01-Jornalismo-Móvel

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 FERNANDO CORRÊA DO CARMO JORNAL ISMO MÓV EL: UM ESTUDO DO NO TICIÁRIO PROD UZID O PARA CELULARES o Paulo 2008

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  • FERNANDOCORRADOCARMO

    JORNALISMOMVEL:UMESTUDODONOTICIRIOPRODUZIDOPARA

    CELULARES

    SoPaulo2008

  • 2

    FERNANDOCORRADOCARMO

    JORNALISMOMVEL:UMESTUDODONOTICIRIOPRODUZIDOPARA

    CELULARES

    DissertaoapresentadaBancaExaminadoradaFaculdadedeComunicaoSocialCsperLbero,comoexignciaparcialparaobtenodottulodeMestreemComunicaonaContemporaneidade.

    Orientador:Prof.Dr.WalterLima

    SoPaulo2008

  • 3

    TERMOSDEAPROVAO

    Nomedoautor:FernandoCorradoCarmo

    TtulodaDissertao: JornalismoMvel:umestudodonoticirioproduzido

    paracelulares

    BancaExaminadora:

    ___________________________________

    Prof.Dr.WalterLima

    ___________________________________

    Prof. Dr.SrgioAmadeu

    ___________________________________

    Prof.RosangelaMarsolla

    SoPaulo,____de___________________de2008.

  • 4

    DEDICATRIA

    MinhaFamlia

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    O desenvolvimento da dissertao Jornalismo mvel: um estudo do noticirio

    produzidoparacelulares tevecomoprincipal incentivadoroprof.Dr.WalterLima,que,

    mesmo diante das dificuldades, sempre acreditou em meu trabalho, orientando essa

    pesquisade formaconfiantee com todacompetncia.Suaexperinciaedeterminao

    foramfundamentaisparaimpulsionardeformadefinitivaaproduodessadissertao.

    TambmagradeoaosmeuspaisJosLuizeEdnaquesempredepositaramem

    mim todo amor e confiana. Se hoje conquisto o ttulo demestre em comunicao,

    porqueemnenhummomentodeminhavidadeixeidecontarcomoapoiodeles.Tambm

    agradeo minha irm Ana Paula, pois sua determinao e coragem sempre me

    inspiraramaolongodavida.

    Agradeo ao pesquisador Paulo Henrique Ferreira pela amizade que sempre

    tivemosepeloapoiodurantearealizaodessapesquisa.SuadissertaoNotciasno

    celular: uma introduo ao tema teve considervel relevncia como referencial para o

    desenvolvimentodemeutrabalho.

  • 6

    RESUMO

    Adissertaodemestrado JornalismoMvel:umestudodonoticirioproduzido

    paracelulares resultadodeumadvida inicialsobreascaractersticaseatributosdo

    jornalismofeitoparadispositivosmveis.Comoresultadodoavanotecnolgico,ocelular

    se tornou uma nova plataforma de produo e transmisso de notcias e o

    desenvolvimento desta atividade traz questes sobre linguagem, formatos e modelos,

    utilizados na publicao de contedo mvel. Nas teorias tradicionais do jornalismo, a

    pesquisabuscamodelostericosqueajudemaesclarecercomooscelularesseutilizam

    detcnicaseconceitosinerentesprticajornalsticanaproduodenotcias.Comuma

    reviso da bibliografia sobre tecnologias da informao, entrevistas com os principais

    profissionais de jornalismomvel, consultas a relatrios sobre uso de internetmvel e

    anlises de material de congressos, teses e outros trabalhos o estudo determina os

    principais parmetros do jornalismo feito para celulares, classifica suas caractersticas

    mais relevantes e analisa como esta nova prtica incorpora preceitos do jornalismo

    tradicional. A produo e difuso de notcias no celular, portanto, a principal

    preocupaodestapesquisa que, considerando a questo damultimdia eos recursos

    tecnolgicosdisponveisna produo de contedomvel, procura relacionaresta nova

    prtica com conceitos do jornalismo tradicional e, assim, colaborar para um melhor

    entendimentosobreotema.

    Palavraschave: Internet mvel. Jornalismo mvel. Celulares. Contedo mvel.

    Novastecnologias.

  • 7

    ABSTRACT

    TheessayformastersdegreeMobileJournalism:astudyaboutthenewsmade

    for cell phones is a result of an initial doubt about characteristics and attributes of

    journalism made for mobile gadgets. As the technological advances, the cell phone

    becameanewplatafformofproductionandtransmitionofnewsandthedevelopmentof

    thisactivityimpliesquestionsaboutlanguage,shapeandpatterns,usedforpublishingthe

    mobile contents. In the traditional theories of journalism, the essay searches for theory

    patternsthathelptoclarifyhowcellphonesusetechniquesandconceptsalongwiththe

    production of the news. Reviewing the bibliography about information technology,

    interviews with the main professionals of mobile journalism, consultations and reports

    about the use of mobile internet and analysis of congresss material, thesis and other

    works,thestudydeterminesthemainscharacteristicsofjournalismmadeforcellphones,

    classifies itsmost relevantcharacteristicsandanalyseshowthisnew trade incorporates

    the rulesof traditional journalism.So, theproductionandspreadingof thenews through

    cell phones are themain concerns of this essay wich, consideringmultimedia and the

    technologicalresourcesavailablefortheproductionofmobilecontents,triestorelatethis

    newstradetotraditionaljournalismand,thisway,contributestoabetterunderstandingof

    thetheme.

    Keywords: Mobile internet. Mobile journalism. Cell phones. Mobile content. New

    technologies.

  • 8

    SUMRIO

    1.INTRODUO...............................................................................................................101.2.Interfaceecontedo...................................................................................................121.3.Celularejornalismo....................................................................................................151.4.Modeloseformatos....................................................................................................171.5.Crescimentodatelefoniamvel.................................................................................22

    2.SISTEMASETECNOLOGIAS.....................................................................................242.1.Bandas.......................................................................................................................262.2.Wap............................................................................................................................272.3.Expansoemobilidade..............................................................................................302.4.Geraes....................................................................................................................332.4.1.PrimeiraGerao(1G)............................................................................................342.4.2.SegundaGerao(2G)...........................................................................................362.4.2.1.TDMA...................................................................................................................372.4.2.2.CDMA...................................................................................................................382.4.2.3.GSM......................................................................................................................392.3.3.SegundaGeraoemeia(2,5G).............................................................................402.4.4.TerceiraGerao(3G).............................................................................................41

    3.UMNOVOCANALDEPRODUOEDIFUSODECONTEDOJORNALSTICO................................................................................................................443.1.Internetmvelemdesenvolvimento...........................................................................463.2.Conceitossobreportais..............................................................................................493.2.1.Portaislocais............................................................................................................513.2.2.PortaisWAP.............................................................................................................523.3.Omercadodecontedomvel...................................................................................563.4.Atributosdocelularcomoplataformadenotcias.......................................................583.5.Oambientedainternetmvel.....................................................................................603.6.Comunidadesmveis.................................................................................................643.7.Formatosemodelosparadistribuiodecontedo...................................................663.7.1.Contedoexclusivoparacelulares..........................................................................673.7.2.Experinciasedesafios...........................................................................................683.7.3.Moblogs...................................................................................................................713.8.Jornalismoparticipativo..............................................................................................733.9.Novaspossibilidades..................................................................................................75

    4.PRTICASJORNALSTICASNOCELULAR.............................................................774.1.Apropostadoveculo.................................................................................................784.2.Ainflunciadomeio....................................................................................................794.3.Atributosdanotcia.....................................................................................................824.4.Ojornalistawireless....................................................................................................844.5.Textospersuasivos.....................................................................................................864.6.Embuscadeumanarrativaprpria............................................................................894.7.Oestilodojornalismoincorporadoemcelulares........................................................924.8.Aidentidadedanotcia...............................................................................................954.9.Percepessobrejornalismoparacelulares..............................................................99

  • 9

    5.CONSIDERAESFINAIS........................................................................................102

    6.BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................109

  • 10

    1.Introduo

    O tema explorado na dissertao Jornalismo mvel: um estudo do noticirio

    produzido para celulares compreende um importante aspecto da nova fase alcanada

    pela era da informao, perodo em desenvolvimento na sociedade ocidental desde a

    dcada de 60 e caracterizado pelo predomnio da informao como matriaprima

    principalesetorchavedaeconomiacorrente(STRAUBHAARLAROSE,2004,p.28).

    Aps a passagem gradual dos principais estgios da internet criao da

    ARPAnet1 pelosmilitaresamericanosem1969utilizaodaredenadcadade80para

    interligarlaboratrioseuniversidadesnosEUAecriaodaWorldWideWeb2,em1991,

    pelo pesquisador Tim BernersLee e sua equipe a questo mais relevante na

    atualidade,emsetratandodecomunicao,referesesobretudomobilidadeeconexo

    (WEINBERGER,2003).

    Atualmente, presenciamos a disseminao da computao mvel e novas

    tecnologias nmades como laptops, palmtops e celulares, aparelhos portteis de

    comunicaoque,comoafirmaLemos(2004),almdemodificarainteraodosusurios

    com a rede tambm provocam transformaes nas prticas sociais, na vivncia do

    espaourbanoenaformadeproduzireconsumir informao.Apresenademquinas

    computacionaisem todosos lugareseo crescimentoda internetmvel torna cadavez

    mais realaonipresenada rede,que passaaenvolverosusurioseosobjetosnuma

    conexogeneralizada(ibid).

    Aproduodecontedomvelevoluicadavezmaisedeixaparatrsafasede

    recortarecolarnotciasdamdiaimpressaparaocomputador.Emeventopromovidopelo

    siteJornalistasdaWeb,emabrilde2007,AsdrbalFigueir,daBBCBrasil3,afirmaque

    aproduodecontedoonlineprpriocresceatmaisnoBrasilqueemoutrospases.

    Essa tendnciapode, eventualmente, refletir tambmnocontedo jornalsticomvel, j

    1ARPAnet(AdvancedResearchProjectsAgency):sistemacriadopeloDepartamentodeDefesaamericanonoperododaGuerraFriapararesguardarinformaesmilitares.2WorldWide Web(tambmchamadaWebouWWW):serviodentrodoqualasinformaesdisponveisnaInternetpodemseracessadasdeformasimples,almdepermitirainterligaoentrediferentesdocumentos,localizadosemdiferentesservidoresdevriaspartesdomundo.3Disponvelem:Acessoem:5ago.2007

  • 11

    que o aumento da velocidade de conexo, o aperfeioamento das condies para

    publicaodecontedoeapraticidadedeacessodevemaumentarousonosprximos

    anos.

    Apercepodosgrandesgruposjornalsticosbrasileirosdequeocelulartornou

    se um canal multimdia para transmisso de dados aconteceu em 2000, quando as

    empresas de mdia, junto com operadoras de telefonia, passaram a comercializar

    contedoeserviosnosaparelhos.Asempresasdecomunicaoeosgrandesportaisde

    internetviramnatelecomunicaoumaoportunidadedeampliarsuasopesdereceitae

    perceberamqueatelefoniamvelpoderiaoferecernovasperspectivascomavendade

    contedodigital,incluindonotcias(FERREIRA,2005,p.80).Comoafirmaoexdiretorde

    novosnegciosdaAbrilSemFiodivisodemobilidadedaeditoraAbrilnadissertao

    Notciasnocelular:umaintroduoaotema(2005),dePauloHenriqueFerreira:

    OprimeirograndedesafiodogrupoAbrilfoi (...)montar (...)umcontedo

    dewirelessparaencontrarmosumaformarentveldedistribuircontedo,diferente

    dainternet,ondesemprefomosmuitofortes,masque,nanossaviso,ocontedo

    noeraremuneradoadequadamente.Owirelessjnasceucomoumaexperincia

    deserrentveleomodelodecelularjajudou,porqueousurio,quandoacessao

    celular,sabequeestpagando.

    UmdosprimeirosgruposdecomunicaoacriarumnoticirioviaWAPnoBrasil

    foiaFolhadeS.Paulo,queem24demarode2000lanaoFolhaWap,disponibilizando

    grande parte do contedo da Folha Online para celulares. A partir da, os veculos de

    comunicao promovem uma verdadeira corrida para lanar seus portais WAP4 e se

    posicionarem no novo ambiente digital mvel. O ano 2000 foi, de fato, o perodo de

    surgimentodamaioriadosgrandesportaisparacelular.Ummsdepoisdo lanamento

    doFolhaWap,oIG(InternetGroup)jlanaseuIGMvelrenomeadoposteriormentede

    Selig, distribuindo contedo para celulares como ringtones, cartes, cones, imagens e

    noticirios.Nomesmoano,ojornalOEstadodeS.PauloeogrupoAbriltambmlanam

    seusportaisparacelular.

