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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreiro

    FRATERNIDADE RAMATS DE CURITIBA

    CURSO "PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILNIO"1 mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats

    O MDIUM DE MESA E O MDIUM DE TERREIRO

    bem fcil distinguir o mdium de "mesa", que se desenvolve sob a gide da doutrinaesprita, e o mdium de "terreiro", que prefere o seu desenvolvimento pela tcnica daUmbanda: no primeiro caso, trata-se de Espiritismo, e no segundo, apenas deMediunismo.

    Muitos professam que o nico desenvolvimento medinico sensato e aconselhado ainda o que se processa no ambiente esprita, mas o fato que no se deve apressar-se emconsideraes extremistas, nem julgar esta ou aquela predileo medinica, muito menosse achar no direito de carrear com exclusividade para a esfera esprita os acontecimentose os fenmenos que ocorrem desde o incio da humanidade, sob a gide da manifestaomedinica.

    O que mais importa na efetivao do servio medinico, seja na seara espritaou no ambiente umbandista, saber se ele se efetua pelo amor do Cristo einspirado pelo seu divino Evangelho!

    Sob qualquer hiptese, sempre mais elogivel o mdium de "terreiro" que se integracompletamente num trabalho guiado pelos preceitos evanglicos, do que o mdium de"mesa"que se torna mercenrio e corrompido.

    A prtica medinica do Espiritismo semelhante a uma agncia de informaes civis, emque bem mais importante o assunto do seu "fichrio", do que mesmo as pessoas que oinformam; a Umbanda, no entanto, como uma agncia de informaes sobre assuntosmilitares, onde antes de tudo convm conhecer a "graduao" e identidade doinformante, pois, assim como acontece realmente no mundo fsico, muito grande a

    diferena e a responsabilidade entre aquilo que diz o cabo e o que informa o general!

    Em ambos os casos, a distino mais relevante ainda quanto natureza interpretativana manifestao medinica:

    MDIUM DE"MESA"

    Preocupa-se mais propriamente com a "espcie de idias" dosseus comunicantes, num intercmbio acentuadamente de ordemmental.

    MDIUM DETERREIRO

    Cuida principalmente de "reconhecer a identidade" do espritoque incorpora.

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreiroNa disciplina da Umbanda existem cdigos, pontos cantados e riscados, cruzamentos delinhas e demandas de falanges que operam sob a base da magia prtica, caracterizandocada grupo ou individualidade que dela participe.

    Assim, conforme sejam determinados pontos, sinais, toques ou cdigos, o mdium e osfreqentadores de Umbanda deduzem das intenes, da capacidade ou da natureza eespecialidade de servio que podem ser tratados com os comunicantes.

    Junto mesa esprita, em que ainda se nota um certo individualismo de trabalho nasrelaes com os desencarnados, uma preleo de natureza elevada e de contedosensato dispensa mesmo a assinatura ou a identidade do comunicante, que tanto podeser um apstolo como um "joo-ningum".

    Em face do intercmbio medinico sob a gide kardecista ser predominantementeintuitivo e, portanto, menos fenomnico e mais interferncia mental, s os mdiuns

    cultos, estudiosos, de elevado critrio moral e ao mesmo tempo dceis e humildes,correspondem satisfatoriamente aos objetivos elevados do Espiritismo.

    Na Umbanda comum referir-se a "cavalos", em vez de mdiuns, como tradicional noEspiritismo. Embora ambos os vocbulos "mdium" e "cavalo" definam a mesma coisa, ouseja, intermedirio de espritos desencarnados, eles divergem no sentido de suaaplicao ou funo, nos trabalhos de mesa e de terreiro.

    O mdium operante sob a gide do Espiritismo deve seguir atentamente asrecomendaes de Allan Kardec e manter o controle e a disciplina defensiva, semabdicar de sua prpria autoridade espiritual ou submeter-se docilmente s iniciativas

    dos desencarnados.

    O mdium kardecista mais propriamente um "procurador" ou"representante" dos espritos, mas sempre vigilante ante o perigo defascinao ou obsesso por descuido, fanatismo ou conduta desregrada.

    Mas os espritos desencarnados que atuam em candombls, macumbas ou atualmenteem Umbanda, chamam de cavalos os seus mdiuns, por que deles exigem a abdicaode personalidade, cultura, temperamento, linguagem correta e preocupao de

    oratria.

    O mdium de terreiro, como o cavalo domesticado, deve ser dcil e submisso vontade do seu dono, sem protesto e nem negaas.

