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Coco Chanel- Uma Diva da Criação A vida de Coco Chanel foi exatamente como as suas criações: irreverentes e provocantes. Nascida em 1883, numa pequena vila, em Saumur, Coco Chanel, de seu nome original Gabrielle Chasnel. Sua mãe morreu quando ela tinha seis anos de idade, deixando seu pai com cinco filhos, que ele rapidamente “distribuiu” para vários parentes. Nesta época, Coco foi mandada para outro orfanato católico em Aubazine, onde aprendeu o ofício de costureira. Quando ela completou 18 anos, deixou o orfanato e passou a trabalhar para um alfaiate local. Neste período, Chanel começou a frequentar a boemia francesa e passou até a atuar como cantora em cafés e salas de concerto. Foi quando adotou o nome de Gabrielle Coco, um apelido dado a ela por soldados locais que gostavam de assisti-la. Em 1908, ela conhece o ex-oficial e herdeiro têxtil Etienne Balsan e torna-se sua amante. Com 23 anos, ela foi morar com ele em seu castelo, onde viveu por três anos cercada de mordomias. A região do castelo era conhecida por competições equestres e costumes de caça: fatores que influenciaram as suas criações. Foi nesta época que começou a desenhar e criar chapéus como uma diversão, que depois se transformou em um empreendimento comercial. O empreendimento foi um sucesso – devido ao seu gosto original, retirando ornamentos da belle époque e criando chapéus mais simples, sem perder a elegância. Era ela quem fazia os chapéus, mas foi conjuntamente a originalidade das suas roupas que se tornaria famosa em Paris, por altura da década de 20. Eliminou os espartilhos da sua concepção de vestuário, e foi ela a responsável pela introdução de calças na indumentária feminina e de vestidos demasiadamente curtos para a época. Ela então se separou de Balsan e começou um relacionamento com um amigo dele, o rico industrial Inglês chamado Capel 'Boy' Arthur Edward. Ele instalou-a em um apartamento parisiense e

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Coco Chanel- Uma Diva da Criação

A vida de Coco Chanel foi exatamente como as suas criações: irreverentes e provocantes.

Nascida em 1883, numa pequena vila, em Saumur, Coco Chanel, de seu nome original Gabrielle Chasnel. Sua mãe morreu quando ela tinha seis anos de idade, deixando seu pai com cinco filhos, que ele rapidamente “distribuiu” para vários parentes. Nesta época, Coco foi mandada para outro orfanato católico em

Aubazine, onde aprendeu o ofício de costureira. Quando ela completou 18 anos, deixou o orfanato e passou a trabalhar para um alfaiate

local. Neste período, Chanel começou a frequentar a boemia francesa e passou até a atuar como cantora em cafés e salas de concerto. Foi quando adotou o nome de Gabrielle Coco, um apelido dado a ela por soldados locais que gostavam de assisti-la.

Em 1908, ela conhece o ex-oficial e herdeiro têxtil Etienne Balsan e torna-se sua amante. Com 23 anos, ela foi morar com ele em seu castelo, onde viveu por três anos cercada de mordomias.

A região do castelo era conhecida por competições equestres e costumes de caça: fatores que influenciaram as suas criações. Foi nesta época que começou a desenhar e criar chapéus como uma diversão, que depois se transformou em um empreendimento comercial. O empreendimento foi um sucesso – devido ao seu gosto original, retirando ornamentos da belle époque e criando chapéus mais simples, sem perder a elegância. Era ela quem fazia os chapéus, mas foi conjuntamente a originalidade das suas roupas que se tornaria famosa em Paris, por altura da década de 20. Eliminou os espartilhos da sua concepção de vestuário, e foi ela a responsável pela introdução de calças na indumentária feminina e de vestidos demasiadamente curtos para a época.

Ela então se separou de Balsan e começou um relacionamento com um amigo dele, o rico industrial Inglês chamado Capel 'Boy' Arthur Edward. Ele instalou-a em um apartamento parisiense e financiou suas lojas. A primeira chapelaria foi aberta em Paris, em 1910, e logo ela abriu boutiques em Deauville e Biarritz.

