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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 23 • Março 2016

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorJosé Ruivo

Directores AdjuntosLeão Seabra e Benjamim Correia

Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC, Ribeiro

Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva e Adelino Couto

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Pedro Gonçalves e Mário Manso

Capa (Fotografias): AFZ, MLSCapa (Arranjo): Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

Rua João de Deus, n.º 5-C2700-486 Amadora

Tel.: 217 613 030 • Telem.: 919 284 062email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial Associação de Fuzileiros – Os Nós e os Laços 3

Assembleia Geral Convocatória 4

Corpo de Fuzileiros

Trident Juncture 2015 – Participação da Capacidade - Projeção de Força do Corpo de Fuzileiros 5

Notícias Visita a Portugal (AFZ) do Coronel da Cavalaria do Brasil Luiz Augusto 8

Visita do Almirante CEMA à Associação de Fuzileiros 9

Pensamentos & Reflexões O conceito de capacidades militares – Uma nova forma de planeamento de Defesa 11

O meu Graminho 13

Poesia

Acorde 14

Crónicas Nos 100 Anos do Combate de Môngua 15

Grandes Figuras da História – Crónica preambular 17

Homenagem

Classe de Fuzileiros do 18.º CFORN – Homenagem póstuma ao camarada

ASP FZ RN Roque dos Santos 19

In Memoriam do Dr. Carlos Marques Pinto – O Meu Testemunho 21

Almoço de Natal

Almoço de Natal 23

Contos & Narrativas Ó Co Co Comandante, Que Que Queee Que Perdi a Qua Quaaadrícula! 27

Delegações Delegação do Algarve 29

Delegação do Douro Litoral 31

Delegação de Juromenha/Elvas 32

Divisões Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 34

Cadetes do Mar

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros 36

Convívios Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9 – Moçambique 1971/74 37

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12 – Guiné 1967/69 38

Encontro de Oficiais 1.ª Guarnição do Batalhão de Fuzileiros N.º 2 39

1.º Curso de Formação Técnica FZ 1981/1982 – 34.º Aniversário 41

O primeiro Curso de Sargentos do Complemento (FZE) 42

Associação de Fuzileiros Actividades da Associação de Fuzileiros 43

Obituário 47

Diversos 47

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Para que serve a Associação de Fuzileiros? Responder a esta pergunta, coloca-nos perante a noção da sua utilidade: há uma utilidade individual – para defesa dos interesses dos seus associados - e uma utilidade coletiva – dirigida à comunidade

em que se insere. O associativismo é essencialmente um ato de cidadania, uma forma organizada de participar na Sociedade e de contribuir, na esfera de motivações de cada grupo, para um desígnio coletivo – quer seja um grupo de associados unidos por razões de natureza profissional ou corporativa, quer sejam congregados para o cumprimento de uma missão de caráter social, cultural ou outra. A Associação de Fuzileiros é uma entidade de direito civil, como tal é uma associação semelhante a tantas outras, mas que para nós se afigura diferente, com uma missão que nos é própria e nos é cara. Talvez por ser nossa, por ser especial e diferente, não a questionemos... Hoje venho aqui suscitar alguma reflexão sobre o porquê desta Associação, questionar-vos porque é que viver plenamente a nossa condição de associado e promover a reunião de novos sócios, é tão importante e constitui um desígnio de todos.O fuzileiro, inserindo-se na tendência muito humana e natural de sermos todos um “animal gregário”, procura o convívio dos seus semelhantes, valoriza os sentimentos de pertença e parceria, sejam eles ditados por laços familiares, profissionais ou de simples camaradagem.Durante a sua vida profissional, a ligação à Marinha era um nó forte, disciplinado pelas normas próprias da Instituição e orientador da sua conduta. Para quem ainda está no serviço ativo, esse nó é uma realidade.Nesse contexto, ao sentimento de pertença e de partilha de valores sobrepunha-se, muitas vezes, a rigidez da hierarquia, os riscos e as dificuldades das tarefas para que o fuzileiro era chamado, o perigo ou o desconforto associados às missões … a que, em regra, um fuzileiro respondia com sentido de dever, com respeito pelo “nó” que o ligava (ou ainda liga) à corporação que vê como sua. Um nó que ficará para sempre, mas que com o tempo se poderá transformar num laço. Ora, isto é algo a que a Associação poderá dar corpo, porque um laço é mais leve e agradável, continuando a ser fator de união entre todos os que se revêm nos mesmos princípios e valores.Sem a prisão do nó firme e forte qua a Marinha nos deu, a Associação de Fuzileiros poderá ser um espaço de liberdade e de partilha, de exercício de uma outra forma de cidadania - diferente daquela que era exercida nas fileiras – mas nem por isso menos útil e atuante. A Associação pode ser o laço!Não devemos olhar para a AF apenas como um local de ocupação de tempos livres dos associados, que também é, esse papel não deve ser desvalorizado. A nossa missão estatutária é, igualmente, preservar os valores que nos enformam, debatê-los, repensá-los e revê-los, quando necessário, disseminando a nossa “crença”, em especial, junto das gerações mais novas.A nível individual, o que prevalece para cada associado é o sentido de união a um grupo que tem uma memória comum, a alegria da camaradagem vivida em cada encontro que promovemos, um elo de ligação, de continuidade da vida na Marinha. No entanto, a nível coletivo, é bom que a Associação seja vivida como um local de onde emanam princípios e valores para a Sociedade. Que seja simultaneamente uma comunidade de afetos e um espaço de exercício da cidadania!Talvez a tendência de quem está de fora seja olhar para a nossa Associação como um grupo fechado e um pouco corporativo. Devemos, por isso, contribuir para a tornar mais aberta, viva, moderna e próxima da Sociedade. Bons exemplos, como a realização de várias atividades lúdicas que inculcam nos jovens o gosto pelo mar e pelas atividades dos fuzileiros, são uma via para essa abertura e para a transmissão da experiência, um bom contributo para o fortalecimento dos laços inter geracionais, num espírito de camaradagem e entre ajuda tão próprio dos fuzileiros. Se a Marinha foi e, para muitos ainda é, um nó forte, que a Associação seja para os fuzileiros o laço que os liga, em alegria e em continuidade. Tal como o mar liga os povos e os mundos, que a Associação de Fuzileiros seja um laço de união entre todos.

José RuivoPresidente da Direcção

Associação de Fuzileiros

Os Nós e os Laços

José Ruivo

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assembleia geral

4 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

CONVOCATÓRIA

No cumprimento do Estatuto da Associação de Fuzileiros, aprovado por unanimidade e aclamação, em 1 de Maio de 2010 e, designadamente, nos termos conjugados dos seus Artigos 10.º e 18.º convoco os sócios, para reunir em Assembleia-Geral – que assumirá, também, a natureza de Assembleia-Geral Eleitoral – no próximo dia 02 de Abril de 2016, no salão da sede nacional, no Barreiro, sita à Rua Miguel Paes n.º 25, com início às 15.00 horas, com a seguinte:

Ordem de Trabalhos

1. – Apresentação e eventual aprovação do Relatório de Actividades e Contas do exercício de 2015 e do Orçamento de 2016; Nota (a)

2. – Eleição dos titulares dos Órgãos Sociais – Assembleia-Geral, Direcção Nacional, Conselho Fiscal e Conselho de Veteranos. Nota (b)

No caso de não se encontrarem presentes, à hora marcada, mais de metade dos sócios, no seu pleno direito de voto, a Assembleia-Geral reunirá 30 minutos depois, pelas 15 horas e 30 minutos, com qualquer número de sócios.

Sede da Associação de Fuzileiros, no Barreiro, 07 de Janeiro de 2016.

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

(CALM José Luís Ferreira Leiria Pinto)

Nota (a): O Relatório de Actividades e o desenvolvimento das contas estarão disponíveis na sede da AFZ e nas delegações, sendo publicados no Site

da AFZ e remetidos a todos os sócios de que se disponha endereço electrónico;

Nota (b): Para além do voto por correspondência (Regulamento Eleitoral) os sócios poderão votar por representação (Art.º 2.º - números 3 a 6 do

Regulamento Geral Interno).

ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROSFundada em 29 de Março de 1977

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corpo de fuzileiros

5O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

O exercício Trident Juncture 2015 (TRJE15) foi considerado o maior exercício militar da NATO durante a última década, envolvendo toda a estrutura de Comandos desta organização com a finalidade de demonstrar a capacidade da aliança atlântica para planear, gerar, preparar, projetar e sustentar as forças e os meios a ela atribuídos.

O TRJE15 foi basicamente dividido em duas fases: uma primeira fase para o exercício de Postos de Comando (CPX) no período com-preendido entre 03 e 16 de outubro, sendo essa operação comandada a partir do NATO Joint Force Command Brunssum, na Holanda; e uma segunda fase, com forças no terreno (LIVEX), de 21 de outubro a 06 de novembro, distribuído por Itália, Espanha e Portugal, países que se ofereceram como nações hospedeiras; em território nacional o exercício decorreu nas zonas de Pinheiro da Cruz, Troia, Setúbal, Sines, Beja e Santa Margarida, contando com a presença de cerca de 13 mil militares, de 14 países da Aliança.

A participação do Corpo de Fuzileiros, na sua capacidade de Projeção de Força, foi assegu-rada pelo Batalhão Ligeiro de Desembarque (BLD), edificado pela Força de Fuzileiros n.º 1 (FFZ1), pela Força de Fuzileiros n.º 2 (FFZ2), pelo Elemento de Apoio de Serviços em Com-bate (gerado pelo novo Departamento de Apoio Geral – DAG – do Corpo de Fuzileiros), pelo Elemento de Assalto Anfíbio (agora sedeado no BF1/Unidade de Meios de Desembarque) e pelo Elemento de Comando que foi gerado a partir do Comando e do Núcleo de Programa-ção, Controlo e Registo (PCR) do Batalhão de Fuzileiros n.º 2 (BF2), reforçado por elementos do PCR da FFZ1.

No primeiro período da fase LIVEX a missão atribuída ao BLD foi francamente desafian-te, nomeadamente ao integrar uma Força de

Trident Juncture 2015Participação da Capacidade

Projeção de Força do Corpo de Fuzileiros

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corpo de fuzileiros

6 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Desembarque Combinada (Combined Landing Force) com subunidades da 26th Marine Expeditionary Unit (26th MEU) assegurando, ainda, o Comando dessa força (Commander of the Landing Force - CLF).

Em apoio direto à força foi atribuído o USS Arlington (o oitavo de doze modernos LPD – Landing Platform Dock – da Marinha Norte-americana) que atuou sob o chapéu da STRIKFORNATO1 permitindo a execução de uma operação anfíbia com o objetivo de neutrali-zar forças opositoras que ameaçavam a estabilidade e a segurança num determinado país (cenário fictício criado e simulado na área de Pinheiro da Cruz e pe-nínsula de Troia). O planeamento inicial foi efetuado a bordo do LPD, ainda atracado em Lisboa, tendo sido antecipadamente projetada para a área de operações uma unidade de reconhecimento combinada (PRT--EUA) que permitiu recolher informações sobre os objetivos, reorientar o esforço e refinar os planos para as ações subsequentes. Iniciado o movimento (travessia) para a Área do Objetivo Anfíbio (AOA) e uma vez consolidada a situação no terreno (shaping) foram efetuados os devidos ensaios a bordo e promulgada a ordem de “Land the Landing Force” com a projeção da FFZ2 e de uma Companhia da 26th MEU por meios aéreos (CH-53 Super Stallion) que efetuaram, com sucesso, um ataque sincronizado aos objetivos definidos pelo CLF. Após a decisão de permanecer em terra para assegurar as operações de estabilização, apoio e segu-rança na região, iniciou-se então o desembarque de outros meios de combate e de apoio de serviços a partir dos LCAC (Landing Craft Air Cushion) edificando uma base temporária de estacionamento (BTE) em terra. Também com o 2.º escalão de comando já desem-

barcado as forças reorganizaram-se, prontas para a atribuição de novas tarefas; ao surgir a informação da presença de bolsas inimigas na AOA, o 1.º escalão de comando e a Reserva (FFZ1) permaneceram a bordo até esclarecimento da situação e foi atribuído ao Re-conhecimento a tarefa de validar a existência dessas ameaças.

Confirmados a localização e os efetivos inimigos, e por forma a garantir a surpresa até ao último momen-to, foi então decidido empenhar a FFZ1 através de uma ação rápida e em força a partir de bordo, con-duzindo um heli-assalto à posição inimiga e neutrali-zando rapidamente essa ameaça; de referir que o CLF exerceu o comando e controlo da ação a partir de um helicóptero CH-53 que sobrevoava a área do objetivo.

Terminada esta “fase” de assalto anfíbio, foi altura de trocar experiências em terra, em termos de técnicas,

táticas e procedimentos. Durante três dias foram conduzidas séries ao escalão pelotão e secção, desde tiro real no CTPC, ao planeamento e execução de ataques deliberados bem como outros intercâmbios de conhecimento em áreas especializadas e de interesse mútuo (e.g. socorrismo, reconhecimento, anti-carro, morteiros, etc). Esta etapa terminou com o reembarque da Companhia do 26th MEU no LPD, após uma churrascada realizada na “curva do BF2” num ambiente mais relaxado e alegre, propício ao convívio e relacionamento entre os participantes, onde se efetuou a já habitual troca de lembranças entre os militares de ambos os países.

Mas “a guerra continuava” com o BLD a integrar o grupo de planeamento para as últimas atividades des-ta fase LIVEX. Após um curto período de regeneração

1 A STRIKFORNATO (Allied Naval Striking and Support Forces NATO) é um quartel-general naval, composto por militares de onze países, entre os quais Portugal, com um elevado grau de prontidão e que em caso de necessidade embarcará no seu “flagship” o “USS Mount Whitney”, sendo que, na aliança, é o único comando de componente naval, pertencente à estrutura de forças que pode comandar uma força expedicionária com grande capacidade de combate e projeção de força, constituída por porta-aviões e unidades navais anfíbias de grande porte, operando sempre sobre o comando operacional do Comandante Supremo da Aliança na Europa (SACEUR).

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corpo de fuzileiros

7O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

do material e pessoal na Base de Fuzileiros, iniciámos o planeamento para uma ação trilateral com forças de Espanha e dos EUA, bem como das séries previstas no âmbito do Sea Day (dia dedicado à visita de Altas Entidades para demonstração de capacidades da componente naval2).

Assim, no dia 3 e 4 de novembro de 2015 foi efetuado um outro treino com-binado com forças anfíbias de Portugal (FFZ1 e Reconhecimento), Espanha (com o SPS Juan Carlos I e a Infanteria de Marina) e dos EUA (Special Purpose Marine Air-Ground Task Force - Crisis Response – Africa, baseada em Morón, Espanha) na área de Pinheiro da Cruz e Sines. Foram planeadas e executadas duas ações distintas: a primeira consistiu na realização de ataques deliberados por inserção aérea através dos MV-22 Osprey com apoio de aeronaves de asa fixa AV-8B, na área de Pinheiro da Cruz; e a segunda, uma operação CSAR (Combat Search And Rescue) a partir do navio LHD espanhol, na área de Sines, a fim de recuperar a tripulação de uma aeronave da NATO que havia sido abatida no dia anterior.

A participação do BLD neste exercício terminou no dia 5 de novembro com um papel bastante preponderante no Sea Day que decor-reu em Troia, através da realização de um static display representativo das suas principais capacidades (com o emprego da FFZ2 na configuração para o Conjunto Modular de Forças) bem como a participação na demonstração naval combinada através de uma força (FFZ1) que efetuou um desembarque anfíbio no estuário do Rio Sado juntamente com uma Companhia dos USMC (Americanos) e outra dos Royal Marines (Ingleses).

Paralelamente e devido às responsabilidades que Portugal assumiu como Nação Hospedeira, também a FFZ3 (apesar de não ter integrado o BLD por se encon-trar em aprontamento) teve um forte empenhamento em tarefas de segurança, cenarização e apoio real, quer em PANTROIA quer em Pinheiro da Cruz com a simulação de forças opositoras, tanto para o BLD como para a Componente de Operações Especiais onde o DAE esteve integrado.

O TRJE15 constituiu assim uma oportunidade única para manter o adestramento e conhecimento dos Fu-zileiros no planeamento e na condução de operações anfíbias, em contexto LIVEX com plataformas dedi-cadas e com meios de projeção diferentes dos exis-tentes na Marinha Portuguesa, credibilizando assim o BLD como elemento essencial do sistema de forças na sua componente operacional, bem como as Forças de Fuzileiros recentemente edificadas para os com-promissos no âmbito da Força de Reação Imediata e do Conjunto Modular de Forças. O facto de termos assumido o Comando da Força de Desembarque Combinada (PRT-EUA), constitui também uma prova de plena confiança nas nossas capacidades e da elevada credibilidade que angariámos junto de forças congéneres pelo constante profissionalismo, dedicação e em-penho dos Fuzileiros que integraram o BLD e as FFZ nos diversos exercícios e treinos com outras nações nos últimos dois anos e que se espera poder continuar a manter. Tudo isto num quadro global e de natureza multinacional onde as questões de interoperabilidade e cooperação (mas também de confiança e de partilha) no domínio da Defesa são cada vez mais decisivas, porquanto constituem segu-ramente a chave do sucesso que a NATO necessita para enfrentar os atuais e futuros desafios que se lhe colocam.

Batalhão de Fuzileiros N.º 2

2 A demonstração de capacidades da componente aérea e terrestre teriam lugar em Itália e Espanha, respetivamente, nos dias antecedentes.

Os Contadores de HistóriasNo âmbito das suas actividades culturais, a Direc-ção da nossa Associação decidiu relançar, com todo o empenho, os eventos referenciados como “OS CONTADORES DE HISTÓRIAS”.Para que estes eventos continuem a ter o sucesso que já adquiriram vimos solicitar a colaboração de todos os sócios e apelar à sua disponibilidade para participarem com as suas pequenas histórias de vida (profissionais ou outras) que serão mote para os fados que as intercalam porque... cada história tem seu fado.O padrão deste tipo de eventos, inovador no seu gé-nero, já é conhecido de todos mas os detalhes pode-rão sempre ser consultados no site da Associação.Os textos (histórias escritas ou apenas um guião su-cinto) poderão ser enviados para o Secretariado desta Associação ([email protected]) ou directamente para [email protected].

Cada FUZILEIRO é uma história... com muitas histó-rias lá dentro. Vamos partilhá-las com os camaradas em ambiente cultural e divertido.

