006 Metabolismo de Lipídios (Anabolismo)

download 006 Metabolismo de Lipídios (Anabolismo)

of 7

description

metabolism - Anabolismo lipideo

Transcript of 006 Metabolismo de Lipídios (Anabolismo)

  • 12/11/2014

    1

    Curso: Cincias Biolgicas

    Prof. Jeandre Augusto Jaques

    Os lipdeos so a principal forma de armazenar energia na maioria dos organismos e os principais constituintes das membranas celulares.

    Atuam como pigmentos, cofatores, transportadores, hormnios, mensageiros extracelulares e intracelulares e ncoras para protenas de membrana.

    A capacidade de sintetizar uma variedade de lipdeos essencial para todos os organismos.

    Unidade I Digesto, mobilizao e transporte de gorduras;

    Unidade II Catabolismo de lipdeos (liplise);

    Unidade III Anabolismo de lipdeos (lipognese).

    6. Biossntese de cidos graxos;

    7. Biossntese de triacilgliceris;

    A biossntese e a degradao dos AG:

    Diferentes vias;

    Diferentes grupos de enzimas;

    Localizao celular distinta.

    O que necessrio para a biossntese?

    Malonil-CoA + Acetil-CoA

    Enzima AGS

    NADPH

    A biossntese requer a participao de um intermedirio de trs carbonos, o malonil-CoA, que no est envolvido na degradao dos cidos graxos.

    (Malonil-CoA)

  • 12/11/2014

    2

    A formao de malonil-CoA a partir de acetil-CoA um processo irreversvel, catalisado pela acetil-CoA-carboxilase.

    Ocorre o gasto de 1 ATP para tornar o processo termodinamicamente favorvel.

    A enzima contm um grupo prosttico, a biotina.

    ENTRA

    As cadeias de carbono dos AG so construdas por uma sequncia de reaes repetitivas:

    4 etapas AGS.

    O grupamento acila saturado, produzido em cada srie de reaes em quatro etapas, torna-se o substrato da condensao subsequente com um grupo malonila ativado.

    Em cada uma das passagens atravs do ciclo, a cadeia do grupo acila graxo aumenta em dois carbonos.

    OXIDAO

    BIOSSNTESE

    Cofator transportador de eltrons

    NADH FADH2

    NADPH

    Grupo ativador

    Grupo tiol (-SH) da Coenzima A

    (CoA)

    Dois grupos SH ligados enzima:

    -SH da ACP -SH de um resduo de cys

    Quando o comprimento da cadeia atinge16 carbonos, este produto (palmitato, 16:0) deixa o ciclo.

    Os carbonos C-16 e C-15 do palmitato so derivados dos tomos de carbono dos grupos metil e carboxil, respectivamente, de uma acetil-CoA utilizada diretamente para iniciar o sistema.

    Os outros tomos de carbono da cadeia so originados da acetil-CoA via malonil-CoA.

    A sntese dos AG catalisada por um sistema coletivamente conhecido como cido graxo-sintase (presente no citoplasma).

    Com o sistema multienzimtico AGS I, a sntese dos AG leva a um nico produto, e no so liberados intermedirios.

    AGS I de mamfero (suno) e de fungo (Thermomyces lanuginosus)

    A AGS I consiste de mltiplos stios ativos

    Os mltiplos domnios da enzima AGS I de mamferos atuam como enzimas distintas, porm ligadas.

    O stio ativo de cada enzima encontrado em diferentes domnios dentro do polipeptdeo maior.

    Ao longo do processo de sntese dos AG, os intermedirios permanecem covalentemente ligados como tiosteres a um de dois grupos tiol.

  • 12/11/2014

    3

    Um produto de ligao o grupo SH de um resduo de cistena (Cys) em um dos domnios.

    O outro ponto de ligao o grupo SH da ACP (protena transportadora de grupos acila), um domnio distinto do mesmo polipeptdeo.

    ACP = acil carrier protein.

    ACP - mantm o sistema unido; atua como um brao flexvel, segurando a cadeia acila do AG em crescimento unida superfcie do complexo da AGS enquanto transporta os intermedirios da reao do stio ativo de uma enzima para a prxima.

    A AGS I recebe grupos acetil e malonila

    1 passo da biossntese: carregar os grupos SH

    -SH da cys + grupo acetila (C-C)

    -SH da ACP + grupo malonila (C-C-C)

    Primeira reao

    O grupo acetila da acetil-CoA transferido para a protena ACP e, ento, transferido para o grupo SH da cistena (Cys) em outro domnio da enzima.

    Acetil-CoA acetila + CoA acetil-ACP acetil-SH (Cys)

    Segunda reao

    Transferncia do grupo malonila da malonil-CoA para o grupo SH da ACP.

