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DE EXERCICIO PARA RECUPERAÇÃO DE LITERATURA NOTA: TEXTO i: PROCURA-SE! Os beija-flores ou colibris estão entre as menores aves do mundo e são as únicas capazes de ficar voando no mesmo lugar, como um helicóptero, ou de voar para trás. Para isso, porém, as suas pequenas asas precisam movimentar-se muito depressa, o que gasta muita energia. Assim, eles precisam se alimentar bastante, e algumas espécies podem comer em um único dia até oito vezes o seu próprio peso. Uau! O balança-rabo-canela é um beija-flor pequeno que pesa apenas nove gramas e só existe no Brasil. Ele tem as costas esverdeadas e a parte de baixo do corpo na cor canela, com um tom mais escuro na garganta. As penas da cauda, por sua vez, são de cor bronze e têm as pontas brancas. A ave possui ainda uma fina listra branca em cima e embaixo dos olhos. Assim como os outros beija-flores, o balança-rabo- canela geralmente se alimenta de pequenos insetos, aranha e néctar, um líquido doce produzido pelas flores. Para sugá- lo, essas aves têm uma língua com ponta dupla, que forma dois pequenos canudos. É comum os beija-flores ficarem com os grãos de pólen das flores grudados nas penas e no bico depois de sugarem o néctar. Assim, acabam levando-os de uma flor a outra, à medida que seguem seu caminho. Como as flores precisam do pólen para produzir sementes, os beija-flores, sem querer, ajudam-nas ao fazer esse transporte e acabam beneficiados também: afinal, o néctar das flores é um dos seus alimentos.

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DATA : / / 2016

PROFESSOR (A): SILVANA

LISTA DE EXERCICIO PARA RECUPERAÇÃO DE LITERATURA

SÉRIE: 7º ANO

ALUNO (A):Nº:

TURMA: NOTA:2º BIMESTRE

TEXTO i: PROCURA-SE! 

Os beija-flores ou colibris estão entre as menores aves do mundo e são as únicas capazes de ficar voando no mesmo lugar, como um helicóptero, ou de voar para trás. Para isso, porém, as suas pequenas asas precisam movimentar-se muito depressa, o que gasta muita energia. Assim, eles precisam se alimentar bastante, e algumas espécies podem comer em um único dia até oito vezes o seu próprio peso. Uau!

O balança-rabo-canela é um beija-flor pequeno que pesa apenas nove gramas e só existe no Brasil. Ele tem as costas esverdeadas e a parte de baixo do corpo na cor canela, com um tom mais escuro na garganta. As penas da cauda, por sua vez, são de cor bronze e têm as pontas brancas. A ave possui ainda uma fina listra branca em cima e embaixo dos olhos.

Assim como os outros beija-flores, o balança-rabo-canela geralmente se alimenta de pequenos insetos, aranha e néctar, um líquido doce produzido pelas flores. Para sugá-lo, essas aves têm uma língua com ponta dupla, que forma dois pequenos canudos.

É comum os beija-flores ficarem com os grãos de pólen das flores grudados nas penas e no bico depois de sugarem o néctar. Assim, acabam levando-os de uma flor a outra, à medida que seguem seu caminho. Como as flores precisam do pólen para produzir sementes, os beija-flores, sem querer, ajudam-nas ao fazer esse transporte e acabam beneficiados também: afinal, o néctar das flores é um dos seus alimentos.

Os beija-flores enxergam muito bem, e muitas flores possuem cores fortes, como vermelho ou laranja, para atraírem a sua atenção. Embora muito pequenas, essas aves são muito valentes e sabem defender seus recursos, como as flores que utilizam para se alimentar. Assim, alguns machos podem até expulsar as fêmeas da sua própria espécie caso elas cheguem perto da comida. Na luta pela sobrevivência parece não haver espaço para gentileza: machos e fêmeas geralmente se juntam apenas na época da reprodução.

