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ANO II POR TUDO E POR TODOS EDITOR: José Luís de Pina - LORlGA Loriqa - Março de 1950 .... ... ' DlRECTOR E PROPRIETARlO: Dr. Carlos Leitão Bastos F1. Marqués do Fronteira, · li N. 0 13 A BEM DE LORIGA E DA - REGIAO REDA CTOR: Eng. Emíli o Leitão Paulo LORIGA AD1UNISTRADOR: Armando Leilão -LORIGA COMP. E IMPRESSO: •União Gráfica• R. Santo Marta, 48 Usboa HU BD 2.º ltm Terteiro almoço de toniraternilação . O Jornal dcoba com este número de dar os seus passos, e :nicia nova caminha- do. Qual crianca - sem mácula e sorri dente - forcun os . priméiros passos, descontrolados al- 9Uns mesmo hesitantes, mas no rosto - tradu- ção da alma e da vontade o anseio visível de andar ftrriiar o corpo, buscar equilíbrio, olhando · e'rh -volta e, &em compreend er os ros- lê;)s, procurqfído :: adivinhar gestos: un s esten- dem-lhe. outros sorriem com aieÇ/ria. E: . nes te ambiente caseiro, e nquqnto a criança' ensai a o seu primeiro· cam inho àa vida, tam- bém se vêem por vezes os indíferen les ou aque- les . que, carrancudos se mergulham em pepsa· mentos profundos percfute um que na- , da "justifica essa atitude. Permitom- se m-esmo, dizer -lhes; que . na vida, também que m pense ..... _ nÕo sei :Se por orgul ho · se pÕt- temperamento que, iqrçcrr . os '. passos d_a criançci.: :. Pois o neófito: em, paz e, ·num amb1ente-fom1har vamos· ,Jer .. A , NEVE•, Com orgulho o dizemos - · não a podemos ler em ambiente lori- quense - por . que o nosso jornal vai às cinco p0 rtes do mundo e é lido por e deze- nas de assinantes quê não são .Loriguenses. O Jornal representa um Órgão de ·_ âefesa do s Interesses de LOriga e da Reqião, e fazemos vo- too : para que no .seu 2.º ano, nele conti nue'm a debÓter-se ideias .. puras, e de Acção Social. Lembrem-se que · sem grandes oorangonas Loriga estarem a €rguer-se de qrn:! a Mocidade de hoie ouvia falar desde criança. Não,. não foi o iornal que as ergueú; nõo ca- b;. dúvida que à boa-vontade do dig.'"º e ac!ual Presidente da. Câmara de Seitt Dr. Melo, e à compreensão do nosso Presidente da Junta, se devem; no entanto cabe à « NEVE:o um papel preponderante na sua r€alizaçãc, graÇas àque· les que se lançaram resoiutomente no debate de tais assuntos, conforme plano previamente tro· çado, em reunião. do Corpo de do jor- na l. ·Q nosso plano conti."'!UO, e, nao >Ulguem os mais apressados que, pesar do nosso .si- lênci a, .haja em nós o mínimo sinal de erifra- q'uecimento. Os assuntos deba tem-se na.· altura '-oportuna. Para quê debatê-los quando eles es- tão em. marcha ou çrucu1do, sem dúvida algum9, nada . possa a nossa vontade. Ô jornal não se mostra ' como um condutor de um povo, ou· co. mb ferà': Éilgoz iàbs '. : oposicionistas (que não devem contar- se Pelos dedos dás mãos). o jornal é, e quer. conlinucrr ·a ser o ·que tem sido · justo· e conciliatório, t anto para amigos como Para indiferentes. Não nos deixamos . enleor; s9 al<iumas atitudes que tomamos, possam ser con.Sideradas por uns como incompreensíveis, Por outros como descabidas, ou ainda por al· 9Uém como l.Iltoleráveis, qUe nos perdoem, que nós na sua devida altura nos explicaremos: No entanto o nosso jornal não tomou atitudes inius- !éis. · agressiyas · para · q\lem · não. as ou atitudes de partidarismo e, neste caminho, queremos éóntinuar, ávidos de, l en ta mas Hr- ll\emente prCh..'"llTOT o progres , so de que a nossa .terra necessita. Fizemos alguns erros; frutos do ambiente, da Pouca experiênda . e, lemos a coragem de con- fessar, sem procúrar ofender ninguém. uma in· (Continua na pág. 3) · A assistê ncia ao Ili Almoço Mais uma jornada inesquecível viveram os lori- guenses que se associàràm a esta grandiosa manifes- tação Cle solidariedade· e · confrat ern ização. Nem o facto de não ter tido a grand iosidade das outras, pois pudemos reunir cerca de 50 l origuen· ses, ti rou à festa o brilhantismo e o cunho acen· tuadamente bairrista e ,fraternal de que se tem vestido. , . . • . • · Presidida pelo conceituado ·industrial da nossa terra - António Cardoso de Moura - a mesa de honra estava constituída pelos Ex.m .. Srs.: Coronel José Mendes dos CapÍ!ão Màia Loureiro,, Dr. · Octávio de Br ito e Dr. Carlos Leitão Bastos:' Após o almoço usaram da palavra, além dos ele- da . ' me"sa de honra, Joaqui.m Jorge Leitão e da ,_ Cruz; qos quais ,respigamos os seguintes passos:. Na honra qire me deram em presidir a este al- moço ·, como ' representante da Junta' _ de compartilham todos . os nossos qi1e nao podendo deslocar-se ' estão todavia em espirtiO con- nosco - dedarou António Çardoso de Moura. · Visivelmente comovido, apresentou a todos os presentes. as suas 5audações. te a presença do Dr . Octáv. 10 de e do Cap1tao Maia Loureiro, dizendo que na _ hqnra que lhe .era conferida ao. presidir a esta _ festa de, confratermza- Ção compartilhav' am todos os nossos ,q.ue não podendo deslocar-se estavam todavia em espu1 to connosco. Procedeu di:pois à leitura dos telegramas que em , noti repr(j)duzimos. " Após um ano de vida em carTeira gloriosa, . mas eriçada de espinhos <tA ocupa lugar distinto entre os 701'ntus da sua. categona afirmou o Coronel José Mendes dos . Depois de cumprimentar senhor presidente; pessoa de grande relevo em Loriga e por todos mui- to estimada, saudou os loriguenses, dizendo que as senhoras no . seu bairrismo er;im ·ainda superiores aos homens . , Saudou também todos os presentes, que por laços de família C\l de sentimento são amigos de Loriga, 'salientando o senhor Capitão Maia Loureiro quê ocupa. na sociedade portuguesa iim lugar de destaque , tendo a quem sair•. seu Pai, de quem o orador foi amigo e que era um oficial de valor e prestígio no JlOSSO exército, muito considerado pelas !>Uas !idades de carácter. . Felicitou · o Dr . Carlos Leitão Bastos ·pela inte· ligênci.i. e tacto . com· diri ge «A Neve» jornal que sem fa.vôr ocupa um lugar distinto entre os sua categoria e acrescentou que no seu primeiro ano de vi da teve uma carreira gloriosa, mas eriçada de espinhos, os quais o seu director muito pode- ria dizer se quizesse. . . Devemos dar maior profundidade a estes almo- ços, pensando em conseguir algo de . útil -para a nossa terra e·só reunindo-nos todos em Loriga o . seguirçmos -;---- disse o Dr. Octávio de Bri to. .. Depois· de salientar o facto de estar presente o senhor ·Capitão Maia Loureiro; de quem tinha ou- vido · ser loriguense por seiltimer:ito,_ sugeriu que des- te almoço nascesse uma ideia - não a criação duma ' Casa· Regional porque . seria insustentável e have ndo Casá das Beiras nela caberiam perfeitamente to• dos os que à Beira pertencem - sim a realiza; . ainda ano, em dc ;mtro almoço, para . la se pensar em .algo de proveitoso para a nossa ter· ra, dando assim maior profundidade às nossas reu- niões. (Continua na pág . 3)

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ANO II

POR TUDO

E POR

TODOS

EDITOR: José Luís de Pina - LORlGA

Loriqa - Março de 1950

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DlRECTOR E PROPRIETARlO: Dr. Carlos Leitão Bastos

F1. Marqués do Fronteira, 8~·1.0 -LJsboa · li

N.0 13

A BEM DE

LORIGA E DA -

REGIAO

REDACTOR: Eng. Emílio Leitão Paulo LORIGA

AD1UNISTRADOR: Armando Leilão -LORIGA COMP. E IMPRESSO: •União Gráfica• R. Santo Marta, 48 Usboa

HU l~~DIE~EI BD 2.º ltm Terteiro almoço de toniraternilação .

