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1 SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 01 DE JUNHO DE 2015 FAÇA PARTE DESSE TIME ASSOCIE-SE (WWW.OESC.ORG.BR)

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Resenha diária da Ordem dos Economistas de SC- OESC

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS

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Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros

Fonte Jornal Folha de São Paulo CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO e ÁLVARO FAGUNDESEDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"31/05/2015 às 02h00

Quatro trabalhadores brasileiros são necessários para atingir a mesma produtividade de um norte-americano.

A distância, que vem se acentuando e está próxima da do nível dos anos 1950, reflete o baixo nível educacional no Brasil, a falta de qualificação da mão de obra, os gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia no país.

Fatores apontados por empresários e por quem estuda o assunto como os principais entraves para a produtividade crescer no país –e que também ajudam a explicar o desempenho fraco do PIB brasileiro nos últimos anos.

A comparação entre Brasil e EUA considera como indicador a produtividade do trabalho, uma medida de eficiência que significa quanto cada trabalhador contribui para o PIB de seu país.

O dado é do Conference Board, organização americana que reúne cerca de 1.200 empresas públicas e privadas de 60 países e pesquisadores.

Ele é importante porque mostra a força de fatores como educação e investimento em setores de ponta, que tornam mais eficiente o uso de recursos. A produtividade costuma ser menor nas empresas de trabalho intensivo.

O baixo nível educacional no Brasil é destacado pelo pesquisador Fernando Veloso, da FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa crescer e aumentar o padrão de vida da população.

"O brasileiro estuda em média sete anos, nem completa o ensino fundamental. Nos EUA, são de 12 a 13 anos, o que inclui uma etapa do ensino superior, sem mencionar a qualidade do ensino."

A média de treinamento (qualificação) que um americano recebe varia de 120 a 140 horas ao ano. No Brasil, são 30 horas por ano, destaca Hugo Braga Tadeu, professor da Fundação Dom Cabral.

A produtividade brasileira deve cair neste ano ao menor nível desde 2006 na comparação com a do americano e se aproxima do nível da década de 1950, quando o estudo se iniciou. Em 1980, um brasileiro tinha produtividade equivalente a 40% da de um americano. Hoje, ela está em 24%.

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"Voltamos ao patamar dos anos 1950, mesmo com os avanços tecnológicos que ocorreram em 65 anos", afirma José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de competitividade da Fiesp.

A dificuldade de competir se acentua com a carga tributária maior, o juro alto para empréstimos, os riscos cambiais, os custos trabalhistas e os gargalos que encarecem a produção, diz o empresário.

A queda na produtividade é consequência do PIB fraco e de condições desfavoráveis, como maior inflação, que levam o setor produtivo a cancelar ou adiar investimentos.

A retração generalizada no consumo das famílias e na demanda de empresas e governos, além da piora na situação da indústria e dos serviços, foi mostrada na queda de 0,2% no PIB de janeiro a março, e a previsão é que o segundo trimestre seja pior.

"O país vive uma crise de isolamento que só o distancia dos países e só se acentua", afirma o economista Cláudio Frischtak, estudioso do tema produtividade.

O isolamento se traduz não só pelo ritmo lento de avanços dentro das fábricas, como processos de inovação, diz o economista, mas também no número baixo de acordos de livre-comércio com outros países (o que dificulta o acesso a bens e serviços, inclusive os de maior tecnologia).

Outro indicador desse distanciamento é a participação de estrangeiros no mercado de trabalho. "São professores, pesquisadores, técnicos e cientistas que enfrentam dificuldades burocráticas para exercer suas atividades no país. Com isso, o conhecimento deixa de circular."

Empreiteiras da Lava Jato vão poder disputar concessões

Fonte Jornal Folha de São Paulo BRUNO BOGHOSSIAN DO "PAINEL" EM BRASÍLIA e MARINA DIASDE BRASÍLIA30/05/2015 às 02h00

Análises iniciais feitas pela área jurídica do governo concluíram que as empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato poderão participar do pacote de concessões, que deve ser lançadoem junho.

Em reunião nesta sexta-feira (29), no Palácio da Alvorada, auxiliares disseram à presidente Dilma Rousseff que, se as empresas apresentarem garantias de que terão capacidade financeira de concluir as obras, não há mecanismo que possa impedi-las de participar da disputa.

Uma das preocupações do governo é com a possibilidade de as empreiteiras citadas na Lava Jato serem declaradas inidôneas pelos órgãos de controle depois de assinarem os contratos.

Nesse caso, as empresas seriam proibidas de fazer novos negócios com a União, mas teriam direito de manter os projetos em andamento. Auxiliares de Dilma avaliam, no entanto, que a capacidade de financiamento dessas firmas (que já dá sinais de fraqueza) despencaria e as obras tenderiam a parar.

Segundo ministros, o cenário representa um "grande risco" para o pacote.

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Diante do ambiente econômico marcado pela dificuldade de crédito e da instabilidade provocada pela Lava Jato, a presidente convocou a reunião para discutir os aspectos jurídicos dos contratos.

Entre os participantes, estavam os ministros Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e Valdir Simão (Controladoria-Geral da União), além da presidente da Caixa, Miriam Belchior.

O governo já está ciente de que os desdobramentos da investigação forçaram uma reconfiguração dos participantes das grandes concessões. Há uma incerteza sobre o real interesse de participação das maiores empreiteiras do Brasil, abaladas pelo escândalo da Petrobras.

Além do risco de declaração de inidoneidade, o governo teme que outras grandes empreiteiras entrem em processo de recuperação judicial –como já ocorreu com a OAS e a Galvão Engenharia.