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O balança-rabo-canela coloca seus ovos de setembro a fevereiro e choca-os durante 15 dias. A fêmea é quem constrói o ninho e também cuida dos filhotes por quase um mês após o nascimento para que eles consigam sobreviver sozinhos.

O pequeno balança-rabo-canela está ameaçado de extinção por conta da destruição do ambiente onde vive, ou seja, do seu habitat. As matas que servem de lar para essa ave estão sendo destruídas de maneira acelerada para a criação de animais, o cultivo de alimentos, a instalação de indústrias e pelo crescimento das cidades. Portanto, precisamos preservá-las para que esse belo beija-flor não desapareça para sempre.

FONSECA, Lorena

1. O balança-rabo-canela é um beija-flor que

(A) pesa apenas nove gramas.  (B) põe ovos o ano inteiro.   (C) possui uma lista branca nas asas.(D) tem as costas cor de bronze.

2. Em "Assim, acabam levando-os   de uma flor a outra, à medida que seguem seu caminho", o termo destacado refere-se a

(A) brotos em geral.(B) colibris pequenos.(C) grãos de pólen.   (D) insetos comestíveis.

3. O balança-rabo-canela, depois de sugar o néctar,(A) alimenta-se de insetos variados.   (B) auxilia as fêmeas na criação dos filhotes.(C) contribui para a reprodução das flores.   (D) cuida dos filhotes por quase um mês.

4. Os beija-flores estão ameaçado de extinção porque(A) comem até oito vezes o seu próprio peso.  (B) o ambiente em que eles vivem está sendo destruído.(C) gastam muita energia para voar.  (D) têm de lutar constantemente por seus recursos.

5. O texto "Procura-se!"

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(A) informa sobre o perigo de extinção dos beija-flores chamados de "balança-rabo-canela".

(B) inventa algumas características sobre os beija-flores chamados de "balança-rabo-canela".

(C) traz um relato de experiência científica com os beija-flores chamados de "balança-rabo-canela".

(D) anuncia que alguém está procurando beija-flores chamados de "balança-rabo-canela" para comprar.

6. A questão central tratada no texto é(A) a preservação dos beija-flores. estres.(B) a reprodução de animais silvestres.(C) o crescimento das cidades. D) o hábito alimentar das aves.

TEXTO II: Coração conta diferente         —  Ai...         —  O que é que você tem, Tiago?         Quem falou ai fui eu. Quem me perguntou o que é que eu tinha foi o Renato, que fica sentado do meu lado e pode vigiar tudo o que faço. Ele deve ter pensado que alguma coisa estava doendo. Mas esse ai não era de dor.         Então, suspirei de novo, mas agora sem falar nada. Esse suspiro saiu como um sopro, que balançou as folhas do meu caderno. E pra dentro, baixinho, pra ninguém escutar, eu gemi: Ai, Adriana...          É que ela levantou para ir ao quadro. Logo hoje que ela soltou o cabelo comprido daquele rabo-de-cavalo que ela costuma usar. O cabelo dela é tão lindo... Parece de seda e tem um brilho que eu ia dizer que parece o Sol. Mas a Adriana tem cabelos pretos e Sol moreno fica meio esquisito.7x5 =45...         — Tá errado, tia! Tá errado! — gritou toda esganiçada a Catarina.      A tia então mandou a Adriana sentar. A Catarina correu e meteu o apagador em cima daqueles números tão bem desenhados, corrigindo com um 35 tão sem graça quanto a sua voz.          Adriana voltou pro lugar dela e eu nem pude ver se ela estava com a cara muito vermelha. Ela ficou com a cabeça abaixada um tempão. Eu senti que ela estava triste e fiquei muito triste também. Aí, arranquei a beiradinha da última página do meu caderno e escrevi:         Não liga, Adriana. O 45 que você escreve é tão lindo quanto o seu cabelo.    Dobrei meu bilhete. Fiz bem depressa uma bolinha com o bilhete dobrado, mirei e joguei. Ela caiu no colo da Adriana.    Meu coração bateu depressa. Ai, ai, ai, meu coração martelando tantosais no peito. A Adriana foi desamassando o bilhete bem devagar. Ela leu, depois guardou dentro do estojo. Nem olhou pro meu lado. De repente me lembrei de uma coisa terrível: EU NÃO TINHA POSTO O MEU NOME NO PAPEL!

