou possibilitar uma boa qualidade de vida na velhice. Para
muitas pessoas a velhice é vivida como uma etapa cheia de acontecimentos
contrários, que afetam a situação de ânimo e a percepção de bem-estar em
geral, e é marcada pela vulnerabilidade e fragilidade do organismo e pela
dependência econômica, social, afetiva e física (CRUZ, 2003; GUEDEA et al,
2006).
O termo bem-estar foi oficialmente incorporado à saúde, em 1948, pela
Organização Mundial da Saúde. Até então, o conceito de saúde era limitado à
ausência de doenças. Porém, após o término da Segunda Guerra Mundial,
houve necessidade de definir a saúde de uma forma mais positiva e ampla.
Então, a OMS definiu saúde como “estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não somente ausência de enfermidade ou invalidez”
(HENNA, 2011, pg.3).
O bem-estar subjetivo (BES) seria a capacidade de avaliação de si
mesmo, usando critérios subjetivos, ligados a sentimentos, a valores. Significa
uma avalição pessoal, positiva ou negativa, estando associado a um
envelhecimento mais saudável (CRUZ, 2003; GUEDEA et al, 2006).
O BES refere-se à avaliação que as pessoas fazem de suas vidas, nos
aspectos afetivos e cognitivos. Seria o que os leigos chamam de felicidade,
prazer ou satisfação com a vida. O bem-estar subjetivo ocorre quando se sente
prazer e poucas emoções não prazerosas, quando se está satisfeito com a
própria vida (COSTA e PEREIRA, 2007; CRUZ, 2003). Os fatores que
influenciam o BES são tanto culturais quanto hereditários.
Ainda há uma discussão em relação aos aspectos que estariam mais
relacionados ao bem-estar subjetivo. Apesar das discordâncias teóricas sobre
a conceituação de BES, há consenso em relação às dimensões: satisfação
com a vida e afetos positivos e negativos. Toda a literatura acerca de BES
concentra-se nos afetos. Afetos positivos são representados por entusiasmo,
motivação, determinação, dinamismo, calma e tranquilidade, refletindo o
quanto um indivíduo sente-se empenhado e com prazer pela vida. Porém, os
afetos negativos somam muitos estados transitórios, como constrangimento,
raiva, culpa, medo, tristeza, desgosto e preocupação; representam o quanto
um indivíduo pode se sentir constrangido e desconfortável em relação à sua
vida. Indiretamente, os aspectos positivos (AP) e bem-estar estão relacionados
a comportamentos saudáveis e maior adesão aos tratamentos propostos. A
afetividade positiva associa-se com a prática de atividade física regular,
diminuição de tabaco e álcool, melhor qualidade do sono e dieta saudável
(ALBUQUERQUE e TRÓCOLLI, 2004; HENNA, 2011).
Para estudar o bem-estar subjetivo foram desenvolvidos vários
instrumentos. Dentre eles, destaca-se a Escala de Bem-Estar Subjetivo
(EBES), criada em 2004 por Albuquerque e Tróccoli; é instrumento inspirado
em escalas existentes no exterior, como a Escala de Afeto Positivo e Afeto
Negativo (PANAS) de Watson et al (1988) e da Escala de Satisfação com a
Vida (SWLS) de Diener et al (1985), com itens elaborados e analisados em
grupos de validação semântica. Como muitas palavras traduzidas não
apresentavam clareza para os brasileiros que respondiam, alguns itens foram
adaptados para a cultura nacional e outros foram incluídos (ALBUQUERQUE e
TRÓCOLLI, 2004).
A possível existência de relação entre o bem-estar subjetivo e a
manutenção de uma dieta adequada, permitindo a manutenção da saúde e
também da satisfação pessoal, é o que se pretende verificar com o presente
trabalho. Os objetivos são elencados a seguir.
2. Objetivos
Geral
Avaliar o comportamento alimentar e o bem-estar subjetivo de idosas.
Específicos
Avaliar o estado nutricional e obesidade central pré e pós intervenção;
Elaborar estratégias de intervenção para os estágios de comportamento
alimentar;
Analisar a correlação dos estágios de comportamento alimentar com
bem-estar subjetivo.
Descrever consumo alimentar pré e pós intervenção nutricional.
3. Métodos
Trata-se de uma pesquisa longitudinal, quase-experimental, com
estratégia de campo e amostra por conveniência. Foram realizadas avaliações
e intervenções ao longo de seis meses.
3.1. Participantes
A pesquisa contou com 34 mulheres que foram convidadas e aceitaram
receber acompanhamento nutricional na Clínica de Nutrição de uma
universidade particular da cidade de São Paulo e em uma academia de
ginástica no Município de Guarulhos. Destas, 26 concluíram o estudo. No
Quadro 1 podem ser observadas as características sociodemográficas e
pessoais das participantes. Os motivos de desistência foram referentes a
trabalho, perda de emprego e terem que cuidar de familiares, conforme
Apêndice 5.
Todas as participantes tinham idade a partir de 60 anos. Foram tomadas
todas as precauções caso a pesquisa fizesse com que a participante lembrasse
de situações que a incomodassem ou que a deixassem desconfortável,
causando ansiedade ou constrangimento. Caso isso ocorresse, a participante
teria o apoio da pesquisadora e, se fosse necessário, seria encaminhada à
Clínica de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu (USJT), sem ônus e
com garantia de atendimento.
Quadro 1 – Características sociodemográficas e pessoais das participantes. São Paulo, 2015
3.2. Material
Para atender o aspecto ético, foi utilizado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Apêndice 1). A coleta de dados foi realizada por meio da
anamnese nutricional (Apêndice 2), contendo as seguintes informações: dados
pessoais, profissionais, clínicos, condições gerais de saúde, histórico do peso
corporal, atividade física e dados gerais sobre alimentação.
Na identificação dos estágios de comportamento alimentar, foi aplicado o
questionário segundo o Modelo Transteórico – URICA (Anexo 1), contendo 24
itens com cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo
totalmente a concordo totalmente. Para avaliar o bem-estar subjetivo, foi
utilizada a Escala de Bem-estar Subjetivo (Anexo 2), autoaplicável, com duas
subescalas: a primeira contendo 47 itens com cinco alternativas de respostas
em escala Likert, de nem um pouco a extremamente, e a segunda com 15
itens, com cinco alternativas de respostas em escala Likert, de discordo
totalmente a concordo totalmente. Para avaliação de medidas antropométricas
foram utilizadas balança digital, fita métrica inelástica dividida em milímetros e
estadiômetro.
Para o acompanhamento da qualidade da alimentação foi desenvolvido
um calendário alimentar (Apêndice 5). Esse instrumento foi inspirado nas
maiores dificuldades e necessidades para os idosos, quanto à alimentação.
3.3. Procedimento
Inicialmente o projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da instituição dos pesquisadores proponentes. Sua aprovação está
registrada na plataforma Brasil sob CAAE nº 18487313.9.0000.0089.
Foi feita a divulgação do acompanhamento nutricional na academia por
meio de cartazes, e na universidade através de panfletos. O convite para
participar do estudo foi realizado por ocasião do agendamento de consulta na
clínica de nutrição e na academia, quando as mulheres preencheram os
requisitos para o estudo (idade a partir de 60 anos e sem deficiências
cognitivas e físicas). A coleta de dados foi iniciada em Agosto de 2013 e teve o
término em Outubro de 2014.
Após explicação detalhada sobre os objetivos do estudo, e tendo a
mulher aceito participar, foi lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
–TCLE, e solicitado que o assinasse, prosseguindo-se com a primeira consulta,
na qual foi feita a anamnese nutricional, aplicado o questionário segundo o
modelo transteórico (URICA) e entregue a Escala de Bem-estar Subjetivo para
preenchimento. Por fim foram aferidas as medidas antropométricas, de acordo
com as normas padronizadas por Frisancho (1990):
Peso (kg): medido em balança digital, com o indivíduo sem sapatos
e roupas leves, em posição ereta.
Altura (cm): medida com estadiômetro, com o indivíduo em posição
ereta, sem sapatos, pés alinhados e cabeça posicionada
retamente.
Com as medidas de peso e altura foi obtido o Índice de Massa Corpórea
(IMC), em Kg/m2, para verificação do estado nutricional, de acordo com a
classificação para idosos (WHO, 2001). A classificação está apresentada no
Quadro 2.
A Circunferência da Cintura (CC) (cm) foi medida com fita métrica
inelástica, dividida em milímetros, dois dedos acima da cicatriz umbilical. É uma
medida de obesidade central e quando aumentada indica risco de
complicações metabólicas, classificada conforme descrito no Quadro 3.
Quadro 2 – Classificação do estado nutricional de idosos segundo IMC.
Fonte: OPAS, 2002.
IMC (Kg/m2) Classificação
Idosos
< 23,0 Baixo Peso ou Desnutrição
23,0 - 27,99 Eutrofia
28,0 - 29,99 Sobrepeso
≥ 30,0 Obesidade
Quadro 3 – Classificação de risco metabólico, segundo CC.
Risco
Aumentado Muito Aumentado
Homens ≥ 94 cm ≥ 102 cm
Mulheres ≥ 80 cm ≥ 88 cm
Fonte: OMS, 1998.
