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4 ** %: HH| ASSIGNATURA. ANNUAL Brazil .-. . f .;...,,.., , 5$000 PAGAMENTO ADIANTADO PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ k£lW3 SíS^ãS ASSIGNATURA ANNUAL ÍMIUI»!»!! O tiV01ilJCÍa.\ÍIMlM & Extràngeiro 6$Ó00 ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO SPIRITA BRAZILEIRA PAGAMENTO ADIANTADO PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA Rua <hf Alfândega u. 342. tf POUHtt Anui» XIV Etra/il lli:» J.tnoiro S8i#4» S^evereiro fi.» m »r<s r EXPEDIENTE No Intuito do ampliar a circulação da xioKsa folha o desenvolver concomitante- mento a propaganda da doutrina de qüe ô orgfto, continuamos a proporcionar ás pes- jnons, que se dignarem amparar-nos com o kuu concurso para esse fim, aB «oguinted. VANTAGENS A qúera angariar 10 Sssignaturas, en- viando-noH o respectivo producto, offertá- remos, como valioso brinde, uni bem tra,- kalharto retrato do Allan Kardec o um exemplar da brochura O que fi o sph-ilis- mo t Q,uem obtiver 5 aseignaturas, nas mes- mas condiçOuH, receberá o mesmo retrato do Mostro, quw 6 um bello trabalho-de um hubil artista u qu« li/orno* reprodu/Jr «obro bom papel. As aswignafcunii comecum ora Janeiro o terminam «m 81 de Dezembro. As pensou» que assinarem no decurso do anuo terão direito ao» numerou pu- bllcadoo. Continuam a so* íkwhoh mjwn^u*, am *o- guinte* logarc*»: Amakoxas— O Sr. Bernardo Itodrlifues do Almeida, oni Manáos. Pará—O Sr. Josó-Maiàiv da Silva Bastos, em Belém, rua da Gloria n. «. Rio Guandu do Noiitb—O Sr. Forto* uato ítuíluo Aranha, no Natal. Pabahyua—O Sr. Emiliauo Rodrigue* Pereira, na capital. Pkhnamhuoo— O Sr. Affonso Duarte, no Recife, rua do Novonibro, n. 05. Bahia—O Sr. Francisco Xavier Vieira Gomes, nu Cuchoeira. O Sr. Manoel Ferreira Vlllas Boas em S. Salvador, rua de Santa Barbara n. 114. Rio dh Jankiho— O Sr. AÍIouho Macha- do do Faria, em Campos, rua do Kozario n. 42 A. O Sr. Prime Jobô Roque, em Lago do Muriahó. :* 8. Paulo—O Sr. Antônio Gonçalves da Silva Batuira, na capital, rua da Indepen- dencia n. 0. O Sr. Bonedlcto José" do Souza Junior— ani Santos, rua Xavier da Silveira n. 12S. ParanA—-O Sr. Joflo Monos Pereira Go- mes, em Paranaguá., Matto Grosso—O Sr. Flavio-Cresceu- elo do Mattos, em Cuyaba.' •'' X- - Os tempo» »5í eliegatlo* IV Eu disse que a família spirita, a ver- dadeira familia, se constituiria natural e substancialmente com aquelle*s que, tendo a orientação característica do spi- ritismo—eompreherisão e divulgação do ^Evangelho, em espirito e verdade—, se promp*tiucassem a trabalhar, uniforme, mente e harmouicamente n'este senti- do. Como, então, trabalharem uniforme e harmouicamente os spiritas que têm à mesma orientação e constituem, por isto uma família homogênea ? Nas obras fundamèntães da doutrina encontrarão os que nutrirem o bom de- »ejo de marchar sob a bandeira do glo- riòsò Ismael os ensinos precisos para a consecução do alto fim. Os grupos não podem dar um passo sem o conhecimento da doutrina ; donde a obrigação, para todos, de dedicarem, sempre, sempre, uma parte de suas ses- soes áquelle estudo. Um grupo quo não conhece nem se preóccupa com o estudo da doutrina po- de ser tudo, menos um grupo spirita. A orientação característica do spiri- tismo, teniol-o dito á saciedado, é a eompreheiisão e a divulgação do Evan- gelfío interpretado á luz da nova revê- lação; donde a obrigação dos grupos que abraçam aquella orientação e, por isso, constituem-se membros da verda- deira família spirita, de tão depressa conhecerem a doutrina, applicarem a luz d'esta ao estudo do Evangelho. A caridade raciocinada deve existir sempre no coração do spirita; e, pois, é obrigação dos grupos éxereel-a para com seus irmãos do espaço, que ahi soffrerem as conseqüências de suas fal- tas. Devem, portanto dedicar uma parte de seus trabalhos a este piedoso serviço. Uma parte para o estudo e outra para a pratica do spiritisrno ou do Evange- lho. Quer n'uma, quer n'outra, porem, é " de lei, para que colham bons fruetos, que estejam todos concentrados, com todo o respeito e humildade, invocan- do a protecção do guia do grupo e, principalmente, do chefe da familia spi- rita, o divino Jesus. Ninguém se deve julgar pequeno para estudo porque todos o somos, e Jesus é quem faz baixar a luz sobre os que lh'a pedem de boa vontade. Tão pouco deve o móraUzador esque- cer a benevolência e o amor para com os que soffrem, tratando rudemente o espi- rito que se manifestar, embora lhe atire insultos. Os bons sentimentos, e não o saber, são os únicos meios de arrancai-o ao mal, e, por isto, o spirita ignorante, desde (pie esteja possuído do mais ar- dente desejo do bem, triumphará do es- pirito o mais orgulhoso de sua scieneia. Ê esta é uma prova de que o spiri- tismo, se luz á scieneia, dá-lh'a por seu caracter moral e religioso. O sábioj que não crê em Deus, em N. S. Jesus, na religião, possue um tlie- spüro, qne não tem curso e não o salv;l da maior miséria. Se, porem, converter- sé, aqueile thesouro será, valioso para seu progresso. Não desanime, pois, o grupo de humildes, quando lhe tor tra- ziclò um d'aquelles sábios, porque sua própria..humildade «provocará a miseri- cordia divina, e a rocha, tocada pela vara da fé, jorrará de seu seio água cry:-tallma. A corrente fluidica formada pelos membros do grupo em trabalho é valiosa trincheira que os defende dos inimigos invisíveis e lhes forçajmra fazerem um trabalho digno de ser ofterecido a Jesus ; "donde a regra de não admitti- rem-se visitantes, salvo nos grupos cujo programma seja trabalho publico de pro- paganday. nunca,, jamais, em trabalhos de obsessão. O programma de um grupo, deve sempre ser executado á risca, sob pena de gravíjs perturbações, ou de mystiíi- cações, pelo menos. As Miystificações são ás vezes per- mittidas no grupo o mais bem consti- tuido, como meio de estudo; e, pois, é dever iffcleu&hTavel de'todo" grupo estar'- sempre attento, e estudar com o maior cuidado todo trabalho que lhe for dado, mesmo em nome do seu guia, re- correndo a pessoas mais adiantadas no conhecimento da doutrina, quando se achar em duvida. A chave do estudo e da praticado spiritisrno é o médium, que deve ser moralizado em sua vida privada, co- nhecedor da doutrina, especialmente do Livro dos Médium^ e bem desenvolvido no trabalho. Também por isto, os grupos devem, em sessão, trabalhar no desenvolviinen- to das mediumnidades dos seus mem- bros, que-as tiverem. N'.este jornal, disse em artigo edi- torittl, sem assignatura. o que mais im- porta saber com relação aos niediums A norma geral estabelecida para um trabalho spirita, que nunca deve ter por fim senão o bem do próximo, é abrir-se a sessão por uma prece, em que se peça a Jesus luz e paz para seus tra- balbadores, seguindo-se a isto uma com- muiiicação guia ou de outro espirito superior, por elle eleito. Acabado o trabalho, pede-se ao guia uma comniunicação de encerramento, è faz-se a prece de graças. Todos os. grupos, todos os spiritas, que comprehenderem e praticarem o spiritisnro como tenho exposto, não fir- mado em 'pensamento meu, (pie liada sou, mas nos princípios que ennastram as paginas sublimes das obras funda- mentaes, e nos ensinos dados por altos espíritos nas sessões dos grupos j Todos os (pie se conformarem com a normas colhidas n'aquellas fontes, são membros da familia spirita, sob a ban- deira de Ismael, debaixo das páternàés vistas de Jesus, de quem é missionário Allan Kardec. Todos os (pie não cornaiumgarcm com p estes, serão como a figueira, da qual Jesus falou, dizendo : toda a planta que meu pae não plantou será arrancada. Lede, spiritas do Brazil, a cÒmlnuni- cação de Allan Kardec, publicada n'este jornal, e tereis a razão porque eu, o mínimo entre os spiritas, vos convido á União. Bezerra üb Mknezes. Lavater em causa Segunda cakca As necessidades que sente o espirito humano, durante xeu desteiro^no cogfiõ malà-iàí, COn^Su^^SSBnalJ^S^Bpff tpie abandona-o. A felicidade consistirá na satisfação d'aquellas necessidades ; a coridemna- ção na impossibilidade de satisfazer seus appetites;carnaes em um mundo menos material. As necessidades não satisfeitas cons- tituem a condemnaç.ão ; sua satisfação constituo a felicidade suprema. Eu quizera poder dizer a toda a gen- te : analysa a natureza de tuas necessi- dades, dá-lhes seu verdadeiro nome, e depois pergunta a ti mesmo : serão taes necessidades admissíveis em um mundo menos material ? Podem achar em tal mundo sua legitima satisfação ? E, caso possam ser ahi satisfeitas, serão, por- ventura, d'aquellas que um espirito im- mortal não sinta uma profunda vergo- nha de tel-as, e confessar honrosamente que as tem e que deseja satisfazel-as, á face de outros seres intellectuaes e im- mortáes como elle ? A necessidade que arrasta a alma a satisfazer as aspirações espirituaes de outras almas immortaes, a procurar os puros gosos da vida, a inspirar a certe- za da continuação da vida depois da morte, a cooperar, por este meio, no grande plano da sabedoria e do amor supremo, o progresso adquirido por esta nobre actividade, tão digna do homem, assim como o desejo desinteressado do bem, dão ás almas humanas a aptidão e o direito de serem recebidas nos gru- pos dos círculos de espíritos os mais elevados, os mais puros, os mais santos. Quando tivermos, oh ! minha vene- rada Imperatriz, a intima persuasão de que a necessidade mais natural que pode nascer em uma alma immortal é a de approximar-se cada vez mais de Deus e de assemelhar-se ao Pae inví- sivel de todas as creaturas ;. quando esta necessidade predominar em nós ; oh ! então nenhum receio deveremos nutrir a respeito de nosso futuro, des- pojados do corpo, esse muro espesso que uos oc-culta Deus. w*rX'''9*'" -JSÜIf,.,,*" ,