As áreas técnicas do Planalto ainda analisam mecanismos que possam garantir que as obras sejam concluídas caso as empresas enfrentem problemas de financiamento e não consigam dar andamento aos projetos.

O governo avalia que as obras tocadas por consórcios com participação de empresas envolvidas na Lava Jato estariam mais protegidas desse risco. Em caso de crise, a empreiteira atingida poderia ser substituída na sociedade sem prejuízo para o projeto ou seu financiamento.

Previsto para ser lançado em 9 de junho, o novo plano de concessões é a aposta do governo para o início de uma agenda positiva, passadas as votações do ajuste fiscal no Congresso.

O objetivo é retomar o crescimento da economia e melhorar a imagem de Dilma.

O pacote, segundo assessores do Planalto, vai gerar investimentos de mais de R$ 100 bilhões nos próximos anos.

Editorial: Rearranjo no PIB

Fonte Jornal Folha de São Paulo30/05/2015 às 02h00

A queda de 0,2% no PIB do primeiro trimestre (na comparação com o último de 2014) confirmou o quadro recessivo já indicado pela piora do emprego, das vendas no varejo e da produção industrial.

Está em curso uma forte mudança estrutural, fruto dos enormes equívocos perpetrado no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Sem dúvida doloroso, o rearranjo deve deixar a economia em melhores condições de crescimento nos próximos anos.

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Entre todos os indicadores divulgados nesta sexta-feira (29), chama a atenção a retração de 1,5% no consumo das famílias no período, ritmo observado somente em momentos de crise aguda, como no último trimestre de 2008 ou durante o apagão de energia em 2001.

Trata-se de dado relevante porque o consumo tende a oscilar menos que itens como os investimentos, sempre mais suscetíveis aos humores da conjuntura.

Se as famílias gastaram menos no trimestre, não foi uma simples variação momentânea, mas consequência do cenário anuviado: o desemprego aumenta desde janeiro deste ano e a renda real (desconsiderada a inflação) encolhe de forma significativa.

Os próximos meses serão difíceis. A maior perda de empregos formais (98 mil vagas) ocorreu em abril, e não há sinais de estabilização. Projeta-se queda de até 1,5% no PIB no ano, com o fundo do poço a ser atingido no terceiro trimestre.

A mudança fundamental em relação aos últimos anos é que o consumo interno (soma de gastos de famílias e do governo) agora cai mais que a oferta de bens e serviços. Assim, em breve se consolidará uma tendência de redução da inflação que levará o Banco Central a encerrar a política de alta de juros.

A economia nacional parece se reacomodar de modo a superar os desequilíbrios dos últimos anos. Na tentativa quase desesperada de impulsionar o crescimento, o governo Dilma estimulou o consumo interno, expandindo gastos públicos. Ocorre que o problema não estava na falta de demanda.

O desafio, ao contrário, era destravar a produção e os investimentos, algo que não ocorreu em parte devido ao intervencionismo estatal. Daí resultou o consumo interno acima da capacidade de produção do país, com a inflação em alta.

O ajuste chegou a fórceps, e o melhor que o governo tem a fazer é persistir na arrumação de contas.

Quanto ao setor privado, a redução dos custos internos e a desvalorização do real contribuirão para incentivar a produção. A menor pressão inflacionária permitirá a redução dos juros em alguns meses. A retomada virá e pode até surpreender em 2016, mas não sem antes cobrar um alto custo social.

Editorial: Jogo sujo

Fonte Jornal Folha de São Paulo30/05/2015 às 02h00

Apesar dos sucessivos escândalos na Fifa e das recentes prisões de dirigentes da federação internacional, o suíço Joseph Blatter obteve nesta sexta-feira (29) o quinto mandato consecutivo à frente da entidade máxima do futebol, posto que ocupa desde 1998.

Sua permanência no cargo em nada contribuirá para salvar a imagem da Fifa ou levar adiante reformas capazes de ampliar a transparência e melhorar os mecanismos de controle na organização do esporte mais popular do mundo.

Representa, ao contrário, a vitória de um modus operandi obscuro e, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, bastante corrupto.

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Na eleição realizada em Zurique, Blatter, 79, recebeu o apoio de 133 das 209 federações nacionais filiadas à Fifa. Seu único adversário, o príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein, 39, conquistou 73 votos; houve ainda 3 sufrágios nulos.

Como o escrutínio é secreto, não se sabe com segurança como as federações se comportaram.

Hussein teve o aval declarado dos europeus e dos EUA, país de onde saiu o pedido de prisão de sete cartolas da Fifa que participavam do congresso da entidade, entre os quais o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Blatter, por sua vez, teve a seu lado um expressivo número de países africanos e asiáticos, cujas federações tradicionalmente recebem generosa ajuda financeira da Fifa.

O suíço certamente angariou também o endosso da maioria dos países da Conmebol. Péssima companhia: a famigerada confederação sul-americana teve quatro dirigentes acusados de lavagem de dinheiro e extorsão em negociatas como a venda de direitos de transmissão da Copa América.

Outros foram apontados como cúmplices, como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, respectivamente antecessor e sucessor de Marin à frente do futebol brasileiro.

A reeleição contou, ainda, com a maioria dos países da Concacaf, a confederação das Américas do Norte e Central, cujos dirigentes são acusados de receber US$ 10 milhões da África do Sul para apoiar a candidatura à Copa de 2010. O presidente da entidade, Jeffrey Webb, está entre os presos.