Após a primeira consulta, foi reagendado retorno com intervalo de 15 dias
para a primeira intervenção. Cada estágio de comportamento tem uma
intervenção nutricional diferente; para todas as participantes, isso foi
cuidadosamente seguido.
Na consulta seguinte, a paciente foi orientada conforme seu estágio de
comportamento e conforme condições clínicas individuais. Foram elaborados
informativos explicando qual a importância de cuidar da saúde e principalmente
de controlar as patologias já existentes e entregue dica individualizada sobre
alimentação saudável (Apêndice 5).
Nas consultas seguintes, mensalmente, as participantes retornaram,
quando se conversou sobre as maiores dificuldades em seguir orientações
passadas na última consulta. Foi aplicado Recordatório 24 horas para avaliar
alimentação, aferidas medidas antropométricas, fornecidas orientações
conforme o estágio de comportamento alimentar (Apêndice 3), entregue o
Calendário Alimentar, instrumento esse elaborado com o objetivo das
participantes aprenderem a ter responsabilidades sobre consumo alimentar
equilibrado. Elas teriam que marcar tudo que consumiam ou não, todos os dias,
conforme orientações do próprio Calendário (Apêndice 5).
A partir do segundo encontro, as participantes ganhavam alguns manuais e
dicas para maior incentivo à participação da pesquisa. Na segunda consulta foi
entregue Manual sobre Diabetes Mellitus, na terceira o Manual sobre Peso
Saudável, na quarta os Leques de Corações que abordam alimentos que
fazem bem para o coração, na quinta a Dica de Safra de alimentos e na última
consulta as participantes receberam uma lista de receitas saudáveis (Apêndice
4).
Após seis meses de intervenção, na última consulta, foram reaplicados o
Questionário URICA e a Escala de Bem-estar Subjetivo para reavaliação do
estágio do comportamento alimentar e também para aferir o bem-estar. Por fim,
esclarecidas as dúvidas que tivessem ficado e, assim, finalizando o
acompanhamento nutricional
3.4. Análise Estatística
Após o período de intervenção nutricional, foi feita a tabulação de todos
os dados coletados ao longo das seis consultas realizadas. Para computar a
URICA foi desenvolvida uma planilha em Excel, onde foram colocadas as
respostas das participantes, então foram computados os valores brutos e o
total de pontos para cada estágio foi convertido em percentil, podendo-se
verificar o estágio de comportamento de cada participante, lembrando que,
pelos autores da URICA, esse modelo só apresenta quatro estágios (Pré-
contemplação, Contemplação, Ação e Manutenção).
Na EBES foram tomados os pontos brutos, lançados na planilha em
Excel. Todos os valores foram lançados, somados e divididos, finalizando com
o resultado para cada uma das duas subescalas.
Para a análise estatística foi utilizado o Software SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences) para Windows, versão 21.0, e o nível de
significância adotado foi menor que 5%. Os resultados estão descritos em
frequência, percentual, média, desvio padrão e valores mínimos e máximos. As
análises foram feitas pelo Teste de Normalidade (Shapiro-Wilk), teste t de
Student, ANOVA com medidas repetidas e Teste de Correlação, sendo que
para a URICA foi feita a correlação de postos.
4. Resultados e Discussão
Ao final da coleta, foram avaliados os dados iniciais de todas as
participantes, conforme Tabela 1. Pode-se observar que a renda familiar sofreu
ampla variação. Sabe-se que as escolhas alimentares são processos
complexos, influenciadas por diversos fatores, com destaque para a renda
familiar e o preço dos alimentos. O aspecto econômico parece exercer
influência decisiva na ingestão de frutas e verduras (GREEN et al, 2013;
CLARO e MONTEIRO, 2012).
No estudo sobre Renda Familiar, preço de alimentos e aquisição
domiciliar de frutas e hortaliças no Brasil, baseado na Pesquisa de Orçamento
Familiar (POF) de 2002/2003, os autores Claro e Monteiro (2012) relatam que
se observou o aumento da participação de frutas e verduras no total de
aquisições de alimentos com a diminuição de seus preços ou com o aumento
da renda familiar. Viebig (2009) enfatiza em seu estudo que o consumo de
frutas e verduras de idosos de baixa renda é insuficiente em relação às
recomendações da OMS, verificando-se que a renda influencia na qualidade da
alimentação, porém no presente estudo pode-se sugerir que a renda não foi um
fator que interferiu no padrão alimentar, pois, independente da renda familiar,
as participantes mantiveram hábitos alimentares semelhantes (Apêndice 6).
Quanto às medidas antropométricas (Tabela 1), observa-se ampla
dispersão quanto ao IMC e CC. A distribuição do diagnóstico nutricional pré-
intervenção revelou 58,8% das participantes acima do peso, apresentando ao
menos risco para complicações metabólicas. O mesmo ocorreu no estudo de
Vieira (2009), no qual 68,8% também foram classificados com obesidade.
Scherer e Vieira (2010), na pesquisa sobre Estado Nutricional e sua
associação com risco cardiovascular e síndrome metabólica em idosos,
observaram a existência de excesso de peso em 42% dos homens idosos e de
50% das mulheres idosas, sendo que as prevalências de hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellitus, síndrome metabólica, obesidade central, colesterol
baixo e triglicerídeos elevados foram maiores naqueles com excesso de peso
de ambos os sexos.
A Associação Norte-Americana de Cardiologia tem classificado a
obesidade como principal fator de risco para Doenças Cardiovasculares (DCV)
e para Síndrome Metabólica (SM). A SM, caracterizada por obesidade central,
dislipidemia, hiperglicemia e hipertensão, é hoje um dos maiores desafios para
a saúde pública em todo o mundo, por associar-se a importante risco para DCV
(HAYMAN, 2007). No presente estudo, pôde-se observar que todas as
participantes apresentavam alguma patologia associada ao excesso de peso,
reafirmando, portanto, que o excesso de peso é um dos principais fatores de
risco para DCV. Entretanto, mesmo as mulheres com peso normal ou inferior
tinham pelo menos uma patologia.
Tabela 1- Distribuição das idosas quanto a idade, renda familiar, estatura,
IMC e CC. São Paulo, 2015.
Aspectos Mínimo Máximo Média Desvio padrão
Idade 60 83 67,2 6,373
Renda Familiar 700 20000 3226,5 3127,426
Estatura 1,44 1,71 1,56 0,072
IMC 18,3 38,9 28,1 4,647
CC 71 118 92,9 11,064
As participantes, em sua maioria, são casadas. Conforme estudo de
Correia (2011), a situação conjugal é um dos fatores sociodemográficos
determinantes ao excesso de peso. O autor tem como resultado em sua
pesquisa que mulheres casadas ou que vivem em união conjugal revelam
índice maior excesso de peso em relação às outras situações conjugais, o que
também foi observado no presente estudo (Tabela 2).
O ensino fundamental e médio foi igualmente presente na pesquisa,
como nível de escolaridade das participantes. O ensino médio completo ou
ensino superior foi referido por 58,8% das participantes. Conforme Pinto et al
(2008), sugere-se que quanto maior for a escolaridade, melhor a adesão aos
tratamentos propostos (Tabela 2).
A maioria da amostra estudada é católica. Em nenhum momento as
participantes referiram restrição alimentar em função da religião, dado que o
catolicismo não proíbe o consumo de qualquer alimento, apenas sugerindo
restrição da carne em algumas poucas datas, não prejudicando o diagnóstico
nutricional (Tabela 2).
Tabela 2 – Distribuição de idosas segundo características
sociodemográficas. São Paulo, 2015.
Estado Civil N %
Solteira 4 11,7
Casada 15 44,1
Viúva 12 35,3
Divorciada 3 8,9
Total 34 100,0
Escolaridade N %
Ens.Fund.(C/I) 14 41,2
Ens.Med.(C/I) 14 41,2
Ens.Sup. (C/I) 6 17,6
Total 34 100,0
Religião N %
Católica 24 70,6
Evangélica 6 17,6
Outras 4 11,8
Total 100,0
Em relação à dentição, a maioria das participantes possui prótese parcial
ou completa, condizente com os dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004),
que mostram que os cidadãos na faixa etária de 65 a 74 anos já perderam 93%
dos seus dentes. Por possuírem prótese, poucas participantes relataram
dificuldade na mastigação e deglutição (Tabela 3).
No processo de envelhecimento, observa-se diminuição das funções
imunológicas do indivíduo, além de declínio nas capacidades funcionais e,
consequentemente, alteração nos aspectos psicológicos envolvidos e
decorrentes destas perdas graduais e contínuas. Pode ainda ser verificada
diminuição significativa da atividade motora, resultante, em parte, da
degeneração fisiológica, fatores ambientais, exigências da tarefa, doenças,
estilo de vida ou a combinação desses elementos. Na tentativa de minimizar o
impacto do processo de envelhecimento na vida diária dos idosos, a literatura
sustenta que um estilo de vida ativo pode melhorar as funções mentais, sociais
e físicas das pessoas que envelhecem. Nos anos mais recentes a importância
da atividade física tem sido mais discutida (CAVALLI et al, 2014).
