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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMILIA ANDRÉIA JULIÃO FRANÇA GRAEFF A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE NA REDE BÁSICA DO MUNICIPIO DE ROCHEDO/MS CAMPO GRANDE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMILIA

ANDRÉIA JULIÃO FRANÇA GRAEFF

A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA

HANSENÍASE NA REDE BÁSICA DO MUNICIPIO DE ROCHEDO/MS

CAMPO GRANDE

2011

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ANDRÉIA JULIÃO FRANÇA GRAEFF

A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA HANSENÍASE NA

REDE BÁSICA DO MUNICIPIO DE ROCHEDO/MS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduação à nível de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.

Orientador (a): Rosemarie Dias Fernandes da Silva

CAMPO GRANDE

2011

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DEDICO ESTE TRABALHO AOS MEUS PAIS, AO MEU ESPOSO E AMIGOS, COMPANHEIROS DE TODAS AS HORAS.

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AGRADECIMENTOS

AO MEU ORIENTADOR QUE ME AUXILIOU EM TODAS AS ETAPAS DESTE

TRABALHO, DEDICOU SEU TEMPO PARA MINHA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.

AOS AGENTES COMUNITÁRIOS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMILIA

NOVA CORUMBÁ/CORUMBÁ-MS: ADRIANA, CRISTIANE, KELLI, RAFAEL E

TATIANI QUE NÃO MEDIRAM ESFORÇOS PARA AUXILIAR NA MINHA

FORMAÇÃO EM SAÚDE DA FAMILIA, MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS.

A SECRETARIA DE SAÚDE DO MUNICIPIO DE ROCHEDO/MS.

AOS MEUS FAMILIARES, EM ESPECIAL AO MEU ESPOSO ADRIANO QUE

COMPREENDEU MEU TEMPO DEDICADO AOS ESTUDOS.

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RESUMO

Trata-se de um estudo de Implementação do Programa de Controle da Hanseníase no município de Rochedo/MS.A hanseníase é uma doença infecciosa, dermatoneurologica, transmitida por vias aérea superiores, causada por um bacilo álcool-acido-resistente, conhecido por Mycobacterium leprae.Nos últimos dez anos através de dados do SINAN (Sistema de Informações de Agravos e Notificações), o município de Rochedo tem mantido a prevalência em níveis baixos, onde foi detectado um caso por ano. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a meta de controle da hanseníase é a prevalência a menos de um caso a cada dez mil habitantes. O município de Rochedo tem menos de cinco mil habitantes, portanto intensificar as ações de controle da hanseníase faz parte do Plano Municipal de Saúde, onde o objetivo do município é aumentar o percentual de cura nos coortes de casos novos de hanseníase a cada ano. A participação das Equipes de Saúde da Família no controle desta doença, através de um olhar multidisciplinar favorecerá a detecção precoce de casos novos, o acompanhamento deste paciente e de seus comunicantes, favorecendo a cura desta doença que existe há muitos anos e que ainda é carregada por preconceitos e estigmas e causa sérios danos aos seus portadores.

Palavras-chave: Hanseníase. Saúde da Família. Implementação.

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ABSTRACT

It is a study of the Implementation Program for Leprosy Control in the city of Rock/MS. Leprosy is an infectious disease, dermatoneurological, transmitted by the upper airways, caused by an acid-fast bacilli-resistant, known as Mycobacterium leprae. In the last ten years through data SINAN( System Diseases Information and Notices), the city of Rock has kept the prevalence at low levels, which were detected one case per year.According to WHO( World Health Organization) the goal of control is the prevalence of leprosy to less than once case per ten thousand inhabitants. The city of Rock is less than five thousand inhabitants, therefore intensify efforts to control leprosy is part of the municipal health plan, the municipality where the goal is to increase the cure rate in the cohorts of new leprosy cases every year.The participation of the Family Health Teams in controlling this disease through a multidisciplinary look foster early detection of new cases, follow-up of this patient and their close, favoring the cure of this disease that has existed for many years and is still loaded by prejudice and stigma and causes serious damage to its carriers.