Durante a década de 1920, Coco Chanel tornou-se a primeiro estilista a criar roupas feitas de jérsei para as mulheres. “A introdução do jérsei, que era um tecido não nobre usado em forros, traziam conforto e praticidade para as peças. Com esse material ela produzia conjuntos informais de blusa e saia (que muitos passam a chamar de tailleur). Para a noite, o jérsei era enriquecido com fios de ouro e bordados”, afirma a professora Annelise Castelli.

Foi ainda nessa época que abriu em Paris a famosa Maison Chanel, localizada na Rue Cambon, 31, onde continua a ser a sede principal até hoje. A partir de então, Chanel se tornou um ícone de estilo pelas suas criações e até pelo seu corte de cabelo.

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Em 1921, ela lançou o perfume Chanel No. 5, que continua popular até hoje. Dois anos depois, Pierre Wertheimer se tornou seu parceiro de negócios (assumindo 70% do negócio de fragrâncias). Em 1925, Chanel lançou seu casaco de estilo cardigan e, no ano seguinte, seu icônico vestido preto.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel se envolveu com um oficial nazista e se mudou para a Suíça para fugir da polêmica. Só em 1954 que Chanel retornou a Paris e assumiu abertamente a inclusão do “New Look” de Christian Dior em suas coleções.

Estrelas de Hollywood, incluindo Audrey Hepburn e Grace Kelly, se apaixonaram por seus elegantes terninhos de tweed, saias retas, calças largas e cardigans de caimento mais solto.

Criando um estilo particular e mítico, a importância das suas criações foi de tal ordem que o seu nome é reconhecido e relembrado por todos os cantos do mundo. Sinônimo de elegância e inovação feminina, a marca Chanel é ainda hoje um dos ícones do universo da moda. Revolucionária por excelência, Coco Chanel era uma mulher de um estilo muito característico. Usava o cabelo curto, como o dos homens, e foram muitas as mulheres que naquela época optariam por seguir esta nova vaga que a criadora havia instalado.

Uma verdadeira artista, chamaram-lhe alguns, uma devassa, chamaram-lhe outros. Pela primeira vez, por altura da Primeira Guerra Mundial, Coco Chanel utilizou tecidos quase nunca utilizáveis no mundo da moda, como o jersey. A partir deste, criaria vestidos práticos, que eram concebidos para serem usados sem o corpete. A libertação feminina perfumava cada criação de Coco Chanel, e esse fator incomodou muitos homens da época que a consideravam uma influência nada positiva e imprópria para as mulheres daquele tempo.

De personalidade contraditória, difícil, sedutora, e irreverente, Coco Chanel entregou-se de corpo e alma ao mundo da moda a partir da criação de chapéus, roupas diversas, bolsas, bijuterias, penteados, perfumes. Tudo em prol da libertação e elegância da mulher! Sabe-se que Coco Chanel tinha um enorme poder sobre os homens, seduzindo-os por completo. Era uma mulher envolvente que, possivelmente, seduzia os homens envolvendo-os nos seus famosos, longos, e característicos colares de pérolas.

Pouco antes dos anos 20, Coco Chanel criou os primeiros pijamas para senhora, e nos anos posteriores viria a administrar um salão em Paris. Foi este o salão novamente inaugurado em 1954, recorrendo a um símbolo característico das confecções de Chanel: um vestido em tweed debruado. À mulher, Coco Chanel daria a liberdade das formas, do corpo, o soltar das amarras das roupas que cobriam o seu corpo e que faziam com que ela não se conseguisse movimentar.

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Coco Chanel foi um mito do seu tempo, e continua a ser uma referência entre nós. Karl Lagerfeld é o diretor de criação da marca Chanel desde 1983, tanto na alta costura como na gama prêt-à-porter, fazendo rejuvenescer as criações de Coco Chanel. Mas, nem só de roupa vive o mundo desta mulher que revolucionou os anos 20. Lembremo-nos também do famoso perfume ‘Chanel nº5’, concebido em 1921, por Ernest Beaux. Consta-se que Coco Chanel lhe pediria para ele obter ‘um perfume de mulher com cheiro a mulher’. O resultado está à vista! Por que o número 5? Dizia ela que era o seu número de sorte!