Na presente pesquisa, foi indagado sobre a prática de atividade física,
levando em consideração a importância que exerce na vida dos idosos. Foi
verificado que a maioria das participantes praticava atividade física, conforme
Tabela 3. Foi constatado também que todas as participantes são totalmente
independentes em suas atividades diárias. Porém, é necessário lembrar que as
participantes desse estudo já eram ativas antes de orientações, já
frequentavam a academia e centros de terceira idade.
Borges e Moreira (2009), em seu estudo sobre Influências da prática de
atividades físicas na terceira idade: estudo comparativo dos níveis de
autonomia para o desempenho nas AVDs e AIVDs entre idosos ativos
fisicamente e idosos sedentários, relatam que a prática regular de atividades
físicas na terceira idade tem se revelado como um fator determinante no que
diz respeito à manutenção da qualidade de vida e do bem-estar dos idosos. Na
pesquisa, os autores tiveram como objetivo verificar a influência da prática
regular de atividades físicas nos níveis de autonomia para o desempenho nas
AVDs (atividades da vida diária) e AIVDs (atividades instrumentais da vida
diária) em idosos. Para realizar esta investigação, foram comparados os
resultados em um grupo de 24 idosos praticantes de atividades físicas e um
grupo de 24 idosos sedentários. Os resultados indicaram que os idosos que
praticavam atividade física apresentavam bons níveis de autonomia para o
desempenho de suas atividades cotidianas enquanto os idosos sedentários
apresentavam maior dificuldade e até mesmo dependência.
Tabela 3 – Distribuição de idosas segundo características pessoais. São
Paulo, 2015.
Dentição N %
Própria 7 20,6
Própria + prótese 14 41,2
Prótese 13 38,2
Total 34 100,0
Atividade Física N %
Sim 19 55,9
Não 15 44,1
Total 34 100,0
Quanto aos estágios de comportamento alimentar pré-intervenção, a maior
frequência das participantes encontrava-se no estágio inicial, pré-contemplação
(Tabela 4), o que indica menor consciência da situação de risco referente à
alimentação e à saúde. Segundo Vieira (2009), em geral, a maioria da população
em risco está nos estágios iniciais de mudança e, portanto, não preparada para a
ação imediata, não sendo atingida pelos programas educativos tradicionais que
se concentram basicamente na orientação da ação. Relata, também, que mesmo
aqueles que se classificam em manutenção necessitam de alterações em sua
dieta.
A adoção de uma alimentação “saudável” refere-se, normalmente, a mais de
uma alteração no comportamento alimentar, de modo que os indivíduos em
estágios de manutenção podem atribuir sua mudança a somente um determinado
fator, que, no entanto, pode não ser suficiente para tornar sua alimentação
efetivamente saudável. A classificação nos estágios de mudança do
comportamento alimentar foi baseada nas respostas individuais, ou seja,
conforme autorrelato, subjetivo e espontâneo, para a questão proposta, o que
pôde gerar conflito entre a percepção do indivíduo e o seu comportamento
alimentar real. Diante do observado, pode-se considerar que as idosas da
pesquisa apresentavam risco quanto à sua saúde e seriam menos sensíveis a
propostas de mudança na alimentação.
Um dos objetivos da utilização de modelos teóricos no planejamento de
intervenções nutricionais é ser um indicador dos efeitos de uma intervenção,
sendo o sucesso representado pelo avanço da classificação do indivíduo ao
longo da evolução prevista para os estágios de mudança de comportamento
(BITTENCOURT, 2009; DI NOIA e PROCHASKA, 2009; SNETSELAAR, 2010;
TORAL, 2010). Na literatura não foram encontradas referências que
sugerissem à melhor escala para reavaliação, então foi escolhida a URICA.
Porém, não foi possível fazer tal reavaliação dos estágios do comportamento
alimentar por essa escala, pois ao final do período de intervenção as
participantes já tinham a percepção de mudança do comportamento alimentar,
e estavam certas que não havia mais necessidade de alterar seus hábitos
alimentares. Quando a URICA foi reaplicada, elas respondiam que não havia
mais necessidade de mudança, e com isso voltaram aos estágios iniciais.
Verifica-se que a URICA não foi sensível para a reavaliação, pois quando
elas respondem que já mudaram, a URICA classifica como se elas não
soubessem da necessidade de mudança de comportamento. Portanto, supõe-
se que seja necessária uma reformulação do instrumento para possível
reavaliação.
Tabela 4 – Estágios de comportamento alimentar pré e pós-intervenção.
São Paulo, 2015.
Estágios de
Comportamento
Pré-intervenção Pós-intervenção
N % N %
Pré-contemplação 25 73,5 23 88,5
Contemplação 8 23,5 3 11,5
Manutenção 1 3,0 0 0
Total 34 100,0 26 100,0
A Escala de Bem-estar Subjetivo avalia quatro dimensões, sendo elas:
afetos e emoções positivas e negativas e satisfação ou insatisfação com a vida
(Tabela 5). Segundo Joia et al (2007), o julgamento da satisfação pela vida
depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do indivíduo e
um padrão por ele estabelecido. Satisfação reflete, em parte, o bem-estar
subjetivo individual, ou seja, o modo e os motivos que levam as pessoas a
viverem suas experiências de vida de maneira positiva.
Segundo Siqueira e Padovam (2008), para que seja relatado um nível de
bem-estar subjetivo adequado, é necessário que o indivíduo reconheça manter
em nível elevado sua satisfação com a vida, alta frequência de experiências
emocionais positivas e baixas frequências de experiências emocionais
negativas, o que foi predominante na primeira avaliação das participantes do
presente estudo. O mesmo ocorreu com o estudo de Xavier el al (2003,) que
obteve resultados semelhantes na cidade de Veranópolis (RS), onde 57,0% da
população idosa estudada referiu valores significativos de satisfação com a
vida.
Tabela 5 – Médias de pontuação da Escala do Bem-Estar Subjetivo pré-
intervenção. São Paulo, 2015.
Aspectos Média Desvio Padrão
Afetos e emoções positivas 3,40 0,72
Afetos e emoções negativas 2,10 0,68
Satisfação com a vida 3,84 0,64
Insatisfação com a vida 2,40 0,57
Referente ao comportamento alimentar e bem-estar subjetivo pré-
intervenção, foi feito o cálculo de correlação das escalas e encontrada somente
uma correlação significativa entre o comportamento alimentar e insatisfação
pela vida, conforme Tabela 6. Esperava-se que quanto maior o nível de bem-
estar, melhor a qualidade alimentar das pessoas, porém, a participante que
estava no estágio mais avançado de comportamento alimentar estava mais
insatisfeita com sua vida.
O BES apresenta três características fundamentais que podem distingui-
lo dos outros conceitos: a subjetividade, medidas positivas e uma avaliação
global. O BES é uma experiência interna de cada indivíduo. Logo, condições
externas objetivas, como saúde, conforto, virtude ou riqueza, não fazem parte
das definições do BES. Embora essas condições sejam vistas como influências
potenciais no BES, elas não são consideradas como parte inerente e
necessária a ele. Quanto à segunda característica, expressar aspectos
positivos, não implica somente na ausência de fatores negativos, mas sim na
predominância dos afetos positivos sobre os afetos negativos. O terceiro
aspecto significa que o BES inclui necessariamente uma avaliação global dos
diversos aspectos da vida de uma pessoa (ALBUQUERQUE, TRÓCOLLI,
2004).
Segundo Albuquerque e Trócolli (2004), afeto positivo é um
contentamento hedônico puro experimentado em um determinado momento
como um estado de alerta, de entusiasmo e de atividade. É um sentimento
transitório de prazer ativo; mais uma descrição de um estado emocional do que
um julgamento cognitivo. Afeto negativo refere-se a um estado de distração e
engajamento desprazível que também é transitório, mas que inclui emoções
desagradáveis como ansiedade, depressão, agitação, aborrecimento,
pessimismo e outros sintomas psicológicos aflitivos e angustiantes. A dimensão
satisfação com a vida é um julgamento cognitivo de algum domínio específico
na vida da pessoa; um processo de juízo e avaliação geral da própria vida; uma
avaliação sobre a vida de acordo com um critério próprio. O julgamento da
satisfação depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do
indivíduo e um padrão por ele escolhido.
No presente estudo, as participantes apresentaram os afetos positivos
em nível elevado, ou seja, mostravam-se, no geral, felizes, independente do
desejo de mudar a dieta. Algumas relataram que, por já terem vivido muito
tempo, conseguem passar por momentos de adversidade com o pensamento
de que aquilo já irá passar e por isso não deixam de ser felizes. Então, se
estão acima do peso, mesmo assim são felizes. Pode-se assim supor que o
comportamento alimentar não define o nível de felicidade das pessoas dessa
idade, porém são necessários mais estudos para confirmar esse resultado e
para verificar, ou não, se isso acontece com as demais faixas etárias.
Tabela 6 – Correlação entre os instrumentos URICA X EBES pré-
intervenção. São Paulo, 2015.
*Correlação significativa
O estudo de Lini et al (2009), sobre o tema Intervenção Nutricional:
método efetivo para perda de peso e melhora na qualidade da dieta, obteve
como resultado que a intervenção nutricional, promotora da redução lenta mas
frequente de peso, é mais eficaz que restrições severas. O estudo teve como
base 52 mulheres durante seis meses de acompanhamento, avaliadas pré e
pós-intervenção nutricional, e a perda de peso, aferida após os seis meses de
intervenção, se mostrou significativamente menor que no início do tratamento,
corroborando os resultados do presente estudo, conforme Tabela 7.