Keywords: Leprosy. Family Health. Implementation.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................07

2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................09

2.1 HANSENÍASE COMO PROBLEMA DESAÚDE PÚBLICA..........................................09

2.2 A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DA FAMILIA NO CONTROLE DA HANSENÍASE..........................................................................................................................11

3 OBJETIVOS.........................................................................................................................15

4 METODOLOGIA................................................................................................................16

5 DESENVOLVIMENTO......................................................................................................17

5.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA OS AGENTES COMUNITARIOS DE SAÚDE.....................................................................................................................................17

5.2 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO......................................................................................18

5.3 SELEÇÃO DE ATIVIDADES- PLANO DE AÇÃO.........................................................19

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................22

7 REFERÊNCIAS...................................................................................................................24

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1 INTRODUÇÃO

A Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, infecciosa, dermatoneurológica,

causada pelo Mycobacterium leprae, que é um bacilo álcool-ácido resistente, em forma de

bastonete. Devido sua alta infectividade tem a capacidade de infectar grande número de

indivíduos, no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); propriedades essas que não

são em função apenas de suas características intrínsecas, mas que dependem, sobretudo, de

sua relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.

Quando não tratada adequadamente pode levar a incapacidades físicas.

O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da

análise da história e condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico, para

identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de

nervos periféricos (sensitivo motor e/ou autonômico).

O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras

doenças curáveis. Se vier a causar impacto psicológico, tanto a quem adoeceu quanto aos

familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada

pela equipe de saúde, que permita a aceitação do problema, superação das dificuldades e

maior adesão aos tratamentos. Essa atenção deve ser oferecida no momento do diagnóstico,

bem como no decorrer do tratamento da doença e, se necessária, após a alta. (Ministério da

Saúde, 2009).

A implantação do Programa de Controle da Hanseníase (PCH) na Atenção Primária a

Saúde é uma das principais estratégias para o controle da doença.

Segundo IBGE (2010) o município de Rochedo possui 4.928 habitantes, sendo que

58,6% (2.889 pessoas) residem na área urbana e 41,4% (2.039 pessoas) residem na área rural.

Desta população 2.573 são do sexo masculino (52,2%) e 2.355 do sexo feminino (47,8%).

A primeira Equipe de Saúde da Família foi implantada em abril de 2000(equipe urbana) e

a segunda equipe foi implantada em julho de 2005(equipe rural), ao todo o município possui

12 ACS.

O setor de saúde da cidade estrutura-se, segundo a atenção primária, composto por 02

unidades de saúde da família (urbano e rural) e 01 unidade ambulatorial de saúde, com

profissional médico generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou ainda por pessoal de

nível médio e agentes comunitários de saúde.

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Quanto às ações de controle da Hanseníase nas UBSF, verificamos que os serviços de

saúde não estavam realizando atividades de acolhimento/suspeição diagnóstica, educação em

saúde desde o começo do ano e isto se deve pelo fato de ter profissionais contratados que não

tinham estabilidade. No mês de abril ocorreu o Concurso Público, e os profissionais de saúde

assumiram em julho de 2011, compondo a equipe da Atenção Básica. O município tem

parceria com um laboratório terceirizado em Campo Grande, o Laboratório Célula, e uma das

ações frente a um caso suspeito é a realização do exame de baciloscopia da linfa que no

momento está sendo coletado na capital porque a técnica de laboratório ainda não recebeu

treinamento de coleta da amostra. O paciente suspeito é encaminhado com recursos do

município, até que seja providenciada a capacitação técnica do novo profissional do

laboratório.

O presente estudo tem como objetivo subsidiar a implementação das atividades de

controle da hanseníase no Plano Municipal de Saúde do município de Rochedo/MS, para o

alcance da meta de eliminação, bem como para a manutenção da prevalência em níveis baixos

para o município.

Segundo a OMS a meta de eliminação da doença é definida como a redução da

prevalência a menos de um caso a cada dez mil habitantes.

