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Programa “ABC na Educação CientíficaMão na Massa”
IOC – FIOCRUZ
Relatório das Atividades desenvolvidas em 2010
Sobre o trabalho em Niterói / 2010
O trabalho realizado visou estimular o desenvolvimento de um projeto
pedagógico nas escolas de Niterói, no quadro do Programa “ABC na Educação
Científica – Mão na Massa”. Teve, ainda, o compromisso com o favorecimento
à postura investigativa em uma formação cidadã que valoriza o
desenvolvimento do pensamento lógico e atitudes críticas e criativas. Fizemos
um esforço no sentido de ajudar aos professores nesta mudança da prática
cotidiana nas escolas, inclusive buscando ajudá-los a relacionar os temas
ligados ao ensino de ciências – na tentativa de contribuir para uma educação
científica que colabore para fazer face às diferentes realidades sócio-
econômico-ambientais das comunidades escolares e suas famílias.
O Programa “ABC na Educação Científica – Mão na Massa” vem se
tornando realidade em vários colégios onde os professores regentes atuam,
fazendo com que eles se tornem mais autônomos, em termos de elaboração de
seqüências pedagógicas que levem os alunos a questionar e propor soluções
para questões-desafio. O Programa vem estimulando educadores e educandos
nas escolas envolvidas, chamando à participação no processo de construção
do conhecimento e promovendo um processo de letramento científico
incessante. Também tem sido realizado um trabalho de valorização da
integração (horizontal e vertical) entre as ciências com as outras disciplinas do
currículo, salientando-se, nas atividades, a importância do desenvolvimento da
capacidade de integrar conhecimentos, na compreensão de temas-chave para
a formação de cidadãos.
Etapas da Formação de Formadores
O Coordenador de Ciências do 3º e 4º ciclos de Niterói, Gustavo Pereira,
esteve presente em todas atividades abaixo citadas, ajudando, como parceiro
importante, a estimular os profissionais, especialmente os chamados
“professores de referência”, a atuar como formadores de professores de
ciências que trabalham na metodologia investigativa. Foi desenvolvido,
também, um trabalho no sentido da compreensão de que a construção de
conhecimentos é gradual e os assuntos devem ser planejados para serem
enfocados de maneira a facilitar esta compreensão. Uma seqüência
pedagógica investigativa pode começar com uma pergunta, mas deve dar
origem a várias outras, proporcionando um processo interminável de aprender.
Os conhecimentos científicos mudam com o tempo e as condições de pesquisa
Assim, o mais importante, é aprender a aprender, ou seja, saber perguntar e
buscar as possíveis soluções para os problemas. Ainda, os professores foram
sensibilizados a perceberem o valor da percepção acerca das concepções
prévias dos alunos, na medida em que esta maneira de trabalhar pode
favorecer bastante à absorção dos conteúdos curriculares.
Atividades de Formação de Profissionais da Educação
Seminário Regional do Planejamento Curricular da Perspectiva Participativa
Investigativa do Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa
Data: 03/02/2010
Local: Niterói – E.M. Altivo César
Participantes: 65 professores
Programação: O Seminário ocorreu em dois turnos, de manhã e de tarde, de acorodo
com a programação abaixo:
Nesse Seminário foi feita uma oficina com o tema “O Corpo enquanto
brinquedo e o brinquedo enquanto corpo”. A oficina se iniciou a partir de uma dinâmica
onde o mediador lançou uma pergunta-desafio sobre o sistema digestório. As
diferentes respostas foram registradas em sala. A partir deste primeiro momento de
debates, o mediador ofereceu aos participantes um bombom e se desenvolveu uma
atividade que visa instigar ao reconhecimento da ação integrada de alguns órgãos,
todos relacionados no processo de metabolismo orgânico. No segundo momento, o
mediador forneceu a cada grupo uma figura plastificada do sistema que será
construído, acompanhado de um pequeno boneco aberto e uma caixa de massinha,
permitindo que os participantes construíssem os diversos sistemas, efetuando os
registros que julgaram necessários. A partir da construção de cada sistema
isoladamente, por cada pequeno grupo de trabalho, partimos para a construção
compartilhada do bonecão (modelo grande de plástico), representando o corpo/
organismo humano. Neste trabalho enfatizamos a compreensão da integração dos
sistemas no processo metabólico, com órgãos trabalhando em equilíbrio se as
condições sócio-ambientais estão possibilitando a saúde. A idéia foi proporcionar a
construção do saber em um processo contínuo, sem preocupação em oferecer um
produto pronto e acabado. Através de perguntas simples, as atividades lúdicas levam
a ações que responderam aos desafios. Os participantes puderam chegar à
construção do corpo e perceber o funcionamento básico de um organismo,
aprendendo noções sobre os diferentes sistemas e, finalmente, discutir a promoção da
saúde coletiva e dos indivíduos.