    4WAP:WirelessApplicationProtocol

  • 12

    Com a Abril Sem Fio, unidade responsvel pela distribuio de contedos

    selecionados para celulares digitais e computadores de mo, o grupo Abril passa a

    disponibilizarparacelularesocontedodemuitasdesuaspublicaesimpressas,como

    as revistas Capricho, Claudia, Contigo!, Info, Nitro, Placar, Playboy, 4Rodas, Sade!,

    Superinteressante,TVA,Veja,VejaRio,VejaSoPauloeVIP.Tambmem2000oportal

    Terracriao TerraMobile,oferecendodiferentesprodutosparacelularescomovdeos,

    wallpapers e tonsmusicais.Outros grandes sites tambmpodem ser acessadospelos

    aparelhos,comoGoogle,YahooeWikipdia5.ComoWAP,tornasecadavezmaisfcil

    acessarservioseaplicaesnawebcomoemail,chats,gameseblogs.

    A expanso dos celulares, o avano da microinformtica na telefonia e o

    desenvolvimento do protocolo WAP6, fazem crescer a internet mvel na sociedade

    contemporneaabrindoespaoparadiversasfacilidades,aplicaeseserviosparaos

    usurios(FIGUEIREDONAKAMURA,2003).Umadestasaplicaesapossibilidadede

    receber notcias e navegar em portais jornalsticos via dispositivosmveis.Opotencial

    multimdiadoscelularesestimuloumuitasempresasdecomunicaoacriaremsistemas

    dedistribuiodenotciaseportaisjornalsticosparaseremacessadosdosaparelhos.

    1.2.Interfaceecontedo

    Dosequipamentoscomacessointernetmveldisponveisnomercado,ocelular

    lidera comosendoomaisusado, com108milhesdeunidadesnoBrasil equase trs

    bilhesnomundotodo7.Obarateamentodosservios,adisseminaodossistemasde

    bandalargaeafacilidadedetransportarumaparelhodetamanhoreduzidosoalgumas

    das razes que explicam sua popularizao. Contudo, a utilizao dos celulares como

    dispositivosdeacesso internetaindabaixanopas.Em2006,porexemplo,apenas

    5,41%8 dos assinantes usaram o aparelho para acessar a rede, percentual que

    permaneceuigualem2005.ComoafirmaFerreira(2005,p.29):

    5Osendereosdevemserdigitadosnotecladodocelular:(www.google.com),(wap.yahoo.com)e(en.wapedia.org)6WAP(WirelessApplicationProtocol):tecnologiaquepermiteacessoainternetmvel.7 InformaesdaTeleco:www.teleco.com.br8DadosdoNIC(NcleodeInformaoeCoordenao).Disponvelem:Acessoem:5ago.2007

  • 13

    Quando uma tecnologia, recmdesenvolvida aplicada nomercado, se

    torna emergente no cenrio das telecomunicaes, natural que demore algum

    tempoparaosusuriosconheceremasaplicaeseconsolidaremsuautilizao

    emlargaescala,deacordocomsuarealfuncionalidade.

    Porm,outrosfatorespodeminfluenciarnobaixohbitodaspessoasutilizaremo

    celularparaacessarainternetcomo,porexemplo,aslimitaesdenavegaocausadas

    pela falta de um mouse, resultando na utilizao do teclado como forma nica de

    percorrerumapginaeinteragirnoambientevirtual.Almdepossuirtecladodiminuto,o

    quedificultanahoradeescrevermensagensmaislongas,atmesmoosWapsites9 tm

    seu design criado dentro das possibilidades de navegao da maioria dos celulares.

    Movimentarsenoambientevirtualutilizandoocelularsignificaapenasirparacima,para

    baixoouparaoslados,semadesenvolturadedeslizarsobreaspginasnainternet.

    Comoformaderesolveresteproblema,algunsfabricantesinvestememtecnologia

    edesenvolvemcelularescomtelassensveisaotoque(touchscreen),superandodeforma

    criativa o obstculo da ausncia do mouse. Esta tecnologia permite que o usurio

    manipule sua navegao escorregando o prprio dedo sobre a tela do aparelho e

    podendofazer isso,sepreferir,comumacanetaespecial.Essetipodecelular,comtela

    touchscreen ocupando a maior parte de seu corpo, uma das grandes apostas do

    mercado de telefonia. S em 2007, foram lanados no Brasil trs novos modelos: o

    IPhone,aparelhodaApplequemisturaasfunesde telefone,iPodePDAoF700,da

    Samsung, que possui um teclado virtualQWERTY10 na parte inferior doaparelho, que

    escorregapordebaixododisplayquandonecessrioeoKE850Prada,daLGEletronics,

    quetambmpossuitecladovirtualdetelefone.Porm,apopularizaodestesaparelhos

    aindavaidependerdeseubarateamento.

    Apesar do potencial em transmitir notcias, o celular aindapossui uma interface

    poucoadequadaparanavegarnaweb.Operaesbsicaspodemserrealizadas,como

    receber e enviar emails ou ler notcias, mas a interatividade da rede ainda melhor

    aproveitadaquandoutilizamososcomputadores.Comelesficamaisfcilcriarweblogs,

    fotologs,participardefrunseinteragirdeformamaiscompleta.Adificuldadeemdigitar

    9Wapsites:pginaswebparadispositivosmveis10QWERTYolayoutdetecladosutilizadosemcomputadores,emqueosparesdeletrascommaiorfrequnciadeusososeparadosemmetadesopostasdoteclado.

  • 14

    mensagens mais extensas no celular atrapalha quando o usurio pretende enviar um

    comentrio, crtica ou uma colaborao sobre alguma notcia que leu. Quanto mais

    amigvel a interface de comunicao entre leitor e redator, mais interativo se torna o

    jornal (IVASSAKI, 2004, p.9). No caso da internet mvel, quanto mais amigvel a

    interfacedosdispositivos,maisousuriolevadoainteragircomainformao.

    Quandousadoparanavegarnaweb,ocelularconfigurase,atualmente,comoum

    sistemadecomunicaodemonica(CASTELLS,1999,p.359).Porestaremfasede

    desenvolvimento,utilizasedoclssicomodeloemissorreceptor11 duranteoprocessode

    comunicao.ComoafirmamOliveira,DaCosta,Rabelo,ApolnioeDaSilva (2001, p.

    74):

    Pelo tempo demasiadamente longo para se escrever e enviar umemail

    pelo celular, acarretando um custo considervel pelo acesso, muitos usurios

    preferem apenas receber mensagens e, posteriormente, respondlas via voz

    atravsdecontatotelefnico.

    Sendoassim,ainternetmvelaindanototalmenteaproveitadapelosusurios

    eocustodeacessoaindaumproblemaparaapopularizaodoWAP.Apesardisso,

    algunsavanoscomonovastecnologiasdeudio,queincluemsomnaspginasWAP,e

    atnavegaopor comandode voz j comeama ser testados.Coma transformao

    doscelularesemplataformasdedistribuiodenotcias,ojornalismomvelsurgecomo

    umanovaprticadedivulgar informaoe induzaestudossobre linguagem,padrese

    tcnicasnoprocessodeproduoedivulgaodeseucontedo.

    A produo de contedo especfico e direcionado para plataformas digitais

    mostra o avano do jornalismo online, superando a fase do recortar e colar

    fragmentosdetextosproduzidosparaoimpresso.ParaojornalistaAsdrbalFigueir,da

    BBCBrasil12,aproduodecontedoprprioaumentaatmaisnoBrasilqueemoutros

    pases.Diferentedoqueacontecia,quandojornalistasapenaspuxavamlinksdeagncias

    eprovedoresdenotcias, siteseportaisesto investindocadavezmaisem jornalismo

    original, em contedo prprio, analisa o editor. No celular, a produo de contedo

    11ModelocomunicacionalconhecidocomoparadigmadeLasswell,emqueoemissoraplicadeterminadosestmuloseobtmdeterminadasrespostasemmassas12Declaraodisponvelem:Acessoem10ago.2007

  • 15

    prprio uma das principais caractersticas para o desenvolvimento de formatos e

    modelos jornalsticosque,comoafirmaoresponsvelpelareademobilidadedoportal

    UOL, Fernando Carril13, agreguem caractersticas prprias de mobilidade e

    personalizao.

    AdivisodaGrupoAbrilparacontedomvel,AbrilSemFio,porexemplo,cria

    pautaspensadaseapuradasespecialmenteparaocelular,comonocasodamostrade

    cinema em So Paulo, em 2005, quando foi disponibilizado um servio dirio com os

    filmeseendereosmaisprximosdoscinemas.SegundoCarril14, "essetipodecoisa

    tileaomesmotempoinformativoeporissofazsucesso".

    Afinal,serqueo jornalismomvel incorporaastcnicaseoestilodojornalismo

    noticioso praticado nos demais meios de comunicao ou est, por outro lado,

    possibilitando a criao de uma nova linguagem? Como as notcias mveis utilizam o

    estilopadrodojornalismonaconcepoedivulgaodasmensagens?

    1.3.Celularejornalismo

    Novas tecnologias para telefonia mvel aumentam a capacidade de

    processamentodosaparelhoseabremum lequedepossibilidadesna formadeusaro

    celular.A unioentre informtica e telefonia transformou o celular em um aparelhode

    mltiplas funes, usado nomais apenas para comunicao oral ponto a ponto, mas

    tambm para acessar internet, fotografar, filmar, trocar emails, atualizar sites, ouvir

    msica e, objeto desta pesquisa, consumir contedos jornalsticos. Com o avano da

    tecnologiaeaevoluodasgeraesda telefoniacelular,estesdispositivosadquiriram

    tambm capacidade de processamento e comunicao atravs da integrao da rede

    celularcomredededados,emespecialainternet(FIGUEIREDONAKAMURA,2003).

    Quando um novo canal miditico surge para transmitir informao, notcias,

    entretenimento, servios etc. natural que se aproprie de uma linguagem especfica

    13Declaraodisponvelem:Acessoem:10ago.200714Declaraodisponvelem:Acessoem:10ago.2007

  • 16

    compatvelcomsuadinmicaeformato.Osurgimentodenovosmeiosdecomunicao

    sempre induziu utilizao de linguagens diferenciadas, formuladas pela necessidade

    dos canais em ordenar suas prticas rotineiras. A TV, por exemplo, utiliza um texto

    prximodocoloquial,poisseusinalalcanaumavariedadedegrupossociaiseprecisa

    sercompreendidoportodoseles.Joimpressoutilizasedeumalinguagemmaisformal,

    pois, mesmo tendo vrios ttulos voltados para camadas demenor poder aquisitivo da

    populao, so consumidos, em sua maioria, por pessoas que possuem nvel cultural

    mais elevado. Por disponibilizar de mais espao que a TV, o impresso tambm pode

    oferecerumainformaomaiscontextualizadasobreosfatos.

    Um dosprincipais tericosdo jornalismo, JuarezBahia (1990), afirma que cada

    meiodecomunicaopossuisuaprpriadinmica,porm,existemcritriosepadresde

    estilo quesocomunsdo jornalismo, independentedo veculo emquepraticado.Ou

    seja,osmeiosdecomunicao tradicionais TV, rdio, jornal, revista trabalhamcom

    linguagensespecficas,masexistemcritriosepadresdeestiloquesocomunsatodos

    os veculos e que representam a linguagem do jornalismo como instituio. (BAHIA,

    Juarez, 1990, p. 84). A TV exige um gostomais acentuada pela imagem, mas quem

    chegaela via jornal, revistaou rdio no estranhanem a sua linguagem nem o seu

    estilo,(...)poistratasedeexercitarumaespciedeestiloedelinguagem,cujanatureza

    ojornalismo(BAHIA,1990,p.84).

    Segundooautor,esseestilocomuma todososmeiosdecomunicaoenvolve,

    sobretudo,aspectosderitmo,jeito,equilbrio,linguagem,smbolos,apresentao,ticae

    personalidade (1990,p.82).Talpadronizaoeracionalizaoseriamnecessriaspara

    ordenar critrios bsicos, sem os quais prticas rotineiras da informao ficariam

    confusas,redundantesouruidosas(Idem,p.84,85).

