0 catolicismo e a Depois àn 20 annos de Republica leigg...

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^^fVW- ^Zt-e-m*.^ S. PAUtO (Braziü) Sabbadd, 7 de maio de 1910 Stu*~ ^f^^ tWP+gf*. y I^Z--/^ ANNO IV-NUMERO 3o Redacção Administração largo da n. 5 (sobrado) mé- m tm- * Endereço telegraphico: LANTERNA m- mt* »t* * Apparece aos sabbados --¦¦•» tm m. Fundador: BENJAMIM MOTA Assignaturas para o Brazil Annoio$ooo Semestre 6$ooo FOLHA ANTI-CLÈRÍCAL DE COMBATE 0 catolicismo e a emancipação humana (Conferência realizada no Rio de Janeiro pelo Dr, Caio Monteiro de Barros.) III E' então a religião o melhor instrumento para a dominação do poder, para o estabelecimento do principio de autoridade— tornado então indiscutível, superhumano, de origem divina--; meio excel lente para a fixação dos senti mentos de servilismo e cobccrdia no animo daquelles opprimidos c escravizados. Ella foi cm todos os tempo, tr ainda o é, empregada neste sentido pelos opprcssores. interiormente a religião preclis- pfle o homein para a obediência passiva, a resignação sem dis- crepancia verdadeira adaptação moral do individuo ,i sujeição temporal, preparo innegayel do espirito á tobardia, na apparencia de saciificio. Srs. Jean Jaurés, prefaciando a no tavel obra dc Benoit Malon *Ln Mora/e Sociale» disse com inteira exactidão que—a resignação, quan- do não é inevitável que a ella se submetia (o homem)- è a co- barãia; e o sacrifício, quando perpetua a iniqüidade entre os homens, é o cúmplice dessa ini- quidade ! Belíssimas e verdadeiras pa- lavras ! Exteriormente ainda a religião f. um instrumento de oppressão, e sempre veio em auxilio dos exploradores da humanidade. Mais firme esteio do principio da autoridade, consciente ou in- concientemente, age sempre de accordo com os interesses do po- der, seja qual fôr o pretexto. Aproveitam-se delia para eli- jninar os jnsubordinados, os re- beldes, os altivos, os emancipa- dos pioneiros da verdade, aquel les que tentaram ou realizaram o estraçoamento do obscurantismo da epocha, desvendando os novos horizontes humanos. Xenophanes, Anaxagoras, Pho- cion, Sócrates, Campanella, Gior- dano Bruno, e tantos grandes pensadores—íoram as victimas da religião. Srs. Temos ainda vivo, palpitante, recente, um exemplo: o assassi- nato iniquo, infame, inqualificável, de Francisco Ferrer— lúcido es- pirito e generoso coração pelo contubernio torvo da lei e do padre, do throno e do altar, do Poder e da Religião ! Depois àn 20 annos de Republica leigg Como sc preparam as gerações futuras no Brasil. e ao interprete da palavra divi- na.- Vede, pois, no protestantismo, o mesmo obscurantismo, a mes- ma intolerância, a mesma malva- dez! O catholicismo como procede para com a Liberdade, a Sciencia, a Civilização ? Di-lo sua historia ; affirmam-no factos incontestáveis. de in- Particularizemos sertaçâo. nossa dis- O catholicismo é inimigo con- tumaz, adversário visceral da li- berdade, da emancipação humana, antithese flagrante, inconciliável com a verdade, com a Luz, com a Sciencia, com a Civilização ! Não supponham os Srs. que me refiro exclusivamente ao papis- mo ou ultramontanismo ou vati- canismo ou a «Igreja apostólica romana». Tambem falo dos seus seismas, principalmente o nascido com a Reforma—o protestantismo. Desse diz o sábio Eliseu Re- chis, cm sua obra «Evolução, Revolução e Ideal Anarchista» : «Sabe-se agora que a Reforma foi tambem a constituição de ou- tras igrejas autoritárias em face da Igreja que até ali gozara o monopólio da escravizaçâo intcl- lectual. A Reforma deslocou as fortu- nas e as prebendas em proveito do poder novo e dum e doutro lado nasceram ordens, jesuítas e contrajesuitas, para explorar o povo sob formas novas. Luthero e Calvino falaram a respeito dos que não partilhavam a sua ma- neira de ver, a mesma linguagem de intolerância feroz que S. Do- mingos e Innocencio III. Como a Inquisição fizeram es pionar, encarcerar, esquartejar, queimar; igualmente fixaram co- mo principio a obediência' ao rei A Bíblia é um código tolerância inimaginável. Massacres, degolamentos, ex- terminios, ódios, fulminações, in- tolerância theologica—eis, o gran- de, o pavoroso, o sinistro quadro que ali se nos apresenta e que para sempre, indelevelmente, se grava em nossa retina. A Igreja primitiva segue essa mesma orientação, continua nessa mesma pratica, intolerante e im- piedosa, para os que não são seus prosélytos, não adoptam suas doutrinas. Parece, uma ncvropathia obce- cante e irrcmissivel empolga seus crentes, os mais humildes como os mais eminentes. Paulo (na Epístola dos Gaiatas i, 8) anathematiza todo o que adopta ou prega um evangelho diverso do seu. * Tertuliano, no século III, como que impulsionado por um espirito demoníaco exulta com a idéia das penas que no Inferno soffre- rão ou espo am os pagãos, seus adversários. Jeronymo, no século IV, diz: Se vosso pae se atravessar no limiar da porta, para vos impedir de seguirdes a vossa vocação; se vossa mfti vos mostrar o seio que vos alimento ¦ calcai aos pés o corpo de vosso pai e o seio de vossa mãi, e, com os olhos serenos, fugi fiara o senhor que vos chama. Como é cruel, impiedoso, des- humano, tudo isso ! Antes do christianismo achar- se no poder, ameaçava os here- ticos com a excommunhão c as penas eternas, e uma vez alcan- çado aquelle praticou os maiores crimes, inaugurou, srs. a persegui- ção systematica dos herejes, dos incrédulos, daquelles cuja unica culpa era desconhecer ou não participar de suas idéias religio- sas. Roma, em seu Panthecn, aco- lhia todos os deuses, e foi C ms- tantino, o imperador christao, quem intruduziu na legislação do arande povo, como'lei imperativa, a perseguição religiosa. J. VV. Foote, citado por Bossi, diz : que o christianismo inaugurou uma nova era de escravidão mental, supprimindo pela força as dissidências, e estabelecendo uma uma inquisição para descobrir os heréticos, introduziu a tyrannia no mais secreto da intelligencia. Drapcr, ainda citado pelo mes- mo autor, diz : que o christianis- mo tomou um caminho que de- terminou toda a sua carreira futura, transformando-se em uma pedra de embaraço contra o pro- gresso intellectual da Europa, por mais de um milhar de annos. * Srs. Eis como elle cultuava a liber- dade, como contribuía para a emancipação humana, a despeito do que assoalham o.s seu phari- saicos propugnadores. * O christianismo fez da servidão e da escravidão instituições di- vinas. Angelo Vacaro, em seu livro «A Luta pela Vida», diz: Muitos jugam que foi o chris- tianismo quem transformou e aboliu a escravidão. Não ha po- rém opinião menos exacta do que esta, observa Deschanel, e pare- ce-me que tem razão. O christianismo nunca profes- sou a igualdade de direitos entre os homens. Não proclamou a es cravidão como contraria ao direito divino. S. Paulo não aconselhou ao escravo quebrar as cadeias que o prendiam, mas sim obedecer tímida! e respeitosamente a seu senhor. O.s padres da Igreja foram mais longe : fizeram da escravi- dão uma instituição divina, e S. Thomas de Aquino, cujas dou- trinas são professadas ainda pela Igreja disse que a escravidão e a servidão não são contrarias, an- ts são favoráveis ao christianis- mo.» NO ALTO DO CALVÁRIO Magdalena e Jesus. São elles dois apenas Que sabem da visão que em derredor fluetua. Elle que a supplantou nas mais ardentes scenas, E ella que tanto o amou, ella que foi sua. O' Manhãs de arrebol I Madrugadas serenas ! Contai ao mar, á flor, ás estrellas, á lua, Quanta vez me beijou Jesus as mãos pequenas, Quantas me teve aos pés e .nos. seus braços, nua! Voou para o cypreste o bando dos pardaes , . . E o sinistro final sepultou-me o deseje E as bênçãos deste amor que não nos volta mais. Vai morrer! Vai partir! Findou-se o nosso idyllio ! Sol de minh'alma, adeus ! O' meu primeiro beijo Não terás outro beijo a te beijar no exilio ! II Baixou a treva, emfim. Cai no chão, de joelhos, Naquelle mais sagrado e mais punjente drama : Loira, fria, a chorai, põe os lábios vermelhos Nos pés que estão na cruz . . . E a sua dôr proclama «—Antes não desse ouvido aos teus falsos conselhos! Carne, não posso mais ! Se inda sentes a chamma Queimar-te o coração, maldize os Evangelhos Por amor amor deste Deus, da mulher que o mais ama !- Santo «Sivaircãador E, ouvindo a sua voz, Christo exhala um lamento. Il os seus olhos que são dois missaes de tormento Volve á triste, que chora o escandaloso crime. E, Magdalena, então, como louca e mais langue, Vendo-o exhausto a morrer, orvalhado de sangue, Põe- -_e a nr e a cantar, num delírio sublime. uma alucinada, sangia e a atordoa. soa ! nunca mais ! O' Montanha sagrada ! III Desce o Calvário e vai como Mal sustendo a paixão que a Sua voz musical, de lagrimas molhada, Tem preces, tem punhaes, musicalmente «— Nunca mai Não terei mais ninguém que de mim se condòa ! Adeus, tempo ideal ! Hoje sou desgraçada, E diz-me o coração que eu fui pura e fui bôa ! E as flores que ella tem murcham sob o seu véo. E um profundo pesar, por onde passa, arranca. E a Via-Lactea, de luto, abre o pallio no céo. Do Jornal do Commercio de 25 : Na lei franceza são numèrosissi- mos os motivos para divorcio. Appareceu, porem, um novo apre- sentado por um marido que mos- trou no tribunal uma copia de uma oração descoberta entre os papeis de sua mulher. A oração é dirigida a um san- to cujo nome não é muito fami- liar, mas que parece bem conhe- cido da ré, Santo Exterminus. Não se pediu ao Santo que ex- terminasse ninguém, mas o que essa mulher lhe rogava que fizes- se, não era coisa muito santa, como se verá da prece seguinte : «Grande Santo Exterminus, ro- go-vos que atermenteis a alma e E vai sem ardor, sem aquella vida... A mulher quando ama é extremamente franca : Mostia o peito e o punhal que lhe fez a ferida! A. M. B. Assignaturas para o exterior Anno Skmestkk 15Í5000 X$ocx> Pagamento Adiantado unais ao homem que eu amo. Amen.» O Tribanal Civil pedira uma semana para resolver se a oração da mulher a Santo j Exterminus constitue technicamente uma «in- juria grave», de modo a justificar a sentença de diyprcio solicitada pelo marido. O.s santos servem para isto e para muito mais. Como se sabe, a religião é um frei*.,. Cataria bíblica Um leitor nosso escreve-nos: «Já li a Bíblia, e algumas par- tes mais duma vez ; mas confes- so que me passara despercebida aquuelia prescripção hygienica, ci- tada pelo vosso collaborador Me- dusa, relativa ao lugar fora do arraial aonde o israelita devia ir, com um pauzinho no cinto, a cha- mado de certa necessidade, co- brindo de terra o resultado. Vê- se que o legislador não previa os adiantados sy temas usados nas cidades modernas . . . Hoje, apar- te o pauzinho, ha ainda seres que seguem o preceito bíblico : ' são os gatos, que cobrem de terra «aquillo de que se alliviaram». Nunca tinha supposto os gatos leitores da Biblia e tão cumpri- dores dos seus preceitos O nosso leitor graceja, mas elle bem sabe que provavelmente foi o legislador bíblico que imi- tou o gato, não sendo de presu- mir que este se dedique a taes leituras... Poraograpfaia vatica»esca No seu numero de 3 de abril, começou L'As ino, de Roma, a. pu- blicar um estudo sobre o poema erótico esculpido em bronze que ella apresenta. O famoso jornal anticlerical apresenta aos seus leitores repro- ducções photographicas dc certos motivos... edificantes, mostrando o impudor papal gravado em bron- ze á mesma entrada da basílica vaticana o que é bem signifi- cativo ! Conta tambem picantes aneclo- ctas relativas á vida dos papas da época e dos artistas que tra- balharam por conta da Igreja. E venham os ascorosos hypo- critas do catholicismo, pomogra- pllicos diplomados e consagrados, falar-nos de decência ! K.jEziiyyyiEEyJ o espirito dc Madame X... resi- dente em Paris, pelos seus cinco sentidos. Que ella se veja ator- mentada e obcecada do desejo de abandonar o marido. Grande San- to Exterminus, imploro vos que atormenteis o espirito do marido de Madame X. pelos seus. cinco sentidos naturaes. Atormentai-o de modo que elle não possa viver sem mim. Dormindo, que elle sonhe constantemente commigo. Acordado, que elle ame a mim. Que elle abandone a mulher e trazei-o a mim, ó Grande Santo Extreminus. Amen.» "Grande Santo Exterminus, ro- go-vos que atormenteis o espirito de meu marido por meio dos seus cinco sentidos naturaes. Que elle se veja dominado de uma idéia unica—de me dar uma boa me- sada. Grande e poderoso Santo Exterminus, rogo vos que me Os bispos ajudam Uma professora primaria da Alta-Saboia, França, apesar de livre-pensadora, consentiu em ca- sar-se na igreja, tendo compaixão de sua velha mãi, muito ciente. O parocho ficou satisfeito com o acto de submissão d a incrédula, mas pouco depois recebeu do bispo as seguintes instrucções : ... «Os sacramentos da Igreja serão recusados a todo professor que tiver empregado na sua es- cola. um dos livros condemnados pela Igreja. Todavia, convirá fa- zer a tal professor as perguntas seguintes : l,° Lamentais ter-vos servido desses livros ? 2." —Se isso estivesse em vosso poder, mudarieis esses livros? 3.0 Quando chegardes ás pas- sagens condemnadas, passa-las-eis etn silencio ? Não 1 respondeu altivamente a tudo a professora em questão. E de consciência tranquilla e sa- tisfeita, dispensou a cerimonia re- ligios,a. Se a Igreja mostrasse sempre e em toda a parte tal intransigen- cia, impedindo debilidades e for- necendo novos motivos de rebel- dia, teríamos que lhe agradecer!