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ASSIGNATURA. ANNUAL

Brazil .-. . f .;...,,.., , 5$000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

k£lW3 SíS^ãS

ASSIGNATURA ANNUALÍMIUI»!»!! O tiV01ilJCÍa.\ÍIMlM

& Extràngeiro 6$Ó00

ÓRGÃO DA FEDERAÇÃO SPIRITA BRAZILEIRA PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua <hf Alfândega u. 342.

tf POUHtt

Anui» XIV Etra/il — lli:» d» J.tnoiro — S8i#4» — S^evereiro fi.» m »r<s

r

EXPEDIENTENo Intuito do ampliar a circulação da

xioKsa folha o desenvolver concomitante-mento a propaganda da doutrina de qüe ôorgfto, continuamos a proporcionar ás pes-jnons, que se dignarem amparar-nos com okuu concurso para esse fim, aB «oguinted.

VANTAGENSA qúera angariar 10 Sssignaturas, en-

viando-noH o respectivo producto, offertá-remos, como valioso brinde, uni bem tra,-kalharto retrato do Allan Kardec o umexemplar da brochura O que fi o sph-ilis-mo t

Q,uem obtiver 5 aseignaturas, nas mes-mas condiçOuH, receberá o mesmo retratodo Mostro, quw 6 um bello trabalho-de umhubil artista u qu« li/orno* reprodu/Jr «obrobom papel.

As aswignafcunii comecum ora Janeiro oterminam «m 81 de Dezembro.

As pensou» que assinarem no decursodo anuo terão direito ao» numerou já pu-bllcadoo.

Continuam a so* íkwhoh mjwn^u*, am *o-

guinte* logarc*»:

Amakoxas— O Sr. Bernardo Itodrlifuesdo Almeida, oni Manáos.

Pará—O Sr. Josó-Maiàiv da Silva Bastos,em Belém, rua da Gloria n. «.

Rio Guandu do Noiitb—O Sr. Forto*uato ítuíluo Aranha, no Natal.

Pabahyua—O Sr. Emiliauo Rodrigue*Pereira, na capital.

Pkhnamhuoo— O Sr. Affonso Duarte, noRecife, rua 1» do Novonibro, n. 05.

Bahia—O Sr. Francisco Xavier VieiraGomes, nu Cuchoeira.

O Sr. Manoel Ferreira Vlllas Boas emS. Salvador, rua de Santa Barbara n. 114.

Rio dh Jankiho— O Sr. AÍIouho Macha-do do Faria, em Campos, rua do Kozarion. 42 A.

O Sr. Prime Jobô Roque, em Lago doMuriahó.

:* 8. Paulo—O Sr. Antônio Gonçalves daSilva Batuira, na capital, rua da Indepen-dencia n. 0.

O Sr. Bonedlcto José" do Souza Junior—ani Santos, rua Xavier da Silveira n. 12S.

ParanA—-O Sr. Joflo Monos Pereira Go-mes, em Paranaguá. ,

Matto Grosso—O Sr. Flavio-Cresceu-elo do Mattos, em Cuyaba.'

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Os tempo» »5í eliegatlo*

IV

Eu disse que a família spirita, a ver-dadeira familia, se constituiria naturale substancialmente com aquelle*s que,tendo a orientação característica do spi-ritismo—eompreherisão e divulgação do

^Evangelho, em espirito e verdade—, se

promp*tiucassem a trabalhar, uniforme,mente e harmouicamente n'este senti-do.

Como, então, trabalharem uniforme eharmouicamente os spiritas que têm àmesma orientação e constituem, por istouma família homogênea ?

Nas obras fundamèntães da doutrinaencontrarão os que nutrirem o bom de-»ejo de marchar sob a bandeira do glo-

riòsò Ismael os ensinos precisos para aconsecução do alto fim.

Os grupos não podem dar um passosem o conhecimento da doutrina ; dondea obrigação, para todos, de dedicarem,sempre, sempre, uma parte de suas ses-soes áquelle estudo.

Um grupo quo não conhece nem sepreóccupa com o estudo da doutrina po-de ser tudo, menos um grupo spirita.

A orientação característica do spiri-tismo, teniol-o dito á saciedado, é aeompreheiisão e a divulgação do Evan-gelfío interpretado á luz da nova revê-lação; donde a obrigação dos gruposque abraçam aquella orientação e, porisso, constituem-se membros da verda-deira família spirita, de tão depressaconhecerem a doutrina, applicarem aluz d'esta ao estudo do Evangelho.

A caridade raciocinada deve existirsempre no coração do spirita; e, pois,é obrigação dos grupos éxereel-a paracom seus irmãos do espaço, que ahisoffrerem as conseqüências de suas fal-tas. Devem, portanto dedicar uma partede seus trabalhos a este piedoso serviço.

Uma parte para o estudo e outra paraa pratica do spiritisrno ou do Evange-lho.

Quer n'uma, quer n'outra, porem, é" de lei, para que colham bons fruetos,

que estejam todos concentrados, comtodo o respeito e humildade, invocan-do a protecção do guia do grupo e,

principalmente, do chefe da familia spi-rita, o divino Jesus.

Ninguém se deve julgar pequeno paraestudo porque todos o somos, e Jesus é

quem faz baixar a luz sobre os que lh'a

pedem de boa vontade.Tão pouco deve o móraUzador esque-

cer a benevolência e o amor para com os

que soffrem, tratando rudemente o espi-rito que se manifestar, embora lhe atireinsultos. Os bons sentimentos, e não osaber, são os únicos meios de arrancai-oao mal, e, por isto, o spirita ignorante,desde (pie esteja possuído do mais ar-dente desejo do bem, triumphará do es-

pirito o mais orgulhoso de sua scieneia.Ê esta é uma prova de que o spiri-

tismo, se dá luz á scieneia, dá-lh'a porseu caracter moral e religioso.