O Jornal dcoba com este número de dar os seus Prirne~os passos, e :nicia nova caminha­do. Qual crianca - sem mácula e sorridente -forcun os. priméiros passos, descontrolados al-9Uns mesmo hesitantes, mas no rosto - tradu­ção da alma e da vontade - · o anseio visível de andar ftrriiar o corpo, buscar equilíbrio, olhando ·e'rh -volta e, &em compreender os ros­lê;)s, procurqfído::adivinhar ·o~ gestos: uns esten­dem-lhe. os·~brçi:Ços; outros sorriem com aieÇ/ria. E:. neste ambiente caseiro, enquqnto a criança' ensaia o seu primeiro· caminho àa vida, tam­bém se vêem por vezes os indíferenles ou aque­les . que, carrancudos se mergulham em pepsa· mentos profundos percfute u m -a~biente que na-, da "justifica essa atitude. Permitom-se m-esmo, dizer-lhes; que.na vida, também há quem pense ....._ nÕo sei :Se por orgulho ·se pÕt- temperamento que, iqrçcrr . os '.passos d_a criançci.: :. Deixe~~s Pois o neófito: em, paz e, ·num amb1ente-fom1har vamos· ,Jer .. A , NEVE•, Com orgulho o dizemos - ·não a podemos ler só em ambiente lori­quense - por. que o nosso jornal vai às cinco p0rtes do mundo e é lido por de~enas e deze­nas de assinantes quê não são .Loriguenses.

O Jornal representa um Órgão de ·_âefesa dos Interesses de LOriga e da Reqião, e fazemos vo­too :para que no .seu 2.º ano, nele continue'm a debÓter-se ideias .. puras, r~llzáveis e de Acção Social.

Lembrem-se que ·sem grandes oorangonas Loriga vê estarem a €rguer-se obr~s de qrn:! a Mocidade de hoie ouvia falar desde criança. Não,. não foi só o iornal que as ergueú; nõo ca­b;. dúvida que à boa-vontade do dig.'"º e ac!ual Presidente da. Câmara de Seitt Dr. Melo, e à compreensão do nosso Presidente da Junta, se devem; no entanto cabe à «NEVE:o um papel preponderante na sua r€alizaçãc, graÇas àque· les que se lançaram resoiutomente no debate de tais assuntos, conforme plano previamente tro· çado, em reunião. do Corpo de Trab:rlh~ do jor­nal. ·Q nosso plano conti."'!UO, e, nao >Ulguem os mais apressados que, ~ pesar do nosso .si­lência, .haja em nós o mínimo sinal de erifra­q'uecimento. Os assuntos debatem-se na.· altura '-oportuna. Para quê debatê-los quando eles es­tão em. marcha ou çrucu1do, sem dúvida algum9, nada .possa intervl~ a nossa vontade. Ô jornal não se mostra 'como um condutor de um povo, ou· co.mb ferà': Éilgoz iàbs'. ~us :oposicionistas (que não devem contar-se Pelos dedos dás mãos). o jornal é, e quer. conlinucrr ·a ser o ·que tem sido

· justo· e conciliatório, tanto para amigos como Para indiferentes. Não nos deixamos . enleor; s9 al<iumas atitudes que tomamos, possam ser con.Sideradas por uns como incompreensíveis, Por outros como descabidas, ou ainda por al· 9Uém como l.Iltoleráveis, qUe nos perdoem, que nós na sua devida altura nos explicaremos: No entanto o nosso jornal não tomou atitudes inius­!éis. · agressiyas · para · q\lem · não. as merec~sse; ou atitudes de partidarismo e, neste caminho, queremos éóntinuar, ávidos de, lenta mas Hr­ll\emente prCh..'"llTOT o progres,so de que a nossa .terra necessita.

Fizemos alguns erros; frutos do ambiente, da Pouca experiênda .e, lemos a coragem de con­fessar, sem procúrar ofender ninguém. uma in·

(Continua na pág. 3)

· A assistência ao Ili Almoço

Mais uma jornada inesquecível viveram os lori­guenses que se associàràm a esta grandiosa manifes­tação Cle solidariedade· e · confraternização.

Nem o facto de não ter tido a grandiosidade das outras, pois só pudemos reunir cerca de 50 loriguen· ses, tirou à festa o brilhantismo e o cunho acen· tuadamente bairrista e ,fraternal de que se tem re~ vestido. , . . • . •

· Presidida pelo conceituado ·industrial da nossa terra - António Cardoso de Moura - a mesa de honra estava constituída pelos Ex.m .. Srs.: Coronel José Mendes dos R~is, CapÍ!ão Màia Loureiro,, Dr.

· Octávio de Brito e Dr. Carlos Leitão Bastos: ' Após o almoço usaram da palavra, além dos ele­

me~tos da . 'me"sa de honra, Joaqui.m Jorge Leitão e Antó~io ponçalv~ da ,_Cruz; qos quais ,respigamos os seguintes passos:.

Na honra qire me deram em presidir a este al­moço·, como' representante da Junta' _ de Pregues~, compartilham todos .os nossos conterra~eos qi1e nao podendo deslocar-se' estão todavia em espirtiO con­nosco - dedarou António Çardoso de Moura. ·

Visivelmente comovido, apresentou a todos os presentes. as suas 5audações. salienta~do espe_cial~e,:i­te a presença do Dr. Octáv.10 de ~nto e do Cap1tao Maia Loureiro, dizendo que na_ hqnra que lhe .era conferida ao. presidir a esta _festa de, confratermza­Ção compartilhav'am todos os nossos co~terrâneos ,q.ue não podendo deslocar-se estavam todavia em espu1to connosco. Procedeu di:pois à leitura dos telegramas que em , noti repr(j)duzimos. " '·

Após um ano de vida em carTeira gloriosa, .mas eriçada de espinhos <tA ~E,~J7» ocupa ~em f~v_o: u~ lugar distinto entre os 701'ntus da sua. categona afirmou o Coronel José Mendes dos Re~. .

Depois de cumprimentar ~ senhor presidente; pessoa de grande relevo em Loriga e por todos mui­to estimada, saudou os loriguenses, dizendo que as senhoras no . seu bairrismo er;im ·ainda superiores aos homens. ,

Saudou também todos os presentes, que por laços de família C\l de sentimento são amigos de Loriga, 'salientando o senhor Capitão Maia Loureiro quê ocupa. na sociedade portuguesa iim lugar de destaque, tendo a quem sair •. seu Pai, de quem o orador foi amigo e que era um oficial de valor e prestígio no JlOSSO exército, muito considerado pelas !>Uas qua~ !idades de carácter. .

Felicitou · o Dr. Carlos Leitão Bastos ·pela inte· ligênci.i. e tacto . com· qu~ dirige «A Neve» jornal que sem fa.vôr ocupa um lugar distinto entre os dá sua categoria e acrescentou que no seu primeiro ano de vida teve uma carreira gloriosa, mas eriçada de espinhos, sobr~ os quais o seu director muito pode-ria dizer se quizesse. . .

Devemos dar maior profundidade a estes almo­ços, pensando em conseguir algo de. útil -para a nossa terra e·só reunindo-nos todos em Loriga o con~ . seguirçmos -;---- disse o Dr. Octávio de Brito. ..

Depois · de salientar o facto de estar presente o senhor ·Capitão Maia Loureiro; de quem tinha ou­vido ·ser loriguense por seiltimer:ito,_ sugeriu que des­te almoço nascesse uma ideia - não a criação duma ' Casa · Regional porque. seria insustentável e havendo a· Casá das Beiras nela caberiam perfeitamente to• dos os que à Beira pertencem - ma~ sim a realiza;

. ~o, ainda ~ste ano, em Lorig~ dc;mtro almoço, para .la se pensar em .algo de proveitoso para a nossa ter· ra, dando assim maior profundidade às nossas reu­niões.

(Continua na pág. 3)

2 A NEVE

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-~ ~ - -;:- <""'>-- ·· ~ -. - .. -ª--- .--~----- · -LARGO DA FONTE DO MOURO - Por louvável

iniciativa d3 Junta local. foram p lantadas algumas árvores no largo da Fonte do Mouro, oferecendo por isso já um melhor aspecto ·aquele local, o mais preferido par;i diver• sões populares. Bom serfa também que a vaJeta ali exis· tente fosse reparada de modo a impedir que as chuvas e águas de rega continuam a prejudic;ir o referido iargo.