Correlação n r P
URICA x EBES Asp. Positivo 34 0,155 0,383
URICA x EBES Asp. Negativo 34 0,297 0,088
URICA x EBES Satisfação pela Vida 34 -0,241 0,170
URICA x EBES Insatisfação pela Vida 34 0,395 0,021*
Tabela 7 – Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas e
variáveis sociodemográficas e atividade física, São Paulo, 2015.
Variáveis
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6
M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP
Atividade Física
IMC Sim 28,10 ± 4,95 27,84 ± 4,85 27,81 ± 4,47 27,76 ± 4,62 27,56 ± 4,59 27,52 ± 4,67
Não 27,24 ± 4,22 27,08 ± 4,12 26,98 ± 3,99 27,01 ± 3,74 27,07 ± 3,79 27,07 ± 3,90
Atividade Física
CC Sim 92,93 ± 10,88 91,84 ± 11,05 92,31 ± 10,47 92,75 ± 10,22 92,06 ± 10,82 91,68 ± 11,53
Não 92,40 ± 13,08 91,65 ± 11,32 93,00 ± 12,45 93,15 ± 11,76 93,45 ± 10,43 93,45 ± 11,11
Escolaridade
Ens Fund (C/I) 29,04 ± 4,17 28,92 ± 4,25 28,75 ± 4,19 28,75 ± 4,45 28,87 ± 4,31 28,81 ± 4,38
IMC Ens Med (C/I) 28,49 ± 4,35 28,11 ± 4,19 27,90 ± 4,07 27,84 ± 3,85 27,60 ± 3,81 27,65 ± 3,92
Ens Sup (C/I) 22,29 ± 2,90 22,22 ± 2,26 22,91 ± 0,79 22,94 ± 0,74 22,66 ± 0,77 22,48 ± 0,71
Escolaridade
Ens Fund (C/I) 95,72 ± 10,34 94,54 ± 10,40 95,59 ± 11,22 95,50 ± 11,21 95,50 ± 10,06 95,54 ± 10,48
CC Ens Med (C/I) 93,13 ± 12,77 92,27 ± 11,67 92,77 ± 11,46 93,54 ± 10,59 93,40 ± 10,92 93,13 ± 11,63
Ens Sup (C/I) 83,37 ± 7,43 82,75 ± 6,51 83,75 ± 4,34 84,00 ± 3,46 82, 37 ± 2,81 81,50 ± 3,00
Estado Civil
Casada 29,25 ± 4,92 28,98 ± 4,92 28,74 ± 4,80 28,80 ± 4,89 28,71 ± 4,77 28,70 ± 4,83
IMC Viúva 26,97 ± 4,55 26,77 ± 4,29 27,07 ± 3,58 26,95 ± 3,34 26,89 ± 3,53 26,88 ± 3,65
Solteira 25,70 ± 1,27 25,49 ± 1,54 25,59 ± 1,20 25,59 ± 1,15 25,28 ± 0,98 25,25 ± 1,30
Divorciada 23,83 ± 0,56 23,78 ± 0,24 23,17 ± 0,06 23,04 ± 0,26 22,98 ± 0,88 22,77 ± 0,87
Estado Civil
Casada 95,23 ± 11,66 94,19 ± 11,32 94,26 ± 11,31 94,88 ± 11,02 94,46 ± 11,53 94,00 ± 12,27
CC Viúva 93,44 ± 11,89 92,38 ± 10,78 94.50 ± 11,05 94,51 ± 10,10 93,50 ± 10,22 93,72 ± 11,05
Solteira 80,50 ± 4,94 80,00 ± 4,24 82,00 ± 5,65 82,25 ± 6,01 85,00 ± 0,00 85,50 ± 0,70
Divorciada 85,50 ± 6,36 85,00 ± 7,07 83,50 ± 6,36 83,50 ± 4,94 84,00 ± 0,00 82,50 ± 0,70
Quando comparados o IMC nos seis meses com fator atividade física
pelo teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os
momentos (F=1,220; p=0,296), não houve interação (F=0,527; p=0,540) e não
houve diferença pela atividade física (F=0,151; p=0,701). O mesmo foi
verificado quando comparadas as CC nos seis meses com fator atividade
física: não houve diferença entre os momentos (F=0,709; p=0,488), não houve
interação (F=0,741; p=0,487) e não houve diferença pela atividade física
(F=0,017; p=0,896).
Quando comparados o IMC nos seis meses com fator escolaridade pelo
teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os momentos
(F=0,705; p=0,459), não houve interação (F=1,611; p=0,206) e houve diferença
pela escolaridade (F=3,918; p=0,034). Já quando comparadas as CC nos seis
meses com fator escolaridade, não houve diferença entre os momentos
(F=0,638; p=0,518), não houve interação (F=0,297; p=0,887) e não houve
diferença pela escolaridade (F=2,186; p=0,135).
Da comparação dos IMC nos seis meses com fator estado civil pelo
teste Anova com medidas repetidas, não houve diferença entre os momentos
(F=0,453; p=0,779), não houve interação (F=1,280; p=0,283) e não houve
diferença pelo estado civil (F=1,315; p=0,295). Ocorreu resultado semelhante
quando comparadas as CC nos seis meses com fator estado civil, verificando-
se que não houve diferença entre os momentos (F=0,451; p=0,623), não houve
interação (F=0,936; p=0,474) e não houve diferença pelo estado civil (F=1,209;
p=0,330).
Como observado na Tabela 8, a perda de peso foi significativa quando
comparados os dois momentos de análise, podendo-se observar também
diferenças significativas quando se correlaciona IMC com CC, pois ambas as
medidas estão interligadas, portanto, diminuindo o peso consequentemente
diminui-se a circunferência da cintura. Em conformidade com o presente
estudo, pesquisas demonstram que o IMC apresenta boa correlação com a
quantidade de gordura corporal central determinada por medidas como a CC.
Vieira et al (2011) observaram boa correlação (r=0,81) entre circunferência
abdominal e IMC em idosas fisicamente ativas (p<0,01). No estudo realizado
por Pinho et al (2012) foi demonstrado que no grupo de idosos cardiopatas de
ambos os sexos a CC apresentou alta correlação com o IMC (r=0,863;
p=0,001) e no estudo de Previato et al (2014) sobre Associação entre índice de
massa corporal e circunferência da cintura em idosas, com 50 participantes, a
análise de correlação de Pearson verificou que o IMC teve associação positiva
significativa com a medida da CC (r=0,873; p<0,001), a mais semelhante com
os presentes resultados.
Tabela 8 – Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós
intervenção. São Paulo, 2015.
Correlação n R+ P
IMC x Idade (pré) 34 -0,125 0,481
IMC x Idade (pós) 26 0,032 0,876
IMC x CC (pré) 34 0,831 0,000*
IMC x CC (pós) 26 0,887 0,000*
+Correlação de Pearson / *Correlação significativa
Quanto à análise da EBES pré e pós-intervenção, pode-se verificar que
não houve diferenças significativas (Tabela 9). Não foi encontrado na literatura
nenhum estudo que relacionasse o bem-estar subjetivo com alimentação,
porém, encontra-se na literatura a percepção dos idosos quanto à qualidade de
vida, segundo o estudo de Paskulin et al (2010) sobre a Percepção de pessoas
idosas sobre a qualidade de vida, tomando-se por base WHOQOL-100 e do
WHOQOL-OLD, os idosos relatam que a alimentação influencia na qualidade
de vida, quando vem associada a ter condições para comprar alimentos, poder
consumir os alimentos saudáveis e, poder comer o que lhes dá prazer.
Tabela 9 – Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós- intervenção. São
Paulo, 2015.
*Teste t de Student pareado
Os dados foram avaliados por grupos separados: quem tinha que perder
e ganhar peso. Os dados apresentados a seguir nas tabelas 11 a 15, são os
das mulheres que precisavam perder peso (N=15). Pode-se observar que
houve correlação significativa quanto ao IMC e a CC tanto pré quanto pós-
Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística
M ± DP M ± DP t* p
EBES Asp. Positivo 3,40 ± 0,80 3,56 ± 0,67 -1,062 0,298
EBES Asp. Negativo 2,02 ± 0,66 1,98 ± 0,75 0,336 0,739
EBES Satisfação pela Vida 3,81 ± 0,65 3,77 ± 0,62 0,357 0,724
EBES Insatisfação pela Vida 2,40 ± 0,60 2,45 ± 0,51 -0,513 0,613
intervenção nutricional, como visto nos dados do grupo todo. A única
participante que estava no estágio de manutenção pertence a esse grupo de
perda de peso e mantinha-se insatisfeita com a sua vida, como discutido
anteriormente.
Tabela 10 - Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós intervenção.
*Teste t de Student pareado
Tabela 11 - Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas por
meses.
*Anova com medidas repetidas // Médias com letras iguais não diferem entre si.
Tabela 12 - Correlação entre os instrumentos URICA X EBES.