FUZILEIRO UMA VEZ,FUZILEIRO PARA SEMPRE

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notícias

8 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

E foi assim que, no dia 18 de Janeiro de 2016, a Associação de Fuzileiros recebeu a visita do Coronel de Cavalaria Luiz Augusto.

Oficial superior do Exército Brasileiro na situação de reserva é um Especialista em História Militar (UNISUL/Santa Catarina – Brasil) e Associado da Associação Ibérica da História Militar (sécs. IV-XV) – Portugal e Espanha.

Pesquisador Associado do Centro de Estudos e Pesquisas em His-tória Militar do Exército (CEPHiMEx/Rio de Janeiro/Brasil).

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHI-MTB/ Brasília-Distrito Federal/Brasil) – ACADEMIA MARECHAL JOSÉ PESSOA (Brasília-Distrito Federal/Brasil) e ainda Professor de História do Colégio Militar de Brasília (CMB/Brasília-Distrito Federal/Brasil), associado da Seção Regional Brasília.

Tendo conhecimento dos fins estatutários da Associação de Fuzi-leiros, que no seu Art. 2.º prevêem, nomeadamente, “Promover laços de amizade (…) bem como desenvolver relações de co-laboração e entreajuda com outras Associações Nacionais ou Internacionais”, estabeleceu contactos com a Direcção da AFZ no sentido de ser apoiado durante a sua passagem por Portugal, sugerindo visitas a locais/instituições afins à sua área de forma-ção académica em que é graduado ao mais alto nível.

A AFZ preparou um plano de vista acompanhada pelo vogal da Direcção António Couto e que teve como pontos fulcrais da visita os seguintes:

– Recepção e almoço com o Presidente da Direcção no Restau-rante da AFZ;

– Visita à Escola de Fuzileiros e Museu do Fuzileiro;– Visita à Fragata D. Fernando II e Glória com a superior colabo-

ração explicativa do CMG FZ Rocha e Abreu.

Na Escola de Fuzileiros, o Coronel Luiz Augusto e esposa foram recebidos pelo senhor Comandante e, durante a visita, foram acompanhados Director de Instrução. A visita ao Museu do Fuzi-leiro foi brilhantemente ilustrada pelo cabo FZ Pinto, responsável por aquele Museu.

Foi com muito agrado que a Associação de Fuzileiros se associou a esta visita e colaborou, mais uma vez, com militares de congé-neres de outros países de língua oficial portuguesa, neste caso, do Brasil, país irmão, agradecendo, desde já, o empenho de todas as entidades directa ou indirectamente envolvidas.

A Direcção

Visita a Portugal (AFZ)do Coronel da Cavalaria do Brasil

Luiz Augusto18 de Janeiro de 2016

“Eu e minha esposa nos interessamos muito pela parte cultural dos países, particu-larmente a Marinha. Meu pai era da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Meu sogro (in memorian) foi Piloto da Marinha mercante do Brasil e depois

Capitão-de-Mar-e-Guerra (Reserva) da Marinha do Brasil. Gostaríamos de conhecer a parte histórica e militar de Lisboa”

Luiz Augusto, Coronel de Cavalaria do Brasil

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9O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Visita do Almirante CEMAà Associação de Fuzileiros

21 de Janeiro de 2016

No passado dia 21 de Janeiro, a convite da Direcção Nacional da Associação, S. Ex.ª o Almirante Chefe do Estado Maior da Armada, Macieira Fragoso, visitou a Associação de Fuzilei-

ros, em visita de trabalho.

O Almirante CEMA chegou às instalações da Associação de Fu-zileiros às 11:00 horas tendo sido recebido ao “portaló” pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Almirante Leiria Pin-to, pelo Presidente da Direcção, Comandante José Ruivo e pelo Vice-Presidente, Comandante Benjamim Correia.O Almirante Ma-cieira Fragoso fez-se acompanhar pelo seu assessor, CFR Ramos

Oliveira, pelo ajudante de ordens, 1TEN Pereira Robalo e pelo SMOR FZ Marques dos Santos, do seu Gabinete.

Seguidamente foi encaminhado para a sala de reuniões onde o aguardavam o Presidente do Conselho Fiscal, Comte Cardozo Moniz, o Presidente do Conselho de Veteranos, Comte Metelo de Nápoles, o Secretário Nacional, Mário Gonçalves e os Vogais da Direcção, Manuel da Conceição e António Couto.

Do programa da visita constou a apresentação de um briefing, efectuada pelo Presidente da Direcção, no qual foi transmitida

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10 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

ao Almirante CEMA uma ideia global da Associação de Fuzileiros, designadamente a sua origem, suporte legal, ambições e objec-tivos, organização e funcionamento, plano de actividades mais significativas, bem como a importância das suas Delegações que, nas respectivas áreas de implantação, dão a conhecer os valores e princípios que são apanágio dos fuzileiros.

No final do briefing foi servido um aperitivo tendo o Almirante CEMA tido oportunidade de fazer uma breve visita às instalações e assinar o Livro de Honra da Associação, onde escreveu:

“É com muita satisfação e orgulho de marinheiro que visito pela primeira vez, enquanto Comandante da Marinha, a sede da Asso-ciação de Fuzileiros.

Esta Associação tem desenvolvido um conjunto de acções que considero da maior importância para o espírito de Corpo entre todos os fuzileiros e exemplo do que é de facto a Marinha, um Corpo/Instituição onde o passado glorioso e o presente estão sempre ligados

Felicito e agradeço à Associação de Fuzileiros o excelente traba-lho desenvolvido em prol dos valores fundamentais da Marinha e em prol do orgulho de ser Fuzileiro.

“Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.Bem hajam”.

Seguiu-se um almoço, servido no salão polivalente da Associação de Fuzileiros, durante o qual se trocaram impressões e opiniões e se reforçaram os laços de amizade pessoal e institucional haven-do ainda lugar à troca de lembranças para memória futura.

Revista “O Desembarque” Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

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pensamentos&reflexões

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Em Portugal, regra geral, não se tem prestado tanta atenção pública quanto seria desejável aos Conceitos Estratégicos de Defesa Nacional, quer na sua elaboração, quer na sua divul-

gação. O assunto fica, normalmente, apenas ao nível de um res-trito número de pessoas que se ocupam do estudo das questões de defesa sem passar para a opinião pública em geral.

Talvez a elaboração de uma versão resumida do documento pu-desse ajudar a alargar o interesse do público para um âmbito à altura da relevância do assunto. Seria uma forma de combater o desinteresse público pelas questões de Defesa, o que constitui uma vulnerabilidade nacional.

Este tema é muito importante para os militares pois é desse docu-mento que se extraem orientações para, subsequentemente, se formular o plano de reequipamento militar e definir as condições de emprego das Forças Armadas.

Não é este, porém, nem o único, nem o mais importante problema com que se debate este assunto.

Não obstante os conteúdos dos conceitos estratégicos, quer na qualidade das orientações, quer na definição dos quadros de atu-ação militar, tenham vindo a melhorar, não temos, paralelamente, sabido ter o mesmo sucesso em escolher uma metodologia de planeamento que nos assegure que a respetiva concretização em medidas surge na altura própria e na dimensão esperada.

Este problema é absolutamente central. Portugal não se pode dar ao luxo de deixar somar ao problema sistemático de escassez de recursos para equipar as suas Forças Armadas, as dificuldades de um sistema de planeamento que, devido a falhas, não garante a otimização do investimento feito.

Como se pode então resolver esta dificuldade?

Na minha perspetiva, a adoção de uma metodologia de planea-mento baseada no conceito de “capacidades” – que resumida-mente descrevo adiante - não só ajudaria muito a remediar a defi-ciência atrás referida como traria mais racionalidade, objetividade e transparência ao processo, entre outras vantagens.

Desde pelo menos 2003 - data do anterior conceito estratégico - que o assunto tem merecido interesse por parte dos responsá-veis pela Defesa Nacional que têm sistematicamente reafirma-do a intenção de implementar essa metodologia. Curiosamente, no entanto, nunca se progrediu minimamente na concretização

da ideia. É o próprio Conceito Estratégico de 2013 (o que se en-contra em vigor) que o reconhece ao renovar o compromisso de «implementar decisivamente a metodologia de planeamento por capacidades».

Estamos, portanto, perante um assunto que continua em aberto e que se receia que assim continuará se não se encontrar uma forma de adaptar a conceção de planeamento criada nos EUA, e depois seguida pela NATO, à nossa realidade nacional que, nes-te campo, não tem nada a ver com a realidade americana. Não vai valer a pena insistir em copiar modelos. Teremos que criar o nosso próprio modelo, um desafio para cuja solução este texto procura contribuir.

É sob este objetivo que eu proponho tratar o planeamento militar com base no conceito de capacidades. O ponto prévio é adotar uma definição de “capacidade”.

Malgrado a aprovação formal de uma definição que segue o en-tendimento da NATO, em 2014, as estruturas de Defesa têm en-carado o termo como equivalendo aos recursos que devem ser disponibilizados às Forças Armadas para o cumprimento das mis-sões atribuídas, ou seja, como o produto final do planeamento. Porém, esta perspetiva impede explorar todo o potencial que a metodologia de planeamento pode oferecer. Na ideia que defendo os meios, sejam de que tipo for, (blindados, aviões de combate, os diversos tipos de navios, etc.) não são mais do que instrumen-tos que, organizados em função dos objetivos militares estabele-cidos, podem servir várias capacidades, não sendo, regra geral, específicos de uma determinada.

O que proponho centra-se na ideia de capacidade como «uma aptidão para cumprir um determinado objetivo requerendo o em-prego operacional das Forças Armadas». Inclui a associação inte-grada dos seguintes três componentes:

O propósito que se pretende alcançar com a especificação das condições em que isso deve ser previsto (nível de conflitualidade máximo, requisitos de sustentação e mobilidade, duração, pron-tidão, etc).

Os meios necessários para alcançar esse propósito (unidades, plataformas, equipamentos, sistemas de armas e sensores, etc.) e a organização sob a qual deve ser concebido o seu emprego.Vontade política para a sua utilização quando necessário ou con-forme compromissos feitos.

O conceito de capacidades militaresUma nova forma de planeamento de Defesa

Alexandre Reis Rodrigues

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As vantagens da metodologiaSe adotarmos a ideia de capacidade como um propósito que as Forças Armadas devem estar aptas a garantir, o correspondente planeamento tornar-se-á mais objetivo, realista, racional, com-preensível, interativo, transparente e integrado.

Mais objetivo, na medida em que obriga a identificar, logo à par-tida e de forma clara, os objetivos que as Forças Armadas devem atingir, sem prejuízo de o ir ajustando ao longo do processo em função de indispensabilidade de resolver o tradicional desencon-tro entre meios e objetivos, que tem retirado credibilidade ao pla-neamento atual.

Mais realista, porque evita as tradicionais metas muito ambicio-sas que a opinião pública gosta de ouvir, mas que, na prática, ficam sempre sob o «condicionamento aos recursos disponíveis» e assim acabam por não se concretizarem.

Mais racional, na medida em que obriga a submeter todos os meios (a adquirir ou a manter) ao teste de verificação do seu efe-tivo contributo para o objetivo a alcançar. Evita o risco de disper-são dos recursos em meios que não são de utilidade comprovada para as capacidades em questão. Ajuda a clarificar a importância relativa de cada meio e assim estabelecer prioridades.

Mais compreensível porque centra a discussão sobre o reequi-pamento das forças armadas na clarificação do que devem estar prontas a garantir e não em saber se devem ter o meio X ou Y, vindo a identificação destes como corolário das opções tomadas. Fica facilitada a explicação pública dos gastos com a Defesa na medida em que os investimentos surgem sempre associados com um propósito concreto e não com um meio.

Mais interativo, porque facilita a perceção dos contributos que as forças armadas podem dar e favorece uma mais clara visua-lização das potencialidades de associação das suas capacidades com as de outros departamentos do Estado.

Mais transparente, porque auxilia a responder ao direito dos por-tugueses em saberem com que podem contar por parte das suas Forças Armadas e assim inverter a tendência do crescente desin-teresse público pelas questões de defesa.

Mais integrado, porque ajuda à construção de capacidades con-juntas, um objetivo que se tem deixado entregue às contingên-cias do nosso potencial de improvisação, imaginando que podem ser construídas a partir da junção dos meios existentes em cada ramo. Ou seja, esquecendo que tem que ser concebida de raiz e ser desenvolvida condicionando, como necessário, o planeamen-to dos ramos.

Uma possível estrutura de capacidadesComo deve ser o modelo de uma estrutura de capacidades a um nível nacional depende da caracterização geopolítica de cada caso particular, não tendo necessariamente que haver uma ar-quitetura comum a todos os países.

No patamar político-estratégico – que é o que estou a tratar neste artigo - e pensando nas especificidades de Portugal e no atual ambiente de segurança, imagino uma estrutura de capacidades delineada em duas grandes linhas, sob a ideia de que o papel das forças armadas reparte-se entre preservar a soberania e apoiar a política externa do Estado.

A estes dois grandes objetivos deverão corresponder quatro ver-tentes de ação principais, materializadas em outras tantas capa-cidades:

• Defesa do território e Vigilância e defesa do espaço interter-ritorial, que correspondem, no essencial, ao exercício de fun-ções de soberania;

• Exercer influência/Defender interesses próprios e Afirmar so-lidariedade internacional, a inserir no âmbito do apoio à polí-tica externa.

Portugal, como é habitual num pequeno país, precisa de compen-sar as normais limitações de meios para lidar autonomamente com qualquer eventualidade contrária aos seus interesses, com um esforço de redução das suas principais vulnerabilidades e com uma capacidade de defesa que lhe proporcione tempo para fazer funcionar os mecanismos internacionais disponíveis no es-paço de segurança em que se insere.

Essa capacidade deve ser encarada como algo intrínseco à pró-pria existência do Estado português e que não se justifica apenas em função das ameaças e riscos, embora sejam estes que vão definir os seus principais contornos.

A vigilância e defesa do espaço interterritorial devem encarar esse espaço sob as seguintes quatro vertentes: espaço onde se joga parte dos desafios decorrentes da nossa dispersão territo-rial, como espaço onde o País detém a exclusividade de recursos potencialmente importantes, como espaço que funciona como a fronteira mais ocidental da União Europeia e, finalmente, como espaço onde o País detém responsabilidades internacionais (bus-ca e salvamento, controlo do espaço aéreo, etc.).As outras duas capacidades, que associo ao apoio à política ex-terna, embora com pontos de interação com as do primeiro grupo, visam a otimização das potencialidades de afirmação internacio-nal e de influência externa na defesa dos principais interesses nacionais e no evitar do nosso isolamento internacional.

Serão estas duas capacidades que clarificarão se Portugal tem ou não o propósito de não se conformar com o papel de um pequeno estado que se limita a adaptar-se ao sistema internacional, não tentando contribuir para a sua melhoria. Será nelas que assenta a possibilidade de se concretizar a alternativa de ser visto como uma pequena potência, empenhada em usar o seu potencial es-tratégico nas áreas onde pode acrescentar mais-valias.

Alexandre Reis RodriguesSócio n.º 587

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O meu Graminho (1)

José Manuel Oliveira Costa

Uma metáfora da vida de um “marinheiro” muito bem urdida, que é também a metáfora da vida de todos nós. (BC)

Ontem fiquei convencido que encontrara o meu graminho, “O GRAMINHO DA MINHA VIDA”. Tenho a grande alegria de, até aqui, ter vivido uma vida intensa, onde sempre en-

contrei amigos sinceros que me rodearam e acompanharam nas múltiplas, diferentes, e por vezes bem complexas fases da minha vida.

Atravessei uma boa parte deste mundo físico qual entusiasmado e reverente caminheiro. Vivi em vários continentes, onde me dei-xei envolver vivamente por diversas culturas e religiões, poucas é certo, mas onde com muito respeito e prazer saboreei e acom-panhei outras vidas além da minha.

Ontem à noite, como de costume, sozinho e em silêncio, tentava recordar e apreciar tudo o que, nesse dia, se passara à minha volta e onde interviera, ou fora simplesmente um mero espec-tador, quer activo ou passivo. Um exame nem sempre agradável mas, no fim, lá vou conseguindo “arrumar” a casa, nem sempre de forma gratificante, e o sono lá surge, de seguida, para me tirar daquele sufoco, aquietando-me e acalmando a minha ansiedade.

Amanhã terei de me esforçar para completar, ou corrigir, as mi-nhas fraquezas, as minhas dores assim eu saiba encontrar e ca-tivar quem, de forma amorosa e desinteressada, me possa ajudar nas minhas exuberantes e sempre desconcertantes limitações.

Pois ontem, durante esse exame, enquanto o meu pensamento deambulava, levemente, de cenário em cenário, do dia então pas-sado, apercebi-me de que estava penetrando num “brouhaha” silencioso mas vibrante. Cedo, o meu movimento ondulatório abrandou e abandonei-me naquele espaço, acolhedor, que me envolvia, duma brancura translúcida esplendorosa quando dis-tingui, agregada a mim, uma generosa e espessa mancha, não uniforme, como uma placa, talvez rectangular, que ao início me pareceu de tinta negra muito densa, fortemente impressa como os borrões que se vêem nos documentos antigos, ainda escritos com canetas de pena de pato. Ali me quedei sem qualquer es-forço e me deixei ficar, sempre flutuando, mas bem consciente, surpreso sobre tal objecto que parecia estar de mim suspenso embora dele, até essa data, nunca tivesse dado conta.

Aquele conjunto ia-se definindo cada vez mais, de forma harmo-niosa, deixando-me entender ser aquela peça, luzidia e brilhante qual pedaço de cabedal muito polido por um manuseamento diá-rio, de muitos anos, por mim efectuado de forma subconsciente, digo eu, agora, descortinando que a minha vida nele está contida, qual embarcação antiga em que as dimensões eu ia aprimorando e refinando à custa das experiencias de vida, no dia-a-dia, da minha existência.

Quantas dores, alegrias, exaltações, segredos, sabores e contem-plações iam agora expondo-se como se navegando com mar e vento bonançosos; e nesta exaltação ia passando lenta e amoro-samente, os dedos, pelos traços, entalhes e registos, impressos naquele pequeno e complexo quadro, saboreando, afinal, grossei-ros pedaços da minha vida, da minha vida vivida.

