0 JURAMENTO VICTOK HUGO - mun-montijo.pt · Os auto&- H graphos não se restituem quer sejam ou...

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/ ANNO DOMI.NGO, 8 DE DEZEMBRO DE 1901 N.° 21 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA A ssign atura Anno, iSooo reis; semestre, 5oo réis. Pagamento adcantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio co vale. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. EDITOR — José Augusto Saloio Publicações Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto esp ciai. Os auto&- H graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio EXPEDIENTE Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam de interesse pqihlico. VICTOK HUGO A Associação dos Jorna listas de Lisboa resolveu commemorar o centenário do grande escriptor fran- cez Victor Hugo, promo vendo, num dos primeiros theatros de Lisboa, um sa rau litterario e musical, em que sejam recitados por ar tistas portuguezes trechos escolhidos de Victor Hugo, em prosa e verso, sendo a parte musical confiada a cantores de reconhecida re putação e composta de tre chos de opera tirados dos dramas do grande poeta. O producto do espectá culo será applicado á com pra de uma corôa artistica, que será levada a Paris e deposta no Pantheon, onde repousam os restos do Mes tre, por uma commissão de membros da associação que queiram, á sua própria cus ta, prestar essa homena gem ao maior talento do seculo que findou. O exce dente da receita será ap plicado á edição de um li vro artistico, com as ver sões principaes dos livros de Hugo, feitas por poetas e prosadores portuguezes. E’ uma idéa levantada e nobre a da Associação dos Jornalistas; todos os que leem ecomprehendem teem de curvar-se deante d’es- sa extraordinaria figura de poeta, tão grande, tão lu minosa, que ainda enche o mundo com os clarões bri lhantes do genio; os seus livros, onde refulgem as scintillações de um talento sem egual, são um Evange lho onde os pobres, os pe quenos, os opprimidos, teem muito que ler e que aprender; as creações ex- traordinarias das suas per sonagens são tão bellas, tão artísticas, tão cheias de verdade, que nos parece vêl-as em nossa frente, taes quaes o auctor as descre ve; João Valjean, o desgra çado, preso por ter roubado um pão, Fantina, a pobre mulher perdida pela fome, Cosetta, a creança aban donada pela miséria, são typos colhidos em flagran te na sociedade em que vi vemos e tratados com mão de mestre por esse artista colossal. Ninguém melhor do que elle descreveu as paixões humanas; ninguém melhor soube penetrar nos recon- ditos arcanos do coracão e > extrahir de lá, trazendo-os á grande luz do dia, todos os sentimentos nobres ou miseráveis, dignos ou des- honestos, honrosos ou in fames. O bispo dos Miseráveis é o mais bello typo que tem apparecido em litteratura. O ideal da doçura e da bon dade. Não ha quem leia os Miseráveis sem sentir-se commovido até ao fundo da alma por aquella lingua gem, ora branda e serena como uma noite de luar, ora vigorosa e vibrante como o trovão que per corre o espaço em noites de tempestade. Bem faz a Associação dos Jornalistas em promo ver essa homenagem a Vi ctor Hugo; é preciso saber- se que neste cantinho do occidente ainda ha quem saiba prestar o seu preito aos grandes vultos que honram a sua patria e pe lejam pela humanidade; porque Victor Hugo não é só da França; o seu nome pertence a todo o mundo. J oaquim dos A njos CRIMINOLOGIA Nos annaes de crimino logia portugueza, fica o mez de novembro do cor rente anno tristemente as- signalado. Raro é o dia em que os jornaes da capital nos não informam da consumação d’um novo crime, digno de reparo pelas causas extraor- dinarias que o provocaram e pelas consequencias fa- taes que delle resultaram. Dir-se-hia que em todo o paiz, de norte a sul, reina uma atmosphera pezada, sombria, que encandesce o cerebro e desvaira a razão, que enlouquece e faz per der aos homens a nocão > da sua dignidade, que lhe faz olvidar os seus deveres de homem para o transfor mar em fera. Se os factos a que allu- dimos se tivessem dado num paiz selvagem, numa região onde o direito e a justiça se regulassem pela forca e violência ainda es- ) ses mesmos factos se po deriam não justificar, mas emfim desculpar pela igno- rancia e grosseria dos seus habitantes; mas em Por tugal... num estado civili- sado, numa