LIMPEZA E SANEAMENTO - Muito se tem falado ãqui a respeito d e limpeza e saneamento, e se é certo que alguma coisa de melhor se vem úzendo há uma tem­

. porada a ·esta ~arte, verdade é também que o que está feito quase nada é para o que é necessário que se faça ;i

bem da terra. H á um encarregado da limpeza que nos tem dado a

impressão de que se não tem pou9a.do a , esforços no sentido de bem cumprir, mas o que é fora de dúvida é que da ·sua a~ão só as ruas principais têm beneficiado. Na quase totalidade d3s ru3s e vielas a limpeza não st lem feito, apresentando por isso muitas delas um aspecto dcplo· rlvel, principalmente as ruas do Rato, Fonte do Vale, O)i· veira, Barroca, e as Vielas do Figueiredo e São Ginez, onde há dcf>Ôsitos de toda :i espécie de imundície que cons· tituem um verdadei ro perigo para a saúde pública. -

Ju)gamos pois extremamente necessário que se faça uma limpeza radica) diária em todas as ruas e locais ha· bi1ados, e que se acabe duma vez para sempre com aque­les depósitos de imundicit, fazendo-se a remoção do lixo .p.ira )0C;1is afastados da povoação, onde ipossam constituir-se faças para despejo, e que aí, por meio d e fogo, se reduzam a cinzas todos os detritos. ·

A não ser assim, poderá acontecer que num prazo talvez curto venhamos a pagor caro o 'desmaz~)o que o estado de limoeza e saneamento da ·nossa terra, revela. Te1\hatnos be.~ ftte.f;e.ntr. () 1> 1~v:.rlo nlímero dt: vítim:i& que aqui causou a epidemia em 192i·

VIDA RELIGIOSA - Fizeram o s Exercícios Espiri­tuais algumas dezenas de homens e rapazes de Loriga, São Romão, Paronh<is, AlvoC'o da Serra, Corgas, Fontão, etc.

Pregou o retiro o reverendo Pároco de Gouveia e Assis· tente D iocesano da J. O. C. P.~ António Joaquim Marcos. · O Retiro que teve por fin;ilidade a formação integral

do homem, foi promovido pelas SKçôes da J. o. e. e da L. O. C. de Loriga com o auxt1io de algumas dedi­cadas pessoas da freguesia, sendo, pois, de louvar inicia­tivas como esta.

No dia 4, o Rev. P.0 Marcos, fez uma reunião de alguns rapazes e gente de espírito moço da freguesia.

Depois de a todos agradecer o terem acedido ao seu convite, e de louvar iniciativas que dizem muito do espírito dinâmico dos ncwos de Loriga, como a fundação do jornal uA Neve ... do Grupo Desportivo, etc., lembrou a respon• sabilidade que ·pesa sobre as elites, pela sua cultura e po· sição social. Disse ainda Q.Ue Loriga podia e devia cami· nhar sens1velmen1e a passos )arg0$ pel.1 senda do Progres­so, sob qualquer aspecto que este se considere, e que para tanto, se exigia a boa vontade e estreita união de todos.

Recordou que só o Espírito do CristianiS!)"lo - Justi· ça e Amor - 1>0dia resolver todos· os grandes, urgentes e tremendos problemas que afligem a humanidade. · · Comp conclusiio pr:\tic3, lnnçou·sc a ideia de se fondar uma Confcrênci~ Masculina d e São Vocente de Paulo. como meio de formação pessoal e exercício prá1 ko de verdadei· ra caridade e de melhor assistência que todos podem ~ de. vem cultivar.

DESOBRIGA DA PASCOA - Estiveram entre nós os Revs. Párocos de São Romão, Paranhos, Sei>. Alvoco da Serra, São Gião, Valczim, 1:errózelo, Carragoze.la e Santa Eulália, cm serviço de Confis,ões, durante 'aJguns dias, pois a quase totalidade dos Loriguenscs ·sabe ·cumprir desassom­bradamente o Preceito Pascal.

IGREJA NOVA DA CABEÇA - ~ti anun~da para o d ia 13 de Abril a Festa da mauguraçao d;i ~~.'':lª . Nova da Cabeça, cuja construção se fica dcvend~ a m.'aatava. do Sr. P .• António Mendes Cabral e gcnerosi.dade megualavel do povo. O novo templo ~erá benzido ness~ dia por ~ua Ex.• Rev.'"' o Bispo Coadjutor Sr. D. Domingos da Silva Golçalves, espernndo-se a afluência de centenas de pessoas d as freguesias circunvizinhas.

BAPTIZADOS - Receberam o Sacramento do Baptis· mo na Igreja Paroquial: as seguintes crianças: 'Ma~ia 'do Carmo filha do Sr. José Gomes Melo e da Sr." Maria dos Anjos

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Pina Melo; Augusto José, filh? do sr. Au~usto Nu· d Pina e de D. Irene de Almeida Abreu Pina: Ant6-

nes e • . d B . M' 1 d S • M · 1 • filho do Sr. Anton10 e nto 1gue_ e a • a• ".'º doseC, armo Alves· Maria Helena e João, filhos do Sr· ria o ' M · d A · · d · Alves dos Santos e da Sr.• ar1a os njos as JNoaquimS.lva· Maria do Carmo, filha do Sr. Herculano 1:-uís ev~s 1

da' Sr A Maria Emitia Ferreira; José Jorge, filho Ferrao e •

do Sr. Joaquim Abr:mches de Pina e .da Sr.ª Maria dos ·Anjos Jorge; Maria da Conceição, filha do Sr. Manuel Fer· nandes de Moura e d:t Sr.ª Alice Mendes Ramos; Maria de F:ítim~. !ilha do Sr. Augusro Luís Amaro e da Sr.• Maria de Jesus d e fvTo11ra Pinto: M:iria Filomena, filha do Sr. Mário de Brito Florêncio e da. Sr.• Altira Dias de Brito; José Augusto, fílllo co Sr. Joaquim Marques Sil· vestre e da Sr.• Laurinda óos Santos Ferrite; Fernando, filho do Sr. José Duarte Gouveia e da Sr." Laura Mendes Pina: António José, filho do Sr. Ant6nio Nunes Brito e da Sr.1 Maria Irene de Briro Mcura; Maria Filomena, filha do Sr. António AJves da Costa e da Sr.• Urbana Mendes de Brito, e Maria Manuela. filha do Sr. Eduardo Mendes de Brito e da Sr.• Maria dos Anjos C:tçapo.

Aos pais apresentamos as nosas fl\)icitações.

óBITOS - No dia 27 de Fevereiro, faleceu o menino Fernando de Pina Conde, de 22 meses de idade, filho do Sr. Álvaro Fernandes Conde e da Sr.• Maria Fernandes Pina. •

- No dia 4 foi sepuh•do o menino António José Mou­ra Nunes d e Brito, filho d ile(to do nosso assinante e amigo Sr. António Nunes de Brito e da Sr.~ O. Maria Irene de· Brito Moura.

- Faleceu no dia 6, contando apenas três dias de idade, o menino Fernando Pina Gouveia, filho do Sr José Duarte Gouveia e da Sr.• Laura Moura Pina.

Às famílias enlutadas, apresentamos «indolências.

.

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TEATRO - No salão da residência paroquial reali 2:1ram-sc duas récitas, q!le foram levadas a efeito pelas Secções da J. O. C , e L. O. C. Os artistas-amadores, que primaram ~la interpretação e d esempenho dos seus papéis foram muito :ip)audidos pela :t5$1stênc1a, que foi numerosa Felicitamos as Secções da J. O. C. e L. O. C. 'pela su actuação. · ·

.

-o e a

DIVERSAS - Foi nome.da regente do ensino primári para a Escola Mixta recentemente criada, encontrando-s já aqui no exercício das suas funções, a Sr.• D. Alice d ConceiçSo Pinto de Brito.

- Encontra-se entre nós o Sr. Dr, Paulo Afonso Bo­telho,. que aqui vem exercer a sua actividadc médica.

Os melhores êxitos na sua nobre missão é o que lh de.sejamos. e

e - Seguiu para Lisboa, por onde tenciona demorar-s alguns dias, o nosso p~esado amigo e colaborador, Sr. Dr Viriato Nunes de Moura. .

o ,- Para a capital seguiu também há poucos dias, nosso prez.ado amigo e · assinante, Sr. João Morais Chave s.

o . - Estev~ aqui durante alg~ns dias, o nosso pt'ezad amigo e a~sinante Sr. Engenheiro Ismael Baptista P imen teJ. Compnmentamo-/o.

A

. - Para o .c~ngo Belga i?artiram os nossos amigos assinantes . Anto:uo I;emos _L_eitão e Ant6nio MarfOS.

Boa viagem; munas fehcichdcs e rápido regresso.

