039 Acolhimento CMT

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Diretrizes Clínicas Procedimento Operacional Padrão - Protocolo Clínico 039 Acolhimento CMT Responsáveis/Unidade: Raquel Martins Pinheiro (Gerente Assistencial), Eliane Fernandes Guerra (Coord. Permanência-Dia), Vitória Sandra Nolasco (Enfermeira) e Luciana Carla F. Schettini (Enfermeira) Colaboradores: Oscar Antônio de Almeida Cirino (Coord. Clínico) Validadores: Equipe de enfermagem no acolhimento diário aos pacientes Última revisão: 11/10/2011 Estabelecido em: 01/09/2008 Acesso online: Protocolos aprovados www.fhemig.mg.gov.br/pt/protocolos-clinicos |Internet| http://intranet.fhemig.mg.gov.br/protocoloclinicos/index.php |Intranet| Protocolos em elaboração / consulta http://intranet.fhemig.mg.gov.br/protocoloclinicos/protocolos_em_consulta.php |Intranet| Fale conosco: [email protected] Folha: 1/7 INTRODUÇÃO / RACIONAL De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001), cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente SPA independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. A despeito do uso de substâncias psicoativas de caráter ilícito, o uso indevido de álcool e tabaco tem a maior prevalência global, trazendo também as mais graves conseqüências para a saúde pública mundial. O abuso do álcool e de outras drogas impõe uma carga de agravos indesejáveis e extremamente dispendiosos, que acometem os indivíduos em todos os domínios de sua vida afetiva, laborativa e social. No Brasil, alguns dados correlatos e relativos demonstram que os custos decorrentes do consumo de álcool são de grande magnitude. Considerando dados referentes ao período de janeiro a novembro de 2003 (DATASUS, 2004), tivemos na rede psiquiátrica do SUS 76.981 internações para o tratamento de problemas relacionados ao uso do álcool, mais de três vezes o número de internações ocorridas por uso de outras drogas. No mesmo período, foram emitidas 108.286 AIHs para as internações relacionadas ao alcoolismo. Com média de permanência de 26,3 dias, estas internações tiveram, em 2003, um custo superior a 55 milhões de reais para o SUS. O diagnóstico e tratamento precoces da dependência ao álcool e outras drogas têm papel fundamental no prognóstico destes transtornos, o que enfatiza a importância da perspectiva da prevenção e promoção da saúde. Por outro lado, constata-se, de forma geral, a desinformação e o despreparo dos que lidam diretamente com o problema, sejam eles usuários, familiares ou profissionais de saúde. Quando chegam aos serviços de saúde, os dependentes de SPA podem apresentar uma série de complicações sociais, jurídicas, psicológicas e orgânicas. No tratamento desse transtorno, os serviços de saúde mental, especificamente, não podem negligenciar os aspectos orgânicos envolvidos. A intoxicação, a

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  • Diretrizes Clnicas Procedimento Operacional Padro - Protocolo Clnico

    039 Acolhimento CMT

    Responsveis/Unidade: Raquel Martins Pinheiro (Gerente Assistencial), Eliane Fernandes Guerra

    (Coord. Permanncia-Dia), Vitria Sandra Nolasco (Enfermeira) e Luciana Carla F. Schettini (Enfermeira)

    Colaboradores: Oscar Antnio de Almeida Cirino (Coord. Clnico)

    Validadores: Equipe de enfermagem no acolhimento dirio aos pacientes

    ltima reviso: 11/10/2011 Estabelecido em: 01/09/2008

    AAcceessssoo oonnlliinnee:: Protocolos aprovados

    www.fhemig.mg.gov.br/pt/protocolos-clinicos |Internet| http://intranet.fhemig.mg.gov.br/protocoloclinicos/index.php |Intranet|

    Protocolos em elaborao / consulta http://intranet.fhemig.mg.gov.br/protocoloclinicos/protocolos_em_consulta.php |Intranet|