O sábioj que não crê em Deus, em N.S. Jesus, na religião, possue um tlie-spüro, qne não tem curso e não o salv;lda maior miséria. Se, porem, converter-sé, aqueile thesouro será, valioso paraseu progresso. Não desanime, pois, o

grupo de humildes, quando lhe tor tra-

ziclò um d'aquelles sábios, porque suaprópria..humildade «provocará a miseri-cordia divina, e a rocha, tocada pelavara da fé, jorrará de seu seio águacry:-tallma.

A corrente fluidica formada pelosmembros do grupo em trabalho é valiosatrincheira que os defende dos inimigosinvisíveis e lhes dá forçajmra fazeremum trabalho digno de ser ofterecido aJesus ;

"donde a regra de não admitti-rem-se visitantes, salvo nos grupos cujoprogramma seja trabalho publico de pro-paganday. nunca,, jamais, em trabalhosde obsessão.

O programma de um grupo, devesempre ser executado á risca, sob penade gravíjs perturbações, ou de mystiíi-cações, pelo menos.

As Miystificações são ás vezes per-mittidas no grupo o mais bem consti-tuido, como meio de estudo; e, pois, édever iffcleu&hTavel de'todo" grupo estar'-sempre attento, e estudar com o maiorcuidado todo trabalho que lhe fordado, mesmo em nome do seu guia, re-correndo a pessoas mais adiantadas noconhecimento da doutrina, quando seachar em duvida.

A chave do estudo e da praticadospiritisrno é o médium, que deve sermoralizado em sua vida privada, co-nhecedor da doutrina, especialmente doLivro dos Médium^ e bem desenvolvidono trabalho.

Também por isto, os grupos devem,em sessão, trabalhar no desenvolviinen-to das mediumnidades dos seus mem-bros, que-as tiverem.

N'.este jornal, já disse em artigo edi-torittl, sem assignatura. o que mais im-porta saber com relação aos niediums

A norma geral estabelecida para umtrabalho spirita, que nunca deve terpor fim senão o bem do próximo, éabrir-se a sessão por uma prece, em quese peça a Jesus luz e paz para seus tra-balbadores, seguindo-se a isto uma com-muiiicação dó guia ou de outro espiritosuperior, por elle eleito.

Acabado o trabalho, pede-se ao guiauma comniunicação de encerramento, èfaz-se a prece de graças.

Todos os. grupos, todos os spiritas,que comprehenderem e praticarem ospiritisnro como tenho exposto, não fir-mado em 'pensamento meu, (pie liadasou, mas nos princípios que ennastramas paginas sublimes das obras funda-mentaes, e nos ensinos dados por altosespíritos nas sessões dos grupos j

Todos os (pie se conformarem com anormas colhidas n'aquellas fontes, sãomembros da familia spirita, sob a ban-deira de Ismael, debaixo das páternàésvistas de Jesus, de quem é missionárioAllan Kardec.

Todos os (pie não cornaiumgarcm comp

estes, serão como a figueira, da qualJesus falou, dizendo : toda a planta quemeu pae não plantou será arrancada.

Lede, spiritas do Brazil, a cÒmlnuni-cação de Allan Kardec, publicada n'este

jornal, e tereis a razão porque eu, omínimo entre os spiritas, vos convido áUnião.

Bezerra üb Mknezes.

Lavater em causa

Segunda cakcaAs necessidades que sente o espirito

humano, durante xeu desteiro^no cogfiõmalà-iàí, COn^Su^^SSBnalJ^S^Bpfftpie abandona-o.

A felicidade consistirá na satisfaçãod'aquellas necessidades ; a coridemna-ção na impossibilidade de satisfazerseus appetites;carnaes em um mundomenos material.

As necessidades não satisfeitas cons-tituem a condemnaç.ão ; sua satisfaçãoconstituo a felicidade suprema.

Eu quizera poder dizer a toda a gen-te : analysa a natureza de tuas necessi-dades, dá-lhes seu verdadeiro nome, edepois pergunta a ti mesmo : serão taesnecessidades admissíveis em um mundomenos material ? Podem achar em talmundo sua legitima satisfação ? E, casopossam ser ahi satisfeitas, serão, por-ventura, d'aquellas que um espirito im-mortal não sinta uma profunda vergo-nha de tel-as, e confessar honrosamenteque as tem e que deseja satisfazel-as, áface de outros seres intellectuaes e im-mortáes como elle ?

A necessidade que arrasta a alma asatisfazer as aspirações espirituaes deoutras almas immortaes, a procurar ospuros gosos da vida, a inspirar a certe-za da continuação da vida depois damorte, a cooperar, por este meio, nogrande plano da sabedoria e do amorsupremo, o progresso adquirido por estanobre actividade, tão digna do homem,assim como o desejo desinteressado dobem, dão ás almas humanas a aptidãoe o direito de serem recebidas nos gru-pos dos círculos de espíritos os maiselevados, os mais puros, os mais santos.

Quando tivermos, oh ! minha vene-rada Imperatriz, a intima persuasão deque a necessidade mais natural quepode nascer em uma alma immortal é ade approximar-se cada vez mais deDeus e de assemelhar-se ao Pae inví-sivel de todas as creaturas ;. quandoesta necessidade predominar em nós ;oh ! então nenhum receio deveremosnutrir a respeito de nosso futuro, des-pojados do corpo, esse muro espessoque uos oc-culta Deus.

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,. será decomposto, c <> vêo queIm mni<! Santo dos

K^o, corno material, que nos separa-va d'""nos tolhia a vista do maisSantos será rasgado.sòds ser adorável, aquém amávamossu re todas as coisas terá então, commas esplendorosas graças, livn- euiia-da cm nossa, almareceia

áü(pvi oied rnOosd ali-1 ti-1' ' " ;esforços empregadi

sedenta d'Elle e qne-o-ha com alegria e amor.5de que oamor de Deus seja o

los liara, se cila itppW-xímav cVEIle e a Elle as ¦ cm

arie,molnar-í

seu amor vivilicante ua luünantiessa alma desembaraçada de seu corpo,

passando suecessi vãmente por muitospara aperfeiçoar-se cada \e,'.ms

de iodos oa sons desejos e de todas asidéas. aquellas que se consideram oobjectivo do tud iue existe forad Vilas e qne somente procuram o meiode satisfazer suas paixões e seus sentidos, aquellas, emfim, em quem do-minam o egoísmo, o orgulho, o amor

próprio co interesse pessoal, e queremao mesmo tempo servir a dois senhoresipê se contradizem.

Scmelliántes almas levem encontrar-se segundo me parece, depois da se-

púí-açâu dn corpo, no miserando estado(p, mn:1 horrivtil contemplação riesimesmas ou o .pie vale o mesmo, sentiu-d;> Ullli profundo desprezo i oi

mais. subirá com assombrosa velocidadeaté ò objecto de sua mais proíunda ve-neracãiVe de seu amor illimitado, ate oinesgotável manancial, único (pte pode-vá satisfazer todas as suas necessidadesee spi rações.

Neiilmm olho, débil, enfermo, ou co-bertó de nevoa, poderá mirar o sol defre.nle • pelo mesmo modo. nenhum es-

pirito impuro, envolto na nevoa mate-rial, formada por uma vida exclusiva-

.mente material, poderá, embora liber-tado do corno, súpportar a vista domais pino sol dos espíritos, em suaesjHendorosa luz, a vista tVesse foco de

que partem raios de luz e de se.nümen-tos infinitos, que penetram todos os re-cesses da creação.

Quem melhor do que vós, senhora,sahe. que. os bons são attrahidos para osbons V Que só as almas elevadas sabemsrosar da presença de outras almas deli-cadás?