Coco Chanel conheceu muitas celebridades, e tinha como clientes outras tantas personalidades distintas

daquela época: Marlene Dietrich, Ingrid Bergman, a princesa Grace ou Marilyn Monroe. A mulher que libertou outras tantas mulheres, e que deixou em enorme contributo ao mundo da moda, teve também momentos controversos. Foi acusada de colaborar com os nazis por altura da segunda Guerra Mundial, e chegou mesmo a ser presa no fim da guerra. Como nunca foi provada a sua culpa, viria a ser libertada tempo depois.

A mulher que tantos idolatravam, e que tanta gente conseguia reunir à sua volta, acabou por falecer sozinha, depois de muitos casos amorosos, que não passaram disso mesmo. Faleceu em 1971, num quarto do hotel Ritz, completamente sozinha. Como Coco Chanel afirmou em tempos: �Eu criei um estilo para o mundo inteiro. Vê-se em todas as lojas ‘estilo Chanel’. Não há nada que se assemelhe. Sou escrava do meu estilo. Um estilo não sai da moda. Chanel não sai da moda. � E, nem ela mesma sonhava o quanto esta declaração podia ser verdadeira!

Coco Chanel foi uma das mais emblemáticas personalidades do mundo da moda: Coco Chanel. A estilista teve uma enorme importância, senão a mais marcante, para o desenvolvimento do setor fashion mundial desde as suas primeiras criações. Tanto que ela foi escolhida pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes do século XX.

O vestidinho preto, os tailleurs de tweed, a combinação com colares de pérolas, cardigans, casaquetos, chapéus, as bolsas e tantos outros símbolos da moda, que são reproduzidos até hoje, saíram da criativa imaginação de Gabrielle Bonheur Chanel.

A partir das primeiras aparições das roupas assinadas por ela na época pós-Primeira Guerra Mundial, quem acompanhava a evolução do setor de moda soube que o mundo nunca mais seria o mesmo. Pelo menos aquele do estilo feminino de se vestir.

Essa época em que Coco Chanel começou a sua carreira foi marcada por uma euforia com o fim da guerra, era tempo de festa, boemia e cabarés na França, onde a liberdade feminina começou a despontar com mais poder.

Segundo Annelise Castelli, Professora do Curso de Design de Moda da Universidade Positivo e Consultora do Senai + Design PR, a silhueta feminina almejada na época era de uma jovem magra, sem busto e com pernas muito, muito longas. Foi para esse estilo de mulher que Coco criou os seus primeiros ícones, tendo linhas retas e quadradas, com saias curtas no joelho, grandes decotes, sapatos tipo boneca e chapéu cloche.

“O uso de malharia e outros tecidos inusitados como o jérsei, além das meias-calças de seda artificial. A simplicidade e a ausência de tantos adereços de outras épocas são fruto da modernidade e da elegância com poucos detalhes. Ideias pregadas pela grande mentora do

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período, a revolucionária Coco Chanel. Porém, à noite, eram permitidos toques de riqueza como singelos bordados em pérolas e franjas”, explica Annelise.

Coco Chanel trabalhou até sua morte, quando tinha 88 anos em 1971. Ela passou seus últimos momentos no seu apartamento privado no opulento hotel The Ritz, que mantém o local preservado até hoje.

ÍCONES MEMORÁVEIS E SEMPRE ATUAIS

Pretinho básicoO vestidinho preto, criado por Coco Chanel em 1926, estreou na Vogue

daquele ano, em que foi publicado o croqui do modelo, e libertou a cor preta do uso geralmente só atribuído aos funerais. O vestido era feito de seda e crepe da China, sendo de modelagem reta, comprimento da saia nos joelhos e com mangas longas. Era o início da era do “pretinho básico”.