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^^fVW- ^Zt-e-m*.^

S. PAUtO (Braziü) Sabbadd, 7 de maio de 1910 Stu*~ ^f^^ tWP+gf*. y I^Z--/^ ANNO IV-NUMERO 3o

Redacção ií Administração

largo da Sé n. 5 (sobrado)mé- m tm- *

Endereço telegraphico: LANTERNAm- mt* • »t* *

Apparece aos sabbados--¦¦•» tm m.

Fundador: BENJAMIM MOTA

Assignaturas para o BrazilAnno io$oooSemestre 6$ooo

FOLHA ANTI-CLÈRÍCAL DE COMBATE

0 catolicismo e aemancipação humana

(Conferência realizada no Rio de Janeiropelo Dr, Caio Monteiro de Barros.)

III

E' então a religião o melhorinstrumento para a dominação do

poder, para o estabelecimento do

principio de autoridade— tornadoentão indiscutível, superhumano,de origem divina--; meio excellente para a fixação dos sentimentos de servilismo e cobccrdiano animo daquelles opprimidos cescravizados.

Ella foi cm todos os tempo,tr ainda o é, empregada nestesentido pelos opprcssores.

interiormente a religião preclis-pfle o homein para a obediência

passiva, a resignação sem dis-crepancia — verdadeira adaptaçãomoral do individuo ,i sujeiçãotemporal, preparo innegayel doespirito á tobardia, na apparenciade saciificio.

Srs.

Jean Jaurés, prefaciando a notavel obra dc Benoit Malon *LnMora/e Sociale» disse com inteiraexactidão que—a resignação, quan-do não é inevitável que a ellase submetia (o homem)- è a co-barãia; e o sacrifício, quandoperpetua a iniqüidade entre oshomens, é o cúmplice dessa ini-quidade !

Belíssimas e verdadeiras pa-lavras !

Exteriormente ainda a religiãof. um instrumento de oppressão,e sempre veio em auxilio dosexploradores da humanidade.

Mais firme esteio do principioda autoridade, consciente ou in-concientemente, age sempre deaccordo com os interesses do po-der, seja qual fôr o pretexto.

Aproveitam-se delia para eli-jninar os jnsubordinados, os re-beldes, os altivos, os emancipa-dos pioneiros da verdade, aquelles que tentaram ou realizaram oestraçoamento do obscurantismoda epocha, desvendando os novoshorizontes humanos.

Xenophanes, Anaxagoras, Pho-cion, Sócrates, Campanella, Gior-dano Bruno, e tantos grandespensadores—íoram as victimas dareligião.

Srs.Temos ainda vivo, palpitante,

recente, um exemplo: o assassi-nato iniquo, infame, inqualificável,de Francisco Ferrer— lúcido es-pirito e generoso coração — pelocontubernio torvo da lei e dopadre, do throno e do altar, doPoder e da Religião !

Depois àn 20 annos de Republica leigg

Como sc preparam as gerações futuras no Brasil.

e ao interprete da palavra divi-na.-

Vede, pois, no protestantismo,o mesmo obscurantismo, a mes-ma intolerância, a mesma malva-dez!

O catholicismo como procedepara com a Liberdade, a Sciencia,a Civilização ?

Di-lo sua historia ; affirmam-nofactos incontestáveis.

de in-

Particularizemossertaçâo.

nossa dis-

O catholicismo é inimigo con-tumaz, adversário visceral da li-berdade, da emancipação humana,antithese flagrante, inconciliávelcom a verdade, com a Luz, coma Sciencia, com a Civilização !

Não supponham os Srs. que merefiro exclusivamente — ao papis-mo ou ultramontanismo ou vati-canismo ou a «Igreja apostólicaromana».

Tambem falo dos seus seismas,principalmente o nascido com aReforma—o protestantismo.

Desse diz o sábio Eliseu Re-chis, cm sua obra — «Evolução,Revolução e Ideal Anarchista» :

«Sabe-se agora que a Reformafoi tambem a constituição de ou-tras igrejas autoritárias em faceda Igreja que até ali gozara omonopólio da escravizaçâo intcl-lectual.

A Reforma deslocou as fortu-nas e as prebendas em proveitodo poder novo e dum e doutrolado nasceram ordens, jesuítas econtrajesuitas, para explorar opovo sob formas novas. Lutheroe Calvino falaram a respeito dosque não partilhavam a sua ma-neira de ver, a mesma linguagemde intolerância feroz que S. Do-mingos e Innocencio III.

Como a Inquisição fizeram espionar, encarcerar, esquartejar,queimar; igualmente fixaram co-mo principio a obediência' ao rei

A Bíblia é um códigotolerância inimaginável.

Massacres, degolamentos, ex-terminios, ódios, fulminações, in-tolerância theologica—eis, o gran-de, o pavoroso, o sinistro quadroque ali se nos apresenta e quepara sempre, indelevelmente, segrava em nossa retina.

A Igreja primitiva segue essamesma orientação, continua nessamesma pratica, intolerante e im-piedosa, para os que não são seusprosélytos, não adoptam suasdoutrinas.

Parece, uma ncvropathia obce-cante e irrcmissivel empolga seuscrentes, os mais humildes comoos mais eminentes.

Paulo (na Epístola dos Gaiatasi, 8) anathematiza todo o queadopta ou prega um evangelhodiverso do seu.

*Tertuliano, no século III, como

que impulsionado por um espiritodemoníaco — exulta só com a idéiadas penas que no Inferno soffre-rão ou espo am os pagãos, seusadversários.

Jeronymo, no século IV, diz:Se vosso pae se atravessar no

limiar da porta, para vos impedirde seguirdes a vossa vocação; sevossa mfti vos mostrar o seioque vos alimento ¦ — calcai aospés o corpo de vosso pai e oseio de vossa mãi, e, com osolhos serenos, fugi fiara o senhorque vos chama.

Como é cruel, impiedoso, des-humano, tudo isso !

Antes do christianismo achar-se no poder, ameaçava os here-ticos com a excommunhão c aspenas eternas, e uma vez alcan-çado aquelle praticou os maiorescrimes, inaugurou, srs. a persegui-ção systematica dos herejes, dosincrédulos, daquelles cuja unicaculpa era desconhecer ou nãoparticipar de suas idéias religio-sas.

Roma, em seu Panthecn, aco-lhia todos os deuses, e foi C ms-tantino, o imperador christao,quem intruduziu na legislação doarande povo, como'lei imperativa,a perseguição religiosa.

J. VV. Foote, citado por Bossi,diz : que o christianismo inaugurouuma nova era de escravidãomental, supprimindo pela força asdissidências, e estabelecendo umauma inquisição para descobrir osheréticos, introduziu a tyrannia nomais secreto da intelligencia.

Drapcr, ainda citado pelo mes-mo autor, diz : que o christianis-mo tomou um caminho que de-terminou toda a sua carreirafutura, transformando-se em umapedra de embaraço contra o pro-gresso intellectual da Europa, pormais de um milhar de annos.

*Srs.

Eis como elle cultuava a liber-dade, como contribuía para aemancipação humana, a despeitodo que assoalham o.s seu phari-saicos propugnadores.

*O christianismo fez da servidão

e da escravidão instituições di-vinas.

Angelo Vacaro, em seu livro«A Luta pela Vida», diz:

Muitos jugam que foi o chris-tianismo quem transformou eaboliu a escravidão. Não ha po-rém opinião menos exacta do queesta, observa Deschanel, e pare-ce-me que tem razão.

O christianismo nunca profes-sou a igualdade de direitos entreos homens. Não proclamou a escravidão como contraria ao direitodivino. S. Paulo não aconselhouao escravo quebrar as cadeias queo prendiam, mas sim obedecertímida! e respeitosamente a seusenhor.

O.s padres da Igreja forammais longe : fizeram da escravi-dão uma instituição divina, e S.Thomas de Aquino, cujas dou-trinas são professadas ainda pelaIgreja — disse que a escravidão ea servidão não são contrarias, an-ts são favoráveis ao christianis-mo.»