Algo grande, e simples, me convidava a deter-me, sem receios e em harmonia, mais um pouco. No início nada me distraía mas fui reparando que a límpida e forte luminosidade, que preenchia o amplo espaço em que me encontrava, era de vez em quando, atravessada por ténues reflexos prateados, esverdeados e azu-lados como, quando embarcado, e à borda, duma embarcação pairando, se contempla o mar que nos rodeia.

Afinal, aquele volume, onde flutuava, encontrava-se todo ele preenchido de uma miríada de pequenos salpicos silenciosos, afinal a minha multidão, bem mais esbatidos e pequenos se comparados com aquele central que me continha, mas todos odoríferos recordando-me situações e trazendo memórias de pessoas, situações, experiências de vida, eu sei lá, que me iam preenchendo de forma subtil e agradável.

E ali estava eu no meio da minha multidão. Sentia-me bem e calmo somente curioso por aquele pequeno quadro, que de mim fazia parte, brilhante e luzidio, de tanto uso, como parecia, e me deixava ansioso e expectante. Foi então que aceitei ser aquela placa o “Graminho da minha Vida” que me acompanhara desde sempre. Percebi e aceitei que aquelas linhas, sulcos distancias, ângulos, espaços enfim todos aqueles traços e registos represen-tavam o essencial do meu ser.

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pensamentos&reflexões

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poesia

O meu Eu. Só então o entendi!

A vida que fui construindo passo a passo cumprindo e aceitando as experiencias anteriores que forjaram aquele graminho que, era agora o meu. A minha multidão estava ali, acompanhava-me irre-quieta, exibindo o seu contentamento por estarmos todos juntos. Era a versão engastada da amizade, lealdade, sentido de justiça, do amor, carinho, dedicação e disponibilidade de todos, que nun-ca me abandonaram, e agora pareciam requerer a minha atenção

para deles não me afastar e partilhar amorosamente os sentimen-tos com que me rodeiam e apoiam.

A todos o meu obrigado por me terem acompanhado, obrigado sim, por me terem amparado nos balanços mais fortes da minha viagem e por me terem ajudado a crescer e a ser quem sou.

CMG Oliveira CostaSoc. Efect. n.º 2423

(1) Há muitos Graminhos... Até para a construção de embarcações e navios. Esboço de um graminho utilizado na Construção Naval dos tempos antigos. Cada embarcação tem dimensões e formas diferentes bem como os seus componentes. No tempo dos nossos avoengos não existiam computadores, ou outras “modernices” hoje tão em voga. Tudo era construído de forma mais ou menos empírica! Tive um bisavô nado, baptizado e criado em Portalegre que era sapateiro e alfaiate. Contavam-me ser um excelente alfaiate de muito boa clientela. Não sabia ler nem escrever! Para fazer um casaco cortava tiras de papel correspondentes às dimensões pretendidas das mangas, da largura das mesmas, da altura das costas, da cintura e do peito e por-aí-fora. Depois cortava o pano de acordo com as medidas observadas e fazia o casaco! Simples… e não era preciso saber ler nem escrever. Os antigos construtores de embarcações ribeirinhas e os velhos mestres dos Estaleiros de

Construção Naval tinham todos uma placa onde de encontravam gravados traços, curvas, ângulos, que, multiplicados por diferentes coeficien-tes, indicavam o comprimento da quilha, as alturas dos mastros, bem como se retiravam as medidas de todo o conjunto, como por exemplo a boca, o calado, as medidas das cavernas e todas as peças relacionadas com o tipo de navio que ali estava registado. A sabedoria estava ali e o mestre não abdicava desta informação. Na maioria passavam para os filhos por morte do construtor. Os Navios das descobertas foram construídos, melhorados e alterados à custa dos registos de experiencias e observações obtidas por estes “técnicos” que ao longo da sua vida iam acrescentando e melhorando o “seu Graminho”.

Chegou esse vazio batendo à portaNão há ninguém apenas solidãoque tem timbre de chuva mas que importa?Antes valeu a pena: houve paixão.

Não ouço o teu apelo: vem depressa!À beira do meu rio há tempestadequero embarcar contigoquem mo impeça?Mesmo que seja tarde para a saudade.

O abraço, meu deus, o abraço bomque recolhe a canção feita de luz.Alguma coisa sobra?E que somé este deste fado que compus?

Embaraço do tempo. Nem entendoporque ando ainda assim a olhar e ver estes sinais do céu que mesmo lendonão mitigam a dor de te perder.

Este poema foi lido por Ana Margarida Melo Pereira, neta do Vice-Presidente da AF, Dr. Carlos Alberto Marques Pinto, aquando da homenagem prestada no dia do seu funeral.A

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crónicas

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Introdução

Os Batalhões Expedicionários de Marinha, constituídos para au-xiliar a defesa terrestre das províncias portuguesas em África foram, com meio século de antecedência, percursores dos Desta-camentos de Fuzileiros enviados para o Ultramar nas décadas de 1960/70. É por esse motivo que, na ocasião em que se assinalam os cem anos do centenário do combate de Môngua, no qual o Batalhão Expedicionário de Marinha do Sul de Angola, sob o co-mando do Capitão-Tenente Afonso Cerqueira se cobriu de glória, importa recordar o evento, os seus heróis e aquele que foi o seu mais célebre protagonista.

Afonso Cerqueira Afonso Júlio de Cerqueira nasceu em Viseu, no dia 1 de Fevereiro de 1872 e assentou praça como Aspirante de Marinha em 5 de Novembro de 1888.

Personalidade multifacetada, especializou-se em diversas áreas técnicas e operacionais, consoante as funções que ia sendo cha-mado a desempenhar. Tirou, assim, os cursos de Meteorologia, Metralhadoras Pesadas e Ligeiras, Gases de Combate, Artilharia, Torpedos, Minas e Electricidade, Radiotelegrafia, Sinais e Comu-nicações e Aeronáutica (observador). Em quase todas teve oca-sião de revelar os seus múltiplos talentos, numa vasta panóplia de cargos e de missões.

Entre 1902 e 1903 efectuou uma estação naval em Moçambique (faria quatro estações em África ao longo da sua carreira de

Marinha), onde comandou a lancha canhoneira “Cherim”, o vapor “Baptista de Andrade” e o transporte “Álvaro de Caminha”. Nesse período participou na campanha do Barué, em que foram pacificadas as populações nativas das margens do Angoche.

Ainda nessa comissão, notabilizou-se pelo sangue-frio que reve-lou aquando da explosão do paiol de munições da fortaleza de S. Sebastião, tendo a sua pronta e corajosa acção sido determinante para pôr fim ao pânico da população, prestar socorro às vítimas e controlar o incêndio subsequente, sempre sob o perigo de novas explosões.

No período conturbado da 1.ª República viu-se envolvido nas di-versas lutas civis resultantes: em 1911 comandou as forças de Marinha que combateram a incursão monárquica no Norte do país, em 1917 bateu-se contra o movimento revolucionário de Sidónio Pais e em 1919 combateu as tropas monárquicas instala-das na Serra de Monsanto.

Seria, porém, no âmbito do envolvimento português na Grande Guerra que viria a ganhar nome, mais concretamente no teatro de operações do Sul de Angola. Para lá seguiu, em 1915, integrado no Batalhão de Marinha, que, juntamente com forças do Exército, sob o comando do General Pereira D’Eça, constituiu uma respos-ta às incursões alemãs nos nossos territórios africanos (ainda a guerra entre Portugal e a Alemanha não fora formalmente decla-rada) e à sublevação dos nativos por elas conduzida.

Nos 100 Anos do Combate de Môngua

(20 de Agosto de 1915)Jorge M. Moreira Silva

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crónicas

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O Combate de Môngua

Cerqueira não levou muito tempo a distinguir-se. Ainda como Pri-meiro-Tenente, em Maio de 1915, comandando o posto avançado de Tchicusse, teve conhecimento, através de um padre francês, de que um grupo de missionários da missão de Tchipelongo se encontrava ameaçado pelo gentio. Para lá se deslocou, por sua iniciativa, com a sua companhia e com a 15.ª companhia indígena de Moçambique (Landins), tendo conseguido libertar os missioná-rios após um árduo combate.

Seguiu-se uma campanha contra os rebeldes Cua-nhamas, que se iniciou em Junho do mesmo ano, com a conquista do Humbe (ocupado sem luta, embo-ra à custa de extenuantes e penosas marchas). Foi no decurso dessa acção armada que se travou, a 20 de Agosto, a batalha que, definitivamente, o vi-ria a celebrizar com o título de “Comandante Cerquei-ra” em que, já como Capi-tão-Tenente, comandava o Batalhão de Marinha. Pela sua importância no

contexto biográfico do ilustre Oficial, este episódio merece uma descrição mais detalhada:

Tendo já penetrado muito para dentro de território cuanhama, e após uma escaramuça inicial (que tinha sido uma espécie de “sondagem” ao espírito combativo dos portugueses), avançava o corpo expedicionário, formado em quadrado, pelas cacimbas de Môngua quando, no dia 18 de Agosto, foi atacado por forças inimigas numerosas e muito bem equipadas de armas de fogo.

Era o prelúdio de um ataque muito mais feroz, dois dias depois, com o grosso das tropas do Mandume (o soba cuanhama), num total de cerca de 60 mil guerreiros.

Cercado numa clareira, com muitas baixas sofridas, após várias horas de desesperada resistência e sem vislumbrar saída de tão aflitiva situação, decidiu o General Pereira D’Eça dar ordens ao Batalhão de Marinha para, juntamente com os Landins e parte da Infantaria, efectuar uma carga à baioneta, a pé, contra as posi-ções indígenas.

Mesmo não sendo obrigado a fazê-lo, Afonso Cerqueira não hesi-tou em carregar à frente dos seus homens, tendo sido o primeiro a saltar para fora da protecção do quadrado. A primeira carga, embora impetuosa e lançando o pânico entre as hostes inimigas, não surtiu o efeito desejado, pelo que foi necessário efectuar uma segunda, desta vez com tal valor que o gentio se viu forçado a retirar em debandada.

Este combate, em que o Batalhão de Marinha sofreu 74 feridos (cerca de metade dos seus efectivos), foi imortalizado numa pin-tura a óleo de Pedro Cruz que hoje pode ser apreciada no Museu de Marinha.

Com a tomada de N’Giva (que foi encontrada praticamente aban-donada, apenas apresentando um ou outro foco isolado de re-sistência), quartel-general do Mandume, terminava a ocupação

militar do Sul de Angola (as tropas alemãs tinham-se, entretanto, rendido a 9 de Julho às forças britânicas). Depois disso, era o regresso à Metrópole.

Carreira Posterior

Concluída a campanha do Sul de Angola, Cerqueira regressa ao mar. Entre 1916 e 1917, no comando do contra-torpedeiro “Gua-diana”, escoltou, com sucesso, vários comboios que cruzavam as perigosas águas do Atlântico, infestadas de submarinos alemães.

Atraído pela novíssima Aviação Naval, desempenhou, de 1917 (o ano em que foi criada) a 1922 o cargo de Director deste serviço, que organizou no conturbado período da Grande Guerra e, depois, engrandeceu, participando na organização de raids aéreos à Ma-deira e ao Brasil. Deixa o cargo em 1922, por atritos com o Poder Político, para comandar o transporte “Pedro Nunes”.

De 1929 a 1934, após uma muito elogiada passagem pelo Es-tado-Maior Naval, regressa à Aviação Naval. Tinha previamente tirado o curso de observador aeronáutico, até aí reservado apenas a jovens oficiais.

Homem de grande cultura geral e profissional, foi escolhido para participar no Congresso da Federação Internacional dos Antigos Combatentes (Lisboa, 1931), no Congresso Militar Colonial do Porto (1934) e no Congresso de História da Expansão Portuguesa no Mundo (Lisboa, 1937). No âmbito da sua participação neste último congresso, publica, em 1938, o seu singelo e despreten-sioso, conquanto exacto, testemunho das campanhas africanas em que se vira envolvido (além de outras de que fora contempo-râneo): A Marinha Militar na Ocupação de África.

Afonso Cerqueira passou à reserva a 1 de Fevereiro de 1934, como Capitão-de--Mar-e-Guerra, tendo, três meses mais tarde, sido promovido, por distinção, ao posto de Contra-Almi-rante.

Faleceu em Lisboa a 31 de Março de 1957.

Conclusão

Feita, deste modo, uma breve evocação de um dos mais emblemáticos epi-sódios da gloriosa histó-ria da nossa Infantaria de Marinha, deixemos, agora, aos camaradas Fuzileiros a tarefa de recordar os seus heróicos antecessores e a lembrança de guardar na sua Galeria dos Ilus-tres um espaço digno de acolher a figura do bravo “Comandante Cerqueira”.

Nota: Pela mesma altura em que assinalamos os 100 anos do combate de Môn-gua, celebra-se o 6.º centenário daquela que foi uma das maiores operações an-fíbias portuguesas: a conquista de Ceuta. Mas esse já tem sido alvo do devido destaque por parte de autores muito mais competentes.

Jorge M. Moreira SilvaSóc. n.º 1741

CFR

Bibliografia• CAMPOS, José Moreira, O Último Capitão (separata da revista Beira Alta), Viseu, s.d.• RODRIGUES, Manuel Maria Sarmento, A Vida do Almirante Afonso de Cerqueira Combatente Heróico da Terra e do Mar (separata da Revista de Marinha), Lisboa, 1958

1TEN Afonso Cerqueira

CALM Afonso Cerqueira

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crónicas

O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Inicio hoje, na continuação da minha co-laboração com a revista “O Desembar-que”, uma segunda “série” de pequenas

crónicas, dedicadas à vida e obra, de algu-mas grandes figuras da História Mundial. Espero que me perdoem a ousadia por tão pretensiosa tarefa. Não me assumo como especialista, bem longe estou, mas espero que estas breves linhas, em tão interessante matéria, possam despertar a curiosidade por algo mais arrojado, no seio daqueles que tiverem a paciência de me ler. Digamos que se trata de um, des-pretensioso aperitivo dentro do tema que vos proponho.

Porém, antes de começar a espraiar-me sobre Grandes Homens, permitam-me escrever-vos algo sobre este humilde cro-nista (melhor antes e agora, que depois) que procura transmitir e dar-vos uma pequena achega no conhecimento extra, uma vez que mo consentis.

Penso que este é o momento, uma vez que têm acompanhado os meus escritos, de saberem alguma coisa de mim e estarem, minimamente, elucidados sobre a minha pessoa. Não é que ela tenha muito interes-se mas, ao menos, ficam a saber melhor quem é este modesto personagem, que eu sou!

O meu nome consta acima e no fim, pelo que me dispenso de o repetir.

Nasci há 66 anos (07-01-1950) numa pe-quena vila e sede de concelho, nas raias interiores da terra mãe alentejana, na vila de Mora, distrito de Évora.

Aos 12 anos e com grande desgosto, acompanhei a transferência dos meus pais para a cidade raiana de Elvas, terra natal dum dos meus progenitores (a minha mãe).

Nessa bela cidade, sentinela da fronteira, completei os meus estudos secundários e, com 18 anos, demandei a cidade capital onde vou vivendo desde então com algumas, pequenas mas significativas, interrupções.

Aqui tenho passado a maior parte dos anos da minha vida. Faço alarde da minha ascendência e de todas as minhas coste-las alentejanas mas, na realidade, é aqui que labuto e ganho o meu pão; que tenho a minha casa… é aqui que respiro, que

me agito sob este sol e sobre este solo que piso; é aqui que sofro e amo.

Quando saio de Lisboa, aí pelo país, e me perguntam donde sou, digo que sou de Lisboa já que é daqui que parto e é para cá que retorno; por outro lado, o assunto e o tempo, não consentem grandes expli-cações.

Nestes anos, aprendi a amar esta luz e es-tas colinas, este Tejo imenso, cujas águas sulquei como um arado que sulca a ter-ra… no meu sonho de marinheiro.

Por esta barra entrei, vindo de longes terras, no regresso à terra Pátria, na madrugada do dia 21 de Outubro de 1974, após seis dias de viagem, em mar batido, no navio da república “S. Gabriel”, no termo da minha comissão de serviço na velha ex-província da Guiné.

Detalhes desses acontecimentos e desses tempos foram relatados na minha crónica na revista “O Desembarque”, na rubrica de Estórias por Contar, publicada em No-vembro de 2013.

Foi em Lisboa, alguns anos após aqui ter “aportado” e de ter saído da casa dos meus pais, que completei a minha forma-ção em engenharia agronómica, no Insti-tuto Superior de Agronomia.

Pelo meio um casamento e uma (única) filha que me presenteou, posteriormente, com duas preciosas netas. Tudo depois de cumprido o meu dever militar na Marinha e nos Fuzileiros.

De então para cá, toda uma vida dedicada à Agronomia e ao Estado.

Dos tempos da minha adolescência lon-gínqua, recordo-me, com saudade, do prestigiado Colégio Elvense, onde estudei e onde, já antes, também a minha mãe o fizera, nos seus tempos juvenis. Recordo, com carinho, todos os professores de en-tão e que, de alguma maneira, contribuí-ram para a minha formação.

É, precisamente, um desses professores que hoje vou destacar, especialmente, pela cultura e pelo legado que nos trans-mitiu – o Padre Borges. Pelo seu imenso saber e pelas suas belíssimas e vivas histórias com que, gostosamente, nos deliciava entremeando-as sabiamente, de forma subtil, com as matérias lectivas da disciplina de Português (2.º ciclo) e de Fi-losofia (3.º ciclo).

Dentre elas vou tentar reproduzir uma que me tem, a espaços, acompanhado toda a vida.

É uma história interessante (acho eu), com uma profundidade discreta, não evidente, mas sublime. Tem a ver com o conheci-mento humano e com o conhecimento prático, com a cultura do saber e com o saber cultural e empírico… com a sabe-doria fundamental e com a soberba do ho-mem ante a mesma. Realça, ainda, dentro do conhecimento universal, a relatividade do saber e das coisas, a própria vida, em si, e a fatuidade dos homens! …

Grandes Figuras da História

Crónica preambularJosé Horta

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crónicas

18 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Esta pequena descrição ou estória, que hoje vos trago, remonta à Antiguidade Clássica e desenrola-se no velho Egipto dos faraós, em pleno delta do Nilo, rio fe-cundo cujo curso permitiu àquele povo, na época, um esplendor civilizacional inigua-lável em toda a História da Humanidade.