A Fifa se gaba de reunir mais países do que a ONU, mas a sua cúpula se restringe a uma confraria seletíssima. Parece difícil, quase impossível, que saia dessas cartolas alguma mudança digna de nota na cúpula do futebol mundial.

A entidade somente evoluirá com a decidida pressão externa de autoridades policiais e de patrocinadores caso estes, naturalmente, discordem da corrupção.

Aumentar a Selic pode ajudar o país a sair da crise? Sim

Fonte Jornal Folha de São Paulo30/05/2015 às 02h00 ROBERTO LUIS TROSTER: REMÉDIO AMARGO E NECESSÁRIO

No momento atual, quando a economia encolheu 1,6% em um ano, o desemprego está aumentando e a inadimplência batendo recordes de alta, elevar os juros vai agravar o quadro, não há dúvida sobre isso. A opção de não subir as taxas, todavia, é pior para o país.

É fato que, quanto mais baixos forem os juros, maiores serão o consumo, o investimento, o emprego e a inclusão social. É tão óbvio quanto dizer que ganhar no esporte é melhor do que perder. O desejo de vitória num estádio e de reduzir os juros é universal. Mesmo assim, neste momento, a prescrição é subir.

Predomina a cegueira nas análises que focam apenas na Selic, a taxa básica de juros, em detrimento de outros aspectos importantes e de horizontes mais longos para as variáveis econômicas. A decisão de subir mais os juros para baixar a inflação rapidamente é necessária porque a alternativa, que é um gradualismo, traz prejuízos maiores.

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Considerando a restrição que existe na utilização dos demais instrumentos de política econômica, o atual ciclo de alta das taxas de juros é a maneira mais adequada para acabar com a resiliência da inflação. Atualmente, a inflação está num patamar de 8,3% ao ano e o objetivo é fazer com que seja reduzida para 4,5% no próximo.

Uma alta temporária de juros é remédio amargo e necessário para a saúde da economia e que tem de ser complementado com outros medicamentos, como as reformas e a austeridade fiscal, para terem um efeito duradouro e permitir uma diminuição consistente dos juros básicos e das demais taxas.

Os números mostram que a mudança na condução da política monetária neste ano, já está apresentando resultados consistentes.

Os juros para prazos curtos –alguns meses– subiram. Para prazos mais longos, todavia, estão mais baixos do que antes do comprometimento maior com a meta de inflação de 4,5% em 2016.

As projeções dos analistas corroboram o acerto da estratégia. Mostram um crescimento mais baixo este ano, mas estão revisando para cima as de prazos mais longos. Há, de fato, uma troca entre crescer um pouco menos agora para prosperar mais por um período mais longo.

As estimativas de inflação para o próximo ano já começaram a cair; no último mês, a média esperada para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 5,62% para 5,51%, portanto 0,11 pontos percentuais. Se o ritmo for mantido dessa forma, em nove meses, ou seja, no começo do ano que vem, estará em 4,5%.

Uma questão central é a dinâmica da dívida pública –juros altos a elevam ainda mais. A questão é o que causa um aumento menor da dívida pública, ou um juro mais alto por pouco tempo para quebrar a inércia inflacionária ou um gradualismo que se perpetua.

A experiência mostra que um aperto monetário forte é comparativamente menos oneroso do que uma estratégia gradual de combate à inflação.

A análise da política monetária deve focar não apenas na taxa a ser definida na próxima semana, e sim no comportamento e evolução futura de todo espectro de juros.

Nesse sentido, há muito a ser feito, o que é cobrado no crédito às famílias e às empresas não guarda mais relação com os juros básicos. Há de se resolver não apenas a questão da inflação, mas também a crise de inadimplência e outros problemas que assolam o Brasil.

Acima de tudo, ter presente que a política monetária é somente um instrumento para o desenvolvimento, nada mais que isso.

Aumentar a Selic pode ajudar o país a sair da crise? Não

Fonte Jornal Folha de São Paulo30/05/2015 às 02h00

O governo, com o apoio do Congresso Nacional, está perdendo uma grande oportunidade de colocar a situação financeira do país em ordem ao preferir adotar a política dos cortes nos programas de cunho social e promover o aumento da carga tributária que já é enorme.

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Os mais otimistas acham que com essa política o país voltará a crescer em 2017 de tal forma a pavimentar o caminho para a vitória do candidato da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2018.

Isso não é verdade e, infelizmente, essa política nos levará inevitavelmente a uma recessão cujos efeitos se prolongarão por muitos anos. Prefiro, por isso, chamar as medidas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de suicídio fiscal.

É uma tragédia o fato de que este governo não tenha optado pelo caminho natural que seria a redução da taxa de juros.

Trata-se de uma simples questão de aritmética: o ministro pretende reduzir gastos e programas sociais previstos no seu Orçamento em um montante de cerca de R$ 70 bilhões, mas sabe que neste ano, com a taxa básica de juros (Selic) de 14,5% que está vigorando, o próprio governo terá que desembolsar cerca de R$ 220 bilhões apenas para pagar juros aos bancos e aos rentistas.

Isso porque o governo possui uma parte de sua dívida em títulos do Tesouro e acredita que para conseguir rolá-la precisa oferecer uma taxa de juros muito alta.

Essa premissa está errada, pois se o governo baixasse a Selic para, por exemplo, 9% ao ano, também conseguiria continuar atraindo rentistas porque ofereceria uma taxa acima da inflação, que hoje é de cerca de 8% ao ano.