    Embora possa ser culto ou excelente orador, o mdium de terreiro fala arrevesado elimita-se filosofia domstica, mida e popular dos pretos velhos; malgrado o seuprestgio no mundo profano, seu curso acadmico ou graduao superior, h de serhumilde, comunicativo e tolerante, capaz de atender seriamente s solicitaes mais tolasou criticveis.

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreiroTIPO ATUAO CARACTERSTICA

    MDIUNS DE MESAdevem manter o controle espiritual e mental, sem perder odomnio de sua individualidade, a fim de evitar a infiltraoperigosa dos espritos malfeitores.

    CAVALOS DETERREIRO

    obedecem cegamente s entidades que incorporam e lhescorrespondem quanto linguagem truncada, s configuraespeculiares, aos cacoetes e costumes, alm de fumarem,beberem cachaa, vinho ou cerveja.

    Enquanto a Umbanda aperfeioa a prtica medinica no campo do fenmeno e favorecea reproduo plstica mais fiel dos espritos atravs da passividade e versatilidade doscavalos, o Espiritismo doutrina os homens para a sua libertao definitiva das formas domundo transitrio da carne.

    Malgrado a aparncia de ambas se contradizerem, a Umbanda "ajusta o vaso" e o

    Espiritismo "asseia o lquido"; a Umbanda "aprimora a lmpada" e o Espiritismo "apura achama!"

    Enquanto o Espiritismo restringe os fenmenos medinicos em suamanifestao propriamente fsica, a Umbanda deve assegurar plena liberdadede ao dos espritos comunicantes sobre os cavalos.

    No entanto, considerando a questo sobre se o trabalho medinico de "mesa" superior

    ao trabalho medinico de "terreiro", ou vice-versa, o mais importante em ambos os casos,ainda a qualidade espiritual daqueles que operam neste ou naquele setor deintercmbio com os desencarnados.

    A presena de espritos inferiores no depende do gnero de trabalho medinico, nem dotipo de doutrina espiritualista, mas exclusivamente da conduta, do critrio moral dos seuscomponentes e adeptos.

    A Umbanda, pelas caractersticas que lhe so prprias, doutrina mais apegada aosfenmenos materiais, pois o seu principal metabolismo de vida justamente baseadosobre as foras grosseiras da Natureza. Vale-se de arsenal que lhe constitui o cultoreligioso atual e lhe faz conexo com os espritos primrios da Natureza, diferenciando-sepor isso do Espiritismo, cuja atividade feita mais propriamente no plano mental.

    Enquanto a Umbanda opera nos desvos nauseantes do subsolo astralino, no fococonvergente das foras violentas e selvticas da criao inferior, o Espiritismo no mexecom "formigueiros" to perigosos, pois a sua atividade noplano mental menos acessvel investida agressiva dos magos das sombras.

    No se deve endossar o servio medinico mercenrio, nem a magia degradante, asuperstio que algema o progresso mental, a prtica primitiva que degrada o esprito ou

    a negociata censurvel dos despachos de encruzilhadas, com que alguns astuciosos"cavalos" de Umbanda exploram os incautos e os ignorantes. Mas tambm no se develouvar o mdium esprita que comercia com os bens da espiritualidade, ou ento vive

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreirodesmentindo, na vida profana, os mesmos preceitos morais que tenta impor aosfreqentadores do centro esprita.

    Ambas as doutrinas buscam a mesma Verdade, o servio caritativo ao prximo e omovimento no sentido de o homem atual entender e assumir conscientemente a suaresponsabilidade crmica gerada nas existncias anteriores.

    No importa por qual das correntes medinicas o mdium venha a se desenvolver, desdeque atravs dele consiga fazer desaparecer de sua alma as "feridas morais" que atraemas influncias do astral inferior, quando ento poder prescindir de ambos os trabalhos,porque ento j estar curado espiritualmente!

    1. DIFERENAS ENTRE AS MANIFESTAES MEDINICAS NOS MDIUNS DE"MESA" E NOS DE "TERREIRO"

    O simples desvestimento do corpo carnal no extingue vcios, desejos e velhoshbitos estratificados no mundo fsico, assim como os fenmenos ps-morte desofrimento, leses, fadiga, fome e sede no so frutos do pensamento indisciplinado, mascruciante realidade, atuando com mais intensidade no esprito desencarnado.

    A morte apenas transfere o esprito para outra moradia, sem lhe violentar ocampo de idias e emoes cultuadas no mundo material.

    O homem culto volta a comunicar-se com a Terra, expondo o seu vasto cabedal deconhecimentos e experincias incomuns, em linguagem castia e correta; j o ignorante eo primrio comunicam-se num linguajar deturpado ou regional.