NO ALTO DO CALVÁRIO

Magdalena e Jesus. São elles dois apenas

Que sabem da visão que em derredor fluetua.Elle que a supplantou nas mais ardentes scenas,E ella que tanto o amou, ella que foi só sua.

O' Manhãs de arrebol I Madrugadas serenas !Contai ao mar, á flor, ás estrellas, á lua,

Quanta vez me beijou Jesus as mãos pequenas,Quantas me teve aos pés e .nos. seus braços, nua!

Voou para o cypreste o bando dos pardaes , . .E o sinistro final sepultou-me o desejeE as bênçãos deste amor que não nos volta mais.

Vai morrer! Vai partir! Findou-se o nosso idyllio !Sol de minh'alma, adeus ! O' meu primeiro beijoNão terás outro beijo a te beijar no exilio !

IIBaixou a treva, emfim. Cai no chão, de joelhos,Naquelle mais sagrado e mais punjente drama :Loira, fria, a chorai, põe os lábios vermelhosNos pés que estão na cruz . . . E a sua dôr proclama

«—Antes não desse ouvido aos teus falsos conselhos!Carne, não posso mais ! Se inda sentes a chamma

Queimar-te o coração, maldize os EvangelhosPor amor amor deste Deus, da mulher que o mais ama !-

Santo «Sivaircãador

E, ouvindo a sua voz, Christo exhala um lamento.

Il os seus olhos que são dois missaes de tormento

Volve á triste, que chora o escandaloso crime.

E, Magdalena, então, como louca e mais langue,Vendo-o exhausto a morrer, orvalhado de sangue,

Põe- -_e a nr e a cantar, num delírio sublime.

uma alucinada,sangia e a atordoa.

soa

! nunca mais ! O' Montanha sagrada !

III

Desce o Calvário e vai comoMal sustendo a paixão que aSua voz musical, de lagrimas molhada,Tem preces, tem punhaes, musicalmente

«— Nunca maiNão terei mais ninguém que de mim se condòa !

Adeus, tempo ideal ! Hoje sou desgraçada,E diz-me o coração que eu fui pura e fui bôa ! —

E as flores que ella tem murcham sob o seu véo.

E um profundo pesar, por onde passa, arranca.

E a Via-Lactea, de luto, abre o pallio no céo.

Do Jornal do Commercio de 25 :Na lei franceza são numèrosissi-

mos os motivos para divorcio.Appareceu, porem, um novo apre-sentado por um marido que mos-trou no tribunal uma copia deuma oração descoberta entre ospapeis de sua mulher.

A oração é dirigida a um san-to cujo nome não é muito fami-liar, mas que parece bem conhe-cido da ré, Santo Exterminus.Não se pediu ao Santo que ex-terminasse ninguém, mas o queessa mulher lhe rogava que fizes-se, não era coisa muito santa,como se verá da prece seguinte :

«Grande Santo Exterminus, ro-

go-vos que atermenteis a alma e

E vai já sem ardor, já sem aquella vida...

A mulher quando ama é extremamente franca :

Mostia o peito e o punhal que lhe fez a ferida!

A. M. B.

Assignaturas para o exteriorAnnoSkmestkk

15Í5000X$ocx>

Pagamento Adiantado

unais ao homem que eu amo.Amen.»

O Tribanal Civil pedira umasemana para resolver se a oraçãoda mulher a Santo j Exterminusconstitue technicamente uma «in-juria grave», de modo a justificara sentença de diyprcio solicitadapelo marido.

O.s santos servem para isto epara muito mais. Como se sabe,a religião é um frei*.,.

Cataria bíblicaUm leitor nosso escreve-nos:«Já li a Bíblia, e algumas par-

tes mais duma vez ; mas confes-so que me passara despercebidaaquuelia prescripção hygienica, ci-tada pelo vosso collaborador Me-dusa, relativa ao lugar fora doarraial aonde o israelita devia ir,com um pauzinho no cinto, a cha-mado de certa necessidade, co-brindo de terra o resultado. Vê-se que o legislador não previa osadiantados sy temas usados nascidades modernas . . . Hoje, apar-te o pauzinho, ha ainda seres queseguem o preceito bíblico : ' sãoos gatos, que cobrem de terra«aquillo de que se alliviaram».Nunca tinha supposto os gatosleitores da Biblia e tão cumpri-dores dos seus preceitos !»

O nosso leitor graceja, maselle bem sabe que provavelmentefoi o legislador bíblico que imi-tou o gato, não sendo de presu-mir que este se dedique a taesleituras...

Poraograpfaia vatica»escaNo seu numero de 3 de abril,

começou L'As ino, de Roma, a. pu-blicar um estudo sobre o poemaerótico esculpido em bronze queella apresenta.

O famoso jornal anticlericalapresenta aos seus leitores repro-ducções photographicas dc certosmotivos... edificantes, mostrandoo impudor papal gravado em bron-ze á mesma entrada da basílicavaticana — o que é bem signifi-cativo !

Conta tambem picantes aneclo-ctas relativas á vida dos papasda época e dos artistas que tra-balharam por conta da Igreja.

E venham os ascorosos hypo-critas do catholicismo, pomogra-pllicos diplomados e consagrados,falar-nos de decência !

K.jEziiyyyiEEyJ

o espirito dc Madame X... resi-dente em Paris, pelos seus cincosentidos. Que ella se veja ator-mentada e obcecada do desejo deabandonar o marido. Grande San-to Exterminus, imploro vos queatormenteis o espirito do maridode Madame X. pelos seus. cincosentidos naturaes. Atormentai-ode modo que elle não possa viversem mim. Dormindo, que ellesonhe constantemente commigo.

Acordado, que elle só ame a mim.Que elle abandone a mulher etrazei-o a mim, ó Grande SantoExtreminus. Amen.»

"Grande Santo Exterminus, ro-go-vos que atormenteis o espiritode meu marido por meio dos seuscinco sentidos naturaes. Que ellese veja dominado de uma idéiaunica—de me dar uma boa me-sada. Grande e poderoso SantoExterminus, rogo vos que me

Os bispos ajudamUma professora primaria da

Alta-Saboia, França, apesar delivre-pensadora, consentiu em ca-sar-se na igreja, tendo compaixãode sua velha mãi, muito ciente.

O parocho ficou satisfeito como acto de submissão d a incrédula,mas pouco depois recebeu dobispo as seguintes instrucções :

... «Os sacramentos da Igrejaserão recusados a todo professorque tiver empregado na sua es-cola. um dos livros condemnadospela Igreja. Todavia, convirá fa-zer a tal professor as perguntasseguintes :

l,° — Lamentais ter-vos servidodesses livros ?

2." —Se isso estivesse em vossopoder, mudarieis esses livros?

3.0 — Quando chegardes ás pas-sagens condemnadas, passa-las-eisetn silencio ?

— Não 1 respondeu altivamentea tudo a professora em questão.E de consciência tranquilla e sa-tisfeita, dispensou a cerimonia re-ligios,a.

Se a Igreja mostrasse sempree em toda a parte tal intransigen-cia, impedindo debilidades e for-necendo novos motivos de rebel-dia, teríamos que lhe agradecer!

si'1

Um chefe liberai...Do Correio P iano do dia

26 de abril:MADRID, 25— Telcgrapli.-im de Valeu-

cia que ali chegou o rei Affonso XIII,

acompanhado dos srs. José Canalejas e

Ruiz Villarino, presidente i'e conselho e

ministro da Justiça.O soberano e o presidente do galiincle fo-

ram visitar a Capella dos Desamparados,onde beijaram a mão da imagem tia Vir-

gem.O monarcha inaugurou hoje a exposição

daquella cidade.

A quanta hypocrisia não obri-ga a politica ! E dizer-se quehomens destes se pretendem re-formadores 1

Em Hespanha, como em todoo mundo, os reformadores nãoestão no governo, mas entre opovo...

(Ao reverendo padre João Ravaioli)v

& oSIicioDo Estado, noticias de Portu-

galOs padres do concelho de Valença re-

cusaram-se a transportar o esquife do Se-

nhor morto na procissão do Enterro, em

sexta-feira sanla, por não lhes quererem

pagar 1.500 reis a cada um. Outrora fa-

ziam este serviço gratuitamente. Os irmãos

da Santa Casa, em virtude da torpe ga-nancia dos padres, resolveram eoi duzir na

procissão o esquife.

Mas, que diabo ! os padres ti-nham razão ! Pois qual é o offi-cio delles ?

Todos os serviços inherentesao sacerdócio- devem ser pagosao padre, como os de qualqueroutra profissão á pessoa que aexerce.

Os irmães da Santa Casa tra-balharam grátis porque natural-mente tèm outro modo de vida.

E porque são tolos... Bem omostra o facto de quererem con-duzir o cadáver dum senhormorto ha muitos séculos...

Harmonia implica conformida-de, invariabilidade de movimento,symetria de ordem, immutabilida-de de relações nos elementos,fixidez no modo de ser duma da-da coisa. E' o que no sentidoabsoluto não existe. As leis dacontinua transformarão não apre-.sentam a aposülla desta condiçãode harmonia para o universo. Nogrande laboratório da naturezatudo se modifica, tudo se trans-forma, tudo se des'oca, nada con-serva perennemente o seu lugar,o seu estado. O que honlem ap-parecia sob unia forma, já hojenão existe. O que hoje existe, jáamanhã não terá razão dc ser.Nos amplos abysmos dos céus,mundos mysteriosos que tiverambilhões de annos cie vida, cho-cam-se, desfazem-se e voltam aoestado de calor e de força, .sub-stancia imponderável, ao ether in-ttrplanetario do qual sairam ; ou-tros, enviando-nos algum seu pre-cioso fragmento (aerolithos) pare-cem querer legar á Tetra o teste-munho da desordem que imperafora delia nos espaços sideraes;outros ainda, sem existência an-

...___^;.^<.i*s«*:«^«^-"->'™'^'°»:"^

cinza ; e tu, diante delles o co-britas do estéreo que sai dohomem.

13.— E disse o senhor : Assimcomerão os filhos de Israel o seu

pão immundo entre as gentespaia onde eu os lançarei;

14.— Entao disse eu : Ah, ah,ah, Senhor Deus! vede que aminha alma não está manchada,

Jnem eu desde a minha infância

mrnr«riwi,*,"mMMfc™t"-Mtl'—ni11'11'* *

A historia do.s povos fornece-nosciados ainda uris edificantes. Aestructüra politica e econômicadas sociedades humanas, incessan-temente destruída e renovada,nunca foi a mesma no curso dostempos. As nossas mesmas leis,os nossos costumes, a nossa mo-ral mudaram e mudam sem des-canso. A nossa conformação phy-siologiçn, o nosso cérebro, achamse eni continuo estado de evolução. As nossas necessidades, osnossos, sentimentos, as nossasidéias, a nossa vontade, as nossasaspirações variam constantementeno tempo e no espaço, de clima pa-ia clima,de povo para povo,e até navida dum mesmo individuo. O quecra honlem, hoje já não é, e nemsempre é a ordem de coisas maisbella, mais útil e melhor que sub-sdtue a mais immoral e peor. Osexemplos neste sentido não fal-Iam : a maravilhosa cultura <iaantigüidade clássica da Grcciae de Roma suecumbe sob os golpes poderosos do christianismoque a deiruba para instaurar umreino de devassidões, d

até agora tenho comido cousamorta, nem despedaçada pelas graçacía és, ó caríssima, nas

alimarias, nem ainda na minha . licias 1

juntas das tuas coxas são comouns collarcs, que loram fabrica-dos por mão de mestre.