Uma taxa levemente superior à taxa de inflação é a política monetária praticada nos países que possuem uma boa administração da sua situação fiscal. Com uma taxa de 9%, o governo veria suas despesas de juros caírem dos R$ 220 bilhões para R$ 140 bilhões.

Isso é um pouco mais do que busca o ministro Levy que, dessa forma, não precisaria promover os cortes que vão criar muitos sacrifícios para a população com queda no consumo e aumento no desemprego. Quem perderia? Os bancos e os rentistas que são os grandes credores dos títulos do Tesouro e que com taxas mais baixas veriam suas respectivas rentabilidades diminuírem.

Usar a taxa de juros alta para combater a inflação foi uma política monetária difundida nos anos 90 que começou a ser posta em desuso após a crise de 2008.

A imprensa tem noticiado que o Brasil se encontra junto com Quirguistão, Mongólia e Moldávia como os países que ainda acreditam na necessidade de se conviver com taxas de juros altos.

A maioria dos países desenvolvidos e emergentes já sabe que quando se aumenta as taxas de juros se reduz o ritmo de crescimento da economia, o que aumenta a ociosidade das fábricas e das empresas em geral e consequentemente provoca o aumento dos custos das mesmas pela redução das respectivas produtividades.

Se o governo brasileiro reduzisse as taxas de juros tornando seus títulos menos atraentes conseguiria fazer com que uma parte expressiva dos empresários aplicasse seus capitais em seus próprios negócios, o que por si só faria a economia crescer e gerar mais emprego.

Em resumo o que o atual ajuste vai conseguir é piorar a situação pois talvez até possa acontecer uma melhora no superávit primário mas será inócua diante da piora na despesa de

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juros. Isso tudo com enormes sacrifícios para a sociedade decorrente do inevitável aumento do desemprego e do agravamento da situação social.

Polícia prende empresário ligado a governador do PT

Fonte Jornal Folha de São PauloRUBENS VALENTE e NATUZA NERY DE BRASÍLIA 30/05/15

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (29), sob suspeita de associação criminosa, um empresário ligado ao PT e ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, cujas empresas receberam pelo menos R$ 525 milhões em contratos com o governo federal desde 2005.

A PF também prendeu um assessor que trabalhou na campanha de Pimentel em 2014, Marcier Trombiere Moreira, e fez buscas em um apartamento em Brasília usado até o ano passado como residência da mulher de Pimentel, Carolina Oliveira. Eles se casaram em abril passado.

Não foram divulgados os resultados das buscas no endereço da primeira-dama. Ela é próxima de Bené e montou uma empresa de comunicação, a Oli, que, segundo a revista "Época" informou em 2014, prestou serviços ao PT.

A casa do ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) também foi alvo de buscas em Belo Horizonte.

Investigadores do caso detectaram indícios de crime eleitoral, e é possível que parte da investigação siga para um tribunal com prerrogativa de processar autoridades com foro privilegiado.

Indagado sobre Pimentel ser alvo da apuração, o delegado Dennis Cali afirmou que "até o momento o governador não é objeto da investigação" e "nenhum partido político" é investigado.

Bené atua nos ramos de gráfica, publicidade e organização de eventos e manteve contratos com pelo menos dez ministérios nos últimos dez anos. Os negócios tiveram uma ascensão vertiginosa.

Em 2005, sua Gráfica e Editora Brasil recebeu apenas R$ 400 mil na Esplanada dos Ministérios. Em seguida o faturamento explodiu, atingindo, segundo os valores apresentados pela PF, pouco mais de meio bilhão de reais desde 2005 por meio de só duas empresas, a gráfica e a Dialog.

Levantamento da Folha indica que os principais clientes das empresas foram os ministérios da Saúde, com R$ 105 milhões, das Cidades (R$ 56 milhões) e do Desenvolvimento Social (R$ 21 milhões).

Em 2010, Bené esteve na berlinda quando a imprensa revelou que ele pagava o aluguel de uma casa no Lago Sul usada na primeira campanha da presidente Dilma Rousseff.

Em outubro passado, a PF apreendeu R$ 113 mil em notas de reais e dólares em um avião turboélice King Air, pertencente a Bené, que pousou em Brasília vindo de Belo Horizonte. No voo estavam Bené e Marcier Moreira, que fora assessor do Ministério das Cidades, sob controle do PP.

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Na campanha de Pimentel em 2014, o PT pagou R$ 3,2 milhões por serviços prestados pela gráfica de Bené.

O delegado Dennis Cali afirmou que há provas de desvio de recursos públicos, mas a PF ainda não sabe esclarecer o destino do dinheiro.

"Sabemos que houve sobrepreço, que ocorreu a inexecução dos contratos, que houve o desvio do recurso público. O objeto da investigação é justamente rastrear para onde esses valores transitaram, por quem transitaram e como transitaram", disse.

Segundo a PF e o Ministério Público Federal, os suspeitos movimentaram recursos fracionando valores para despistar as autoridades e usando empresas fantasmas.

Radiografia

Fonte Jornal Folha de São Paulo 30/05/15

Uma das poucas vantagens das crises é a verdade aparecer. Ao aprovar, em primeiro turno, a constitucionalização do financiamento de empresas aos partidos, a Câmara Federal respondeu de maneira clara a pergunta decisiva emitida três semanas antes por Paulo Roberto Costa. Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento sintetizou: "Para que uma empresa vai doar R$ 20 milhões para uma campanha se ela não tiver algum motivo na frente para cobrar isso?" Resposta: 330 deputados preferem as cobranças e os aportes dos grandes patrocinadores a ter que sobreviver com o apoio de contribuintes individuais.