Conta-se que, um homem sábio contratou os serviços dum humilde barqueiro, para o transportar para um determinado desti-no…

Durante o percurso e para manter conver-sa, o nosso sábio ia interpelando o bar-queiro, homem simples, embrutecido e já no limite da meia-idade:

– Homem, você sabe ler e escrever?

– Não meu senhor. Respondeu, desconso-lado o pobre homem.

– Não sabe? Espantava-se o sábio.

– Pois olhe, perdeu o seu tempo! Lamen-tou este.

Após alguns momentos de silêncio, lá vol-tava o sapiente passageiro…

– Homem, você sabe matemática?

– E fazer contas? E, sempre lhe respondia que não, o envergonhado barqueiro… só aquelas contas do dia-a-dia.

– Pois é homem, perdeu o seu tempo. Ata-lhou o sábio, mais uma vez.

E enquanto o barqueiro puxava os remos, com denodo e ofegante, em luta tenaz contra as águas (corrente), a cada instante mais apressadas, lá volta o “sábio” a in-sistir, assim a modos como que a malhar em ferro frio.

– E então também nada sabe de história, nem de línguas, nem de geografia?

– Pois não meu senhor. Balbuciava, pa-ciente e constrangido, o pobre…

– Pois é homem, perdeu o seu tempo!

– Que posso eu fazer, meu senhor? Foi tudo o que aprendi com o meu pai, tam-bém ele analfabeto.

– Pois é, perdeu o seu tempo! Repete mais uma vez o sábio, com desprezo.

Já se divisava, à distância, a margem e o local de destino. A navegação era esforçada e em bom ritmo… tudo corria bem.

De um momento para outro, eis que se al-teram as condições atmosféricas… uma súbita e forte rajada de vento, seguida duma onda mais forte e traiçoeira, fazem virar a frágil embarcação.

Ambos caem à água e esbracejam; o bar-queiro nada, com destreza, para a mar-gem!

O sábio debate-se, atrapalhado e no meio da aflição clama, a plenos pulmões, pelo barqueiro. Este, na água, mas a certa distância, pergunta ao sábio se não sabia nadar?

– Não, não sei, acuda-me! Responde o sá-bio, desesperado...

– Ah, não sabe, pois olhe, perdeu o seu tempo! “Sentenciou” o barqueiro!

José Manuel Carrajola Horta

Sóc. Orig. n.º 485

Sócio da AFZParticipa, colabora e mantém as tuas quotas em dia.

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homenagem

19O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

A classe de Fuzileiros do 18.º CFORN no ano passado rumou a Sul. Desta feita rumou ao Norte. Igualmente por uma causa nobre e justa. Por um imperativo de consciência e de cida-

dania. Urgia pagar uma dívida acumulada ao longo dos tempos que, embora não sujeita a juros de mora, ia sobrecarregando a alma de um grupo coeso e solidário.

A Sul buscamos o reencontro e mitigamos a saudade.

A Norte procuramos a serenidade e a paz de espírito. Em ambas as situações as nossas consciências sentiram-se aconchegadas no silêncio dos locais visitados e no bucolismo do meio envol-vente.

Sandim, terra natal do nosso camarada e amigo Roque Gomes dos Santos, é uma freguesia laboriosa do concelho de Vila Nova de Gaia, situada na margem esquerda do Rio Douro, com pouco mais de seis mil habitantes. Foi desta gente de boa cepa, que faz do árduo trabalho quotidiano um hino à sobrevivência, que nasceu o nosso Roque e se tornou um dos seus entes queridos. Chegamos num dia em que o astro-rei se mostrava bem-humora-do, irradiando luz e calor a rodos. O dia soalheiro condizia mara-vilhosamente com a genuidade e singeleza da cerimónia que em boa hora encetamos e nos aprestávamos para iniciar.

Fomos recebidos no adro da Igreja Matriz pela família, ali massi-vamente presente, encabeçada pelo irmão mais velho vivo. Por entre cumprimentos de respeitabilidade, de imediato se enta-bulou um diálogo amistoso e emocionado, donde ressaltaram

recordações inapagáveis dos nossos tempos da Escola Naval em que tínhamos o Roque como companheiro inseparável. Era clara-mente visível nos rostos dos irmãos, bem como dos cunhados e sobrinhos a alegria e satisfação pela nossa presença.

Cumprindo o programa estabelecido, seguiu-se uma Missa em sufrágio pela alma do homenageado, em que participou um coro da terra suportado por um pequeno instrumental, tornando o acto litúrgico harmonioso e solene. No decurso da missa, intervieram os nossos camaradas Gomes Lima e Oliveira Braga, usando pa-lavras de rara simbologia em referência ao homenageado. Teve ainda oportunidade de usar da palavra uma sua irmã, que de for-ma breve, mas deveras comovida, agradeceu o nobre gesto dos camaradas de Marinha do seu saudoso irmão. No final da missa, em sinal de comunhão de espírito, ecoou forte o grito que nos caracteriza: Fuzileiro uma vez, fuzileiro sempre!

De acordo com o planeado, encetamos uma romagem ao cemité-rio com deposição de uma lápide na sua sepultura, que perpetu-ará a indelével saudade dos fuzileiros seus amigos e camaradas de armas.

Ainda junto à lápide, depositamos o espólio de Marinha em honra do nosso camarada, em estrutura acrílica, composto simbolica-mente por boné, cordão de fuzileiro, galões de aspirante e a sua fotografia sobre base cerâmica que, posteriormente oferecemos à família.

Na ocasião, tive oportunidade de fazer a seguinte intervenção, em sua memória:

Classe de Fuzileiros do 18.º CFORNHomenagem póstuma ao camarada

ASP FZ RN Roque dos Santos19 de Setembro de 2015

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20 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Caro camarada e amigo:Passados mais de 44 anos resolvemos fazer-te uma visita. Pare-cida com a daqueles irmãos que, pelas vicissitudes da vida, um dia partiram para bem longe e, passados longos anos de afasta-mento, procuram o reencontro.Antes de mais, queremos informar-te que, precisamente há um ano, fizemos uma visita semelhante ao nosso querido Piteirinha. Levamos-lhe flores e uma recordação envolta num sorriso. Ficou muito feliz! Sabes qual a razão da visita? Claro que não sabes. Porque, tal como tu, as agruras da vida fizeram-no partir. Apertavam as saudades da lonjura e resolvemos caminhar ao seu encontro. Tal como agora. Nada de lágrimas, apenas eivados de emoção que um nó nos aperta a garganta e nos tolhe a respi-ração, não impedindo, porém, que as recordações se vão sol-tando. Como sempre acontece nestes momentos, vêm à tona as vivências de outrora, traduzidas em histórias que se contam e em amontoados de peripécias, umas alegres, outras nem tanto, bem guardadas no baú das nossas memórias.Lembramo-nos como se fora hoje. Eras o mais jovem e inexpe-riente de nós. E o mais puro também. Busco as razões nas tuas origens e numa pretensa vocação para abraçar a vida sacerdotal ou do missionarismo, que se deixava antever no teu comporta-mento exemplar.Abrias-te num sorriso de menino e numa inocência cativante. Que faziam com que gostássemos muito de ti. Todos, sem excepção. Apreciávamos a forma genuína como desempenhavas o teu pa-pel e a pureza que demonstravas no relacionamento com os teus camaradas.Eras dotado de uma compleição física notável que faziam de ti uma verdadeira força da natureza. Os exercícios físicos, esses tu executava-los com uma perna às costas. Essa enorme capaci-dade física e anímica que evidenciavas serviam-te também para venceres as dificuldades com que quotidianamente te deparavas. Eras um atleta. De corpo e alma! Por isso, eras o nosso “chefe”.Demonstravas uma vontade enorme de viver que te sustentava o alento necessário para ires construindo os teus sonhos de meni-no. De tão inocente, ao grupo era custoso pregar-te partidas que, naqueles momentos das nossas vidas, faziam parte do dia-a-dia. Não havia jornada que passasse que uma boa partida, uma gos-tosa piada, um belo dichote não fosse dirigida a um qualquer de nós, ajudando-nos a melhor suportar as agruras e dificuldades com que nos defrontávamos. Mas o “Roque menino” ficava quase sempre imune, do mesmo passo que era inclusivamente incenti-vado a entrar na reinação. Porém, a vida é brutal e incontrolável. A 6 de Janeiro de 1972, muito perto da Escola Naval, um violento acidente de viação com

o jeep da Marinha que te transportava, estúpido como todos, ceifou-te cruelmente a vida num ápice. No preciso momento em que te deslocavas aqui, à tua terra natal, para dares um abraço de despedida à tua querida família, em vésperas de partida para uma missão no chamado Ultramar, no caso concreto, em Mo-çambique.Eras mais um daqueles jovens lançados na defesa do indefensá-vel. Obrigados a entrar numa guerra que não era deles e que não lhes dizia respeito. Uma guerra que não foi feita por eles, mas que, ironicamente, lhes foi reservado um papel activo. Que lhes adiava os sonhos e lhes roubava o direito a serem felizes.No teu caso, caro camarada e amigo, os teus sonhos nem sequer foram adiados. Foi bem pior! Acabaram ali, à beirinha da estrada. Abruptamente. E como tu tinhas tantos sonhos!

Saudade eterna.

Esta simples mas singela cerimónia tocou forte no sentimento das pessoas ali presentes e marcadamente na larga fatia da numero-sa família do Roque dos Santos, culminando com uma prolongada e sentida salva de palmas, como tributo autêntico da sua gene-rosa e estimada terra. Dentre as diversas fotos do evento, desta-co a tirada no adro da Igreja, numa comunhão sentida dos seus camaradas fuzileiros e da família, com o espólio na mão de um dos seus entes queridos. Na hora da despedida refulgia na face de cada membro da família o sentimento de apreço e gratidão por este acto simbólico, mas comovente.

Como é da praxe, seguiu-se um almoço de confraternização. Aproveitando a proximidade e a simplicidade do ambiente cam-pestre, decidimo-nos pelo simpático Hotel Villa Sandini, concebi-do numa simbiose da modernidade e da nobreza das antigas ca-sas senhoriais. Excelente espaço para umas férias reconfortantes numa zona de rara beleza que tem no Douro um vizinho pintor. Foi servido um excelente almoço buffet que, pelos procedimentos informais que o caracteriza, propiciou o desenvolvimento de ame-na cavaqueira, em clima de saudável alegria e boa disposição, encerrando mais uma jornada solidária de saudoso preito a um camarada que, embora por escassas horas, esteve junto de nós a reviver o espírito fuzileiro.

Parece repetitivo, mas está longe de sê-lo. Encontro após encon-tro não há lugar à saturação. Ainda o presente não chegou ao seu termo e já algumas gargantas soltavam a interrogação sobre data e programa do próximo. Daí que se enfatize: o 18.º CFORN é simplesmente único! Na busca genuína do reencontro. No cultivo dos valores da solidariedade e fortalecimento dos laços de ami-zade. Na exaltação do orgulho de antanho se ter usado o botão de âncora. Na teimosia da preservação na dita sociedade civil do espírito de Marinha.

O Sol já voava bem alto e ia-se preparando para se esconder no horizonte. Algumas horas antes luzia fortemente como que sina-lizando a vontade de querer confraternizar connosco. Agora, uma vez cumprida a sua função, perdia gradualmente o seu maravi-lhoso esplendor e, com ar mortiço, aprestava-se para a despedi-da. Como que nos avisando que também era chegado o tempo da partida, nunca do adeus, concretizada que estava a bonita missão a que nos propusemos. A mistura de sentimentos e emoções que flui inexoravelmente nos momentos de despedida veio mais uma vez à tona. Era altura do regresso a casa. Do Norte, alguns ruma-ram ainda mais a Norte. Outros, a maioria, tomaram a direcção do Sul. Com o corpo sofrido, mas a alma reconfortada. A proximidade e ternura do nosso camarada e amigo Roque dos Santos saciou--nos a fome e deu- nos alento para o caminho.

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

2.º TEN FZ RN

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Tive oportunidade de conhecer o Dr. Carlos Alberto Marques Pinto Pe-reira há cerca de quinze anos, aquan-

do da sua visita aos Açores, mais propria-mente a Ponta Delgada, na qualidade de membro da direcção da AORN (Associação dos Oficiais da Reserva Naval), para parti-cipar na Conferência subordinada ao tema “O MAR – Economia e Geoestratégia” que teve lugar a 5 de Junho de 2000, numa organização conjunta da Universidade dos Açores (Centro de Estudos de Relações In-ternacionais e Estratégia) e da AORN.

Integrada num ciclo de conferências na-cionais, assumiu à época particular rele-vância e actualidade, tendo como pales-trantes, entre outros, o Alm. CEMA Vieira Matias e os saudosos Dr. José Medeiros Ferreira e Prof. Dr. Ernâni Lopes, este na qualidade de moderador. Lembro-me que o Dr. Marques Pinto teve um papel activo nesta valiosa iniciativa, deslocando-se inclusivamente a Ponta Delgada umas semanas antes para, em conjunto com os parceiros regionais, aprontarem os trabalhos preparatórios para que este evento fosse um suces-so, como efectivamente foi. Em jeito de grata rememoração, na foto de um típico cozido nas caldeiras das Furnas, em jornada de sã confraternização, podem ver-se, nomeadamente, o Dr. Mar-ques Pinto (muito atento aos trabalhos de “desencarceramento” das panelas), o V/Alm. Botelho Leal (Comandante Operacional dos Açores), o C/Alm. Monteiro da Silva (Comandante da Zona Maríti-ma dos Açores) e o Com.te Teixeira da Silva.

Voltamo-nos a encontrar, novamente em Ponta Delgada, para participarmos num acontecimento de grande significado para a “Família Açoriana da Marinha”. Efectivamente a 15 de Junho de 2001 foi assinado um protocolo entre a Marinha de Guerra Portuguesa, representada pelo CAlm. Álvaro Gaspar, Comandante da Zona Marítima dos Açores e a AORN, no acto representada pelos Eng.s João Bernardo Rodrigues e Fernando Pacheco Costa,

membros dos órgãos sociais da Delegação dos Açores da AORN, sobre a utilização do apartamento 01 da messe de oficiais do Loreto que serviria de sua sede.

Mais uma vez o Dr. Marques Pinto foi um parceiro interessado neste processo e soube dizer presente na hora certa, assinando mesmo o livro de termos na qualidade de membro da direcção nacional da AORN e figurando na “fotografia de família” ao lado esquerdo do C/Alm. Álvaro Gaspar, como se alcança das fotos que ilustram este artigo. Na esteira destes factos, os contactos foram-se mantendo e mesmo incentivando, normalmente para tratamento de assuntos relacionados com a gestão e planeamento das actividades da Delegação, em alturas em que foi presidente da direcção da AORN, cujo mandato decorreu, segundo creio, entre 2002 e 2004.

Recordo desses tempos um homem rigoroso, empenhado, firme e convicto nas suas ideias, que eram muitas e boas. Sem embargo, era-lhe ainda reconhecida a lhaneza de trato, a integridade de carácter e o entusiasmo que colocava em todas as suas iniciativas. Pugnava arduamente pelo fortalecimento e dinamização da AORN e suas delegações, de que a dos Açores é exemplo paradigmático.

As vicissitudes da vida fizeram com que estivéssemos um largo período de tempo sem nos vermos ou contactarmos. Eu nos Aço-res, ele em Lisboa.

Os sucessivos encontros anuais do 18.º CFORN, na sua globalida-de e outros tão-só entre fuzileiros, fomentaram a necessidade de escrever para memória futura o modo e a forma como os mesmos iam decorrendo. Urgia perpetuar simbolicamente os temas trata-dos, as emoções vividas e a autenticidade dos convívios. Daí que O Desembarque fosse a escolha acertada para desempenhar o papel de fiel depositário das memórias dos nossos eventos anuais.

E foi a partir desse momento que encetei contactos com o Dr. Marques Pinto, na sua qualidade de director adjunto e de editor principal da nossa Revista.

In Memoriam do Dr. Carlos Marques Pinto

O Meu Testemunho

Dr. Marques Pinto –15.06.2001

Almoço nas Furnas – Açores 04.06.2000

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Em suma, o Dr. Marques Pinto era um homem bom, dotado de uma integridade moral e intelectual à prova de bala.

Por tudo isso, senti que lhe devia este testemunho.

Que toma a forma de confissão pública de me sentir muito hon-rado em contá-lo no número dos meus amigos e, mesmo após prolongado interregno, ter tido o privilégio de partilhar com ele muitos assuntos que tinham sempre um fio condutor: pugnar pelo engrandecimento e dignificação da nossa Associação e da própria Marinha.

Nunca, em momento algum, se arrogou do estatuto de insubsti-tuibilidade, sendo certo que a AFZ soube encontrar dentro dela novos protagonistas que, estou seguro, honrarão o seu nome e projectarão o seu legado.

O Dr. Marques Pinto partiu e custa sempre ver partir alguém.

Mas custa muito mais quando esse alguém, por variados motivos, nos ficou próximo. Parece que partiu como chegou. De bem con-sigo próprio. Sem alardes e em sossego.Paz à sua alma!

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

2.º TEN FZ RN

Após diversas conversas telefónicas e tro-ca de emails, o reencontro deu-se num agradável almoço, em Setembro de 2014, na sede da Associação de Fuzileiros (AFZ), em que estiveram também presentes os comandantes José Ruivo e José Cardoso Moniz, conforme se lobriga na foto anexa.

A partir daí as nossas conversas foram-se intensificando e, para além dos assuntos estritamente ligados à publicação dos meus textos na revista O Desembarque, tivemos oportunidade de trocar opiniões sobre muitos outros, o que fazia sempre com singular lucidez.

Entusiasta incansável das causas onde se envolvia, via com muitos bons olhos a possibilidade de criação de uma delega-ção nos Açores da AFZ, que significaria o alargamento do seu espaço para além da continentalidade.

Aproveito o ensejo para incentivar o Presidente José Ruivo a deslocar-se aos Açores, particularmente a Ponta Delgada, onde, por certo, seriam criadas condições para contactos com a nossa gente e, quiçá, lançar as sementes para a concretização desse desiderato.

Sede da AFZ – Setembro de 2014

Foto de conjunto na sede da AORN – Açores 15.06.2001

INFORMAÇÃO aos SóciosSalão Polivalente e de Refeições

Informamos os nossos Associados que o Snack-Bar da AFZ, da nossa Sede Social, está em pleno funcionamento após obras de conservação e manutenção. O Salão Polivalente e a cozinha do Snack-Bar foram totalmente remodelados incluindo o mobiliário.