nação que se impõe ao respeito das ou tras, senão pela força ao menos, pelas suas tradições históricas. Sabemos bem que não é só em Portugal que se per petram crimes que indi gnam a opinião publica, não ignoramos que as ou tras nações, a este respei to, dão um largo contin gente, mas não estamos persuadidos que isso seja motivo sufficiente para nos calarmos, e occultarmos a péssima impressão que nos deixa o commettimento de tantos crimes consecutivos: Aqui, é um homem que desvairado pelo ciume ar ranca a vida a um compa nheiro; acolá, um outro, por uma questão futil, as sassina cobardemente um seu similhante; ainda um terceiro que esfaqueia uma mulher; emfim... é um nunca acabar! Repetimos: ao lermos a descripção de tão repu gnantes façanhas, julgamo- nos por momentos trans portados aos mysteriosos sertões africanos onde bar baras tribus celebram hor ríveis festins! E não havemos de bra dar ao povo: instrui-te, il- lustra-te, que é pela scien- cia que um povo se torna digno e respeitado! Troca a taberna sórdida e immunda, onde arruinas a saude e roubas aos teus filhos o pão, pela bibliothe- ca onde apprendes a co nhecer o que vales e o que podes chegar a ser! Infelizmente, conhece mos que bradámos ao ven to... J. M. S. ... ——— --------- ------- 0 JURAMENTO E’ cousa santa o juramen to. O homem que presta um juramento não é mais um homem, é um altar, tem Deus em si. O homem, essa enfermi dade, essa sombra, essa gotta de agua, esse atomo, esse grão de areia, essa la grima cahida dos olhos do destino; o homem, tão pe queno, tão debil, tão incer to, tão ignorante, tão in quieto ; o homem, que anda na perturbação e na duvi da, sabendo de hontem pouca cousa e nada de áma- nhã; vendo no caminho, quando chega para pôr os pés, o rosto — tudo trévas; trémulo, se olha para dean te, triste, se olha para traz; o homem envolvido nessa immensidade,nessa obscu ridade— o tempo, o espa ço, e nelles perdido, tendo em si um abysmo (sua al ma é um abysmo), fóra de si o céo; o homem que, em certas horas, se curva com uma especie de horror sa grado a todas as forças da natureza, ao ruido do mar, ao agitar das arvores, á sombra das montanhas, ao irradiar das estrellas; o ho mem, que não pode levan tar a cabeça de dia, sem que o cegue a luz, de nou- te, sem que o esmague o infinito; o homem, •:.ue na da conhece, que pode ser levado ámanhã, hoje, ago ra mesmo, pela onda que passa, pelo vento que so pra, pela pedra que rola, pela hora que sôa; o ho mem, esse ser timido, in certo, miserável, brinco do acaso., ludibrio do minuto que se escòa; ergue-se, de subito, deante do enygma que se chama vida huma na, sente que ha nelle al guma cousa maior que o abysmo — a honra; mais forte que a fatalidade — a virtude; mais profunda do que o desconhecimento — a fé; e só, franco, nu, diz a todo este mysterio que o envolve:— «faze de mim o que quizeres, mas eu farei isto e não farei aquillo», e altivo, sereno, tranquillo, criando com uma palavra um ponto fixo nessa som bria instabilidade que en che o horisonte; como o marinheiro joga uma anco ra no oceano, elle joga no futuro o seu juramento. O juramento! Esse es plendor da alma, confiança admiravel do justo em si mesmo! sublime permissão de affirmar, dada por Deus ao homem. VICTOR HUGO MANUEL FERREIRA G 1 RALDES Esteve de cama durante alguns dias, o nosso esti mável amigo Manuel Fer reira Giraldes; mas feliz mente, este nosso excellen- te amigo, encontra-se já no periodo da convales cença da grave enfermidade que o atacou, o que since ramente estimamos, como quem estima o bem estar dum tão leal quanto valio so amigo. Assalto? Na madrugada de se gunda-feira, depois do bai le que se realisou na So ciedade Phylarmonica i.° de Dezembro, Francisco de Sousa Fortunato sahiu a acompanhar até a casa umas pessoas de familia e juntamente uma menina, filha do nosso amigo, sr. José Antonio da Costa, morador na rua da Fabri ca. Francisco de Sousa quan do depois acompanhava esta menina a casa, suspei tou de dois indivíduos que passaram compassadamen- te perto delle, e um após outro. Ao despedir-se, pe diu a esta menina que lhe emprestasse um páu, mas vendo tomar os indivíduos de quem suspeitava, um caminho differente do seu, recusou-o. Os malfeitores, prova velmente, resolveram to mar cada um o seu melhor ponto de espera para assim poderem fazer limpa a fa çanha permeditada.