*Correlação significativa
Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística
M ± DP M ± DP t* p
EBES Asp. Positivo 3,23 ± 0,82 3,46 ± 0,60 -1,808 0,092
EBES Asp. Negativo 1,92 ± 0,60 1,83 ± 0,62 0,754 0,463
EBES Satisfação pela Vida 3,77 ± 0,78 3,87 ± 0,65 -0648 0,527
EBES Insatisfação pela Vida 2,40 ± 0,70 2,34 ± 0,51 0,521 0,610
Variável Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Estatística
M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP F* p
Peso 75,98 ± 9,26a 75,25 ± 9,06ab 74,65 ± 9,01b 74,48 ± 9,53ab 74,33 ± 9,05ab 74,45 ± 9,49ab 0,332 0,000
IMC 30,69 ± 3,21c 30,42 ± 3,25c 30,18 ± 3,22c 30,08 ± 3,44c 30,06 ± 3,34c 30,08 ± 3,39C 0,306 0,000
CC 99,03 ± 9,16d 97,63 ± 9,06d 98,63 ± 9,35d 98,77 ± 8,67d 98,13 ± 9,62d 98,30 ± 10,37d 0,340 0,000
Correlação n r P
URICA x EBES Asp. Positivo 20 0,061 0,797
URICA x EBES Asp. Negativo 20 0,441 0,052
URICA x EBES Satisfação pela Vida 20 -0,364 0,115
URICA x EBES Insatisfação pela Vida 20 0,468 0,037*
Tabela 13 - Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós
intervenção.
Correlação n R+ P
IMC x Idade (pré) 20 -0,252 0,283
IMC x Idade (pós) 15 -0,031 0,913
IMX x CC (pré) 20 0,618 0,004*
IMC x CC (pós) 15 0,797 0,000*
+Correlação de Pearson
*Correlação significativa
Os dados a seguir são os das mulheres que precisavam ganhar peso,
(N=3), apresentados nas tabelas 16 a 19. Pode-se observar que houve
correlação significativa quanto ao IMC e a CC tanto pré quanto pós-intervenção
nutricional, como visto nos dados do grupo todo e discutido anteriormente.
Verifica-se correlação com IMC e a Idade, porém como o número de
participantes é muito pequeno, são necessários mais estudos para confirmar
ou não essa correlação com a idade.
Tabela 14 - Média e Desvio Padrão da EBES pré e pós-intervenção.
*Teste t de Student pareado
Variável Pré-intervenção Pós-intervenção Estatística
M ± DP M ± DP t* p
EBES Asp. Positivo 3,85 ± 0,26 3,10 ± 1,29 0,833 0,493
EBES Asp. Negativo 2,58 ± 1,27 3,54 ± 0,21 -1,417 0,292
EBES Satisfação pela Vida 3,79 ± 0,40 3,00 ± 0,21 2,619 0,120
EBES Insatisfação pela Vida 2,88 ± 0,63 3,33 ± 0,00 -1,224 0,346
Tabela 15 - Média e Desvio Padrão das medidas antropométricas por
meses.
*Anova com medidas repetidas Médias com letras iguais não diferem entre si.
Tabela 16 - Correlação entre fatores antropométricos e idade pré e pós-
intervenção.
Correlação n R+ P
IMC x Idade (pré) 3 0,317 0,795
IMC x Idade (pós) 3 1,000 0,000*
IMX x CC (pré) 3 0,827 0,380*
IMC x CC (pós) 3 1,000 0,000*
+Correlação de Pearson
*Correlação significativa
Quanto à qualidade da alimentação pré e pós-intervenção nutricional
(Gráfico 1), feita a partir da análise de porções diárias dos grupos da Pirâmide
Alimentar Brasileira, pode-se verificar que, em relação ao consumo pré-
intervenção, houve aumento no consumo de verduras e legumes e diminuição
do consumo de óleos e gorduras e açúcares e doces diários. Tal resultado
significa que houve uma melhora na qualidade da alimentação após
intervenção nutricional.
Teixeira et al (2013) realizaram uma pesquisa com 52 mulheres com
duração de intervenção de dois meses, em que houve mudanças significativas,
como a redução do consumo de gorduras e o aumento do consumo de frutas,
verduras e legumes. Os resultados evidenciaram que o processo de
intervenção nutricional efetivo apresentou resultados desejados na mudança de
hábitos alimentares e na redução de peso. Também Felippe et al (2011)
fizeram uma pesquisa durante 18 meses com 15 pessoas divididas em dois
grupos, com o objetivo de avaliar a qualidade alimentar dos grupos que
Variável Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Estatística
M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP M ± DP F* p
Peso 52,80 ± 1,53ab 53,66 ± 1,27ab 53,13 ± 1,70ab 53,86 ± 2,28ab 54,03 ± 3,43a 53,63 ± 3,17b 0,221 0,000
IMC 19,79 ± 1,951c 20,12 ± 1,87c 21,27 ± 1,72c 21,55 ± 1,53c 21,58 ± 1,11c 21,43 ± 1,18C 0,220 0,000
CC 75,16 ± 4,53d 76,33 ± 4,53d 77,83 ± 3,75d 78,66 ± 4,04d 78,83 ± 2,02d 78,00 ± 1,73d 0,319 0,000
passaram ou não por um processo de reeducação alimentar. Os autores
verificaram a melhor dieta naqueles que passaram pela intervenção, com
resultados positivos para o consumo de diversos grupos alimentares, entre eles
frutas e verduras, laticínios, óleos e doces, dados esses confirmados pelo
presente estudo, ou seja, que a intervenção nutricional leva à melhor qualidade
da dieta.
Rossi et al (2012) realizaram uma análise sobre a produção, o uso e a
repercussão social de materiais de educação em saúde dentro do programa
Educação, saúde e análise de prevalência de enteroparasitoses intestinais em
escolares da rede municipal de São João Del-Rei, Minas Gerais, com crianças
de 7 a 11 anos. O estudo destaca o emprego de materiais didáticos que
utilizaram principalmente figuras como atrativos, o que pôde repercutir na maior
interação dos participantes. Os autores sugerem que o material deve ser capaz
de incentivar a reflexão, auxiliar na construção e fixação do conhecimento e
servir ainda como fonte de informações.
Os materiais desta pesquisa, (Apêndices 4 e 5) para intervenção
nutricional foram didáticos e ilustrativos, ricos em informações para
conscientização do público alvo, sendo satisfatórios para a melhora na
qualidade da alimentação. A intervenção nutricional buscou a diversidade
alimentar, o respeito à cultura, à religião e diferentes hábitos que giravam em
torno da alimentação cotidiana, levando em consideração todas as dimensões
que envolvem o ato de comer, auxiliando na alteração gradativa dos hábitos
alimentares das participantes.
Gráfico 1 – Qualidade Alimentar pré e pós-intervenção nutricional. São
Paulo, 2015.
Legenda:
1- Grupo 1: Pães, massas, cereais e tubérculos
2- Grupo 2: Verduras e Legumes
3- Grupo 3: Frutas
4- Grupo 4: Leite e derivados
5- Grupo 5: Carne, peixe, ovos e embutidos
6- Grupo 6: Leguminosas
7- Grupo 7: Óleos e gorduras
8- Grupo 8: Açúcares e doces
5. Considerações Finais
O objetivo principal desse estudo foi avaliar o comportamento alimentar
pré e pós-intervenção nutricional em um grupo de idosas. Com a intervenção
de seis meses foi verificada melhora na qualidade da alimentação quanto ao
consumo de verduras e legumes e redução da ingestão de alimentos ricos em
gorduras e açúcares diários e houve diminuição significativa em relação peso e
CC na maioria das participantes que precisavam perder peso, alcançando
assim resultados eficazes e positivos quanto a proposta desse estudo, a qual
tinha como prioridade melhorar a qualidade alimentar e consequentemente
melhorar o diagnóstico nutricional das participantes.
Outro objetivo estabelecido foi a avaliação do bem-estar subjetivo tanto
antes quanto depois do período de intervenção nutricional. Foi feita a análise
pré e pós-intervenção e pode-se observar que os aspectos positivos e a
satisfação pela vida se mantiveram com valores altos, não podendo assim
determinar se a alimentação realmente influencia ou não no bem-estar
subjetivo.
Para a intervenção nutricional, foram elaboradas estratégias para
mudanças de comportamento como impressos que abordavam os seguintes
temas: “Quais as consequências para a minha saúde?”, que apontavam os
malefícios para a saúde das doenças associadas ou não ao sobrepeso e
obesidade e “Mudanças que posso fazer para melhorar minha saúde e meu
hábito alimentar”, que forneciam dicas individualizadas sobre a alimentação
saudável e os “Calendários Alimentares” que tinham como objetivo criar nas
participantes responsabilidades de anotar tudo que comiam ou não no seu dia
a dia, levando-as a terem maior conscientização de sua alimentação. Além
disso, foi feita a entrega de materiais educativos para maior informação
nutricional e adesão ao tratamento proposto, como Manual sobre Diabetes
Mellitus, Manual do Peso Saudável, Leques de Corações (que abordaram
alimentação para saúde do coração), Dicas de Safra dos Alimentos e Receitas
Saudáveis.