A Programação de Atividades de Controle da Hanseníase (Plano de Ação) faz parte do

Plano Municipal de Saúde, está integrada com as demais ações e busca as parcerias

necessárias em outras instâncias, contando com a assessoria técnica do Estado neste processo.

Na pactuação municipal o objetivo é aumentar o percentual de cura nos coortes de casos

novos de hanseníase a cada ano para atingir 90% de cura.

Finalizando, cumpre ressaltar a importância da participação das equipes de saúde da

família e lideranças comunitárias em todo o processo de elaboração, execução, controle e

avaliação desta Programação.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HANSENÍASE COMO PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA

A hanseníase apresenta tendência de estabilização dos coeficientes de detecção no

Brasil, mas ainda em patamares muito altos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

A intensificação da vigilância epidemiológica nas áreas mais endêmicas e manutenção

de ações efetivas naquelas com estabilização da endemia, depende de grande mobilização

social, incluindo a vontade política de todos os gestores, compromisso e motivação dos

técnicos e controle social (Ministério da Saúde, 2008).

No Brasil, a hanseníase é endêmica, mas sua distribuição é bastante heterogênea. Em

2008, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o coeficiente de

detecção no país correspondeu a 20,59/100.000, tendo sido registrados um total de 39.047

casos novos. Neste mesmo ano, no Rio Grande do Sul o coeficiente de detecção foi de

1,66/100.000 habitantes e em Tocantins 103,63/100.000 habitantes. A maior taxa de detecção

foi registrada na região Norte (54,69/100.000 habitantes) e a menor na região Sul

(6,05/100.000 habitantes) e as regiões mais prevalentes (Norte, Nordeste e Centro-Oeste)

concentraram 77% do total de casos novos e 86,3% dos casos notificados em menores de 15

anos (Ministério da Saúde, 2010).

O estado de Mato Grosso do Sul, segundo estudo de tendência realizado por Penna,

2008 (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/postertrend.pdf), não apresenta tendência

estatisticamente significativa no tempo para as séries temporais de coeficientes de detecção.

Entretanto, no período de 1990 a 2008, esse coeficiente oscilou entre 23,68/100.000

habitantes em 1999 e 34,05/100.000 habitantes em 1997, apresentando classificação “muito

alta”, segundo parâmetros do Ministério da Saúde, semelhante à encontrada para o Brasil. A

região Centro-Oeste, apresenta coeficientes com valor médio de 61,74/100.000 habitantes,

variando de 41,19/100.000 em 2007 a 72,68/100.000 em 1993, tendo classificação

hiperendêmica no período, ainda que, com tendência decrescente (Ministério da Saúde, 2009).

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Tabela 01 - Casos novos de hanseníase, registro ativo e coeficientes de detecção e prevalência Estados e regiões, Brasil, 2009

ESTADOS/REGIÕES CASOS NOVOS ¹COEFICIENTE DE DETECÇÃO

REGISTRO ATIVO ²COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA

REGIÃO

CENTRO-OESTE

6.153 44,28 7.000 5,04

MATO GROSSO

DO SUL

659 27,92 613 2,60

MATO GROSSO 2.686 89,48 2.626 8,75

GOIÁS 2.563 43,25 3.524 5,95

DISTRITO

FEDERAL

245 9,40 237 0,91

Fonte: Sinan/SVS-MSDados disponíveis em 31/07/2010

¹coeficiente de detecção taxa por 100.000/habitantes

²coeficiente de prevalência taxa por 10.000/habitantes

4Segundo Raposo (2011) desde 1995 a OMS recomenda a descentralização das ações

de controle da hanseníase (ACH) para os serviços de atenção primária a saúde (APS) como

importante estratégia para o controle da doença.