O homem, conhecedor da vida e doshomens, o homem do mundo quo muitasvezes se ha encontrado na sociedadecom aduladores pouco recatados, afemi-nados, sem caracter, pressurosos sem-pre em fazer sobresabir a palavra amais insignificante, a menor allusão

-^ d'aquelles dè quem mendigam favores,3fc. ,-^ft com hypocritas, que buscam cuida-

ciosamente o modo de penetrar os pen-samentos dos outros para interpretal-osem sentido contrario ao verdadeiro.esse homem superior, digo, deve sabercomo e quanto essas almas vis e escra-vas se sentem subitamente feridas etràspassadas por uma simples palavrapronunciada com firmeza e dignidade,e ficam confundidas ante um olhar se-vero (pie lhes faça sentir como são co-nhecidas e julgadas pelo que valem.

Quão penoso se lhes faz então suppor-tar a presença de um homem honrado !

Nenhuma alma vil e hypocrita podesentir-se bem ao contacto de unia almanobre e enérgica, que lhe penetrou ossentimentos.

A alma impura que deixou seu corpodeve, por sua natureza intima, comopor uma força oeculta e invencível,fugir á presença de, todo ser puro eluminoso, para occultar-lhe, quantopossa, suas imperfeições que não estáem sua força ocçultar a si e a suas

í mesmas,. st.n,,, arrastadas por uma Jorça irre-sistivel paia a esmagadora sociedade

comsigo

eguaes.Ainda que não estivesse escripto :

«ninguém poderá ver o Senhor, semestar purificado», esta idéa estaria riaordem natural das coisas.

Uma alma. impura está naturalmenteeol locada.em condição de nao poder en-treter relações com uma alma pura, eatè de não poder sentir sympat.hia poresta.

IImi alma que se tome da luz nãopode. pela mesma razão, ser attráliidapara • manancial da luz. A claridadesenl mescla de trevas deve abrazal-acomo um fogo dévorador.

É quaes são, senhora, as almas que'chamamos impuras ?—Eu creio que sãoaquellas, em quem o desejo de purili-car-se, de corrigir-se e de aperfeiçoar-se nunca despontou; Creio que sãoaquellas que jamais se curvaram aoelevado principio do desinteresse aquel-Ias que se constituíram o centro único

de outras almas egoístasO egoísmo, pois. é o que produz a

imprima da alma e o (pie a faz souTer ;donde existir natalinas humanas algu-ma coisa que lhes seja contraria, algumacoisa de puro e de divino pelo senti-nieuto moral.

Sem este. sentimento o homem seriaincapaz de qualquer goso moral, de es-tinia ou de desprezo de si mesmo, deesperança ou de temor para a vida lu-tura.

Esta luz divina é o que lhe faz in-supportavel toda a obscuridode quedescubra em si, *é a razão pela qual asalmas delicadas, (pie possuem o sensomoral, sóffrem cruelmente quando seapodera d'ellas e as domina o egoísmo.

Da concordância e da harmonia, (piese estabelece no homem, entre elle mes-mo e sua lei interior, dependem suapureza, sua aptidão para receber a luz,sua ventura, seu céo, seu Deus. SeuDeus lhe appáreçe em sua semelhança

mesmo.Aquelle qne sabe amar, Deus appare-

ce (-oino o supremo amor, sob mil for-mas amantes, e seu grau de felicidadee sua aptidão para fazer ditososos de-mais, são proporcionaes ao prnicipio deamor que reina n'elle.

A'quelle (pie ama sem interesse, viveem harmonia perenne com o manancialde todo o amor e com todos os quen'elle bebem.

Procuremos, pois, senhora, conservarem nós o amor em toda a sua pureza, eseremos sempre attrahidos para as ai-mas mais amantes.

Puriüquemo-nos progressivamente dasmáculas do egoísmo, e quando mesmotenhamos de abandonar este mundo,hoje ou amanha, devolvendo á terranosso envolucro mortal, nossa alma to-marà seu vôo, com a velocidade do raio,para o modelo de todos os que amam, ese lhe unirá em ineffável alegria.

Nenhum de nós pode saber qual seráa sorte de sua alma, depois da separa-ção do corpo ; sem embargo,.porem, euestou plenamente convencido de (pie oamor purificado deve necessariamentedar a nosso espirito, rotas as cadeias damatéria., uma existência feliz, um gosocontinuo de Deus, e nm poder illimita-do para fazer ditosos todos os que sãoaptos para a felicidade.

a cada um de nós. Deus é amor e Deus énosso. Nós somos cheios da divindade eo amor encontra sua felicidade na foliei-dade de Iodos.

Desejo ardentemente, minha venera-da Imperatriz, (pie. vós e vosso nobre ogeneroso esposo, o Imperador, tão in-clinados, um c outro, ao bem, e eucomyosco, possamos todos nunca serextranhos ao amor, (pie é Deus e ho-mem ao mesmo tempo; que nos sojaconcedido formarmo-nos para as ílluminutas do amor. por nossas obras, nos-sas orações e nossos solfrimentos, açer-cando-iios mais e mais d'Aquelle que sedeixou elevar sobre a cruz do (lolgol.ha.

Zuricli. 1 de Agosto de, 175)8.João Gaspar Lavateu.

(Breve recebereis minha terceiracarta).

NOTICIAS

Oh 1 Quão incomparavèl é a liberdademoral do espirito despojado do corpo !Oom que ligeireza a alma do ser amantefpdeadà de clara luz, effectua sua. as-cenção ! A sciencia e o poder de com-municar com os outros, são sen patri-monio. Que luz èmitte de si ! Que vidaanima todos os átomos de que está for-mada !

As mais límpidas claridades se lan-çam de todas as partes ao seu encontropara satisfazerem suas necessidades, asmais puras e elevadas ! Legiões nume-rosas dè seres amantes o tomam nosbraços. Coros sem fim de vozes harrrio-niosas. radiantes de amor e de alegrialhe dizem : espirito de nosso espirito,coração de nosso coração, amor sabidoda fonte de todo o amor, alma amante,tu nos pertences e nós somos teus ! Cadaum de, nós tu pertence e tu pertences

Segundo uma communicação feita deNew York ao Light, de, Londres, acabade ser preso iLaquella cidade o Dr.llenrv A. Rogers, médium que pre-tendia obter matei ializações em todasas suas sessões, e (pie, ao (pie parecepela noticia que temos á vista, nao

passava de um forgicador de Iraudes.

Uni repórter do New York Heraldtendo-o percebido nas repetidas sessõesá que assistira, alliciou um Dr. Girard,que, como elle, nutria desconfiançasacerca da seriedade dos trabalhos a

que assistia, pelas provas negativasque obtivera ; e ambos fizeram compa-recer dois agentes de policia distar-

çados á sala das sessões, na noite dodomingo 24 de Novembro.

No momento em que Mr. Girard eraconvidado a conversar com um espirito

que se manifestava, os agenUs de po-licia, a um signal dado, precipitaram-se no gabinete negro e ahi puderamsurpreheiuler tod* a mise en scène queservia para a torpe exploração. 1 ren-deram o falso médium Rogers e coraelle um indivíduo e lima mulher, EliasS. Whitmore e Mathilda Chadwiek,os quaes como formas mascaradas fin-

giam de espíritos..Conduzidos ao posto da policia, ahi

o indivíduo recusou-se a dar toda ex-

plicação. A mulher, porem, declarouqueoDr. Rogers lhe promettera umaelevada remuneração pelo desempenhodo seu papel.

Vão sor todos perseguidos pelo crimede gatunice e fraude, acerescendo queo Dr. Rogers o será também pelo detentativa de assassinato, por ter, nomomento da prisão, resistindo a esta,investido com um machado em punhosobre um dos agentes.

Reputamos um serviço prestado ácausa da propaganda spirita o desmas-caramento de taes indignos explora-dores, tanto mais perigosos quantopõem em risco a seriedade da nossadoutrina, (pie deve pairar acima detodas essas torpezas, filhas ainda dodesgraçado estado de atrazo de muitosde nossos irmãos (Veste mundo.

Iiastimemol-os ; mas não nos esque-camos de (pie é um dever de vigilânciapelos créditos do sagrado deposito (pienos está confiado, denunciar e perseguirtodo falso médium (pie se nos depare.Se os bons são dignos do nosso apoio,do nosso estimulo, e até da nossa pro-teccão ; que os falsos não medrem asombra da nossa indiferença ou rianossa tolerância, que seria cumphci-dade.