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         Nisso, a tia me chamou. Eu só pensava naquela confusão.         —Tá errado! Tá errado! Deixa eu fazer, tia?

    Eu olhei pro quadro e entendi... 8 x 6 = 36... A tia me mandou sentar. Fui, morrendo de sem graça.    Cheguei na minha carteira e vi uma bolinha  de papel bem em cima do meu caderno. Quando ninguém estava mais olhando, eu disfarcei e abri:         Eu também me amarro no seu 36.

         No cantinho do papel estava assinado: Adriana

Coração conta diferente.Lino de Albergaria São Paulo: Scipione, 1992.

7- Analise o texto lido e use V (verdadeiro) ou F (falso):(      ) O texto é uma narrativa.(      ) O texto pode ser considerado um poema porque está escrito em versos.(      ) O autor transcreve as falas das personagens, por meio do discurso direto.(      ) O narrador é personagem porque participa das ações da história contada.(      ) O narrador é observador, porque não participa da história contada.

8- Faça a correspondência, de acordo com o texto:

(A) Tiago                    (      )  Tem lindos cabelos pretos.(B) Renato                 (       )  Narra a história.(C) Adriana                (       )  Senta-se  próximo ao narrador.(D) Catarina               (       ) Tem a voz esganiçada.

9- No 2º parágrafo o narrador explica que o “ai” que ele disse não era de dor. De acordo com o texto, o que significa esse “ai”?

10- Como a professora da turma é tratada no texto?_______________________________________________________________

11- O narrador ia comparar o brilho dos cabelos de Adriana com o Sol, mas desiste. Retire do texto a frase que indica porque a comparação não era boa.

12- Qual personagem do texto descobre o erro de Adriana e corrige os números no quadro?

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13- Adriana descobriu quem tinha escrito o bilhete para ela? Escreva como você chegoua essa conclusão?

14- Enumere as ações de acordo com o texto:(      ) Tiago escreve um bilhete e o joga  para Adriana.(      ) Catarina grita que a reposta de Adriana está errada.(      ) Tiago observa Adriana escrevendo no quadro e suspira.(      ) Adriana erra a resposta.(      ) Tiago vai  ao quadro e também erra a resposta.(      ) Adriana retorna para sua carteira e fica de cabeça baixa.(      ) Adriana responde Tiago escrevendo um bilhete para ele.

A gíria é uma forma de expressão oral ou escrita, usada por determinados grupos em situação de intimidade. Ela faz parte da linguagem coloquial.         As gírias devem ser evitadas em situações formais ou cerimoniosas porque nessas ocasiões deve-se utilizar a linguagem padrão que obedece às regras da Língua Portuguesa.

 A partir das informações dadas acima, responda:

15)- Adriana usa uma gíria no bilhete que escreve para Tiago. Que expressão indica essa gíria?_______________________________________________________________

16)- Por que foi possível o uso da linguagem coloquial no bilhete escrito por Adriana?

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17)-   Reescreva o bilhete de Adriana substituindo a gíria por uma expressão da linguagem padrão, sem alterar o sentido da mensagem.

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TEXTO III:  O VILARES

Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente.Parecia ter nascido para senhor do mundo.No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade não predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo.Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não existisse o mundo.Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando com um e com outro, mandando sempre. (…)Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E, um dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova.Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém, chamou o Vilares e o repreendeu também.Eu estava no gabinete e ouvi tudo.- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente. Isso é antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária, está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.E, continuando:- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um sentimento tão natural, que os próprios irracionais o possuem. E louco será, meu filho, quem tiver a pretensão de modificar sentimentos dessa ordem. Ou você muda de feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.  (VIRIATO CORREA.)