Convém registrar que essa maioria qualificada foi obtida por meios tortuosos, pois, na noite anterior haviam faltado 44 votos para atingir o quorum constitucional. Foi necessário que Eduardo Cunha entrasse em campo com ameaças a pequenas legendas (Folha, 28/5, pág. A5) para amealhar os sufrágios faltantes. Deve-se considerar, contudo, que 93% dos votantes do PMDB e 98% dos do PSDB manifestaram-se a favor da proposta.

Quando dois dos três grandes partidos se alinham, deixando o terceiro isolado, no caso o PT, no qual 100% ficaram contra a medida, torna-se difícil resistir. Foi também o que aconteceu no caso da terceirização. Diferentemente do que afirmei logo depois da eleição de outubro, parece ter ocorrido, sim, uma virada conservadora, ao menos na Câmara. Não tanto pela prevalência de siglas de direita, mas porque o centro, liderado por Eduardo Cunha, tem mostrado inequívoco viés antipopular.

Se de fato incluída na Constituição, a cláusula aprovada nesta semana poderá tornar sem efeito a maioria que existe no STF contra a doação de empresas. Este é, aliás, o seu objetivo. Configura-se como manobra conjugada com o longo pedido de vistas por parte de Gilmar Mendes, o qual impediu que o tribunal até aqui se pronunciasse a respeito.

Trata-se de duro golpe contra a democracia. Nunca está demais repetir que, ao perpetuar o sistema de financiamento empresarial, opera-se uma espécie de sequestro da política. Embora formalmente eleitos pelo voto de cada um de nós, na realidade os representantes respondem aos poucos que controlam os recursos com os quais são feitas as campanhas. Isso esvazia o debate democrático, uma vez que as decisões são tomadas em lugares inacessíveis, para os quais o cidadão comum nunca é convidado.

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Outra vez, ficará com o Senado, e depois com a presidente Dilma Rousseff, a possibilidade de reverter o que foi decidido na Casa do Povo (?), caso esta reitere no segundo turno o que foi consagrado esta semana. Se o fará ou não, vai depender, agora, da mobilização dos setores sociais empenhados em revitalizar a democracia.

Nova candidatura depende de reação de Dilma, diz Lula

Fonte Jornal Folha de São Paulo 30/05/15 ANDRÉIA SADIMARINA DIAS DE BRASÍLIA 30/05/15

Preocupado com a crise política que atinge o governo de sua sucessora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que só terá condições de ser o candidato do PT nas eleições de 2018 se a avaliação da presidente Dilma Rousseff melhorar e ele tiver um legado para defender para seus eleitores.

A Folha ouviu relatos de amigos que conversaram com Lula antes de seu último encontro com Dilma, na semana passada, em Brasília.

Segundo eles, o ex-presidente citou a derrota sofrida pelo ex-governador Leonel Brizola (1922-2004) nas eleições presidenciais de 1994, quando perdeu para o nanico Enéas Carneiro (Prona) e terminou em quinto lugar, para ilustrar o medo que tem de perder seu capital político em uma empreitada fracassada.

Segundo um interlocutor, Lula afirmou que não adianta pensar que o povo votará nele só porque decidiu se candidatar. Brizola era "Deus" nas eleições de 1989, mas em 1994 perdeu até para Enéas, disse Lula, que ficou em segundo lugar nas duas vezes.

O ex-presidente faz esse tipo de análise para pouquíssimas pessoas. Nas demais ocasiões, prefere usar o PT como sujeito. Costuma dizer que, se o governo não melhorar até 2018, será difícil para a sigla.

Segundo o petista, a população não vota por gratidão, olhando para o passado, mas, sim, de olho no futuro.

Lula avalia que, caso o governo não esteja pelo menos com avaliação "regular" às vésperas de 2018, poderá ser necessário escolher outro nome no PT para disputar a Presidência. Interlocutores do ex-presidente afirmam que ele já apresentou esse diagnóstico à própria presidente.

Depois da reeleição de Dilma, em outubro do ano passado, Lula disse pela primeira vez aos mais próximos que seria candidato em 2018. A partir dali, o PT começou a tratar a candidatura como oficial.

No entanto, com o agravamento da crise que atingiu o governo, seu afastamento dos movimentos sociais na base petista e a queda da popularidade de Dilma, alvo de protestos desde a reeleição, Lula passou a reavaliar o cenário.

O ex-presidente espera que, após o lançamento do plano de concessões prometido pelo governo para 9 de junho, Dilma organize uma agenda positiva e melhore sua imagem desgastada.

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Por outro lado, aliados dizem que Lula tem se colocado como o responsável pelo projeto petista e, por esse motivo, a possibilidade de ver seu legado terminar de maneira "melancólica" mexe com ele.

Por isso, dizem petistas, uma candidatura de Lula diante de um cenário ruim é bem difícil mas, avaliando pesquisas de intenção de voto diante de um contexto político e econômico "regular", ele pode apostar novamente.

Recessão, com queda de empregos e salários, em coexistência com inflação aponta para a chamada estagflação

Fonte Jornal Folha de São Paulo 30/05/15GUSTAVO PATU ENVIADO ESPECIAL AO RIO e BRUNO VILLAS BÔAS DO RIO

Sob a pressão dos preços, das dívidas e das incertezas em alta, famílias, empresas e governo cortaram despesas ao mesmo tempo e derrubaram a economia do país.

Medida da produção e da renda nacional, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 0,2% no primeiro trimestre do ano, na comparação com os últimos três meses de 2014, conforme dados divulgados nesta sexta (29).