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Page 1: 0 JURAMENTO VICTOK HUGO - mun-montijo.pt · Os auto&- H graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO—José Augusto Saloio EXPEDIENTE ... vêl-as em nossa

/ A N N O D O M I.N G O , 8 DE DEZEMBRO DE 1901 N.° 2 1

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A ssig n atu raAnno, iSooo reis; semestre, 5oo réis. Pagamento adcantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio co vale.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

EDITOR— José Augusto Saloio

P u b lica çõ esAnnuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4.» pagina, contracto esp ciai. Os auto&- H graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

EXPEDIENTE

A cceitam -se com g r a ti­dão q u aesq u er n o t ic ia s que sejam de in te r e s s e pqihlico.

VICTOK HUGOA Associação dos Jorna­

listas de Lisboa resolveu commemorar o centenário do grande escriptor fran- cez Victor Hugo, promo­vendo, num dos primeiros theatros de Lisboa, um sa­rau litterario e musical, em que sejam recitados por ar­tistas portuguezes trechos escolhidos de Victor Hugo, em prosa e verso, sendo a parte musical confiada a cantores de reconhecida re­putação e composta de tre­chos de opera tirados dos dramas do grande poeta.

O producto do espectá­culo será applicado á com­pra de uma corôa artistica, que será levada a Paris e deposta no Pantheon, onde repousam os restos do Mes­tre, por uma commissão de membros da associação que queiram, á sua própria cus­ta, prestar essa homena­gem ao maior talento do seculo que findou. O exce­dente da receita será ap­plicado á edição de um li­vro artistico, com as ver­sões principaes dos livros de Hugo, feitas por poetas e prosadores portuguezes.

E’ uma idéa levantada e nobre a da Associação dos Jornalistas; todos os que leem e comprehendem teem de curvar-se deante d’es- sa extraordinaria figura de poeta, tão grande, tão lu­minosa, que ainda enche o mundo com os clarões bri­lhantes do genio; os seus livros, onde refulgem as scintillações de um talento sem egual, são um Evange­lho onde os pobres, os pe­quenos, os opprimidos, teem muito que ler e que aprender; as creações ex- traordinarias das suas per­sonagens são tão bellas, tão artísticas, tão cheias de verdade, que nos parece vêl-as em nossa frente, taes quaes o auctor as descre­ve; João Valjean, o desgra­

çado, preso por ter roubado um pão, Fantina, a pobre mulher perdida pela fome, Cosetta, a creança aban­donada pela miséria, são typos colhidos em flagran­te na sociedade em que vi­vemos e tratados com mão de mestre por esse artista colossal.

Ninguém melhor do que elle descreveu as paixões humanas; ninguém melhor soube penetrar nos recon- ditos arcanos do coracão e>extrahir de lá, trazendo-os á grande luz do dia, todos os sentimentos nobres ou miseráveis, dignos ou des- honestos, honrosos ou in­fames.

O bispo dos Miseráveis é o mais bello typo que tem apparecido em litteratura. O ideal da doçura e da bon­dade. Não ha quem leia os Miseráveis sem sentir-se commovido até ao fundo da alma por aquella lingua­gem, ora branda e serena como uma noite de luar, ora vigorosa e vibrante como o trovão que per­corre o espaço em noites de tempestade.

Bem faz a Associação dos Jornalistas em promo­ver essa homenagem a Vi­ctor Hugo; é preciso saber- se que neste cantinho do occidente ainda ha quem saiba prestar o seu preito aos grandes vultos que honram a sua patria e pe­lejam pela humanidade; porque Victor Hugo não é só da França; o seu nome pertence a todo o mundo.

J o a q u im d o s A n j o s

C R I M I N O L O G I ANos annaes de crimino­

logia portugueza, fica o mez de novembro do cor­rente anno tristemente as- signalado.

Raro é o dia em que os jornaes da capital nos não informam da consumação d’um novo crime, digno de reparo pelas causas extraor- dinarias que o provocaram e pelas consequencias fa- taes que delle resultaram.

Dir-se-hia que em todo o paiz, de norte a sul, reina uma atmosphera pezada,

sombria, que encandesce o cerebro e desvaira a razão, que enlouquece e faz per­der aos homens a nocão>da sua dignidade, que lhe faz olvidar os seus deveres de homem para o transfor­mar em fera.

Se os factos a que allu-dimos se tivessem dadonum paiz selvagem, numaregião onde o direito e ajustiça se regulassem pelaforca e violência ainda es- )ses mesmos factos se po­deriam não justificar, mas emfim desculpar pela igno- rancia e grosseria dos seus habitantes; mas em Por­tugal... num estado civili- sado, numa nação que se impõe ao respeito das ou­tras, senão pela força ao menos, pelas suas tradições históricas.

Sabemos bem que não é só em Portugal que se per­petram crimes que indi­gnam a opinião publica, não ignoramos que as ou­tras nações, a este respei­to, dão um largo contin­gente, mas não estamos persuadidos que isso seja motivo sufficiente para nos calarmos, e occultarmos a péssima impressão que nos deixa o commettimento de tantos crimes consecutivos: Aqui, é um homem que desvairado pelo ciume ar­ranca a vida a um compa­nheiro; acolá, um outro, por uma questão futil, as­sassina cobardemente um seu similhante; ainda um terceiro que esfaqueia uma mulher; emfim... é um nunca acabar!

Repetimos: ao lermos a descripção de tão repu­gnantes façanhas, julgamo- nos por momentos trans­portados aos mysteriosos sertões africanos onde bar­baras tribus celebram hor­ríveis festins!

E não havemos de bra­dar ao povo: instrui-te, il- lustra-te, que é pela scien- cia que um povo se torna digno e respeitado!

Troca a taberna sórdida e immunda, onde arruinas a saude e roubas aos teus filhos o pão, pela bibliothe- ca onde apprendes a co­nhecer o que vales e o que podes chegar a ser!

Infelizmente, conhece­mos que bradámos ao ven­to ...