    Setodososmeiosdecomunicaopossuemumestiloemcomumparatransmitir

    informao, ento o jornalismo mvel tambm deve seguir alguns parmetros dos

    veculos tradicionais. Os textos produzidos para web podem conter muitos recursos

    adicionais como design, som, telas e hyperlinks, mas resta saber em que medida a

    linguagem prtica da notcia incorporada pelos novosmeios de comunicaomvel.

    Emborasujeitoavariaes,oestilotornaseumanecessidadedojornalismo,compondo

    um conjunto de regras indispensveis no processo de comunicao. Sendo assim, a

  • 17

    semelhana entre a dinmica dos meios tradicionais e a do jornalismo mvel uma

    hipteseasertestada.

    O tempogastopelaspessoascommdiasdigitais jmaiordoquecomoutras

    mdias15 e pelo menos uma em cada trs pessoas nomundo est includa nomundo

    digital,sejaporpossuirumtelefonecelularouporteracessointernet.Atransmissode

    notcias, um dos atributos recm incorporados ao telefone, inspira reflexes sobre

    linguagem, estilo, tcnica e padro na produo de contedo jornalstico para os

    aparelhos.Comocelular,a imprensaestriaumanovaespecialidade quepoderamos

    chamardejornalismodigitalmvel(BRAGINSKI,2004).ComoafirmaMagnonieAmrico

    (2007,p.1)

    Em empresas de comunicao, especialmente as jornalsticas, a

    atualizao tecnolgica constante pode assegurar a liderana de pblico e de

    mercado. Para os jornalistas, a comunicao mvel com emisso e recepo

    simultnea,semfioeemaparelhosportteissignificaumareviravoltaprofissionale

    estprovocandoumaremodelaodojornalismo.

    Umadashiptesesdo trabalhoverificarcomoo jornalismomvelse relaciona

    comteoriastradicionaisdojornalismo.SegundooautordolivroWebwritingRedao&

    Informaoparaaweb,BrunoRodrigues16,oraciocniodanotciaparacelularaindano

    saiudobsicoeomarketingestbemnafrenteemrelaoaocontedojornalsticopara

    celular. Para Carril17, jornalistas, fotgrafos e designers devem pensar em produzir

    tambmparaestamdia,comcaractersticasprpriasdemobilidadeepersonalizao.

    1.4.Modeloseformatos

    Aintegraoentreredecelulareredededados,comoainternet,tornoupossvelo

    surgimentodeportaisdecontedodinmico,almdeserviosdedistribuiodenotcias

    emoblogsfusodemobile(telefonecelular)comweblog(diriodeinternet).Porpossuir

    displayebandadeconexocadavezmaior,oaparelhojpossuipotencialparacarregar,

    15LevantamentodaITUInternetReportSeries.Disponvelem:Acessoem:10ago.200716Declaraodisponvelem:Acessoem:10ago.200717Declaraodisponvelem:Acessoem:10ago.2007

  • 18

    entresuasfuncionalidades,oacessoacontedonoticiosoerecursosmultimdia,eest

    setornando,portanto,umnovomeiodedifusodeinformaojornalsticanasociedade

    contempornea. Nesse contexto, a pesquisa explora questes referentes ao jornalismo

    produzido e transmitido por celulares, visando identificar caractersticas na notcia que

    ajudemacompreenderseusignificado.

    Para o estudioso Bruno Rodrigues18, ainda h muito o qu experimentar e

    explorarquantoaessejornalismonastelasdecelular.Paraele,asnotciasparacelular

    seencaixamnadefiniodasbreakingnews,ouseja,notciasquentes,sobrefatosque

    acabaram de acontecer e devem ser divulgados rapidamente. Outra vantagem das

    notciasmveis,segundoRodrigues,suautilizaoparatemasquenoexigemtextos

    longos, informaes rpidas e curtas, como indicadores econmicos, meteorologia e

    programaesculturais.

    Entreos objetivos da pesquisadestacasea iniciativaem analisar asdiferentes

    formas pelas quais as empresas jornalsticas trabalham a produo e divulgao de

    produtos noticiosos no celular. Enquanto a internet mvel cresce impulsionada pela

    tecnologiaWAP, outromodelo simplese eficiente utilizado paradistribuir notcias no

    celular.OSMS(ShortMessageService),maisconhecidocomotorpedos,umserviode

    mensagens curtas (at 160 caracteres), inspirado na tecnologia de transmisso de

    mensagensdosantigospagerseincorporadonoscelularesapartirde1992.Em1998,o

    servio tornouse popular em todo o mundo, com mais de 40 milhes de mensagens

    enviadasnaqueleano.NoBrasil,em2006,autilizaodoSMSfoiasegundaatividade

    mais realizada no celular, atrs apenas de efetuaes e recebimentos de chamadas19.

    Atualmente,segundoaTeleco20,soenviadosmaisde500milhesdeSMSpormsno

    pas.

    A utilizao do SMS como forma de distribuio de notcias oferecido pelas

    empresasdecomunicaoaosusuriosporumcusto relativamentebaixo,cercadeR$

    0,08 por mensagem recebida, e umas das principais caractersticas destemodelo a

    personalizaodainformao.NosistemadedistribuiodenotciasviaSMS,ousurio

    18Declaraodisponvelem:Acessoem20ago.200719DadosdoNIC(NcleodeInformaoeCoordenao).Disponvelem:Acessoem20ago.200720Disponvelem:Acessoem20ago.2007

  • 19

    selecionaaseditoriasquemaislheagrada,comoesporte,internacional,cincia,cultura,

    poltica,moda,etc.,personalizandoa informaoquepretendereceber.OSMSoriginou

    em 2001, inclusive, ousodos celulares como canaismultimdia de informao. Desde

    ento, a incorporao de SVA (Servio de Valor Agregado) tem gerado diferentes

    serviosnoaparelhoefeitocrescerseupotencialdetransmitirerecebernotcias.Muitas

    empresasjornalsticasquepossuemportaisparacelulartambmdistribuemnoticiriovia

    SMS.

    A Globo.com, por exemplo, conta com uma equipe de 10 pessoas para cuidar

    exclusivamentedestarea. Anotcia deve ter em tornode110caracterese tratada

    comosefosseo ttulodeumamatria,massemperderosentidoesemdeixaro leitor

    com dvidas, afirmaValriaRehder21, responsvel pela reade noticirio via SMSda

    Globo.com.OutrodestaquededistribuiodenotciasporSMSaEditoraTrip,queem

    2002criouaTripSemFioparaoferecercontedoaosusuriosdecelulareassinantes

    da revista Trip. A preocupao emmanter a identidade da publicaonasmensagens

    levou criao de canais no convencionais, como notcias bizarras, direcionada a

    acontecimentos pouco comuns do cotidiano. Exemplo de notcia do canal notcias

    bizarras distribudo pela Trip Sem Fio: No Alasca, um homem foi preso depois de

    colocarofilhode11anosparadirigir.Eleestavabbadoenoqueriainfringiralei.

    A evoluo do SMS o servio de mensagens MMS (Multimedia Message

    Service),quepermiteoenviodemensagensmultimdiacomimagenscoloridas,vdeoe

    udio.SegundooautorVirglioFiorese22,oMMSveiosupriranecessidadedeacessoe

    enviodemensagensnosomentedetexto,mastambm, imagens,sons,vdeo,e[...].

    LanadocomercialmentenoBrasilemdezembrode2002,oservioadotacaractersticas

    doSMSedoWAP,epossuipotencialdesucessoporatingirgrandepartedeusuriose

    terumacobranabaseadanasmensagensenviadas.

    Paraviabilizaracomercializaodenotciasviadispositivosmveisnaturalque

    os envolvidos no processo tenham algum retorno econmico para continuar investindo

    21AfirmaofeitaduranteaMostradePublicidadeePropagandaeJornalismo,realizadanasFaculdadesIntegradasHlioAlonso(Facha),noRiodeJaneiro,em2006.Disponvelem:Acessoem:24ago.200722Declaraodisponvelem:Acessoem:24ago.2007

  • 20

    nestasoperaes.Paraisto,precisoestabelecerummodeloquesejabenficoatodos

    que participam do negcio. Os atores que fazem parte do processo de produo,

    armazenamento e transmisso de contedomvel so os provedores de contedo, as

    operadorasdetelefoniacelulareosagregadoresdecontedo.Asempresasjornalsticas

    produzemcontedo,asoperadorascomoClaro,TimeVivosooscanaisdevendaeos

    agregadoressointermediriosqueviabilizamofuncionamentodatecnologia.

    Noinciodainternetmvel,asoperadorascobravamcercadeR$500milporano

    dos produtores de contedo para que pudessem inserir seu contedo em posio de

    destaque nos portais WAP. Em 2000, aps algumas negociaes, as operadoras

    propuseramqueasempresasdecomunicaocobrassemdiretamentedosusuriospara

    acessarocontedo.Foiumfracasso,poisestaatitudedebarraroacessoproduziaum

    fenmenosemelhanteaodaweb(Ferreira,2005,p.124).Ouseja,comreasdeacesso

    fechadasaaudinciadespencou,afetandodiretamenteofaturamentodasoperadoras.

    Com o avano das negociaes o modelo de negcios evoluiu e logo foi

    estabelecido ummodelo de compartilhamento de receitas baseado em prmios. Neste

    caso,osprodutoresdecontedorecebemumvalorderepasseporminutoconformeos

    patamaresdeacesso,alcanandocertaquantidadedeclickviews23 recebememtornode

    5centavosporminuto,ultrapassandoestaquantidaderecebememtornode8centavos

    por minuto. Atualmente, o modelo de diviso de receita tem sido o mais aceito no

    mercado,contudo,osacordosaindanopossuemsolidezepodemdiferirdependendoda

    operadoraqueforneceoservio.ConformeFerreira(2005,p.126).

    Hcasosondeovalordoenvioerecebimentodemensagensdetextoou

    de mensagens multimdia dividido entre os produtores de contedo e a

    operadora,ouainda,otrfegoWAPdivididoentreestesindivduos,sejaportempo

    deconexo,sejaporpacotesdedados.

    Hoje emdia, o valor que cada um recebenadivisodas receitas provindasda

    comercializao de contedo mvel firmado pelas prprias partes envolvidas.

    Indefinies nos contratos e falta de consenso levam a constantes ajustes nas

    23Clickviews:nmerodevezesqueumlinkacessadoporpessoasdiferentesemdeterminadotempo

  • 21

    porcentagensdestadivisoe,porenquanto,comprometemo investimentonaproduo

    decontedo.

    Aodisponibilizarinformaoaqualquerinstanteparapessoasemmovimento,o

    celularpassaaenvolvercadavezmaisindivduoseinstituies,abrindonovoscaminhos

    nacomunicaoenoscolocandoagora,comoafirmaopesquisadorHowardReingold24,

    emumanovaformahbrida:opoderdosPCsedanetescapoudodesktopepulouaos

    nossosbolsos.Nesteambientetecnolgico,acapacidadedeprocessamentopossibilita

    aosaparelhosagregaratributosdemdiasdistintas,comosom,foto,vdeoetexto.Esta

    convergncia de tecnologias torna o telefone uma ferramenta de mltiplas funes e

    possibilita o registro instantneo de fatos noticiosos tanto por jornalistas quanto por

    indivduoscomunsquecostumamcarregarseusaparelhosdurantequasetododia.

    Foi assim que imagens do caso conhecido como nibus 17425 em que um

    seqestradormanteve10refnsdentrodeumnibusnoRiodeJaneiroemjulhode2000

    foram gravadas por pessoas que estavam presentes na hora do acontecido. Outro

    exemplofoiodesmoronamentodaobradeumalinhademetremconstruo,emjaneiro

    de 2007, na capital de So Paulo26. Imagens do desabamento foram registradas via

    dispositivos mveis pelas chamadas fontes oculares e compradas pela grande

    imprensa.

    A possibilidade de obter registros de fatos jornalsticos por pessoas comuns

    incentivaasempresasdecomunicaoacriaremformasdeaproveitarestematerial.J

    queosdispositivosmveispodemserusadosporqualquerumparacaptar imagensde

    acontecimentosnoticiosos,muitos veculos j criammodelos para publicar edivulgaro

    queestesreprteresmomentneosconseguemcaptar.Entreosobjetivosespecficos,o

    trabalhoanalisaa tendncia dos produtores de contedoem disponibilizar ferramentas

    paraqueousuriotambmparticipedoprocessodeproduoedivulgaodenotcias.