A taxa não foi tão ruim quanto se temia os cálculos do Banco Central, por exemplo, apontavam uma queda de 0,8%. É o detalhamento dos dados, no entanto, que mostra a extensão dos danos.

Numa rara combinação, as compras de bens e serviços despencaram em todas as modalidades: para consumo, para investimentos e para o custeio do governo federal, dos Estados e das cidades.

Ainda mais anômala é a coexistência de uma recessão em andamento, com queda de empregos e salários, e a inflação mais elevada desde 2003 --trata-se, em uma palavra, da estagflação, na versão mais evidente em 12 anos.

O cenário resulta de desequilíbrios acumulados ao longo do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que exigiram um reviravolta brusca da política econômica após a reeleição.

A expansão contínua dos gastos públicos nos últimos anos elevou a dívida pública, alimentou a inflação e minou a confiança de empreendedores e consumidores.

Os ajustes de agora incluem bloqueio de despesas, aumento de impostos, de tarifas públicas e de juros. Em outras palavras, o governo é obrigado a deprimir ainda mais uma economia já prostrada --e que ainda não chegou ao fundo do poço.

Os números de hoje não são, ao menos por enquanto, tão ruins quanto os da recessão anterior, na virada de 2008 para 2009. Naquele período de agravamento da crise internacional, o PIB teve quedas trimestrais de 4,1% e 2,2% em sequência.

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Mas as alternativas da política econômica eram, então, mais simples: a inflação, como costuma acontecer, entrou em trajetória de queda com a freada do comércio, permitindo ao governo reduzir juros, conceder incentivos tributários e elevar gastos para reanimar o mercado.

Já a estratégia atual se limita a esperar que, mais à frente, o ajuste fiscal e o controle da inflação restabeleçam a confiança de empresas e famílias no futuro.

Recessão do 1º tri marca o fim do ciclo de consumo de gestão do PT

Fonte Jornal Folha de São Paulo 30/05/15

Uma das principais marcas da administração petista, a expansão do consumo das famílias sofreu neste ano sua interrupção mais explícita.

No primeiro trimestre, as compras caíram 1,5% e ficaram 0,9% abaixo do patamar de um ano atrás --foi a primeira queda nessa base de comparação desde 2003, primeiro ano do governo Lula.

O crescimento iniciado na década passada foi impulsionado por ascensão social, programas de transferência de renda e ampliação do crédito; a queda de agora resulta de inflação, desemprego e juros mais elevados.

Se o consumo não é mais o motor da economia, o investimento --as obras de infraestrutura e as compras de equipamentos destinados a ampliar a capacidade produtiva-- está longe de poder assumir esse papel.

Investimentos públicos e privados recuaram 1,3% entre janeiro e março, em uma sucessão de sete quedas trimestrais, inédita nas estatísticas disponíveis desde 1996.

Em fase de penúria orçamentária, o governo federal e suas estatais --em especial a Petrobras, dona do maior caixa-- contribuem para a retração das obras.

O custeio da administração pública, incluindo União, Estados e municípios, caiu 1,3%, em meio à freada da arrecadação tributária e os ajustes de início de mandato da atual safra de governadores.

Diante da retração geral da demanda, a renda encolheu na indústria --uma rotina nos últimos anos-- e no setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia.

A queda do PIB só não foi maior porque a agropecuária e as exportações, favorecidas pela alta das cotações do dólar, ajudaram.

Não está no horizonte visível, porém, uma nova escalada dos preços dos produtos agrícolas e minerais como a que impulsionou recordes da balança comercial brasileira na década passada.

Na ausência de motores econômicos, as expectativas pessimistas não se limitam a este ano: governo e analistas de mercado concordam que haverá queda do PIB neste ano --as apostas se concentram entre 1% a 2%-- e uma recuperação modesta em 2016 --1% já parece otimismo.

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Em suas projeções mais recentes para o Brasil, o FMI (Fundo Monetário Internacional) não acredita em taxas acima de 2,5% até 2020.

Oito sites e aplicativos para monitorar preços no varejo e encontrar promoções

FONTE NATÁLIA CACIOLI - O ESTADO DE S. PAULO 01 Junho 2015 às 07h 00

SÃO PAULO - Inflação em alta, emprego em queda e renda menor estão afastando os brasileiros das lojas, mas não das promoções - sobretudo na internet. Os consumidores estão mais seletivos e cuidadosos com o dinheiro, mas, ainda assim, o comércio eletrônico mantém a trajetória de alta. De acordo com dados da E-bit, empresa especializada em informações de e-commerce, o brasileiro está comprando menos em 2015, mas, quando compra, gasta mais: o valor médio gasto em compras on-line ficou em R$ 377 nos primeiros quatro meses do ano, uma alta de 15% se comparado com o mesmo período do ano anterior. E na hora de comprar, são os descontos que fazem diferença. "Com o cenário econômico menos favorável, os comparadores de preço e sites de desconto ganham importância, pois ajudam a encontrar produtos com o melhor o custo-benefício", diz o diretor de Inteligência e Pesquisa do E-bit, André Ricardo Dias. Segundo estudo da consultoria Nielsen, as promoções do varejo no Brasil têm um peso sem igual no planeta. As ofertas são um critério para a escolha em 19% das decisões de compra dos brasileiros. A média global é de apenas 5%. Para aproveitar o bom momento do e-commerce e o gosto dos brasileiros por promoções, empresas consolidadas e startups investem em inovação para atrair clientes. Após a decepção com as compras coletivas, as empresas apostam em novos formatos, como comparadores de preços, monitoramento de ofertas e cupons de descontos, com foco em dispositivos móveis. A CEO do site Cupo Nation, Maria Fernanda Junqueira, explica que o brasileiro está aprendendo a usar o cupom, que é diferente de oferta. No primeiro caso, o usuário recebe um código, que deve ser colocado em um campo específico ao fechar a compra no site. Na oferta, o desconto já aparece no preço. “As vendas por cupom de desconto equivalem a 3% do e-commerce, mas esse número vai crescer e o mercado atingirá a maturidade em três anos”, diz. E há espaço para mais inovações, como a Méliuz, que devolve parte do valor da compra para o cliente e o app AondeConvem, que usa a tecnologia de geolocalização para mostrar em formato digital os encartes de promoções dosvarejistas mais próximos do usuário. As propostas são diferentes, mas têm um único objetivo: atrair o consumidor.