Dra. Danielle Grynszpan, coordenadora do Programa ABC na Educação Científica – Mão na
Massa/ RJ, apresentando a proposta para o Seminário com os professores em 3 de fevereiro
de 2010.
Professores divididos em grupos para a realização da oficina durante o Seminário, em 3 de
fevereiro de 2010.
Professores participando da construção do modelo proposto pela oficina durante o Seminário,
em 3 de fevereiro de 2010.
Formação continuada de professores - Discussão do Currículo de Ciências
Data: 31/03/2010
Local: E.M. Santos Dumont
Participantes: 23 professores de Ciências das escolas municipais de 3ºe 4º ciclos de
Niterói, além do Presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói - FME, Sr.
Cláudio Mendonça; a Coordenadora do 3º e 4º ciclos, Profª. Cristina Campos, a Profª.
Drª. Danielle Grynszpan, Coordenadora do Programa ABC na Educação Científica –
Mão na Massa/ RJ; a Prof.ª Dr.ª Ana Canen, da Fundação Darcy Ribeiro.
O Encontro teve como principal objetivo apresentar aos docentes de Ciências
Naturais, o Projeto de Iniciação Científica adotado pela FME, além de fomentar uma
discussão curricular para a disciplina. Nossa preocupação era a de integrar a
perspectiva da metodologia investigativa à proposta multicultural.
A Profª. Ana Canen, da Fundação Darcy Ribeiro, abordou em linhas gerais a
discussão que ocorreu na Rede municipal sobre as diretrizes curriculares para a
disciplina de Ciências Naturais.
Ficou acordado no encontro que a Drª Danielle Grynszpan, coordenadora e
responsável no estado do Rio de Janeiro pelo Programa “ABC na Educação Científica - Mão na Massa”, ficasse incumbida da formação dos professores de
ciências da equipe de referência da FME de Niterói.
Durante o evento, a Dr.ª Danielle expôs, para o público presente, todas as
etapas do Programa, que visa aproximar o ensino de ciências naturais ao modo de
produção do conhecimento científico. Ela também nos alertou para a necessidade dos
educadores desmistificarem as ideias (concepções) que os alunos possuem a respeito
dos processos de produção dos saberes e do perfil dos pesquisadores envolvidos com
essas produções.
A impregnação da escola de problemas da realidade na qual ela se insere pode ser de
grande utilidade para transformá-la, torná-la mais atraente, mais útil aos seus
cidadãos. Nesse sentido, nosso trabalho estimular a interação com o entorno das
escolas, exatamente aquele que está ao alcance dos olhos, o macro mundo visível,
procurando torná-lo mais compreensível por meio das ciências. Buscamos valorizar a
observação e o registro dos fatos observados, incitando os alunos a se expressar
tanto oral como por escrito.
Em um segundo momento, a Dra. Danielle ilustrou a metodologia investigativa com a
exibição de um filme que reproduz a atuação de um professor durante uma aula de
ciências naturais em uma escola francesa participante do projeto La main à la pâte
(Lamap). No filme, o educador orienta e incentiva os estudantes na resolução dos
problemas que se pretende solucionar, conduzindo-os ao desenvolvimento das
habilidades de observação dos fenômenos; a formulação e argumentação de
hipóteses e a criação de experimentos para confirmá-las ou não. Esta prática cria as
condições necessárias para que todos os alunos participem do processo de
construção do conhecimento, assim como aprendam a ouvir e a respeitar as ideias
dos demais estudantes, visto que todas as hipóteses por eles apontadas poderão ser
refutadas. Durante a aula, o professor evita responder as questões suscitadas pelos
aprendizes e em lugar disso, estimula-os a responderem-nas, orientando-os neste
processo. Percebe-se no decorrer da exposição, que o grau de envolvimento e de
satisfação dos alunos possui um aumento expressivo.
Durante este Encontro, os professores foram solicitados a fazerem uma
avaliação das propostas e também foram convidados a apresentarem sugestões de
atividades que pudessem enriquecer e/ou complementar os referenciais do currículo
de ciências da FME. Quanto às avaliações, todos os professores afirmaram ter
gostado do Encontro, demonstrando estarmos no “caminho certo” quanto ao ensino de
Ciências Naturais na Rede municipal. Um dos professores presentes externou
ansiedade de ver a rápida realização do projeto.