.

e

n-- Encontram-se em Lisboa os nossos conterrâneos A tónio Moura Leitão, António Cardoso de Moura, com sua ex . .,... C590sas; D. Maria Helena Leitão C .. bral e José d

s

Santos Mascarenhas ._ Sinceras cumprimentos. · os

tó .. - Estiveram entre nós os nossos . conterrâneos, An nio Cabr;i) Leitão; Valério Cardoso, António Gomes Pina Machado, Joaquim Pina Pires e Maria Helena F de

iundes Leitão. er-

. - Encontram-se. ~ocntes os nossos p rezados · amigos assinantes Dr . . Antomo Gomes e Carlos Alves Simão quem desejamos rápidas melhoras. '

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es.

- Os nossos conterrâneos Ant6nio da Rocha Cabra Júlio Augusto Leitão abriram no passado dia 20 uma ca de chás. cafés e mercearias finas na Calçada dos Mestr ôptimos negócios.

MARÇ0-1950

EM ~

• ...

Rilllcbo Folclórico Loriéuense d g s

N ascido dum misto de ca.nundagem e do desejo ar· ente de dar a conhecer a alma popular da nossa Terra, as entes com quem quotidianamente )abutam, foi criado em acav~m o Rancho Folclórico Lorigucnsc. ·

B C1mentado cm sonho ~r Manuel Gonçalves e Mário

rito Miguel ele foi ganhando elementos e com menos de m mês de ensai~; em cas3 de José Luís de Moura, saiu ara a rua, conquistando à sua ilassagem a admiração geral e todo o ~vo de .Sac.wém. Reso!veram·.se ir mais longe em Moscav1de, Camarate, Apelaçlo, etc .... entre tempu .. ·

u p d e \.

s ;ides de apJausos. colher;irn novos louros como prémio ·da" ua tenacidade e boa vontade.

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c V

Envolvidos na simplicidade do seu trajo. garbosos no eu porte e desejosos de bem colocarem o nome da sua

Terra, os rapazes emprestavam ao rancho aquele misto de or e alegria tão necessário, onde só faltava o timbre da oz feminina e a graciosidade das suas figuras, para corn·

pletar aquele gru90 em que os rapazes disfarçados não po· diam ocultar o seu todo m:ísculo de barba feita ...

As suas exibições nas diversas s~iedades e em es_pe­cial na AC.ldemia fo ram assinalados munfos que entusias­maram os assistentes e deram novas forças ª?S elementos do Ranc;ho que se dispõem a conseguir o máximo das suas grandes facuJdades e possibilidades. . , .

O" aooio esuiritual e material, recebidos logo de m1c10. serão com certêza ptecioso i11centivo para futuro . .

Aos Briosos rapazes - Manuel Gonçal\'eS. Mário B~to Mgiuel, C:tr)os Pinto Ascensão, António Pinto Ascensao, Fernando Brito Moura, Albano Lopes . Praia.. Ca~los Fcr• nandcs dos Santos, Carlos Brito Romano. Júho Pinto, Ra• fael Jorge Pereira, Fernando Brito Pinheir~, Jo~é Fernandes Mendes, Eduardo Santos Pina, José Brito Pinhe1ro • .José _Fer• nandes Mendes, Alberto Nogueira Borges, Joaqu1!". Pinto, Manuel Alves Pereira, Celestino Augusto Ales, Mino .J-:sus Fernandes e Albano Brito Pinheiro belll como ;aos mw1cos Abílio Álves Galinha Álvaro Briro Pinheiro e Luís Eª Silva Cesário cndereç.imos 'as nossas sinceras felicitações e 0 d~­sejo de que exigindo sempre mais e me)hor possamodconti·

ndo alegremente t os os nua.r com o mesmo aprumo, canta . . 1 números do seu vasto reportório e muuo cm esptcta o

«Deixem Loriga passar,. . . Que assim seja e que a vossa _boa vontade seia sempre

acompanhada de mil felicidades. sao os _votos que. •A NE­VE• formub, afirmando-vos que podeis e deveis contar com o nosso caloroso aplauso.

P ' ra frente rapaziada de Lori~. Devía ser assim toda a nossa JUVentudc.

- No .oassado dia 19 de Fevereiro na Igreja Paroquial foi baptizada a menina Maria Fernanda Mendes Neves, fi­lha de Adélia Santos Mendes Neves e José da Costa ~ev~s· Fonm oadrinhos Laura Jorge Ribeiro e ManueJ Ribeiro Mendes. - . f

1. 'd d

Sinceros ,parabéns e votos de mil ·e 1c1 a es.

--~·--·-·-~-----------· Coelhos ----·

A • · f • posta ' à ven-Mais uma edição da Colecção graroa 01 . da em todo o país. • . fusamente ilustra-

Nas ~uas dezen~s de pagu~fv'el e consisa abordou das e escrita~ numa linguagem ª de Avilez. Simas, premia-º autor, o criador-amador Sr. A. . .

1 . -

do • · · ro-es de Cunicuhcu tura . a cnaçao, em varias expos1,, · · · 1 -1. e t - é suas c:aracter1st1cas, msta acoes, a 1m n acao, racas lh • . - • das

doenças ·e tratamentos, canse os ute1s e prepar~~.ao peli!S. . . . .

Livrinho de grande utthdade e actuahdade nest~ mo­mento em que todos os portugueses devem economizar e produz·; como manda o Ministêrio da Economia , a sua probi~dc e a lo~a. experiência do autor .fizera": de i~ uma obra irnprescind1vel para quem se queira dedicar .a criação de coelhos. sem receio de falta de conhecimentos e ignorância .

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MARÇ0- 1950

III alntoco de •

[Q)A IFAMÕILDA ( Conti1111ação da pág. J)

Precisamos de nos preocupar c;om qualquer coisa de prático que justifique as palavras ardentes que numa exteriorização de sentimento bairrista, se sol, tam dos nossos 'lábios. Iremos de jorn;ida até Lcriga, e l.á. em íntima éolaboração com a aut.irquia local. escolheremos o caminho a seguir, para conseguirmos dar satisfação aos problemas mais prementes da nossa querida Loriga.

Nomeie-se a Comissão aqui mesmo, trabalhe-se ê:om afinco, e contem desde já com o meu 1ncon­~icional apoio. . .. ~- .

Devo a Lcriga .a vida, e inna das grandes aspi­r~ções que tenho, 'era ver cria(ia em Longa uma s~c­çao de trânsito, e eu ser dela o i:omanda!1te - afir­mou com ~pírito o .Capitão Maia Loureiro.

Devo a Loriga a vida e quando se deve a vida a a~guém a sua gratidão é profunda e o seu reconhe· cimento eterno.

Não vale a pena fazer a histór~1 da minha pas­sagem por [origa, pois isso seria aqui inoportuno.

Fere-me ouvir. dizer por :vezes· que Loriga só é bonita por fora, quando na realidade a bele'.4 de Loriga t:l~º· cabe toda em si mesmo. Tudo em Lo­riga é bonito-_

Na.. situação em que me encontro nada . posso fazer, por . n1im. para o progresso de Loriga. pois se is.so estivesse na minha mão eu a guindaria a ca-pital di;i p~ís. ' . .. .

.-· Uma das. minhas aspirações era ver criada em Lorjga uma· secção de trânsito e eu ser dela o co­már'idánte. Mas quase impossível pois que em Lo­n ga, o sinaleiroº é o ar puro e reconfortante que ·lá se c:espir•' e que para Já nos orienta . ..

A minha vida· de trabalho intenso, não me per­m ite ter alguns dias de descanso, pois se os tivesse eles seriam pasados em Loríga ... Salvo qualquer si­tuação anormal, podem contar desde já comigo e com minha mulher, no almor;:o a realizar lá.

Levemos a Loriga o laço forte d~ nossa Únião a chama das nqssas alnias, certos de que algu~1 fruto hav~1nos de ~olher, '?11 unifi~ação do sentimento fra­ternal do nos;so povo - · ôisse 1oaqúim .Leitão.

_ Loriga tÇr.ra ., grànd~ no. nos~::c.or!1çi.o, mas que, nao pode Sef!UT pulsar JUOlO de .SI OS corações· de to• dos os seus fi.lhos; orgulha-se dos nú~leos dos seus na­turais, espalhados pelo mundo, nos loc~is onde o des­tino quis que se fixassem em lut.a ·pela vida.