A portaria Nº1073/GM do Ministério da Saúde, publicada no ano 2000, estabelece que

a descentralização das ações de controle da hanseníase (ACH) para as unidades de saúde da

rede básica é a principal diretriz para o alcance da meta de eliminação da hanseníase como

problema de saúde publica. Enuncia que cada unidade básica esteja preparada para a

descoberta de casos e tratamento integral. Prevê prover os municípios de capacidade de

realizar as seguintes atividades: busca ativa de casos, diagnóstico clinico, cadastramento dos

portadores, tratamento supervisionado, prevenção e controle de incapacidades. Disseminar

informações para a comunidade com o objetivo de levar conhecimentos sobre a doença e

detectar casos precocemente (Brasil, 2000).

Segundo Mercaroni citado por PEREIRA et al(2008), a ausência de busca ativa de

casos novos pode traduzir um silêncio epidemiológico e retratar uma nova realidade

epidemiológica preocupante.

O alcance das metas propostas para 2011 depende da melhoria dos resultados de

indicadores pactuados nas instâncias gestoras do SUS, quais seja a cura de todos os casos

diagnosticados precocemente, a vigilância de contatos, especialmente nos casos menores de

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15 anos, avaliação e monitoramento das incapacidades físicas apresentadas pelos casos já

diagnosticados tardiamente, entre outros. Isso somente será possível com a expansão do

acesso às oportunidades de diagnóstico, tratamento e vigilância (Ministério da Saúde, 2008).

Segundo PEREIRA (1999) a hanseníase hoje é uma doença de fácil diagnóstico e

tratamento. Os esquemas de Poliquimioterapia da Organização Mundial de Saúde -

PQT/OMS recomendados para o tratamento dos doentes levam a cura em períodos de tempo

relativamente curtos, sendo o tratamento realizado em regime ambulatorial, nos postos de

saúde da rede básica, não havendo necessidade de especialistas ou equipamentos sofisticados

para o desenvolvimento das atividades de controle da doença.

2.2 A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE DA HANSENÍASE

As últimas décadas foram marcadas por intensas transformações no sistema de saúde

brasileiro, relacionadas com as mudanças ocorridas no âmbito político-institucional e,

simultaneamente, ao processo de redemocratização iniciado nos anos 80. Neste contexto, foi

constituído o Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado pela Constituição Federal de

1988 e pelas Leis nº 8080/90 e nº 8.142/90 (Lei Orgânica da Saúde), que prevê por meio de

seus princípios e diretrizes o acesso universal, igualdade no atendimento assistencial e

equidade na distribuição dos recursos (PEREIRA et al, 2008).

A partir de 1993 a saúde pública vem passando por mudanças, mas foi em 1994 que

foi implantado no Brasil um novo modelo de assistência, com vistas à promoção e prevenção

de doenças, com uma equipe multidisciplinar, onde um dos instrumentos utilizados são as

visitas domiciliares o que favorece o vínculo da população com a unidade de saúde, com isso

melhorando o acesso da população. E este modelo é garantido mediante políticas públicas

pelo Estado e o que se tem observado é a redução aos riscos a doenças e agravos, melhorando

as condições de vida das pessoas.

A Estratégia de Saúde da Família é considerada uma reorganização do sistema e uma

reorientação do modelo assistencial, e surgiu com o movimento de revalorização da Atenção

Primária a Saúde (APS) no Brasil, que depois foi renomeada para Atenção Básica (AB).

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Com a municipalização os municípios tiveram o desafio de implementar este modelo

de assistência, com o objetivo de atender as necessidades de sua população mais de perto,

criando vínculos entre os profissionais e a população, implicando na reformulação do

processo de trabalho nos serviços de saúde(MASCARENHAS, 2003:18).

Em 1999 o Ministério da Saúde citado por Moreira (2002) define que o

desenvolvimento das ações básicas de saúde baseia-se em uma assistência não mais centrada

na pessoa do médico, mas em uma equipe composta por um enfermeiro, um auxiliar de

enfermagem e agentes comunitários de saúde que, em conjunto, tem como atribuições o

planejamento/programação do cuidado, a execução do cuidado, através de ações de promoção

dos cuidados, prevenção de enfermidades e recuperação e reabilitação em saúde.