Tenham os spiritas muito em consi-deração estas palavras que julgamos donosso dever lhes dirigir.

Nazarath, presidido pelo nosso confradeJosé de Azevedo Gouveia, com o in-tuito de estudar a doutrina e dar incre-mento á sua propaganda, tendo sidoapresentado o apóstolo S. Lucas paraseu presidente espiritual.

Fazemos votos sinceros por (pie sejafeliz em sua missão, não se afastandoda verdadeira orientação spirita.

O mesmo collega, em seu numero de16 de Janeiro, noticia ainda ;. instai-laça o de um novo grupo, sob a protec-ção do patriarchá S. José, íiliado aocentro G/irislo a Caridade.

Repetimos os votos externados acima,e, terminando esta noticia, não po-demos silenciar a satisfação que nosvai n'aliua por essa cffcryescencia ques(*iiot,a no movimento spirita no nossopaiz, promissora de uma era próximade trabalho, de, paz e de sublimes con-quistas para a nova moral.

A LUZ

Com o seu numero de 15 de Janeirorecente encetou este nosso sympathicocollega, ([lie se publica em Oorityba,Estado do Paraná, o seu sétimo aimi>de existência.

Inútil seria rememorar os bons ser-viços que elle tem prestado com afanosaassiduidade á causa da propaganda spi-rita, tendo á testa de 'sua redacção essebello espirito que se chama AlfredoMunhoz. Limitanio-noi, portanto a con-signar aqui a satisfação com que ovemos continuar impávido e sereno asua marcha victoriosa, não carregadode louros mundanos—ephemeras colhei-tas,—mas repassado da tranquilla satis-facão do dever honestamente cumprido.

Saudainol-o aiTeetuosamente, fazendovotos por que seja ininterrupta a suabrilhante carreira, tal como o tem sidoaté agora, em proveito da sagrada causapor que'se bate corajosamente.

Refere o nosso collega A Verdade

(Cuyabá) de 9 de Janeiro, que n'aquellacapital fundou-se maie um grupo spirita,sob a denominação de Virgem Maria de

Da Revue Spirite., de Paris, tiramosa seguinte narração, ahi transcripta daobra Opotciadaine Starca, do condeHenrique Rzewuski:

No século XVII, quando floresciaainda o reino da Polônia, existia nãolonge de Cracovia, no Oarpathos, sobrea fronteira da Hungria, o pequeno prin-cipado de Zatòr. Willibald, o ultimodos principes de Zator, tinha uma filhaúnica (pie, com o fim de guardar suaindependência, elle tinha promettidoao sobrinho do imperador da Allemanhapois, segundo uma lei antiga, no casode não ter o príncipe de Zator herde^ros varões, o principado devia ser an-nexado ao reino da Polônia.

Willibald .era homem de mau *çaracter, cruel, perverso, falso, vinga-tivo, não crendo em Deus nem no diabo-

Sua filha, porem, enamorou-se de.um joven cavalheiro polaco, que rap.tou-a na véspera do seu casamento.

Cheio de cólera Willibald amaldi-coou sua filha, abandonou sua resi-riencia, de Zator e foi morar no seueastello de Sanisonov, onde só recebiafrades a (piem fazia grandes esmolas.A pi-ineeza recorreu ao bispo de CracM;covia, que fez celebrar seu casamentocom o'joven (pie a havia raptado.

Depois foi o bispo ao eastello deSainsonov, afim de tentar a reconci-liação do príncipe com sua filha. Wil-libald recebeu-o com toda ainabilidade,promettendo perdoar tudo seos; jovensesposos e o padre que <>¦ havia casadoviessem visitai-o ao eastello;

Os três convidados vieram e nãomais delles ouviu-se falar. O bispo quefizera a reconciliação e tinha mandadoéfféctuar o casamento da prineeza, foiuma vez, atacado por homens a soldo dt

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Willibald e só foi salvo por um extranhoque passava pelo ponto.

Willibald foi excominungado e mor-reu pouco depois. O piincipado foi an-néxàdó ao reino da Polônia è o castellode Samsonov cedido ao bispado de Gra-covia.

Passou-se um século e nenhum doschefes do bispado de Cracovia foi lia-bifar o castello, que diziam assombrado,e nem nelleifez reparações;

Afinal, no século XV li 1 um bispo do.Cracovia, o príncipe Caetano .Soltvk.ipte possuiu muitos bens na ükrania,fez vir de lá o Sr. Pogorzelski, seuamigo, homem de edade, bravo, e, ho-

'¦¦Wifào, anuem encarregou da direçãodos concertos do castello.

Algum tempo ctepqis o Sr. Pogor-zelski, que,sempre fora alegre o jovial,tornou-sprtriste o melancólico, não res-pendendo, ou só dando respostas uva-

$Bivás ás perguntas que lhe faziam.Emfim foi elle á Cracovia o pediu

dispensa do cargo de encarregado dasobras do castello, e instando o bispopara que elle Jhe desse o motivo da suaresolução, respondeu elle que alli nãopodia ter sòcego, pois uni espirito ator-moutava-o. Se elle orava, se procuravadistraiu r-se passeando, ouvia distinc-tamente, não só elle como as mais pes-soas que com elle se achavam, uma vozque dizia : « Obras; passeias, (listrais-te, e en estou soltVcndo. »

O bispo prometteu ir no dia inime-diato dizer uma missa no castello ; éde facto ahi chegou com a sua comitiva.

Quando enfiavam na sala onde oaltar estava erguido, todos ouviramclaramente : < Sr. Pogorzelski, fizestesvir o bifpo Soltyk, mas eu soffro. » Obispo ficou estupefacto, fez uma longaprece pelos defuntos e depois disse amiisa. Quando esta terminou, e que osassistentes responderam «Et nos lauda-mui mm», oaviu-se a Voz dizendo:« Vós o louvais, e eu êsloa soilVendo»—«Espirito de Deus, bradou o bispo, con-juro-te, em nome de Deus todo poderoso eem nome. de Nosso Senhor Jesus Christopara (pie digas quem és e o que po-demos fazer para teu bem. » A voz res-pondeu logo : « Estou desesperado esoffro horrivelmente. Eu sou o príncipe

MM íí 81

LAZARO-0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POIt

LXXXI

O Imperador manifestou ao condo o de-sç.jo de visitara cidade dò Mogy, para exa-minar us fazendas d'aquèlte município.

—Nada mais fac.il, meu senhor. V. M.quer- hospedar-se mi fazenda ou em uniacasa soilrivel que temos na eidado ?

—Prellro ficar na cidade ; mas desejopassar um dia na fazenda.

—Quando quer seguir para l;í'.'—Depois d'amanha, se isto nfio lhe çauV

sa desarranjo. Olho que ufto quero òéri-inonial nem preparo» alein dos estrictu-mente necessários a qualquer hospede.

—Desurrunjo nenkuni mo causa a ida deV. M. de]>ois d'amnnhn. O quê podo acon-tecer C V. M. passar mal.

— Isto nao ; porque, já lhe disse, só quê-to o que- toria qualquer liòy.pude seu : uniacama e u maior simplicidade na mesa, (pieo o que mais aprecio especialmente quandoviajo.

—V. M. scnl servido a seu gosto ; maseu peço-lhe permissão para deixal-o, a fimdo mandar prupai'ar-lliü*os commodoa e osde S. M. a Lniporatriz,

—Esta, sim ; peço-lhe que accoirimode-ao mellior possível.

O conde, sahiu a dar suasordens, e, sem-pre vaidoso, nao poupou nada para que1'oK.se luxuosa a hospedagem lít, con.» eraeu.

Emquántq estava todo oCCitpado comos arranjos para a rccepçfto imperial, Ma-rictlu mandou chamar o Sr. Manuel dafcjilva, paru lhe pedir que acompanhasse-a

Willibald de Zator, o assassino deminha filha, de meti genro e do sacer-dote ipie os havia casado. Não possoter repouso sem que. seus corpos sejamsepultados cm terra sagrada. »

«•Onde, se acham esses corpos?»—-p'Ci'-guntou o bispo. « Amtíraclos em uniacâmara .deste castello. Mandai vir vossoarchitecto, o elle os encontrará. »

Vindo o architecto, foram encon-irados os três esqueletos n'uma camàracujas portas e jatiellas estavam anuíra-das.