Daqui exortamos todos os Sócios a que frequentem a nossa/Vossa Sede, o Bar e o Salão Polivalente e de Refeições e a que, os Cama-radas organizadores dos habituais Almoços/Convívios, consultem sempre a AFZ e/ou o respectivo Concessionário do espaço, porque encontrarão, por certo, condições de relação qualidade/preço muito favoráveis, para além de um ambiente agradável e de muito nível, propício à realização de eventos de qualquer natureza, em que as nostálgicas saudades, as alegrias, a amizade, a solidarie-dade, as nossas histórias e o espírito do fuzileiro se podem revelar em toda a sua plenitude.

Sugerimos que as marcações de pequenos eventos ou os almo-ços/convívios sejam, em princípio, marcados com a interven-ção do Secretariado Nacional da AFZ (telefone: 212 060 079; telemóvel: 927 979 461, email: [email protected]) por ra-zões que têm a ver com a programação dos eventos da iniciativa da Direcção.

O Concessionário, cujo novo telefone é o 210 853 030, tem instruções para dar conhecimento à Direcção de todos os eventos e/ou convívios que venham a ocorrer na Sede Nacional, antes de se comprometer na sua realização.

Saudações a todos os Sócios e suas Famílias.

A Direcção Nacional da AFZ

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almoço de natal

23O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Caros camaradas, amigos, sócios e não sócios da Associação de Fuzi-leiros que quiseram estar presentes

no nosso Almoço de Natal 2015 e também aqueles que, querendo estar, o não pude-ram fazer.

Mais uma vez comemoramos o Natal em família num singelo almoço que, desta vez decorreu no Manjar das Laranjeiras para os lados de Fernão Ferro, restaurante que se esforçou por fazer o melhor possível.

A sala de refeições, apesar de grande, acabou por se tornar pequena face à gran-de afluência de sócios que quiseram par-tilhar o espírito natalício com a família FZ. E ainda bem!

Já estamos a acautelar sala de maior ca-pacidade para o próximo ano para que to-dos possamos usufruir de maior conforto e comodidade e, principalmente, para que o

Almoço de Natal

12 de Dezembro de 2015

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almoço de natal

24 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

convívio entre todos se possa fazer com o “ à vontade” que se pretende.

No geral e apesar de pequenos constran-gimentos motivados por algumas marca-ções de última hora, julgamos poder dizer que correu bem o evento, ou melhor, cum-priu os objectivos.

Com boa vontade e um pouco de compre-ensão tudo se ultrapassa e temos de estar preparados para uma ou outra pequena contrariedade.

O início do encontro estava agendado para as 12:30 mas os Fuzileiros a meio da ma-nhã já rondavam o objectivo.

Foi ocasião para trocar os abraços, os cumprimentos da praxe, dirigir umas la-rachas… enfim, aquecer os motores para um dia de convívio que sempre se espera memorável.

Horários são para se cumprir e à hora “H” deu-se inicio às hostilidades que é como quem diz; atacaram-se as entradas.

Foi um ataque massivo que se revestiu de alguma confusão naturalmente motivada pelos apelos do estômago… Uma manhã de viagem e algum tempo de espera agu-çam o apetite!

Assim, avançou a primeira vaga de assalto que varreu literalmente o objectivo e ou-tras vagas sucessivas foram-no consoli-dando.

De seguida tomaram-se posições para, já com mais calma, ser servido o almoço que era o objectivo principal.

Foi então ocasião para o Presidente da Associação, CMG José Ruivo, dirigir al-gumas palavras aos sócios e convidados e lembrar os que, sendo sócios da nossa

Associação, ou não, nos deixaram definiti-vamente desde o almoço de Natal do ano passado. Que descansem em Paz!

O almoço esteve também em bom nível, tendo em conta o número de comensais e os requisitos acordados com o grupo de trabalho designado pela AFZ e que nego-ciou, atempadamente, preços e ementa com o Restaurante.

Aqui chegados, e para descansar um pou-co, convirá dizer que não foi fácil encontrar,

Estrada das Palmeiras, 55 | Queluz de Baixo 1004 | 2734-504 Barcarena | Portugal | T.(+351) 214 349 700 | F. (+351) 214 349 754 | www.mjm.pt

Um mundo de soluções para o seu lar...

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almoço de natal

25O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

na zona, estabelecimento com capacidade para albergar as mais de trezentas pessoas que estavam presentes.

Por esta razão, como já acima foi dito, estamos a antecipar a reserva do local do almoço de Natal de 2016, tendo sido já contactado um estabelecimento com maior capacidade, antes que outros se antecipem.

Mas continuando... o serviço de almoço decorreu com normalidade, com as habi-tuais brincadeiras espontâneas à mistura e a que não faltou, nem poderia faltar, o espectáculo sempre protagonizado pelo nosso amigo Parreira.

No final o Presidente da Associação pro-feriu mais umas palavras, agradecendo a presença de todos, especialmente dos convidados que acederam ao convite que lhes foi dirigido, entre os quais o Presiden-te da Câmara do Barreiro, um amigo da AFZ.

E, no momento que consideramos mais ALTO deste evento, foi por todos entoa-do, com muita emoção, o Hino da nossa Associação seguido do Grito do Fuzileiro proferido com todo o fervor e sentimento.

A tarde decorreu demasiado depressa e chegou a altura da partilha do bolo que es-tava decorado a preceito e que foi acom-panhado pelo tradicional espumante.

Um pé de dança, um abraço, um até para o ano e... era noite.

Obrigado, abraços e um BOM ANO. Conta-mos sempre com todos!

Agradecimentos:

Cabe aqui um agradecimento especial às pessoas que mais se envolveram na organização, nada fá-cil, do evento: o Manuel Conceição, o Jaime Ferro, o Mário Gonçalves, a Ana, o Parreira, o Leal, a Dona Olinda, o Pinto e todos quantos, de uma forma ou de outra, colaboraram para que tudo corresse bem.

Aqui cabe, também, uma saudação muito especial e uma palavra de solidariedade a todos os que, por razões de saúde, estiveram impossibilitados de estar connosco.

Muito obrigado.

A Direcção

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almoço de natal

26 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

PROTOCOLOS subscritos pela DFZA

AquaShow Quarteira

50% desconto (entradas no parque) para sócios e familiares de 1.º grau

15% sobre tarifa balcão (Hotel) para sócios e familiares de 1.º grau

Ginásio do SulOlhão

Passe mensal free acessos: 25%/mês para sócios e familiares de 1.º grau

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contos&narrativas

27O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Gaguejava. Para o baixote, o Cinco Sóis era, todavia, na sua gaguez, muito mais para o convicto do que

para o profundo, tique que se agudizava sempre que mergulhava numa situação estressante independentemente do seu nível de pressão.

Digamos que acrescentava charme ao jei-to que tinha para as imitações com que nos divertia, desafiando as leis da gravi-dade, fazendo de equilibrista em cima de um qualquer tronco de pinheiro abatido com que tropeçávamos frequentemente nas matinais aulas de educação física, nos terrenos anexos, quer da Escola Naval quer da Escola de Fuzileiros, ou ainda na Mata da Machada.

Fora um dos cinco voluntários candidatos a Oficial Fuzileiro naquele CFORN, tendo as restantes quinze vagas sido preenchi-das com elementos repescados entre os que não encontraram lugar nas Classes a que se tinham proposto.

Oriundo da Área das Letras, provavelmen-te devido a uma má relação com as Ma-temáticas, que fazia questão de assinalar sempre que se via embaraçado, revelara, muito precocemente, dificuldades com as temáticas ministradas nas aulas de nave-gação.

As operações com quebrados, mandados às urtigas logo a seguir à instrução pri-mária, eram um verdadeiro Quebra Cabe-ças na sua cabeça. Digamos que a mais simples das Cartas geográficas locais, nas suas mãos, girava tanto como a mais louca das bússolas loucas, e os azimutes conduziam-no a lugares inverosímeis.

Aconteceu que numa noite de treino de orientação foram largados, num dos pon-tos pré-estabelecidos da Serra da Arrábi-da, o Cinco Sóis e o Marinheiro E, cada um com a sua secção de 13 candidatos a gru-mete, iniciando-se a respectiva marcha a corta-mato para a Escola de Fuzileiros, com intervalos de 15 minutos entre cada grupo. A ambos foram distribuídas uma lanterna, o esboço a stencil meio sumido – nessa altura a tecnologia era essa – de uma carta geográfica com os pontos de

partida e de chegada assinalados, e uma bússola para o respectivo azimute. Passa-do algum tempo de espera o Cinco Sóis abeirou-se e perguntou:CS: – Pá, já achaste o rumo?ME: – Já!CS: – E então?ME: – 090CS: – 090? A mim dá-me 070…

Foi o primeiro a pôr-se a andar sendo en-golido imediatamente pelo negrume da noite.

Era noite de Lua Nova, uma noite escura, sem nuvens, cravejada, como todas as noi-tes de Janeiro, pela imensidão de estrelas da Abóbada Celeste, percorrida, de tempos a tempos pelo rasto brilhante de alguma estrela cadente consumida nas altas cama-das da atmosfera do nosso planeta.

O Marinheiro E, instantes antes da ordem de largada, falou com os seus acompa-nhantes e, sabendo que tinham de che-gar, custasse o que custasse, todos juntos ao destino, atribuiu ao primeiro da fila a responsabilidade de se guiar e conduzir o grupo sempre com os olhos numa das es-trelas mais brilhantes no horizonte. Na 3.ª posição, foi controlando a marcha.

Pouco tempo ainda tinha passado pararam de supetão. À sua esquerda, não muito distante, uma “cãzoaria” frenética estre-meceu-lhes os corações, que estavam ad-vertidos da possibilidade de encontro com grupos de controle mas não com matilhas de guarda atentas. Esperaram até que tudo tivesse sossegado, o sinal de reco-meço da caminhada, entregues à estrela, ao mato que magoava os tornozelos e as canelas, e a eventualidade de algum grupo de contacto.

À Escola de Fuzileiros foram chegando, uns trás os outros. Tomado o refastelan-te duche, encaminhavam-se para a sala de jantar, que o exercício tinha feito a sua mossa. E a ceia convidava, farta e quente, como a noite fria exigia. Iam-se trocando sensações, que as horas já nem contavam.

Não contavam não era bem assim, que alguém, percorrendo a sala com os olhos,

questionou “olhem lá, o Cinco Sóis”? Mas já todo o comando acordado da Escola de Fuzileiros, por essa altura, andava em polvorosa. Que terá acontecido? Os jipes já tinham calcorreado todos os caminhos possíveis e do Cinco Sóis e do seu grupo nem a sombra – como se fossem possíveis, àquelas deshoras, outras sombras para lá das da própria escuridão…

Andava-se num polvorinho quando, sem que alguém o pudesse imaginar, o telefo-ne informou, do outro lado do Coina, do portão de entrada da Siderurgia Nacional, que se encontrava lá, perdido, um grupo de fuzileiros.

O que aconteceu? Com o rumo encontra-do, os Cinco Sóis viram-se a breve trecho travados por uma cerca de arame farpado. Nem pararam pela estranheza do percur-so, pularam o arame e pronto. Pronto não, que a cerca delimitava os terrenos de uma quinta guardada por uma matilha feroz – isto digo eu. E se a saltaram para o lado de lá, depressa, ainda o fizeram muito mais expeditos para o lado de cá, que os fundilhos do camuflado ameaçavam ficar agarrados na boca de alguma das feras. Acalmados os corações resolveram con-tornar a cerca pela esquerda, afastando--se ainda mais do azimute. E nunca mais se encontraram...

Foi dos primeiros a ser mobilizado, em ren-dição individual, para a Guiné. E como era normal, no TO – teatro operacional –, rapi-damente se viu envolvido numa Operação.

Para os que não sabem, as cartas milita-res distribuídas às Unidades de Fuzileiros assinalavam todos os obstáculos, matas, clareiras, bolanhas, todos os acidentes, enquadrados numa quadrícula de 2x2 cm, sendo o lado de cada quadrado igual a 1 quilómetro, salvo erro.

Bem, o Cinco Sóis, se é que viu, nunca se perguntou para que serviam aquelas linhas desenhadas no mapa. E também ninguém lho disse.

Aconteceu então que, depois de algum tempo de marcha a caminho do objectivo, sempre abrigados na orla da mata, contornando clareiras e bolanhas, numa

Ó Co Co Comandante, Que Que Queee Que Perdi a Qua Quaaadrícula!

Elísio Carmona

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contos&narrativas

28 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

paragem, talvez para descansar, o comandante chamou o Cinco Sóis pelo rádio e perguntou

Com: – Onde estamos?

CS: – On on ooonnde estamos?

Com: – Sim, veja aí na carta, atirou...

Seguiu-se um silêncio profundo, com o Cinco Sóis mergulhado no xadrez do mapa, silêncio quebrado, novamente, pela voz do comandante.

Com: – Então?

CS: – Ó co co comandante, que, que, queee não sei!

Com: – Não sabe? Ó homem veja pela quadrícula…

O CS entrou em pânico, deve ter voltado a carta, rodado a carta, olhado por cima e por baixo, deve de a ter sacudido, sei lá, e do outro lado…

Com: – Então? Veja pela quadrícula, cara-ças!, já arreliado.

Mais um silêncio, que o Cinco Sóis deve ter achado uma eternidade, mas que se resumiu a segundos, em que deve de ter voltado a voltear, a rodar, a sacudir a car-ta da qual não tinha dado por cair nada e disparou

CS: – Ó co co cooomandante, que, que, que, queee que perdi a qua qua quaaadrí-cula!

Nota final: para que todos fiquem descan-sados, informa-se que, com quadrícula ou sem quadrícula, sem cerca de arame far-pado mas com matas, bolanhas, clareiras, todos regressaram a Bom Porto. E o Cinco Sóis nunca mais se viu perdido porque nunca mais perdeu na quadrícula.

Marinheiro E*

*O Marinheiro “E” é o Sócio Originário n.º 1542, Oficial FZ RN que integrou os efectivos da CFZ 11 e que cumpriu uma comissão de serviço na Guiné nos anos 1971/1972.

PROTOCOLOS SUBSCRITOS PELA AFZ(Com vantagens para os Sócios)

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos(ARDBA)

Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta(GDRUR)

Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda.(ENN)

Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & Cª, Lda(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança PrivadaANASP

Formação e Credenciação

Ariston Thermo GroupARISTON

Painéis solares e Bombas de calor, Termoacumuladores eléctricos, a gás e Esquentadores, Caldeiras a gás

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos: Lagoa da Palha, Pinhal Novo e Cabeço Verde, Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club Motricidade Humana

Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer – Santo André, Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer – Quimiparque, Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade LusófonaCOFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto 10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal 20% – Canha Montijo

SITAVA Parque Campismo – Brejo da Zimbreira, Vila Nova de Mil Fontes

Instituto Médico Dentário do Barreiro(IMDB)

Medicina dentária e geral

Ortopaulos Fabrico e comercialização de próteses e de ortóteses

Para mais pormenores, podem consultar o Site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 –Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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delegações

29O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 21 de Novembro de 2015, a DFZA organizou um encontro de Fados na Mexilhoeira da Carregação (Por-timão). Foi um evento que não estava previsto no plano de

actividades mas que, de forma inopinada, foi abraçado pela DFZA que aderiu com entusiasmo à iniciativa do “filho da escola” João Arroba.

Estiveram presentes 51 pessoas tendo o evento decorrido de uma forma fantástica, num ambiente acolhedor, com boa comida e be-bida, com a envolvência fadista de uma extraordinária qualidade .

Os excelentes artistas convidados subiram ao palco numa noite que foi navegando entre o Fado clássico e o Fado vadio.

Uma experiência a recordar e um “bis” a considerar.

Delegação do Algarve

Noite de Fados

A Delegação de Fuzileiros do Algarve esteve presente, no passado dia 29 Novembro de 2015, no 2.º Banco Ali-

mentar 2015 com 16 Associados.

Este evento, necessário pelas piores ra-zões, realiza-se duas vezes por ano e, no Algarve, tem dois pontos de recolha (Faro e Portimão).

Nesta última acção de solideriadade com aqueles que mais precisam, os nossos “filhos da escola” voltaram a dizer “Pre-sente” e fizeram questão de marcar po-sição nesta guerra não apenas contra a fome mas também contra o consumismo, desperdício de comida e falta de valores humanos.

Realizou-se no passado dia 19 de De-zembro de 2015, o tradicional jantar de Natal da DFZA. Este ano realizou-

-se no Restaurante JJ (Fuzeta – Olhão), levando a cabo uma política de descentra-lização dos eventos, devido às distâncias geográficas a que os nossos associados estão sujeitos no Algarve.

O evento contou com 55 pessoas entre ca-maradas, familiares e amigos.

Decorreu de forma solene e ficou marcado por várias queixas de “excesso de comi-da”. Seria o vinho a falar?

O serão acabou com a chegada do nos-so convidado de honra; o Zé “Pai Natal” Fuzo, que fez despertar os mais pequeni-nos como se de um “grau de prontidão” se tratasse.

BancoAlimentar 2015

Jantar de Natal

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delegações

30 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

A convite da Câmara Municipal de Por-timão, a DFZA esteve presente, pelo terceiro ano consecutivo, nas come-

morações do dia da cidade de Portimão que se realizou nos Paços do Concelho, no dia 11 Dezembro de 2015.

A nossa participação nesta cerimónia foi conseguida com a ajuda voluntariosa de 10 camaradas que, em dia de trabalho, conseguiram mesmo assim organizar-se e formar, ao lado da PSP, com o brio que é nosso apanágio.

Realizaram-se no passado dia 09 Janeiro 2016, eleições na Delegação de Fuzileiros do Algarve dando término a dois anos de gestão levada a cabo pela presidência interina liderada pelo sócio António Pereira, após a suspensão de cargo por razões profissionais e de saúde do, até então Presidente, António Medeiros.

Apresentou-se uma única lista à sucessão presidida por Paulo Domingues, tendo a mesma sido votada e aprovada por unanimidade dos 23 elementos presentes na sala. Seguiu-se a tomada de posse e o sempre merecido convívio entre os camaradas e familiares.