    Nabuscadenovosformatosparaojornalismoonline,socriadosmodelosdenoticirio

    24EntrevistadeHowardRheingold.Disponvelem:Acessoem:27ago.200725Maissobreocasodonibus174disponvelem:26Maissobreodesmoronamentodalinhademetrdisponvelem:

  • 22

    emqueousuriopodesugerirpautas,coletarmaterialsobreoassuntoeinteragircomos

    reprteres

    OjornalOEstadodeS.Paulo,porexemplo,criouoFotoReprter27,iniciativapara

    aproveitar fotos tiradas por pessoas que possuem um celular commquina fotogrfica

    embutida ou uma cmera digital. A idia de divulgar material jornalstico adquirido por

    fontes foi pioneira e logo batizada de jornalismo cidado. A iniciativa surgiu aps os

    atentadosemLondres,emsetedejulhode2005,quandoimagensfeitasdecelularespor

    cidados comuns inundaram a internet. No FotoReprter as imagens podem ser

    publicadasnoEstado,noJornaldaTarde,noportaldoEstadonainternetouvendidas

    pelaAgnciaEstadoparajornaiserevistasdetodoomundo.Asfotossoprimeiramente

    inseridas no portal e os autores s so remunerados caso sejam publicadas no jornal

    impressodogrupo.

    Outro exemplo de como os celulares so usados por fontes na construo de

    notciasainiciativadaagnciaReutersedoportalYahooNews,queaproveitamfotose

    vdeosde internautasparaseremutilizadospelasduascompanhias.Oserviobatizado

    deYouWitness28 (voctestemunha)foicriadonofinalde2006.OseditoresdoReuters

    fazema seleodomaterial eosusurios sopagoscasoo contedosejadistribudo

    para clientes da agncia de notcias. Por envolver dois gigantes da comunicao, a

    parceria vista como uma das mais ambiciosas no desenvolvimento do jornalismo

    cidado.

    1.5.Crescimentodatelefoniamvel

    Mesmo com um nmero reduzido de usurios, a internet mvel aos poucos

    expandesua redeemultiplica seusns.Acessar internet via celularpodeseraopo

    para muitos que no tm recursos para ter um computador. A maioria dos aparelhos

    espalhadosjsohabilitadosparaconexo,ouseja,possuematecnologiaparainternet

    mvel.Ocrescimentononmerodeaparelhosaumentaacadaanodesdeadcadade

    90.Nofinalde1994,eram800mil terminaisnopas, jem julhode2007,estenmero

    27MaissobreoFotoReprterdisponvelem:28OservioYouWitnesspodeseracessadoem:

  • 23

    chegou a 108 milhes, segundo dados da Anatel29. O pas ultrapassou o Japo e,

    atualmente,oquintonaquantidadedecelulares,atrsapenasdendia,Rssia,EUA,e

    China.Apesardisso,adensidadeaindaconsideradabaixaporaqui,56,45celularespor

    100habitantes,masocrescimentodatelefoniacelularpermanecealto:38,3%em2005e

    41,2%em2006.Enfim,arpidapopularizaodoscelularescolocamilhesdepessoas

    comopotenciaisusuriosdarede.

    Com o celular, atributos de personalizao da informao e segmentao do

    pblico cada vez mais comuns nos meios de comunicao somamse agora com

    critrios de mobilidade. Por no depender de um terminal fixo, a internet mvel pode

    conquistar a popularidade que os rdios de pilha tiveram na dcada de 60, em que o

    barateamento e a mobilidade fizeram deste o equipamento eletrnico mais usado na

    poca. A relao entre pessoas e mquinas tambm mudou, pois a interao que o

    usurio realiza com seu aparelho porttil no a mesma que possui com o

    microcomputador.Aportabilidadedocelularpermitequeelefiquejuntoaocorpoatodo

    instante, aproximando fisicamente o homem da tecnologia, suscitando o conceito de

    cyborgizao (LEMOS, 2002, p.64), estudo que sugere a transformao radical do ser

    humanopeloenvolvimentocomasmquinas.

    Comoavanodetecnologiaspara internetmvel, tornasecadavezmaisrealo

    envolvimentodo ambiente fsico como virtual, levando os usurios a novas formas de

    comportamentoeinterao.Internetmvel,quandoelarealmenteaparecer,nosers

    umamaneiradesefazercoisasantigasenquantonosmovemos.Serumamaneirade

    fazercoisasquenosepodiafazerantes(RHEINGOLD2003:xiv).

    29Dadosdisponveisem:Acessoem:5set.2007

  • 24

    2.SISTEMASETECNOLOGIAS

    A infraestrutura da telefonia celular foi desenvolvida dividindo a cidade em

    pequenasreas,chamadasclulas.CadaumadestasclulaspossuiumaEstaoRdio

    Base (ERB), que so antenas fixas usadas para receber e emitir informaes aos

    celularesemoperaonaquelaclula.Conformeousuriosedeslocadeumaclulapara

    outracomseucelularligado,osistematransferenahoraaligaoparaaclulaseguinte

    sem que o assinante perceba. Isto permite que a freqncia disponvel seja

    extensivamente reutilizada e possibilita que milhes de pessoas usem seus aparelhos

    simultaneamente.AsERBsso ligadasemsuamaioriapor fibraspticas, criandouma

    rede fixa, e toda comunicao entre celulares passa por elas. Estas estaes devem

    manterumadistnciamnimaentresi,devidoaosnveisderadiaoeletromagntica.

    Afigura1mostradiferentestiposdetorresqueintegramERBsdecelular30.

    OprimeirosistemadetelefoniacelularnoBrasilfoiinauguradopelaTelebrs,em

    1990,noRiodeJaneiro,comcercade10milassinantes31.Noanoseguinte,umanova

    redefoiimplantadaemBrasliaeganhouadesignaodeServiodeRadiocomunicao

    MvelTerrestrePblicoRestritoCelular.Em1996,osetorpassouasechamarServio

    MvelCelular (SMC),operandonaschamadasbandas Ae B faixasdefreqncias

    30 Imagemobtidaem:31SeminrioInternacionaldeRoamingrealizadonoRiodeJaneiroentreosdias17e18deoutubrode2002,p.21.Disponvelem:Acessoem:19set.2007

  • 25

    utilizadas para prestao de servio celular no pas. Nesta poca, os aparelhos eram

    analgicos e funcionavam com autilizao do padroAMPS (AdvancedMobile Phone

    System), tecnologia aprovada em 1983 pelo FCC32 e inaugurada em Chicago, nos

    EstadosUnidos.

    No incio, segundo Turola e Da Silva (1999), a telefonia mvel foi um setor

    monopolizadopeloEstadoeaTelespCelularcomandavatodoomercado.Contudo,em

    1998,sobsupervisodoentoministrodasComunicaesSrgioMotta,foramrealizados

    leilespblicosparaprivatizarasempresasde telecomunicaodopas dasquaisoito

    eramdetelefoniamvel(EMELO,2005,p.44).Aentradadaconcorrnciadeuforaao

    setor,emapenasdoisanosonmerodeaparelhostriplicoupassandodesetemilhesem

    1998para23milhesem200033.

    Na poca da privatizao, as operadoras tambm comearam a investir nos

    chamadoscelularesprpagos,opodeassinaturaemqueousurioinsereoscrditos

    antecipadamente no aparelho, decidindo o valor que pretende gastar em determinado

    perododeuso.Esta formade assinatura dispensa a conta telefnicano final doms,

    porm,ovalordominutodeconversaocostumasermaiselevadoquenoplanops

    pago.Atualmente, osprpagos representam cerca de 80%34 dos celulares emuso no

    pas, possibilitando a penetrao da telefonia mvel em todas as camadas sociais da

    populao.

    Noincio,asoperadorasutilizavamfaixasdefreqnciadasbandasAeBpara

    prestaroservio,sendoquemaistardeogovernoabriuconcessoparanovasfaixasde

    freqncia. AbandaA oriundadoprocessodeprivatizaodas operadorasestatais

    (teles) e a banda B foi criada para permitir a entrada de novos competidores

    (OLIVEIRA DA COSTA RABELO APOLONIO DA SILVA, 2001, p. 12). Em 2001, a

    Anatel transformou oServioMvel Celular em ServioMvel Pessoal (SMP), criando

    novasbandasparaatelefoniaC,DeEeincentivandoaindamaisaconcorrncia

    entreasoperadoras.

    32FCC(ComissoFederaldasComunicaes):agnciadogovernonorteamericanoencarregadaderegularascomunicaes.33 InformaodaTeleco,Disponveisem:Acessoem19set.200734BalanodivulgadopelaAnatelemmaiode2007.

  • 26

    2.1.Bandas

    Bandas so diferentes faixas de freqncia de ondas de rdio utilizadas como

    meiofsicoparatransmitirinformaesedadospeloar.Almdatelefonia,outrosservios

    tambmutilizamestemeio,comoemissorasdeTV, rdio, radioamadoresetc.Paraque

    umservionointerfiranooutro,cadapedaodoespectroeletromagnticodefinidopor

    organizaes internacionais e nacionais, que direcionam cada servio para diferentes

    "bandasdefreqncias".

    A licitao de bandas as Prestadora de Servio Celular no Brasil feita pela

    ANATEL(AgnciaNacionaldeTelecomunicaes),rgodogovernoqueregulamentaas

    telecomunicaesnopas.PelaNormaGeraldeTelecomunicaesde1996,atelefonia

    mvel foi dividida inicialmentenasbandas A e B, que utilizam a faixade800MHz.

    Com a criao destas bandas (faixas de freqncia), o servio pde ser oferecido por

    duasprestadorasdistintasnamesmalocalidadeemregimedeconcorrnciaecadauma

    ocupandoumabandadiferente.OsistemaanalgicoAMPSfuncionaathojenasbandas

    AeB,masapartirdejunhode2008osistemanosermaisadmitidoeprovavelmente

    serextinto.

    Em2001comeouafuncionaroserviodetelefoniaSMP(ServioMvelPessoal)

    easbandasC,DeEforamintroduzidasnomercadodetelefoniamvelbrasileiro.A

    tecnologiaadotadaparautilizaodasnovasbandasfoiosistemaeuropeuGMS(Global

    MobileCommunication),queoperanafreqnciade1,8GHzefoiescolhidopelaAnatel

    mediantevotao.Comonovoservio,ousurioganhouodireitodeutilizarcrditospr

    pagosparachamadasemlongadistnciaetambmderecebersuacontatelefnicapela

    internet, contudoparamigrar doSMC (ServioMvelCelular) paraoSMPoassinante

    precisa trocarde celulardevido incompatibilidadeentreas tecnologias.TantooSMC

    quanto o SMP esto em operao atualmente, mas as operadoras esperam que os

    usuriosmigremgradualmenteparaonovoservio.

    Paraadquirirodireitodeutilizarasnovasbandas,asoperadorasparticiparamde

    leiles,coordenadospelaAnatelnaBolsadeValoresdoRiodeJaneiro.Comoformade

    definiraabrangnciadasbandas,oterritrionacionalfoidivididoemtrsregies:Regio

    I(RJ,ES,MG,AM,RR,AP,PA,MA,BH,SE,PI,CE,RN,PB,PE,AL),RegioII(PR,SC,

    RS,GO,TO,MS,RO,SC,DF)eRegio III (SP).O leilodabanda Daconteceuem

  • 27

    fevereirode2001eaoperadoraTim,controladapelaTelecomItlia,ganhoualicenadas

    regies I e II. O negcio transformou a Tim na segundamaior operadora de telefonia

    celular do Brasil, atrs apenas da Vivo (unio entre Portugal Telecom e Telefnica).

    Atualmente,aTimpossui25%domercadonacional,enquantoaVivopossui28%35.

    Apesar do leilo da banda D ter sido bem sucedido, a venda de licena para

    outras bandas no teve o mesmo sucesso na poca. A expectativa de que haveria

    concorrncia acirrada para adquirir novas concesses no se confirmou, nenhum dos

    gruposquehaviamadquiridooeditaldelicitaoapresentoupropostase,emfevereirode

    2001, apenas uma das trs regies de banda E havia sido vendida36. Em 2004, a

    operadoraClarocomprouaconcessodabandaEparaoestadodeMinasGeraispelo

    valordeR$51,5milhes37,aquecendoosetor,masabandaCnoteveinteressados.