    Malonil-CoA malonila + CoA malonil-ACP

    1 reao - condensao

    Grupo acetil + grupo malonila ativados

    acetoacetil-ACP

    liberao do CO2

    Enzima:

    -cetoacil-ACP-sintase

    SAI

    O grupamento acetil transferido do grupo SH da

    cys para o grupo malonila ligado ao grupo SH da

    ACP, tornando-se a unidade de dois carbonos

    metil-terminal do novo grupo acetoacetila.

    O CO2 formado nesta reao o mesmo carbono

    originalmente introduzido na malonil-CoA a partir

    do HCO3- pela reao da acetil-CoA-carboxilase.

    SAI

    Assim, a ligao

    covalente do CO2

    durante a biossntese

    dos AG apenas

    transitria.

    Por que as clulas tm o trabalho de adicionar CO2 para formar o grupo malonila a partir do grupo acetil, apenas para perder o CO2 durante a formao de acetoacetato?

    Na -oxidao, a clivagem da ligao entre dois grupos acila (clivagem da unidade acetil da cadeia acila) altamente exergnica.

    Na biossntese, a condensao de dois grupos acila (2 acetil-CoA) altamente endergnica.

    O uso de grupos malonila ativados ao invs de grupos acetil o que torna as reaes de condensao termodinamicamente favorveis.

  • 12/11/2014

    4

    Na 1 reao de sntese, o acoplamento da condensao descarboxilao do grupo malonila torna o processo global altamente exergnico.

    Desta forma, atravs do uso de grupos malonila ativados na sntese dos AG e de acetato ativado em sua degradao, a clula torna os dois processos termodinamicamente favorveis, apesar de um ser efetivamente o inverso do outro.

    A energia extra necessria para tornar a sntese dos AG favorvel fornecida pelo ATP utilizado na sntese de malonil-CoA a partir de acetil-CoA e HCO3.

    2 reao reduo do grupo carbonil

    A acetoacetil-ACP formada na etapa de condensao sofre agora reduo do grupo carbonil em C-3, formando D--hidroxibutiril-ACP.

    Essa reao catalisada pela -cetoacil-ACP-redutase e o doador de eltrons o NADPH.

    3 reao - desidratao

    Os elementos da gua so agora removidos dos carbonos C-2 e C-3 da D--hidroxibutiril-ACP, formando uma ligao dupla no produto, trans-2-butenoil-ACP.

    A enzima que catalisa essa desidratao a -hidroxiacil-ACP-desidratase.

    4 reao reduo da ligao dupla

    Finalmente, a ligao dupla da trans-2-butenoil-ACP reduzida (saturada), formando butiril-ACP pela ao da enzima enoil-ACP-redutase.

    O doador de eltrons o NADPH.

    Adio de dois carbonos a uma cadeia acil graxo em

    crescimento: uma sequncia de 4 etapas. Cada grupo

    malonila e acetil (ou acilas maiores) ativado por um

    tioster que os une AGS. (1) A condensao de um

    grupo acila ativado (um grupo da acetil-CoA o

    primeiro grupo acila) e dois carbonos derivados da

    malonil-CoA, com a eliminao de CO2 do grupo

    malonila, alonga a cadeia acila em dois carbonos. Este

    mecanismo est mostrado para ilustrar o papel da

    descarboxilao em facilitar a condensao. O produto

    -cetnico dessa condensao , ento, reduzido em

    3 etapas subsequentes praticamente idnticas s

    reaes de -oxidao, mas na sequncia inversa; (2)

    o grupo -cetnico reduzido a um lcool;

    Adio de dois carbonos a uma cadeia acil graxo

    em crescimento: uma sequncia de 4 etapas. (3) a

    eliminao de H2O cria uma ligao dupla, e (4) a

    ligao dupla reduzida formando o grupo acil

    graxo saturado correspondente.

  • 12/11/2014

    5

    Concluso da 1 rodada

    Grupo acil-ACP saturada com 4 C

    Prximo passo: 2 rodada

    Transferncia para o SH da cys

    Grupo malonila para o SH da ACP

    Novo ciclo!

    Aps 7 ciclos de condensao e reduo

    Palmitato

    Na etapa de condensao, todo o grupo butirila ligado ao

    SH da Cys trocado pelo grupo carboxil do resduo de

    malonila, que perdida como CO2 (em verde). O produto,

    um grupo -cetoacila de seis carbonos, contm agora quatro

    carbonos derivados da malonil-CoA e dois derivados da

    acetil-CoA que iniciou a reao. O grupo -cetoacila passa

    pelas etapas (2) a (4) reduo, desidratao e reduo.

    Incio da 2 rodada do ciclo da sntese dos AG

    A biossntese dos AG, como o palmitato, requer

    fornecimento de energia qumica de duas formas

    1 ATP

    Para ligar o CO2 acetil-CoA, formando malonil-CoA.

    2 NADPH

    Reduo de ligaes duplas.

    CUSTO ADICIONAL

    Acetil-CoA Acetil-CoA

    (Mitocndria) (Citoplasma)

    *3 ATPs por unidade de 2 carbonos!