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China e Coréia do Sul assinam acordo de livre comércio FONTE MARCELO OSAKABE - O ESTADO DE S. PAULO 01 Junho 2015 às 09h 05 Segundo a estatal de mídia, o acordo prevê que a Coreia do Sul elimine tarifas em 92% de todos os produtos chineses num prazo de 20 anos, enquanto a China irá fazer o mesmo em 91% para suas mercadorias. O documento, assinado pelos ministros de Comércio, Gao Hucheng e Yoon Sang-jick, conclui negociações iniciadas em 2012. Ele ainda precisa agora ser ratificado pelos parlamentos dos dois países, o que deve acontecer até o final do ano. Ainda segundo a Xinhua, este é o maior acordo bilateral negociado pela China, e cobre 17 áreas, desde o comércio de bens e serviços a regras sobre investimento e e-commerce.

Brasil cai na lista dos emergentes com varejo mais atraente FONTE MÁRCIA DE CHIARA - O ESTADO DE S. PAULO 31 Maio 2015 às 22h 00 No ranking, elaborado pela consultoria americana A.T. Kearney, o País ficou neste ano no 8º lugar entre os mercados mais atraentes, três posições abaixo da lista de 2014. A perda de atratividade do varejo brasileiro em relação a outros emergentes ocorre depois de o Brasil ter liderado entre 2011 e 2013, esse ranking, que agora tem a China no topo. O Brasil que já foi o “queridinho” entre os mercados de consumo emergentes está hoje atrás de países com o Qatar, Mongólia e Geórgia. “Lamentavelmente o Brasil perdeu atratividade entre os emergentes, mas esse resultado não foi uma surpresa”, afirma Esteban Bowles, sócio da Prática de Bens de Consumo e Varejo da consultoria. Ele atribui o fraco de desempenho do País a fatores conjunturais que afetaram o ritmo da economia. Na sexta-feira, o IBGE divulgou que o PIB do primeiro trimestre caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior, afetado principalmente pela retração no consumo das famílias, que encolheu 1,5% nas mesmas bases de comparação. Para elaborar o ranking, a consultoria avaliou 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região. O consultor diz que o Brasil teve desempenho ruim nos dois primeiros grupos de variáveis analisadas, mas conseguiu obter um resultado favorável em relação à saturação dos mercados e à baixa presença de players internacionais na região. “O tamanho do mercado brasileiro continua sendo um fator importante de atração de investidores”, diz Bowles. Nas contas da consultoria, o varejo brasileiro movimentou em 2014 US$ 800 bilhões, uma cifra significativa, apesar do esfriamento da economia. O consultor

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ressalta que setores de beleza, alimentação e material de construção continuam chamando a atenção de investidores. Enquanto as turbulências no cenário macroeconômico fizeram o Brasil perder posições no ranking, na prática, a valorização do dólar em relação ao real funcionou como um chamariz para os investidores internacionais interessados em comprar ativos mais baratos em moeda estrangeira. É que eles estão de olho no potencial de consumo do mercado a médio prazo. Bowles conta que, nos últimos meses, tem recebido consultas de interessados em empresas do segmento de bens duráveis e alimentos. China. Uma das novidades de 2015 foi volta, após cinco anos, da China ao topo do ranking, posição que era ocupada em 2014 pelo Chile. Apesar do menor crescimento do gigante asiático, que registrou expansão de 7,4% em 2014, a taxa mais baixa em 25 anos, o varejo avançou 11,6%. A consultoria projeta que a China ultrapasse os EUA e se torne o maior mercado varejista do mundo em três anos.

Produção brasileira de cerveja cai 10,7% em maio, diz Sicobe

Revista Exame Dayanne Sousa, do Estadão Conteúdo01/06/2015 ÀS 09 30

São Paulo - A produção brasileira de cerveja caiu 10,7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal.

Foram produzidos no último mês 998,1 milhões de litros ante uma produção de 1,117 bilhão em maio do ano passado.

É o quarto mês consecutivo em que a produção de cerveja registra queda em 2015 na comparação anual. Um dos fatores que explica a retração na comparação com 2014 é que no primeiro semestre do último ano a indústria acelerou em razão das perspectivas de crescimento de vendas durante a Copa do Mundo.

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a produção alcançou 5,499 bilhões de litros. O montante é 6,7% inferior ao do mesmo período de 2014.

A produção de refrigerantes em maio também registrou queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram produzidos 1,143 bilhão de litros em maio de 2015, retração de 9%.

No acumulado de janeiro a maio, a produção de refrigerantes este ano alcançou 6,055 bilhões de litros, queda de 6,3% ante os mesmos meses de 2014.