    Fale conosco: [email protected] Folha: 1/7

    INTRODUO / RACIONAL De acordo com a Organizao Mundial de Sade (OMS, 2001), cerca de 10% das populaes dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente SPA independentemente da idade, sexo, nvel de instruo e poder aquisitivo. A despeito do uso de substncias psicoativas de carter ilcito, o uso indevido de lcool e tabaco tem a maior prevalncia global, trazendo tambm as mais graves conseqncias para a sade pblica mundial. O abuso do lcool e de outras drogas impe uma carga de agravos indesejveis e extremamente dispendiosos, que acometem os indivduos em todos os domnios de sua vida afetiva, laborativa e social. No Brasil, alguns dados correlatos e relativos demonstram que os custos decorrentes do consumo de lcool so de grande magnitude. Considerando dados referentes ao perodo de janeiro a novembro de 2003 (DATASUS, 2004), tivemos na rede psiquitrica do SUS 76.981 internaes para o tratamento de problemas relacionados ao uso do lcool, mais de trs vezes o nmero de internaes ocorridas por uso de outras drogas. No mesmo perodo, foram emitidas 108.286 AIHs para as internaes relacionadas ao alcoolismo. Com mdia de permanncia de 26,3 dias, estas internaes tiveram, em 2003, um custo superior a 55 milhes de reais para o SUS. O diagnstico e tratamento precoces da dependncia ao lcool e outras drogas tm papel fundamental no prognstico destes transtornos, o que enfatiza a importncia da perspectiva da preveno e promoo da sade. Por outro lado, constata-se, de forma geral, a desinformao e o despreparo dos que lidam diretamente com o problema, sejam eles usurios, familiares ou profissionais de sade. Quando chegam aos servios de sade, os dependentes de SPA podem apresentar uma srie de complicaes sociais, jurdicas, psicolgicas e orgnicas. No tratamento desse transtorno, os servios de sade mental, especificamente, no podem negligenciar os aspectos orgnicos envolvidos. A intoxicao, a

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    sndrome de abstinncia, a desidratao, as convulses ocorrem, muitas vezes, associadas, a morbidades como a diabetes, a hipertenso, as miocardiopatias, hepatites entre outras. O Centro Mineiro de Toxicomania, credenciado pelo Ministrio da Sade como um CAPSad, busca prestar uma ateno integral aos dependentes de drogas, valorizando o trabalho multiprofissional e a intersetorialidade. A entrevista estruturada/exame de enfermagem consiste na coleta inicial de informaes referentes ao estado geral de sade do paciente que acolhido na instituio. As informaes coletadas devem ser fidedignas e utilizar linguagem uniformizada.

    OBJETIVOS Melhorar as informaes clnicas obtidas no acolhimento dos pacientes que demandam tratamento na Instituico;

    Avaliar os dados vitais, o estado geral do paciente e obter histrico resumido do uso de SPA; Contribuir com informaes para a priorizao dos atendimentos mdicos e psicolgicos; Estimular e contribuir para o trabalho multidisciplinar; Agilizar e assegurar a qualidade da assistncia; Fornecer orientaes para educao e pesquisa.

    SIGLAS SOU: Servio de Orientao ao Usurio; SPP: Servio de Pronturio de Pacientes; PA: Presso arterial; FC: Frequncia cardaca; TAX: Temperatura axilar; PD: Permanncia-Dia; SPA: Substncia Psicoativa; CAPSad: Centro de Ateno Psicossocial para usurios de lcool e outras drogas.

    MATERIAL NECESSRIO / PESSOAL NECESSRIO Enfermeiros e profissionais de nvel mdio de enfermagem; Formulrios da entrevista estruturada/exame de enfermagem; Material mdico: esfigmomanmetro, termmetro.Xxxx.

    ATIVIDADES ESSENCIAIS O usurio recepcionado na portaria, pr-cadastrado no SOU e encaminhado ao SPP para abertura de pronturio e registro de seus dados pessoais;

    Em seguida encaminhado para a entrevista estruturada/exame de enfermagem, quando so aferidos os dados vitais, feita a investigao da histria pregressa (morbidades como diabetes, hipertenso,

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    convulso) e avaliadas algumas condies clnicas (hidratao, nvel de conscincia, orientao espao-temporal);

    Com relao droga, investiga-se : a droga usada, o tempo de uso, a ltima vez que usou e o motivo que o trouxe ao servio;

    Na presena de alguns sintomas (presso alta, tremores leves ou intensos, etc... ) estabelecese a prioridade do atendimento. Se o paciente no apresentar nenhuma intercorrncia ser atendido pelo psiclogo na seqncia normal. Caso contrrio, seu atendimento priorizado para a consulta mdica;

    Os encaminhamentos posteriores dependem desta avaliao; Os formulrios da entrevista so afixados ao pronturio do paciente.

    ITENS DE CONTROLE 1 - N de pacientes em que foi aplicado o protocolo / N. de pacientes acolhidos na instituio 2 - N de pacientes priorizados para a consulta mdica / N protocolos aplicados REFERNCIAS

    Referncias

    Grau de Recomendao

    / Nvel de Evidncia

    Portaria GM n 2197 de 15 de outubro de 2004. Brasil. Ministrio da Sade. D

    HENNINGTON, Elida . Acolhimento como prtica interdisciplinar num Programa de Extenso Universitria.2005 Cad. Sade Pblica v. 21 n1 Rio de Janeiro jan./fev.2005

    D

    MALTA, Dborah e MERHY, Emerson. Avaliao do Projeto Vida e do Acolhimento no Sistema nico de Sade de Belo Horizonte. Rev. Min. Enf, 8(2):259-267. abr/jun, 2004.