O sketch do primeiro "little black dress" de Coco Chanel de 1926 Fonte: Reprodução

O design e os formatos da famosa peça mudam com as tendências de cada época, mas a essência do “little black dress” continua sempre na moda.

TailleurO tailleur, conjunto de saia e blazer (ou terninho) surgiu no

século 19, tendo referências de trajes de equitação. Mas foi na década de 20 que Coco Chanel inovou ao produzir o look em jérsei, deixando-o mais confortável e moderno. A partir daí, essa composição tornou-se um clássico da estilista, aparecendo em diversas cores e estilos em suas coleções.

PérolasChanel adorava vestir suas roupas adornadas por um

colar de várias voltas de pérolas no pescoço. A estilista era apaixonada por pérolas e dizia que o reflexo delas deixava as mulheres mais bonitas e iluminadas de forma natural.

O gosto da Madeimoselle Chanel pelas bolinhas preciosas surgiu com o Grão-Duque Dimitri Pavlovitch, um de seus namorados, que a presenteou com o famoso colar, que se tornou um ícone da estilista. Ela passou a inserir a peça também como parte dos acessórios de desfiles e apresentações de coleções.

BijuteriasChanel dizia que as joias serviam para deixar as mulheres mais bonitas e não para elas

parecerem ricas. Ela passou a misturar peças valiosas com falsas, lançando a tendência do uso da bijuteria de forma elegante e sofisticada. Para ela, desfilar com peças preciosas no pescoço não era interessante, mas usar joias falsas era “provocativo”.

Conjuntinho de tweed

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O conjuntinho de tweed foi uma das variações do tailleur produzido por Chanel. O material, antes usado somente em roupas masculinas, foi introduzido nas criações da estilista em 1955 e tornou-se um sucesso absoluto entre as mulheres modernas. Jacqueline Kennedy era fã dos conjuntinhos e estava usando um modelo cor-de-rosa no dia da morte de seu marido John F. Kennedy.

Sapatos bicoloresCoco Chanel costumava dizer que os sapatos bicolores

deixavam os pés menores e mais delicados. A estilista se inspirou nos sapatos masculinos dos anos 50, que os homens utilizavam com a cor mais escura na ponta para disfarçar as manchas causadas na prática de esporte na grama, como o golfe e o tênis.

Bolsa de matelassê a tiracoloO modelo com corrente dourada de estilo metalassê

tornou-se um clássico, que é atual e muito fashion até hoje. Chanel pensou no modelo ao perceber que as bolsas de mão atrapalhavam as mulheres. Então, ela criou o modelo com alças de corrente douradas, que podia ser pendurado nos ombros, deixando as mãos livres e o visual incrível e moderno.

Chanel N° 5Este foi o primeiro perfume da Maison Chanel, que foi lançado em

1921. Coco Chanel queria criar um perfume de aroma inimitável, em suas palavras "um perfume com cheiro de mulher".

O nome do perfume se deu após uma vidente dizer a Chanel que o cinco era seu número da sorte. Além disso, ele foi apresentado no dia 5 de maio, que é o quinto mês do ano.

O Chanel N° 5 foi ainda o primeiro perfume a incorporar o aldeído, uma nota sintética capaz de realçar o aroma dos ingredientes naturais presentes na fórmula. A atriz Marilyn Monroe tornou o perfume ainda mais famoso, quando afirmou que dormia nua e somente com algumas gotinhas da fragrância. Hoje, ele ainda é um dos mais vendidos do mundo.

Corte de cabelo “Chanel”Ainda antes de 1920 o livro “La garçonne”, de Victor Margueritte,

foi lançado na França, trazendo a história revolucionária de uma mulher que, além de cortar os cabelos curtos, como o dos homens, engravida e tem um filho sem se casar.

A história criou polêmica, mas foi sucesso entre as mulheres, que passaram a cortar os cabelos à “la garçonne” (“como menino”, em tradução livre), inspiradas pelo livro. Coco Chanel também seguiu

essa moda dos cabelos, cortando-os nesse estilo a partir de 1918. Porém, o que era conhecido como à “la garçonne” passou a ser chamar corte “Chanel”.