Dia da Cidade de Portimão

Eleições

Órgãos e Respectivos Titulares

DFZA – 2016/2017MANDATÁRIO

Luís Alberto Campos Lopes – Sócio n.º 579

ASSEMBLEIA GERAL

Presidente Mário Francisco Sortelha Martins – Sócio n.º 42Vice-Presidente Joaquim Gonçalves Saias – Sócio n.º 1972Secretário João Carlos Eduardo Serafim – Sócio n.º 1978

DIRECÇÃO

Presidente Paulo Jorge da Conceição Domingues – Sócio n.º 1977Vice-Presidente António Manuel dos Santos Pereira – Sócio n.º 1422Vice-Presidente João Paulo Fernandes Norte – Sócio n.º 2068Secretário Mário João da Silva Megué – Sócio n.º 2384Tesoureiro António José C. Alfinete Peregrino – Sócio n.º 2462

1.º Vogal Rui Eduardo Guerreiro Cardoso – Sócio n.º 1048 2.º Vogal Daniel José dos Santos Maria – Sócio n.º 19813.º Vogal Diamantino Fernando Marques C. Mendes – Sócio n.º 21754.º Vogal Luís Miguel Camacho dos Santos – Sócio n.º 21185.º Vogal Filipe André Botequilha Félix – Sócio n.º 21656.º Vogal Luís Miguel Raimundo Pires – Sócio n.º 2463

1.º Vogal Supl. João Manuel de Jesus Monteiro – Sócio n.º 6542.º Vogal Supl. Silvano Manuel Cardoso Marques – Sócio n.º 19083.º Vogal Supl. José Francisco dos Santos Marreiros – Sócio n.º 2360 4.º Vogal Supl. Frederico Jorge Mota Semedo – Sócio n.º 22395.º Vogal Supl. Pedro Alexandre Martins Santos – Sócio n.º 18986.º Vogal Supl. Nuno Miguel Figueiredo Nunes – Sócio n.º 2454

CONSELHO FISCAL

Presidente João José Paixão Carvalho Ferreira – Sócio n.º 1979Secretário Carlos Manuel Caeiro Marques – Sócio n.º 1980

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delegações

31O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Digníssimos convidados, camaradas e amigos!

Minhas senhoras e meus senhores!

É com muita honra e satisfação que dou as boas vindas a todos os presentes que quiseram estar connosco neste 5.º ANIVERSÁRIO da Delegação da Associação de Fuzileiros do Douro Litoral

Em 1.º lugar quero agradecer à minha família e em particular à minha esposa, pelo apoio e dedicação que me tem dado.

Quero também agradecer ao senhor Comandante do Corpo de Fuzileiros, Sua Exa. o Contra-almirante Sousa Pereira. A sua pre-sença é um estímulo para nós.

Agradecer ao senhor Contra-almirante Cortes Pichiochi, um ami-go cuja presença muito nos honra e orgulha.

Agradecer a presença do Presidente da Direcção Nacional da Associação de Fuzileiros, Capitão-de-mar-e-guerra José António Ruivo pela amizade e esforço que sempre tem dedicado à nossa causa.

Agradecer ainda ao Comandante da Zona Marítima do Norte, Ca-pitão-de-mar-e-guerra Martins dos Santos que muito nos honra com a sua presença e dizer-lhe que será sempre bem-vindo a esta nossa casa. Obrigado por tudo que fez em prol da nossa Delegação.

Queria também agradecer a presença do Sr. Comandante Lhano Preto e sua esposa. É sempre uma honra tê-los entre nós.

Não poderia deixar também e agradecer a presença dos senho-res:

– 2.º Comandante da Zona Marítima do Norte, Capitão-tenente Pedro Castro.

– Oficial adjunto do Capitão do Porto de Leixões, Capitão-de--fragata Duarte Conceição.

– Chefe do Farol de Leça, Faroleiro Chefe Marques Martins.

– 2.º Comandante Regional Norte da Policia Marítima, Jorge Gon-çalves.

– E do 2.º Comandante Local da Policia Marítima de Leixões, Sargento-chefe Malveiro.

Agradecer a presença das outras Delegações da Associação de Fuzileiros na pessoa dos seus Presidentes.

Da Delegação do Algarve o António Pereira e da Delegação de Juromenha/Elvas o Licínio Morgado.

É muito importante e forte sinal de coesão, a vossa presença.

Camaradas!

A nossa DELEGAÇÃO este ano realizou vários eventos em Conce-lhos diferentes como tínhamos prometido no ano passado:

– Convívio na Murtosa, Aveiro, passeio de BTT pela ria e convívio;

– Convívio na Barragem do Torrão, em parceria com a canoagem do Marco de Canavezes;

– Deslocação aos aniversários dos Núcleos da Liga dos Comba-tentes, de Felgueiras e da Lixa;

– Convívio no rio Douro utilizando os botes dos Fuzileiros sen-do de realçar o excelente profissionalismo dos intervenientes, apanágio de quem ostenta a boina de Fuzileiro;

– Participação no desfile dos combatentes no Dia de Portugal, 10 de Junho, em Lamego com 9 elementos;

– Participação no “Dia do Fuzileiro”. Para este evento e como vem sendo habitual, a nossa Delegação fretou um autocarro que transportou 58 elementos. Participamos com garbo no des-file na Escola de Fuzileiros.

– Com o nosso guião participamos na procissão dos pendões em Elvas.

Participaram nestes eventos os dirigentes da nossa Delegação, sócios, amigos e seus familiares, sendo de destacar, na oportuni-dade, o aprumo com que sempre nos apresentamos.

Em relação às nossas instalações: a nossa luta continua, não ire-mos desistir, contamos com o apoio de todos e estou certo que iremos conseguir um espaço digno para recebermos os nossos sócios e dar-lhes o conforto que eles merecem.

Todos os anos vamos ouvindo promessas. Pois bem, ainda não veio.

Contamos com a Direcção Nacional e com a Marinha para que se leve a bom porto esta situação de impasse.

Agradecemos aos combatentes tudo aquilo que fizeram ao serviço de Portugal, lembrando com saudade aqueles que partiram dando a vida ao serviço da nossa Pátria e homenageamos os presentes.

A vós, sócios desta Delegação, aos vossos familiares, amigos e membros da Direcção, endereço um abraço de fraterna amizade, desejando-vos um Feliz e Santo Natal e um próspero Ano Novo repleto de sucessos e de muita saúde.

Vivam os Fuzileiros, viva a Marinha e viva PORTUGAL!

Disse.

Discurso do Presidente da Delegação

Comemorações do 5.º Aniversário

Delegação do Douro Litoral

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delegações

32 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 27 de Agosto, a convite do Comandante do Standing NATO Maritime Group One, Contra-almirante Al-berto Correia e do Comandante do NRP D. Francisco de

Almeida, Capitão-de-fragata Manuel Correia, o Presidente da DFZDL e esposa participaram numa recepção a bordo da fragata D. Francisco de Almeida.

Excelentemente acolhidos tivemos a oportunidade e o privilégio de falar com o Senhor Contra-almirante Alberto Correia, Comandante da Força da Nato, para nós uma grande honra dado tratar-se de um oficial Português a comandar uma força tão importante.

Um agradecimento ao Comando Zona Marítima do Norte, na pes-soa do Senhor Comandante Martins dos Santos, pela gentileza e atenção que nos dispensou.

O Comandante do Standing NATO Maritime Group One Contra-almirante Alberto Correia

e

O Comandante do NRP D. Francisco de Almeida (F 334) Capitão-de-fragata Manuel Correia

têm a honra de convidar

Exmo. Sr. Henrique Mendes e Senhora para a Force Reception

a bordo do NRP D. Francisco de Almeida (F 334)

no Porto de Leixões – Terminal RoRo - Doca 1 Norte (Leça), Sexta-feira, 28 de agosto de 2015 pelas 19 horas

R.S.V.P. até quinta-feira 27 de agosto Comandante Aires de Castro Traje: Passeio [email protected]

Convite para a “Force Reception”

A Direcção da Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas, reuniu a 17 de Outubro de 2015 para decidir sobre a forma de dar continuidade ao elenco directivo, de forma interina, até à realização de novas eleições.

Da referida reunião foi lavrada a competente “Acta” da qual foi dado conhecimento à Direcção Nacional e que, por ser de interesse, aqui de divulga:

Delegação de Juromenha/Elvas

 

ACTA

Aos dezassete dias do mês de Outubro de dois mil e quinze, pelas catorze horas e trinta minutos, na sede da Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha-Elvas, reuniu a Direção da mesma, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto único – Eleições para os Corpos Sociais da Delegação de Fuzileiros Juromenha/Elvas.

Marcaram presença, entre outros, os sócios Licínio Morgado, António Ferreira, Paulo Infante, José Cordeiro, António Barroso, Luis Morgado, Óscar Barradas e Joaquim Barbado.

O Sr. Licínio Morgado, Presidente da Direção, iniciou a reunião informando os restantes sócios que não deu entrada quaisquer lista para candidatura às eleições para novos Corpos Sociais da Delegação.

De seguida, unanimemente pelos sócios presentes, foi tomada a decisão da continuidade dos atuais Corpos Sociais da Direção, interinamente, até marcação de novas eleições a definir.

O Sr. Licínio Morgado (PD) informou também que o Sr. Amílcar Canada apresentou a sua demissão do cargo que ocupava como primeiro Vice-Presidente da Delegação, à data de dez de Outubro de dois mil e quinze.

De salientar ainda que, no final desta reunião, compareceu na sede da Delegação, o Sr. Amílcar Canada, a fim de entregar a sua chave da porta principal da sede desta Delegação e retirar da mesma os seus pertences, nomeadamente, um relógio personali-zado e uma uma moldura.

Por fim, a constituição dos Corpos Sociais da Direção desta Dele-gação, constam dos seguintes nomes e cargos:

Presidente Licínio Morgado

Vice Presidente Jorge Clérigo

Secretário António Ferreira

Tesoureiro Paulo Infante

Vogal José Cordeiro

Vogal António Barroso

Vogal Francisco Cândido

Vogal Luis Morgado

Vogal Joaquim Barbado

Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão, da qual se lavrou a presente acta, que depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelos sócios presentes nesta reunião.

Licínio de Jesus Algarvio MorgadoJorge Manuel Comba Clérigo

António Joaquim Barroso FerreiraPaulo Jorge Ferrugento Infante

José Domingos Chamorra CordeiroAntónio Fernando Alexandre Barroso

Francisco José Leal Cândido Luis Miguel Algarvio Morgado

Joaquim Germano Santos BarbadoÓscar da Conceição Barradas Santos

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Mais uma vez, já vai na terceira edição, a DFZJ/E organizou a sua tradicional Matan-ça do Porco. Evento para o qual, ao que consta, o animal que viria a ser o protago-nista, não estaria avisado.Assim, aproveitando um momento de des-contracção da equipa de segurança….pisgou-se, o que deu azo a uma grade operação de perseguição que lhe foi movi-da pelas estradas de Juromenha.Não teve sucesso na fuga mas deixou de rastos alguns dos perseguidores entre os quais o Presidente da DFZJ/E que, ao ver comprometida a festa, tudo fez para cap-turar o fugitivo e repor a situação.Passado o susto inicial, a situação foi re-posta e tudo voltou ao normal!

Estiveram presentes cerca de 70 pessoas, na maioria pertencentes à DFZJ/E, mas também muitos convidados que aderiram, sendo de salientar a presença de elemen-tos da Delegação do Algarve e um bom grupo representativo da Direcção Nacional encabeçado pelo senhor Presidente, CMG António Ruivo, acompanhado do CALM Pichiochi que, por sinal, já é membro da DFZJ/E.O convívio decorreu em ambiente mui-to saudável/familiar, como se pretendia, conseguindo atingir os objectivos a que se destinava. Os grelhados estiveram sob a responsa-bilidade do nosso amigo Barbado que de-sempenhou muito bem a missão.

A carne estava deliciosa…… bem grelhada!O repasto foi acompanhado com um ex-celente vinho da região que, não se sabe porquê, soltou a alegria entre o pessoal.Os comes e bebes, que duraram de ma-nhã à noite, não deixaram ninguém indife-rente e quem não esteve presente perdeu uma oportunidade única de saborear pe-tiscos regionais que não se encontram em qualquer lado.É uma tradição a manter e estamos con-vencidos que os futuros eventos desta na-tureza terão ainda mais adesão. Foram inexcedíveis no acolhimento, na preparação do evento e no apoio ao Presi-dente da DFZJ/E os seguintes camaradas; o Clérigo, o Ferreira, o Infante, o Cordeiro, o Barroso, o Cândido, o Luís Morgado e o Barbado.Muito obrigado a todos.

A tradicional Matança do Porco30 de Janeiro de 2016

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divisões

34 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Concluído mais um ano de actividades desportivas da nossa Associação, o passado ano de 2015 foi bastante positivo, com particular destaque para os seguintes eventos:

Fim-de-Semana Campista

Realizou-se pela primeira vez esta actividade no PANTROIA (Ponto de Abastecimento Naval de Troia ). Este evento direccionado para a divulgação da actividade campista em família permitiu realizar várias actividades ao ar livre em meio terrestre e aquático, preva-

lecendo o forte convívio entre os participantes!

Destacamos o facto de termos tido a possibilidade de visitar o Navio da Marinha de Guerra Portuguesa NRP Viana do Castelo que estava atracado em Troia.

A visita a este recente e moderno navio da nossa marinha deliciou miúdos e graúdos, e mostrou, acima de tudo, o agrado em bem receber a bordo por parte de toda a sua tripulação e, em especial, por parte do Sr. Imediato que nos elucidou sobre o funcionamento do navio e respondeu a todas as perguntas dos mais curiosos!

O nosso muito obrigado!

Artes Marciais – Metting Fuzos Jiu Jitsu 2015

Pelo segundo ano consecutivo a Associação de Fuzileiros apoiou o nosso Camarada Miguel Silvino na realização de mais um evento da especialidade destinado a Fuzileiros praticantes da modalida-de de Jiu Jitsu.

Realizado pela segunda vez, foi bastante percetível que é um evento anual que de ano para ano ganha dimensão, com cada vez mais atletas a participar neste que é acima de tudo um saudável convívio de fuzileiros praticantes da modalidade!

3.ª Edição “Prova de Remo em Botes“

Realizou-se, pelo terceiro ano consecutivo na Escola de Fuzilei-ros, a Prova de Remo em Botes organizada pela Associação de Fuzileiros!

Esta prova, de carácter competitivo mas, acima de tudo, um gran-de convívio de Fuzileiros suas famílias e amigos, contou com a participação de 13 Equipas.

Este ano com um agradável dia de sol, contámos com um exercício de aquecimento prévio da responsabilidade da DIGIO OUTDOOR que motivou ainda mais os atletas de forma a evitar lesões devido ao esforço exigido durante a competição.

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Balanço de Actividades Desportivas 2015Textos de Espada Pereira

Sóc. Orig. n.º 445Chefe de Divisão do MALD

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divisões

35O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Classificou-se em 1.º Lugar a Equipa “Malagueiro”, em 2.º Lugar a Equipa “Os Metralha” e em 3.º Lugar a equipa “Mad Max Team”.

Concluída a parte competitiva, todos os atletas e seus convida-dos seguiram para o almoço convívio no refeitório da Escola de Fuzileiros onde saborearam uma deliciosa e merecida feijoada confecionada com a qualidade com que a Escola de Fuzileiros sempre nos habituou!

O nosso obrigado a todos os que apoiaram este evento para que fosse mais um sucesso comprovado!

Caminhada dos Castelos

Realizou-se em Outubro o desafio de referência da Associação de Fuzileiros no que diz respeito a Caminhada em Autonomia!

Partiram no sábado do Castelo de Palmela cerca de três dezenas de participantes que, por entre maravilhosas paisagens, percor-reram os 16 km do primeiro dia desta caminhada, repartida por duas fases: a primeira fase com o percurso de Palmela até ao Parque de Campismo dos Picheleiros e a segunda fase até ao Castelo de Sesimbra com aproximadamente a mesma distância!

Na totalidade, os participante realizaram cerca de 32 km em dois dias de trilhos e serras com paisagens motivacionais para voltar a repetir a experiencia em 2016!

O excelente convívio, o espírito de camaradagem e entreajuda levaram todos os atletas ao seu objectivo…

Saudações pedestres e até 2016!

Troféu 2015 FPT – Pistola de Recreio a 25 m

Na modalidade de Tiro de Recreio, e pelo 2.º ano consecutivo, a Associação de Fuzileiros obteve o 1.º Lugar em Equipas na Divisão de Homens Sé-nior e, em individual na mesma vertente, o 2.º Lugar da Geral ganho pelo atleta da AFz Hélder Gaspar!

Na mesma modalidade mas na Divisão Senhoras Sénior obteve o 3.º Lugar Individual a nossa atleta Elisabete Fernandes!

De salientar que a modalidade de Pistola de Recreio é a modalida-de com maior participação de atletas da Secção de Tiro da AFz e que tem permitido a evolução federativa dos mesmos. Constituiu a equipa da Associação de Fuzileiros, no ano de 2015, os Sócios Atletas João Pereira, Rui Rodrigues, Hélder Gaspar e João Luz! Parabéns a todos…

Troféu 2015 FPT Carabina de Recreio a 25 m

Na modalidade de carabina de Recreio, o nosso atleta Bruno Floriano destacou--se pelos excelentes re-sultados obtidos ao longo do ano que lhe valeram o 1.º lugar individual na Divi-são Homens Sénior (HS)!

Os nossos parabéns pelo ex-celente resultado final!

Com a entrada de mais um ano e com o objectivo de dar continuidade ao dina-mismo desportivo dos seu sócios, a As-

sociação de Fuzileiros apresenta o seu plano.As actividades previstas, pelo facto de serem realizadas ao ar livre, podem ser canceladas e/ou adiadas caso não se verifiquem condi-ções adequadas.A todos os possíveis interessados, recomen-da-se a consulta das condições de participa-ção publicadas na Internet (Site da Associação de Fuzileiros) nos 30 dias que antecedem o evento.

Actividades Desportivas para 2016

AFz - Planeamento Desportivo para 2016

MÊS ACTIVIDADE DATA MÁX. PARTICIPANTES

Março Escalada em Monsanto 13-03-2016 20 pessoas

Março Caminhada da Sexta-Feira Santa 25-03-2016 40 pessoas

Abril Machada em Orientação Desportiva 17-04-2016 10 Equipas - Máx. 5 pax

Maio Escalada em Monsanto 15-05-2016 20 pessoas

Junho Fim-de-Semana Campista 4/5-06-2016 60 pessoas

Julho Machada em Orientação Desportiva 17-07-2016 10 Equipas - Máx. 5 pax

Setembro Prova de Remo em Botes 10-09-2016 12 Equipas - Máx 7 pax

Outubro Caminhada dos Castelos 1/2-10-2016 30 pessoas

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cadetes do mar

36 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Os Cadetes foram recebidos na Escola de Fuzileiros pelo Se-nhor Oficial de Dia, que apresentou as boas vindas em nome do Comandante da Escola de Fuzileiros.