    Atualmente,novasbandassocriadasereservadasparaosistemadeterceiragerao

    (3G),quejexperimentasuasprimeirasaplicaesnoBrasil.

    2.2.WAP

    Comaemergnciadacomunicaomvel,nomaisousurioquesedesloca

    atumterminalfixoparaconseguirinformaocomoaconteciacomainternettradicional,

    agoraainformaodeslocaseatravsdaredeealcanaousurioemqualquerlugardo

    mundo.Paraisso,aprincipaltecnologiadecomunicaousadaparaconectarusuriosde

    celular internet sem a utilizao de fios a chamada tecnologia WAP (Wireless

    Application Protocol). Como afirmam Oliveira, Da Costa, Rabelo, Apolnio e Da Silva

    (2001,p.40):

    Em1997,asempresasEricson,Motorola,NokiaeOpenWave(...)criaram

    umconjuntodeprotocolosquedefineofuncionamento,seguranaetransaesde

    informaesemWAP(...).NasceuassimumconsrciodenominadoForumWAP

    (WC3). Atualmente este frum composto pormais de 500membros que vm

    desenvolvendo padres para informaes sem fio e servios de telefonia em

    sistemadigitaleoutrosterminaiswireless.

    35DadosdaTeleco,disponveisem:Acessoem:22set.200736 InformaodaFolhaOnlinedisponvelem:Acessoem:22set.200737 InformaodoPortaldaAdministraoedisponvelem:Acessoem:22set.2007

  • 28

    AlinguagemespecficadoprotocoloWAPdenominaseWML.Esta linguagemfoi

    concebidapara telas comdimenso reduzidaenavegaosem teclado, comambiente

    projetadolevandoemconsideraoasrestriesdosdispositivosmveis,comorecursos

    dememriaeprocessamentolimitado.Sendoassim,podesedizerqueoWMLestpara

    oWAPassimcomooHTML38estparaoWWW.

    AprimeiraversodoWAP(WAP1.0)noobtevebonsresultadoseosfabricantes

    tiveramqueesperarolanamentodaprximaverso(WAP1.1),em1999,parafabricar

    aparelhosquesuportassemestatecnologia.Noanoseguinte,aversoWAP1.2.1trouxe

    novasfuncionalidades,comoatecnologiaPUSH39,possibilitandoosurgimentodenovos

    servios como transmisso de noticirios. A verso atual, WAP 2.0, foi concluda e

    disponibilizadaem2002.

    O acesso viaWAP semelhante aomodelo da internet tradicional, ou seja, os

    dispositivosmveispossuemummicronavegadoretodocontedo,aplicaeseservios

    disponveisparaousurioficamhospedadosemservidores.Osdispositivosportteisde

    comunicaomvel sohabilitadospara o acessoWAPe um equipamentoespecfico,

    chamado Gateway WAP, faz a converso entre protocolos WAP da rede celular e

    protocolosdainternet,enquantoissooservidordecontedofornececontedosdaweba

    seremapresentadosnosaparelhos.

    38HTML(HyperTextMarkupLanguage): umadaslinguagensutilizadasparadesenvolverpginasnainternet.39ServioemqueoprovedorenviaumamensagemcomumtextointrodutriodocontedoeousuriorecebemesmoestandoforadoambienteWAP.Sehouverinteresseemrelaoaoassunto,bastaclicarnolinkquevemnamensagem.

  • 29

    Afigura2mostracomofuncionaainfraestruturaparaacessointernetviadispositivos

    mveis.

    OWAPfuncionasomenteemredesdetelefoniadigitaleospadresdetecnologia

    mais utilizados pelas redes no Brasil so o TDMA (Time Division Multiple Access), o

    CDMA (Code Division Multiple Access) e o GSM (Global System for Mobile

    Communication).Omais utilizado oGSM, que chegou ao pas em 2002e hoje est

    incorporado em 70% dos celulares no territrio nacional. Em seguida, vem o padro

    CDMAcom22%eoTDMA,8%.

    O GSM um padro digital que possibilita servios de alta velocidade para

    celularescomacessointernetmvel.Suaversoevoluda,oGRPS,temavantagemde

    funcionar pelo sistema de comutaode pacotes, aumentandoem 15 vezes a taxade

    transmissodedadosem relaoao sistemadecomutaode circuitos, utilizadopelo

    padroCDMA.Natransmissodedadosbaseadonosistemadecomutaodecircuitos

    a linhadocelularfica inteiramentededicadavoz,quandoousuriofazumachamada,

    ou totalmente dedicada a dados, quando ele acessa a internet, j na comutao de

    pacotesainformaotransmitidadeumasvez.Destaforma,possveldisponibilizar

    serviosbaseadosnoprotocoloWAPemaltavelocidadedeconexo.Outravantagem

    queatarifaopelousodeinternetmvelfeitaportrfegodedadosenoportempode

    conexo, em que geralmente cobrase pelo custo de uma ligao local. Isto permite o

    barateamentodoservioeumacessopermanenteinternet.

    A evoluo do sistemaGRPS opadroEDGE (EnhancedData rate forGSM

    Evolution),cujataxadetransmissochegaasertrsvezesmaisrpidoepodechegara

    384kbps.Osistemapermiteadisponibilidadedeserviosmaissofisticadosna internet

  • 30

    mvelcomoacessomais rpidoaemails,downloadseuploadsdearquivosgrandes,e

    at monitoramento de vdeo distncia. Porm, este padro exclusivo da terceira

    geraodecelulares,aindaemdesenvolvimentonopas.

    2.3.Expanoemobilidade

    Onmerodeaparelhoscelularesnomundovemcrescendodeformaexponencial

    nosltimosanos.Em1984existiam25.000aparelhos,noveanosmaistardejerammais

    de 25 milhes. Em 2001, o nmero de assinantes atingiu 630 milhes, metade da

    quantidadedelinhastelefnicasconvencionais(linhasfixas)dapocae,hoje,jexistem

    maisdetrsbilhesdeaparelhosmveisemusopelomundo.

    Em 2005, onmero de celulares superouo total de linhas telefnicas fixas nos

    laresbrasileiros,segundoumapesquisadoInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatstica

    (IBGE)40.Naqueleano,registrouseque59,3%dasmoradiasdopascontavamcomum

    telefonecelular (86milhesdeaparelhos), contra48,1%de linhas fixas.Atualmente, o

    Brasil possui 108milhes de aparelhos em uso, nmero que aumenta a uma taxa de

    1,5%aoms41.

    Nomundodatelefoniapodesedizerqueosltimos10anosforamadcadada

    telefonia celular. [...] As muitas vantagens dos telefones celulares so evidentes para

    todos em qualquer lugar a qualquer hora, acesso desimpedido a Rede Global de

    telefoniapormeiodeumequipamentoleveetotalmenteporttil(KUROSEROSS,2005,

    p.394).

    A figura 3 mostra o rpido crescimento dos celulares no Brasil. O salto inicial

    aconteceem1998,perododasprivatizaes,dasassinaturasdecobranaprpaga,da

    chegadadoscelularesdigitaisedapopularizaodoservio.

    40PesquisadoIBGEdisponvelem:Acessoem:3out.200741DadosdaTelecodisponveisem:Acessoem:3out.2007

  • 31

    Afigura3mostraocrescimentodonmerodecelularesnoBrasil42.

    Com o barateamento, a competio e o desenvolvimento tecnolgico a

    popularizaodastecnologiasmveis,dasquaissedestacamatelefoniacelular,pdas

    (Personal Digital Assistant), notebooks, smartphones, dispositivos e redes WiFi e

    sistemasderadiocomunicaopessoais(DOSSANTOS,2007,p.37),acontecedeforma

    cadavezmaisacelerada. Independentedequalaparelhodominaromercado,ofato

    queamobilidadechamouaatenodas telecomunicaes,que investe cadavezmais

    emnovosserviosparacelular. ParaTaurion(2001),orpidocrescimentodatelefonia

    mvelestintimamenteligadoaoatributodamobilidade,principalqualidadedocelular.A

    sociedadebaseadaemserviostendemobilidade. [...]oprofissional[...]noficamais

    imobilizado em escritrios. Esta demanda reprimida, causada pela transformao da

    prpriasociedade,gerouograndemomentodatelefoniacelular(TAURION,2001,p.17).

    A liberdadedemovimentarsegeograficamenteenquanto troca informao induz

    cadavezmaispessoasausaraparelhosdecomunicaosemfio,contudo,paraKurosee

    Ross (2005), nem todos os ambientes de rede sem fio apresentam os desafios da

    mobilidade.Osautoresexplicamquealgunsambientes,comoredesresidenciaissemfio,

    apesar de transmitirem e receberem informao pelo ar (wireless), apresentam formas

    limitadasdemobilidade.Umexemploocenriodeumprofissionalquetrabalhaemsua

    casacomseulaptopconectadorede,masqueprecisadesligarsuamquinaparalev

    42DadosdaTelecodisponveisem:Acessoem:4out.2007

  • 32

    la ao escritrio, onde o conecta novamente na rede a cabo do local em que trabalha.

    ComoafirmamKuroseeRoss(2005,p.395):

    claroquemuitosdosambientessemfiomaisinteressantessoaqueles

    emqueosusurios so semfioe tambmmveis.Porexemplo,umcenriono

    qual um usurio mvel (digamos no banco traseiro do carro) mantm uma

    chamada de voz sobre IP e vrias conexes TCP ativas enquanto corre pela

    rodoviaa160km/h.nestepontoqueosemfiosecruzacomamobilidade.Que

    encontraremososdesafiostcnicosmaisimpressionantes.

    Defato,amobilidadeumacondioquetendeasercadavezmaiscomumnas

    atividades do cotidiano. Muitos aparelhos que apresentam este atributo possuem altas

    chancesdesucessoentreapopulao.Desdeosestgios iniciaisdatecnologiamvel,

    os aparelhos portteis sempre conquistaram o pblico por permitirem liberdade de

    deslocamento enquanto so utilizados. Uma perspectiva histrica mostra como alguns

    aparelhosmveis tradicionaisganharamomundona suapoca.SegundoDeSouzae

    Silva(2004,p.191),osprimeirosaparelhosdesomportteisincluam,almdosrdiosde

    carro dos anos 40, rdios de bicicleta, rdios em braceletes, assim como aparelhos

    hbridosquecombinavamordioecmerasfotogrficas.Nosanos60,amobilidadefez

    do rdio depilha oequipamentoeletrnicomaisbaratoemais consumidodadcada

    (MAGNONI AMRICO, 2007, p.3). Outro exemplo de equipamento mvel que se

    popularizou o relgio de pulso, que foi inventado no final do sculo XIX como uma

    evoluo do relgio de bolso.A novidade tornouse populardurante a PrimeiraGuerra

    Mundial(19141919)ehojejcapazdeincorporarrecursoscomoMP3playereGPS43.

    Apesardemovimentarcercade23bilhesdedlaresporano44,avendadosrelgiosde

    pulsovemsofrendoumaquedadevidoaohbitodaspessoasemconsultarashorasno

    celular.

    A preferncia por aparelhos portteis e mveis aproximase de uma tendncia

    global, substituindo aos poucos as tecnologias de rede fixa. Como afirma Dos Santos

    (2007, p. 40), em diversas regies da EuropaOcidental, sia, Amrica Latina emais

    43GPS(GlobalPositioningSystem):sistemadelocalizaobaseadoemsatlites.44 InformaodositeIDGNOW!,disponvelem:Acessoem:7out.2007

  • 33

    recentementenoBrasil, observasequeonmerodeusuriosmveis j superouode

    fixos,numcrescimentovertiginosodasredesmveis.NoJapo,porexemplo,atofinal

    de2005,70milhesdepessoasacessavamaredepordispositivosmveisenquanto66

    milhesusavamainternetviaPC45.Aimportnciadamobilidadeparaasociedadepode

    sertraduzidanafigura4,quemostraatendnciaplanetriaemsubstituirastecnologias

    fixaspelasmveis.

    ........... Afigura4mostraasubstituiodastecnologiasmveispelasfixas46.