J. M. S.... ———----------------

0 JURAMENTO

E’ cousa santa o juramen­to.

O homem que presta um juramento não é mais um homem, é um altar, tem Deus em si.

O homem, essa enfermi­dade, essa sombra, essa gotta de agua, esse atomo, esse grão de areia, essa la­grima cahida dos olhos do destino; o homem, tão pe­queno, tão debil, tão incer­to, tão ignorante, tão in­quieto ; o homem, que anda na perturbação e na duvi­da, sabendo de hontem pouca cousa e nada de áma- nhã; vendo no caminho, quando chega para pôr os pés, o rosto — tudo trévas; trémulo, se olha para dean­te, triste, se olha para traz; o homem envolvido nessa immensidade,nessa obscu­ridade— o tempo, o espa­ço, e nelles perdido, tendo em si um abysmo (sua al­ma é um abysmo), fóra de si o céo; o homem que, em certas horas, se curva com uma especie de horror sa­grado a todas as forças da natureza, ao ruido do mar, ao agitar das arvores, á sombra das montanhas, ao irradiar das estrellas; o ho­mem, que não pode levan­tar a cabeça de dia, sem que o cegue a luz, de nou- te, sem que o esmague o infinito; o homem, •:.ue na­da conhece, que pode ser levado ámanhã, hoje, ago­ra mesmo, pela onda que passa, pelo vento que so­pra, pela pedra que rola, pela hora que sôa; o ho­mem, esse ser timido, in­certo, miserável, brinco do acaso., ludibrio do minuto que se escòa; ergue-se, de subito, deante do enygma que se chama vida huma­na, sente que ha nelle al­guma cousa maior que o abysmo — a honra; mais forte que a fatalidade — a virtude; mais profunda do que o desconhecimento — a fé; e só, franco, nu, diz a todo este mysterio que o

envolve:— «faze de mim o que quizeres, mas eu farei isto e não farei aquillo», e altivo, sereno, tranquillo, criando com uma palavra um ponto fixo nessa som­bria instabilidade que en­che o horisonte; como o marinheiro joga uma anco­ra no oceano, elle joga no futuro o seu juramento.

O juramento! Esse es­plendor da alma, confiança admiravel do justo em si mesmo! sublime permissão de affirmar, dada por Deus ao homem.

V IC T O R HUGO

MANUEL FERREIRA G1RALDES

Esteve de cama durante alguns dias, o nosso esti­mável amigo Manuel Fer­reira Giraldes; mas feliz­mente, este nosso excellen- te amigo, encontra-se já no periodo da convales­cença da grave enfermidade que o atacou, o que since­ramente estimamos, como quem estima o bem estar dum tão leal quanto valio­so amigo.

A ssa lto ?

Na madrugada de se­gunda-feira, depois do bai­le que se realisou na So­ciedade Phylarmonica i.° de Dezembro, Francisco de Sousa Fortunato sahiu a acompanhar até a casa umas pessoas de familia e juntamente uma menina, filha do nosso amigo, sr. José Antonio da Costa, morador na rua da Fabri­ca.

Francisco de Sousa quan­do depois acompanhava esta menina a casa, suspei­tou de dois indivíduos que passaram compassadamen- te perto delle, e um após outro. Ao despedir-se, pe­diu a esta menina que lhe emprestasse um páu, mas vendo tomar os indivíduos de quem suspeitava, um caminho differente do seu, recusou-o.

Os malfeitores, prova­velmente, resolveram to­mar cada um o seu melhor ponto de espera para assim poderem fazer limpa a fa­çanha permeditada.

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O DOMINGO

Quando Francisco de Sousa descia a rua da Fa­brica, ao chegar á rua do Club, lhe sahiu detraz da esquina um dos malfeitores que, jogando-lhe uma re- pontoada lhe arrancou os botões do collete, mandan­do-lhe em seguida uma pancada para a cabeça, de que este se defendeu, fu­gindo immediatamente e gritando por soccorro.

O vadio ainda lhe jogou o páu pelo ar não lhe ser­vindo de coisa alguma os seus maus instinctos.

Fransciscq.de Sousa des­confia que o quizesse rou­bar.

O outro de quem tam­bem desconfiava não tor­nou mais a vèr.

E’ vergonhoso, numa ter­ra como a nossa, darem-se escandalos desta ordem.

Paciência!

. in a iv c r s a r lo s

Completou hontem o seu 29.0 anniversario nata­lício a ex.ma sr.a D. Anna dos Anjos Restolho.

As nossas sinceras felici- tacÕes.

Na próxima terça-feira, 10 do corrente, faz annos o nosso illustre amigo, ex."10 sr. Manuel Neves Nunes d’Almeida, distincto dire­ctor e professor da escola Secundaria,

Antecipadamente o feli­citamos, assim como a sua ex.m;i familia,

ERR A TA

Por erro typographico, sahiu no ultimo numero d’O Domingo, no artigo do nosso amigo e distincto col laborador Mendes Pinhei ro, já bem conhecido dos nossos estimáveis leitores, com a epigraphe «Revolu­ção de 1640»: «D. João vi» quando deve ser «D. João iv».