A Criação do Centro Loriguense do Pará, a jor• nada incsquiddvel da ·Fllarmónica a Sacav~m e a rea­lização anual <leste almoço, são marcos marcantes, do esforço e ' da tenacidade, daqueles que em terras disrantes que'tem erguer bem alto o . nome da terra que lhes serviu Oe berço. A alma lorig.uense vibrava longe da sua terra enquanto em Loriga essa alma parecia atrofiar. ·

Vencidos pela· descrença. porventura mal-resi­gnados com a· sua sorte,. impot_entes _pua r~g1r pois lhes faltava o laço forte da união, viam Longa que­d~r-se ante o progresso. Ha'via que sair da inércia em que nos encontrávamos para marcharmos resolutos na · lutà pelo progresso da nossa querida terra. E o aparecimento de u·A Neve» foi o grito vibrante sol­tado em unísono por,.~ , punhado de rapazes, que nos exortava ao comhate .. . ·

Agradeceu depois em nome da ,Comissão deste almoço a presença. <le todos os que quiseram honrá­·lo com a sua comparência, terminando por afir~r, referindo-se à sugestão do Dr. Octávio: Levemos a Loriga, o laço forte da nossa união, a chama que abrasa as nossas âlmas, certos de que algum fruto havemos de colher, -nà unificaçâ'.o do sentimento fra­ternal do nosso povo.

O nosso jornal, continuará fiel às directnºtes t".a­çadas na primeira hora, e .nem a névoa .negra d~ insídia, envolta na ináif erença de niuitos, lh.e fara P~rder .o .norte-- declarou o nosso director.

As palavras que foram endereçadas à minha hu­milde pessoa e ao jornal que dirijo por alguns ora• dores, obriga-me a falar. Faço-o no e?ta~to co~ p:a­:zer não s6 para agradecer essas amave1s referenaas ?nas também para afirmar publicamente o seguinte: o nosso jornal continuará fiel às directrizes traça-

A NEVE

confraterniza cão •

das na primeira hora, e nem a névoa negra da in­sídia. envolta na indiferença d e muitos lhe fará per­der o norte.

Ele defenderá com o maior ca!Qr a sugestão do Dr. Octávio de Brito, que reputa de largo alcance e perante a qual não pode ficar indiferente.

E assim cm ambiente de geral regozijo terminou esta festa, que em todos deixou as melhores im­pressões.

Oxalá, qne ao reimirmo-nos ele novo, iá possamos ver ruJ nossa terra, um pouco do útil junio ao nrnito do agradável que possui - afirmou António Gon­çalves da C~uz.

Algo proveio já, deste ambiente familiar, só não vendo o pouco que se realizou, aqueles, que não sendo cegos, sq reconhecem o que eles próprios realizam.

No entanto o nosso espírito continua a vibrar de entusiasino. a fim de vermos na nossa terra os requisitos indispensáveis a um centro tão in~ustrial e populacional como o nosso.

E-me grato ver aqui, individualidades de certo prestígio nacional e, a essas faço um apelo cm. nome de todos os conterrâneos, no sentido de cofaborarem no nosso jornal. honrando-nos assim e dando-nos um pouco da sua grande mestria, na vida.

Oxalá, que ao reunirmo-nos de novo, já pos­samos ver na nossa terra, um pouco do útil iur.to ao muito do agradável que possui.

NOTAS À fVlARGEM DO ALMOÇO

- Durante o almoço foram' recebidos alg1ms te­legramas que passamos '1 tr1mscrever:

Calorosas saudações todos - Pedro de Almeida. . Cordiais saudações votos fraterna camaradagem exemplo Loriga - Paulo.

Como Loriguense asso::io-me à vossa alegria -1 nácio .Brito.

- Filarmónica associando-se almoço c~nfraterni ­zação· ·família loriguense saúda todos os present~s desejando nosso jornal longa vida - Direcção.

- Impossibilidade assistir almoço de confrater­nização· lotiguenses saúdo V. Ex.~ e peço transmí­t ir minhas· cordiais saudações assistentes - Alferes ·4ges. ,

- Associo-me festa fazendo votos dela resulte · progresso. ~assa terra - José Pina.

· - ,Sociédade Recreativa Protecção Escola s:Júda V. Ex.• e i:oda a assistência almoço confratcr.nização· con~errâneos e amigos fazendo votos bem resulte no.ssa· tºerra - Direcção. .

... -.Sigôatários saúdam-vos cordialmente desejan-. do todos os nossos e jornal maiores felicidades. -

Emílio Reis Leitão. Carlos Nunes Cabral, António Fernandc_~ Leitão, Artur Simões de Moura; António Luís Duarte Pina, Carlos N unes Cabral Jor, Abílio Pina, Artur Dias, Joaquim Golçalves de Brito, Fer• nando António Leitão, António Pina Ascenção, Ma­nuel Moura Leitão, José Duarte Jorge, Augusto Nu­nes de Pina, José Gonçalves de Brito, António Fer­nandes Reis Leitão, António Nunes Luís, António Nunes Abreu, Fernando Crisóstomo, José Maria Pin­to, José Nunes Abreu, Eduardo Pinto Caçapo Au­gusto Luís Duarte Pina, Emílio Fernandes Conde, · Carlos Fernandes Urtigueira, .Joaquim N unes de Moura e Eduardo Luís D uarte Pina.

• • • "

A Comissão para o novo almoço a realiZa.r' ain· da este ano em Loriga ficou assim constituída:

COM1SSÃ0 DE HONRA - Coronel José Mendes dos Reis Dr. Octávio de Brito · C11J1itiio Maia Loureiro Dr. Carlos Leitão Bastos António Cardoso de Mo11ra ·

COMISSÃO EXECUT[V A - Abílio L11ís Duarie Pina António Cabra! Leitão Ant6nio Nunes de P1ºna Ant6nio Fernandes Leitiio Ant-Onw Nunes Ribeira Manuel Gomes Leitiio . - . . .. . . . . . ~

À Comüsão cessante apresentamos às nossas fe- · licitações e à nova. augurai:nos retumbante sucesso.

3

No alvorecer do 2. º ano íConlinua.c·õo da pÓg. ])

f!.llração 1rciçoeira no nossa boa-fé ... Estamos a tempo, de os corrigir, e d'ora avante, que o ambiente se irá purilicando, que é m<lior a ex~ periência colhida e que, embora de boa-fé, s~~ remos ma is reservados, tudo se há-de compor ...

Desculpe o 1eilor, interromper-lhe a leitura com estes comentádos; se os acha · descabidos nós achamo-los necessários. Continue a ler e ~ asslnar o seu iornal; não leia só. Colabore que muito lhe agradecemos.

E assim ante a espectativa gei:a !, ensaiando os primeiros passos na vida iornalíslica saímos confiantes da inércia -em q ue estávamos sepul­tados para a lula leal e:n prol do progresso da nossa querida região. ·

Com uma férrea von1ade de fazer algo dé prcveilo:io, esperámos que a confiança lomàsse e': lugar da descrença, a compreensão o da dú­vida e que pouco a pouco fossemos conquis­tando os favores dos nossos leitores e a atenÇãt> das entidades superiores. · ·

E assim a-oós um ·ano de vida •A NEVE,, po::ie orgulhaf.se de ler conquistado a slinpa~ tia, senão de todos, peio menos daqueles que reconhecessem o aprumo moral e a dedicação. duma pléiade de rapazes, sem preocupacões de agradar seja a quem for, desde que lssó os não obrigue a sair do caminho da ·Lealdade, da Jusiiço e àa Razão.

Tem-se mantido a1é hoje, alheia a · lutos mes· quinhas, defensora acérrima dos interesses da sua Região, e apesar do deirotismô de uns, do. velhacaria satânica de outros, da indifarença dr. mui'.os e do cinismo torpe dalguns, ainda tem a consideração e estima da maioria esma-gadora do povo da nossa terra. .

1vfas por que acreditamos que um dia vire­mos a ser compreendidos, por que sabemo.s, que quem se coloca ao lado do povo na defe­sa dos interesses do património regional aca­bará por ser compreendido, esperamos poder conquistar em breve <J lugar que iulgarrios m~ recer nos corações daqueles que presam. acima de tudo o bom nome da sua -leira. •

A nossa missão tem sido árdua e espinho-. sa. ·Novos espinhos nos esperam no longo ca­

minho q1:1e a inda há a percorrer. As necessida­des da nossa região são múltiplas e os meios de que di.spomos n1uilo 'escassos. Mas não exls­tem impossíveis quando -0s homens sabem em­pregar as -energias correspondentes à grande­za das obras a realizar. Se os beirões e ein es· pecial os Joriguenses quizerem ajudar a fortale­cer um jornal que não conhece curvas te·lo-ão, semDre obediente às directrizes trocadas:

Defender a nossa Região • . Defender os sagrados direilo$ do nosso povo .