2.—O teu embigo é uma taçafeita ao torno, que nunca estádesprovida de licores. O teu ven-tre é como um monte de trigocercado de açucenas.

3, — O teus dois peitos são co-ino dois cab itinhos gêmeos fi-lhos da cabra monteza.

6.— Ouão formosa e quão en-de-

A.

bocca entrou carne a'guma irn-mun d a ;

15.—E elle me disse : Eis ahi,te dei estéreo de bois em lugarde estéreo humano, e farás cozercom elle o teu pão.»

Isto é peor do que o pão queo diabo amassou !

E! 11 Isaias, cap. a Y. V ,«4.—Assim levará diante de

si o rei dos Assyrios o capdveirodo Egypto, e a transmigraçãoda Ethiopia, de meços e volhos,nus e descalços, com a.s nádegasá mostra, para ignomínia do

o.»

tenor "\'r.arecetn sob forma de

e ignoran-s„a Egypt

cia de trevas e de horrores. A *>'*¦', ', ,>.,... ,,,,.<_,. ant». Havia de ser edificante esteidade de ouro oos nossos a.a.-1passados, que viviam de pastori- espectaculo, na rua!...

shFecho alegre

Um bispo folgazâo gostava dedivertir-se com os simples e en-contrando, num dia de passeio,um homem do campo, lembrou-sede rir e fazer rir o séquito á custado pobre rústico.

Para começar, perguntou-lhe :Quantos deuses ha ?Um só e ainda assim muito

mal servido, porque os seus ser-vidores são muitos, mas cuidamníaís de si próprios que do amo...

Matéria adiadaAinda neste numero, devido ao

excesso de materia, somos obriga-dos a adiar diversos escriptos, en-tre os quaes: A continuação do"Resumo da Historia das Religiões".0 2.° artigo de César Matheus "A

instrucção religiosa na Hespanha".Uma carta do nosso collaboradorLibertas sobre a inauguração do

busto de Garibaidi. A continuaçãodas listas de subscripção em fa-

vor da Escola Moderna e a noti-cia da íesta realizada em favor da

mesma Escola em Mayrink.

nebulosas á lente do telescópio,verdadeiros mundos em formaçãoconstituídos por enormes massasde ether condensado. A Lua, essecorpo esfriado em que já não haatmospheia, calor, vida, não podeter hoje as mesmas condições deharmonia, as mesmas relações in-trinsecas de movimento, que tinhaha bilhões de annos, quando asua fauna e a sua flora, hoje totalmente extinetas, vibravam á suasuperfície no glorioso palpitar davida.

As condições thermicas e a bar-monia das forças neste nosso mes-mo globo, que do primitivo esta-do de incandescencia passou áactual temperatura de poucosgraus apenas de calor insignifi-cante, não podem ter sido sempreas mesmas através de todas asphases suecessivas da vida. Ca-deias de montes que antes nãoexistiam emergiram pouco a pou-co das águas; nesgas de conti-nentes e archipelagos inteiros, ou-trora luxuriantes de vegetação ede vida, desappareceram tle re-pente nos sorveclour s profundosdos mares. Faunas e íloras querepresentavam um importante phe-nomeno de fecundidade e devida na historia da geologia or-

ganica, espécies animaes e vege-taes, boas, bellas, dignas de admi-ração e Ue estudo, tiveram tam-bem que suecumbir para dar lu-gar a espécies mais resistentes-,mais fortes, que triumpharam naluta pela existência, e que nemsempre foram as mais nobres eas mais perfeitas na accepção mo-ral do termo. Da Terra, não hatalvez a menor zona, o inais es-treito angulo que não tenha sidovarias vezes modificado, decom-posto, recomposto, revolvido pelasforças inorgânicas da natureza vi-va, pelas revoluções geológicas.

cia, de liberdade e de paz, é suo-

plantada por unia época de op-

pn ss.ão c de guerras em que os

povos, reduzidos á escravidão, sãoconstrangidos a banhar com o seusangue a terra, e cm que o res-

peito á vida humana não passaduma ironia atroz. A's lutas pelaexistência que glorificavam no ho-mem primitivo o heróico vencedordas feras, suecederam as lutas

patricidas que elevam á admira-ção publica o canalha ;ue trium-pha sobro o seu próprio irmãoaos seus pés. Os mais débeis, e

quasi sempre os melhores, são a

presa dos mais ferozes, dos mais

prepotentes.Onde está, pois, a ordem mo-

ral do mundo preestabelecida porDeus f Onde esse plano intelligcn-te, sobrenatural da vida, corres

Em Osàas, caps. 1, II, III etc:«2.0— E disse o Senhor a

Oséas : Vai, toma por tua mulher a uma publica meretriz, etem delia filhos, que te nasçamduma mulher que foi meretriz ;porque a terra deixará o Senhor,entregando-se com exesso á for-uicação...

«d.— íi o Senhor me disse:Vai ainda, e ama a mulher ama-da de um amigo e adultera.»Etc. etc.

Neste assumpto dc adultériose incestos faltaremos em artigiespecial, bem como de prostituições c outros vicios congêneres

7.—A tua estatura é asseme-lhada a uma palmeira, e o.s teus

peitos a dois cachos de uvas.8.—Eu disse : Subirei á palmei-

ra e colherei os seus fruetos;e os teus peitos serão como doiscachos de uvas, e o cheiro datua bocca como a dos pomos.

9.—A lua garganta é como omelhor vinho, digno de ser bebido pelo meu amado, e rtimina-do entre os meus lábios e os seusdentes.

11.—Vem, amado meu, saiamosdos campos, moremos nas quin-tas.

12.— Levantemo-nos de manhã

para ir ás vinhas, vejamos si aminha tem lançado flor, si as flores

produzem fruetos, si as romãs es-tãos já em flor; ali te darei o.smeus peitos.»

E, finalmente, no Cap. VIII:I.°—- Quem me fará tão ditosa,

que te tenha a ti por irmão, pen-dente já dos peitos de minh tmãi, para que eu te ache de lórae te dê o suspirado ósculo, e mn-

guem mais me despreze ?2."—Eu te tomarei e te levarei

á casa. de minha mãi ; tu '-á me iensinarás, c eu te darei a beberum vinho de conleição aromaticae um licor novo das minhas ro-mas.

5.—A sua ião esquerda se í

doterno e abre os olhos á luz, X.flor nue desabrocha no prado, a11,1 que ~0 em vasl0S i!0nplanta que cresce viçosa e sub. 1 ¦ 'ba. o doce zephyro que bafeja, oitos, de unia immoralissirna sen-

regato que murmura, o mar quese agita e freme, a Lua que giraem torno da Terra, a Terra quegira. em torno do Sol, o.s mundos

que vogam indefinidamente nosincommensuraveis abysmos do es-

paço, as bellas noites estreitadas,etc, se podem incitar os poetas ja. cantar as harmonias do mundoe as glorias do seu creador, para j

sualidade, um amor carnal muitoforte.

Cite-mos alguns textos.Cap. I. — «i.° Applique elle os

lábios, dando-me o osoulo dasua bocca ; porque <¦ :s teus pei-tos são melhores do que o vi-nho ;

Passemos ao Cântico dos Can

^TXltllÔUrZl UC, tto hlhd°. pn, tacto d» po, jà debaixo da minha cabeçamonia das forças e dos elementos?] apregoada sabedoria de balomão, e a sua mao direita me abraçara

A criatura 4llc Síli do seio, ma j célebre dialogo entre Esposo e depois.aTEsposa, acompanhado de coros, 4."—-Eu vos conjuro, filhas de

Jerusalém, que não perturbeis áminha Amada o seu descanço,nem a façais despertar, até queella se queira erguer.

5.°—Quem é esta qus sobedo deserto inundando delicias, fir-mada sobre o seu Amado ? Eute despertei debaixo dn macieira;ali é que tua mãi foi corrompida,ali é que perdeu a sua pureza e

que te gerou.6."—Põe-me a mim como um

sello sobre o teu coração, como

2.° COORSQ OR LANTERNA% pregai <? s

Os leitores da Lanterna entra-ram em grande numero no nosso

primeiro concurso, respondendo á

pergunta : Para que serve o pa-dre t

Esperamos que recebam como mesmo enthusiasmo o segundoconcurso, que hoje abrimos, co-meçando a publicar desde onumero 31, de 14 de maio, asrespostas que nos forem enviadasaté aquelle data — sendo acceitastambem as que nos vierem dosEslados não vizinhos, se a datada remessa for anterior a junho.

Trata-se de dar uma respostalacônica e acertada á seguinte

pergunta :

(Soai spae se parece o aaiflre?Os nossos leitores deverão pro-

curar, 110 mundo real ou imagi--nario, na natureza viva ou inani-mada, nas creações da poesia eda fábula, 110 dominio das abs-trações, onde quiserem, em sum-na, um objecto, um ser, uni

bicho, nm ente fantástico, seja o

que for, que se pareça com o

padre, e dar em breves palavrasas razões da semelhança.

Trata-se de buscar uma ima-

gem, uma artalogia, um termo decomparação justo e bem achado,sem exclusão, porém, dos con-frontos já conhecidos, des.de quesejam formulados nas condiçõesaqui estabelecidas.

K dessas condições, a principalé a brevidade. Nenhum;! respostaserá publicada, se exceder da:linhas rias nossas columnas.

Terminada a publicação dasrespostas, serão ellas entregues aum jury competente e imparcial,

que escolherá a.s três melhores,as quaes terão direito a premio.

Brevemente diremos quaes sãoesses prêmios, que obedecerão aum intuito de propaganda.

E agora venham as respostase r.ão esqueçam os nossos ami-

gos a nossa rceommendação delaconismo!

] 2."—flagrantes como os mausa sciencia, que não se deixa levainas snas investigações do Univer- preciosos balsamos.»so pelas frágeis azas do sentimen- 8."—A' minha cavallaria nosto ou da fantasia, todos estes l

phenomenos represen!am as con-dições mesmas da vida, inherentes á natuieza das coisas e estãobem longe de obedecer a um pia-no moral preestabelecido e per-feito.

Okf.ste Ristori.

Tr/iwxsítmmMIMORALIDADES DA IGR

11

será vendida, ao preço de 100 réis, nos

seguintes pontos '•

Salão Monteiro — Avenida Rangel

Pestana, 140.NA Lapa—Salão Internaüonal.

VhnTurA Sierra, rua Conselheiro Ra

malho, 105.Acencia de jornaes do sr. Antônio

Scafulo, rua 15 de Novembro, 37.Armazém de Seccos e Molhados —-

Avenida Celso Garcia, 24.

Aos collaboradoresAlguns escriptos esperam ha

algum tempo a sua vez. Os nos-

collaboradores terão ainda um

pouco de paciência.Aproveitamos a oceasião para

agradecer aos amigos dedicados

que nos auxiliam incansavelmente,mandando-nos recortes de jornaese informações.