Que nos desculpe o nos­so tão illustrado quanto amavel collaborador a falta que aqui deixamos corri­gida.

NOVA ASSO CIACA O>

A convite dum grupo de commerciantes desta villa, reuniu no dia 4 do corren­te, pelas 8 horas da noite, na séde da Sociedade Phy- larmoríica 1.° de Dezembro, grande numero dos princi­paes commerciantes, para tratar de se organisar uma Associação Commercial.

A’ reunião presidiu 0 il­lustre e considerado nego­ciante o ex.'"0 sr. Antonio Maximó Ventura, secreta­riado pelos srs. Diogo Igna- cio Lucas e Izidoro Maria d’Oliveira.

Expostos os fins da reu­nião e como houvesse di- vergencias se a Associação deveria ou não ser com­posta exclusivamente de negociantes e fabricantes de carnes, foi deliberado pelo sr. presidente pòr-se este assumpto á votação, ficando approvado que s aggregasse todos os com­merciantes da villa e que se denominasse «Associa çao Commercial».

Ficou tambem organisa- da a Commissão Installa dora que se compõe dos seguintes senhores:

Antonio Máximo Ventu ra, Francisco Rodrigues Pinto, Francisco Freire Ca­ria Junior, Joaquim José Lucas, Bernardo Cardei ra, Diogo Ignacio Lucas e Izi- doro Maria d’01iveira.

E’ de esperar que os tra balhos para a fundação da nova associação prosigam o mais breve possivel, at- tendendo ás boas qualida

ides dos cavalheiros que compõem a Commissão Installadora.

T i í C í d r o ISeriBsIffiiií

Teve Jogar na quinta-fei­ra ultima o beneficio dos distinctos actores Pires e Rodrigues.

O espectáculo agradou.— Na próxima quinta-fei­

ra é o beneficio de duas actrizes da Companhia, to­mando parte no espectácu­lo o sr. Antonio Pylonas, que exhibirá umas scenas femi­ninas. Um delirio!...

C O F I E D i P E R Q L Ã S

A LUIZ DE CAMÕESEu, dobrando o joelho aos pés do monumento Que a divida pagou da antiga geração,Sou como o crente bom que eleva ao firmamento 0 seu humilde olhar em tanta adoração.

Soa de talpequene\!... Deslumbra-me esse brilho Da coroa que lhe adorna afronte luminosa!... Mas a terra fe li\ que possuiu tal filho Tambem f o i minha mãe amante e carinhosa.

Sinto arder-me no peito um vivo enthusiasmo!Tive por berço meu o nobre Portugal,Que desperta emfim do gélido marasmo,Fazendo a apotheose ao epico immortal.

Quando elle não tivesse o Tempo vinculado A gloria que o honra em todas as nações, Bastava-lhe mostrar o nome aureolado Que assombra todo o mundo — o nome de Camões!

J o a q u im d o s A n j o s

A CAUSA DA VIDA(De José de Roure;

Em soledade nunca interrompida Vão-se abysmando os sabios,Para encontrar a causa desta vida. A causa desta vida... Pobre gente! Ao reunir meus labios aos teus labis, Aprendemol-a nós continuamente

JOAQUIM DOS ANJOS

PENSAMENTOS

0 systema republicano é antes de tudo a aspiração constante da civilisação europêa! Lê-se esse desejo im­mortal nas paginas da sua historia e nos annaes das suas conspirações; está escripto nos tropheus das suas victorias e nas cupulas dos seus monumentos. — Lopes de Mendonça.

— Não é pobre 0 que tem pouco, mas o que deseja muito. — A, Pinto.

A N E C D O T A S

coUm sujeito amador da pinga, adormeceu r i um ban­da Praça. Acordou-o a chuva que cahia em tor-

entes. Glha em torno de si, e o scintillar das Ilibes na calçada molhada, dd-lhe a sensação da agua.

— Olha o mar! disse elle.E atira comsigo ao chão.Apanha uma forte pancada, e di- com espanto:— E está gelado!

___Hiiiiiimiiiiiimmi___Kllilliàllll Jlllillllll-----

— Eu disse-lhe que désse um passeio de uma hora, di1 a dona da casa para a creada, e você anda-me por

fóra quatro horas!A h! minha senhora, ê que eu ando muito devagar.

O i."D E DEZEMBRO

No domingo ultimo, Al­degallega estava em festa.

A Phylarmonica i.° de Dezembro, pela uma hora da manhã, tocava pelas ruas da villa o hymrio da Restauração. A’tarde tocou no coreto, na Praça Serpa Pinto, que se achava in­transitável devido á agglo- meração de povo.