O SPUilTjSfll;) Àfliii A UÂ2wroii

IMíLMKlK.A PARTE

OS EAGTOS

11

Continuação

IIAS O I»lil7\0iIKX0 L. REAL?

K o movimento não suspende-se naepocha apostólica ; elle continua aténossos dias. A historia da Kgreja, asvidas dos santos, nâo estão cheias defactos maravilhosos ?

Mas, como o disse, nossa historia re-*ligiosa não é a única a fornecer-nos taesexemplos. Estes abundam na historiareligiosa dos outros povos, assim comona historia profana.

Na (mina, na índia, desde a mais re-mota antigüidade, como na epocha ac-tual, evocam-se os mortos, empregan-do-se mais ou menos os mesmos pre-cessos. Apolonio, na casa dos sábios,dos Brabjnanesj vè estatuas e trípodesde bronze pprem-se por si mesmas emmovimento e collocãrem-se á mesa.Iarchas e os seus mantêm-se no ar, comoHome e outros mediums dos nossos dias.

Em todos os antigos templos, segundoa narrativa de Heròdotò, de Plutárchoe dos mais graves historiadores, ser-vem-se do son.n ) magnético para o tra-tamento das moléstias. A historia daGrécia e de Roma nos mostra os dousese os semideuses intervindo nos negócios

luim tnos pelo níenos tão freqüentementecomo Jehovah e seus anjos na historiajudaica. As pytJionissas, as sibyllas, osatígiirios, o.s adivinhos, os mediums, emuma palavra, são pereõhageiis Revestidasde lim caracter sagrado, que desenl-penham fhncções publicas, e sem con-saltar os quaes nada se empreliende"Cs reis gregos, que querem sitiai''IVoy.i. têm Gálchas"; e é a respostad este. adivinho que causa a morte, dadesgraçada Inliigenia. © oráculo falou :Agamemuon, -o rei dos reis, vê-se for-çado a sacrificar sua filha !

Cresus, rei da L/ydia, um sceptico,, quer, segundo refere I-Ierodoto, pôr em

j prova a Incidi*/, dos oráculos de seutempo; mas a resposta do de Delphòslogo lhe prova que. a despeito de todasas precauções tomadas, elle não lheponde oceultar seus actos.

Os sonhos propheticos de Alexandresão referidos por muitos historiadores.O mais celebre é o (pie teve este guer-reiro no momento em (pie partia paraa conquista do Oriente, Elle viu umhomem revestido de, ornamentos ponti-ficaes, que aminiiciou-lhe o bom êxitode seus desígnios. Mais tarde, quando

pile marchava, sobre. Jerusalém, umhomem veio ao seu eueonl.ro. Era o pon-tifice do seu soiiho, o grão-sacerdoteJaddus, (pie. tinha, durante o seu somno,recebido de Deus a ordem de, ir adiantedo conquistador. Alexandre, tocado,poupou a cidade.

Estas espécies de sonhos encontram-se, em todas a.s epochas da historia.- Ospresagios também ahi abundam.—Césardespreza os terrores de, sua mulher e osconselhos de Spurina. « Os idos (1) deMarço vieram », diz elle. gracejando,a este ultimo.—¦ « fales não estão pas-sados,-— » respondi; o outro tristemente.E antes do lim do dia o orgulhoso con-fpii.-tulor cai. em pleno senado, sob osápünhaes dos conjurados.

(1) Assim se chamavam, segundo o ca"lendário romano, os (iiíia 1") em Março,Maio, Julho e Outubro, e ia nos outrosmezes, seiidò, como se ve, objecto de su-perstiçao doe romanos.

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a Mogy, a lim de ajudar seu amigo Lázaroit preparar a casada fazenda, onde o Im-perador tinha de passar um dia.

O homem deu um salto de contente, porir ver seu amigo, e por ter de lazer as hon-iras ao Imperador.

Tudo estava arranjado,"e todos partiramno dia marcado.

A população de Mogy nfio era maia pia-tada que a da capital, para deixar de ívvo-lüciobar-se com a visita imperial.

Diga-se a. verdade : a população do Brazile eminentemente monarchista.

Ha, como 6 natural em toda sociedadeque esta nas vius do progresso, uma parteque e comvehcidumehte repubiiçaifa ;mas esta, alem de. ser mínima com relação

•a massa monarchista, O dividida em repu-blicanòs de aspiração e republicanos d«acçílò.

Os primeiros comprelmndem a superiori-dado da forma republicana ; mas sabemque ella nao vinga, ante.- degenera emanarcliia, que gera o despotismo, nas so-ciedades (pie ainda nao estáú apparolliadaspara essa delicada funeçao ; c ti por istoque silo republicanos do aspiração, isto équerem a republica, mas quando Côr oppor-tuno, para terem-n'a com iodos os .-euspreciosos predicados.

Os segundos, ignorantes ou ambiciosos,quereni-n'u já, ja, quanto mais depressamelhor, dê no que der, haja o «.pie houver;

Para estes, a questiío «í a posse tias po.-i-çOes, emquanto para àquelles é o ehgrun-deciincuto da pátria pelo progresso natu-ml e graduai.

FOrá (Testes dois pequenos eirculos, dosquaea o primeiro, unido aos monarchistas,trabalha por impellir a naçfiò para as con-diçõesde poder receber « cxceha inve.-ti-dura, e o segundo se avoluma com os des-peitados da monarchiu, tudo o mais c mo-narchiata, monarchista por habito, "porÍndole, por interesse}, e ate:por vangloria ;porque tunios Um povo, que troca o bemestar de sua, familia e sacrifica o futuro deseu- filhos por uma condecoração, por umtitulo, por. uma d'e~sas futiiidades, quemais vezes expõem ao ridículo du (pie ele-vaiu o lioumm.

Jiio, 15 de Fevereiro dn iSOfí,

C. S. 254—A directoria central doCentro da União Spirita dê Propagandano Brazil scientifica aos spiritas que,usando das prerogativas do art. 18 §18 dos estatutos, dará ingresso aos dire-ctores e sócios de todas as agremiaçõesspiritas, mesmo não filiadas, nas ses-soes do Centro Spirita (pie se -compõedos representantes de todas as agre-miações insCriptas como filiadas e re-presentadas. e que se reúne todos osdomingos, depois da conferência spiritada sociedade acadêmica Deus Christoe Caridade, que começa ao meio dia. im.sede do Centro, á rua daí Alfândega n?342, V. andar.

Avisa-se aos sócios da União, filia-dos ás agremiações unidas, que terãoingresso todas as noites, mediante otitulo de reconhecimento, nas sessõesde estudos thèoricos e práticos que serealizam todas as noites no salão do 2".edifício do Centro, á rua do Visconde doRio Branco n? 67.

Cada noite será lido, estudado e e.x-plicado um ponto das obras fundainen-taes da philospphiá spirita, synthe.se dareligião e da sciencia, devendo proce-der-se com methodo ao estudo seguido esuecessivo de capitulo por capitulo, naseguinte ordem :

Segunda-feira, Grupo Fraternidade,installado em 2 de Março de 1880, estu-dará o Livro dos espíritos;

Terça-feira. Associação União e Ca-ridade, instaílada em iode dnnho de1893. estudará o Livro dos Mediums ;

Quarta-feira, Associação Spirita An-tonio de Padua estudará o livro oEvangelho ;

Quinta-feira, -grupo spirita Honiena-gem aos Desencarnados organizará aeschola de educação dos mediums ;

Assim, pois, a população de Mogy sentiuverdadeiro júbilo, quando recebeu em seuseio o Imperador e ã Imperatriz,, « foi emprocissão acompanhar sua municipalidadeno acto solenue da entrega da chave dacidade, formula dos tempos modievues,que ainda captiva os espirito* pela recorda-ç£td dos feitos heróicos d'aquella edade.

As crenças poli bicas também têm seusfanáticos, como as religiosas, e quer n'umasquer n'outras, essa perversão do verdadeirosentimento está na ra/.fto di rocia do atra/.oe na inversa do adiantamento dos espíritos.

A massa da população de Mogy, sendomais atru/.ada que a da capital, as muni-festaçÒes do fanatismo monarchico, fórumniais salientes alli do que aqui.