GELADOS A agulha dá bússola não indica o Polo Norte. O Polo Magnético está a 1,500 milhâs ao sul

do verdadeiro _Polo Norte e aproximadamente a 97 gr:ius de longitude oeste. · ·- ·· ··. · · .. . . .... ; ..

Se acontecer um crime à meia-noite e cada uma das pesoas contar o caso a outras duas; dentro de 12· minutos, toda a gente d:i terra ficar.á sabe~do do facto antes de amanhecer. . ·- ..

Lindebergh fÔi o 67." homem a fazer o voo directo, a través do Oceano Atlântico.

._ . . . Existe em Coulommiers, França, uma · família

cujo nome é o número 1792. Tetn q uatro· filhos - e o .nome vem depois d~. mês: Janeir? i792 ... f~verei-r? 1 79~· Março 1 792 e Abril 1792. · . · '.

O filho Março 1792 morreu em Setembro de-19ó4.

.. .. .. .·

Queira fuzer a 'pontuação ~a segui.nte . fr~se: Como comes como como· como como como come·s.

. .. FIORO.: .

A NEVE MARÇ0-1950

OU llff«i UM4 ela u.icla u.al? A aragem Iria que sopra dos lados da serra pa•

rece acentuar-se com a des::ida constante das nu• vens, que em pouco toldam o espaço onde h:í mui­to se não lobrigava já o azul celeste.

O ar que se respira parece gel.u nos pulmões! Uma tempestade de neve surge iminente! O senhor João, modesto agricultor, abre sorra­

teiramente a vidraça do postigo eh sua humilde a• bana e volta sorridente a sentar-se à lareira, onde a família reunida tenta lutar contra o rigor do tempo, queimando a últ ima torga que a ti Maria juntara pela manhã, em faina pelos montes. .

Os últimos anos têm sido traiçoeiros aos míse­ros detentores dos segredos da Terra!

acabou-se e as economias, oh! as economias, o povo do c.1mpo que mourejas de manhã à noite na faina dos campos, onde estão elas?

Estarás para todo o sempre condenado à contin­gência bárbara da ~clemência do tempo?!

Já não há pão - lamenta transida de dor a se­nhora Maria. enxugandó uma gros$a lágrima à pon­ta do avental.

As crianças compreendem bem o significado da· quela frase!

O Zézito, quatro anos atrofiado~. chora pedin­do pão!

Os irmãos fazem coro com ele, formando o qua­dro mais enternecedor da vida humana.

pos e a ausêncía duma legislação prore:cionista ao trabalhador rural atinge as culminâncias do deses­pero.

Deus é o único recurso para as almas simples que se vivem é para o amarem, glorificarem e servirem. Talvez que as provações a que por vezes o submete seja mais para exaltação e santifica~o das suas al­mas ou para pôr à sua prova a nobreza de senti­mentos daqueles a quem compete ajudá-los a re­solver os seus mais angustiosos problemas.

Quando estes egolsticamente os esquecem, Deus é Pai!

As nuvens de frio em pouco se desfazem em pu­ra neve!

A ef!ergia condensada no âmago da sua natureza inerte, o lavrador, em luta porfiada e labor insano, transforma em fonte perene da vida e de amor.

O senhor João, p ersonagem tipica do agricul­tor português, que até aí estivera rneditabundo, aco­corado a um Clnto, desperta com o barulho infer­nal do hino da fome que as crianças pareciam en­to.u no sentido choro da sua tremenda miséria, e co­mo iluminado por uma centelha d ivina de fé e re• signação, levanta-se lívido e mãos erguichs, olhos postos no céu. clama em tom de singular confor• mismo: «seja feita a Vossa vontade assim na ter­ra como no céu».

Báteg.ls de água fustigam a vidraça meio partida ·' do postigo tos:o da cabana do senhor Joio.

Os elementos, age.ntes de tão salutar transforma• ção e por vezes G1prichosos na sua função, são o se­gundo factor da m.1is incompreensível metamorfose que se regista à face da T ena.!

O homem, essa força inteligente da Criação, ser­ve-se deles, conjugando-os e reunindo-os para tirar deles a vida.

O senhor foão da sua experiência de muitos anos bem conhece as fúrias mortais com que os elemen· tos por vezes castigam o género humano!

Há três anos que a terra trai~oeira lhe nega a ba­tata e lhe reduz o milho!

As bocas famintas de sete filhos pedem pãol A sua Maria, aflita, olha para o fundo da arca

e chora de dor! O milho está no fim e a próxima colheita vem

longe!. .. A m iséria espreita atrás da porta duma família

que trabalha! O destino parece sorrir ironicamente perante o

quadro vivo duma tragédia humana! Das batatas nem a semente, o milho escasseou e

Depois, baixando os olhos para o quadro desen­volvido à sua volta, brada no tom mais sincero da convicção mais profunda:

- Mulher, porque choras? Não vês que está.s a blasfemar contra a misericórdia Divina?

- ó Senhor, nó.s temos confiança em Vós ! Po\l­pai-nos a maiores misérias e reservai-nos a um fu­turo melhor!

• • •

A seca tem sido tremenda e com ela as suas fa, tais consequências!

· A semente lançada à te rra, se germina. cedo se deixa morrer ou atrofiar.

As colheitas não compensa.in o trabalho dos cam-

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MARÇ0- 1950 A NEVE

ENTRE DUAS 6ERACóES Minha boa Amiga:

· Apesar de sentir muito poucas dúvidas sobre as afirmações que vos tenho feito. de que vós vireis a ser, muito antes do Outono, uma hábil e brilhante polemista. conEesso que me sinto enc:intado por ve­rificar a confirmação dos meus pressentimentos.

Dá prazer, quando se chega ao Outono da vida, encontrar uma jovem que sabe harmonizar os re­quintes da gentileza com o entusiasmo dos seus ata• ques. Causa-me até admiração e estima a subtíleza cotn a que a vossa mocidade agarra nos assuntos e os coJoca em posição de servirem os vossos pontos de vista. A forma como conseguistes coloor do vosso lado uma afirmação que só muito ao de leve vos per­tence, dá-me bem a ideia do perigo em que me pos­so ·encontrar, se não desfizer a brilhante e subtil teia em que a ·conseguistes envolver. . Confesso que sinto pena de ter de a desafiar, mas JUigo que ainda é cedo para nela me deixar envolver. Perdoai.

Como é que conseguiste uma subtileza tão bem rendilhada? Porvennira eu afirmei que o espírito livre e altivo da mocidade, de q ue vos julgo brilhante de­fensora, livre era o espírito da mocidade da época actual? Por Deus! Como foi possível fazerdes uma demonstração aparentemente tão favorá vel ao vosso ponto de vista. com um dado que pertence q uase

. inteiramente à minha época? Não estaremos nós a in­ventar a ordem dos valores? Creio que sim. minha boa Amiga! O seu a seu dono. A Liberdade, ~ in~o.n· forrnismo, a ânsia de vivermos os nossos subi.ect1v1s­mos a nosso modo, de proclamarmos bem alto o sen­tido da independência, que é º.apanágio dos novos de espírito. - tenham eles muitos ou poucos anos, - não é um produto da época actual, mas sim filho do mais livre e brilhante de todos os séculos, o século dezanove. que bem se pode classificar de século cul­rnínante da civi.lização europeia.

N.ão foi nem é no ensino escolástico q ue se for­mou ou pode vir a consolidar o anseio eterno da in­dependência total do homem.

E vós, que citais, e muito bem. a grande frase do . nosso épico: ué fraqueza desistir da causa começada», 'respondei-me à pergunta que vos faço. considerando­-me agora o intérprete dessa mocidade livre· e altiva de que vos proclamei Jagítiffia representante: E obe, decendo cegamente .. à infalibilidade da vossa época que se conseguirá acabar a obra iniciada sobre os aus­pícios da Liberdade que proclamou os Direitos do Homem? ·

E agora, deixando a vossa inteligência a pensar me tão aliciante assunto, vou passar a responder ao resto da vossa interessante carta, a ver se consigo convencer-vos antes da época que marcais.

Suponho que vos disse. - e se ~ão o disse pen• sei-o, - que a felicidade é un1a coisa subjectiva e,

li

por isso, não existe um padrão por que ela se possa medir.