Nesse estudo foi proposto avaliação dos estágios de comportamento
alimentar pré e pós intervenção nutricional. Para realizar essa análise foi
aplicada a URICA, porém, quando as participantes foram reavaliadas
precisaram responder novamente esse instrumento. No entanto, verificou-se
que a URICA não foi um bom instrumento para identificação de mudanças de
comportamento, pois a participante já estava certa que havia aprendido e
mudado de comportamento alimentar durante os seis meses de
acompanhamento nutricional e, quando respondeu o instrumento na avaliação
final, negou qualquer tipo de inadequação no seu hábito alimentar, resultando,
assim, estágios iniciais de mudança pela URICA, o que teoricamente prediz
que a participante ainda precisaria mudar seu hábito alimentar, quando a
participante já havia mudado o comportamento e deveria avançar os estágios
de mudança de comportamento. Por esse motivo, não foi feita a análise pós-
intervenção nutricional, pois, se fosse feita, haveria resultados irreais. Também
não foi feita a correlação dos estágios de comportamento alimentar e bem-
estar subjetivo, uma vez que não foi possível obter os estágios de
comportamento alimentar reais das participantes.
Estudos posteriores serão importantes para indicar se a alimentação é
um dos fatores essenciais para o bem-estar subjetivo das pessoas. Ter uma
amostra grande e um tempo maior de estudo, por exemplo, um ou dois anos de
intervenção nutricional será importante para avaliar as respostas às
intervenções nutricionais e para verificar se as pessoas permanecerão ou não
nessa mudança alimentar. Elaboração de mais estratégias nutricionais para
mudança de comportamento, incluindo médicos, psicólogos e educadores
físicos para resultados ainda mais eficazes e com um período de resposta
prolongado, objetivando qualidade de vida. Outros estudos podem ser feitos
com diferentes instrumentos para verificação dos estágios de comportamento
alimentar pré e pós-intervenção nutricional e conferir mudanças reais de
estágios de comportamento alimentar.
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Anexo 1 – URICA
URICA (University Rohde Island Change Assessment) para mudança de hábitos alimentares
Por favor, leia cuidadosamente as frases abaixo. Cada afirmação descreve a maneira como você pode pensar (ou não
pensar) o seu comportamento com relação ao seu hábito de comer. Favor indicar o grau que você concorda ou discorda de cada
afirmação. Em cada questão, faça sua escolha pensando em como você se sente agora, não como você se sentia no passado
nem como gostaria de sentir.
Existem CINCO possíveis respostas para cada um dos itens do questionário: Discordo muito, Discordo, Indeciso, Concordo
e Concordo plenamente. Circule o número que melhor descreve o quanto você concorda ou discorda de cada afirmação.
Existem CINCO possíveis respostas
Discordo muito
Discordo Indeciso Concordo Concordo
Plenamente
1.Eu não tenho nenhum problema com relação a meu hábito de comer que precise ser mudado.
1 2 3 4 5
2 Acho que vale a pena trabalhar no meu problema com relação ao hábito de comer.
1 2 3 4 5
3. Eu não estou com problemas com
relação ao meu hábito de comer. 1 2 3 4 5
4. Eu estou fazendo algum esforço
para melhorar meu problema com o hábito de comer.
1 2 3 4 5
5. Eu estive pensando que eu devia mudar algo com relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
6. Eu espero poder entender melhor
meu problema com relação com ao hábito de comer.
1 2 3 4 5
7. Eu talvez tenha alguns problemas
com relação ao meu hábito de comer, mas não há nada em que eu realmente precise mudar.
1 2 3 4 5
8. Eu realmente estou trabalhando duro para mudar meu problema com o meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
9. Eu tenho um problema com o
hábito de comer e eu realmente penso que eu deveria trabalhar nele.
1 2 3 4 5
10. Eu preciso fazer algo para evitar uma recaída em relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
11. Eu estou trabalhando na
mudança do meu comportamento com relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
12. Eu pensei que estava livre do
meu problema com meu hábito de comer, mas não estou.
1 2 3 4 5
13. Eu gostaria ter mais idéias de como solucionar o meu problema com o hábito de comer.
1 2 3 4 5
14. Eu comecei a trabalhar no meu
problema em relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
15. Eu espero que eu encontre mais razões para mudar meu comportamento com relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
16. Eu preciso de ajuda para manter
as mudanças que consegui com relação ao hábito de comer.
1 2 3 4 5
17. Talvez eu tenha problemas com
o meu hábito de comer, mas não creio nisso.
1 2 3 4 5
18.Eu realmente estou fazendo algo com relação ao meu hábito de comer.
1 2 3 4 5
19. As vezes, eu preciso me
esforçar para prevenir uma recaída no meu problema com o hábito de comer.
1 2 3 4 5
20. Estou frustrado porque pensei
ter resolvido meu problema com o hábito de comer, mas não resolvi.
1 2 3 4 5
21. Eu tenho alguns problemas com o hábito de comer, mas para que perder tempo com isso?
1 2 3 4 5
22. Eu estou trabalhando ativamente
no meu problema com o hábito de comer.
1 2 3 4 5
23. Eu preferiria mudar qualquer coisa, mas não vale a pena mudar meu comportamento com relação ao hábito de comer.
1 2 3 4 5
24. Eu fico preocupado em não conseguir manter minha mudança com relação ao hábito de comer.
1 2 3 4 5
Anexo 2 – EBES
Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES)
Subescala 1
Gostaria de saber como você tem se sentido ultimamente. Esta escala
consiste de algumas palavras que descrevem diferentes sentimentos e
emoções. Não há respostas certas ou erradas. O importante é que você seja o
mais sincero possível. Leia cada item e depois escreva o número que expressa
sua resposta no espaço ao lado da palavra, de acordo com a seguinte escala.
1 - Nem um pouco
2 - Um pouco
3 - Moderadamente
4 - Bastante
5 - Extremamente
Ultimamente tenho me sentido:
1) aflito 17) transtornado 33) abatido
2) alarmado 18) animado 34) amedrontado
3) amável 19) determinado 35) aborrecido
4) ativo 20) chateado 36) agressivo
5) angustiado 21) decidido 37) estimulado
6) agradável 22) seguro 38) incomodado
7) alegre 23) assustado 39) bem
8) apreensivo 24) dinâmico 40) nervoso
9) preocupado 25) engajado 41) empolgado
10) disposto 26) produtivo 42) vigoroso
11) contente 27) impaciente 43) inspirado
12) irritado 28) receoso 44) tenso
13) deprimido 29) entusiasmado 45) triste
14) interessado 30) desanimado 46) agitado
15) entediado 31) ansioso 47) envergonhado
16) atento 32) indeciso
Subescala 2
Agora você encontrará algumas frases que podem identificar opiniões
que você tem sobre a sua própria vida. Por favor, para cada afirmação, marque
com um X o número que expressa o mais fielmente possível sua opinião sobre
sua vida atual.
Não existe resposta certa ou errada, o que importa é a sua sinceridade.
1 - Discordo Plenamente
2 - Discordo
3 - Não sei
4 -Concordo
5 -Concordo Plenamente
48. Estou satisfeito com minha vida ................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
49. Tenho aproveitado as oportunidades da vida ........... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
50. Avalio minha vida de forma positiva ........................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
51. Sob quase todos os aspectos minha vida está longe do meu ideal de
vida.................................................................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
52. Mudaria meu passado se eu pudesse ....................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
53.Tenho conseguido tudo o que esperava da vida ........ |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
54. A minha vida está de acordo com o que desejo para
mim.................................................................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
55. Gosto da minha vida .................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
56. Minha vida está ruim .................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
57. Estou insatisfeito com minha vida ............................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
58. Minha vida poderia estar melhor ............................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
59. Tenho mais momentos de tristeza do que de alegria na minha
vida.................................................................................. |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
60. Minha vida é “sem graça” ......................................... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
61. Minhas condições de vida são muito boas ............... |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
62. Considero-me uma pessoa feliz ................................ |_1_|_2_|_3_|_4_|_5_|
Apêndice 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ESCLARECIMENTOS AO PARTICIPANTE
Eu, Sabrina Caldas, nutricionista, mestranda em Ciências do
Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu – USJT, sob orientação da
Professora Doutora Ana Lúcia Gatti, psicóloga, estou pesquisando o tema:
“Comportamento alimentar em mulheres maduras: Modelo Transteórico e Bem
Estar Subjetivo”, com o objetivo de estudar a mudança na alimentação e a
satisfação pessoal.
A sua participação consistirá em responder algumas perguntas quanto a
características pessoais, aos seus hábitos alimentares e à avaliação que faz de
sua vida. Também serão tomadas algumas medidas como peso, altura e
circunferência da cintura. Receberá um acompanhamento nutricional de, no
mínimo, seis meses, realizado na Clínica de Nutrição da Universidade São
Judas Tadeu ou na Invest In Your Body Academia de Ginástica Ltda.
A qualquer momento, caso ocorram dúvidas, a Senhora poderá solicitar
esclarecimentos à pesquisadora.
Informo que manterei o anonimato das informações obtidas, que estas
ficarão sob a guarda da pesquisadora responsável por cinco anos e que a sua
identidade não será revelada, ainda que os resultados gerais do estudo
possam ser apresentados em eventos científicos e publicação em revistas
especializadas.