Na Sociedade 1 ,n de De­zembro, que completou neste inolvidável dia o seu 32.° anniversario, encontra­va-se um lauto beberete para todas as pessoas que alli entrassem. A entradei franqueou-se a toda a gente, sendo por isso a Sociedade muito concorrida. Houve baile á noite até ás quatro horas da manhã. Esta so­ciedade offereceu aos seus phylarmonicos um abun­dante jantar, que lhes foi servido no hotel Lisbonen- se desta villa.

SsslelííioEuzebio Tavares Pielga-

ta, casado, trabalhador, foi hontem encontrado de manhã, em sua casa mor­to. As auctoridades, até á data ignoram 0 dia em que o infeliz puzéra termo á vida.

Na sessão extraordinaria de 29 de Novembro findo, foi discutido o orçamento ordinário para o proximo anno de 1902, no qual fo­ram incluidas duas verbas: uma de 1.000',$000 réis pa­ra comeco da construocão> > de um mercado para a venda de carnes, peixe, fructas, hortaliças, etc., no Largo do Edificio do Tri­bunal, e outra.de 1 .ooo.Sooo réis para a conclusão do aterro e embellezamento do referido Largo. O orça­mento está a publico por espaço de 8 dias nos ter­mos da lei.

No dia 1 do corrente mez foi assignada a es- criptura do contracto, en­tre a Camara Municipal de

21 FOLHETIM

Traduccúo de J. DOS ANJOS

 ULTIMA CRUZADAX X V I

«O marquez e a marqueza de Tail- lemaure rogam a V. Ex.a a fineza de assistir ao baile que dão no seu pala- cio, na rioite de 7 de fevereiro».

Guarnecia-o uma delicada aguarella de gosto japonez. assignado pelo pin­tor de mais voga em Paris.

O conde Mohilow òrgan sava agora tudo no palacio de Tallemaure, e não sabendo o que havia de imaginar com a marqueza para deslumbrar toda a.geute e ganhar a batalha trava­

da contra a sr.a Stockford, inventara aquelle baile: uma especie de «ker messe» pittoresca que fazia recordar ás festas do tempo do Império. Du­rante uma semana o assumpto obri- gado em todos os salóes foi o proxi­mo baile dos Taillemaure. Os aguarel- listas recebiam maços de rartas sup- plicanJo-lhes que desenhassem um trajo original. Os alfayates perdiam a cabeça e os noticiaristas descreviam já minuciosamente os vestiários pro­váveis e applaudiam o resurgimento dos carnavaes antigos, abolidos havia tanto tempo.

A alta dá; ac0 es do banco Conti nental accentuava-;e cada vez mais.

X X V II

:— Por que se não ré ;olve a conce­der-me a §ua linda máostnha? dizia

com a maior seriedade La Croix Ra- milles á pequena Fanny Rob, que apresentava um trajo provocantíssi- mo de bacchante.

Ella, encarando-o descaradamente, ria ás gargalhadas e afinal respondeu- lhe, com uma voz timida de ingé­nua !

— Tem muito desejo de ser enga­nado, meu pobre amigo! O casamen to só se inventou para essé genero de divertimento; ha sempre uma pes­soa lograda... Antes de casar julga a gente que nos amamos muito, e de- sengana-se logo depois da primeira noite de noivado. Realmente tenho dó de si, continuou, mostrando com um gesto desdenhoso os pares que valsavam. Não o julgava da me ma raça d'esses titeres!

— Seja assim! disse La Croix-Ramil-

Depois, reconciliados, começaram a tagareliar.

Fanny Rob estudava attentamente o trajo da marqueza de Taillemaure.

Regina tinha um encanto seductor. Era a viva encarnação da primavera Andava pelo salão como uma rainha victoriosa.

O baile estava efTectivamente phan tas tico.

A sr.» Stockford conversava com lord Shelley. Acceitára o convite dos Taillemaure como um jogador que procura surprehender os golpes do seu adversa-io costumado. Observava pacientemente os minimos gestos de Reg na, sobre tudo quando ella valsa­va com Ivan Mohilow.

Os administradores do Credito Continental, o p in c p e de Ròché-*'

dreux, Fortis, Taillemaure e outros rodeavam Krubstein.

O banqueiro voltavà de Roma de­pois de ter offerecido ao dinheiro de S. Pedro cèm mil acções libe;aJas e obtido a benção do summo pontiíice. Esta benção consagrava o Credito Cotinental como uma basilic a aberta aos fieis. E embora fatigado pela sua longa viagem, Krubstein agradecia com ruidosa eflusão aos amigos que o felicitavam.

Taillemaure aborrecia-se e parecia estar doente. Òs milhões ganhos no negocio de KrubstèJn tinham augmen- tado o vacuo amargo'da sua existen- cia. Via a mulher ainda menos vezes que d’antes, porque ella estava sem­pre a sahir, com o pretexto de,visi­tas, de costureiras .ou de modistas.

[Continua).

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Aldegallega e a casa con- structora, Cardoso, Dar- gent & C .a, de Lisboa, do fornecimento de luz electri- ca para a illuminação pu­blica e particular desta villa.

A escriptura já subiu su­periormente ao Ministério do Reino para os devidos eífeitos.