No livro «Numero-;- (tamben tda Biblia), a par das carnificinas |ordenadas por Deus, deparam seestas outras immoralidades, doCapit. XXV :

«1. --Neste tempo estava Is-rae! cm Settim, c o povo caiuem fornicação com a.s filhas deMoah ;

2.— As quaes os chamaram

para os seus sacrifícios; e ellescomeram e adoraram os deusesdellas;

3.— E Israel se consagrou aBeelphegor; e irado o Senhor,

4.—Disse a Moysés; Tomatodos os principes do povo e

pendura-os em forcas contra o sol,

para que o meu furor se apartede Israel.

5.— E Moysés disse aos Juizesde Israel: Mate cada um aosseus mais chegados que se con-sagraram a Beelphegor;

vista de seus irmãos, em c:-sa de

uma prostituta madianita, vendoMoysés e todos os filhos de Is-rael que choravam diante das

portas do tabernaculo.

7 — O que vendo Phinéas, fi-

lho de Eleazar, filho do sacerdote

Aarâo, levantou-se do meio do

povo, e. tomando um punhal,8,—Entrou após o Israelita

naqueile logar infame, c através-

sou de um só golpe a ambos,

pelas suas partes génitaes ; e lo-

go cessou a praga que o.s filhosde Israel padeciam..

q_— \l foram mortos vinte e

quatro mil homens ! »Caramba!... Entretanto, quando

os Hebreus, em sua conquista emarcha á Terra da Promissâo,

penetraram e destruíram Jerichó,o único habitante que ali foirespeitado e ficou com vida foia prostituta Rahab, em casa de

quem sc açoitaram os mensagei-ros (Josué, cap. VI) !...

Outras porcarias nauseantes sãoalgumas ordens dadas pelo Se-nhor a Fzechiel, Isaias e outros

prophetas. Citemos sempre. Ese-chiei, cap. IV:

«12.— E o que tn has do co-

carros de Faraó eu te assemelhei,amiga minha.

I2.°—O meu amado é paramim como um ramalhete de

minha, elle morará entre os meus

peitos.»No Cap. II :«4 o— p-][c mc fez entrar na

adéga, onde mette o seu vinho,ordenou em mim a caridade.

e°—Acudi-me com confortivosdc flores, trazei-me pomos, queme alentem : porque desfalleço deamor.

6?— A sua mão esquerda se

poz já debaixo da minha cabeça,e a sua mão direita me. abraçarádepois.»

No Cap. IV:«5.0-— Os teus dois peitos são

como ityis fuinhos gêmeos decabra monteza, que se apascen-tam entre as açucenas.

TO,—Que lindos são os teusjeitos, irmã minha esposa! osteus peitos são mais formosos do

que o vinho, e o cheiro dos teusbalsamos excede o de todos os

aros. ma

H.—Os teus lábios, ó Esposa,são como um favo, que distilladoçura; o mel e o leite estãodebaixo da tua lingua ; e o chei-ro dos teus vestidos é como o-heiro do incenso.»

No Cap. VII

^¦**ÍÍ&i»_______/8»^

- VjV»J

Alexandre Hercuianosello sobre o teu braço, porqueo amor é valente como a morte,o zelo tio amor é inflexível comoo Inferno ; as suas alampadas sãode fogo e de chammas.» Etc.

E digam, depois os leitores, seisto não é uma das mais eróticas \instigações e perpetraçâo da có-'

pula !Escandalosissima pornographia,

nos Santos evangellos !. . .Medusa.

Aos assignantesEstamos procedendo á cobrança

nesta capital.Contamos com a coadjuvaçim

de nossos assignantes que assimt ivoreceiTio a imprensa liberal, auníca em condições de combater a Jintolerância religiosa e o íanatis-mo deletério e dissolvente.

Pedimoã aos nossos assignantes.o favor de, caso estejam ausentes decasa habitualmente, darem a uma |pessoa da familia ordem de paga-mento quando se apresentar onosso cobrador, evitando-nos assimgrande perda de tempo.

«& I^OTEMA» NO EIO

6. E ao mesmo tempo um j mer será como um pão de ceva-

dos filhos de Israel entrou, a da que se cozeu debaixo da

é encontrada á venda nos seguintes pontos:Na Federação Operaria, rua do Hospi-

cio, 166.CAFÉ CRITERIUM, largo do Rocio;Na rua Visconde de Sapucahy \Na rua da Assembléá, esquina da rua

do Carmo, (engraxate); iTheatro S. Pedro, á praça Tiradentes; iKua do Ouvidor, na agencia do

Como fora annunciada realizou-se em S. Paulo a (.ommemoraçãodo centenário de Alexandre Her-culano. lí, como em quasi todasas com mem orações, teve se maisuma vez oceasião de presenciar afalta de escrúpulos e de critérioem um certo numero de indivi-duos que so julgam figuras obri-gadas om todos os festejos, tenhamelles o caracter que tiverem.

Carolas militantes, conhecidosratos de sacristia, im penitentescleriçaes a cominemorar Hercula-na, que, se hem nilo fosse umlivre-pensador, pois era um crente,desancou vigorosamente em suaspaginas brilhantes a grande pestenegra, que está agora fazendo doBrasil o seu campo de acção cor-ruptora.

Para exemplo ciamos aqui umretalho dum jornal de sacristia :

"E' com effeito justo que sefaça reviver a memória do grandeescriptor luzítano. A obra largalegada por Alexandre Hercuianoahi está e ha de durar.

"0 melhor da sua obra literária,porém, é repassada da uncçíto dacrença. Tem paginas admiráveis,em verso e prosa, em que nSo sómanifesta os seus sentimentos re-ligiosos, mas ainda desfere rudesgolpes no desnorteado livre-pensa-mento e no esphacelado protestan-tismo"

sr.

t .—Que verás tu na Sulumitis, j v,r:'7- Li"'riil

senão coros de musica no campo | „A Lanterna" em Porto Alegre' ~

dos exércitos? Que airosos são!1 riL„ J„ ~-;., I Em Porto Alegre quem desejar assignaros teus oassos, oh nina do prin-1 .. .? fa.ua n.uc peio.. n Lanterna, dinja-se a Pythagoras, La-

cipe, no calçado que trazes ! As deira, 60.

Agora leiam os leitores estetrecho de Hercuiano :

"A reacção é o catholicismoposto ao serviço dos interessesmundanos; é uma parte impor-tante do clero que se deixa assol-dadar pelo absolutismo com a es-perança de que, fazeudo retrocederos povos até o estado social queprecedeu a liberdade poderá umdia recuar ainda mais longe e res-

A LANTERNA

JOSÉ MARTINS (5)

AS IMPIEDADES COS PIOS15

Hs piedades dos ímpios

Definição Sas palavras "pio" e'•3mpio"

O DECALOGOII

Pio V (1565-1572) íez uma loide expulsão contra as prostitutas;mas oa ecclesiasticos oppuzeram-se á execução delia, representandoao santo padre que as 45 mil quehavia era Roma eram necessáriasao serviço do clero ! (1)

Isto apenas não passa dumapequena amostra da moral clerical:qiiailto áS Orgias dos BenedictOSj ae 6, entre ellas unia irmã, afim

é, dasque ac-escravo-

muitasopiniões

queaci-

o cliristia-

IX e ás saturnaos dos ÀlexandresVI, são por demais extensas paraas -relatarmos aqui. (2)

(i) M. Uchalre, Hist. dos Pap., vol.III, pag. 148.

(2) Haviam passado 3 annos depois (pie

Benedicto IX fora eleito papa (i"33-36)-bella noile elle mandou as-

ommandados peloquando nmasaltar, por 4 esbirroscapitüo Zambo, a casa de Crescendoesbirrros cumpriram a sna missão

casa deste e depois disto e,

Contudo, ainda poderíamos re- cujos malditos resultados a humacordar Portugal, onde como diz o.nidade ainda se resente !historiador já citado (vol. XIV, j Em abono disso, istopag, 92), os padres inquisidores j pelavras do Dr. Aranna,faziam de seus braços, "potro e cnsa o christianismo depolé do pudor das mulheres for- crata, poderiamos citarmosas"; e a Hespanha, principal-1 passagens da Biblia e asmento a cidade de Saragoça, onde dalguns padres da Igreja,o inquisidor Juan Lezacta foi confirmam plenamente o queapunhalado por um homem que o ma affirmamos : — queencontrara na sua casa, violando-' nismo não aboliu a escravidão;lhe a mulher ! (1) '' ei-las : — "Vós, servos, sujetai-vos

Ahi fica, pois, bem patente como com todo o temor a vossos se-nhores, não somente aos bons, mastambem aos rigorosos." (1." Epistde S. Pedro, cap. II v. 18.)

"Exhortií os servos a que sejamsubmissos a seus senhores..."

(Epist. de S. Paulo a Tito, cap.II, v. 8.)

"E' certo que todos os chris-tãos (...) são filhos de Deus... Masdahi não se deduz que se devamemancipar os escravos." ( Thomasde Aquino.)"O escravo deve obedecer aoseu senhor com resignação." (Ba-silio) Basta. Cam as poucas cita-ções que acabamos de lazer, fica,poia, bem provado que o christia-nismo não aboliu a escravidão,antes fez-se escravocrata.

E, com effeito, em 924, o bispoAdalberto dá vários servos aosconeiros de S. Vicente; em 955,um commerciante de nome Vasso,

amordaçarem, assim como a seu genro,apoderaram-se da filha e a levaram aoVaticano, onde era esperada- pelo papa.Chegados (pie foram, atiraram-na brutal-mente para cima duma cama completamentenúa e amarraram-na solidamenle de ven-tre para cima, c nessa poniçrío S- S. aviolou á visla de seu marido, que paralá tambem fora conduzido preso, afim deque presenciasse esta infame scena. Pou-cas noites antes, Benedicto IX tinha en-

enenado as suas concubinas, <*m numerode vêr se,

livre para podor copular com sua própriamãi a quem após uma noite de horrívelincesto, mandou apunhalar á saida doVaticano e lançar o cadáver ao Tibre.

(Baldino Fcddernoli, Amores y Orgiasde los Papas, pag. 52 e seguin.)

Alexandre VI tambem estuprou uma fi-lha delle mesmo, chamada Valencia, alémde ter praticado numerosos envenenamen-tos. (Obr. cit. pag. 212 ; Lachatre, Hist.dos Pap., tomo Ul, p. p. no a 127; eCantil Hist. Univ., vol. XIII. pag. 49 )

(1) Torres de Castilha, Hist. de lasPersecucio. Religio., tomo IV, pag. 727.

¦¦rnxagnLtai.-Bivjfc3i*:iiâUJL.»Li»iirii** 1 it vi xwir

cede ao abbade de Santo Ambro-sio, Ampaldo, um servo , em 1018,Godofredo, outro abbade, troca 2escravos, pai e filha, por um ter-reno. (1) Além disso, é sabido quana idade-media os bispos, conver-tidos já em senhores ieudaes,possuíam milhares e milhares deescravos (2).

Mas, para reforçar a nossa ar-gumentação, não é preciso invocaresses remotos tempos, visto queestamos fartos de saber que Ca-tharina II da Rússia gratificava osseus favoritos e amantes com mi-lhares de escravos.