    2.4.Geraes

    Enfim,astecnologiasquepermitemmobilidadesempreforamumaboaapostadas

    indstriasparaobtersucessonomercadoecomocrescimentovertiginosodoscelulares

    foiprecisocriarumaformadeclassificarasdiferentesfasesdatelefoniamvel.Assim,a

    indstria padronizou a evoluo das tecnologias em geraes. Como afirma Taurion

    (2001,p.17):

    Aprimeiragerao(1G)analgicaasegundagerao(2G),jdigitaleem

    uso intenso no Brasil a segunda e meia gerao (2,5G), com melhorias

    significativasemcapacidadedetransmissodedadosenaadoonatecnologia

    45PC(ComputadorPessoal):microcomputadorespessoais.46Dadosdisponveisem:Acessoem:8out.2007

  • 34

    depacotesenomaiscomutaodecircuitosaterceiragerao(3G),aindaem

    experinciasiniciaisnoJapoenaEuropa.Ejemdesenvolvimentoa4G.

    2.4.1.Primeiragerao(1G)

    AcomercializaonoBrasildecelularesdeprimeirageraocomeounoincioda

    dcadade90,masatecnologiausadapelosanalgicosjestavaprontadesdeofinaldos

    anos 70. O sistema AMPS (Advanced Mobile Phone System) desenvolvido pelo

    LaboratriosBell,daAT&T,comeouaoperarnafaixade800MHze foiadotadopelos

    EUA, Brasil e cerca de 60% dos assinantes mveis do planeta47. Apesar da baixa

    velocidadedosistema,cercade9,6Kbps,almdasaltastarifasosaparelhosdaprimeira

    geraotiveramrelativosucessonopas.SegundoafirmaOliveiraetal.(2001,p.15),em

    1993 chegou aoBrasil aprimeira geraode telefones celulares: osanalgicos.Estes

    aparelhosutilizavamatecnologiaAMPSefoiumgrandesucessonapoca.

    OpadroAMPSutilizadois canaispara cada ligao telefnicaeos separaem

    pares de 30 Khz de largura, sendo que cada um deles alocado a um usurio no

    momentoda chamadaenopodeser compartilhadoporoutros, comonas tecnologias

    digitais. Por ser analgica, a primeira gerao de celulares mais vulnervel a

    interferncias, interceptaes e clonagens. Ao contrrio dos digitais, em que o sinal

    enviadoestembutidoapenasemdoisvalores,0se1s,osanalgicoscaracterizamse,

    basicamente,porenviarinformaesemumaformadeondacujossinaiseltricosvariam

    entretodososvalorespossveispermitidospeloambiente.Osinaltransmitidotrafegaem

    linha reta e pode colidir com rvores, prdios e asfalto, atrasando a informao e

    causandodistores.SegundoRibeiroeAbro(2003,p.12),nomundotodo,aprimeira

    geraodesistemascelularesatendeucercade49milhesdeusurios,entreosanosde

    1981e1994.

    Desdequecomeouafuncionar,oserviocelulardividesuareadeatendimento

    quepodeserumacidadeoudeterminada regioempequenasclulas (daonome

    celular). Cada clula possui uma Estao Rdio Base (ERB), que so antenas

    47Dadosdisponveisem:Acessoem:15out.2007

  • 35

    habilitadasparacaptarossinaisdosdispositivosmveiseenvilosCentralTelefnica

    Celular mais conhecida comoCentral deComutao eControle (CCC). EstaCentral

    determina os caminhos que o sinal pode tomar at chegar ao destinatrio, tudo isso

    aconteceemmenosde1segundo.ComoafirmamLayton,BraineTyson48:

    Em um sistema de telefonia celular analgico nos Estados Unidos, o

    provedordetelefoniacelularrecebecercade800 freqnciasparausaraolongo

    dacidade.Oprovedordivideacidadeemclulas.Cadaclulatemdimensotpica

    de cerca de 26 quilmetros quadrados.As clulas normalmente so imaginadas

    como hexgonos de uma grande grade hexagonal. [...] Cada clula tem uma

    estaobase,queconsistedeumatorreeumapequenaconstruoquecontmo

    equipamentoderdio.

    Aoutilizaratelefoniamvel,osassinantesmigramatodoinstantedeumaclula

    paraoutraenquantosemovimentam.Paramanteraqualidadedetransmisso,ocelular

    transferidodesuaERBparaoutraqueestiver recebendoosinalcommais intensidade.

    Esteprocessoconhecidocomohandoffefazpartedoconceitobsicodaarquiteturada

    telefonia.Aodividirareadeatendimentoemclulas,osistematambmadotaatcnica

    dereutilizaodefreqncia,quefazumreusodasfreqnciasdisponveisnasbandas

    decelular,possibilitandoousosimultneopormilhesdeusurios.Atravsdestatcnica,

    osistemapodecrescergeograficamentesemlimites. Aseguir,asfiguras5e6ilustram

    umareadivididaemclulaseotrajetopercorridopelosinaldeumcelular.

    A figura5mostracomooserviocelulardivideumaregiodeatendimentoemclulas

    hexagonais.

    48Declaraodisponvelem:Acessoem:15out.2007

  • 36

    Afigura6ilustraocaminhodainformaonainfraestruturadatelefoniacelular

    2.4.2.Segundagerao(2G)

    Asegundageraodecelularessurgiuporvoltade1991,nosEUA,paraocupar

    regiesondeosistemaanalgiconoatendiamaisdemandaepelanecessidadedeter

    umsistemaPanEuropeunaEuropa(OLIVEIRADACOSTARABELOAPOLONIODA

    SILVA, 2001, p.15). O desenvolvimento de tecnologias de segunda gerao para

    celulares tambm foi impulsionado pela necessidade de se melhorar a qualidade de

    transmisso,acapacidadedosistemaeacobertura.Nofinalde1994,cercade5milhes

    de usurios j utilizavam celulares digitais pelo mundo, mas no Brasil o sistema s

    comeou a funcionar em 1998. Apesar de continuar com baixa taxa de transmisso

    (9,6Kbpsa14,4Kbps),asegundageraojcomeouaoperarnomododigital,ouseja,

    convertendo toda falaembits.Desta forma,o sinalde chamadase ligaes ficoumais

    ntido e servios de maior valor agregado, como mensagens de texto (SMS) e

    identificadordechamadas,puderamsedesenvolver.

    Asprincipais tecnologiascriadaspara telefoniamveldigitalforamCDMA(Code

    DivisionMultipleAcess),TDMA(TimeDivisionMultipleAcess)eGSM(GlobalSystemfor

    MobileCommunications). As duasprimeiras foram desenvolvidasnosEUAe oGSM

    uma tecnologia europia, sendo que cada uma delas possui padres especficos de

    velocidade,acesso, transmissoearquitetura.Comparandoo sistemaanalgico como

    digitaltemosoCDMA,oitovezesmaisrpidoqueosistemaanalgicoTDMAtrsvezes

  • 37

    mais rpido e GSM tambm trs vezes mais rpido que o analgico. As tecnologias

    digitais utilizam a tcnica de acesso mltiplo, que permite a diviso de uma parte do

    espectro de rdio por vrios usurios ao mesmo tempo, tornando o sistema mais

    eficiente.

    2.4.2.1TDMA:

    Dasprincipais tecnologiasparatelefoniadigitalmvelaquedominouomercado

    entre 1998 a 2004, no Brasil, foi a TDMA (Time Division Multiple Acess Diviso de

    Tempo comAcessoMltiplo). Contudo, esta tecnologia paroude evoluir e hoje a de

    menoruso.Trabalhandonafaixadefreqnciade800MHze1900MHz,oTDMAfunciona

    atribuindo a cada chamada um intervalo (slot) de tempo em um mesmo espectro de

    freqncia, sendo que cada slot contm informaes de voz ou controle (TAURION,

    2001, p.18). Por esta tcnica, chamada de mltiplo acesso, o usurio pode usar

    totalmente o canal por tempo determinado. Aprimeira emais importante vantagem do

    sistemaa facilidadeemadaptar as transmissesdedadoscomas comunicaesde

    voz.

    Uma das maiores pretenses do TDMA aumentar o trfego e diminuir as

    interferncias,noentanto,ofatodecadasinalserassinaladocomumslotdetempofaz

    comquealigaosejainterrompidaquandoousuriodeslocasedeumaclulaaoutra

    (handoff), poisachamadaaindanopossuirumslot prdefinidonanovaclulapara

    ondemigraroterminalmvel.Estatecnologiapossuitaxade48,6Kpbsparadigitalizao

    davozeapenas14Kbpsparadados.

    ExistemdoistiposdeTDMA,osistemaIS54BeoIS136,sendoqueoltimo

    umaevoluodoprimeiro.Aprincipaldiferenaentreosdoisaintroduodocanalde

    controle digital DCCH (Digital Control Channel) no sistema IS136, que trouxe vrias

    vantagenscomomaiorduraodabateriadoaparelho,possibilidadedeserviosdemaior

    valoragregado(comoidentificadordechamadas)epodendoincorporaraplicaesmais

    avanadas.NosistemaTDMAIS136, oscanaisdigitaissoduplexemfreqncia,ou

    seja, a transmisso e a recepo so realizadas em freqncias distintas de forma a

    diminuirosefeitosdeinterferncias(PENZE,2002,p.7).AcompatibilidadedoTDMAIS

    136comosistemaanalgicoAMPSmesma larguradefaixade30KHzdoscanaisde

    rdioeatuaoemsistemassemelhantes tambmpermitiuamigraogradativadeum

  • 38

    sistemaparaoutrosemprejuzoparaosusuriosdaprimeirageraodecelulares.Como

    afirmaPenze (ibid,p.12), a tecnologiade rdioutilizadanosistema IS136forneceum

    canalcomserviosavanadosemelhoraaeficinciadosistemaatravsdadigitalizao

    da voz, da compressode fala [e]da codificaode canal.Contudo, segundoTaurion

    (2001,p.18),em2000,apesardeseratecnologiamaisusadanoBrasil,oTDMAjeraa

    menosusadanomundo,comcercade9%dosaparelhos.

    2.4.2.2.CDMA:

    A tecnologiaCDMA foi desenvolvidapela empresaamericanaQualcomm49 ena

    poca foi um forte concorrente do TDMA, mas atualmente seu maior adversrio no

    mercadoatecnologiaGSM.Esteano,aQualcommanunciouquedevebaterrecordede

    crescimento, vendendo cerca de 68 milhes de unidades de chips com a tecnologia

    CDMA(Desempenho...,2007)50.NoBrasil,esta tecnologiaultrapassouoTDMAnofinal

    de2004ehojeoperaemcercade30milhesdeaparelhos.

    Diferente do TDMA, que divide cada chamada em uma frao de tempo em

    determinadafreqncia,oCDMAtransformavozedadosemcdigosderdio,queso

    enviadosnovamenteparaoreceptor.ComoafirmaAyres51,comocadachamadarecebe

    umcdigonico,muitaschamadaspodemtrafegarportodaabandautilizadaaomesmo

    tempo. [...] aumentando muito a capacidade de chamada em relao aos outros

    sistemas. Para permitir que muitos usurios utilizem a mesma banda de freqncia

    simultaneamente, o sistema adota a tcnica de espalhamento espectral, que uma

    tcnicacriadaparareduodeenergiaequeespalhaosinalporumafaixamuitomaior

    queafaixadefreqnciaoriginaldamensagem.

    OCDMAnopossuiumacapacidadebemdefinidaeseudesempenhodepende

    daquantidadedeusuriosqueoperamaomesmotempo.AssimcomonoTDMA,ataxa

    dedadostambmlimitadaem14Kbps,mas,segundoSquillante52,tecnologicamenteo

    49Siteoficialdaempresadisponvelem:50MatriadaITWebdisponvelem:Acessoem:17out.200751Declaraodisponvelem:Acessoem:17out.200752Textodisponvelem:Acessoem:17out.2007

  • 39

    CDMAbemsuperioraoTDMA,[...]noentanto,osdireitosderoyaltyesquepertencem

    aQualcomm pode comprometer os investimentos futuros das concorrentes Nokia e

    Ericsson[...]fadandooCDMAextino.