A qualquer momento, a senhora poderá desistir da participação, se assim
o desejar, sem qualquer penalidade e/ou prejuízo.
O risco que envolve sua participação pode ser considerado mínimo e,
caso haja necessidade, em função de algum desconforto ou constrangimento
que a pesquisa venha a ocasionar, fica à disposição o Centro de Psicologia
Aplicada da Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento
psicológico, sem qualquer ônus. Como beneficio lhe será oferecido o
atendimento, a possibilidade de conhecer seus resultados e haver contribuído
para o aprimoramento do conhecimento.
Ao assinar o presente termo, a senhora declara que sua participação é
totalmente voluntária e, portanto, não irá receber qualquer incentivo e/ou
remuneração.
A senhora poderá entrar em contato comigo através do meu telefone
residencial: (011) 2402-2762, ou pelo endereço eletrônico:
nutrisabrina@hotmail.com, ou com minha orientadora através do telefone (011)
2578-8697 ou pelo endereço eletrônico prof.agatti@usjt.br, ou ainda manter
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da universidade, telefone (011)
2799-1944, endereço: Rua Taquari, 546 Mooca, endereço eletrônico:
cep@usjt.br para esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir em
relação a este estudo.
Assim, ao fornecer seus dados e assinar e rubricar ambas as vias,
entende-se que há concordância com os termos aqui apresentados, mas que
pode, também, a qualquer momento, retirar sua participação.
Eu,____________________________________________________________
R.G.____________, declaro estar ciente quanto à pesquisa a ser conduzida e
dou meu consentimento livre e esclarecido, firmando abaixo, em duas vias de
igual teor, para que uma permaneça em meu poder e outra em poder do
pesquisador.
________________________
(Assinatura da participante)
São Paulo, _____ de _______________ de ________.
___________________________ ___________________________
Profa. Dra. Ana Lucia Gatti Sabrina Caldas
Orientadora Pesquisadora
E-mail: prof.agatti@usjt.br E-mail: nutrisabrina@hotmail.com
Telefone: 2578-8697 Telefone: 2402-2762
Apêndice 2 – Anamnese Nutricional
Anamnese Nutricional
Dados pessoais e familiares:
Nome: _________________________________________________________
Sexo: ( ) F ( ) M Data de Nascimento: ________________ Idade:_______
Estado civil: _____________________________________________________
Endereço: _______________________________________________________
CEP:______________ Cidade: ____________________ Estado: ___________
Telefone: _________________________ Celular: ____________________
Email:__________________________________________________________
Etnia/Religião: ___________________ Naturalidade: ____________________
Composição familiar:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Outras informações necessárias:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Dados profissionais:
Grau de instrução: ________________________________________________
Profissão: __________________Horário de trabalho: ____________________
Descrição das principais atividades:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Renda familiar mensal:_____________________________________________
Dados clínicos:
HMA e/ou motivo da consulta:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Antecedentes pessoais (Doenças crônicas e infecciosas) e internações
hospitalares:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Antecedentes familiares (DCV, DM, câncer, outras):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Medicação (descrição, quantidade, horário):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Condições gerais de saúde atual:
Dentição e/ou prótese: _____________________________________________
Mastigação e deglutição: ___________________________________________
Alterações digestórias (náuseas, vômitos, azia, dores):
_______________________________________________________________
Hábito intestinal (frequência, consistência, esforço, laxante):
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Tabagismo (tempo, frequência, quantidade):____________________________
Etilismo (tempo, frequência, quantidade):______________________________
História do Peso Corporal
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Atividade física
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Dados gerais sobre a alimentação
Como está o apetite (normal, reduzido, aumentado): _____________________
Quais as refeições/dia e local? ______________________________________
Em casa, quem prepara as refeições? ________________________________
Tem alergias ou intolerâncias alimentares? ____________________________
Quais as restrições alimentares?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Quais as preferências alimentares?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Quais os condimentos utilizados para preparo das refeições?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Qual o consumo de água/dia?_______________________________________
Apêndice 3 - Estratégias de intervenção nutricional
Em todos os estágios de comportamento alimentar, os indivíduos vão ao
atendimento e são aplicados a Anamnese Nutricional, Questionário URICA e
Escala de Bem estar subjetivo, aplicado Recordatório 24 horas e aferidas
medidas antropométricas. Após 15 dias, paciente recebe orientações
individualizadas, conforme sua necessidade e estágio de comportamento
alimentar.
Posteriormente, mensalmente, paciente retorna, conversa-se sobre as
maiores dificuldades em seguir orientações passadas na última consulta, é
aplicado Recordatório 24 horas para avaliar alimentação, são aferidas medidas
antropométricas e são fornecidas orientações conforme estágio de
comportamento alimentar (descrito a seguir) e por fim é entregue um Manual
sobre Diabetes Mellitus, um Manual sobre Peso Saudável, Leque de Corações
que abordam alimentos que fazem bem para o coração, Dica de Safra de
alimentos e lista de receitas saudáveis, para incentivo e informação da
paciente.
Pré-contemplação
Após 15 dias, paciente retorna e recebe orientações individualizadas,
sendo, explicação das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas
nutricionais individualizadas e orientações nutricionais básicas de uma
alimentação saudável associado a cada patologia.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, é feito um Resumo alimentar (modelo de Cardápio que a paciente
deve seguir, só alimentos, inicialmente sem porções).
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, é entregue Calendário alimentar e é feito um novo Resumo
alimentar com porções.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é
entregue um novo Calendário Alimentar com porções.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é
entregue um novo Calendário Alimentar com porções.
No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os
questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar
subjetivo).
Contemplação
Após 15 dias, paciente retorna e recebe orientações individualizadas,
sendo, explicação das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas
nutricionais individualizadas e orientações nutricionais básicas de uma
alimentação saudável associado a cada patologia.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, é feito um Resumo alimentar com porções.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, é entregue o Calendário alimentar com porções.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é
entregue um novo Calendário Alimentar com porções.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras e por fim é
entregue um novo Calendário Alimentar com porções mais rígidas.
No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os
questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar
subjetivo).
Manutenção
Após 15 dias, recebe orientações individualizadas, sendo, explicação
das complicações da cada patologia e sedentarismo, metas nutricionais
individualizadas e dieta individualizada e lista de substituição.
Após um mês, conversa-se sobre as maiores dificuldades em seguir
orientações passadas na última consulta, aplica-se Recordatório 24 horas para
avaliar alimentação, são aferidas medidas antropométricas.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, é entregue o Calendário Alimentar com porções (referentes a dieta).
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se Calendário Alimentar e orienta-se melhoras.
Após um mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes. É entregue novo Calendário alimentar com porções (referentes a
dieta).
No último mês, além de todos os passos que são feitos para todos os
pacientes, verifica-se o Calendário Alimentar e são reaplicados os
questionários da primeira consulta (Questionário URICA e Escala de Bem estar
subjetivo).
Apêndice 4 – Materiais distribuídos às participantes.
Apêndice 5 - Exemplos de Estratégias Nutricionais
Apêndice 6 – Recordatório 24h individual Pré e Pós intervenção
nutricional.