    D

    TANNURE, Meire e GONALVES, Ana. Sistematizao da Assistncia de Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

    D

    World Health Organization. Global status report: alcohol and young people. Geneva:Who; 2001

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    ANEXOS Anexo I: Entrevista Estruturada e Exame de Enfermagem Anexo II: Fluxograma da Pr consulta

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    ANEXO I ENTREVISTA ESTRUTURADA

    1) Acompanhante: No Sim Parentesco/Fone:

    2) Doenas Pregressas: Diabetes Hipertenso Convulso Hepatite/ictercia

    Outras:

    3) SPA(s) usada(s):

    4) ltima vez que fez uso de SPA:

    EXAME DE ENFERMAGEM Sinais e Sintomas Dados Vitais PA: ______ mmHg TAX: ______ 0C FC: ______bpm Hidratado Desidratado Lcido Confuso

    Alcoolizado Agitado Tremores Colorao Normocorado Hipocorado Ciantico Ictrico Rubor Facial Face de dor Sim No Vmito Sim No Alucinaes Sim (Auditivas Visuais ) No Observaes:___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ Priorizar No Priorizar ____________________________________ Responsvel / Carimbo

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    ANEXO II FLUXOGRAMA DA PR CONSULTA

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    BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR RECOMENDADA

    BAPTISTA, Marcus. e INEM, Clara. Toxicomanias : abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Nepad, Sette Letras, 1997. BAPTISTA, Marcus. e INEM, Clara. Toxicomanias : abordagem clnica. Rio de Janeiro : Nepad, Sette Letras, 1997. CARLINI EA. Medicamentos, drogas e sade. So Paulo: Hucitec, 1995. CIRINO, Oscar e MEDEIROS, Regina. lcool e outras Drogas: escolhas, impasses e sadas possveis. Belo Horizonte: Autntica, 2006. CRUZ, Marcelo S. Prticas Mdicas e Modelos Conceituais na Abordagem das Toxicomanias. In: Caderno da XV Jornada do Centro Mineiro de Toxicomania. Belo Horizonte: CMT/FHEMIG, 2002. p. 59-71. CRUZ, Marcelo S. A clnica da recepo nos dispositivos de sade mental. Cadernos IPUB, Vol VI, n 17.Instituto de Psiquiatria. UERJ. Rio de Janeiro. 2000. MINISTRIO DA SADE. A Poltica do Ministrio da Sade para Ateno Integral a Usurios de lcool e Outras Drogas/ Ministrio da Sade, Secretaria Executiva, Secretaria de Ateno a Sade, CN-DST/AIDS. 1 ed. Braslia. 2004. MINISTRIO DA SADE. Sade Mental no SUS: Os Centros de Ateno Psicossocial. Ministrio da Sade, Secretaria Executiva, Secretaria de Ateno a Sade, CN-DST/AIDS. 1 ed. Braslia. 2004. LARANJEIRA, Ronaldo e outros. Consenso sobre a Sndrome de Abstinncia do lcool (SAA) e o seu tratamento. In: Revista Brasileira de Psiquiatria. V. 22, no. 2, jun-2000. Associao Brasileira de Psiquiatria e Asociacin Psiquitrica de la America Latina. p. 62 LARANJEIRA, Ronaldo [et al.] I Levantamento Nacional sobre os padres de consumo de lcool na populao brasileira / Elaborao, redao e organizao: Ronaldo Laranjeira... [et al.]; Reviso tcnica cientfica: Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte. Braslia: Secretaria Nacional Antidrogas, 2007. RAMOS, SP. Alcoolismo hoje. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.

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    Governador do Estado de Minas Gerais Antnio Augusto Anastasia Secretrio de Estado de Sade de Minas Gerais Antnio Jorge de Souza Marques Subsecretaria de Polticas e Aes de Sade Maurcio Rodrigues Botelho Presidente da FHEMIG Antnio Carlos de Barros Martins Vice-Presidente Ronaldo Joo da Silva Gabinete Fernando Eduardo Guimares de Carvalho Procuradoria Jlio Csar Pinto Auditoria Seccional Alexandre Gorgulho Cunningham Assessoria de Comunicao Social Christina Guimares Marndola Diretoria de Planejamento, Gesto e Finanas Mrcia Ftima Cardoso de Andrade Diretoria Assistencial Lvia Mara Ferreira Diretoria de Gesto de Pessoas Flvia de Queiroz Lima Diretoria de Desenvolvimento Estratgico e Pesquisa Hilda Maria Silveira Mesquita Zschaber Comisso Central de Protocolos Clnicos da FHEMIG Comisso Local de Protocolos Clnicos do CEPAI