No período da manhã, deu-se início às actividades de Formação na área de Ciências Militares – Orientação. Começaram por apreender conhecimentos sobre o material necessário para a prática da Orientação desportiva; equipamento a utilizar, mapa/carta da região, cartão de controlo-balizas, alicate e a bússola.

Passaram depois à introdução aos pontos cardeais, à orientação da carta em função do norte magnético, ao estudo das escalas, à bússola, seu manuseamento e importância.

Foi-lhes também transmitido o significado das diversas cores nas cartas, que permite uma informação global e a identificação de acidentes característicos na área; vegetação, rede hidrográfica, zo-nas de cultivo, curvas de nível, falésias, etc.

Os Cadetes terminaram esta formação com um exercício prático onde colocaram no terreno os conhecimentos adquiridos, seguindo um percurso determinado, divididos em dois grupos, devidamente acompanhados pelos Formadores que os iam esclarecendo nas dú-vidas apresentadas.

Nas aulas da tarde, continuou-se na área de Ciências Militares. Os Cadetes dirigiram-se para o Museu do Fuzileiro onde, pela primeira vez, tiveram a oportunidade de conhecer a História dos Fuzileiros. A visita decorreu com o contacto visual de todo o acervo que ilustra o historial dos Fuzileiros e que se encontra exposto ao longo das diversas salas. Foi-lhas dada a conhecer a História dos Fuzileiros, legítimos herdeiros do Terço da Armada Real da Coroa de Portugal, criado em 1621, reinando em Portugal Filipe III e que, até aos dias de hoje várias foram as configurações e denominações que foram tendo ao longo das épocas.

O seu desempenho na defesa de Portugal foi diverso, salientando--se na defesa das Praças Fortes espalhadas pelo Mundo. No Medi-terrâneo na luta contra os franceses, holandeses e espanhóis. No Brasil notabilizaram-se em varias acções de combate, como em São Salvador, nas Guianas Francesas e no Uruguai, assim como na constituição do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Brasileira.

E, já no período de transição do séc. XIX para o séc. XX, quando a Europa inicia o seu processo de afirmação colonial em África, Portugal vê-se confrontado com a grande capacidade de potên-cias coloniais, como a França, a Inglaterra e a Alemanha, pelo que considerou necessário afirmar a presença nacional nos territórios que lhe tinham sido atribuídos naquele continente na sequência dos tratados de Berlim. Aí, os Marinheiros do Fuzil, integrados nos Bata-lhões Expedicionários e nas Companhias de Marinha, combateram em Angola, Moçambique e Guiné.

Mais recentemente em 1961, quando Portugal se vê envolvido em novo esforço de guerra em Angola, Guiné e Moçambique, então recriados pelo Almirante Reboredo e Silva, os Fuzileiros vestiram o camuflado para combaterem na selva, nos rios, nos montes, na savana, patrulhando os rios, desembarcando em botes e em lan-chas, efectuando golpes de mão a partir de Unidades Navais e de helicópteros, garantindo a segurança de instalações de Marinha, participando em combates de todos os tipos.

Na actualidade, em missões de apoio à Paz e nos diversos teatros de operações por todo o Mundo, os Fuzileiros são um corpo de elite que continua a manter a sua cultura expedicionária que tan-to honra Portugal. Na aula seguinte, na área de Cerimonial Naval, realizaram-se revisões das matérias de Ordem Unida.

No final foi distribuído a cada Cadete um trabalho à sua escolha, relacionado com um tema e destinado a ser apresentado no Dia do Cadete de Portugal, visando a sua Certificação.

José TalhadasSóc. Orig. n.º 95

Comte UCMF / Mestre da UCMF

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

3.ª Actividade14 de Novembro de 2015

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convívios

37O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Sábado, dia 06 de Junho de 2015, pelas 10 horas, reuniu-se mais uma vez a família dos Fuzileiros do DFE 9. Vindos das mais diversas regiões do país, a concentração teve lugar no

terminal dos barcos do Barreiro. O encontro anual, comemorou este ano os 44 anos da partida para a pro-víncia do Niassa (Moçambique).

Visitou-se de seguida o museu Alfredo da Silva – Quimigal, onde podemos relembrar o passado e verificar a grandiosidade da empresa CUF nos anos 70, ano de incor-poração de todos os grumetes que inte-graram a nossa Unidade.

De seguida fomos ao almoço na nossa As-sociação, onde os aperitivos e o repasto, apesar de bem servidos, nunca calaram as bocas e as recordações de toda a pas-sagem pelo Cobué , Magué-Velho, Metan-gula, Nampula ou outros tantos sítios por onde o DFE passou.

Passaram-se vários slides dos tempos vi-vidos no mato e aí chegámos à conclusão de que afinal éramos muito mais novos do que pensamos que seríamos. Foi, até ao fim, um mar de recor-dações, afinal todas boas, pois éramos novos de mais para ficar com mágoas e todas as patifarias feitas foram fruto da juventude.

Para avivar mais o já excelente convívio, tivemos a excelente actuação do Grupo de Cantares Alentejanos que interpretou seis excelentes trechos muscais do nosso Alentejo.

Por fim, o Imediato (Lhano Preto) recordou o excelente desem-penho de todos quantos pertenceram ao grupo durante toda a comissão, o elevado espírito de sacrifício e sentido do dever exis-tente bem como a forma voluntariosa e responsável como todas as missões foram cumpridas, resultando numa unidade que o IN sempre respeitou.

Cortou-se o bolo de aniversário, sempre bonito e ergueram-se as taças com o espumante e, como não podia deixar de ser, no-meou-se o “Portalegre” para que o novo ano tenha a continuidade devida.

Nestes encontros há sempre muito a dizer, não há pressa, a con-fraternização e a alegria contagiam todos mesmo quem não per-tence ao grupo. Só o Mário Gonçalves é que tem horas marcadas, já que é o mordomo do ano e tem compromissos assumidos e, por isso, passou o dia numa lufa-lufa para que se cumprisse o programa.

Mas ficou de parabéns o Mário Gonçalves que incansavelmente se esforçou para que o evento tivesse tido o sucesso que foi re-conhecido por todos.

Para os anos vindouros contamos dizer “PRESENTE” já que o nosso lema não pôde ser quebrado “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9

Moçambique 1971/74

6 de Junho de 2015

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convívios

38 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 7 de Novembro de 2015 reuniu o DFE 12 para celebrar o 48º Aniversário da sua comissão na Guiné que decorreu de 1967 a 1969.

Como vem sendo habitual esteve connosco a senhora D.ª Conceição Rebordão de Brito, viúva do saudoso comandante Rebordão de Brito que desempenhou as funções de 3.º oficial do Destacamento e a senhora D.ª Odete Abreu, viúva do muito estimado comandante Benjamim Abreu que desempenhou as funções de 4.º oficial.

A estas senhoras o nosso muito obrigado por mais uma vez terem estado neste nosso convívio.

As comemorações deste ano de 2015 decorreram em Verdelha do Ruivo, Vialonga, no Restaurante “TIALBERTO”. O almoço decorreu com a alegria espontânea e natural neste tipo de encontros que servem sempre para relembrar tempos de grandes dificuldades mas também de grande camaradagem e amizade.

Volvidos 48 anos sobre a comissão de serviço na Guine e após 38 encontros consecutivos, o espirito do DFE continua forte , fazendo juz à memória de todos os que estiveram connosco e que entre-tanto nos deixaram mas que nunca esqueceremos.

Estiveram presentes também os seguintes oficiais: o Comandante, Fernando Gomes Pedrosa e o Imediato, Serradas Duarte.

Até para o ano!

Manuel Francisco da Silva RamosSócio n.º 90

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12

Guiné 1967/69

7 de Novembro de 2015

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39O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Como se de um click se tratasse, busca de contactos e men-sagens circularam. O Ponto de Reunião dos jovens oficiais que comandaram vários escalões de combate do Batalhão,

foi o Clube Militar Naval, pelo jantar de 25 de Novembro passa-do. As presenças foram em número bem promissor para futuros encontros. Como alude a data, a maioria reviveu factos ocorridos antes e depois de Novembro de 75, ainda com extrema frescura de memórias, memórias que irão desaparecendo, caso não passem ao papel. Ao tempo, o Batalhão sedeava-se na Escola de Fuzilei-ros, numa região onde o campo político dominante, digamos as-sim, era assumido pelo PCP, porém, cada vez mais disputado por partidos da chamada extrema-esquerda (maoísta e não maoísta).

Ao tempo, ainda, as missões das unidades militares passavam por grande intervenção nos domínios da segurança interna e do foro público. Escalões de combate do Batalhão reforçaram dis-positivos de segurança aos julgamentos em tribunais da região (chegando a evitar o linchamento de cidadãos não sentenciados) e de um nú-mero considerável de áreas e pontos entendidos como sensíveis; apoiaram em situações de grande emergência civil (cheias do Tejo,

do Mondego e do Douro e durante a ocupação de um bairro com cerca de 1.600

alojamentos familiares de carácter social na Moita do Ribatejo, por portugueses

acabados de chegar dos territórios além-mar, muitos ainda não concluídos, mas

todos já entretanto atribuídos a famílias carenciadas da região); cumpriram tarefas de protocolo e de aprontamento no âmbito das Forças Ar-madas.

Como bem retrata Pedro Castanheira, na Revista do Expresso de 28 de Novembro passado, as iniciativas revolucionárias desenca-deavam-se então ao minuto, numa complexa mistura político-mi-litar fugindo, invariavelmente, ao controlo militar e das estruturas partidárias melhor constituídas. Eram uma coisa anarquicamente bem organizada, conduzindo a muitas situações nas quais, ape-nas por milagre, se não registaram vítimas ou mesmo males de enorme dimensão.

Factos como: alterar a fórmula do juramento de bandeira, fazê-lo de punho fechado, convencer o comandante de uma unidade a proferir um discurso não por si elaborado, discutir em assembleia o cumprimento das missões atribuídas, consubstanciaram situa-ções impensáveis de se verificarem nas Unidades de Fuzileiros.

Encontro de Oficiais 1.ª Guarnição do Batalhão de Fuzileiros N.º 2

25 de Novembro de 2015

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40 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Para nós, no BF2, o cumprimento das missões estava facilitado. Não existia qualquer tipo de dúvida. Estávamos indelevelmente vinculados à nossa linha de comando. Ordens recebidas, seriam ordens cumpridas. As dificuldades seriam resolvidas nos teatros operacionais como sempre aconteceu, com saber, sentido da dis-ciplina, partilha de esforço, audácia táctica e bom senso.

Foi com este entendimento, com esta disciplina impulsionadora de vontade de fazer que o BF 2, como um todo, se pode orgulhar, hoje, de dois factos extremamente simples, porém de muito ele-vado valor e significado à época:

• Primeira unidade militar, pós 25 de Abril, a cumprir honras protocolares com o uniforme principal do ramo (3.ª A ou 5ª A e

equivalentes para sargentos e praças). Então, constituía norma o uso do uniforme camuflado para todos os Ramos provocando, numa

ou outra situação e à falta de fornecimento de alguns artigos, que a força desfilasse com a tenebrosa, por desconfortável, camisola de gola alta camuflada, com manga arregaçada, a substituir o dólmen (??!!), bem pior do que em muitos países do chamado 3º mundo ;

• Primeira unidade das Forças Armadas, dita especial, a intervir num exercício conjunto com a Força Aérea, segundo um ce-nário forjado de aplicação militar clássica. Navios, lanchas de desembarque, botes de assalto, viaturas blindadas, helicópte-ros, viaturas pesadas, médias e ligeiras, mergulhadores e uma unidade de apoio de praia, interpretaram no terreno os princí-pios da doutrina da guerra anfíbia, estudados entusiasticamen-te pela sentida responsabilidade de dizer presente, deixados que foram os cenários de guerra africanos (o maior problema para os intervenientes, recorde-se, foi manobrar com capacetes de combate de fer-ro, utilizados na 2.ª GG e que, ao 2.º dia de manobra, começavam a afectar a

capacidade de juízo rápido das situações, como se impunha).

No tempo consignado ao discurso de encerramento do encontro, o Comandante Carreiro e Silva recordou o Cmg Oliveira Monteiro, primeiro Comandante do Batalhão, já falecido, e reuniu os pre-sentes numa calorosa e sentida manifestação de afecto.

Até à próxima, camaradas e Amigos

Anotação: O BF 2, sob o comando inicial dos então, CTEN Oliveira Monteiro e 1TEN FZE Carreiro e Silva como 2.º Cmdt, organizou-se em torno das CF 1 (1TEN FZE Brazão, 2TEN FZE L. Preto, STEN’s FZ Simões, Chagas, Raposo e Gil, ) e CF 8 (1TEN FZE Rezende, 2TEN SEF Mesquita, Correia, Hermenegildo, Trigoso, Pereira e Pinheiro). A CF 5 (1TEN FZE Mateus, 2TEN FZE Passeira, STEN’s Moura, Sousa, Gois) foi integrada no Batalhão em Dezembro de 75. Depois, num curto período de destacamentos e incorporações, o 1TEN FZE Brazão assumiu o cargo de of ops, o 2TEN S. Duarte de of Log e o 1TEN FZE L. Preto de Cmdt da CF 1; o CTEN FZE Carreiro e Silva assumiu o cargo de Cmdt do Batalhão, o 1TEN FZE Rezende os cargos de 2.º Cmdt e of ops, os 2TENs Abreu e Chagas de oficiais imediatos da CF 8 e CF 1, respectivamente; os TEN’s L. Serra, C. Evangelista Coelho, Dias da Silva, Riachos, entre outros, assumiram cargos nas CF´s ou no estado--maior do Batalhão.

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1.º Curso de Formação Técnica FZ 1981/198234.º Aniversário

28 de Novembro de 2015

No passado dia 28 de Novembro de 2015, o 1.º Curso de Formação Técnica FZ (CFT/FZ 1981/82) – Voluntários – comemorou o 34º aniversário da sua Incorporação.

Do programa das comemorações, que tiveram lugar na zona do Barreiro, salientam-se os seguintes eventos:

– Cerimónia de homenagem aos Fuzileiros que já partiram, com a colocação de uma coroa de flores junto ao Monumento.

– Descerramento de placa alusiva à data.

– Visita ao Museu do Fuzileiro.

– Almoço no restaurante da Associação de Fuzileiros.

Na Escola de Fuzileiros o curso foi recebido pelo Director Técni-co–Pedagógico, CFR FZ Pinto Conde, em representação do Co-mandante da EF, saldando-se o encontro por um salutar convívio entre Fuzileiros, pleno de emotivas recordações e de muita ca-maradagem.

Duarte RodriguesSMOR FZ

RECOMENDAÇÕES/INFORMAÇÕES/PEDIDOS da Direcção

Endereços Electrónicos

A Direcção Nacional da AFZ solicita a todos os Sócios que possuam endereços electrónicos (email) o favor de os remeterem ao Secretariado Nacional ([email protected]) para facilitar as comunicações/informações que se pretende assumam a natureza de constantes e permanentes. É também importante que os sócios mantenham actualizados os seus contactos, as suas moradas, telefones e telemóveis. Assim, estarão os Sócios sempre informados, em tempo quase real, de todas as regalias de que poderão usufruir, bem como das datas e locais dos convívios e eventos, da iniciativa da Associação ou dos Associados.

Documentos de despesa com saúde

A Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

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convívios

42 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

O primeiro Curso deSargentos do Complemento (FZE)

Fevereiro – Setembro 1974

Eramos todos muito novos, tão novos que, ao recebermos em casa um pa-pelito que nos obrigava compulsiva-

mente a comparecer na 3.ª repartição da Armada, em Alcântara, na manhã fria de 20 de fevereiro de 1974, ainda julgávamos que a Sagres, ou uma fragata qualquer, se-ria o nosso destino.

Os quinze estavam completamente enga-nados!

Dentro de um pequeno autocarro veio o esclarecimento necessário pela voz altito-nante do sargento “Zé Correia”:

– Embarquem na carrinha depressa que Vale do Zebro está à espera.

O nome desse sítio desconhecido, proferi-do por aquela figura carregada de doura-dos, traçou-nos um destino.

Escolhidos dentre 350 mancebos, duran-te uma semana de testes, estes quinze rapazes davam os primeiros passos para serem Fuzileiros Especiais formando o pri-meiro Curso de Formação de Sargentos do Complemento (CFSC).

Com brio, todos eles saíram FZE e rece-beram as suas boinas em setembro desse ano (33.º de Especiais). Logo a seguir veio um segundo e último curso de 5 elemen-tos, tendo dois deles sido dados como in-capazes.

Volvidos 40 anos pensamos que, devido à singularidade do mesmo, a sua história deveria ser lembrada na nossa Revista. Te-mos lutado para que uma foto nossa figure num canto do museu mas, até hoje, sem qualquer resultado.

Voltando ao curso:

Foram atribuídos como responsáveis do 1.º CFSC os seguintes elementos instruto-res: 1TEN António “Toni” Caeiro Martins, o 1SARG José Correia e o CB Manuel Rosário Dias.

De caras fechadas e ar de poucos amigos ensinaram-nos tudo o que tínhamos que saber, a bem ou a mal! Nada disso nos prejudicou ou causou maleitas que o mer-curocromo não fosse capaz de tratar.

Habituados a uma vida civil prazenteira, ra-pidamente percebemos que tínhamos que “arranhar” e que o “meter o pé na argola” saía-nos muito caro.

Após aqueles terríveis sete meses tínha-mos ali três excelentes amigos, três novos familiares.

O 25 de abril, desse ano, veio alterar o nos-so futuro imediato. Destinados, na maioria, a uma rendição individual num qualquer Destacamento, vimos a possibilidade de acabarmos o nosso tempo de Marinha sem mais nenhum furo no corpo além daqueles com que tínhamos nascido…

Grumetes na segunda-feira, marinheiros na terça, cabos na quarta e sargentos

antes do fim de semana, como consta em todas as nossas cadernetas.

Assim foi a nossa rápida ascensão.