    2.4.2.3.GSM

    OpadroGSM(GlobalSystem forMobileCommunication SistemaGlobalpara

    ComunicaesMveis)detecnologiaparacelularesfoiadotadonaEuropanadcadade

    80,mas sua comercializao comeou apenasem 1992. Como forma de utilizao da

    novatecnologia,osterminaispassaramporumareestruturao,adotandoumtransceptor

    eumSIMCard(SubscriberIdentyModule),queumchipeletrnicoqueguardatodasas

    informaesdousurioepodesertransferidoparaoutrocelularGSM.OSIMCardpode

    serdesconectadodeumtransceptoreconectadoaoutrotransceptorpeloprpriousurio,

    podendoeste,ainda,usloemqualqueroutrocelularGSMcomosefosseodele,pois

    todososseusdadosestoarmazenadosnochip(FILHOPINTO,2004,p.5).Umadas

    diferenasentreoGSMeoutrastecnologiasparatelefoniacelularquenoprimeirocaso

    o fluxo de informao acontece por comutao de pacotes, ao contrrio dos outros

    padresquetrabalhamnaformadecomutaoporcircuitos.Nacomutaoporcircuitos,

    a linha telefnica fica inteiramente dedicada voz, em uma chamada, ou totalmente

    dedicadaadados,quandoousurioacessaaweb.Ouseja,asinformaesnuncaso

    transmitidas de uma s vez, como ocorre nos sistemas GSM/GPRS (OLIVEIRA DA

    COSTA,RABELO,APOLONIODASILVA,200,p.37).Umadasvantagensdestepadro

    oaproveitamentodalarguradebandadisponvelporvriosusuriosaomesmotempo,

    resultandoemmaior rapidezeagilidadena trocade informaes.A caractersticamais

    importantedopadroGSM sua extensodereade cobertura, pois esta tecnologia

    tambmutilizasatlitescomointermediriosentreusuriosearededetelefoniapblica.

    (Op.cit.).

    Devidosdiversasvantagens,comoapossibilidadedeoferecimentodeservios

    adicionais, roaming internacionalentrepasesdaEuropa,aumentodesegurana [...],e

    possuirumaarquiteturaaberta,permitindoacombinaodeequipamentosdediferentes

    fabricantes(FILHOPINTO,2004,p.5),oGSMhojeopadromaisutilizadonoBrasile

    nomundoporusuriosdetelefonescelulares.DeacordocomFilhoePinto(Op.cit.),no

  • 40

    mercado mundial o GSM utilizado por cerca de 71% dos usurios. No Brasil, a

    tecnologiadetmaproximadamente78%dosassinantesdetelefoniacelular53.

    2.4.3.SegundaGeraoemeia(2,5G)

    O desenvolvimento da tecnologia 2,5G surge como um sistema

    intermedirioentreossistemas2Ge3G, jque apropostaparaumaterceiragerao

    era algo extremamente grandioso e desafiador. Novos sistemas eram caros e o

    investimento a ser feito era grande diante da realidade nos pases de todo o mundo

    (TAVARES,2004,p.32).Alcanarumsistematotalmentedigitalecapacitadoemexplorar

    inteiramenteosnovosserviosdeinternetmvelfoioprincipalmotivoparaaevoluoda

    tecnologia, mas as limitaes financeiras das empresas no permitiram a chegada da

    terceira gerao logo de incio e o sistema 2,5G se torna uma soluo vivel para

    ultrapassar a fase dos celulares 2G. A principal diferena da gerao 2,5G est na

    velocidadedetransmisso,quepassade9,6Kbpsparaumafaixaquevariaentre64kbps

    e384kbps.Talavanonavelocidadedetransmissopossibilitavriosoutrosserviosque

    a 2 gerao no permite (OLIVEIRA DA COSTA, RABELO,APOLONIO DASILVA,

    200, p. 26).Entreosnovos serviosdestacamseaplicaespara internetmvel como

    transmissode imagensearquivosmaispesados,vdeos,animaes,efeitoscoloridos,

    entreoutros.

    Comatecnologia2,5Goscelularespassamatrabalharnosistemadecomutao

    de pacotes, resultando em ganhos considerveis na qualidade do fluxo informacional.

    Uma das principais caractersticas destagerao de celulares possibilitar a evoluo

    das tecnologiasdigitaisde segundagerao:TDMA,CDMAeGSM.OGSM,umadas

    tecnologias mais utilizadas atualmente pelas operadoras, evolui para o padro GPRS

    (General Packet Radio Service) e, em seguida, passa para outro estgio ainda mais

    evoludo,opadroEDGE(EnhancedDataforGlobalEvolution),comvelocidadeattrs

    vezessuperiorqueoGPRS.

    53DadosdaTelecodisponveisem:< http://www.teleco.com.br/ncel.asp>Acessoem:20out.2007

  • 41

    2.4.4. Terceiragerao(3G)

    Uma dcadaaps aprivatizao da telefonia noBrasil, os celulares de terceira

    gerao finamente chegam ao pas. No final de 2007, o governo federal vendeu a

    empresas de telecomunicao o direito de explorar esta nova tecnologia no territrio

    nacional. No leilo, o Brasil foi dividido em 11 regies e as reas mais pobres foram

    combinadascomreasdemaiorpoderaquisitivo,paraquenenhumareadopasficasse

    deforadevidoaodesinteressedasoperadoras.

    Astecnologias2Ge2,5Gjpermitemousodecelularesparaacessoa internet,

    pormasbaixasvelocidadesdificultamaplicaescomolernotcias,enviarerecebere

    mails, baixar vdeos e outros servios. Com a chegada da terceira gerao, a

    possibilidade de utilizar banda larga na internet mvel tornase uma realidade.

    Atualmente,avelocidadededownloaddearquivosnawebfeitoporcelulares3Gchegaa

    3,6Mbps(megabytesporsegundo)naEuropaenoJapo.NoBrasil,a3Gcomeacom

    velocidade de 1Mbps suficiente para baixar um lbum de msica inteiro em quatro

    minutos54. A velocidade na transmisso de dados , portanto, uma das principais

    vantagensdanovagerao,quepodeser,emmdia,at15vezessuperiordoqueas

    atuais.

    Entreasdiversaspossibilidadesquesurgemcomosnovos celularesadaptados

    parafuncionarutilizandoatecnologiadeterceiragerao,aconexopermanentecoma

    internet uma das mais promissoras. A expectativa em cima da chegada da 3G ao

    Brasil, a meu ver, porque ocorrer uma universalizao do acesso internet que

    permitir conexo em banda larga de uma forma que no conseguimos ter at o

    momento (ROCHA, 2008). Outras aplicaes possveis so: utilizao de vdeo

    conferncia,ouseja,conversarnocelularvendoaimagemdaoutrapessoanovisorcom

    auxliodacmeradigitalousodosaparelhoscomoferramentadelocalizaoporsatlite

    (GPS) a possibilidade de usar o celular como carto de crdito assistir TV pelos

    celulares, entre outras. A capacidade de assistir TV pelo celular tambm uma das

    principais funcionalidades possibilitadas pela terceira gerao, que deve acontecer

    independentemente de servios oferecidos pelas operadoras de telefonia mvel. Essa

    transmisso no tem nenhuma relao com a telefonia. O que significa que o usurio

    54Revistapoca.Anovageraodecelulares:24dez.2007.

  • 42

    poder assistir qualquer canal de televiso aberta, mesmo que no tenha aderido a

    nenhumpacotede transmissodedadosdaoperadora.EssesinaldeTV vaidegraa

    para o celular, semelhante aoda televisoda comum55. A figuraabaixomostra alguns

    aparelhos3Gdisponveisnomercado.

    Afigura7expealgunsaparelhosquetrabalhamcomtecnologiadeterceiragerao56

    Umdos problemas que aparecemparaa popularizao do uso de celulares de

    terceiragerao,comosempre,oaltocustodastarifas.Ousoderecursosdisponveis

    da rede 3G exigir a cobrana de tarifas diferenciadas. As operadoras [...] cobram,

    geralmente,porpacotesdevolumemensalparatrfegodedados,comtarifasadicionais

    paramegabytesexcedentes (PANISSI,2007).Umapesquisa realizadapelaconsultoria

    KPMGem16pases, incluindooBrasil,mostraquegrandepartedosusuriospossuio

    desejo de utilizar recursos da internet mvel, como ler notcias, jogar games e enviar

    mensagens,pormnoestodispostosapagarpor isso57.Atualmente,ocustoparase

    terumaconexobandalargapelocelularutilizandoatecnologia3Gbemmaiselevado

    doqueodeumaconexoatravsdarededecabos.Sendoassim,asdificuldadesparaa

    55Revistapoca.Anovageraodecelulares:24dez.2007.56 ImagemretiradadositeBlogblogsedisponvelem:.57Revistapoca.Anovageraodecelulares:24dez.2007.

  • 43

    penetraodosserviosdeterceirageraonopasaindasolatentes.Comoformade

    contornar esta situao, o presidente da TIM Participaes, Mario Cesar Pereira da

    Araujo, prope o compartilhamento de redes como forma de reduzir os custos para o

    assinante58. Segundo ele, nas grandes cidades, todas as operadoras tm rede: o

    problemaexpandirparaoutrascidades,construindodozeroasantenas.Asoperadoras

    tmdecriarummovimentoparacompartilharredes.

    Mesmocomdificuldadesaseremsuperadasparaapopularizaodos celulares

    3G, o crescimento da rede inevitvel. A implementao da tecnologia foi apenas o

    primeiropassoparaodesenvolvimentodenovosprodutosoferecidosparausurios de

    internetmvel. Futuramente, acordos firmadosentreoperadoraseprodutorasde game

    tornaropossvelousodecelularespara jogosemrede,trailersdecinemapoderoser

    desenvolvidos exclusivamente para celulares, sistemas de localizao iro ajudar no

    desvio de congestionamentos nas grandes cidades com a ajuda do GPS, notcias

    poderoserproduzidascomferramentasmultimdiacomovdeos,texto,udio,grficose

    animaes.Oinvestimentoemnovasaplicaes,portanto,estintimamenterelacionado

    com a disponibilidade do pblico em pagar por estes servios. Estamos apenas no

    comeodestatrajetria.

    3. UM NOVO CANAL DE PRODUO E DIFUSO DE CONTEDO

    JORNALSTICO

    58TIMdefendecompartilhamentoderedesparareduzircustoscom3G.ltimoSegundo,11fev.2008.Disponvelem:.Acessoem:11fev.2008>Acessoem:22out.2007

  • 44

    O desenvolvimento de servios e aplicaes direcionados ao mercado da

    mobilidadefoifortemente impulsionadopelaevoluodainternetmveledosaparelhos

    portteisdecomunicaosemfionosltimosanos.Oaumentodamemriaecapacidade

    deprocessamentodecelulares,smartphonesePalmTopsquedesdeadcadade90j

    processaminformaonomododigitalabreespaoparaacomercializaodeprodutos

    noticiosos,publicitriosedeentretenimento,oferecidosporempresasdecomunicaoe

    operadorasdetelefoniadecididasemconquistarespaonomercadodemdiasmveis.

    O contedo mvel, como a indstria se refere ao contedo acessado via

    dispositivos portteis de comunicao sem fio, engloba uma quantidade variada de

    produtos, aplicativos e servios. Entre eles, destacamse servios de download de

    arquivos de msica, foto, imagem e vdeo transmisso e recebimento de mensagens

    multimdia,ouMMS59, com textoefoto includosnamesmamensagemgamescriados

    com a linguagem Java de programao servios de correio eletrnico personalizao

    dosaparelhos,comowallpapersparaofundodatelaemsicasparaserviremdetoque

    decampainhareproduodemsicasnoformatomp3salasdebatepapo,entreoutras

    aplicaes.

    Iniciativas jornalsticas, como portais informativos, weblogs e distribuio de

    notciaspersonalizadas,tambmpassamafazerpartedesteambiente,tornandoocelular

    o quinto suporte pelo qual se pode transmitir contedo informativo em massa

    (BRAGINSKI,2004).Osoutrosquatroso,navisodeBraginski,aimprensa,ordio,a

    TVeainternet.Estasoperaesfazemsurgirumanovamodalidadedejornalismo,com

    notciasaindamaiscustomizadasquenossitestradicionaisecomcaractersticasprprias

    de mobilidade. Desde 2000, empresas de comunicao atentas ao crescimento da

    internetmveltrabalhamnacriaodeformatosemodelosparadisponibilizarcontedo

    jornalsticonoscelulares,pormoineditismodestanovaprticatrazdesafiosqueainda

    notiveramsoluesdefinitivas.Asempresasjornalsticasestoatualmenteemfasede

    experimentao, ao utilizar os formatos disponveis no celular como SMS, WAP e

    mensagensmultimdia para publicar e vender notcias neste novo dispositivomvel

    (FERREIRA,2002,p.82).