A VIDA N5ALDEIAii

R e a lism o e p o es ia(Continuação)

— Mas eu não sei nada. Não me lembro de cou­

sa alguma capaz ...O’ menina Esther! gritou

sollicito o regedor, não es­teja com vergonha de mim ... eu nan sou cd da- quellas de cerimonias . . .

— Vá, Esthersinha, pediu o tio Mathias, não te faças rogada...

Então ella começou:

Em noute fria e gelada Sem um lampejo da lua,Ninguém caminha na rua Ao longe estala o trovão!Junto a uma porta cerrada, Pallida, triste, sosinha...Uma creança rotinha Chorava, pedia pão!

Dae-me uma esmola por Deus! Que eu morro de frio e fome,Se quereis saber o meu nome Sou orphã, não tenho mãe!Nasci alem no albergue Junto ao palacio da esquina, Tenho uma irmã pequenina,Pae cego, e . .. mais ninguém!

Junto ao tremulo infante A' miséria abandonado,Surgiu um vulto c'roado D’ethereo e alvo explendor!Nos labios tinha um sorriso.Nos olhos a luz da ’sp’iánça,Que á doce e frágil creança Trouxe o conforto e o amor!

Quem és tu, anjo dos céos? Quem és tu, oh Divindade?— Meu nome é caridade Aqui mandada por Deus!

Nasci no rico Oriente No mesmo dia em que o Chrislo Deu o exemplo nunca visto De liberdade e paixão!Depois... segui-o sem medo N’aquella missão extranha...Subi com Elle a montanha.Passei com Elle o Jordão!

Subi, chorando, ao Calvario!Já na cruz, o martyr santo Ao ver-me banhada em pranto. Disse:— Vai. minha Irmã! Prosegue no teu caminho, Proteje, consola, anima...E ’ essa a chamma divina Que ha de ser luz amanhã!

Já ella tinha acabado, e ainda todos se conserva­vam em religioso silencio! E que, realmente aquelles singelos versos, a maviosa voz de Esther e os plangen­tes sons da guitarra, casa­vam-se numa harmonia extranha que commovia profundamente aqueles que escutavam.

O DOMINGO

AGRICULTORA

L im pe*» d os to n e is

Eis aqui alguns processos para limpar os toneis que deitam cheiro desagrada- vel:

1.° Podem-se enxaguar com agua fria, depois com agua a ferver, e seguida­mente méchar.

2.° Se o meio preceden­te é insufficiente, lança-se, dentro do tonel agua de cal, que ahi se conserva al­gumas horas, e depois en­xagua-se.

3.° Tambem se pode em­pregar uma infusão de fo­lhas de pecegueiro na lava­gem do tonel.

4-° Fazer queimar dentro do tonel assucar embebido em alcool, dá bom resulta­do.

5.° Finalmente, como ul­timo processo quando os precedentes não produzam effeito, lava-se com acido sulfurico em dez partes de agua, depois enxagua-se com agua de cal, e em se­guida com agua limpa.

O r á i^ o do a ze ite

Extrahe-se o ranço do azeite lançando-lhe magne- sia calcinada na proporção de 2 kilos por ioo litros de azeite.

Conserva-se o azeite du- ran.e 6 dias, tendo o cui­dado de agitar a vasilha 4 ou 5 vezes por dia, e du­rante um quarto de hora, pelo menos, de cada vez.

Passados os 6 dias fíltra- se o azeite e ficará sem ranco.

ANNUNCIOS

A-UNTiN-UlNTCIO

Administração do concelhode Aldegallega.

No dia 23 do corrente, pelas 12 horas da manhã, á porta da Administração deste concelho, se hade proceder á arrematação, por meio de proposta, do fornecimento do rancho, já cosinhado, aos presos da cadeia desta comarca para o futuro anno de 1902, sendo a base da licitacão

R elação d os m an ceb os so rtea d o s n ’c s te C on celh o para o se r v iç o do e x er c ito c arm ada, para o c o r ­ren te anno d e 1 9 0 1 .

Freguesia de Nossa Senhora da Oliveira, de Canha

Antonio, filho de Agostinho José e Veridiana Maria, 9, 2 a reserva.

Antonio, filho de Joaquim dos Santos e Anastacia Ma­ria, 6, 2 a reserva.

Antonio, filho de Manuel José Rodrigues e Marianna de Jesus, 5, 2.a reserva.

Antonio, filho de Manuel Gigante e Maria Rosa, 4, 2.a reserva.

Custodio, filho de Manuel Simões e Maria Marques, 3, infateria 11.

Francisco, filho de Antonio Eduardo e Theodora, 7, 2.:‘ ressrva.

Francisco, filho de pae incognito e Thalea Rosa, 2, in- fanteria 11.

Geraldo, exposto, 1, infanteria 11.João, filho de Manuel Custodio e Ritta Maria, 10, 2.

reserva.José, filho de Emygdio José e Joaquina Maria, 8, 2.a re­

serva.