E a medonha guerra dos Esta-doa-Unidos (1860-65) por causada escravidão ? Esquecemos acasoque foi a 13 de maio cie 1888que o Brasil libertou os escravos?não sem grande opposição dos se-nhores ? E não falámos de Porto-Rico, da Ilha de Cuba nem daspossessões portuguezas da África !O christianismo, pois, só teve apropriedade—aliás condermiavel —de reter a humanidade agrilhoadaaos pés dos tyrannos da Terracom os seus conselhos de resigna-ção e paciência, sem os quaes hamuito seria liberta.

(0(2)

236.

Opuscu. cit., pag.Cantii, Hist. Univ.

26.tomo VII, P"**-

é que a gente "piedosa" ou daIgreja cumpria os mandamentosde seu Deus, quando este lhe re-commendava 110 9.° do Decalogoque não desejasse a mulher doseu próximo. Entretanto, resta-nosexaminar como é que essa gentetem observado o 5.° e o 7'.' docitado Decalogo. — onde o mesmoDeus prohibe que matem e rou-bem.

III

Os adeptos do christianismo são:ou ignorantes ou velhacos.— Ochristiiuismo em nada melhorouas condições da humanidade : pro-vas.—A papisa Joanna.—Persegui-ções ferozes da Igreja contra to-dos os herejes.—Assassinatos emmassa dos Judeus em todos ospaizes catholicos. Delírio de matare roubar; cruzadas. A loucura re-ligiosa, a que se associam as idéiasde matar e roubar, continuúa todaa idade-media e parte da moderna.Perseguições e assassinatos emtodos os paizes christãos , inqui-sidores justiçados. —Os protestan-tea.—Assasssinato dos campouezesalemães por ordem de Luthero;assassinato de Miguel Servet porordem de Calvino.— Os 72 milassassinatos de Henrique VIII e asperseguições de Isabel. Crimeshorríveis do protestante Cronwell,

As "piedades" don christãos du-rante 20 séculos seriam suificien-tes para encher muitos volume».

Quem pensa, diz 011 ensina queo christianismo regenerou o mundo,ou é um pobre ignorante, sem ominimo conhecimento histórico, ouum grandíssimo velhaco. De facto,em que foi que o christianismo,ou mais propriamente o catholicis-mo, melhorou as condições da hu-manidade ?

Se, na antigüidade e.xLtia a,escravidão, o christianismo abo-liu-a f De certo que não; o queello tez foi, apenas, como affirmao Dr. Avalia (1), encobrir-lhe "asapparencias com o manto hypocritada humildade e caridade evange-licas: aconselhou aos ricos que,sendo o.s pobres e os escravos aeusirmãos,—não perante os homensmas ante Deus,—deviam trata-lo»com mais consideração, por amora Jesus Christo..."

Que irrisão ! que abominávelhypocrisia denunciam essas ultimaspalavras ! Por certo que os escra-vos, para permanecer sempre es-cravos, não precisavam dessashypocritas exhortações christã*-, de

(1) A Escravidão antiga i: Moderna,pag. 22.

tahelecer a supremacia clerical so-iii-o o podor civil. E, por ontrolado, o absolutismo, que, serviu-do se dessa parte do clero e dapoderosa arma da religião, procurarestaurai- o próprio predomínio,persuadido de (pie, depois de obtj-do o triunpho, conterá o seu peri-goso aluado pelos mesmos meiosque outrora empregou para o do-mar, a resistência enérgica ás suaspretenções, e a participação gene-rosa nos proventos dos abusos, vio-lencias, espoliações, e vexames comque por séculos ílagellou a humani-dade." A reacçao é o abraço refal-sado de dois poderes que se lios-tilizaram, que se perseguiram, quoalternadamente se esmagaram mui-tas vezes durante séculos, e cujapaz nos últimos tempos era ape-nas uma trégua que tacitamenteajustara a corrupção. O direito di-vin o da monarchia absoluta e asupremacia do chefe da igreja so-bro os monarchas são duas idéiasqun repugnam entre si; que aindahoje mutuamente se condemnamna religião das theorias, como du-rante sete séculos os seus repre-sentantes se tinham amaldiçoado,injuriado, despedaçado mutuainen-te em nome de doia principioscontraditórios, que se diziam am-bos emanados do céu.

O absoluttismo e o ultramonta-nismo, dando um abraço fraterno,demitiram a historii. A desgraçaaconselhava-lhes a união. Guarda-ram para tempos mais prósperosos ódios mútuos, filhos de mútuosaggravos, e no vácuo que lhesdeixava nos corações aquelle anti-go sentimento licou mais á largao rancor contra a. liberdade. Naluta gigante que emprehenderampara fazer retroceder a torrenteimpetuosa das gerações e dasidéias, empregam a arte e a dissimulação onde lhes falta a força;a força onde a arte e a dissimn-lação se escusam. Onde e quandocumpre, o absolutismo prostitue t-compromette a monarchia em ser-viço do recente aluado , o ultramontanismo prostitue ecompromettea religião em vantagem do seuimplacável adversário de outrora.Os defensores do throno absolutotomam cuidadosamente debaixo dosdegraus delle, os processos, as sen-tenças, a3 providencias, as leis,com que, unanimes os tribunaescatholicos e os soberanos da Eu-ropa fulminaram e aniquillarain v,sociedade dos jesuitas, como umgrêmio de homens corruptos e cri-minosos: o jesuitismo esconde nosrexcessos mais escusos das casasprofessas as vastas bibliothecas daliteratura do regicidio, os volumespulverulento de Bellarmino, deSuares, de Escobar, de Moíina, deJuvenci, de Busenbáum, de Le-croix, de Mazotta e dos outros es-criptores dos bons tempos da com-panhia de Jesua. A santa alliançapode não ser duradoura, porque asreservas casuisticas estão atrazdelia mas é intima e forte. Abo-nam-na os custosos sacrificios fei-toa pelos dois alliados sobre o al-tar da concórdia.Opusculos, tomo II, pag. 273-276.

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•que vivem da Guerra, — Césaresde coroa ou de tiára, mercadores

1 de corpos humanos, detentores dealmas livres.

"Por ter dado combate ás duastyrannias irmãs, inimigas da liber-dade civil o da liberdade da creu-ça, Garibaldi deixou de ser italia-no, para ser "cidadão do mundo"...

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Numa aldeia próxima de Thie-ne—noticia o Gazsettino de Vens-za — estava um padre dizendomissa quando uma joven lhe di-rige a seguinte apóstrophe :

— Você não tem vergonha, seucachorro, de dizer missa f Cumprao seu dever, que por sua causasou mãi !

O padre interrompeu a missa.Imagine-se o reboliço do publico,numeroso por ser domingo

annos de reclusão, por actos li-bidinosos contra vários alumnos.

Guerra á Escola Moderna!...

-(Vr-<g>/L

l

Três duma vez. Na provinciade Bergamo, Itália, um exactor,muito clerical e devoto, fugiu com80 a 90 mil Ht as. Um ex-sacris-tão, tambem fanático, voou com120 mil liras. E um padre, de-pois de ter praticado actos ver-tronhosos e bestiaes contra crian-ças de ambos os sexos de 8 a11 annos, fugiu pira a Suissa,onde foi preso.

Contra uma menina de 6 annos,deixada no asylo da igreja de S.Clemente eni Velletri, Itália, um

padre cometteu actos infames. Pre-so em Cisterna, foi graças a nu-merosa força de carabineiros quese salvou do furor popular. Otribunal condemnou o a 14 mesesde prisão. Se fosse um desgra-çado qualquer, apanharia 14annos...

.•0*r. .-feiiii-fc."'íi Vlt.ítfciítSít ^i^ltyêl(,jrtV,.»*t*<..ií*r..JÍ>..«0*r. ..-SV. .»6v. -Br,, .«k, «¦",;.. -,•'-.•"^•¦.^¦W^F-iíS-ifK-W-iff"^ w '."r •.&>--.uí

1 Lanterna" em S. Vicente

No tribunal de Cassino um ex-professsor do collegio salesianode Alvito foi condennado á revê-lia—pois fugira para Malta—a 20

Do Comniereio :Rio, 1—Telegramma proceden-

te de Fortaleza, capital do Ceará,noticia que em Crato, cidadeimportante daquelle Estado, reinageral indignação pelo facto dehaver o padre Joaquim de Alen-car Peixoto mandado que um seuirmão de nome Jesus Peixoto,acompanhado de vários capangas,operasse á navalha, pelo tronco,as orelhas de um seu parente,Alfredo de Alencar, residentenaquella cidade.

O padre Joaquim Peixoto re-side em fortaleza, e ha temposque é inimigo de Alfredo deAlencar, pessoa muito estimadapela população ctatense.

Religião de paz e de amor, decaridade e de perdão, etc, etc.

ASSIGNAI! ASSIGNA1!

¦E' a assignatura, paga adiantadamente,

que verdadeiramente sustenta A Lanterna,torneeondo-iLe o molhor combustível...

Nao basta comprar numero por numero:ó preciso assignar A Lanterna !

E, se for possivel, angariar-lhe assi-gnaturas!

Giuseppe GaribaldiComo um vigoroso desafio ati-

rado á cara da padralhada nojenta,realizou-se no dia 1.°, com inexce-divel. brilhantismo e com uin en-thusiasmo pouco commum, a inau-gurnção do busto d; Garibaldi.

Nós, iconoclastas iaipententes eadversários de tudo quando possaparecer uma demonstração de ido-latiria, não deixámos de assistircom sympathia á consecução destainiciativa.

Nem sempre os monumentos sãoprodueto de mesquinhos sentimen-tos de idolatria. Valem ás vezes,por beilas demonstrações de pro-testo e de luta.

A figura admirável de GiordanoBruno, em pé, sobre o granito,ás portas do Vaticano, vale porum solemne protesto contra todosos crimes e infâmias do papado, ecomo um estimulo para a lutasem tréguas que todos que sentemum certo amor pela liberdade, de-vem sustentar contra a maior doscancros que affectam a humanida-tle — o clericalismo.

Vcja-so o que dizclerical:

"Inaugura-se amanhã no jardimda Luz o busto de Garibaldi, quenenhum serviço prestou a nossapátria para merecer essa excepcio-nal homenagem posthuma.

"E' bom observar que o povosempre se mostrou completamentealheio a ella; quando menos seesperava, os jornaes noticiaram achegada do busto, importado daItália. Evidentemente nisto tudoha o dedo maçonico."

E, além disto, em S. Paulo nãose mancomunaram todas as hostesnegras, todas as associações cleri-caes para impedir que a figuraestimulante do valeute se levan-tasse em lugar publico? E porque ?Porque Garibaldi foi um decididoinimigo da raça que. para de3gra-ça nossa, ainda domina uma parteda humanidade, impedindo que aevolução siga a sua marcha regu-lar para uma vida mais de accor-do com as necessidades humanas.

Sentimos não dispor do espaçonecessário para transcrever, pelo .-menos em parte, os dois bellosdiscursos pronunciado por Bilac ee A. de Ambris.