Quando vos disse que a felicidade reside dentro de nós, suponho que coloquei a questão no seu de­vido lugar. Por isso. não há um processo geral para a obter, mas cada um que a deseje terá que criar um sistema · que corresponda à sua . man~Írà de ser. Um egoísta será feliz, ainda que o resto do mundo morra de tristeza, desde q ue se considere feliz. Um bom e profundamente generoso não poderá ser feliz a seu modo, enquanto no inundo haja sofrimento. Estes siio os polos extremos. Não se podem, portanto. jun­tar. Porém. desde que o bom e generoso se queira considerar feliz. poderá fazer tudo o que esteja ao seu alcance para mitigar a dor alheia, e não me parece que, depois disto, se não possa ju)gar feliz por fazer tud oapra a felicidade geral.

Quando vos afirmei que a felicidade se conquista pela obtenção do indispensável e pela eliminaçãd do supérfluo, não vos disse o que era indispensável ou supérfltto. Quis apenas demonstrar-vos que, para ser­des felizes, tinhas de arranjar o necessário e dispensar o supérfluo. Como não tendes necessidades mate­riais, chamais material a tudo o que vos parece arre­dar-se da ideia fixa de ser boa e generosa.

Porque vos conheço bem, porque sei de quanto o vosso espirito brilhante é capaz, fujo de respon­der directamente ao ataque que me dirigis, negan­do-vos a aceder ao convite que dizeis ter-vos eu feito para procurardes a felicidade à minha maneira. E pedis-me que vos perdoe! Não, minha jovem Ami­ga! A nossa bawha, anunciada como uma luta sem tréguas entre duas gerações de concepções diferentes - uma, actual, representada por vós e outra, a pas' sada, defendida por mim. - terá, assim o creio, uma finalidade mais alto do que uma simples batalha onde dois contendores só têm a preocupação doentia

· de alcançar a vitória. Desde as primeiras cartas que espero a hora em

q\le nos, transformemos em aliados da maior cru­zada da humanidade: A cruzada de aproveitamento das melhores e mais belas ideias de todas as gerações, seiam elas passadas ou presentes, paar que os vindou­ros nehs encontrem os elementos que meJhor os pos­sam auxiliar na sua missão.

$e conseguirmos prolongar a luta, como espero, é para contribuirn1os com o nosso esforço para que a humanidade saia triunfadora dos preconceitos que têm impedido a fraternidade entre todas as forças que batalham pelo bem.

Porque sei que ao vosso espírito generoso agrada esta finalidade, despeço-me de vós, dando-vos ampla liberdade para contonuardes o prélio no campo que nuis vos agrade.

, Outono, Vulgo

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5

Joaquim António, depois da última conversa que ci vera com o seu amigo Manuel, não mais o top:íra a geito .. . Ele que gostava d e se gabarol.ar de ser o melhor tratador de gados destas redondezas e dar a sua <1piada» quando via as coiS.ls, assim, a modos nul engendradas .. . , deixara de aparecer no ponto dos quatro caminhos, mais vulgarmente, conhecido pela designação de «praça», on,de é certa a presença de uns tantos, movidos uns pela necessidade de realiu­rem suas compras, outros para darem à língua, co­mentando o que se diz e o que se passa ...

Amigo Manuel que já uns tantos dias por ali não passara, não resiste à tentação e Já vai sempre bem posto no seu trajo domingueiro ocupar o lugar pre­ferido.

Joaquim António também mortinho por ouvir o seu amigo, sempre pronto à <darachai>, não perde um instante e sem este dar por ele, topa-lhe no ombro e diz-lhe!. . .

Então «Manuel,, .como vai isso!. . . A modos que te sumistel? , .. Não tornei a pôr-te

o olho ! Naturalmente andaste pelas feiras a vender a tua bezerra, ou o que foi? ...

Não «senora » - foi um constipanço!. . . Estive maleito, mas agora vou menos mal!. . .

ó Joaquim!. .. Sempre te quero dizer que as pa­redes têm ouvidos!!. . .

Não percebo «Manuel»! Pois não sabes que a nos­Sil conversa que há dias aqui tivemos .• vem toda in­tcirinha na gazeta cá da terra, na· senhora «Neve»! Eu até me «enfiei» ao saber de tal! Calcula tu, ho­mem, que u~ sujeito a conversar a bem e depois prantado no 1ornal. para todos lerem, é coisa dos dia­bos!. . .

Que há-de ter dito a senhora Junta, homcm de Deus! Deixa lá, Manuel, não te importes! A gente q~1ando di.z as verdades, nem que seja ao senhor Bispo!

Pois, sim, Joaquim, mas nós, os pobres, quando censuramos as coisas, dizem eles, os «grandesl> que não apreciamos nada e n,cm avaliemos os seus sacri­fícios!

Lá isso é verdade. Ainda agora o Francisco que anda bem informado me disse que estão a fazer uma grande obra!

· Que é lá isso, homem! Sim! nem tudo é dizer mal, o povo também aprecia os melhoramentos!

A «rambulan que noutro tempo só servia para es­tender lã ou milho, vai ser transformada num jar­dim, com muitas árvores, segundo dizem, parece que são t ílias e, outra coisa que não se aproveite, darão pelo menos as folhas para o cházinho ... além de em­belezar o local.

Olha, Manuel, a gente. se fosse a reparar no que é preciso fazer, Santo Deus!. .. Ele é um ror delas, mas çila-te boca que as paredes têm ouvidos. Adeus Manel, adeus Joaquim! O 1nelhor é tratar da vida que a morte está certa e, quanto ao resto cada qual que j_ulgue ... e lá desapareceu cada um para seu lado, mal julgando eles que a uNevel> jornal que parece insi­gnificante, que tudo sabe, ouve e prescuta a voz do Povo, estava atenta à conversa destes dois nossos . ! ,, amigos .... .

Março de 1950. Atttónio F. Leitão

AL f AIATARI A ACADÉMICA DE

CARLOS FERNANDES URTl6HEIRA

cg,

CONFECÇÕES PARA HOMENS,· SENHORAS E CRIANÇAS

LO RIG A

6

PÓR TUDO

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TOO OS

A NEVE

A BEM . DE

lORIGA E OA

REGIÃO

Düeren~ns inevitáveis e neEessárias Houve filósofos (e de entre eles sobressai Marx)

q~1e lançaram no mundo o veneno das más dou­trinas.

Est~s doutrinas tiveram, entre outros. o efeito de criar no espírito das «massas» a falsa ideia de uma possível igualdade entre os homens, no aspecto eco­nómico e sp::ial.

E. assim, a palavra «igualdade» soa por aí oca de sentido como pancada em pipa vazia.

N.a verdade, é impossível haver, entre os homens, aquela igualdade que os filhos da desordem, ambi--c1onaram.

O que herdámos dos ·nossos pr.ogenitores, o que somos em nós próprios, na nossa constituição e a in­fluência do meio ambiente são condições a que nin­guém pode fugir e que formam em c;rda um de nós personalidades distintas~

Há, entre os homens, diferenças profumias de in­teligê,ncía, de talento, de habilidade, de saúde e. de força- Destas diferenças naturais e inevitáveis e de out ros obscuros factores n:su1ta1p as várias activída­dcs a que os homens se dedicam. l)ns encontram den­tro de si possibilidades de se guindarem aos mais al­tos cargos. Outros, porém, não o consegut:m e fic·am para trás. Cont esta verdade todos concordam.

, E certo que ainda pão existe, entre nós, um com­pleto aproveitamento dos valores. Muitas inteligên­cias e génios se perdem, porque não encontram nos caminhos da vida quem lhes deixe a Jnão e os aj\1de a subir. Há grandes ideais que podiam ser grandiosas realidades, se fossem a uxilfados por possibilidades fi-nance1ras.

., Mas, por mais perfeita que seja a selecção, sem­

'pre os homens hão-de . seguir caminhos diferentes, porque não há força humana capaz de evi~r as pro­fundas diferenças naturais, diferenças do corpo e di­ferenç·as da alma. Refiro-me, bem entendido, às dife­renças acidentais, às diferenças de qualidades. por quanto essencialmente todos os homens sao iguais.

Mas é bom que estas diferenças de qualidades existam e as profissões sejam múltiplas. porque tudo isto reverte a favor da própria sociedade- Desde o humilde cabouqueiro ao mais categoriz.1do intelec­tual, todos desempenham um papel útile necessário ao compliEadíssimo organismo em que vivemos. Que seria do mundo, se todos os homens possuíssem as mesmas qualidades e todos se d':"dicassem ao mesmo ofício?