R.B.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com açúcar Chá com adoçante
Pão francês com margarina Pão de forma integral com margarina
Fruta
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Bolo Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Legume e Verdura Legume e Verdura
Suco industrializado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Pão francês com margarina Fruta
Chá
Jantar Jantar
Frutas Mingau de Maisena
Lanche da Noite Lanche da Noite
Leite Chá com adoçante
Pão de forma integral com margarina
L.M.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com açúcar Leite com café com açúcar
Pão francês com margarina Pão de forma integral com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Verdura Legume
Gelatina Frango assado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Chocolate Fruta
Jantar Jantar
Frango assado
Lanche da Noite Lanche da Noite
A.C.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Café com adoçante
Pão francês com requeijão Biscoito água e sal com requeijão
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Verdura Legume e Verdura
Carne cozida Frango cozido
Fruta Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Bolo
Suco natural com açúcar
Jantar Jantar
Sopa de legumes Sopa de legumes com frango
Fruta Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
F.A.C.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com requeijão Pão de forma integral com queijo branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta com aveia
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Legume e Verdura Legume e Verdura
Carne de soja Queijo coalho
Massa Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Jantar Jantar
Arroz e feijão
Legume e Verdura
Queijo coalho
Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
E.A.E.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Torrada Torrada integral
Queijo Branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Bolo Fruta
Almoço Almoço
Pastel Arroz e feijão
Caldo de Cana Legume e Verdura
Chocolate Carne cozida
Fruta
Refrigerante
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Torrada Torrada integral
Queijo Branco
Jantar Jantar
Pão francês com patê Arroz e feijão
Legume e Verdura
Carne cozida
Fruta
Chocolate Refrigerante
Lanche da Noite Lanche da Noite
G.P.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Suco de fruta natural Suco de fruta natural
Fruta com fibras Pão francês com margarina
Café puro com açúcar Fruta seca
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Suco de fruta natural Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e lentilha
Legume e Verdura Legume e Verdura
Fruta Linguiça assada
Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Café puro com açúcar
Bolo recheado
Jantar Jantar
Arroz e Feijão Arroz e feijão
Legume Legume e Verdura
Fruta Ovo cozido
Doce
Lanche da Noite Lanche da Noite
Iogurte natural
I.A.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Pão francês com margarina Pão francês com requeijão
Café puro com açúcar Café puro com açúcar
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e lentilha
Legume e Verdura Verdura
Frango frito Carne moída
Biscoito cream craker
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Fruta
Jantar Jantar
Arroz e Feijão Sopa de Legumes
Legume Torrada
Bife frito
Lanche da Noite Lanche da Noite
S.F.S.P.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Pão integral com requeijão Suco de fruta natural
Café com adoçante Pão francês com queijo branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Iogurte tradicional
Almoço Almoço
Salgadinhos fritos Legume e Verdura
Frango frito Carne assada
Carne assada Fruta
Salada
Doce e bolo
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Café puro com açúcar
Bolo recheado
Jantar Jantar
Sopa de legumes com carne Arroz e feijão
Legume e Verdura
Ovo cozido
Lanche da Noite Lanche da Noite
Iogurte natural
R.R.C.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Café puro com adoçante Leite com café
Queijo branco
Fruta
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Vinho
Almoço Almoço
Arroz e feijão Macarrão ao sugo
Legume e Verdura Verdura
Carne cozida Torta de frango com legume
Café puro com adoçante Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Café puro com açúcar
Bolo recheado
Jantar Jantar
Arroz e feijão Pão
Legume Verdura
Carne cozida Caqui
Chocolate Queijo Branco
Lanche da Noite Lanche da Noite
Bolo e doce
E.M.F.D
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com requeijão Pão de forma com requeijão
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Legume e Verdura
Legume Frango cozido
Suco industrializado Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Biscoito doce sem recheio Biscoito
Iogurte light
Jantar Jantar
Leite com café com adoçante Sopa de legumes
Pão com requeijão
Lanche da Noite Lanche da Noite
Chocolate
E.F.N.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com adoçante Leite com café
Pão integral com margarina Suco de fruta natural
Fruta Pão francês com queijo branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz
Legume e Verdura Legume e Verdura
Frango cozido Carne moída
Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Fruta Iogurte desnatado com fibra
Chá de camomila
Jantar Jantar
Arroz Sopa de legumes
Verdura Fruta
Frango grelhado
Lanche da Noite Lanche da Noite
Leite desnatado
A.F.P.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Biscoito água e sal Biscoito água e sal
Queijo Branco Queijo Branco
Fruta Fruta
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e lentilha
Legume e Verdura Legume e Verdura
Frango e carne cozido Doce
Leite com café com adoçante
Doce
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante Leite
Jantar Jantar
Leite com café com adoçante Legume
Pão integral com queijo branco Queijo branco
Frios Leite com café com adoçante
Doce
Lanche da Noite Lanche da Noite
C.M.D.M.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com margarina Pão francês com margarina
Queijo Branco Queijo Branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz Arroz e lentilha
Batata frita Carne moída
Hamburguer
Pão francês
Suco industrializado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Fruta
Jantar Jantar
Leite com aveia Leite com café com adoçante
Torrada
Lanche da Noite Lanche da Noite
T.C.F.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com margarina Pão francês com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta com fibra Fruta
Pão caseiro
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Legume Frango cozido
Fruta Legume e verdura
Leite com café com adoçante Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante
Biscoito água e sal
Jantar Jantar
Arroz e feijão Sopa de feijão com legumes
Verdura
Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
M.S.F.I.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Fruta com fibra
Pão francês com requeijão Café puro com adoçante
Fruta com fibra Pão com queijo branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Legume Carne moída
Fruta Legume e verdura
Carne moída Fruta
Doce
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão de queijo Pão francês com queijo branco
Jantar Jantar
Pão francês Pão
Verdura Verdura
Fruta Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
M.L.C.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Torrada com margarina Pão de leite com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Suco de fruta natural
Almoço Almoço
Arroz e lentilha Arroz
Legume e verdura Peixe grelhado
Carne cozida Legume e verdura
Suco industrializado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com achocolatado Leite com café com adoçante
Pão integral com frios Bolo simples
Jantar Jantar
Arroz e lentilha Arroz e feijão
Frango cozido Peixe grelhado
Verdura Legume
Refrigerante
Lanche da Noite Lanche da Noite
V.S.C.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão integral com queijo branco Pão integral com queijo branco
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Almoço Almoço
Arroz e feijão Macarrão ao sugo
Legume e Verdura Feijão
Fruta com fibra Legume
Frango grelhado Frango grelhado
Suco de fruta natural
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão integral com queijo branco Pão integral com queijo branco
Jantar Jantar
Arroz e feijão Arroz e feijão
Legume e Verdura Legume
Fruta com fibra Frango grelhado
Frango grelhado Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
Fruta seca
S.T.C.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão integral com queijo Pão integral com margarina
Fruta Fruta
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz Arroz e feijão
Legume e Verdura Verdura
Suco de fruta natural Frango e carne cozido
Frango cozido
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão integral com margarina Biscoito folhado
Jantar Jantar
Pão integral Sopa de legumes com frango
Frango grelhado Fruta
Suco de fruta natural
Lanche da Noite Lanche da Noite
V.L.L.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Chá
Pão integral com margarina Pão francês com margarina
Iogurte light com fibra
Fruta
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Suco de fruta natural
Almoço Almoço
Peixe cozido Arroz e feijão
Verdura Verdura
Suco industrializado Frango cozida
Fruta Farofa
Fruta
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Chá
Biscoito doce sem recheio
Jantar Jantar
Arroz e feijão Arroz
Peixe cozido Omelete
Verdura Doce
Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
Leite com café com adoçante Chá
Biscoito integral com requeijão
I.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante
Pão integral com margarina Pão francês com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz
Panqueca de carne Frango cozido
Pastel Panqueca de carne
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Chá Barra de cereal
Biscoito água e sal
Jantar Jantar
Pastel Sopa de legumes com carne
Torrada
Lanche da Noite Lanche da Noite
Chá
Biscoito integral
N.A.M.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante
Pão integral com cream cheese Pão de milho com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Leite com café com açúcar Leite com café com adoçante
Pão integral com margarina Queijo Branco
Almoço Almoço
Sopa de legumes com frango Macarrão à bolonhesa
Fruta Carne assada
Bolo recheado
Refrigerante
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Leite com achocolatado Leite com café com adoçante
Queijo Branco Pão de milho com margarina
Jantar Jantar
Sopa de legumes Arroz e feijão
Bolo com recheio Polenta
Iogurte Frango cozido
Verdura
Doce
Lanche da Noite Lanche da Noite
Leite com café com açúcar
Pão francês com margarina
I.I.A.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com margarina Pão francês com margarina
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta
Almoço Almoço
Frutos do mar Arroz e feijão
Verdura Carne cozida
Risoto Verdura
Suco de fruta natural
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Chá
Biscoito cream craker
Jantar Jantar
Fruta Arroz e feijão
Carne cozida
Verdura
Lanche da Noite Lanche da Noite
Fruta
M.H.S.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com fruta Leite com achocolatado
Café puro com adoçante Torrada com requeijão
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Almôndega Arroz
Verdura Legume e verdura
Fruta Fruta
Arroz
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Barra de cereal
Leite com achocolatado
Café puro com adoçante
Jantar Jantar
Arroz Sopa de legumes
Carne assada
Lanche da Noite Lanche da Noite
Suco de fruta natural
N.M.F.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com requeijão Pão francês com requeijão
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz Arroz e feijão
Carne cozida Frango frito
Suco industrializado Verdura
Fruta Suco industrializado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Salgadinho Barra de cereal
Jantar Jantar
Pizza Arroz
Pão de metro Peixe cozido
Iogurte com fruta
Suco industrializado
Lanche da Noite Lanche da Noite
Leite
A.S.L.M.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com adoçante Leite com café com adoçante
Pão integral com margarina Pão integral com requeijão
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz e feijão Arroz e feijão
Carne assada Ovo frito
Verdura Verdura
Suco industrializado
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Fruta Leite com café com adoçante
Pão integral com requeijão
Fruta
Jantar Jantar
Leite com café com adoçante Sopa de legumes
Pão integral com margarina Fruta
Lanche da Noite Lanche da Noite
Iogurte com fruta e fibras
I.M.E.C.
Primeiro Recordatório 24h Último Recordatório 24h
Café da Manhã Café da Manhã
Leite com café com adoçante Leite com café com adoçante
Pão francês com frango cozido Pão francês com queijo
Lanche da Manhã Lanche da Manhã
Fruta Fruta
Almoço Almoço
Arroz Macarrão instantâneo
Peixe cozido Pão com patê
Legumes e Verduras Suco industrializado
Fruta Café puro com adoçante
Lanche da Tarde Lanche da Tarde
Café com adoçantes
Bolo simples
Jantar Jantar
Arroz Esfiha de carne
Peixe cozido Kibe
Legumes
Lanche da Noite Lanche da Noite
Pão francês com azeite Leite
Fruta Fruta
Apêndice 7 – Quadro geral das participantes.
Apêndice 7 – Continuação do Quadro Geral das Participantes.
Apêndice 7 – Continuação do Quadro Geral das Participantes.