    A questo da manifestao medinica mais autntica ou menos autntica dependeprecipuamente da versatilidade ou submisso do mdium s caractersticas docomunicante; da o fato dos ndios, caboclos e pretos velhos manifestarem-se nosterreiros com as suas peculiaridades vividas no mundo fsico, por encontrarem ali ocampo medinico adequado aos seus tipos.

    Manifestam-se sem qualquer constrangimento, de conformidade com a sua estatura

    espiritual e o mecanismo de linguagem que lhes foi habitual no mundo fsico,despreocupados de qualquer advertncia severa de que no devem "falar errado".Que vale ao preto-velho dispor de um mdium letrado e altiloqente, mas que lhedesfigura a individualidade ou o tipo peculiar de ancio exaurido na escravido, peloartificialismo de uma oratria brilhante e vocabulrio fidalgo? No seria absurdo exigir quea criana devesse usar de puro vernculo e elevada conceituao moral, s porque seencontra entre adultos?

    A liberdade de manifestao medinica nos terreiros e a docilidade proposital do cavaloaos estmulos ocultos, permitem aos espritos comunicantes atuarem-lhe maisfortemente nas regies dos plexos nervosos, assumindo o domnio do corpo fsicoe plastificando suas principais caractersticas; ento, ndios, pretos velhos e caboclos,vovozinhas e tiazinhas revelam-se nos terreiros com linguajar deturpado, costumes,

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreirocacoetes, risadas, adgios e tradies, semelhana de verdadeiras cpias de suarealidade no Espao!

    Tais prticas, se conduzidas em trabalhos de mesa, seriam tidas conta de imprudncia,contrariando as advertncias sensatas e lgicas de Allan Kardec, que tm por fim tornaros mdiuns prudentes e vigilantes contra a penetrao de espritos zombeteiros emalfeitores, e poderiam at mesmo conduzir obsesso.

    Enquanto o Espiritismo restringe os fenmenos medinicos em sua manifestaopropriamente fsica, a Umbanda deve assegurar plena liberdade de ao dos espritoscomunicantes sobre os cavalos, os quais esto amparados pela defesa dos pretos velhose caboclos, que escorraam as entidades mal-intencionadas.

    O terreiro significa, na realidade, a "mucamba" do preto e a "choa" do bugre, em queeles podem dar vazo sua alegria, manter suas tradies primitivas, crenas religiosas e

    manifestaes de acordo com suas idiossincrasias. bvio que o caipira se sente mais vontade na casa do amigo pobre, do que sobre as poltronas de veludo do palcio do ricomoderno!

    Um dos principais fundamentos da Umbanda manter o ambiente eletivo para os pretos ecaboclos se comunicarem vontade, na sua vivncia regionalista, no seu linguajarpitoresco e truncado, plasmando-se atravs dos cavalos sem quaisquer constrangimentose na sua forma caracterstica:

    ENTIDADE MANIFESTAO CARACTERSTICA

    NDIOS

    sadam em grande estilo; tornam os mdiuns altivos e fortes,

    capazes de movimentos rpidos, quase felinos, e at de saltosvigorososPRETOS

    VELHOSso curvados, sentenciosos nos seus rifes morais, voz macia, alegrese afveis, no linguajar caracterstico dos velhos escravos do Brasil

    CABOCLOSrevelam a finura prpria do sertanejo brasileiro e so repentistas,afiados, espertos, sinceros e desconfiados, falando no modo original earrevesado do interior

    Por isso, os freqentadores de Umbanda identificam facilmente os pais de terreiro, logo dechegada, por um gesto ou toque peculiar na pronncia de meia dzia de palavras ou noprprio jeito de incorporar.

    J essa caracterizao mais fiel dos comunicantes no poderia ocorrer junto s mesasespritas, pois nelas so rarssimos os mdiuns de transfigurao, capazes demanifestarem, com espontaneidade, a configurao exata dos desencarnados.

    Como quase a totalidade dos mdiuns em atividade so conscientes ousemiconscientes, qualquer coao ou advertncia contensiva no exerccio damediunidade reduz-lhe a passividade medinica e desperta a condioanmica.

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreiroAdemais, a disciplina medinica junto s mesas kardecistas segue outra orientao, emque mais importante o contedo e a natureza moral das mensagens dosdesencarnados, do que mesmo caracterizao quanto ao seu tipo ou personalidade. da tradio esprita kardecista que os espritos se manifestam pelo "pensamento",cabendo aos mdiuns transmitirem as idias com o seu prprio vocabulrio e no asconfiguraes dos comunicantes! Em face do habitual cerceamento medinico junto smesas kardecistas, os desencarnados tm que se limitar ao intercmbio mais mental emenos fenomnico; isto , "mais idias e menos personalidade" !