Diversas atividades são desempenhadas e financiadas exclusivamente com recursos do

SUS para os casos novos: diagnóstico; tratamento PQT/OMS; vigilância epidemiológica por

meio do exame dos comunicantes; educação do paciente, da família e da comunidade;

prevenção de incapacidades/deficiências, reabilitação e encaminhamento das complicações

segundo os níveis de complexidade da assistência, assim como o acompanhamento dos casos

prevalentes até a cura (Ministério da Saúde, 2006).

O tratamento medicamentoso é uma condição essencial para que se consiga promover

a cura. Por essa razão, a equipe de saúde está sempre diante do desafio de fazer com que seus

pacientes não abandonem o tratamento, em face das inúmeras dificuldades que possam surgir

a exemplo de: reações que dão à pessoa a impressão de que ela está piorando; dificuldade de

acesso ao serviço de saúde; falta de compromisso e de disciplina do próprio paciente não

comparecendo às consultas; recusa a tomar o medicamento diariamente e a freqüentar o

serviço de saúde para a dose mensal; a negação e rejeição da doença e falta de crença na cura

também contribuem para o abandono. (Ministério da Saúde, 2008)

Segundo Raposo (2011) a poliquimioterapia (PQT) esta disponível desde o início dos

anos 80, do século passado, é considerada altamente eficaz para a cura da doença. Embora

recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1981, apenas a partir de 1995

passou a ser disponibilizada gratuitamente para os doentes em todos os países endêmicos.

MOREIRA (2002) cita que ainda que se tenha incluído a "garantia de apoio

laboratorial na confirmação diagnóstica de um caso de hanseníase, sempre que se fizer

necessário", como um dos critérios que determina a autonomia técnica de um município, é

preciso lembrar que a realização do exame bacterioscópico não é determinante para o

diagnóstico deste agravo. A clínica é soberana.

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Diante dessas dificuldades é necessário a equipe criar um vínculo de confiança,

encontrar soluções junto com este paciente a fim de que possam assegurar o tratamento e

viabilizar a cura.

Por ser a hanseníase uma doença crônica cujo tempo de permanência dos pacientes

nos serviços de saúde varia de seis meses a quatro anos, a boa relação interpessoal entre o

profissional-paciente é de suma importância para a cura desses usuários (MOREIRA, 2002).

Outro recurso muito utilizado é a Educação em Saúde, através das atividades

educativas direcionadas à população visando à prevenção e ao controle da hanseníase,

utilizando-se do diálogo como forma de ouvir e levar informações necessárias, pois o diálogo

favorece o estabelecimento das relações entre a população e os profissionais dos serviços de

saúde (SILVA; PAZ, 2010, p. 228).

As ações educativas, como práticas social e pedagógica, devem ser inerentes a todas as

atividades de controle de hanseníase, devem ser desenvolvidas pela equipe de saúde e

dirigidas aos usuários, doentes, familiares, instituições e grupos da comunidade. A prática

educativa deve permitir a construção e reconstrução de saberes entre a equipe de saúde,

usuários do serviço e grupos comunitários, por meio de um processo de ensino aprendizagem

participativo, dialógico e problematizador (PEREIRA et al, 2008).

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo território nacional

(Portaria nº 4.052/GM/MS, publicada no DOU de 24/12/98) e o Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN) tem por objetivo fornecer dados em nível municipal,

estadual e nacional, que auxiliem o município a programar, acompanhar e avaliar as ações de

controle frente aos agravos.

A partir de 1998, o Ministério da Saúde adota, os instrumentos do SINAN como fonte

exclusiva e oficial de dados para avaliação e o acompanhamento das ações incluindo o

Programa de Controle da Hanseníase. A ênfase é dada à efetividade do tratamento e ao

monitoramento da prevalência da doença.

Este sistema de informação deve ser alimentado sistematicamente, como parte

integrante da vigilância epidemiológica, a sua implementação contribui para a efetivação das

ações nos municípios, fornecendo informações fidedignas e atualizadas sobre os agravos de

saúde, e o comportamento epidemiológico das doenças subsidiando os gestores de saúde, nas

três esferas de governo, na tomada de decisão (MOREIRA, 2002).