Houve quem guardasse, como padrão <\i'gloria a legar a :eas descendente.-, umacadeira em que seniou-se o Imperador emsim casa, o copo cm quo bebeu água, e, sefosse possível, guardaria atÇ uma palavraamável quellie dirigirão monarçha.

.Nfio causará, pois, admiração saber-seque a respeitável velha D. Ciará, niacrobiados tempos do throno e altar, creuda nosprincípios tidos por sagrados do rei o dopana, se convulsioiiaése com a presença doimperador, tanto como se fosse a do pro-prio Deus.

— Nunca pensei, dizia cl|:> :i Eíüuliá, qnepudesse, antes de morrer, ter n felici-dade de ver aquelle qúe meu pae adoravacomo a representação da divinidade naterra. Quero ver se o delegado, que tilo meuamigo «e tom mostrado sempre, me faz agraça de aperes.eutar-nie a 8. M, para tereu a surprema ventura de beijar a nulo(pie sustenta o peso da nação, nossa pátriaadorada. Vamos, Eulalia, vamos a cidade,(pie, se alcançar o (pie desejo; digo-te comiodas as veras de minha alma : nao me pe-sa deixar a vida.

K a velhinha, desapegada a« todas asvaidades da vida, cru agora toda vaidadu,poiiíoando-se .e vestindo-se com o esmerode unia donxella loureira em dia de baile.

Fiiritin as duas ter á casa do delegado,tendo a velha o coração em sobresaltos,pelo receio do sur-lho negada a felicidade

, que ia solicitai^ e Wudo a m%ya a bcu mal

a mesma perturbação, n&opelo mesmo mo-tivo, ipie nAo fazia do Imperador tao ele-váda irlêa, mas, por outro, (pie nem a simesma poderia dizer qual era.

Al.iío, no meio d'aipielle reboliço, dizia-lhe, em myatieo «egredo, á -jua alma, quehavia no ar, suspenso sobre sua cabeça,grande bem ou grande mal.

Procurava devassar este mysterioso pre-sentimento; mas um véo espesso tolhia-lhe a vista do espirito.

O delegado veiu recebcl-as tfio alegre(pie uno cabia em si de satisfação-: o Impe-raclór tinha estado em sua casa !

—.Já sei que vem também render suashomenagens ao grande homem que Deusnos deu por chefe.

Por senhor, por senhor; meu caro dou-tor ; porque os reis representam a Deus naterra.

N'outras condições, o doutor discutiriaaquella tbese ; nas actuaes, porem, em (pieainda sentia o bafejo imperial, ufto pensouem contestal-a.

Tudo depende das condições !Dík bem : nosso senhor ; e elle é di*;

de o ser.—Já o viu, doutor ?—Ora ! ora ! Nilo lia muitas horas que

fipVhiu deüiossa humilde ehoupanu.—O que ê, doutor?! Poiso Imperador

desce de suas grándejKis, a visitar seussubditos ?!

—Ellu íi tfio grande, minha senhora, quemio faz caso de suas grandezas.

De\e ser mesmo assim, doutor: só(piem nft-) as merece, 6 (pie se empavezaeom ellas.

—E se a senhora visse como elle sabe tu-do (l'aqui ! conhece até as pessoas, umapor uma ; e, entretanto, c.a primeira vezque vem aqui.

—Pois eu doutor, vinha pedir-lhe a graçade obter-me ensejo para beijar-lhe a mao.

—Stas, paru isto, a senhora ufto precisado mini...

Nega-se irfa/.er-me este favor ?—Não seria capaz ; mas elle conhece-a

muito vantajosamente, e creá o (pie irá yíhí-tal-a, porque periíuníou-mconde ficava nuaresidência. (Qonlmua}

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Sexta-feira, Associação Miguel Ar-chanjo, installada em 22 de F.evereirodè 1895, estudará o livro Ò céo o o in-fériíp ;

Sabbado, sociedade spirita Dois deMarço, estudará o livro A gênese ;

Domingo, sociedade Fraternidade •Luz e Caridade, installada em 2deFe-vereiro de 1895, estudará as obras nos-tliumas e os artigos doutrinarios^Ws• _?jornáes spiritas.

As agremiações spiritas, (pie funecio-liam, jse consagrarão ao estudo ^t phi-losophia spirita, sob o ponto de vistamoral dos artigos doutrinários de Iodosos jornacs spiritas do Brazil, c princi-pahiiente ao estudo do* Evangelhos.

Segunda-feira, — Sociedade SpiritaAUan Kardec, installada em 31 deMarço de 1882 ;

Terça-feira—Grupo Spirití Jesus deNàzareth, installado em 23 de .Março de1894 ;

Quarta-feira— Associarão Amor eCaridade, installada em 21 de Novem-bro de 1881 ;

Quinta-feira-—Sociedade Vinte oitode Agosto, installada cru 28-de Agostode 1881 ;

Sexta-feira—Grupo Spirita Maria deNàzareth, installado em 9 de Fevereirode 1894;

Sabbado—Grupo Spirita Luiza MaiaTorferoli, installado em 4 de Abril de1894;

Domingo—Circulo Spirita Concilia-ção, installado em 4 de Agosto de1892.

Nas sessões de propaganda do Centrotodas as noites, ás 7 horas, no salão darua da Alfândega n'.' 342 1" andar, seráconcedida a palavra aos atheus, mate-rialistas e positivistas que quizeremrefutar a philosophio spirita.

A Directoria Central

Em nome do Centro, a commissãocomposta do.s spiritas Capitão Chrys-talirio -Nunes Pereira," Alteres ManoelVianna de Carvalho e José AntônioGuimarães, foi acompanhar a bordo dovapor S. Salvador, o conselheiro do cen-tro João Nunes dos Santos, que vai,como delegado dó centro, no Estado deAlagoas fundar sociedades o realizarconferências publicas.

0 acordar do espirilismo

Somos testemunhas, desde algunsannos, de um d!esses movimentos alter-nativos de que a historia philosophicaofiferece tantos exemplos. As maravi-lhosas descobertas feitas desde ha ein-çoenta annos pela legião de sábios quese tem consagrado ao estudo da íiatu-reza, tinham dado aos homens de sei-jenciauma aúetoridade, uma força moral

Tinmensas. Parecia que muis demons-trações rigorosas, suas minuciosas ana-lyses, a clareza e o methodo que em-pregavam em suas investigações eramo caminho mais seguro para chegaremít descoberta da verdade. E de facto,cirando e.3ses homens permanecem nodomínio das indagações positivas, nin-guein é admittido a contestar sua legi-tima aúetoridade.

O século XIX teve esta honra, de darao espirito humano methodos rigorosospara o estudo dos phenomenos naturaes,e nós chegamos, seguindo essas indica-ções, ao conhecimento cada vez maispreciso das leis que dirigem a matériae a evolução dos seres vivos.

Mas certos espirites aventurosos nãose contentaram com os resultados oh-

tidos". Embriagados com os suecessosobtidos no. estudo do mundo inorgânicoe vivo, acreditaram poder ir mais longee explicar a.s leis da intelligencia polomesmo fuiiccioirámento mechanico (piehaviam por toda -parte encontrado nanatureza. —Aqui abandonaram o me-thodo positivo que tinha feito sua grau-deza até então, e levados por suas idéaspreconcebidas, vieram a negar toda es-piájÉiialidade no homem, toda direcçãona natureza. Tomando sempre o effeitopida causa, o tão fanáticos em suas ne-.trações como as religiões em suas affir-inativas, não viram na intelligenciasenão novos modos da energia e noUniverso senão um encadeamento deleis equilibrando-SG umas ás outras etendo seu fundamento único na matéria.

Entretanto os factos sio refractariosa taes conclusões; A sciencia não temo direito de formular hypotheses hãoverificáveis; ó-lhe prohibidó, sob penade perder toda aúetoridade, especularcomo os mefaphysicos ; ella deve sersempre verificável, e suas afirmaçõestêm necessidade de ser sem cessar ve-rificadas. E'-lhc prohibidó, pois, for-limiar conclusões sobre a origem dosseres ; quando muito pode deixar en-trever por (pie caminhos devem serproseguidas ns investigações. Temos,entretanto, visto os Molesehott, os Bit-chnér, os Çarl Wogt os Hoeckel, affir-marem dogmaticamente que a matériaé a única realidade existente, e que éuma loucura crer em uma realidadeespiritual no Universo.