Após a leitura do texto responda às questões:

18. Assinale a alternativa que combina com o texto.a. (   ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.b. (   ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir um comportamento reprovável.    c. (   ) É um texto cômico, engraçado.

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19. Quais são as personagens do texto?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

20. Assinale a alternativa correta:a. (   ) O narrador não é personagem do texto.b. (   ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que participam da história. c. (   ) Não existe narrador nesta história.

21. Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?______________________________________________________________________________________________________________________________

23. O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a parte do texto em que o narrador descreve os aspectos físicos do Vilares.______________________________________________________________________________________________________________________________

22.Circule, de acordo com o texto, entre as características psicológicas dadas abaixo, as que se encaixam no personagem Vilares.Humilde – briguento – metido – tolerante – sabichão – insuportável – cordial – bondoso – autoritário – implicante – simpático – antipático – desagradável – egoísta – quieto

24. No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares. Assinale-as:

a. (   ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”b. (   ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.c. (   ) “Quer sempre impor a sua vontade.”d. (   ) “… quer mandar em toda a gente.”e. (   ) “… ninguém gosta de ser mandado.”

25. Que outro título você daria ao texto?

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26. Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:a. (   ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.b. (   ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.c. (   ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.d. (   ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as imposições das pessoas autoritárias e mandonas.

TEXTO IV - O índio

- Meu Deus,é ele!Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor... ? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo,risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros ,que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na praça da Sé ou na avenida Paulista?Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um índio. Um genuíno adolescente pataxó.A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem camisa com o umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha número "um" na mão, que sem delongas disse:– Vim matricular meu filho.E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias, certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os corredores do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e chegou à sala da diretora, que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:– Mas é um índio mesmo?Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava dois ou três, contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio, até que teve uma idéia: pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas históricos e nada. Curiosa com a situação, a funcionária questionou: – qual o problema para tanto barulho?– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal,

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não sabemos que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim, precisamos de amparo legal. E se ele resolver vir nu estudar, será que podemos impedir?Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões, pelo japonês tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra coisa. Uma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa, disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a diretora, a supervisora de ensino e o delegado.O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir, desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta, walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:– Pode assistir aula de walkman?

Edson Rodrigues dos Passos. In: Nós e os outros: histórias de diferentes culturas.São Paulo. Ática, 2001.

27. Na escola, tudo corria tranquilamente. O que vem mudar esta situação?

28. Por que a diretora consultou os documentos citados no texto?

29. Em quais documentos a diretora poderia encontrar amparo legal para matricular o índio?

30. Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?

31. O menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito dele?

32. O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis

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Recep, calça jeans, walkman nas orelhas. A que cultura associou os elementos citados?

33. Das frases abaixo, qual é a que mais se aproxima da questão cultural indígena tratada no texto?a) É bom que todos tenham a oportunidade de partilhar os avanços tecnológicos.b) É uma pena que os povos percam sua identidade.c) Eu uso esses produtos, mas o índio usando é estranho.

34. A expressão brado retumbante aparece em um importante texto brasileiro. Você sabe qual?

35. Como o conflito se resolve no final? A comunidade escolar se decepciona com o índio, pois eles não esperavam um jovem normal como os outros. 

36. Você acha normal a reação das pessoas ao ver um índio? Você também teria esta reação? Justifique sua resposta. 

                       TEXTO V - Não despertemos os Leitores

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas."A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em

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entrevista:"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.

(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)

37. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.

38. Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique.

39. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê? 

40. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?

41. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?

42. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?

43. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?