Entretanto fechamos esta notacom um trecho da oração de Ola-vo Bilac :

"E', sim, a apotheose das ulti

Está annuneiiulo para o dia li) docorrente, data da abolição da escra-vidão no Brasil, nma grande festanesta cidade, que constará de ceri-moniau religiosas oatholieo-romanaaao ar livre, entre outras missa cam-pai no largo Baptista Peveira e pro-cissão pelas ruas. Ficam, portanto,provenidos os cidadãos de outrascrença-* e seitas que, se tiverem detransitar pelo largo, o façam com ocliapeu na mão sob pena de serem in-sultados e talvez aggredidos por al-gum fanático, na oceasião da celebra-ção da missa; egnal precaução é pre-ciso ter-se esbarrando com a procis-são na vua.

Ha vinte o dois annos quo passouo grando dia e é esta 11 primeira vezque se faz aqui uma commemoraçãodesta ordem. Antes parece que osorganizadores da festa — que sãoquasi todos clericaes e, porisso caro-las —• estejam ordenando preces demfido que. o cometa de Halley esbarrecom a terra e leve tudo pava o in-ferno.

No dia 1 de maio, data da comme-moração dos marfcyres de Chicago,tive-mos oceasião de assistir á passa-gem do grande prestito operário emsignal de protesto contra o massacrede seus valentes companheiros dealem mar. Ao passar o prestito emfrente á igreja matriz do largo doRosário degenerou em comicio auti-clerical não se ouvia mais que «Abaixoo clero !» «Abaixo o clericalismo !•«Viva a Escola Moderna !» «Viva amemória de Francisco Ferrer !•>

|$ GRAÇAS

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EMULSÃO DE SCO menino LUIZ MESTRE que era desde seus primeiros annos uma criança

doentia o rachitica hoje se aeha forte e robusto.

Pava gozar bôa saude e ser feliz é necessário pre-venir-se contra as enfermidades qne inesperadamentepodem atacar-nos, pois ha cTellas que são per-iminentes e difíiceis de curar. Qualquer simplescatarrho, quando não se attende a tempo, provocaus vezes uma pulmonia ou a tiaica. Tome-se semproa legitima Emulsão de Scott q™ é omelhor remédio até agora conhecido para o peito eos pulmões, e que como preventivo tem condiçõesmagníficas, não existindo medicina alguma de suaespécie que a iguale.

Alguns moços de tendências libe-raes e que freqüentam assiduamentea igreja, dizem que não vão lá pordevoção mas sim por curiosidade eaté para namorar as moças. Não oon-cordatnos com esse modo de pensar:o melhor é não ir lá. Antes desviar

quanto possivel os que lá vão e dei-xar a igreja ás moscas, porque em-quanto a igreja estiver cheia de

gente ao padre pouoo importa saberse estão por curiosidade ou por de-voção.

Lamentamos que alguns livre-pen-sadoros, nossos correligionários, sa-criíiquem suas convicções em atten-çâo a amigos qu e talvez não lhes pa-gariam na mesma moeda se precisofosse.

fPíJfef

Cada frasco da Emulsão de Oleo do Figado do Bacalhauquo tiver um quo comprar deve procurar quo levasse- amarca que mostra esto desenho, pois esta marca signiíieao mesmo que a marca da lei que so encontra nas jóias deprata ou ouro.

Emulsões que não levam esta marca sâo o mesmo queuma prenda falsa, domada ou nickelada, feita de materiaesbaratos.

A venda nas Pharmacias e Drogarias.

§ÉÉ SCOTT & BOWNE, Chimicos•'.ir

lí>2'.v. it,: »'í>. .»'í*<. >'**• .S*>. >'**¦• •*{"-•

NOVA YORK. fê

um jornal maa cruerra-* que foram e ainda'serão"necessárias para combater os

Todas as quantias enviadas defora para esta folha devem serexclusivamente endereçadas ou aonome do jornal, sem indicaçãode pessoa, ou a NENO Vasco,largo da Sé, o.° 5.

Pelas quantias diversamente en-dereçadas não podemos ficar responsaveis.

a. M

CorrespondênciasComo garantia de seriedade e exa-

ctidão nas informações, é necessárioque os nossos correspondentes sejaiapessoas por nós conhecidas ou a nó«apresentadas por amigos nossos.

Não se verificando essas condições,as correspondências ficarão de qua-rentena até que ollas sejam preen-cindas ou averiguada a seriedade do»informes.

0s nossos representantes

Se quereis favorecer A Lanterna

e oontrlbuir para a sua oresoente prós-paridade e tnfluenoia, buscai-lhe assl-gnantea o leitores, promovei a sua dif-fusão.

A assignatura paga adiautadamonto èo melhor a.ixüio.

São nossos agentes, fóra destacidade, com o encargo de anga-riar e cobrar assignaturas, os se-

guintes amigos :

Bibeirão Preto, sr. José Selles, ruaAmador Bueno n. 41.

Uberaba, sr. Josó Delfino PereiraJúnior, rua Saldanha Marinho.

Franca, sr. Innocencio Selles.Santos, sr. Luia Bezzi, rua Martim

Affonso, lü.

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ft LANTERNA

folhetim: 28)

Avelino Fosco!®

0 JUBILEUIX

edifícios de cm torno existiam en-negrecidos e immundos; as mes-quitas, -em quo se reproduz apaixSo de Christo, estavam aban-donadas com o jardim que o sensodos antepassados fez um almejo,quiçá, de belleza artística, invadidopelo capinzal e por hervas dani-nhas. Não, com imparcialidadeninguém pode affirmar que asdiversas administrações do Santua-rio obrem de accordo com areligião que representam.

Calaram-se então. Prudentes, ovelho Sena não queria acordar ne-nhum movimento de protestonaquella multidão. Guiados pelomesmo pensamento, ati avossaramo formigueiro de mascates a apre-goarem mercadorias diversas comuma insistência de autômatos;cortaram a onda de pereçinos emfrente ao Santuário e dirigiram-se,então, á thesouraria. Postados aum lado, como se esperassem al-guem, puzeram se a fitar o desfilardo povo.

O ouro retinia dá dentro numa

"A Lanterna,,.*; Ribeirão Pretoas immoral1dades uos cascas

pretas. — Actos praticados

no interior da sacristia

Eram oito horns da manhã ; oastro-rei expandia os seus scintil-lantes raios de luz sobre a praçaTreze de Maio, onde se acha o

grande mercado, em que os sup-

postos ministros do Christo ven-dem as missas, baplisados, casa-mentos e óbitos. Neste momento

penetrava no mercado o grandemercador monsenhor X*** etncompanhia de um outro rou-

peta amarela, verdadeiro anú bran-co, pertencente á ordem dos car-melitas de Uberaba, que vieramexpulsos da França e fizeram oseu paradeiro nesta infeliz terra,como se ella servisse de esgotoa estes parasitas.

Regulando oito e quinze, che-

gou uma beata de altos pentea-dos, envergando um lindo vestidode seda e penetrou no grandebarracão cathedratico, indo direitoá sacristia, onde se achavam osdois marmanjos. Logo atrás che-

gava um pobre e ingênuo btato,um tal J***, que foi r espectadordos actos que se desenrolaramnesta camara de saltimbancos. Onosso J*** pretendia saber demonsenhor sangue-suga se no pro*ximo domingo haveria cartão deingresso ao preço de 2$ para acerimonia do chrisma; mas ven-do que os dois estavam convet-sando sobre a -sumptos pertencer-" tes ao theatro em que os actoresou cômicos representam os actos

cantilena alegre e constante ; já nãobastavam os tres empregados paraaquelle desaguar immono da mui-tidão. Uns traziam dinhoiro comocomplemento do voto ao Bom-,Jesus, outros esmola para ser dis-tribuida aos pobres, outros queriamtrocar orações e medalhas.

0 Chagas sentia fervilhar-lhe nopeito o protesto contra aquellaoííerenda de um resultado nullopara a humanidade, porque iacair no sorvedouro infecundo. Viupassr lá fora, enorme tacho comcomida.

—E' o jantar dos mendigos:disse o Sena.

—Ah o Santuário pratica, então,esta boa obra ? !

—Não !—respondeu o vel lio. E'ainda o resultado de um votofeito por um fazendeiro que seapegara com o Bom Jesus. Esteparco alimento impede a multidãode mendigos de gastar o escassoobulo com que a beneficia a cari-dade impotente. Ah ! aquello pão!cães não o comeriam, quiçá! Querver?

E lá foram.Em torno dos caldeirões, qual

matilha faminta, os míseros seabalroavain, agglomerados, pedindo,praguejando, insuítatido-se mutuamenti;, nu ma avidez dolorosa ge-mendo e implorando.^LTÉl-3 -fii.OXl-taffifil-M'** ¦*» «MtTOlf wi-w-M-mfJtn—

sujo e mesmo bem digno destestonsurados, tendo o zero comomat ca da fabrica da hypocrisia.

Brigando duas cocottes, umaviuva e a outra criada de mon-ssnhor, dizia a viuva para a criada:

— Eu sirvo monsenhor, é ver-dade, mas naturalmente, ao passoque tu... não posso dizer, vistoestarmos na porta da Igreja.

Grau 12.

Havia delles, porém, um revol-tado contra tudo e contra todos —o Cordeiro. Muito alto, velho já,com as faces e a narinas edema-tosas, as orelhas liypertrophicas,rendilhadas do tuberculos, o dedosda mão anlcilosados, decepados pelalepra, os membros inferiores cor-roidos, tambem, por desmesuradaschagas nas articulações, todo elleenfim uma monstruosa aberraçãoda humanidade deprimida á ultimaescala do soffrimento. Faltava-lhealem de tudo a resignação opiimis-ta julgando sempre hom o pre-sente. Veio, tambem, á ração;estendeu o chapéu de couro quelhe servia de prato :

—Bota aiii essa porqueira! —vociferou e virando-se para oscircunstantes: Vejam isto ! os bagosde feijão dançam na caldariaaguada e nem sombra de gordurana desconsolada lavagem. A' pataque os lambeu, ladrões! Como sepobre fosse cão ou porco ! Ou bom011 nada, com todos os diabos.

-Cordeiro!-gritou-lhe o padivdirector, olha quo prohibimos dete darem esmola.

—Qual esmola e qual nada!Vocês suo todos uns ladrões quevivem á custa dos idiotas e bemtolo é quem acredita nas suas pa*lavras.

—Não blasphemes, desgraçado !—bradou o padre.

—Ora pipocas. Vocês crêem tan-to nas taes curas como eu. — 15virando-se para o Chagas e o Sena.15" como lhes digo; sou daqui, moronum ranchinho perto, venho todosos annos e como eu muitos mise-ros que ahi estão e jamais, apezarda fé viva delles, o Bom Jesusoperou um milagre a nilo ser odos padres não estourarem com odinheiro tirado do povo á torça dementiras. Se o bom Jesus faz curas,que melhor campo do que estepara demonstrar a sua omnipo-tencia?!

E com um gesto elle abrangeuaquelle exercito dc morpheticos,de cancerosos, do estropiados. re-situado e implorante em busca domilagre que não vinha jamais e opadre esgueirou-se entre a multi-dão, fugindo ao argumento vivocom que o mísero destruía asaffirmações em que se baseia oo prodígio.— Que o lambeu ! gritou oCordeiro. E depois num inovime.i-to melancólico, com as lagrimas alhe lavarem as faces :

—Como me doem estas maldi-tas ! — disse fitando as ulceras quelhe corroíam as pernas.