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"Coco Chanel não estava apenas à frente de seu tempo. Ela estava à frente de si mesma. Se olharmos para o trabalho de estilistas contemporâneos, veremos que muitas de suas estratégias ecoam o que Chanel já fez. Há 75 anos ela fez uma mistura do vocabulário de roupas femininas e masculinas e criou uma moda que deu ao usuário um sentimento de luxo íntimo, em lugar da ostentação; estes são apenas dois exemplos de como seu gosto e senso de estilo ultrapassam a moda atual." Assim a jornalista Ingrid Sischy definiu o trabalho de Coco Chanel para a revista norte-americana "Time".

Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher. (Coco Chanel)

Conhecida por ser uma mulher independente, de personalidade forte, no final do século XIX, tirou da vestimenta feminina os espartilhos apertadérrimos, babados e muito tecidos. Adotando, por sua vez, o pretinho básico no guarda roupa feminino.

‘’Sua fama é inegável, embora lhe atribuam autoria do que foi apenas popularizado por ela: abolição  do   corset   para  a  mulher   (Paul  Poiret   e  Madeleine  Vionnet  fizeram antes),   calça feminina   (Poiret   fez  antes)  e  perfume assinado  por  um criador   (Poiret  de  novo)’’ (retirado de Pelo mundo da moda: Criadores, grifes e modelos)

Não é à toa que Poiret acusava a estilista de ocasionar o ‘’luxo da miséria’’, que a Historia, de maneira justa, corrigiu como o ‘’luxo da simplicidade’’ [porque ela fazia coisas práticas, simples etc]. Mesmo sendo notável que essas façanhas foram de outros, Chanel não deixou de ser reconhecida por tirar os corset e trazer as calças femininas para as mulheres. Acredito que aqui ela teve visão [ou sorte, como queiram alguns] para trazer o certo na hora certa. Diferente de Poiret, pra infelicidade dele.

Seu carisma, talento, [e claro, ambição]

conquistaram o coração de homens poderosos, e o armário de mulheres igualmente notáveis. Destacou-se por fazer o diferente, o original. Impactando não só a maneira das mulheres se vestirem, mas também como eram tratadas e, principalmente, percebidas no mundo profissional. Trouxe a imagem da figura feminina do século 20: independente, bem-sucedida, com personalidade e estilo. Vale a pena ressaltar que

Chanel não era feminista [ao menos não no nível que muitos acham que ela foi]. E, no livro já citado, [Pelo mundo na Moda: criadoras, grifes e modelos], a autora Lilian Pecci afirma que pra estilista, a mulher só devia ir às compras com seu homem, para agradá-lo.

A estilista se inspirava na moda masculina, nos trajes esportivos e de trabalho. Começou a simplificar a silhueta, reduziu os enfeites, usando tecidos mais leves, deixando os vestidos soltos ao corpo para o próprio conforto e prazer da mulher. Confeccionados de tweed – tecido barato considerado masculino e da classe trabalhadora.

Em 1921, lança o perfume Chanel Nº5 - aquele que Marilyn Monroe usava antes de dormir. Foi o primeiro perfume com o nome de um estilista, e mais de um século depois, ainda é sucesso em vendas.

Depois do Russo, ela conheceu o duque de Westminster [sim, Chanel teve muitos homens e amantes haha], o homem mais rico da Inglaterra.Ficam 6 anos juntos. O duque presenteou

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Chanel com uma oficina para desenvolver suas próprias padronagens de suas roupas. – sempre ganhando ótimos presentes.

Em 1926, cria o ‘’pretinho básico’’, um vestido simples, chique e coringa para o guarda roupa de toda mulher. A peça foi tão emblemática que foi comparada com o primeiro modelo de carro fabricado em serie: o Ford preto. “O preto é tudo, o branco também. São de uma beleza absoluta. Vista uma mulher de preto ou branco em uma festa. Só ela vai aparecer’’, declarava.