    Quando o mdium culto, eloqente e prolixo, os espritos comunicantes tambm sodesembaraados e intelectivos; no entanto, quando inculto ou lacnico, ele ento reduzou desfigura a individualidade do comunicante.

    s vezes, ocorre o paradoxo de espritos primrios se comunicarem junto s mesaskardecistas em linguagem escorreita, bom rendilhado verbal e alto nvel de idias, porque

    dispem de um mdium primoroso e culto, enquanto escritores, oradores e cientistasconsagrados pela histria do mundo, transmitem mensagens empobrecidas e de baixonvel intelectivo atravs de mdiuns broncos.

    Os bons mdiuns de mesa ampliam, sinonimizam elegantemente e atclareiam o pensamento obscuro dos comunicantes iletrados, enquanto osmedocres ensombram e contradizem os nomes famosos com que identificamas suas mensagens.

    certo tambm que existem mdiuns psicgrafos excelentes operando na seara esprita,os quais revelam atravs da escrita medinica as caractersticas fundamentais doscomunicantes, sem necessitar da tcnica tradicional do desenvolvimento nos terreiros.

    2. O DESENVOLVIMENTO MEDINICO NA "MESA" E NO "TERREIRO"

    bem grande a diferena entre o modo de se desenvolver o mdium junto mesakardecista e a tcnica de desenvolvimento do "cavalo" de Umbanda.

    Freqentemente se diz que os mdiuns se desenvolvem mais rapidamente nos terreiros

    de Umbanda, do que junto mesa kardecista, onde demoram longo tempo; entretanto,como o desenvolvimento medinico no consiste numa srie de movimentos rtmicos, algoparecidos ginstica fsica muscular, o candidato a mdium deve apurar os seusatributos anglicos, antes da preocupao de se tornar um intermedirio fenomnicodos espritos desencarnados.

    Que vale um desenvolvimento medinico rpido, se o mdium ainda no possui nada detil e bom para ofertar ao prximo?

    A faculdade medinica no banho miraculoso capaz de transformar instantaneamente oseu portador num sbio ou santo, s porque transmite comunicaes do Alm. Tratando-se de uma hipersensibilizao prematura e de prova, o seu prprio agente o maisnecessitado de recuperao espiritual, antes de cogitar do sucesso do fenmeno.

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    Por isso, h mdiuns que demoram junto das mesas kardecistas para desabrochar suamediunidade, pois ainda lhes falta incorporaras virtudes do Evangelho do Cristo, bemantes de comunicar o pensamento dos falecidos! No basta apenas plasmar o portealtivo do ndio, a configurao servil do preto velho ou interpretar o modo caipira docaboclo, para se comprovar o sucesso da mediunidade.

    Tanto os kardecistas, como os umbandistas, perdem o seu precioso tempo junto demdiuns ou cavalos cuja compostura moral sumamente inferior sua desenvolturamedinica. Que vale a taa vazia diante de quem agoniza de sede?

    O melhor processo para desenvolver o mdium que prefere atuar sob a doutrina espritaainda aquele que Allan Kardec indicou no "Livro dos Mdiuns"; no entanto, quem porsimpatia, ndole espiritual, temperamento psicolgico ou servio comprometido noEspao, escolhe o mediunismo de Umbanda, sem dvida dever seguir os mtodos

    prescritos pelos "pais de cabea", submeter-se tcnica dos "caboclos desenvolvedores"e enquadrar-se sob os preceitos ritualsticos das linhas de Ogum, Xang, Ori do Oriente,Oxossi, Oxal, Iemanj ou Yori-Yorim.

    O desenvolvimento medinico mais demorado, como fenmeno, junto s mesaskardecistas porque, de acordo com os preceitos doutrinrios do Espiritismo, os mdiunsso advertidos para sustarem qualquer manifestao excntrica ou indisciplinada.

    Assim, as comunicaes so quase telepticas e as prprias agitaes e cacoetes dealguns mdiuns so levados conta de animismo. Deste modo, as mensagensmedinicas da maioria dos mdiuns de mesa ficam bastante submissas maior ou menor

    cultura e capacidade dos mesmos.

    O animismo, ou seja, interferncia inconsciente do prprio mdium em suascomunicaes, pode acontecer em algumas mesas espritas quando certos nefitosenfermios, histricos, esquizofrnicos ou neurovegetativos confundem o fenmenomedinico com as suas prprias manifestaes mrbidas.