E o Chagas o considerou então...fitou o bando innumero do enfer-

mos, míseros incuráveis oecupandotoda a praça e a mesma perguntalhe perpassou pela mente :

—Se o Bom Jesus faz milagres,porque não cura estes que creera,esperam, imploram e merecem?

XO velho Sena levou ainda o

pintor aos cubículos de em torno,á vasta casa assobradada onde seabrigam os romeiros. Que confusãoimmensa ! Numa só camara remo-viam-se amontoadas duas e maisfamilias, divididas apenas por umlençol, a fazerem a toilleto ali,sem se curarem da dilferença desexo.

—Ainda é peior á noite : venhae verá !—proseguiu o velho. Ho-mens e mulheres se amontoampelo chão e no meio das trevas,naexcitação causa da pelo attrito de-vem-se reproduzir muitas scenascm desaccordo com o mysticismoreligioso. listes ao menos sãomais limpos e têm como peia umarestea de decoro, quiçá. Quer ver

verdadeiro "pandemônio" venha cá.E o sena levou-o aos comparti-

mentos térreos estendendo-se ao ladodo Seminário. São vastos barracõesde paredes immuudas, ennesirecidas

pelo turno, por dejecções de todaa especie, com ura tecto escuro e

(sombrio. Ahi se se agglomeram os

miseráveis, os desprotegidos dasorte, estirados uo solo bumido etetido como alimarias. Não ha ne-nhuma reserva: todas as necessi-dades naturaes são satisfeitas emplena luz quasi e ao fétidos daschagas em putreincção, de corposque não se lavam, allia-se o dasdejecções a fermentarem naquellesolo humedecido por águas servi-das. E por toda a parte nos innu-meros compartimentos surdem fo-gões improvisados a envenenaremmais o viciado ambiente.

E' aqui ao lado deste míserosque se reúnem á noite os leprosos,os tuberculosos, os incuráveis enão é de estranhar, portanto, quede anno em anno se augmente onumero dos morpheticos do jubi-jeo 1 — murmurou o Sena.

Ijj ninguém viu a nda isto ?Ninguém procurou veda-lo! excia-mou o pintor.

A proecupação máxima daromaria é augmentar a renda doSantuário. Que importa a estshomens, para quem o dinheiro <'-um segundo Deu-;, que uma parteda humanidade se contamineaqnif

Mas o bom senso devia in*ter vir.

Que intervenção ! o remédioseria um golpe de morte : prohibir

(Continua).atmntgg^g^ammam

PEQUENOS ÉGOS ¦m

Enfermo — O nosso presado amigoSeipiona Dul Moro, de Salto de Itu,que ainda lia ponco passou pelo gran-de desgosto de perder sua filhinhaAstramnra, acaba de entrar em con-valescença de uma enfermidade queo prostron no leito por diversos dias.

Desejamos-lhe prompto e completorestabelecimento.

Charutaria do Povo — Os proprieta-rios desta charutaria participam-nosa sna mudança para a rua de SãoBento, 21-C.

S. B de S. Simãc — Os srs. J. L.Landim, Benedicto Barros e AgenorMedeiros, participam-nos a fundaçãoem S. Simão, da Sociedade Btfiieficen-tc de S. Simão, da qual são directores,

Fresnwa e viço admiráveisA Emulsão de Scott & não só o

melhor preparado de oleo de ligadode bacalhau até hoje conhecido, sobo ponto de vista medico, mas tambemé preferida por causa da feliz combi-nação pue nella existe dos lvyponhos-

phitos de cal e soda, o que torna-aindefinidamente perfeita e inalterávelem qualquer clima.

A Emulsão de Scott dá frescura eviço admiráveis.

O distineto medico do Rio de Ja-neiro, o dr. João Pires Farinha, numacarta dirigida aos srs. Scott & Bowneem parte diz :

«Sempre que na minha clinica hos-

pitalar e civil tendo necessidade deempregar o oleo de figado de baca-lhau dou preferencia á Emulsão deScott.»

«A Lanterna» no InteriorA Lanterna, além de ser vendida

avulsamente em quasi o todo interiordo Estado, ó encontrada _ tambem ávenda nas seguintes agencias :

Em Ribeirão Preto, na agencia dosr. José Selles, rua Amador Bueno, 4*e 43.

Em Campinas, om casa do sr. An-tonio Albino Jnnior.

Em Santos, na agencia do sr. PaivaMagalhães, vua General Oamara, 14.

EXPEDIENTE

A todos os amigos e correligionário-1que enviem cartas, dinheiro, vales, e tudoquanto concerne á administração, pedimoso favor de endereçirem a correspondênciaá Lanterna a MENO VASCO.

O endereço é : LARGO DA SE', 5(sobrado).

Aos nossos assignantes e leitores roga"mos o favor de, quando fizerem encom-mendas aos nossos annunciantes, citaremA Lanterna como o jornal onde encontraram a reclame.

A todas as pessoas que nos escrevemprevenimos que, devido á numerosa cor-respondencia, nos é inteiramente impossi*vel responder pelo correio. Porisso, devemprocurar ri A Lanterna, na secção Bilhetese recados a resposta que sem inconvenientepuder ser dada por ali.

-*-*•Apesar da praxe jornalística, julgamos

conveniente declarar que os artigos as-signados são de exclusiva responsabilidadedos seus autores, salvo expressa adhesãonossa ás idéias por elles expostas.

Seguindo a orientação moderna da im-prensa independente, queremos que o nossejornal seja uma tribuna de livre discussão,para uma investigação sincera da verdadee como um éco ás aspirações do nossotempo.

periódicas Professor

mais lugubres, esperava oceasiã.opportuna. Neste momento o rou

peta amarela clespediu-.se de mon-senhor com um grande aperto demão e com certas palavras amis-tosas.

— Monsenhor, dou-lhe os pa-rabens por habitar uma cidadecivilizada cumo esta ; têm-se co-

cottes ás ordens, têm-se perusleitoas, bons vinhos, tudo gratui-tamente ; não é como lá no ser- <

tão, onde estive : lá só comemoscarne de capivara, tatu e carnede porco do mato e bebemos al-

guns goles de aguardente. E fina-lizou com uma estridente garga-lhada.

Ficando sós a nossa beata, mon-senhor e o nosso observador J***,que estava oceulto das vistas dosrepresentantes dos actos obscenos,monsenhor, com as mãos sobrecertas partes... diabólicas da Ir-mã de Maria, disse :

— Hoje não se pode, filha;venha amanhã, que nós arranja-remos os nossos negócios.

Estava ainda na postura indi-

cada, quando se apresentou J***,testemunha ocular do que se pas-sou entre a Irmã de Maria e o

sujeito marcado com um zero.

E monsenhor vendo J*** re-

tirou apressadamente as mãos

dos lugares alludidos e uma dellas

foi repousar sobre a homoplatada corrupta Irmã de Maria. Esta

mulher veste-se luxuosamente, nã >

tendo o marido delia meios quetal permittam ; é bem lógico, pois,

que este luxo seja frueto das pa-tifarias destes íalsos ministros de

Christo.* =1=

Outra patifaria do mesmo cor-ruptor de familias é um caso bem

Bilhetes e recadosCampinas — Pinho : Recebemos os

10? e o livro. Mandamos o recibo. Alista foi entregue. Saúde ! — J. Porto:Fizemos a alteração. Saudações.

Andradas — A. Leopoldo : Envia-mos' o que nos pediu. Agradecemosantecipadamente o que pelo jornaliiy.er.

E. S. do Pinhal — J. F. da Silvn :Recebemos já tarde para ser publi-cado, Saudiiçõ s.

Salto — S Delmoro : Recebemos os8S. Descjaiii--s-te prompto restabcle-

i cimento. Infelizmente o Vassimoni ain-| da não se acha bom.

Palmoirns — «A Bohu : Recebemoso seu postal com atraso. Se ainda ser-vem ."enviaremos.

Maydnlí — Victima dn. maldição:Agradecemos a lista. Era preciso quetodos dissessem e fi-apfseni assim. —Herético : Que bandidos, ein ? LUc.ssão assim mesmo — não va--illam empraticar as maiores infâmia*: E' porisso que não os devemos poupar.

Cordeiro — Hernamley. : O pagina-dor sabotou o ton biHiftc Mas aindaoentendeste. não? Saudações ao he-remila camponio.

Rio - J. Oomi-jHtuilia : Mnito agra-decemos a tua dedicação. O.-, taes .levem ter soffrido uma decepção ... Oscompanheiros que <•* acompanharampoderão dize-lo. Saúde!

S. Carlos — U. Menop-aHi: Fizemosa transferencia Os jornaes foram en-viados. Desde já agradecemos o quenos promette. Saudações.

Araguavy — L. Garrido : Do movi-mento podes saber pelo jornaes quete enviamos Todos vão indo mais oumenos como deixaste Saúde !

Amparo — A. Andrade : Faremostudo que estiver em 1 ós. Na Lante.r-na não cessaremos d" golpear com onosso latego o sempre infame eleri-oalismo. Os jornaes foram enviados.

Rio Claro — P. Alcântara : Chegoutarde para o n. de sabbado. Conta-mos com o promettido. Saudações.

Bebedouro — A. Rostivo : Chegoutarde para ser publicada. Por estesdia3 receberá uma carta nossa Saúde !

CGiiraiCÃBQS

RIO CLARO

Está autorizado a proceder ácobrança de assignaturas d' A Lan-terna no Rio de Janeiro a sr. JoãoLeuenroth.

Contamos com a boa vontadedos nossos amigos e assignantes

í para o auxiliarem ua tareía.

PROTESTOContra o insólito e baixo proce*

dimento do revmo. sr. padre Botti,vigário desta porochia, protesta oabaixo assignado por estas_ linhas.Não estou acostumado á indeíiea-deza de trato, por parh; de quemquer que seja, e é por isso que aestupipGz, a incivilidade, o boçalis-mo me revoltam ao ponto destesdesaba los.

Contratei para hontem, na ma*triz, uma missa de sétimo mez;lá, ao chegar, depoif. de pago adian-tadnmente o olficio, fui grosseira-.uente insultado pelo vigário daparochia. que não só poz obstáculo árealizarão da alludida missa, masainda a titulo de escrúpulo, de-cencia e hygiene, prohibiu que ocb-ri-rro por mim contratado ceie-brasse o acto. Paguei adiantada-mente. A missa não se celebrouporque estavam apromptando aigivja para as festas anuiversarias(fo padre Botti ! ! ! Edificante tudoisto ! D6pois. quando a increduli-dade toge da igreja detestando hor-rorizada a tonsura do sacerdote,

, ha inda alguém que a critique e'repute má!

Pique o padre Botti sabendo, deuma vez para sempre, que eu não-ou nenhum idiota, e se vou in-commoda-lo, não é por minha cau-sa, mas sim, por escrúpulos reli-giosos de íamilia que preciso guar-dar. Agora, porém, se pensa s. s.que eu seja tambem uma das vi-ctimas da' sua ganância, está muitoenganado.

Protesto, pois, contra o desaloroque soitii; contra o abuso do falsodiscípulo de Christo ; contra a es-candalosa gritaria do sacerdote emplena igreja; e ainda protesto con-tra o espanto e a contusão que setez no templo, nas.familias minhasconvidadas para assistirem á missa.

Ao padre Botti o meu soberanodesprezo.

Rio Claro, 28 de abril de 1910.Roque Amarante.

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