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A qualidade da informação depende da eficiência do nível local em assumir sua

responsabilidade na produção dos dados confiáveis e da instituição pelo município de um

fluxo ágil e sistemático destes dados as esferas hierárquicas superiores para a produção de

informação que expressem o perfil epidemiológico/demográfico da sua população

(MOREIRA, 2002).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Implementar as ações de eliminação da hanseníase em todas as unidades básicas de

saúde do município de Rochedo/MS.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

-Sensibilizar/ capacitar profissionais da Atenção Básica para suspeição diagnóstica

(capacitação contemplando novos profissionais).

- Promover ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social, melhorando o

nível de informação da população possibilitando maior acesso.

- Melhorar o acesso ao serviço de hanseníase, informando a população geral a fim de detectar

casos novos de hanseníase na população de Rochedo/MS.

- Ter rapidez no diagnostico, garantir os medicamentos e oferecer uma abordagem

humanizada ao indivíduo.

-Prevenir incapacidades e deformidades físicas.

-Registrar e monitorar o Sistema de Informação em Saúde (SINAN/Hansen) mantendo-o

atualizado como parte integrante da Vigilância Epidemiológica.

- Identificar o grau de descentralização atingido pelo município e apresentar no Seminário

Estadual de 2012(provavelmente em setembro do referido ano).

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4 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de um Plano de Ação com a realização de atividades que

visam à implementação do Programa de Controle da Hanseníase (PCH).

O estudo foi realizado no município de Rochedo, região centro-oeste do Estado de

Mato Grosso do Sul, localizada a 80 km da capital do Estado, constituída por uma população

com 4.928 habitantes, segundo censo de 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

A situação problema identificado no município de Rochedo/MS foi a não realização de

ações de detecção de casos novos de hanseníase. E este problema levou a gestão atual a

buscar uma intervenção para a solução do mesmo.

O primeiro passo foi a realização de concurso publico municipal para a efetivação do

seu quadro de profissionais da Atenção Básica, com posse no mês de julho de 2011. Após

efetivação ficou definido um profissional para ser o coordenador municipal do Programa de

Controle da Hanseníase. O município garantiu a participação deste profissional no VI

Seminário de Avaliação e Planejamento das Ações de Controle da Hanseníase e

Tuberculose/2011 e IV Mostra de Experiências Bem-sucedidas em Epidemiologia, Vigilância

e Controle da Tuberculose e Hanseníase entre os dias 12 e 14 de setembro de 2011, no

município de Campo Grande.

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5 DESENVOLVIMENTO

5.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Os agentes comunitários de saúde fazem parte da equipe de saúde da família,

constituindo importante elo entre a população e os serviços de saúde, pois seu território

privilegiado de atuação é o domicílio, desenvolvendo ações de promoção e prevenção da

saúde.

Trabalhar a educação em saúde com os profissionais da Saúde da Família, incluindo o

ACS é uma proposta para a implementação do Programa de Controle da Hanseníase (PCH).

Tanto que o município de Rochedo com o concurso público efetivou em seu quadro de

profissionais da Atenção Básica neste ano de 2011, doze Agentes Comunitários de Saúde,

sendo que na área urbana assumiram sete ACS e na área rural cinco ACS.

A educação em saúde é entendida como suporte para a compreensão do processo de

adoecimento, da doença em si, sua aceitação e suas conseqüências na vida de cada paciente e

como a atividade informativa e comunicativa voltada para o público em geral, pacientes e

profissionais de saúde, chamando a atenção para os primeiros sintomas da doença, para o

tratamento que pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde e a necessidade de os

contatos serem examinados e receber a vacina BCG.(Ministério da Saúde, 2008).

Foi passado para os ACS na data de sete de outubro de 2011 informações básicas

sobre a doença hanseníase com orientações de como eles podem ajudar a identificar casos

suspeitos, encaminhá-los para a Unidade Básica de Saúde, para ser feito um diagnóstico

precoce, acompanhar o tratamento através do TDO (tratamento diretamente observado) com a

finalidade de promover o autocuidado e o tratamento regular evitando incapacidades e a

propagação da doença.