Para a existência da humanidade é necessária a existência de pedreiros, de sapateiros, de alfa.iates, de arquitectos. de engenheiros. de professores, de mé­dicos, de advog;i.dos, etc. ~ necessária a indústria de lanifícios, de cimento, de vidro, de cortiça, etc. E to· do o trabalho requer quem o execute e quem o oriente; são necessários os técnicos e os. 0breiros; é necessário {}Ue .un·s mandem e outros obedeçam, que uns ensinem e outros' aprendam. Já vemos, portanto, como as profissões têm de s.er diversas,,

Desus diferenças de profissão, determinadas so­bretudo pelas ·desigualdades naturais, e pejas necessi­dades da existência; ressalt.:1, com lógica e justiça. uma outra diferença - a dà remuneração ou do sa-lário. ·

Quem trabalha ou· melhor quem exerce uma pro­fissão lucrativa espera, em troca, um ordenado· que será maior ou meno.r conforme a quantidade e à q~­lidade do trabalho. Mas é evidente que a quantida­de e a qualidade do trabalho requerem preparação especial. Em género de trabalh9 requer preparação de longos anos de estudo no qual se gasta,m energias e somas de dinheiro. Outro género requer apenas Jj,

geir-a adaptação e dispensa 9ua~q.uer g~eto, ~e estit• do, isto é. que preparação hterar1a 01.1 c1ent1fica. To­dos compreendem que o primeiro, trabalho de res­ponsabilidade e que exige intensa preparação tem de ser mais bem .remunerado q~1e o segundo. PenSQ que

não haverá ninguém que, neste ponto, esteja em dis­cordância comigo-

Admitindo, pois, a legitimidade das diferenças de salários que são a base das diferenças económi_.. cas. temos de admitir também as diferenças sociais, as diferenças do nível de vida. Quem tem muito di­ohei·(O pode ter apresentação e comodi~ades a que outros; menos afortunados, não podem chegar.

E r,evoltarmo-nos contra este estado de coisas é gritarmos contra a própria nat\lreza. Por que é que eu não tenho t1ma inteligência superior? Qual o mo­tivo por · cp1e cu não sou um génio? Por que razão eu não possuo fo.rça de atleta? Qual a explicação da minha natureza fraca e do meu organismo doente? Porque, se eu tivesse inteligê,ncia, s.e fosse um génio, se tivesse força e gozasse de perfeita saúde, teria pos­sibilidades de. conseguir uma profissão mais rendo­sa 1.. -

Penso que nenhum homem e muito menos um cristão emprega esta linguagem inc.onformista e re­voltada.

Também não louvo a apatia e a indiferença de muitos, perante a sua precária situação económica.

E·mbora as difer.enças naturais determinem uma àesiguald.:1de económica e social, cada um dos ho­mens pode alançar mais, se estiver disposto a lutar. 1 odes, absolutamente todos, têm não só '<'I )iberdade mas também o dever de lutar por uma vida melhor. E é sempre possível a ~elhoria de vida.

Como já vimos, por alto, a razão .intrínseca do trabalho, o fim do trabalhador i, sem dúvida, anga­riar um ordenado que será dele e poderá empregar como quiser. Ora, se à custa de muitas economias o trabalhador conseguiu juntar dinheiro e, com ele, ad· quirir um campo, é eviden.te que o campo lhe per­tence como lhe pertencia. o ordenado, porque o cam­po não é mais que a transformação do capital, ga­nho com o suor do seu rosto. E será seu tudo quanto o campo venha a produzir.

Abundam os e:xemplos de pobres que se fizeram ricos, graç~s à s_:1<1. capa6dade de traba~ho. ao seu po· der de or1~ntaçao e aos constantes milagres de eco­nomia, feitos à custa de mil renúncias dos diverti­mentos ilícítos, e até lícitos, do álcool, do jogo e de todos os outros prazeres que levam a saúde e 0 di­nheiro. Outros que a miséria ou a pobreza viram nas­cer melhoraram o seu futuro com gotas do próprio sangue e a golpes de vontade foram abrindo a senda da vida.: Dó que fica escrito podemos tirar, pois, uma conclusao: todos os homens, absolutamente todos, têm o direito e o dever de lutar por uma vida me­lhor, com a convícção . de que, até os me.nos dotados, i;odem semp~e melhorar um pouco. Mas, por mais a.rd_ua que seia a luta e por m~lhores que resultem os efeitos, nunca os homens serão igu'ais. Há.-de haver ·sempre, entre eles, aquela desigualdade que torna a vida possível e dá, afinal, encantos ao mundo.

Há apenas um aspecto em que todos são iguais e, de tal m:ineira, que entre si se podem chamar irmãos: é a sua. filiação divinà. Deus é pai de. todos- E se Deus criou todos os homens diferentes como acabá­mos de ver é porque <<entendeu» que o concerto uni­versal só assim era possível. E todos1 sem excep~ão, no lugar em que se encontrem, alto ou baixo, devem trabalhar te5ignadamente procurando render o má­ximo.

Desta maneira existirá no mundo a hannonia haverá paz entre as classes e entre as nações, reinari aquela 1econcórdia ordenada << que no dizer de s.t• Ag?stlnho gera a paz verdadeira. ·

Carlos P. Ascensão

VISADO PELA COMISSAO OE CENSURA

MARÇ0-1950

Eu c mo a c:rHtude E os largos horizontes. Eu cdoro o quietude

Do serre, O sil.éncio dos 1:0\es, A aspereza ào 1em1 E a frescuio dos fontes.

Alegram-me os verdes ·prados E a árido folda, O chocalhar dos gados E os cães de g,mrda.

Eu amo, loucamon1e, O .bosq·ue 1uidoso Pelo Suão.

S sinto ~w runpei!o reliç;i~s~ Pe~a viàc simples V ide pungen:e, Do rude alde:5:o.

Um santo enconlamenlo · Me repEiie do movimento

E me ena.ma ê: solidão. Do Sórra

Que me eleva a cima do5 horizontes Desses encantos

Que em elerna edorcçco Ajoelham aos pes da minh:: •Terco•

Loucura? Mas que importa Se o •Rezão• do criOlurc: É . não ter o a!Il)c rnorla.

Eu nasçi b~m a.ho e mÇll.s al:o quero Ir. lqnoto e humilde .em :iascímento, Mi.nho vida é desejo de descobr~r Os misiérios do firmamento.

Ea '1el·de subir à :nais alta ;:>enha:. 'Casle <> que cus!ac,

Nem oU1eiro, co'.ina, monte cu monlanha ~·1te icr9,o ai:-:::ux~:::.

Vénha, e;:nbow, 'o c::.lor es?iv.c! Que rache a · miõio a dure ;:>eni?cii::.; . Surja em frente o horrendo venC.c·:cl Com vento, chuva qro:nizo ou. n~ve : .. ; ... .

·Ã?OTeça, enfi~ - ........ ,

'

O lobo que amec!ron\a a º''elha co curral Que a mim

Nem calor, nem vendaval, nero fer::i horrenda Nada· liove'ró. que me p:enda Ou me faço desistir

i Dos grandes proi.eclos maus, Porque o meu anseio é subir,

Tr.epar # E estar

• MAGi!ELO

' ,

1 Mais junto de Dous,

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Uma cosa sem codeiras? ,,, Sim caros conterrâneos. É sem dúvida uma coisa..

extraordinária, pois não há família, por mais modesta que seja, que não se preze de ter lá em casa algu/ mas cadeiras ou qualquer coisa onde o chefe se asseiv te c:om à sua prole ou pessqas que a visitam.

Pois Loriga, o lar .comum de todos os Loriguen' ses não tem seouer uns toscos .bancos ria sua sa:la de· visitas. Quero r~ferir-me ao largo da Cárvalha ou de S. António.. · ·

Os chefes desta grande f.imília - e com eles tO' dos nós, - andam empenhados na aquisição de coi': sas grandiosas e muito bem, porque Lóriga tem jus ,:i. mai~r protecção, sendo por isso cré'dores da, nossa · consideração e estima. Tod;ivia, esquece-se por v~zes qu.e. a par das coisas grand~ h~ ~mbérii pe_qu~nmas coisas que são contudo fllUtto uteis ou ate md1spen• sáveis. Assim, sob aquelas árvores que se encontram no dito largo e qU:e .n~o foram plantadas para esta' rem solitárias, necessita-se de alguns· bancos para se gozar a sua sombra. De contrário, elas nunca pode!Jl levar a obo a missão para que foram plantadas.

Há tempo fora ali construído um coreto onde ·3

banda de música pudesse dar alguns concer1os. pr~' porcionando aos ouvintes alguns momentos a_gr~da' veis mas por falta de mobília, são forçados a ouVU'etJl de pé como que em sinal de respeitó.

Ora isto não está certo. Satisfaça-se esta peque' nina exigência dos Loriguenses tornando mais atr:iP' tivo um dos lugares· mais pitorescos da nossa terra·

A. P. A.