Indústria contrai e tem maior corte de vagas em quase 6 anos

Fonte Revista Exame Camila Moreira, da REUTERS01/06/2015 ÀS 10H 49

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São Paulo - A contração da indústria do Brasil se intensificou em maio diante de novas quedas acentuadas na produção e no volume de novos pedidos, levando a cortes de empregos pela taxa mais rápida em quase seis anos, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.

O PMI apurado pelo Markit caiu a 45,9 em maio ante 46,0 no mês anterior, no quarto mês seguido de deterioração nas condições de setor e abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Com a leitura do mês passado, o indicador permanece no nível mais baixo desde setembro de 2011, com os entrevistados citando condições econômicos difíceis.

"As últimas leituras sugerem que a contração continua severa... O consumo doméstico parece estar sofrendo com o acesso restrito ao crédito, com a extensão pelo Banco Central de seu ciclo de aperto em abril como parte dos esforços para conter a inflação", avaliou a economista do Markit Pollyanna De Lima.

"Dado o desemprego resistente, a contínua fraqueza da economia doméstica deve continuar."

De acordo com o Markit, a contração no volume de produção em maio está entre as mais acentuadas em quatro anos e deriva da quarta redução mensal na entrada de novos negócios.

Todas as três principais áreas do setor industrial registraram redução na produção, com destaque para a de bens de consumo.

"Os entrevistados indicaram que a demanda foi restringida por taxas de inflação fortes e por uma economia cada vez mais frágil", apontou o Markit, destacando que o volume de novos negócios do exterior também caiu.

Diante de necessidades menores de produção e tentando reduzir os custos, as indústrias cortaram empregos em maio, mês que registrou a maior queda mensal no nível de contratações desde julho de 2009 e em todos os três grupos do setor monitorados.

O aumento nos custos de energia, que manteve a inflação oficial do país bastante elevada no início do ano, foi citado como razão para o aumento dos preços de compra pelo sétimo mês seguido em maio, bem como das matérias-primas. Houve citações também de que o dólar levou a custos maiores dos insumos importados.

A indústria brasileira, que vem pesando com força sobre a economia brasileira, encerrou o primeiro trimestre com queda na produção acumulada de 5,9 por cento, demonstrando a fraqueza do setor que deve permanecer ao longo deste ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria teve diminuição de 0,3 por cento nos três primeiros meses de 2015, de acordo com os dados sobre as contas nacionais divulgados na sexta-feira, que mostraram que o PIB do Brasil encolheu 0,2 por cento de janeiro a março ante os últimos três meses do ano passado.

Indústria da China tem dificuldade em crescer, demanda por exportação cai, mostram PMIs

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Fonte Resenha ComexData/Reuters 01/06/15 O crescimento do setor industrial da China atingiu em maio a máxima em seis meses, mas a demanda por exportações encolheu de novo, levando empresas a cortar vagas e mantendo vivas as preocupações com a desaceleração econômica, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial. Em um sinal de que a pior desaceleração da China em ao menos seis anos está afetando as empresas de serviços também, o PMI oficial mostrou que o crescimento desse setor caiu a níveis não vistos em mais de cinco anos. "A economia da China ainda enfrenta fortes obstáculos", disseram em nota economistas do ANZ Bank. "Se as fugas de capital mantiverem o ritmo do primeiro trimestre, esperamos que o banco central corte a taxa de compulsório em mais 1 ponto percentual, além de mais um corte da taxa de juros em ao menos 0,25 ponto percentual". O PMI oficial de indústria avançou para 50,2 em maio ante 50,1 em abril, informou em seu site a Agência Nacional de Estatísticas, em linha com a expectativa de analistas de 50,2. Leitura acima de 50 indica crescimento. Já o PMI oficial de serviços caiu para 53,2, mínima desde dezembro de 2008, ante 53,4 em abril. Enquanto as pesquisas oficiais tendem a se concentrar em empresas maiores e estatais, uma pesquisa privada que se foca em indústrias menores e de médio porte mostrou contração pelo terceiro mês seguido, com as encomendas para exportação recuando no ritmo mais forte em quase dois anos. O PMI final de indústria do HSBC/Markit ficou em 49,2 em maio, contra preliminar de 49,1 e 48,9 em abril.

Argentina e Brasil se aproximam de novo acordo automotivo Fonte Resenha ComexData/Reuters 01/06/15 A Argentina e Brasil afirmar nesta sexta-feira que estão perto de acertarem um novo acordo automotivo, em meio a amplas negociações envolvendo um setor que é chave para as economias de ambos os países e próximo do vencimento do acordo vigente. O setor automotivo representa quase a metade do comércio entre os dois principais membros do Mercosul. O comércio bilateral no primeiro quadrimestre somou cerca de 8 bilhões de dólares. "Temos tido avanços substanciais, resta colocar um número, mas estamos próximos", disse em Buenos Aires o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, a jornalistas junto com chanceleres dos dois países. O acordo vigente até agora estabelece que por cada dólar que a Argentina exporte ao Brasil em bens da indústria automotiva, o país poderá importar 1,5 dólar do Brasil, em uma relação conhecida como "flex".

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A indústria automotiva atravessa um momento de crise em ambos os países. No Brasil, as vendas de veículos novos de janeiro a abril despencaram 19 por cento sobre o mesmo período do ano passado, enquanto a exportações do país, que tem a Argentina como principal cliente automotivo, acumularam queda de 18,9 por cento. Enquanto isso, a produção de veículos da Argentina caiu 21,1 por cento em abril sobre um ano antes, com as exportações recuando 34,6 por cento.