Fardas novas feitas por medida na Cordoa-ria, depressa tínhamos esquecido o “tacho e o alcache”. Tão belo aparato destacava--se em qualquer passeio pela baixa pom-balina.

Cinco (4?) de nós ainda veriam o fim do “império africano” em Angola, numa es-pécie de 1/4 de comissão, integrados num último destacamento. Os outros seriam distribuídos pelos diversos serviços da Es-cola de Fuzileiros.

Ao chegar a hora de partir e apesar de alguns quererem ficar, todos fomos para casa compulsivamente ao fim de quatro anos.

As justificações foram várias mas das quais se destaca a vontade ou imprepara-ção da Marinha em acomodar ou adaptar o nosso posto ao “quadro”.

Salientamos o facto de nos termos aper-cebido desde o primeiro dia e apesar de este curso estar pensado já em 1969, de uma certa lateralidade com que eramos encarados.

Aqui fica a história de um pequeno grupo de homens que, em determinada altura da sua vida, passaram por uma grande “Es-cola”.

Ficámos todos irmãos.João Freitas Sócio n.º 2225

40 anos depois... todos menos o Peres

Lista dos quinze elementos do 1º C.F.S.C.

5001/74 – Pedro Lourenço Jorge (o chefe!)

5002/74 – Jorge Rosa Aguiar

5003/74 – Fernando Aparício Cardoso

5004/74 – Cesar Maurício

5005/74 – Custódio Brandão Gilde

5006/74 – Jorge Emídio Pimentel (falecido)

5007/74 – João José Costa Freitas

5008/74 – José Manuel Campos Silva

5009/74 – Carlos Manuel Quintas

5010/74 – João Padilha Valente

5011/74 – Rui Luis Moreira

5012/74 – Rui Noronha Peres (falecido)

5013/74 – Adelino Isidro Belo Martins

5014/74 – Joaquim Mendes Alves

5015/74 – Fernando Vilar Rodrigues

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associação de fuzileiros

43O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Ao longo de cada ano a Associação de Fuzileiros desenvolve um sem número de actividades de índole di-

versa sem que, por vezes, tal seja notado. São actividades de toda a ordem, suporta-das pelos seus estatutos e regulamentos, e que seria fastidioso estar aqui a enume-rá-las na sua totalidade.

No entanto, e só para que tenhamos uma ideia muito geral e sem pretendermos ser exaustivos, entendemos por bem dar nota das que envolvem directamente pessoal e meios da Associação de Fuzileiros e das suas Delegações.

RESUMO CRONOLÓGICO DE ACTIVIDADES E REPRESENTAÇÕES2015

Dia Cerimónia/Evento Local Obs:

17-Jan-15 Cada História tem o seu Fado Sede AFZ Todos

17-Jan-15 Cadetes do Mar Esc. Fuzileiros Carrinha

23-Jan-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

31-Jan-15 Matança do Porco Delegação de Juromenha/Elvas Juromenha Carrinha

31-Jan-15 Funeral Cabo FZE José Santos Sócio n.º 2159 Lavradio AFZ

2-Fev-15Rotunda de ElvasReunião com Presidente da CM Elvas

Elvas DFZJE

09-Fev-15 Reunião Presidente da CM do Barreiro BarreiroConvite Aniversário da AFZ

Travessa 9 de Abril

14-Fev-15 Cadetes do Mar Escola de Fuzileiros Carrinha

14-Fev-15Descerramento Lápide (727/64 1.º Grt FZE Fran-cisco Guerreiro da Costa DFE 13)

Aldeia do Rosário Almodôvar Guião/Gonçalves

20-Fev-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

22-Fev-15 40.º Aniversário do Clube de Sargentos da Armada Sede Social - Alfama Presidente

06-Mar-15 Visita à AFZ do Cte da UMD AFZ Direcção/Cte UMD

07-Mar-15 Reunião Conselho de Veteranos Sede AFZ Veteranos

12-Mar-15 Tomada de Posse Órgãos Sociais do CMN Lisboa Presidente

14-Mar-15 Cadetes do Mar Escola de Fuzileiros Carrinha

14/15-Mar-15 Orientação Desportiva (DMALD - AFZ) Mata da Machada Carrinha

16-Mar-15 Funeral Cte Centeno – Delegação do Algarve Tavira DFZA

20-Mar-15Assinatura protocolo comInstituto Médico & Dentário do Barreiro

Sede AFZ AFZ

20-Mar-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

28-Mar-15 Assembleia Geral Sede AFZ Todos

03/Abr-15 Caminhada 6.ª Feira Santa (DMALD - AFZ) Arrábida DMALD

08-Abr-15 Cadetes do Mar (Instrução com Guião) Rio Maior Guião

09-Abr-15Dia do Combatente (Centenário da Grande Guerra – La Lys)

Batalha Presidente/Grupo de Sócios

09-Abr-15Dia do Combatente (Centenário da Grande Guerra – La Lys)

Elvas DFZE

Actividades da Associação

de Fuzileiros

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44 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

RESUMO CRONOLÓGICO DE ACTIVIDADES E REPRESENTAÇÕES2015

Dia Cerimónia/Evento Local Obs:

11-Abr-15 IV Aniversário Delegação do Algarve PortimãoPresidente/Vice-Presidente/

Sócios

16-Abr-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

18-Abr-15 Cadetes do Mar – Escolas de Tecnologia Navais Alfeite Carrinha

21-Abr-15 Reunião Esc.Fuz. (Dia do Fuzileiro) EF Vice-Presidente /Secretário

23-Abr-15 Almoço na AFZ Ex-CEMA/Pres. CMB AFZ Direcção

23-Abr-15 Reunião Cte dos Bombeiros “Salvação Pública” Sede AFZ Secretário

25-Abr-15 RAPPEL Arrábida/Sesimbra DMALD

02-Mai-15 Cada História tem o seu Fado Sede AFZ AFZ

03-Mai-15 Almoço Núcleo de TOMAR Tomar Presidente

05-Mai-15 31.º Aniversário do Clube de Sargentos Feijó AFZ

07-Mai-15Sessão Lançamento Medalha ComemorativaDia da Marinha

Clube Militar Naval Presidente

07-Mai-15 Visita à AFZ do Cte CFR FZ Mariano Alves AFZ Vice-Presidente

08-Mai-15 Lançamento do livro de (Cdt Teixeira da Silva) Sede AFZ Todos

09-Mai-15 Cadetes do Mar Museu da Marinha UCM

15-Mai-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

16/17-Mai-15 Torneio de Tiro de Pistola em PPC e P25 CEFA DMALD

23-Mai-15 2.ª Prova do Trofeu FPT com arma Curta de Recreio CEFA DMALD

24-Mai-15 Dia da Marinha Terreiro do Paço Presidente

25-Mai-15Reunião com a C.M. BarreiroPresidente Vereadora R. Janeiro

Sede AFZ Presidente

30-Mai-15 RAPPEL Sesimbra DMALD

31-Mai-15 Banco Alimentar Portimão/Faro DFZA

6/7-Jun-15 Fim-de-semana campista Instalações de Troia DMALD

10-Jun-15 Dia de Portugal - Oficial Lamego Presidente

10-Jun-15 Dia de Portugal Lamego Delegação do Douro Litoral

10-Jun-15 Dia de Portugal – Veteranos Belém - Lisboa AFZ

10-Jun-15 Liga dos Combatentes - Homenagem Santarém Direcção

10-Jun-15 Liga dos Combatentes - Caminha Sócio n.º 2003

13-Jun-15 Aniversário da Delegação de Juromenha/Elvas Juomenha Gonçalves/Sócios

13-Jun-15 “Amphibiachallenge” Escola de Fuzileiros DMALD

13-Jun-15Botes/Descida do Rio DouroDelegação Douro Litoral

Gaia/Porto DFZDL

13-Jun-15Liga dos CombatentesHomenagem ao Fuzileiro Manuel dos Santos Barraca

Cantanhede - Covões Sócio n.º 1840

19-Jun-15 Reunião de Direcção AFZ Direcção

20-Jun-15 Encontro Anual de Praças BNL Ass. Praças

20-Jun-15 Liga dos Combatentes - Lixa Lixa DFZDL

21-Jun-15 Tiro da Ass. de Fuzileiros - Sar. Mandaíl Carreira de Tiro do CEFA DMALD

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45O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

RESUMO CRONOLÓGICO DE ACTIVIDADES E REPRESENTAÇÕES2015

Dia Cerimónia/Evento Local Obs:

26/27-Jun-15 Passeios de Canoa e Kayak no Alqueva Juromenha DFZJE

28-Jun-15 Liga dos Combatentes – Lourinhã Lourinhã AFZ

04-Jul-15 Dia do Fuzileiro Escola de Fuzileiros Direcção

15-Ago-15 Inauguração do Museu na Relva Castro D´aire Vice-Presidente

21/30 - Ago-15 Fatacil Lagoa DFZA

23-Ago-15 23º Aniversário Liga dos Combatentes A-dos-Cunhados AFZ

26-Ago-15Funeral Dr. Marques Pintosócio n.º 221 – Vice Presidente

Lisboa/Alto S. João AFZ

02-Set-14 Funeral Raul Viegas, sócio n.º 514 Barcarena AFZ

04-Set-15 Reunião de Direcção Sede Direcção

05-Set-15 Inauguração Monumento Liga dos Combatentes Vila Franca de Xira AFZ

06-Set-15 Descida do rio Arade Portimão DFZA

09-Set-15Funeral CMG REF (FZE) Manuel de Ribeiro Melo e Cunha

Setúbal AFZ

12-Set-15 Prova de Botes Rio Coina Escola de Fuzileiros DMALD

13-Set-15 Cerimónia Combatentes do Ultramar Felgueiras DFZDL

19-Set.15 Cadetes do Mar Escola de Fuzileiros Carrinha

20-Set-15 F. S. Mateus – Procissão dos Pendões Elvas AFZ/DFZJE

20-Set-15 Reunião de Delegações Juromenha Direcção – Carrinha

20-Set-15Inauguração do Monumento aosAntigos Combatentes

Ribamar/Lourinhã AFZ

22-Set-15 Exercício INFOEX 15 CCF AFZ

22-Set-15Funeral do CMG REF Fernando Sanches Oliveira sócio n.º 706

Alto S. João AFZ

29-Set-15 Reunião de Direcção Sede AFZ AFZ

3/4-Out-15 Caminhada dos 3 Castelos Palmela/Sesimbra AFZ/Carrinha

10-Out-15 Cadetes do Mar Escola de Fuzileiros Carrinha

18-Out-15 Funeral do CALM CAP REF Manuel da Costa Amorim Esposende AFZ - Lisboa

22-Out-15 Funeral do Cte Sanches de Oliveira Alto S. João Flores/Guião

23-Out-15 Entrega de Comando da Escola de Fuzileiros Escola de Fuzileiros Direcção

27-Out-17 Funeral do CMG REF Luís Manuel de Medeiros – Envio de Informação

03-Nov-15 Reunião de Direcção Sede AFZ Direcção

11-Nov-15Cerimónia comemorativa 97.º Aniversárioda I Grande Guerra

Museu do Combatente Presidente - AFZ

14-Nov-15 Cadetes do Mar Escola de Fuzileiros Carrinha

17-Nov-15 Comemoração do 149.º Aniversário do CMN Clube Militar Naval Cte Ruivo

21-Nov-15 Noite de Fados – Delegação do Algarve Portimão DFZA

23-Nov-1540.º Aniversário da Fundação da Associação de Comandos

Lisboa Vice-Presidente

24-Nov-15 Reunião na CMB - Festas do Barreiro 2016 Barreiro Manuel Conceição

28-Nov-15 Cerimónia de entrega de prémios - Troféus FPT Carreira de Tiro JAMOR Sec.Tiro - AFZ

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46 O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

A VOSSA ASSOCIAÇÃOVIVE DAS VOSSAS QUOTAS

Prezados Camaradas:Pela estima que temos por todos os Sócios, Fuzi-leiros ou não, aqui estamos de novo, a dizer-vos quanto é importante, a Vossa participação.Todos somos herdeiros de um património de que nos orgulhamos. Mas, para que tenhamos condi-ções de levar em frente a tarefa a que nos pro-pusemos, é determinante podermos contar com a quotização de todos nós, desta grande Família que, à volta da sua Associação, se vai juntando. Temos a consciência de que o atraso no pagamen-to de quotas pode ter várias leituras, quiçá “ra-zões” diversas, algumas das quais evidentemente ponderosas. Porém, para todas elas haverá uma solução desde que, em conjunto, nos dispusermos a resolver o problema. Esperamos pela vontade e disponibilidade desta família de Fuzileiros, no sentido de ultrapassarmos esta dificuldade já que as portas da Associação e a dos membros da sua Direcção estão permanente-mente franqueadas.Pensamos que uma das razões, de menor impor-tância, porque alguns sócios têm as suas quotas em atraso será por puro esquecimento. Para obstar a que o quantitativo das quotas se acumule aconse-lhamos e incentivamos a que optem pelo débito, em conta bancária, de 6 em 6 ou de 12 em 12 meses.Já pensaram que o valor de um ano de quotas representa apenas cerca de quatro cafés por mês? Por razões de custos – e desta vez será em de-finitivo – vamos suspender o envio da revista “O Desembarque”, que custa muito dinheiro à Asso-ciação, para os camaradas sócios com quotas em atraso por período superior a um ano.Solicitamos a todos os Sócios que preencham o impresso para autorização de pagamentos das quotas por débito bancário, sistema que é muito mais cómodo e evita o pagamento de quotas acu-muladas.

NIB da AFZ0035 0676 0000 8115 8306 9 (CGD)

Informem-se junto do Secretariado Nacional (tel.: 212 060 079, telem.: 927 979 461, email: [email protected]) Consideramos ser este um acto de justiça, uma vez que os que assiduamente pagam não devem suportar as despesas dos que não pagam.Cordiais e amigas saudações associativas.

A Direcção Nacional

RESUMO CRONOLÓGICO DE ACTIVIDADES E REPRESENTAÇÕES2015

Dia Cerimónia/Evento Local Obs:

28-Nov-15 Funeral do Sócio n.º 74 Joaquim Águas Portimão DFZA

04-Dez-15 Reunião de Direcção Barreiro Direcção

04-Dez-15 Funeral Sócio n.º 390 Pinto Machado Porto AFZ/DFZDL

05-Dez-15 Aniversário Deleg. Douro Litoral V. N. Gaia Carrinha

07-Dez-15Entrega de Comando do Departamento Marítimo do Norte

Porto Presidente

12-Dec-15 Almoço de Natal da Associação Fernão Ferro Grupo de Trabalho – Todos

19-Dez-15 Jantar de Natal da DFZA Olhão DFZA

DFZDL – Delegação da Associação de Fuzileiros do Douro Litoral; DFZJE – Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas; DFZA – Delegação da Associação de Fuzileiros do Algarve; DMALD – Divisão de Marinha e das Actividades Lúdicas e Desportivas

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obituário

47O DESEMBARQUE • n.º 23 • Março de 2016 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Assinatura Anualda Revista

Nome do sócio N.º 2016

Vítor Porto 1706 10,00 €

Martinho dos Santos Alves 1837 15,00 €

Diamantino Rodrigues 1887 10,00 €

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

Carlos Alberto Bernardo 680 20,00 €

Manuel Pimentel Moreira 2337 70,00 €

Jerónimo Rocha 1359 20,00 €

Henrique Manuel Fernandes 2398 10,00 €

João Lopes Leal 1943 10,00 €

José Silva Luís 1627 5,00 €

Joaquim Simões Pereira 1816 3,00 €

António Maria Esperança 479 20,00 €

Adelino Pereira 2476 10,00 €

Hélder Pacheco 2149 10,00 €

António Lima Pacheco 816 10,00 €

José Manuel Carvalho 34 40,00 €

Novos SóciosNome do sócio N.º

Luís Filipe Brito Ferreira 2461

António José C. Alfinete Peregrino 2462

Luís Miguel Raimundo Pires 2463

António José Ferreira Lopes 2464

João Manuel Oliveira Passos 2465

Daniel Dias Azaredo 2466

Alexandre Herculano Campos Neto Serrão 2467

Alberto Sobral de Figueiredo 2468

Manuel José da Silva Gomes Lima 2469

João Manuel Afonso Lourenço 2470

Fernando de Almeida Maia 2471

Tiago dos Santos Ramos Correira 2472

Vitor Luís da Silva Dores 2473

António Manuel da Luz Carapinha 2474

Carlos Alberto Silva 2475

Adelino Pereira 2476

Pedro Pereira Santos Andrade Gomes 2477

José dos Santos Ribeiro 2478

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

João Miguel MirassolSócio n.º 103 – 1.º MAR FZ05/11/1947 a Outubro/2015

Fernando Sanches de OliveiraSócio n.º 706 – CMG REF

25/03/1943 a 21/10/2015

Joaquim ÁguasSócio n.º 74 – 1.º GR FZ

25/01/1944 a 27/11/2015

Manuel Maria de Menezes Pinto Machado

Sócio n.º 390 – CTEN M/FZE16/11/1943 a 03/12/2015

Ilídio Joaquim Portas Serrano Sócio n.º 80

18/03/1939 a 12/12/2015

Salvé 25/12/2015

Venho por intermédio deste simples postal desejar um Feliz Natal e um próspero Ano Novo a todos os Fuzilei-ros e famílias e muito especialmente aos antigos Fuzileiros Especiais e fa-mílias do 3.º Dest. Angola 62-63-64 e 12.º Dest. Moçambique 65-66-67 do amigo e ex-Fuzileiro Especial 7457, o “Porto”.

PS.: Junto envio 100 euros para pagar as quotas para 2016 e o restante para o que for necessário para a Associa-ção. Gostaria se possível num próximo número de “O Desembarque” pudes-sem publicar o meu n.º tel. no caso de algum antigo fuzo do 3.º Dest. de Angola dos anos 62-63-64, comanda-do pelo Tenente Helder Viegas, (querer contactar) pois encontro-me na Córse-ga depois (de) 40 anos. Meus n.ºs são: 0033 612 173 846, 0033 420 014 638.

Minhas cordias saudações

Manuel José Pimentel Moreira

(ass.)

Do nosso associado Manuel José Pi-mentel Moreira, sócio n.º 2237, rece-bemos o seguinte apelo:

Adelino Joaquim ManguinhasSócio n.º 1967 – 1.º GR FZ 17/05/1948 a 01/02/2016

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