    59MMS(ShortMessageService):serviodemensagemqueintegratexto,imagemesom.

  • 45

    Sem exemplos anteriores que ilustrem algum caminho para formulao de um

    padro eficiente, produtores de notcias para celular se baseiam, muitas vezes, nas

    experincias da internet tradicional e simplesmente adaptam o contedo dos sites s

    plataformasmveis.ComoafirmaJosGeraldoMagalhes,diretordaWAPJA60,empresa

    especializadaemcontedopara celulares,duranteentrevista concedidaemoutubrode

    2007: asempresasusamnocelularomesmo formatodaweb, queno funcionapara

    plataformasmveis,poisnoestaapropostadoveculo.

    Contudo, o hbito em praticar atividades utilizando aparelhos mveis pessoais

    tornaseuma tendncia,sobretudoentreosmais jovens,efazsurgirnovasprticasde

    comunicao.Aexpansodasredestelemticas,aevoluodosterminaiseademanda

    por servios mveis mostram que, como afirma o diretor corporativo do UOL, Gil

    Torquato61, "o futuro sem fio. A previso ganha respaldo para o vicepresidente da

    Yahoo!Europe,GeraldineWilson62, queprevque em10anos teremosmaispessoas

    acessandoa internetpordispositivosmveisdoqueatravsdecomputadores.Durante

    umaapresentaoocorridaemLondresesteanoWilsonafirmouqueem2017oacesso

    internet sermaior por dispositivos mveis do que por terminais fixos. Nosmercados

    emergentes,oprimeirocontatoquealgumaspessoas terocoma internetsedarcom

    umtelefonemvel.Esteano,oYahoodisponibilizounomercadodoBrasil,Argentinae

    MxicoosistemadebuscaparacelularesOneSearch.Osistemadebuscacriadopara

    usurios deWAP tambm possui canais de notcias, finanas, tempo, email e flickr63.

    Uma parceria com a Vivo coloca o OneSearch como sistema oficial de buscas

    incorporadorededaoperadora.

    3.1.Internetmvelemdesenvolvimento

    60Entrevistaconcedidadia5deoutubrode2007emSoPaulo61AfirmaodadaaositeITWebdisponvelem:Acessoem:28out.200762Disponvelem:Acessoem:28out.200763Flickr:bancodeimagens

  • 46

    Ocrescimentodatelefonia,aproliferaodeaparelhosportteisdecomunicao

    sem fio e a transformao do telefone de um simples instrumento de comunicao

    interpessoal a um aparelho de acesso supervia da informao (STRAUBHAAR

    LAROSE,2004,p.181)confirmamasprevisesdeumaconexogeneralizada(LEMOS,

    2004). A hiptese de conectarse internet em qualquer lugar e a qualquer instante

    sugereoenvolvimentocadavezmaiordaredenocotidianosocial,suscitaquestescomo

    oacessouniversalaosserviosepropenovasacepesparaatividadesqueexploram

    suportesmveis,comoojornalismoeapublicidade.Nessesentido,MagnonieAmrico

    (2007,p.3)constatamque:

    Comadisseminaomundialdossistemasdebandalargaedoscelulares

    de terceira gerao sero possveis ainda na primeira dcada do sculo XXI, o

    recebimento e a transmisso de imagens e de quaisquer outras informaes

    extensas pela rede sem fio. inegvel que os equipamentos portteis de

    comunicaosemfio(wireless)estocadavezmaispresentesnocotidianosocial.

    Apesar da proliferao de celulares em nossa sociedade, a utilizao dos

    aparelhosparatrocadedados,almdavoz,aindabaixa.Asdificuldadesqueatrasamo

    crescimentodainternetmvelaltocustoparautilizaodoservio,baixasvelocidades

    dasredes,interfaceslimitadasdosaparelhosepoucocontedodisponvelrestringemo

    usoaumnmeroreduzidodeusurios,queseutilizamdoservio,emsuamaioria,por

    necessidade de trabalho. Portanto, apesar do pouco tempo que levou para decolar, a

    internetmvelaindanosepopularizounoBrasil.SegundodadosdoCentrodeEstudos

    sobre as Tecnologias da Informao e da Comunicao, em 2006 apenas 5,38% das

    pessoasqueutilizamtelefonecelularusaramseusaparelhosparaacessarainternet64.O

    hbitodeacessara redeviacelular tambmnoseproliferounosEUA,ondesomente

    13% dos usurios utilizam seus aparelhos para navegar naweb65. Estes dois pases,

    assim como a maioria dos pases da Amrica, continuam pouco desenvolvidos em

    relaoaousodainternetmvel,aocontrriodepasesasiticos,comooJapo,ondeas

    tecnologiasparacelularestomaisconsolidadasnocotidianodosusurios.

    64Dadosdisponveisem:Acessoem:29out.200765LinkEstadodisponvelem:Acessoem:29out.2007

  • 47

    SegundoumapesquisadacomScore66,empresaespecializadaemdadosonline,

    realizada em novembro de 2007, o nmero de pessoas que acessam a internet pelo

    celular,noJapo,seequiparaaonmerodePCs67 (computadorespessoais)conectados

    redenaquelepas.Deacordocomapesquisa,aatividademaisusadanainternetmvel

    achecagemdeemails,com75%,seguidadoconsumodenotciaseinformaes,que

    sedestacacomoasegundaatividademaispopularentreosusurios,com52%.Sistemas

    debuscacomooGoogleocupamoterceirolugarnoranking,com39%,quepraticamente

    seequiparaaousoeatualizaodeblogspelosusurios japonesesde internetmvel,

    com38%.

    Figura1:Atividadesrealizadasnainternetmvelporusuriosjaponeses

    Noscontinentesasiticoeeuropeu,aadoodeapenasumsistemadetelefonia

    mvel, oGSM, que hoje serveamais de 1 bilho de usurios nosdois continentes68,

    impulsionouaincorporaodoscelularesnodiaadiadaspessoasmaisrapidamente.A

    rpida penetrao da telefonia celular nessas regies no deixou quase ningum sem

    possuirseuprprioaparelhomvelpessoal,comissoomercadodevendadeaparelhos

    aproximouse do limite e foi preciso encontrar alternativas para a gerao de novas

    receitas. Conforme afirmou Massao Nakamura, presidente da DoCoMo, principal

    operadorade telefoniamveldoJapo,ao jornalFinancialTime69, "horademudaro

    66Fontedisponvelem:Acessoem:2nov.200767PC(PersonalComputer):microcomputadorespessoais.68Fonte:GSMAssociation&WirelessInteligence.Disponvelem:.Acessoem:2nov.200769Disponvelem:Acessoem:2nov.2007

  • 48

    modelodenegcio,passandodomodelodeexpansodemercadoparaodeconquistar

    os assinantes dos concorrentes". A possibilidade de acessar a web via celular foi

    aproveitadapelasoperadorascomoformadeoferecernovosserviosecontinuarobtendo

    o lucroque haviam perdido coma vendade aparelhos.Autilizao denovos servios

    incentivouodesenvolvimentodemaisaplicaes,comobandaLarga,WiFieTelefonia

    IP70,estimulandoaindamaisoavanodainternetmvel.Commaiscoisaspodendoser

    feitas pelo celular, o aparelho adquiri maior importncia e presena no cotidiano,

    aproximando os europeus e asiticos cada vez mais de uma vida wireless

    (RODRIGUES,2000,p.90).

    ParaapesquisadoraAdrianaArajodeSouzaeSilva,ohbitodosjaponesesem

    utilizarocelularalmdacomunicaooraltemcomomotivo,entreoutrascoisas,umfator

    social.ParaSilva,comoosjaponesesestoacostumadosaviveremespaospequenos,

    ocelularcriaumespaoprivadoparaseuusurio.Autilizaoderecursosdetextocomo

    MMSeSMS, por exemplo, garanteque a conversa no se torne conhecidade outras

    pessoasdafamlia,possibilitandomaiorprivacidade.ComoafirmaSilva(2004,p.195):

    Tambmporquegrandepartedacomunicaofeitapormeiodetexto,os

    outros membros da famlia no podem ouvir a conversa. Tal fato explica

    parcialmente porque o uso de telefones celulares no Japo to popular e o

    mesmonoacontecenosEstadosUnidos.Nestepas,asfamliastendememviver

    emcasasmaisamplas.

    Outro fator que faz com que a telefonia mvel seja melhor aproveitada pelos

    asiticoseeuropeusdoquepelosamericanosopreoda linhade telefone fixo.Nas

    Amricasocustodastarifasdeassinaturamensaldetelefonefixobemmaisbaratoque

    norestodomundo.AlgunspasesdaEuropacomoAlemanha,EspanhaePortugal,por

    exemplo,possuemumatarifadecercadeUS$16,enquantonoBrasilestepreocaipara

    US$ 12. Venezuela e Argentina possuem tarifas ainda menores, cobrando US$ 5,

    enquantoamdiamundialficaemtornode10a15dlares71.ParaSilva,assemelhanas

    nomodode vidadapopulaobrasileiraeamericana refletemousoda internetmvel

    70WiFi:padroderedesemfioparaconectividadeemreaslimitadasTelefoniaIP:ServiodetelefoniaqueutilizaaredeIPnatrocadedados

    71Abrafix,disponvelem:Acessoem:5nov.2007

  • 49

    nos dois pases. No Brasil, especialmente nas classes mdia e alta, a situao

    semelhante.Amaioriadasresidnciasfamiliarestem,pelomenos,umalinhadetelefone

    fixa,ascasassomaisamplas[...](Ibid.,196).

    3.2.Conceitossobreportais

    Mesmocomabaixapenetraodainternetmvelnopas,oBrasiloquintopas

    domundocommaiornmerodecelulares,com114milhesdeaparelhosatoutubrode

    200772, sendoquemaisde90%destesaparelhos trabalhamcom tecnologiasdigitaise

    so capazes de receber contedo diferenciado. Esta realidade anima empresas de

    comunicao em utilizar o celular como suporte de transmisso de notcias e

    entretenimento.Apossibilidadedecomercializarcontedomultimdiaemdispositivossem

    fio, acessvel por tecnologias como SMS e WAP, e as previses de crescimento da

    internetmvelnomundo73 foramsuficientesparaqueiniciativasjornalsticascomeassem

    asurgir.

    Organizar e disponibilizar informaes no formato de portal uma prtica feita

    desdeadcadade90pelosgruposdecomunicaopresentesnainternet.Portanto,para

    continuarmosaabordagemdosportaisWAPconvmumaanlisedascaractersticase

    conceitos referentes concepo de um portal eletrnico tradicional. De acordo com

    Ferrari(2003,p.25),diferentementedosEstadosUnidos,ondeosurgimentodosportais

    decorreudaevoluodos sitesdebusca [...] noBrasil os sitesde contedonasceram

    dentro das empresas jornalsticas. Nos dois casos, a oferta de grande volume de

    informaoeservioscomoemailgratuito,buscadores,salasdebatepapoecomrcio

    eletrnicosoalgumasdasprincipaispropostasdosportais.

    NadefiniodeOrlando(2003,p.3),portalumendereoquebuscatornarseo

    ponto de partida da jornada dos internautas. Concentra amplitude de informaes,

    servioseentretenimentonatentativadeofereceraousuriotudoqueelepossaprecisar

    da rede. Entre tantas informaes e servios disponveis, o jornalismo se apresenta

    como um dos principais atributos dos portais, como enfatiza Ferrari (2003, p.30), o

    contedojornalsticotemsidooprincipalchamarizdosportais.

    72DadosdaAnateldisponveisem:Acessoem:7nov.200773SegundoprevisesdoYahoodivulgadasem2007emLondres,naprximadcadaainternetsermaisacessadapordispositivosmveisdoqueporcomputadores.Talprojeotemcomofatorobarateamentodosservios,amelhoriadasinterfacesdosaparelhoseoaumentodavelocidadedasredes.

  • 50

    Aimportnciadojornalismonosportaisdegrandepblicotambmreconhecida

    porSzeto(apudORLANDO,2003,p.4),queafirmaqueparagarantirapermannciado

    usurio emsuaspginasea conseqente visibilidadedosannciospublicitrios,estes

    sitesprecisam agregar informaesdiversificadas, servioseatrativos como o