•Segundo estes sábios, nós somosseres transitórios, entre os quaes a se-lecção desenvolveu um novo modo daenergia que nos-dá consciência de nósmesmos ; mas esta consciência, nascidacom o organismo de que ella é a maisalta manifestação, morre ao mesmotempo que elle ; e fora de nós tudo éinconsciente, mudo, cego, submettidopassivamente as leis materiaes. Einuma palavra, o universo está vasio, ésimplesmente a matéria inerte em suasinnunieraveis manifestações ; mas nen-hum pensamento director, nenhumaintelligencia consciente e sobreviventeao 'organismo

que a produz, poderiaexistir.

A consciência humana protestou con-tra estas doutrinas ; porque, é precisopersuadirmo-nos bem d'isso estes sábiosnão puderam propagar suas theoriassenão graças a um equivoco que man-tiveram cuidadosamente. Sua auetori-dade é tão innegavel •emquanto ellespermanecem no domínio da scienciapura, quanto se torna duvidosa desdeque elles pretendem philosophar. N'estedomínio são tão inexperientes comoqualquer pessoa; e se têm recrutadodiscípulos, tem sido abusando de seusconhecimentos scientificos para fazercrer aos ingênuos que suas deducçõesphilosophicas tinham tanto valor comosuas affirmações no domínio das sei-encias. Eis ahi ainda uma vez o errode que se começa a recuar.

Observa-se que a alma humana nãoé uma resultante da vida. que tem umaexistência própria absolutamente inde-pendente do corpo humano. Estabelece^se., d'esta vez experimentalmente, istoé, reentrando na verdadeira tradiçãoscienfifica, que a alma" existe durantea vida ; (pie elia pode separar-se mo-mentaueamente do corpo ; que os phe-nómênos de desdobramento, denomi-nados telepathicos, são de unia eons-tatação de todos os dias ; que a vista ádistancia durante o somuo magnéticonão pode mais ser razoavelmente con-testada ; (pie esta alma desempenha umpapel dos mais importantes na manu-tenção do corpo physico ; (pie a vidamental, com a conservação da lem-branca, seria impossível com a hypo-these materialista ; emfim, que depoisda destruição completa do corpo phy-sico, esta alma sobrevive com todas assuas forcas notenciaes. Isto nos é de-

monstraflo pelas máteriãíizações, pelasmodelações do perispirito, pelas im-pressões deixadas na terra argilosa ouna flor do enxofre, pelo peso das àppa-rições tangíveis, pela photographia dasapparições, em uma palavra, por todasas provas scientifieas que se tem odireito de exigir em semelhante as-siimpto.

lia trinta annos os spiritas esforçam-se por semear estas verdades-, tornal-asevidentes a todos, sacudir o soepticismoe a apathia das massas ; e se. os pro-grossos não têm sido perceptíveis aledas as vistas, elles não têm sidomenos reaes, e traduzem-so pelo acordai'espiritualista cujos primeiros gritoshoje ouvimos.

¦Sem duvida esta volta á tradição es-piiitualist.u manifesta-se por um vagoarrojo de mvsl icisino ; é preciso nãoesquecer que as massas têm atávica-mente o habito de synibolizar sua crençano alem por formulas religiosas ; mas otrabalho de separação entre a fé antigae a crença moderna está feito. Não sepode mais crer como na edade media ;a era do credo quia.abmrãum passou, eo futuro desvela-se resplandecente paraa philosophia que, apoiandõ-so na sei-encia, fará a demonstração positivada existência da alma o do seu renas-cimento perpetuo.

Ora, (piem, melhor do que os spiritas,está indigitado para esta grande obra ?

E' preciso não esquecer (pio a dou-trina spirita não tem sido edilicada comtodas as peças, (pie ella não é um con-juneto de doutrinas vindas de um montão,segundo o pensamento preconcebido doseu auetor. E' um admirável monu-mento era que cada espirito collaborou.De todas as informações sobre o mundoinvisível, de uma investigação proce-dida no mundo inteiro, tem-se despren-dido uma somma de certezas sobre avida futura, que formam o solido fim-(lamento da nova philosophia.

Não I vimos dizer como outr'ora:crôde, porque temos a verdade abso-luta revelada por Deus ;— nós somosmais modestos, dizemos ; resulta denossos trabalhos, de nossos estudosque a vida espiritual é a continuaçãoda vida n'este mundo ; somente ascondições physicas variaram ; a vidapsychica, porem, não interrompeu-se ;tornamos a encontrar-nos no dia se-guiiité ao da morte o que de iós mesmosfizéramos. A passagem dá terra á erra-ticidadé não dota o espirito de quali-dades transcendentes. Oignoraute nãofica sábio, o mau não se torna bom.Existem no mundo espiritual seres emtodos os graus de adiantamento intel-lectual e moral, e a ausência do corpophysico não aj tinta nem supprime nadaá alma. E' conseqüência de uma falsainterpretação querer conceder aos mor-tos faculdades mais amplas que as queelles possuíam n'este mundo. A reali-dade ê que a alma, no espaço, rege-sepor um modo de vida dilfereiite dod'este mundo, mas não spífreii trans-formação alguma n'essa passagem paralá.

Nós constatamos experimentalmenteque o inferno e o paraizo não existem,que são chimeras mysticas que nadavem confirmar ; (pie estas iicções nuncativeram realidade, porquê os espíritosque se communicam allirmam, todos,sua existência livre na erraticidade.Elles não são encerrados, bons ou maus,em logar algum especial; estão ao redorde nós e vivem de uma vida espiritual(pie traz em-si mesma sua punição ousua recompensa.'

Estas palavras, todavia, que se éforçado a empregar, não correspondemexactamente á realidade. Ha simples-mente um estado feliz ou desgraçado,conforme se tiver obedecido ou não ásleis da consciência, e ainda o grau defelicidade e de pena é proporcional aoadiantamento espiritual do espírito.

Onde, porem, so affirma a grande leide-.lustiça que rege os seres, ó quandose constataque cada esforço para o bem,o bello, o justo, é assignalado por Uniasomma de goso maior, por uma elevaçãomais soberana do espirito, por uma fe-licidade intima e profunda que provemde uma cominunháo cada vez mais in-tensa entre a creatura e a creação,entre o ser e o seu meio.

O universo é infinito. Suas solidõesestão semeadas de innunieraveis num-dos e em cada um existem seres intelli-gentes (pie estãq em todos os graus doadiantamento, desde o estado originárioaté a quasi perfeição. Temos diante denós perspectivas iusondaveis : ávidauniversal desdobra seus maravilhososesplendores ante nossos olhos desluni-brados ; e como viveremos eternamente,como cada existência fornecerá seu con-tingentede progresso, por mininio queseja, somos induzidos fatalmente, pelofacto só de que existimos, a tornarmo-nos melhores, a engrandecermos morale intellectüalmente e a gosar de umafelicidade tanto maior, tanto mais in-tensa, quanto nossas faculdades tiveremcrescido nas mesmas proporções.

Cada esforço ajunta alguma coisa ánossa personalidade. Todas as aspira-ções para o bem, o bello, o justo, tra-zem em si sua recompensa ; não queum poder qualquer intervenha paranos transformar; mas a modificaçãoopvra-so em nós, lixa-se na alma e noespaço <; temos percepções ef por cóhse-guiute, alegrias tanto mais profundasquanto mais nos tivermos desprendidoda satisfação dos *entidos, isto é, doegoísmo, que é o inimigo, a bagagemque nos impede de elevarmo-nos paraas brilhantes regiões da fraternidade,do amor universal.

Estas concepções não são ideaes, nãosão simples aspirações, desejos que es-timar-se-hia ver realizarem-se. Sãoverdades absolutas reveladas pelo es-tudo do mundo espiritual; e so aspomos em confronto com os ensinos re-ligiosos, seu esplendor eclipsa todasessas pallidas invenções, como o soldissipa, quando surge, as espessas tre-vas da noite.

Gabriel Delánne.(Traduzido de Le I^-ogrès HpivUe,

de Norembro 1895).'.

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