TEXTO VI - ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUSNaqueles tempos, a vida em São Paulo era tranqüila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando

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pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas, assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de trânsito, muitas vezes chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli” – arranha-céu pioneiro em São Paulo, se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos. Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por extenso – sem criar equívocos – e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário fosse.Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância. Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma barreira a impedir meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher o nosso mundo.

GATTAI, Zélia. Anarquistas graças a Deus. Rio de Janeiro: Record, 1986. p. 23.

44.   No relato de memória extraído do livro Anarquista graças a Deus, a autora faz algumas comparações entre o passado e o presente. Dos trechos transcritos a seguir, assinale o que não está fazendo uma comparação entre passado e presente:a)  (      ) “Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados”.b)  (      ) “Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e manivela.”c)  (      ) “Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros”.d)  (      )  “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava com pressa.”

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45.   Para que o leitor construa uma imagem do passado rememorado pela autora, ela usa termos que qualificam e caracterizam algumas passagens de suas memórias. Assinale a alternativa em que os termos destacados não são caracterizadores:a)  (      ) “Nossa vida simples era rica ,   alegre   e   sadia .”b)  (      ) “o riso aberto   e   franco ”c)  (      ) “abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras”d)  (      ) “Havia tempo para tudo, ninguém se afobava ”

46.   Assinale o trecho no qual a presença da voz do narrador, interrompendo o relato, expressa um recurso de interação entre autor e leitor:a)  (      )   “Não havia surgido a febre dos edifícios altos; nem mesmo o “Prédio Martinelli”.b)  (      )   “Para que isso? Para que o uso de siglas?”c)  (      )   “Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa, eram poucos.”d)  (      )   “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”

47.   Assinale a alternativa que expressa as marcas temporais que identificam um passado distante:a)  (     ) “Havia tempo para tudo” e “Não havia surgido ainda”;b)  (     ) “ninguém se afobava” e “sobrava tempo para ênfase”;c)  (     ) “Fora esse detalhe” e “ainda sobrava tempo para ênfase”;d)  (     ) “Naqueles tempos” e “daqueles idos”.

TEXTOM VII - LER, ESCREVER E FAZER CONTA DE CABEÇA

“A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas. Ela passava o exercício e, de mesa em mesa, ia corrigindo. Um cheiro de limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada, amarradinha uma na outra!.(...)Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia não saber e aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada um se levantava, em ordem alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava sua presença e recebia uma bolinha azul na frente do nome.

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Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai. Queria ter mais nome, pra ela me chamar por mais tempo.O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, o capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.(...)Nas aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia os poemas, mas escrevia fundo em nossos pensamentos as ideias mais eternas. Ninguém suspirava, com medo da poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral, Alvarenga Peixoto e “Toc, toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de um poeta chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava de onde vinha nem onde tinha nascido. E a poesia ficava mais indecifrável.”                                                                                    

 QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de.  Ler, escrever e fazer conta de cabeça. São Paulo: Global, 2004. pp. 34-35.

48.   Pelo texto é possível inferir que o narrador:a)  (      ) Se interessava mais pela professora, seu modo de se vestir e escrever no quadro, do que pela aula em si.b)  (      ) Tinha uma profunda admiração pela professora e se esforçava em aprender, também, para agradá-la.c)  (      ) Não se interessava pelas aulas que não fossem de poesia.d)  (      ) Era o melhor aluno da classe.

49.   Assinale o trecho em que o autor usa o recurso da comparação para descrever poeticamente a forma como ele via o gosto da professora se vestir:a)  (      )   Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro.b)  (      )   Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas.c)  (      )   A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio.d)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios.

50.   Assinale o trecho em que está expressa uma relação de finalidade:a)  (      )   E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz.b)  (      )   Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto.

Page 15:  · Web viewUma multidão aguardava em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em cima das cadeiras e da mesa, disputavam

c)  (      )   O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios.d)  (      )   Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai.

BOAS FÉRIAS!