    +2 ATP

    A cadeia acil graxo cresce em unidades de dois carbonos doadas pelo

    malonato ativado, com perda de CO2 a cada adio. O grupo acetil inicial est

    sombreado em amarelo, C-1 e C-2 do malonato esto sombreados em rosa, e

    o carbono liberado como CO--2 est sombreado em verde. Aps a adio de

    cada unidade de dois carbonos, redues convertem a cadeia em crescimento

    em cido graxo saturado de quatro, seis e em seguida, oito carbonos, e assim

    por diante. O produto final o palmitato (16:0)

    O processo global da sntese do palmitato

    HEPATCITOS (citosol)

    A relao [NADH]/NAD+]

    A relao [NADPH]/[NADP+] ~ 75

    HEPATCITOS (mitocndria)

    A relao [NADH]/NAD+]

    Qual a origem do NADPH ?

    Produo de NADPH. 2 vias para a produo de NADPH: (a) enzima mlica e (b) a via das pentoses-fosfato.

    Piruvato

    Aminocidos Acetil-CoA

    cidos graxos

    Acetil-CoA (Citoplasma)

  • 12/11/2014

    6

    Lanadeira para a transferncia de grupos acetil da mitocndria para o citosol

    O ciclo consome 2 ATPs para cada molcula de acetil-CoA entregue para a sntese de AG!

    Lanadeira para a transferncia de grupos acetil da mitocndria para o

    citosol. A membrana mitocondrial externa livremente permevel a todos

    esses compostos. O piruvato derivado do catabolismo dos aminocidos na

    matriz mitocondrial ou da glicose por gliclise no citosol convertido em

    acetil-CoA na matriz. Os grupos acetil saem da mitocndria como citrato; no

    citosol, eles so liberados na forma de acetil-CoA para a sntese dos AG. O

    oxaloacetato reduzido a malato, que pode retornar matriz mitocondrial,

    onde convertido em oxaloacetato. O principal destino do malato citoslico

    a oxidao pela enzima mlica, gerando NADPH citoslico; o piruvato

    produzido retorna matriz mitocondrial.

    Combustvel Necessidades energticas

    Excesso AG TAG

    Acetil-CoA-carboxilase Etapa limitante

    Ponto de regulao Regulao da sntese doa AGs. Nas clulas de

    vertebrados, tanto a regulao alostrica como

    a modificao covalente dependente de

    hormnios influenciam o fluxo dos

    precursores para a formao de malonil-CoA.

    Nos vegetais, a acetil-CoA-carboxilase

    ativada pelas variaes na [Mg2+] e no pH que

    acompanham a iluminao.

    Regulao alostrica

    Palmitoil-CoA

    Regulao covalente

    Regulao coordenada da sntese e da degradao dos AG. Duas enzimas so essenciais na coordenao do

    metabolismo dos cidos graxos: a acetil-CoA-carboxilase (ACC), a primeira enzima na sntese dos AG, e a carnitina-

    acil-transferase I, que limita o transporte de AG para dentro da matriz mitocondrial para a -oxidao. A ingesto de

    uma dieta rica em carboidratos aumenta o nvel de glicose no sangue e, portanto, (1) ativa a liberao de insulina.

    (2) A protena-fosfatase dependente de insulina desfosforila a ACC, ativando-a. (3) A ACC catalisa a formao de

    malonil-CoA ( o primeiro intermedirio da sntese de AG), e (4) a malonil-CoA inibe a carnitina-acil-transferase I,

    impedindo assim a entrada de AG na matriz mitocondrial. Quando os nveis de glicose no sangue baixam entre as

    refeies, (5) a liberao de glucagon ativa a protena-cinase dependente de AMPc (PKA) que (6) fosforila e inativa a

    ACC. A concentrao de malonil-CoA baixa, a inibio da entrada de AG na matriz mitocondrial aliviada, e (7) os

    AG entram na matriz mitocondrial e (8) tornam-se o principal combustvel.

    A maior parte dos AG sintetizados ou ingeridos por um organismo possui um de dois destinos:

    A incorporao em fosfolipdeos de membrana.

    A incorporao em triacilgliceris (TAG) para o armazenamento de energia metablica.

  • 12/11/2014

    7

    Fosfolipdeos:

    Durante o crescimento rpido

    Sntese de novas membranas

    Triacilgliceris:

    Suprimento abundante de alimento

    Fase de crescimento

    O destino dos AG ... necessidades momentneas?

    Acil-CoA-sintetases Acil graxo-CoA (ativao na -oxidao)

    Glicerol-3-P-desidrogenase Glicerol-3-P (Diidroxiacetona-P + NADH)

    Glicerol-cinase (Glicerol)

    Biossntese do cido fosfatdico

    Glicerol-3-P

    +

    Acil graxo-CoA

    O cido fosfatdico na biossntese

    de lipdios