Freguesia de S. Jorge, de Sarilhos Grandes

Antonio, filho de Manuel Narciso Gonçalves e Gertru- 7 i

des Maria, 5, 2.'1 reserva.Domingos, filho de Domingos Baptista Gomes e An­

gélica Ritta, 6, 2.® reserva.Francisco, filho de Antonio Maria Alegria e Margari­

da de Jesus, 7, 2.a reserva.João, filho de Joaquim Loureiro Mosca e Marianna

Marinheiro, 1, infanteria 11.Joaquim. filho de Francisco José d’OHveira e Marian­

na de Jesus, 8, 2.a reserva.Manuel, filho de Joaquim d’01iveira da Coxa e Rosa

Maria, 3, cavaílaria 3.Manuel, filho de José Ribeiro Chula e Maria Miranda,

2, cavaílaria 1.Manuel, filho de José Ribeiro Chula e Rosa de Miran­

da, 4, 2.“ reserva.Mathias, filho de João Mathias de Mello Juiz e Maria

Fernandes, 9, 2.“ reserva.

Aldegallega do Ribatejo, 29 de Novembro de ig.o 1.O S E C R E T A R IO DA COMMiSSÁO

Antonio Tavares da Silva

de 140 réis por cada preso.As propostas para o di­

to fornecimento, serão fei­tas em carta fechada, diri­gida ao Administrador do concelho, sem outra desi­gnação, signal ou marca exterior.

A proposta que não es­tiver nas condições acima referidas, será inutilisada nos termos da lei.

A tabella dos comestí­veis a fornecer e as mais condições de arrematação, acham-se patentes na se­cretaria desta Administra­ção, todos os dias uteis, desde as 10 horas da ma­nhã ás 3 horas da tarde.

Administração do con­celho de Aldegallega, 2 de Dezembro de 1901.

O Administrador do Concelho

J. M. Abranches.

ARREMATAÇÕESCamara Municipal de A l­

degallega do Ribatejo.

Hoje devem ter logar á uma hora da tarde, na sala dos Paços do Concelho, as arrematações dos impostos no vinho e carnes, em Ca­nha; fornecimento da illu­minação publica da fregue- zia de Sarilhos Grandes; limpeza publica em depo­sito e o rendimento da mesma limpeza no proxi­mo anno de 1902.

Aldegallega do Ribatejo, 8 de dezembro de 1901.

O Presidente da Camara

Domingos Tavares

F AB R I C A 1 V A P O RDE

JO S É M A R IA D E VAS-

C O N C E L L O S JU N IO R

Nesta Fabrica se vende massa de purgueira pura, tomando os proprietários da Fabrica a responsabili dade, custa 45o réis cada 15 kilos. Ha mais massa de purgueira, pelo custo de 400 réis cada i 5 kilos.

Iln a da FabricaA L D E G A L L E G A DO R IBATEJO

M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 60 réis cada um.

Nesta redaccão se diz »quem os vende.

VIDRAÇASVende-se dois pares de

vidraças já uzadas. Quem pretender dirija-se a esta redaccão.

Ha para vender collec- ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idio­mas.

Nesta redacção se trata.

Ha tambem jornaes pa­ra vender a peso.

MODISTAVestidos e confecções tan­

to para senhora como para creança. Corta pelo syste- ma francês, rua do Norte n.° 45, nesta villa.

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Page 4: 0 JURAMENTO VICTOK HUGO - mun-montijo.pt · Os auto&- H graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO—José Augusto Saloio EXPEDIENTE ... vêl-as em nossa

O D O M I N G O

D E P O S I T O DE H A I E R U E S DE G O N S T R l i C O À O IRUA DA PONTE — aldegallega

Tijolos das fabricas mais acreditadas do pai*, em todas as qualidades, taes como: tijolo burro, furado, in­teiro, de alvenaria, curvo para poços e mais applica- ções, rebatido, para ladrilho, assim como gi~ande f o r ­necimento de telha de Alhandra, etc.

PREÇOS SEM COMPETENCIAPEDIDOS A C i r e g o r i o * I o s é A l c o b i a

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JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os

trabalhos typographicos.R. DE JOSÉ M ARIA DOS SANTOS

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COMPANHIA FABRIL SINGERP o r 5 oo réis semanaes se adquirem as cele­

bres machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador

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Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Rato, yo — Alcochete.

MERCEARIA ALDEGALLENSEDE

José Antonio Hunes

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A N T I G A M E R C E A R I A DO POVODF

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R I J A . D O C A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

ALDEGALLEGA DO RIBATEJOGrande estabelecimento de /acendas por preços limitadíssimos, pois que vende

todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e algunsAINDA MAIS BARATOS

Grande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .Selins prelos e de cor para forros de fatos para homem, assim como todos os

accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma SECCÃO ESPECIAL que muito util é aos habitantes

desta villa, e que éaXQMP8Â EM LISBOA de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o \êlo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean­ças de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa é GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

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D E P O S I T OD E

Neste estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.-co—

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Aldegallega do K ibatcjo

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