A participação ativa dos agentes comunitários de saúde nas atividades de eliminação

da hanseníase é favorecida pela sua aproximação com a população durante as visitas

domiciliares, lembrando que é de competência de toda equipe de saúde da rede básica a

identificação durante sua rotina de atendimento de portadores de lesões sugestivas de

hanseníase, ficando para posterior confirmação diagnóstica pelo médico, porque os demais

profissionais da saúde podem diagnosticar casos suspeitos.

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5.2 ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO

Para efetivo controle da hanseníase é necessário que o serviço organize-se para prestar

um atendimento com resolutividade para o indivíduo. E estas ações segundo PEREIRA

(1999) devem ser:

divulgação de sinais e sintomas da Hanseníase

suspeição diagnóstica e encaminhamento

confirmação diagnóstica

tratamento com PQT/OMS

prevenção de incapacidades físicas

tratamento de incapacidades físicas

exame e vacinação BCG dos contatos

tratamento de intercorrências e complicações a nível ambulatorial

tratamento de intercorrências e complicações a nível hospitalar

reabilitação física e psico social.

Esta programação necessita estar integrada com outras áreas técnicas que tem interface

com a hanseníase tais como: Estratégia de Saúde da Família, Educação em Saúde, Sala de

Imunizações, Promoção Social, Assistência Farmacêutica, Laboratórios e outras parcerias que

venham a ser identificadas pelos níveis municipais e estaduais.

O município de Rochedo depende de Campo Grande para os atendimentos de

referência com especialistas (dermatologia), porque o município não oferece. E estes casos

são referenciados pela Central de Regulação.

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5.3 SELEÇÃO DE ATIVIDADES - PLANO DE AÇÃO

Para que o plano de ação seja realizado é necessário ter uma situação indesejada, e no

município de Rochedo o problema identificado esta definido no Quadro 01

PROBLEMA PRINCIPAL CAUSA OBETIVO

Baixa detecção de casos de

hanseníase.

Falta de conhecimento da

população sobre sinais e

sintomas da doença e sua

cura.

- Promover ações de

educação em saúde,

comunicação e

mobilização social,

melhorando o nível de

informação da população

possibilitando maior

acesso.

Quadro 01- Problema Identificado

Com os objetivos traçados é necessário definir as atividades do plano de ação que

serão apresentadas no Quadro 2:

OBJETIVOS ATIVIDADES

Sensibilizar/ capacitar profissionais da

Atenção Básica para suspeição diagnóstica

(capacitação contemplando novos

profissionais).

- a coordenação municipal fez um curso de

capacitação para os Agentes Comunitários de

Saúde da área urbana e rural no dia 07 de

outubro de 2011 abordando aspectos

epidemiológicos e clínicos.

- proporcionar treinamento para poder

identificar pelo menos dois sinais da

hanseníase: lesões cutâneas com dormência e

nervos espessados.

- Capacitar, supervisionar e monitorar os

profissionais da atenção básica bem como a

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possibilidade de oferecer atualização técnica

com a parceria da coordenação estadual.

- Promover ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social, melhorando o nível de informação da população possibilitando maior acesso.

- as ações de educação em saúde podem ser

realizadas na sala de espera das unidades,

sendo feita por um profissional de saúde da

equipe de saúde da família.

- promover anualmente uma campanha

educativa para divulgar sinais e sintomas da

hanseníase.

- distribuir trimestralmente panfletos em

locais de aglomeração de pessoas.

- Melhorar o acesso ao serviço de hanseníase, informando a população geral a fim de detectar casos novos de hanseníase na população de Rochedo/MS.

- Orientar a população que procure as

Unidades de Saúde da Família.

- oferecer o serviço em cronograma de

atendimentos da unidade.

- Ter rapidez no diagnostico, garantir os medicamentos e oferecer uma abordagem humanizada ao indivíduo.