Já em 1929, cria a primeira bolsa chique de alça, feita de corrente dourada [outro símbolo da estilista]. A famosa bolsa Chanel “2,55”, foi aperfeiçoada em 1955, introduziu ao couro losangos matelassê. Além da bolsa, atribuiu seu toque em vários itens que se tornaram icônico:decote canoa, slingbacks, sapatos bicolores, suéteres, pérolas (dito anteriormente), chapéu de palha duro, conjuntinho azul marinho, roupas de banho, entre outros.

(Alguns ícones de Chanel; Chapéu, conjuntinho de tweed, perfume N 5, bolsa de couro com

corrente e pérolas)Então, veio a Guerra, o fechamento da Maison foi inevitável, pois Coco se tornou amante

de um oficial alemão, sendo exilada na Suíça. Apenas em 1954, após a sangrenta guerra, Chanel reabriu sua loja na rue Cambon (onde permanece até hoje em Paris). Após dois anos de sua reabertura, lança o chamado tailleur Chanel [parecido com um cardigã sem gola, de tweed (claro)], usado por Jackie Kennedy, no dia do assassinato de seu marido. Alguns anos se passam, e Coco Chanel morre em 1971 aos 87. Nessa idade, ainda trabalhava ativamente, desenhando uma nova coleção.

Linha do tempo:

1910: Abertura da sua primeira boutique ''Chanel Modes'' , uma loja de chapéus no n°21 da rua Cambon em Paris.1913: Abertura de uma boutique em Deauville sob direção de Coco Chanel.1915: Primeira Maison de Couture de Chanel em Biarritz.1919: Morte de Bov Chapel. Amante de Coco e amor de sua vida.1921: Lançamento do perfume Chanel n°5 , em 5 de Maio.1924: Criação da Société de Parfums Chanel.1926: O vestido preto , criação cultuada de Gabrielle Chanel , é homenageado pela Vogue.1928: Criação de tailleurs em tweed forrados com seda.1932: Gabrielle Chanel cria Bijoux de Diamants , sua primeira coleção de Alta Joalheria.1939: Fechamento da Casa de Costura Chanel por conta da eclosão da segunda guerra mundial.

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1944: Gabrielle Chanel se exila na Suíça durante a guerra.1954: Reabertura da Casa de Costura. Criação do tailleur e da bolsa matelassada e o lançamento do eau de toilette ''Pour Monsieur''.1957: Coco recebe o oscar da moda em Dallas.1971: Coco Chanel Faleceu.1983: Karl Lagerfeld assume a direção artística da Casa de Costura.1987: Criação da relojoaria Chanel.1993: O museu do Louvre faz uma homenagem á Chanel expondo peças de alta joalheria.1999: Colaboração com a sociedade Luxottica para uma linha óculos de sol e grau.2002: Criação de Paraffection , uma sociedade que agrupa artesãos especializados em moda.2004: Campanha publicitária do perfume Chanel n°5 com Nicole Kidman2009: Campanha Publicitária do perfume Chanel n°5 , dirigido por Jean-Pierre Jeunet com Audrey Tautou.

ALGUMAS FRASES:

“Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a

ame.”

“A moda sai de moda, o estilo jamais.”

“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é quem você é! E quem você é? Você

sabe?”

“Eu não entendo como uma mulher pode sair de casa sem se arrumar um pouco - mesmo que

por delicadeza. Depois, nunca se sabe, talvez seja o dia em que ela tem um encontro com o

destino. E é melhor estar tão bonita quanto for possível para o destino.”

“A natureza lhe dá o rosto que você tem aos 20. A vida talha o rosto que você tem aos 30. Mas

depende de você merecer o rosto dos 50.”

“Sou contra a moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue

uma roupa fora, só porque é primavera.”

“O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.”

“O conforto possui formas. O amor cores. Uma saia é feita para se cruzar as pernas e uma

manga para se cruzar os braços.”

“O que conta não são os quilates, mas o efeito.”