    Algumas criaturas inexperientes e at perturbadas, s vezes se transformam emmissionrios dominados pela preocupao febril de "salvar a humanidade", e assimpontificam na seara esprita como doutrinadores ou mdiuns, expondo coisas ridculas guisa de revelaes de elevada sabedoria espiritual.

    A preocupao fundamental do mdium de mesa evitar exageros, esgares ou mdulospitorescos dos comunicantes, reduzindo muito a possibilidade fenomnica dosdesencarnados manifestarem a sua personalidade ou focalizarem as suas caractersticasparticulares.

    No h dvida de que os mdiuns de elevado gabarito reproduzem gestos, tom de voz einmeras outras particularidades dos comunicantes, embora no faam parte de terreiros;no entanto, esse tipo de mdiuns, se participassem dos labores medinicos de Umbanda,indubitavelmente, tambm seriam os melhores "cavalos" de terreiro!

    Os umbandistas afirmam que, em face dos mtodos de desenvolvimento adotados nosterreiros, os mdiuns ou cavalos ali so inconscientes e livres do animismo, to peculiar

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreirodas mesas kardecistas; entretanto, a mediunidade inconsciente rarssima, tanto nosterreiros como nas mesas espritas.

    Essa afirmao origina-se do fato de que os espritos primitivos ou sofredores so mais"possessivos", porque seus fluidos, demasiadamente vitalizados pelo ter-fsico daTerra, atuam de modo coercitivo, reduzindo assim algo da conscincia dos seusinstrumentos. Isso acontece geralmente com as criaturas obsediadas, que perdem odomnio de seu corpo e, ao voltarem de suas crises obsessivas, pouco se lembram doque lhes aconteceu.

    Quanto mais sublime o esprito, tanto menor a sua ao fsica sobre omdium e mais predominantemente inspirativa sua comunicao.

    3. A DEFESA MEDINICA NOS TRABALHOS DE "MESA" E DE "TERREIRO"

    Nas prticas medinicas espritas, a defesa do mdium reside quase exclusivamente nasua conduta moral e elevao de pensamentos, porquanto seus guias de mesa, apscumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigaes inadiveis. Porisso, as advertncias sensatas e lgicas de Kardec tm por fim tornar os mdiunsprudentes e vigilantes contra a penetrao de espritos zombeteiros ou malfeitores.

    J a principal atividade dos terreiros de Umbanda se exerce no submundo das energiasdegradantes e fonte primria da Vida. Os cavalos lidam com toda sorte de tropeos,

    ciladas, mistificaes, magia e demandas contra entidades sumamente poderosas ecruis, que manipulam as foras ocultas com absoluto xito.

    Em virtude de participarem de trabalhos medinicos que feremprofundamente os labores de espritos das falanges negras, os cavalos deumbanda so permanentemente alvejados pelas confrarias ocultasmalfeitoras.

    Em conseqncia, a proteo dos filhos de terreiros constituda por verdadeiras tropasde choque sob o comando de chefes experientes e decididos, conhecedores profundosda manha e astcia dos magos negros.

    Sua atuao permanente na Crosta terrquea e vigiam atentamente os cavalos contraas investidas adversas, certos de que ainda muito precria a defesa guarnecida pela"elevao de pensamentos" ou de conduta moral superior, ainda to rara entre os homens!

    No se trata apenas de confortar o esprito sofredor, comover o obsessor obstinado ouorientar o irmo confuso, como comum nos trabalhos de mesa, mas ao cavalo deUmbanda compete ser o ponto de apoio, de firmeza, dos pais de terreiros em sua lutapertinaz contra agrupamentos e falanges poderosas das Trevas!

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    PREPARANDO-SE PARA O III MIL NIO 12. O mdium de mesa e omdium de terreiroEm conseqncia, os chefes das Linhas e falanges de Umbanda tambm assumempesados deveres e severa responsabilidade de segurana e proteo dos seus pupilos,num compromisso de servio e fidelidade mtua, porm de maior responsabilidade dospais de terreiros.

    Da se explica a necessidade das grandes descargas fludicas que se processam nosterreiros e dos banhos de ervas recomendados aos cavalos, cambonos e cooperadores, afim de expulsarem os maus fluidos, convergidos depois dos trabalhos de desmanchos oudemanda entre tribos adversas!

    Fontes bibliogrficas:

    1. Mediunismo- Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed.Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

    2. Elucidaes do Alm- Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats.6 ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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