-treinar os profissionais para suspeição

diagnostica e fechamento de diagnostico.

- ter controle na viabilização dos

medicamentos, garantindo que o mesmo não

falte ao paciente.

- acompanhar mensalmente o paciente para

que ele não abandone o tratamento e com

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isso possa viabilizar a cura.

- Prevenir incapacidades e deformidades

físicas.

- ter o profissional fisioterapeuta na Atenção

Básica do município.

- monitorar a função neural por meio de

avaliação neurológica, classificação do grau

de incapacidades, aplicação de técnicas de

prevenção.

- encaminhar as complicações para os níveis

de complexidade da assistência seguindo

normas de regulação do SUS.

-Registrar e monitorar o Sistema de

Informação em Saúde (SINAN/Hansen)

mantendo-o atualizado como parte integrante

da Vigilância Epidemiológica.

- notificar os casos, acompanhar e fechar o

caso em tempo hábil aceito pelo Sistema de

notificação (SINAN).

- Fazer relatórios trimestrais e enviar a

coordenação estadual.

- Identificar o grau de descentralização atingido pelo município e apresentar no Seminário Estadual de 2012(provavelmente em setembro do referido ano).

- acompanhar as atividades realizadas pelas

equipes de saúde da família identificando as

ações realizadas até meados de setembro de

2012.

Quadro 2- Atividades propostas conforme os objetivos.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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No desenvolvimento deste atendimento alguns pontos merecem ser destacados, como

exemplo a definição da equipe da Atenção Básica com profissionais concursados, a assessoria

de um coordenador municipal e a parceria da gestão municipal para que as ações sejam

realizadas.

De acordo com as informações notificadas pelo município de Rochedo ao SINAN

(Sistema de Notificações e Agravos) o mesmo apresentou um caso de hanseníase em cada ano

segundo levantamento de busca do ano de 2000 a outubro de 2011, sendo que neste ano ainda

não foram notificados casos.

Este estudo identificou que o problema da baixa detecção foi ocasionado por diversos

motivos: falta de profissionais efetivos na Atenção Básica, não divulgação de sinais e

sintomas da Hanseníase para a população, não realização de ações de prevenção e promoção

para o controle da doença, falta de um coordenador municipal para assessorar o Programa.

A hanseníase é uma doença crônica e por isso requer planejamento e controle em

longo prazo, com a implementação de ações busca-se detectar casos novos, acompanhar ,

tratar e manter o nível de prevalência em níveis baixos.

Para a eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública, ou seja, o alcance

do coeficiente de prevalência em níveis inferiores a 1 caso em cada 10.000 habitantes, há

necessidade de oferecer oportunidade de diagnóstico e tratamento adequado para todos os

doentes conhecidos e aqueles ainda não descobertos.

Isto só será alcançado com a implantação das ações de controle em toda a rede de

serviços, organização de sistemas de referência e contra-referência e com a divulgação dos

sinais/sintomas e cura da Hanseníase junto à população em geral.

Pretende-se com este estudo contribuir para o redimensionamento do atendimento à

hanseníase na rede básica de saúde no município estudado, com especial atenção à

concretização do diagnóstico da realidade da hanseníase, com avaliação desta implementação

de ações em setembro de 2012 para provável apresentação no Seminário Estadual. Assim

como, fomentar a discussão de estratégias para subsidiar as práticas de serviços de saúde com

vistas ao controle da doença.

O município necessita executar constantemente ações estratégicas em saúde como

prática de otimizar um diagnostico precoce, a adesão ao tratamento e a viabilização da cura de

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quem esta com a hanseníase, com isso concretizando a situação epidemiológica no

município de Rochedo.

O acompanhamento feito pela equipe de Saúde da Família, verificando o contexto

social e cultural da hanseníase possibilita aos profissionais maior aproximação com a

realidade do sujeito doente, a fim de orientar as práticas em saúde no levantamento das reais

necessidades de saúde dos usuários com o objetivo de ajudá-los a superar as limitações do

tratamento físico-biológico, considerando a problemática social agregada à doença.

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